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12 CONCURSO DE CRIMES

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17
 
DIREITO PENAL
CONCURSO DE CRIMES
	
Sumário
1	INTRODUÇÃO	3
1.1	CONCEITO	3
1.2	ESPÉCIES DE CONCURSO DE CRIMES	3
1.3	SISTEMA DE APLICAÇÃO DE PENA	3
2	CONCURSO MATERIAL OU CONCURSO REAL – ART. 69	4
3	CONCURSO FORMAL OU IDEAL	5
3.1.1	Concurso ideal homogêneo ou heterogêneo	6
3.1.2	Perfeito ou próprio	6
3.1.3	Imperfeito ou impróprio	7
4	CRIME CONTINUADO OU CONTINUIDADE DELITIVA	12
4.1	CONCEITO	13
4.1.1	Teorias	13
4.2	REQUISITOS	14
4.3	ESPÉCIES	16
4.3.1	Crimes continuados simples	16
4.3.2	Crime continuado qualificado	17
4.3.3	Crime continuado específico.	17
5	RESUMO	18
6	#CAIUEMPROVA	20
7	DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO	21
8	BIBLIOGRAFIA UTILIZADA	22
ATUALIZADO EM 26/06/2017[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] 
TEORIA DO CRIME
	INTRODUÇÃO
CONCEITO 
É o instituto que se verifica quando o agente mediante uma (concurso formal) ou várias condutas (material ou continuidade) pratica dois ou mais crimes (sempre). 
UNIDADE OU PLURALIDADE DE CONDUTAS + PLURALIDADE DE CRIMES
ESPÉCIES DE CONCURSO DE CRIMES
· Concurso material
· Concurso formal
· Crime continuado
SISTEMA DE APLICAÇÃO DE PENA
a) Sistema do cúmulo ou acúmulo material = impõe ao juiz a soma de todas as penas dos crimes praticados pelo réu. Foi o sistema adotado no concurso material e no formal impróprio ou imperfeito. E no de multa, salvo no caso de crime continuado (majoritária).
b) Sistema da exasperação = o juiz aplica somente uma das penas, aumentada de determinado percentual. Foi adotado no concurso formal próprio ou perfeito e no crime continuado.
c) Sistema da absorção = o juiz aplica apenas a pena do crime mais grave, que absorve as demais. Esse sistema não tem previsão legal. Foi adotado pela jurisprudência quando do Decreto Leo 7661 – antiga lei de falências. O falido cometia vários crimes e o juiz aplicava somente a pena do crime mais grave (princípio da unicidade ou unidade dos crimes falimentares). Na atual lei de falências (lei 11.101/05) não há jurisprudência suficiente para uma posição. A tendência é que se mantenha essa posição.
CONCURSO MATERIAL OU CONCURSO REAL – ART. 69
Ocorre quando o agente, mediante duas ou mais condutas, pratica dois ou mais crimes.
PLURALIDADE DE CONDUTAS + PLURALIDADE DE CRIMES
Ele pode ser homogêneo (mesmo crime. ex. dois homicídios) ou heterogêneo (crimes diversos).
#OBS.: qual o momento adequado para somar as penas? O juiz aplica as penas separadamente (mediante o sistema trifásico) e depois soma.
Essa soma será efetuada na sentença ou no acórdão, se todos os crimes forem objeto da mesma ação penal. Se os crimes forem objeto de ações penais diversas, a soma das penas será efetuada pelo juízo de execução. Art. 66-A.
#OBS.: se um crime é de detenção e o outro é de reclusão = primeiro cumpre a pena de reclusão e depois a de detenção. Não soma a quantidade de pena. São espécies diferentes. Consagra a ideia de que as penas mais graves devem ser executadas primeiro. Art. 69, caput, segunda parte. De igual forma executa-se primeiro a pena do o crime e depois a da contravenção.
Se para um dos crimes o juiz aplicou uma pena privativa de liberdade, ou seja, não substituiu nem suspendeu a sua execução? Ele foi preso. Para o outro crime não cabe a pena restritiva de direito (como presta serviços à comunidade se está preso?). O art. 69, § 1.º diz que não é possível, salvo se o crime A está com a pena suspensa pelo sursis. Obs. por lógica, também será admissível a pena restritiva de direito quando ao agente tiver sido imposta pena privativa de liberdade, com regime aberto para o seu cumprimento, eis que será possível o cumprimento simultâneo de ambas.
Art. 69, §1º e 2º - se as penas restritivas de direito forem compatíveis elas são cumpridas simultaneamente. Já se não são compatíveis cumpre primeiro uma e depois outra. O juiz aplicou duas penas de limitação de final de semana – cumpre primeiro uma e quando acabar cumpre a outra.
O concurso material é considerado para efeitos de fiança? Não se concede fiança pela autoridade policial quando, em concurso material, a soma das penas máximas for superior a 04 anos (art. 322 do CPP). É a posição do STJ.
Súmula 811 STJ[footnoteRef:2] – “Não se concede fiança quando, em concurso material, a soma das penas mínimas cominadas for superior a dois anos de reclusão”. Também há decisões do STF nesse sentido: “Não se concede fiança ao réu que responde por crimes em concurso material, cujas penas mínimas somadas excedam dois anos de privação de liberdade” (RT 102/624 e 116/511). Também aqui, obviamente, “mutatis mutandis”, o mesmo raciocínio deve ser estendido aos casos de exasperações do concurso formal e do crime continuado. [2: https://eduardocabette.jusbrasil.com.br/artigos/153353146/concurso-de-crimes-continuidade-delitiva-e-limite-quantitativo-de-pena-para-a-prisao-preventiva-e-fianca-de-acordo-com-a-lei-12403-11 Acesso em: 5 de novembro de 2011.] 
A suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95) somente é admissível quando, no concurso material, o somatório das penas mínimas cominadas não suplantar um ano.
No caso do concurso de crimes, a extinção da punibilidade (prescrição) incidirá sobre a pena de cada um isoladamente.
CONCURSO FORMAL OU IDEAL
Quando o agente, mediante uma única conduta, que não importa obrigatoriamente em um ato único, pratica dois ou mais crimes.
UNIDADE DE CONDUTA + PLURALIDADE DE CRIMES.
Apontam-se, em doutrina, duas teorias acerca do concurso formal de crimes. Pela teoria subjetiva, exige-se unidade de desígnios na conduta do agente para a configuração do concurso formal. Já pela teoria objetiva, bastam a unidade de conduta e a pluralidade de resultados para a caracterização do concurso formal. Pouco importa se o agente agiu ou não com unidade de desígnios. Foi acolhida pelo CP, uma vez que o art. 70, caput, 2a parte, admite o concurso formal imperfeito, em que despontam os desígnios autônomos.
Ex: roubo em ônibus, onde há vários crimes de roubo em concurso formal. É a posição do STF. Há uma só conduta, constituída de vários atos com pluralidade de crimes. Ver dizer o direito no final. Jurisprudência dominante diz que é formal próprio (discordo). Se for o patrimônio do cobrador? Crime único.
Ex1: “X” atira contra “Y” com a finalidade de matá-lo. A bala atravessa o corpo de “Y”, atingindo também “Z”. Haverá concurso de crimes, considerando que houve a prática de dois delitos (homicídio doloso contra “Y” e homicídio culposo contra “Z”). Esses dois crimes foram praticados com apenas uma conduta.
Ex2: “X” decide roubar “Y” em um beco escuro. Após subtrair, com grave ameaça, a bolsa, “X” resolve estuprar “Y”. Haverá concurso de crimes, considerando que houve a prática de dois crimes (roubo e estupro). Esses dois crimes foram praticados com duas condutas.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF – Roubo qualificado consistente na subtração de dois aparelhos celulares pertencentes a duas pessoas distintas, no mesmo instante. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de configurar-se concurso formal a ação única que tenha como resultado a lesão ao patrimônio de vítimas diversas, e não crime único.
*#OUSESABER: Subtração de bens de propriedade de vítimas diferentes, no mesmo contexto fático, é crime único? Segundo o STJ, nesses casos, em regra, estaremos diante de concurso formal ou ideal de crimes. Nesse sentido: "As turmas especializadas em direito penal desta Corte entendem que fica caracterizado o concurso formalou ideal de crimes quando, no mesmo contexto fático e circunstancial, o agente, por meio de uma única ação, apodera-se de bens de propriedade de vítimas diferentes. In caso, o paciente praticou o crime em um mesmo contexto fático e circunstancial, por meio de uma única ação, abordou vítimas distintas, atingindo-lhes o patrimônio. Desse modo, não se pode falar em crime único, mas em pluralidade de delitos, incidindo, no caso, a causa especial de aumento de pena prevista no art. 70 do Código Penal" (STJ- HC 131.029). Vale ressaltar que o STJ, em recente julgado, decidiu que em roubo praticado no interior de ônibus, o fato de a conduta ter ocasionado violação de patrimônios distintos- o da empresa de transporte coletivo e o do cobrador- não descaracteriza a ocorrência de crime único se todos os bens subtraídos estavam na posse do cobrador. O caso acima é bem específico e o entendimento só vale para as situações em que os bens subtraídos, embora pertençam a pessoas distintas, estavam sob os cuidados de uma mesma pessoa, a qual sofreu grave ameaça ou violência. Nos demais casos, os roubos perpetrados com violação de patrimônios de vítimas diferentes, ainda que em um único evento, configurará o concurso formal de crimes, e não crime único. (STJ-HC 204.316-RS e AgRG no Resp 1.396.144-DF).
Concurso ideal homogêneo ou heterogêneo
Conforme se estudou, o concurso formal ocorre quando o agente, mediante uma única conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não.
#OBS.: você deve relembrar que conduta é diferente de ato. Se “João” desfere várias facadas em “Maria” com o intuito de matá-la, ele pratica vários atos, mas uma só conduta.
Pode ser homogêneo ou heterogêneo[footnoteRef:3]. [3: Tema cobrado de maneira aprofundada na primeira fase do MPMG (2016).] 
	HOMOGÊNEO
	HETEROGÊNEO
	O agente, com uma única conduta, pratica dois ou mais crimes idênticos. 
	O agente, com uma única conduta, pratica dois ou mais crimes diferentes. 
	Ex: o sujeito, dirigindo seu veículo de forma imprudente, avança na contramão e atinge outro carro matando as duas pessoas que lá estavam (dois homicídios culposos – art. 302 do CTB).
	Ex: o sujeito, dirigindo seu veículo de forma imprudente, avança na contramão e atinge outro carro matando uma pessoa que lá estava e ferindo a outra (um homicídio culposo e uma lesão corporal culposa – art. 302 e 303 do CTB).
Perfeito ou próprio
(Art. 70, caput, primeira parte).
É aquele em que não há desígnios autônomos, ou seja, dolo. A pluralidade de crimes não emana de vontades autônomas no cometimento dos crimes.
Concurso formal próprio é o concurso formal entre crimes culposos ou entre um crime doloso e os demais culposos. Ex: A queria matar B. Atira nele, mas acerta também C, matando-o. A tinha intenção de matar apenas B, mas também matou C – única conduta com dois resultados – um doloso e um culposo.
O sistema adotado pelo CP aqui é o da exasperação = o juiz aplica a pena mais grave (qualquer delas, se idênticas), aumentada de 1/6 até metade. Segundo o STJ e STF, o aumento se baseia exclusivamente no número de crimes. 1/6 – 1/5 -1/4 -1/3 -1/2. Usa o máximo de seis crimes para chegar em ½ e os demais crimes são utilizados na primeira fase como circunstâncias judicias.
Assim, quanto mais crimes, mais próximo da metade. Quanto menos crimes, mais se aproxima de um sexto. O STF já entendeu que havendo dois crimes, o aumento deve ser de um sexto e a partir daí vai-se aumentando gradativamente de acordo com a quantidade de crimes.
Regras para a fixação da pena: Com base na pena, aplica o critério trifásico. Atente que na terceira fase de aplicação da pena, deve ela ser aumentada de um sexto até a metade.
No concurso próprio ou perfeito surge o instituto do concurso material benéfico – Art. 70, parágrafo único. O concurso formal foi idealizado para beneficiar o réu. Se ele prejudica, ele deve ser abandonado para se aplicar o concurso material. Ex. A pratica um homicídio qualificado e uma lesão corporal culposa (atira para matar a vítima por motivo fútil e um terceiro também é ferido). Pena mínima do homicídio 12 anos e da lesão culposa – 3 meses. Regra do concurso formal – 12 anos + 1/6 = 14 anos. Regra do concurso material = 12 anos e 3 meses.
Imperfeito ou impróprio
(Art. 70, caput, parte final).
A pluralidade de crime emana de desígnios autônomos. É o concurso formal entre crimes dolosos. STJ e STF – Dolo direto ou eventual.
Ele nada mais é que um concurso material com uma única conduta. Ex. sujeito entra na casa e mata todos em fila indiana (conduta única).
O dolo eventual deve ser encarado como desígnio autônomo. Assim, no exemplo acima, se A quer matar B, mas aceita matar C, então há desígnios autônomos, logo há concurso formal, imperfeito.
O sistema adotado é o do acúmulo = o juiz vai somar as penas. Aqui não se pode falar em concurso material benéfico, afinal ele já é um concurso material. É utilizado o mesmo sistema.
Regras para a fixação da pena no concurso formal imperfeito: É a mesma regra do art. 69 do CP. Para o crime X aplica-se o critério trifásico; para o crime Y, também o critério trifásico. Após, a pena X e a pena Y são somadas. Trabalha-se como se fosse concurso material.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ Não há concurso forma, mas crime único, na hipótese em que o contribuinte, numa única conduta declara Imposto de Renda de Pessoa Jurídica com a inserção de dados falsos, ainda que tal conduta tenha obstado o lançamento de mais de um tributo ou contribuição. STJ. 6a turma. Resp 1294687/PE, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, j. em 15/10/2013.
*#CUIDADO #POLÊMICA #DIVERGÊNCIA: Se há uma única subtração patrimonial, mas com dois resultados morte, haverá concurso formal de latrocínios ou um único crime de latrocínio? Qual das duas teses é acolhida pela jurisprudência?
	STJ: concurso formal
	STF e doutrina: um único crime de latrocínio
	É pacífico na jurisprudência do STJ o entendimento de que há concurso formal impróprio no latrocínio quando ocorre uma única subtração e mais de um resultado morte, uma vez que se trata de delito complexo, cujos bens jurídicos tutelados são o patrimônio e a vida.
STJ. 5ª Turma. HC 336.680/PR, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 17/11/2015.
Prevalece, no STJ, o entendimento no sentido de que, nos delitos de latrocínio - crime complexo, cujos bens jurídicos protegidos são o patrimônio e a vida -, havendo uma subtração, porém mais de uma morte, resta configurada hipótese de concurso formal impróprio de crimes e não crime único.
STJ. 6ª Turma. HC 185.101/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 07/04/2015.
	(...) 7. Caracterizada a prática de latrocínio consumado, em razão do atingimento de patrimônio único. 8. O número de vítimas deve ser sopesado por ocasião da fixação da pena-base, na fase do art. 59 do CP. (...)
STF. 2ª Turma. HC 109539, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 07/05/2013.
(...) segundo entendimento acolhido por esta Corte, a pluralidade de vítimas atingidas pela violência no crime de roubo com resultado morte ou lesão grave, embora único o patrimônio lesado, não altera a unidade do crime, devendo essa circunstância ser sopesada na individualização da pena (...)
STF. 2ª Turma. HC 96736, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 17/09/2013.
*#VAICAIR #DICADOMARCINHO #DIZERODIREITO:
• STJ: ocorrendo uma única subtração, porém com duas ou mais mortes, haverá concurso formal impróprio de latrocínios.
• STF: sendo atingido um único patrimônio, haverá apenas um crime de latrocínio, independentemente do número de pessoas mortas. Mas, atenção: o número de vítimas deve ser levado em consideração na fixação da pena-base (art. 59 do CP). É a posição também da doutrina majoritária.
· QUADRO COMPARATIVO
	PERFEITO (normal, próprio)
	IMPERFEITO (anormal, impróprio)
	O agente produziu dois ou mais resultados criminosos, mas não tinha o desígnio de praticá-los de forma autônoma.
	Quando o agente, com uma única conduta, pratica dois ou mais crimes dolosos, tendo o desígnio de praticar cada um deles (desígnios autônomos).
	Ex1: João atira para matarMaria, acertando-a. Ocorre que, por culpa, atinge também Pedro, causando-lhe lesões corporais. João não tinha o desígnio de ferir Pedro.
Ex2: motorista causa acidente e mata 3 pessoas. Não havia o desígnio autônomo de praticar os diversos homicídios.
	Ex1: Jack quer matar Bill e Paul, seus inimigos. Para tanto, Jack instala uma bomba no carro utilizado pelos dois, causando a morte de ambos. Jack matou dois coelhos com uma cajadada só.
Ex2: Rambo vê seu inimigo andando de mãos dadas com a namorada. Rambo pega seu fuzil e resolve atirar em seu inimigo. Alguém alerta Rambo: “não atire agora, você poderá acertar também a namorada”, mas Rambo responde: “eu só quero matá-lo, mas se pegar nela também tanto faz. Não estou nem aí”. Rambo, então, desfere um único tiro que perfura o corpo do inimigo e acerta também a namorada. Ambos morrem.
	Pode ocorrer em duas situações:
·     DOLO + CULPA: quando o agente tinha dolo de praticar um crime e os demais delitos foram praticados por culpa (exemplo 1);
·     CULPA + CULPA: quando o agente não tinha a intenção de praticar nenhum dos delitos, tendo todos eles ocorrido por culpa (exemplo 2).
	Ocorre, portanto, quando o sujeito age com dolo em relação a todos os crimes produzidos. 
Aqui é DOLO + DOLO. Pode ser:
· Dolo direto + dolo direto (exemplo 1);
Dolo direto + dolo eventual (exemplo 2).
	Fixação da pena:
Regra geral: exasperação da pena:
Aplica-se a maior das penas, aumentada de 1/6 até 1/2.
Para aumentar mais ou menos, o juiz leva em consideração a quantidade de crimes.
Exceção: concurso material benéfico
O montante da pena para o concurso formal não pode ser maior do que a que seria aplicada se houvesse feito o concurso material de crimes (ou seja, se fossem somados todos os crimes).
É o caso do exemplo 1, que demos acima, sobre João. A pena mínima para o homicídio simples de Maria é 6 anos. A pena mínima para a lesão corporal culposa de Pedro é 2 meses.
Se fôssemos aplicar a pena do homicídio aumentada de 1/6, totalizaria 7 anos.
Se fôssemos somar as penas do homicídio com a lesão corporal, daria 6 anos e 2 meses.
Logo, nesse caso, é mais benéfico para o réu aplicar a regra do concurso material (que é a soma das penas). É o que a lei determina que se faça (art. 70, parágrafo único, do CP) porque o concurso formal foi idealizado para ajudar o réu.
	Fixação da pena
No caso de concurso formal imperfeito, as penas dos diversos crimes são sempre SOMADAS. Isso porque o sujeito agiu com desígnios autônomos.
#OBS.: Concurso forma e pena de multa
Art. 72. No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente.
Imagine agora o seguinte caso recentemente julgado pelo STJ (com adaptações):
“João”, com a intenção de ceifar a vida de “Maria” (que estava grávida de 8 meses e ele sabia disso), desfere várias facadas em sua nuca. “Maria” e o feto morrem. 
R: “João” praticou homicídio (art. 121) e aborto provocado por terceiro (art. 125) em concurso formal IMPERFEITO (impróprio ou anormal).
Houve dolo direto em relação ao homicídio e dolo eventual no que se refere ao aborto.
Assim, o agente possuía desígnios autônomos com relação aos dois crimes praticados. Tinha o dolo de praticar os dois delitos.
Como será calculada a pena de “João”? A pena pelo homicídio será somada à pena do aborto (segunda parte do art. 70). (Sexta Turma. HC 191.490-RJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 27/9/2012).
#OBS.: Roubo de bens pertencentes a várias vítimas no mesmo contexto:
O sujeito entra no ônibus e, com arma em punho, exige que oito passageiros entreguem seus pertences (dois desses passageiros eram marido e mulher). Tipifique a conduta.
R: O agente irá responder por oito roubos majorados (art. 157, § 2º, I, do CP) em concurso formal (art. 70). Atenção: não se trata, portanto, de crime único!
#DEOLHONAJURISPRUDENCIA Ocorre concurso formal quando o agente, mediante uma só ação, pratica crimes de roubo contra vítimas diferentes, ainda que da mesma família, eis que caracterizada a violação a patrimônios distintos. Precedentes. (...) (HC 207.543/SP, Rel. Min. Gilson Dipp, Quinta Turma, julgado em 17/04/2012).
Nesse caso, o concurso formal é próprio ou impróprio?
R: Segundo a jurisprudência majoritária, consiste em concurso formal PRÓPRIO. Veja recente precedente:
#DEOLHONAJURISPRUDENCIA (...) praticado o crime de roubo mediante uma só ação contra vítimas distintas, no mesmo contexto fático, resta configurado o concurso formal próprio, e não a hipótese de crime único, visto que violados patrimônios distintos. (...) (HC 197.684/RJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em 18/06/2012)
Qual será o percentual de aumento que o juiz irá impor ao condenado:
R: 1/2 (considerando que foram oito roubos).
Segundo o STJ, o critério para o aumento é o número de crimes praticados:
	02 CRIMES
	AUMENTA 1/6
	03 CRIMES
	AUMENTA 1/5
	04 CRIMES
	AUMENTA 1/4
	05 CRIMES
	AUMENTA 1/3
	06 CRIMES
	AUMENTA 1/2
#OBS.: Concurso formal e prescrição:
Para que seja feito o cálculo da prescrição, o juiz irá considerar o total da pena com o aumento do concurso formal ou levará em conta a pena de cada crime, isoladamente?
R: Para fins de calcular a prescrição, o juiz considera a pena aplicada para cada um dos delitos, isoladamente. Assim, não se calcula a prescrição com o aumento imposto pelo concurso formal. O objetivo é que seja mais benéfico ao réu.
CP/Art. 119. No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente.
#OBS.: Concurso formal e suspensão condicional do processo:
A suspensão condicional do processo é prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/95 e somente pode ser aplicada para os réus que estejam sendo acusados de crimes cuja pena mínima seja igual ou inferior a 1 (um) ano.
A pena do furto simples é de 1 a 4 anos. Logo, é possível a suspensão condicional.
E se a pessoa tiver praticado três furtos simples, em concurso formal, ela poderá ser beneficiada com a suspensão condicional do processo?
R: NÃO. Segundo entendeu a jurisprudência, para fins de suspensão, deve-se considerar a pena do crime já com o acréscimo decorrente do concurso formal. Veja:
Súmula 243-STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano.
CRIME CONTINUADO OU CONTINUIDADE DELITIVA
Q – Súmula 711 – aplica lei penal mais grave. Súmula nº 711 
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
CONCEITO
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. 
Ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, nas mesmas condições de tempo, espaço e modo.
PLURALIDADE DE CONDUTAS + PLURALIDADE DE CRIMES DA MESMA ESPÉCIE + CONDIÇÕES SEMELHANTES.
ATENÇÃO: Exige-se uma pluralidade de condutas. No concurso formal há unidade de condutas, mesmo que vários sejam os atos. Essa é a grande diferença. Roubo no ônibus = vários atos – concurso formal. 
Surge no séc. XIV, mas se desenvolve nos séculos XV e XVI. Os glosadorese pós-glosadores desenvolveram o crime continuado para amenizar a Lei Carolina previa a figura do ladrão famoso. Ela dizia que o sujeito que fosse condenado pelo terceiro furto era ladrão famoso e recebia a pena de morte.
Francesco Carrara desenvolve a teoria da ficção jurídica, que foi a adotada pelo nosso CP. HC 70593 INF 448. A Teoria da Ficção jurídica – são vários crimes, mas que para fins de aplicação da pena, o CP considera como crime único. Ex. caixa de supermercado que todos os dias peça 10 reais. ATENÇÃO: Para todos os outros fins os crimes são vários. Ex. prescrição, representação no MP.
Teorias
a) Teoria da Unidade Real: Efetivamente, todos os crimes configuram um só delito. 
b) Teoria da Ficção Jurídica: Apenas para efeito da pena, todos os crimes formam um só delito. Foi a teoria adotada no Brasil. A prova encontra-se no art. 119 do CP: No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. 
c) Teoria Mista: Todos os crimes formam um terceiro tipo de delito.
REQUISITOS
· Pluralidade de condutas
· Crimes da mesma espécie
#OBS.: O que são crimes da mesma espécie? Há duas posições sobre o assunto
1) São aqueles que apresentam características comuns. Pouco importa se estão ou não previstos no mesmo tipo penal. Usar da Defensoria. Ela já chegou a ser adotada pelo STJ. Ex. furto mediante fraude e estelionato – dois crimes patrimoniais com o emprego de fraude.
2) MAJORITÁRIA: são aqueles que estão no mesmo tipo penal e apresentam a mesma estrutura jurídica, ou seja, ofendem o mesmo bem jurídico. STJ e STF. Ex. roubo e latrocínio não apresentam a mesma estrutura jurídica, apesar de estarem no mesmo tipo penal. Posto que os bens jurídicos são a vida e o patrimônio.
Crime da mesma espécie, para o STF, é aquele que pertence ao mesmo tipo penal. Assim, não é possível continuidade delitiva entre roubo e extorsão.
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO #MP Não há continuidade delitiva entre os crimes do art. 6º da Lei 7.492/86 (Lei dos Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional) e os crimes do art. 1º da Lei 9.613/1998 (Lei dos Crimes de "Lavagem" de Dinheiro). Não incide a regra do crime continuado na hipótese, pois os crimes descritos nos arts. 6º da Lei 7.492/86 e 1º da Lei 9.613/98 não são da mesma espécie. STJ. 6ª Turma. REsp 1405989/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. p/ Acórdão Min. Nefi Cordeiro, julgado em 18/08/2015 (Info 569). O art. 6º da Lei nº 7.492/86 prevê o seguinte delito: Art. 6º Induzir ou manter em erro, sócio, investidor ou repartição pública competente, relativamente a operação ou situação financeira, sonegando-lhe informação ou prestando-a falsamente: Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Podem ser sujeitos ativos do crime previsto no art. 6º da Lei 7.492/86 pessoas naturais que se fizeram passar por membro ou representante de pessoa jurídica que não tinha autorização do Bacen para funcionar como instituição financeira. Configura o crime do art. 6º da Lei nº 7.492/86 (e não estelionato do art. 171 do CP) a falsa promessa de compra de valores mobiliários feita por falsos representantes de investidores estrangeiros para induzir investidores internacionais a transferir antecipadamente valores que diziam ser devidos para a realização das operações. STJ. 6ª Turma. REsp 1.405.989-SP, Rel. originário Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. para o acórdão Min. Nefi Cordeiro, julgado em 18/8/2015 (Info 569). 
#OBS.: Crimes parcelares – são vários crimes da mesma espécie da série continuada.
· Conexão temporal: a jurisprudência adotou um critério objetivo. Entre um crime e outro não pode haver prazo superior a 30 dias, mas nada impede que o prazo total ultrapasse isso. Um julgado isolado do STF aplicou o crime continuado com prazo entre um e outro crime de 90 dias, mas, repito, foi isolado.
Isso é a prova de que a jurisprudência é uma fonte formal imediata, porque não só interpreta o direito, mas também o revela.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA A exceção se dá nos casos dos crimes contra a ordem tributária, onde a continuidade pode se dá com intervalo temporal de até três anos entre as condutas. EMENTA: PENAL. EMBARGOS INFRINGENTES. IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. SONEGAÇÃO FISCAL. ART. 1º, I, DA LEI Nº 8.137/90. CRIME CONTINUADO. 1. O acréscimo da continuidade delitiva deve guardar relação com o número de infrações cometidas. 2. In casu, as práticas fraudulentas conducentes ao resultado da sonegação de IRPF nos exercícios de 1999, 2000 e 2001 (anos-base 1998, 1999 e 2000) devem ser consideradas como três crimes, porquanto, de acordo com a própria natureza deste tributo, o delito em questão só pode se repetir ano a ano. 3. Por força do art. 71 do CP, mostra-se proporcional a elevação da reprimenda em 1/5. (TRF4, ENUL 2003.71.08.015513-8, Quarta Seção, Relator Élcio Pinheiro de Castro, D.E. 01/07/2009)
Q – É possível crime continuado no caso de sonegação fiscal (art. 1º)? SIM. Ex.: determinada empresa, mensalmente, tem que recolher o tributo. Todos os meses ela omite valore de seu faturamento a fim de pagar menos tributos. A cada mês ela comete um novo crime, mas pode-se verificar que os demais são continuação do primeiro. Logo, é possível reconhecer a continuidade delitiva.
· Conexão espacial: na mesma cidade ou, no máximo, cidades contíguas (próximas). Prova oral: zonas opostas da cidade de São Paulo (6 horas de distância). Um crime em SP e outro no Rio (1 hora depois porque vai de helicóptero) = qual é o crime continuado? O primeiro é continuado e o segundo não. O que importa não é a quantidade de horas que se leva para chegar e sim a distância física.
· Conexão modal: modo de execução semelhante. Se um furto foi mediante escalada e o outro mediante rompimento de obstáculo – não há continuidade.
· Conexão ocasional: o crime posterior foi praticado em razão da facilidade proporcionada pelo primeiro. Não foi exigida pela lei mas é relatava por parte da doutrina e jurisprudência.
#OBS.: O crime continuado exige um quarto requisito? A unidade de desígnio?
1) Teoria objetiva pura ou puramente objetiva = o crime continuado não depende da unidade de desígnios. Bastam os requisitos objetivos do art. 71, caput. Foi adotada pela exposição de motivos do CP – parte geral, mas ela é uma mera interpretação doutrinária. Defensoria. Luiz Flávio Gomes, Alberto Silva Franco
2) Teoria objetiva subjetiva MAJORITÁRIA = o crime continuado reclama um elemento subjetivo a mais, a unidade de desígnios. STF e STJ. Essa teoria permite diferenciar o crime continuado do habitual. Zaffaroni, jurisprudência dominante. É imprescindível que os vários crimes resultem de plano previamente elaborado pelo agente (Teoria Objetivo-Subjetiva)
ATENÇÃO – Q – O CP adotou a teoria objetiva pura – CORRETO. Ela está expressa na exposição de motivos. O STJ e STF é que se filiam à objetiva subjetiva.
Efetivamente constituem o prosseguimento da primeira. É assente na doutrina e na jurisprudência que não basta que haja similitude entre as condições objetivas (tempo, lugar, modo de execução e outras similares). É necessário que entre essas condições haja uma ligação, um liame, de tal modo a evidenciar-se, de plano, terem sido os crimes subsequentes continuação do primeiro. Essa posição deve ser utilizada em concursos públicos que exigem uma postura mais rigorosa do candidato, para o fim de diferenciar o crime continuado, extremamente vantajoso ao réu, da atividade habitual daquele que adota o crime como profissão.
	Concurso material
	Continuidade delitiva
	Pluralidade de condutas
	Pluralidade de condutas
	Pluralidade de crimes
	Pluralidade de crimes da mesma espécie.
	Não existe o elo de continuidade.
	Elo de continuidade
#OBS.: Crime continuado e Juizado Especial:
O Juizado Especial Criminal possui competência para julgar as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 anos (art. 61 da Lei n. 9.099/95).
Imagine que o agente praticou, em concurso formal, três crimes, cuja pena máxima para cada um deles é de 2anos. Indaga-se: o julgamento será de competência do Juizado?
R: NÃO. É pacífica a jurisprudência do STJ de que, no caso de concurso de crimes, a pena considerada para fins de fixação da competência do Juizado Especial Criminal será o resultado da soma, no caso de concurso material, ou a exasperação, na hipótese de concurso formal ou crime continuado, das penas máximas cominadas aos delitos. Assim, se desse somatório resultar uma pena superior a 02 anos, fica afastada a competência do Juizado (HC 143.500/PE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Quinta Turma, julgado em 31/05/2011).
ESPÉCIES
Crimes continuados simples 
As penas são idênticas. O juiz aplica qualquer uma delas, aumentada de 1/6 a 2/3. O STJ aplica aqui também a tabela de aumento = 1/6, 1/5, ¼, 1/3, ½, 2/3 (sete ou mais). O que passar de sete usa na primeira fase. O critério para o aumento da pena é exclusivamente o número de crimes.
Crime continuado qualificado 
As penas são diversas. O juiz pega a maior pena e aumenta de 1/6 a 2/3.
Crime continuado específico. 
Art. 71, parágrafo único: Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
· Crime doloso;
· Crime com vítimas diferentes;
· Crime cometido com violência ou grave ameaça à pessoa;
· Além dos requisitos do art. 71
· Pode aumentar a pena até o triplo. Isso significa 1/6 até o triplo, segundo o STF – INF 448.
Nesse caso, existe o cúmulo material Benéfico apenas no parágrafo único do art. 71. Mas tal não é justo, razão pela qual aplica esse benefício ao caput do art. 71, por analogia em bonna partem. Mas não é a corrente dominante.
Q ERRADO - em caso de crime continuado, o aumento efetuado pelo juiz não poderá exceder o resultado que ocorreria caso de concurso material de delitos.
#OBS.: Súmula 605, STF Não se admite continuidade delitiva nos crimes contra a vida. Ela não foi revogada, nem cancelada, mas ela perdeu eficácia, pois ela é anterior ao parágrafo único do art. 71.
Como é cobrado em prova?
1. Dois homicídios qualificados em concurso material. Art. 121, §2º, I c/c art. 69, caput, ambos do CP, por duas vezes.
2. Dois homicídios culposos em concurso formal: art. 121, §3º c/c art. 70, caput, 1ªa parte, cp, por duas vezes.
3. Dez furtos simples em continuidade delitiva. Art. 155, caput, c/c art. 71, caput.
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO #IMPORTANTE!!! Impossibilidade de aplicação concomitante da continuidade delitiva comum e específica: se reconhecida a continuidade delitiva específica entre estupros praticados contra vítimas diferentes, deve ser aplicada exclusivamente a regra do art. 71, parágrafo único, do Código Penal, mesmo que, em relação a cada uma das vítimas, especificamente, também tenha ocorrido a prática de crime continuado. STJ. 6ª Turma. REsp 1.471.651-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 13/10/2015 (Info 573).
#OBS.:
Se o juiz da condenação não considera a continuidade delitiva, pode o juiz da execução fazê-lo? Sim, é o que reza o art. 66, III, “a” da LEP. “Compete ao juiz da execução decidir sobre soma ou unificação das penas”.
Súmula 723 do STF: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.
Considera-se o sistema da exasperação para saber se cabe a suspensão condicional do processo ou não.
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO No caso de crime continuado, o art. 71 do CP prevê que o juiz deverá aplicar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de 1/6 a 2/3. O STJ entende que, em regra, a escolha da quantidade de aumento de pena deve levar em consideração o número de infrações praticadas pelo agente. Porém, nem sempre será fácil trazer para os autos o número exato de crimes que foram praticados, especialmente quando se trata de delitos sexuais. É o caso, por exemplo, de um padrasto que mora há meses ou anos com a sua enteada e contra ela pratica constantemente estupro de vulnerável. Nessas hipóteses, mesmo não havendo a informação do número exato de crimes que foram cometidos, o juiz poderá aumentar a pena acima de 1/6 e, dependendo do período de tempo, até chegar ao patamar máximo. Assim, constatando-se a ocorrência de diversos crimes sexuais durante longo período de tempo, é possível o aumento da pena pela continuidade delitiva no patamar máximo de 2/3 (art. 71 do CP), ainda que sem a quantificação exata do número de eventos criminosos. STJ. 5ª Turma. HC 311.146-SP, Rel. Min. Newton Trisotto (Desembargador convocado do TJ-SC), julgado em 17/3/2015 (Info 559).
*#DEOLHONAJURIS #STF: Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que praticados em conjunto. Isso porque, os referidos crimes, apesar de serem da mesma natureza, são de espécies diversas. STJ. 5ª Turma. HC 435.792/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/05/2018. STF. 1ª Turma. HC 114667/SP, rel. org. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 24/4/2018 (Info 899). Não há como reconhecer a continuidade delitiva entre os crimes de roubo e o de latrocínio porquanto são delitos de espécies diversas, já que tutelam bens jurídicos diferentes. STJ. 5ª Turma. AgInt no AREsp 908.786/PB, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 06/12/2016.
RESUMO
	RITO
	PENA com o concurso
	SUSPENSAO CONDICIONAL DO PROCESSO
	PENA com o concurso
	EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
	Pena individual
	PRESCRIÇÃO
	Pena individual
	MULTA
	Pena individual
	CRIME CONTINUADO
	Pluralidade de Condutas + Pluralidade de Crimes da Mesma Espécie + Requisitos Específicos 
	NATUREZA JURÍDICA
	Teoria da unidade real: todas as condutas praticadas que, por si sós, já se constituiriam em infrações penais, são um único crime.
Teoria da ficção jurídica: cada uma das condutas praticadas se constitui em uma infração penal diferente. No entanto, por ficção jurídica, esses diversos crimes são considerados, pela lei, como crime único. 
Teoria mista: se houver crime continuado surge um terceiro crime, resultado do próprio concurso.	
	REQUISITOS
	1. Pluralidade de Condutas
2. Pluralidade de Crimes da Mesma Espécie 
3. Conexão: temporal, espacial e modal. 
4. Unidade de desígnios? Embate entre teoria objetiva e teoria objetiva-subjetivo.
	CONEXÃO DE TEMPO
	30 dias. Em alguns delitos, como nos crimes contra a ordem tributária, a jurisprudência admite que esse prazo seja maior. 
	CONEXÃO ESPACIAL
	Mesma cidade, ou, cidades contíguas. O critério é a distância física, e não o tempo de deslocamento.
	CONEXÃO QUANTO À MANEIRA DE EXECUÇÃO (CONEXÃO MODAL):
	Mesmo modus operandi.
	O que são crimes da mesma espécie?
Divergência.
→ Corrente 01: características comuns. 
→ Corrente 02 (majoritária, STJ e STF): previstos no mesmo tipo penal e ofendam o mesmo bem jurídico.
	Não há continuidade delitiva entre: furto x roubo. Roubo simples x latrocínio. Roubo x extorsão. Crimes do art. 6º da Lei nº 7.492/86 e os crimes do art. 1º da Lei nº 9.613/1998. 
	Espécies de crimes (continuidade)
É pacífica a jurisprudência do STJ de que, no caso de concurso de crimes, a pena considerada para fins de fixação da competência do Juizado Especial Criminal será o resultado da soma, no caso de concurso material, ou a exasperação, na hipótese de concurso formal ou crime continuado, das penas máximas cominadas aos delitos. 
A expressão "desígnios autônomos" refere-se a qualquer forma de dolo, seja ele direto ou eventual. 
	a) simples (comum): agente pratica dois ou mais crimes que possuem a mesma pena. 
b) qualificado: agente pratica dois ou mais crimes que possuem penas diferentes. 
c)específico: crimes dolosos cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa contra vítimas diferentes. 
INFORMATIVO 573 DO STJ: impossibilidade de aplicação concomitante da continuidade delitiva comum e específica. 
#CAIUEMPROVA
1. (DPE/SP – 2012) O agente que investe com seu veículo automotor dolosamente em direção a um desafeto atingindo-o, mas acaba por lesionar culposamente também um terceiro, incorre em hipótese de concurso formal imperfeito ou impróprio. ( )
2. (DPE/SP – 2012) Se a aplicação do critério do concurso formal redundar em pena superior àquela que seria aplicável na hipótese de reconhecimento do concurso material, as penas relativas aos crimes devem ser somadas. ( )
3. (DPU – 2010) Segundo precedentes do STJ, o percentual de aumento decorrente do concurso formal de crimes deve ser aferido em razão do número de delitos praticados, e não, à luz das circunstâncias judiciais analisadas na primeira fase da dosimetria da pena. ( )
4. (Promotor RN – 2009) Abel pretendia tirar a vida do seu desafeto Bruno, que se encontrava caminhando em um parque ao lado da namorada. Mesmo ciente de que também poderia acertar a garota, Abel continuou sua empreitada criminosa, efetuou um único disparo e acertou letalmente Bruno, ferindo levemente sua namorada. A partir dessa situação hipotética pode-se dizer que Abel deve responder pelos delitos de homicídio e lesão corporal leve em concurso formal imperfeito. ( )
5. (Juiz TJCE – 2012) Se, no delito de roubo, houver, com uma só ação, lesão ao patrimônio de várias vítimas, estará configurado concurso formal, raciocínio que não se aplica ao crime de cárcere privado nas hipóteses em que, por meio de uma só conduta, haja a restrição da liberdade de mais de uma pessoa, caso que configura um único delito. ( )
6. (Juiz Federal TRF5 – 2011) Caracteriza-se o concurso formal quando praticados crimes de roubo mediante uma só ação, exceto se as vítimas forem distintas. ( )
7. (Juiz TJES – 2012) Suponha que, em troca de tiros com policiais, certo traficante atinja o soldado A, e o mesmo projétil também atinja o transeunte B, provocando duas mortes. Nesse caso, ainda que não tenha pretendido matar B, nem aceito sua morte, o atirador responderá por dois homicídios dolosos em concurso formal imperfeito. ( )
8. (Promotor RN – 2009) Na hipótese de concurso formal perfeito de infrações penais de menor potencial ofensivo, afasta-se a competência do juizado especial criminal, ainda que a pena máxima cominada ao crime mais grave acrescida de eventual exasperação máxima decorrente do concurso resulte em pena privativa de liberdade não-superior a dois anos. ( )
9. (Juiz TJPB – 2011) Compete à justiça comum o julgamento de acusado de crime de menor potencial ofensivo em concurso formal com delito de outra natureza, visto que, no concurso de crimes, a pena considerada para a fixação da competência é a resultante da soma das penas previstas, havendo concurso material, ou da exasperação, no caso de concurso formal ou de crime continuado. ( )
10. Ocorre concurso formal quando o agente, mediante uma só ação, pratica crimes de roubo contra vítimas diferentes, ainda que da mesma família, eis que caracterizada a violação a patrimônios distintos. ( )
Gabarito:
	1. E
	2. C
	3. C
	4. C
	5. E
	6. E
	7. E
	8. E
	9. C
	10. C
	DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO
	DIPLOMA
	DISPOSITIVO
	Código Penal
	Art. 69 a 72
	BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
- Anotações de aula
- Direito Penal - Parte Geral - Vol. 1 – Cleber Masson 
- Informativos STF e STJ (Dizer o Direito)

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