Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.1 2. Considerações Gerais Sobre Reabilitação de Estruturas 2.1. DEFINIÇÕES Durabilidade: aptidão da construção em desempenhar as funções para as quais foi concebida durante um determinado período de tempo, sem que, para isso, sejam necessários gastos imprevistos para manutenção e reabilitação. SE HOUVE GASTO, MAS FOI COM MANUTENÇÃO PREVISTA, ENTÃO A DURABILIDADE DA ESTRUTURA ESTÁ PRESERVADA. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.2 Patologia das Construções: Estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema. Estuda os sintomas, os mecanismos de ocorrência, as causas, as origens e as conseqüências dos defeitos nas construções. (Fonte: Apostila Elvio M. Piancastelli) Exemplo: Sintoma: fissuras e lascamentos do concreto na região em que existem barras de aço dos estribos Mecanismo: formação de uma célula de corrosão eletroquímica no concreto ; diferença de potencial, etc... Causa: Corrosão da armadura Origem: Falta de cobrimento adequado (devido erro de projeto) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.3 Sintomas (Manifestações patológicas, lesões, danos ou defeitos): geralmente externas, com características próprias para cada tipo de patologia, das quais se pode deduzir a natureza, a origem, os mecanismos de ocorrência dos fenômenos envolvidos e suas conseqüências. Exemplos: Fissuras e lascamento do concreto por corrosão de armaduras Eflorescências no concreto Eflorescências: Depósitos brancos que se formam sobre a superfície do concreto, argamassas, e outros materiais porosos alteram a estética dos acabamentos. Água de infiltração causa dissolução dos sais (hidróxido de cálcio) do cimento lixiviação Quando a água evapora, deposita os sais na superfície gerando as eflorescências. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.4 Mecanismo de ocorrência: definido como o processo de criação das manifestações patologicas. Exemplo do mecanismo de ocorrência de corrosão em barras de aço: Fig. - Deterioração progressiva devida à corrosão das armaduras (HELENE, 1986) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.5 Causas: Os agentes causadores dos problemas patológicos podem ser vários: Exemplo: Fissura (sintoma) em viga devido momento fletor: agente causador é a carga (se não houver carga não haverá fissura qualquer que seja a origem do problema!) Fissuras verticais (sintoma) em vigas: agente causador pode ser a variação da umidade (a retração hidráulica devido falta de cura), etc... PARA CADA CAUSA ESPECÍFICA HÁ UMA TERAPIA MAIS ADEQUADA! Agentes atmosféricos; Agentes biológicos; Corrosão das armaduras; Outros... Variações térmicas intrínsecas e extrínsecas ao concreto; Danos acidentais (incêndios ou colisões); Mudanças de uso (aumento dos esforços solicitantes); Incompatibilidade de materiais; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.6 Origem: Um bom diagnóstico de um problema patológico deve indicar em que etapa do processo construtivo teve origem o fenômeno. O processo de construção e uso pode ser dividido em quatro grandes etapas: 1. PROJETO 2. EXECUÇÃO 3. FABRICAÇÃO DOS MATERIAIS 4. USO Problemas provenientes de qualquer uma dessas etapas alteram as condições normais de uso da estrutura geram necessidade de realizar INTERVENÇÕES! EXEMPLO: Uma fissura devido ao momento fletor em vigas tanto pode ter origem em um projeto inadequado, quanto na qualidade inferior do aço usado ou na má execução, (p.ex.: concreto de resistência inadequada) ou até devido ao mau uso da estrutura com colocação de cargas superiores às previstas no projeto. Embora o fenômeno e sintomas possam ser os mesmos... PARA CADA ORIGEM DE UM PROBLEMA HÁ UMA TERAPIA MAIS ADEQUADA! Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.7 PORQUE É IMPORTANTE IDENTIFICAR A ORIGEM DO PROBLEMA PATOLÓGICO? Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.8 Estudos na Europa indicaram que a maioria das manifestações patológicas tem origem na etapa de PROJETO falhas geralmente mais graves! CARMONA FILHO, citado por SOUZA (1991), realizou estudo semelhante no Brasil, e constatou que aqui, a etapa de EXECUÇÃO é responsável pelas principais causas das anomalias. execução 52% projeto 18% uso 24% materiais 6% (a) Brasil (SOUZA, 1991) SERIA INTERESSANTE REALIZAR NOVAMENTE UM ESTUDO DESTES AQUI NO BRASIL DEPOIS DE 20 ANOS PARA VER SE ALGO MUDOU! QUAL A IMPORTÂNCIA DA IDENTIFICAÇÃO DA ORIGEM DO PROBLEMA? Permite identificar, para fins judiciais, quem cometeu a falha. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.9 Avaliação: Faz parte do DIAGNÓSTICO. É o processo de verificação das condições físicas e ambientais, das características mecânicas e do desempenho efetivo de uma estrutura. Permite identificar as conseqüências dos problemas patológicos e ajuda na escolha da TERAPIA adota. CONSEQÜÊNCIAS: Nível inadequado da segurança das estruturas (associada ao estado limite último – GRAVE!!). Nível inadequado das condições de utilização da construção (estados limites de serviço) que afetam as condições de higiene, estética e funcionalidade da estrutura. Nível inadequado das condições de durabilidade da construção. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.10 Terapia: estuda a correção e a solução dos problemas patológicos, inclusive aqueles devidos ao envelhecimento natural das estruturas. Definida após a avaliação (DIAGNÓSTICO) dos problemas que afetam a estrutura analisada. Para obter êxitos nas medidas terapêuticas adotadas, é necessário não apenas um bom diagnóstico, mas também que se conheçam muito bem as vantagens e desvantagens dos materiais e dos procedimentos de reabilitação estrutural adotados. As medidas terapêuticas adotadas podem incluir pequenos reparos localizados, uma recuperação generalizada da estrutura ou reforços dos elementos estruturais. (QUAL A DIFERENÇA ENTRE ELES?) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.11 Reparo: correção localizada de problemas patológicos. (EXISTE TÉCNICA PARA FAZER!) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.12 Recuperação: correção dos problemas patológicos de forma a restituir total ou parcialmente o desempenho original da peça. Viga de borda de um Píer e laje da garagem de um edifício residencial(necessário inclusive escoramento da laje!) (ambas estruturas com problemas de corrosão) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.13 Reforço:é a correção de problemas patológicos com aumento da resistência ou ampliação da capacidade portante da estrutura. Viga e pilar reforçados por adição de armadura e concreto Reabilitação ou Intervenção: abrange situações em geral, envolvendo tanto reparo simples, como recuperação e reforço. Definida com sendo a ação necessária para habilitar a estrutura a cumprir novamente suas funções originais ou habilitar a estrutura a responder a novas condições de uso. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.14 2.2. VISÃO GLOBAL DAS ETAPAS PARA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS PATOLÓGICOS (continua no próximo slide...) Inspeções Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.15 Fluxograma de atuação para solução de Problemas Patológicos - segundo Lichtenstein (Piancastelli) Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.16 2.3. TIPOS DE INSPEÇÃO DE UMA OBRA Para diagnosticar o problema que afeta a obra, pode-se realizar as seguintes inspeções técnicas: Inspeção preliminar: compreende o exame visual da estrutura e a realização de alguns ensaios com os materiais esta inspeção corresponde à VISTORIA DO LOCAL. mencionada no fluxograma do slide anterior. Inspeção detalhada: serve para quantificar a extensão da deterioração e caracterizar todos os elementos da estrutura. Sendo feita somente se for necessária corresponde à etapa da ANAMNESE e à definição dos ENSAIOS COMPLEMENTARES do slide anterior. Inspeção final: avalia os resultados do tratamento aplicado, verificando a qualidade dos serviços esta inspeção corresponde à etapa da AVALIAÇÃO mencionada no slide anterior. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.17 ROTEIRO DE INSPEÇÃO Não existe um procedimento padrão de vistoria, mas, geralmente deve-se: Fazer o levantamento da “memória” da obra, buscando-se projetos iniciais, plantas, memórias de cálculo, especificações de materiais e resistências, dentre outros documentos. Elaborar uma ficha de antecedentes da estrutura e do meio-ambiente (com base em documentos técnicos ou visita prévia) ver formulário 1e 2; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.18 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.19 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.20 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.21 Realizar um exame visual geral da estrutura p/ caracterizar os defeitos existentes quanto ao tipo, extensão, localização e intensidade. FORMULÁRIO 3 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.22 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.18 Realizar o cadastramento das anomalias observadas usando uma simbologia adequada TABELA DE LEGENDA DE ANOMALIAS USADA PELA COMPANHIA DE METRÔ DE SP Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.19 Analisar o problema do ponto de vista estrutural (estabilidade e segurança) e da durabilidade; Identificar a causa do problema procurando determinar os agentes agressores seja por observação visual, contatos com o pessoal envolvido, ensaios tecnológicos ou outros meios. Definir o tipo de reabilitação a ser aplicado, indicando os passos necessários para sua realização e garantindo a estabilidade, segurança e durabilidade desejáveis para a estrutura; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.20 2.4. VISTORIA DO LOCAL INSPEÇÃO PRELIMINAR A inspeção preliminar consiste basicamente de: • Exame visual de toda estrutura, utilizando um binóculo se for difícil o acesso direto, • Registrar, cuidada e sistematicamente, os dados colhidos, através de: ♦ descrição; ♦ croqui esquemático; ♦ registro fotos e filmes. Exemplos de inspeção tradicional (com fotos) e de inspeção com filmagem Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.21 • Definição da geometria dos componentes da estrutura; • Anotação de todos os sintomas visuais: manchas de óxidos e sua coloração, situação e tamanho das fissuras etc.. ; • Identificação da agressividade do ambiente; • Eliminação do concreto de cobrimento em alguns pontos singulares para a observação visual direta das armaduras, • Avaliar a gravidade da situação (segurança do usuário) e tomar as medidas cabíveis. ♦ Casos críticos: escorar e evacuar a edificação; • Definir extensão do quadro patológico e extensão da vistoria (precisa inspeção detalhada?); • Definir seqüência da vistoria: ordem de verificação dos andares, cômodos e peças estruturais; • Levantar os dados utilizando os cinco sentidos: ♦ características da anomalia; ♦ posição em relação à estrutura; ♦ extensão; ♦ forma de evolução. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.22 PRINCIPAIS INSTRUMENTOS UTILIZADOS NUMA INSPEÇÃO PRELIMINAR régua, metro e giz; fio de prumo; nível d´água; escova de cerdas metálicas; lupa, binóculo e lanterna; máquina fotográfica e filmadora; furadeira elétrica de impacto; equipamento de acesso: escada, cavalete... Fissurômetro (abertura de fissuras); extensômetro mecânico ou elétrico (deformação); martelo (teste de percussão e de facilidade de destacamento); pacômetro (localiza barras de aço dentro do concreto, e sua profundidade em relação a superfície), esclerômetro (determinação do valor aproximado da resistência à compressão por meio da avaliação da dureza superficial do concreto), Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.23 PRINCIPAIS ENSAIOS USADOS EM UMA INSPEÇÃO PRELIMINAR ♦ teste da abertura de fissuras (fissurômetro); ♦ teste de percussão (martelo de borracha); ♦ teste de facilidade de destacamento (martelo de bico); ♦ teste do grau de carbonatação (espessura carbonatada - fenolftaleina); ♦ teste preliminar de dureza superficial (esclerometria); Exemplo de teste de percussão – Detecção de falhas – Fonte: Peter H. Emmons Som “oco” “falha constatada” Spray usado para marcar o local da falha Spray usado para marcar o local “falha constatada” Equipamento usado no teste de percussão de grandes áreas Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.24 Ensaio de esclerometria (NBR 7584) – site: www.peritos.eng.br/ferramentas/esclerometro Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.25 2.5. ANAMNESE – 1ª. FASE DA INSPEÇÃO DETALHADA ANAMNESE (recordar): Levantamento de dados para entender a história do problema e do edifício. Deve ser feita se os dados da vistoria no local não forem suficientes para o diagnóstico. 1ª.Fase da inspeção detalhada: coleta de informações orais e formalizadas INFORMAÇÕES ORAIS: dos usuários; dos vizinhos; do projetista; do construtor; dos operários; da fiscalização; etc... Os “interrogatórios” exigem técnica, paciência, tato, e boa dose de psicologia, por serem diversos os tipos de interesse de cada pessoa com relação à obra. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.26 INFORMAÇÕES FORMALIZADAS: ♠ projeto (incluindo desenhos “as built”); ♠ memorial de cálculo; ♠ caderno de encargos; ♠ especificações de serviços; ♠ especificações de materiais; ♠ especificações de uso (pouco comum); ♠ diário de obra; ♠ ensaios de recebimento de materiais; ♠ notas fiscais de materiais e componentes; ♠ contratos de execução de serviços; ♠ cronograma físico-financeiro previsto e executado Consultar: CREA; CONSTRUTORA; ESCRITORIO DOS PROJETISTAS; ETC. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.27 EXAMES COMPLEMENTARES - 2ª. FASE DA INSPEÇÃO DETALHADA Se mesmo após a ANAMNESE ainda não for possível diagnosticar o problema, deve-se: elaborar um plano de trabalho a partir das informações provenientes da inspeção preliminar e da documentação existente sobre a estrutura (anamnese) selecionar zonas para realização de exame visual mais detalhado da estrutura e elaborar de um plano de amostragem; planejar e prover os meios de acesso a todos os elementos a inspecionar, assim como a disponibilidade de energia, água e outros meios auxiliares para a realização dos trabalhos. selecionar as técnicas de ensaio/medição/análise mais apropriadas para o caso estudado; SITUAÇÃO – EXEMPLO Se eu quero avaliar a corrosão, o primeiro passo e identificar o tipo de corrosão que deve estar ocorrendo na peça, pois se devem usar técnicas distintas para cada uma delas. Para avaliar corrosão causada por carbonatação usar técnica 1 Para avaliar corrosão causada por cloreto usar técnica 2 Para avaliar corrosão causada por sulfatos usar técnica 3 Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.28 selecionar as regiões para ensaio/medição/análises físico-químicas no concreto, armadura e meio ambiente; SITUAÇÃO - EXEMPLO Será que é adequado eu fazer testes para avaliar a corrosão por espessura carbonatada na mesma região em que vou fazer teste de esclerometria? Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.29 Resp.: Concretos carbonatados superestimam em até 50% a dureza superficial avaliada no ensaio de escleromentria, quando comparados com concretos não carbonatados. Então qual seria a solução caso eu precisasse saber estes dois parâmetros (resistência do concreto e a intensidade da carbonatação deste mesmo concreto)? Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.30 Resp.: Devo tentar estabelecer coeficientes corretivos ou avaliar a resistência do concreto em outra região menos propensa à esta corrosão. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.31 realizar as medições/ensaios/análises dos materiais (concreto e/ou armadura) necessários; a) esclerometria b) Avaliação do potencial de corrosão c) Extração de material para análise IMPORTANTE Os dados devem ser colhidos ordenadamente. O registro excessivo de dados e de maneira desordenada pode criar dificuldades e desviar o patologista do caminho certo. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.32 OBSERVAÇÕES Uma inspeção criteriosa da estrutura deverá permitir a analise dos aspectos qualitativos e quantitativos do concreto, da armadura e do desempenho das estruturas como um todo, preferencialmente, sem interrupção das funções do elemento a ser estudado. Durante a inspeção deve-se ter em mente a segurança pessoal do profissional, evitando-se riscos. Muitas vezes são necessários equipamentos de segurança como roupas especiais, máscaras, botas, etc. Alguns profissionais sugerem a visualização externa da verticalidade dos pilares e paredes e a horizontalidade das peças, antes de entrar na edificação Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.33 Os exames (ensaios) complementares podem ser: Físicos, Químicos e/ou Biológicos. Realizados em Laboratório ou “In loco” Destrutivos ou Não-destrutivos Fazer os exames estritamente necessários! O patologista deve conhecer a capacidade de resolução, as limitações, e as possibilidades de erros de cada tipo de exame, para que possa fazer uma análise crítica dos resultados. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.34 Exames em Laboratório deve-se extrair algum tipo de material da estrutura para... a) Determinação das características mecânicas dos materiais: ♣ resistência à compressão; ♣ resistência à tração; ♣ módulo de elasticidade; ♣ aderência; ♣ resistência à abrasão e à impactos; b) Determinação de propriedades físicas (inerentes ao material): ♣ densidade; ♣ permeabilidade; ♣ porosidade; ♣ absorção d’água; ♣ coeficiente de dilatação térmica e condutibilidade térmica; ♣ condutibilidade elétrica (mapeamento do potencial elétrico e intensidade de corrente de corrosão); c) Reconstituição do traço do concreto; d) Verificação e quantificação da presença de elementos ou compostos químicos (p.ex. Dosagem de cloretos, sulfetos, sulfatos, óxidos de enxofre); e) Verificação da reatividade alcali-agregado; f) Verificar a presença de microorganismos vivos; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.35 Exames “In Loco” a) Ensaios Não Destrutivos ♣ Esclerometria (avaliação da dureza superficial ⇒ fck); ♣ Pacometria (avalia o cobrimento e estima a posição das áreas de aço bitolas); ♣ Sonometria (verificação de aderência entre materiais); ♣ Resistividade e Potencial eletroquímico (atividade e potencial de corrosão); ♣ Raios X (verificação da estrutura interna); ♣ Gamagrafia (verificação da estrutura interna); ♣ Sondagem Sônica (verificação da integridade do concreto de estruturas enterradas); ♣ Prova de Carga (verificar o comportamento e desempenho - resistência residual da estrutura). ♣ Ultrassom (verifica a estrutura interna e estima a resistência e o módulo de elasticidade); Aparelho de ultra-som usado na determinação indireta da uniformidade, resistência, cavidades, rachaduras, danos causados por fogo ou congelamento e módulo de elasticidade (NBR 8802). Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.36 Pesquisas na área de ensaios não destrutivos cresceu muito devido a necessidade de entender os mecanismos de deterioração e da determinação da extensão dos danos em uma estrutura, antes de se proceder qualquer serviço de recuperação. Entretanto, algumas das técnicas que avaliam anomalias em estruturas de concreto (material não homogêneo), ainda estão restritas a trabalhos em laboratórios e trabalhos de pesquisas,devido às limitações do conhecimento do seu potencial de uso, e às vezes, ao elevado custo. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.37 b) Ensaios Destrutivos ♣ Extração de corpos de prova de concreto e armadura (determinação de resistências, módulo de elasticidade, etc); ♣ Ensaios de arrancamento (avaliação de aderência entre materiais e estimativa de resistência). Extração de testemunhos de estruturas de concreto - site: www.peritos.eng.br/ferramentas/extrator Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.38 2.6. PESQUISA Se mesmo depois da realização das inspeções e testes não se consiga fazer o diagnóstico: fazer PESQUISAS BIBLIOGRÁFICAS OU TECNOLÓGICAS. Se necessário buscar auxílio de profissionais de: outras áreas da engenharia ; outras ciências Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.39 2.7. DIAGNOSTICO Fase mais importante do processo Define o sucesso ou fracasso da terapia adotada. Dados levantados devem ser interligados de maneira a formar uma história para o surgimento e evolução do quadro patológico Todos os dados devem se encaixar na história (não desprezar nenhum deles) O patologista imagina hipóteses e verifica sua possível veracidade, através do perfeito encaixe dos dados disponíveis (Formulação e Eliminação de hipóteses). Sempre haverá um grau de incerteza no diagnóstico, a eficácia só poderá ser confirmada pela resposta satisfatória da estrutura ao tratamento prescrito. Obs: A incerteza pode persistir, pois enfermidades diferentes podem ser tratadas com mesmo “remédio”. Podem existir casos em que se tem que atuar com base num diagnóstico provisório, que será posteriormente aferido e adequadamente corrigido. Um diagnóstico equivocado implicará em intervenções que não conseguirão curar a enfermidade, e dificultarão análises e estudos futuros, além do inútil gasto de dinheiro. Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.40 2.8. PROGNOSTICO E DEFINIÇÃO DA CONDUTA A SER SEGUIDA Levantamento das hipóteses sobre a evolução futura do problema (PROGNÓSTICO). (QUANTO TEMPO DE VIDA A ESTRUTURA TEM SE NADA FOR FEITO?) Só depois disso é que o especialista define A CONDUTA A SER SEGUIDA, que poderá ser de: • Não intervir, mas: estimar o tempo de vida da estrutura, limitar sua utilização, indicar sua demolição. • Impedir ou controlar sua evolução; • Erradicar a enfermidade reparar ; recuperar ou reforçar?; Disciplina: Reabilitação de Estruturas de Concreto Armado - Profa. Andréa Prado A. R. Liserre 2.41 A escolha da intervenção adequada deve ser feita com base nos seguintes parâmetros: • Grau de incerteza sobre os efeitos que produzirão; • Relação custo / benefício; • Disponibilidade de tecnologia para a execução dos serviços. 2.9. AVALIAÇÃO E REGISTRO DO CASO Após a execução da intervenção, o desempenho da edificação deve ser AVALIADO Verificar se intervenção está adequada, ou se é necessário nova análise e novas medidas corretivas. PORTANTO O PROCESSO DE ATUAÇÃO SOBRE PROBLEMAS PATOLÓGICOS É CÍCLICO. IMPORTÂNCIA DO REGISTRO DO CASO Independente do nível de êxito alcançado, ou mesmo de fracasso na tentativa de solução de um problema patológico, o registro e a publicação do caso contribui enormemente para o desenvolvimento dessa nova ramificação da Engenharia Civil, pois se torna mais uma fonte de informações sobre a patologia, a recuperação e o reforço de estruturas.
Compartilhar