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AVALIAÇÃO_PATOLÓGICA_DE_ESTRUTURA

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CENTRO UNIVERISTÁRIO DO DISTRITO FEDERAL – UDF 
COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
FELIPE BRAGA DE MOURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO PATOLÓGICA DE ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO 
(ESTUDO DE CASO) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília 
2014
 
ii 
 
FELIPE BRAGA DE MOURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO PATOLÓGICA DE ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO 
(ESTUDO DE CASO) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso 
apresentado à Coordenação de 
Engenharia Civil do Centro Universitário 
do Distrito Federal - UDF, como requisito 
parcial para obtenção do grau de bacharel 
em Engenharia Civil. Orientador: Prof. 
MSc. Fernando Peroba Júnior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília 
2014
 
iii 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
BRAGA, F.M. (2014). Avaliação Patológica de Estrutura de Concreto Armado 
(Estudo de Caso). Projeto Final de Graduação. Coordenação do Curso de 
Engenharia Civil, Centro Universitário do Distrito Federal – UDF, Brasília, DF, 96 p. 
 
CESSÃO DE DIREITOS 
 
NOME DO AUTOR: Felipe Braga de Moura 
TÍTULO DO PROJETO FINAL: Avaliação Patológica de Estrutura de Concreto 
Armado (Estudo de Caso) 
GRAU / ANO: Graduado / 2014. 
 
É concedido ao Centro Universitário do Distrito Federal – UDF a permissão para 
reproduzir cópias deste Projeto Final e para emprestar ou vender com porcentagem 
ao autor de 20 % tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O 
autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte deste Projeto Final 
pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor. 
 
 
 
 
_____________________________ 
Felipe Braga de Moura 
Setor Habitacional Vicente Pires Rua 08 Chácara 186 Casa 19 
72.006-765 – Brasília/DF - Brasil 
felipee.eng@gmail.com 
 
BRAGA, FELIPE MOURA 
 
Avaliação Patológica de Estrutura de Concreto Armado (Estudo de Caso). 
Brasília - DF, 2014. 
 
xvi, 96p., 210x297 mm (UDF, Graduação, Engenharia Civil, 2014). 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação de Engenharia Civil 
do Centro Universitário do Distrito Federal - UDF, como requisito parcial para 
obtenção do grau de bacharel em Engenharia Civil. 
Orientador: Prof. MSc. Fernando Peroba Júnior. 
 
 
1. Estruturas de concreto. 2. Intervenções. 
3. Danos. 4. Reforço/Recuperação estrutural. 
 
I. Avaliação Patológica de Estrutura de Concreto Armado (Estudo de Caso) 
 
CDU 
 
iv 
 
FELIPE BRAGA DE MOURA 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO PATOLÓGICA DE ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO 
(ESTUDO DE CASO) 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso 
apresentado à Coordenação de 
Engenharia Civil do Centro Universitário 
do Distrito Federal - UDF, como requisito 
parcial para obtenção do grau de bacharel 
em Engenharia Civil. Orientador: Prof. 
MSc. Fernando Peroba Júnior. 
 
 
Brasília, _____ de Dezembro de 2014. 
 
 
 
Banca Examinadora 
 
 
_________________________________________ 
Fernando Peroba Júnior 
Prof. MSc. Orientador 
Centro Universitário do Distrito Federal – UDF 
 
__________________________________________ 
Marcelo Augusto Sales da Silva 
Prof. MSc. Examinador Interno 
Centro Universitário do Distrito Federal – UDF 
 
___________________________________________ 
Francisco Francione Soares Júnior 
Prof. MSc. Examinador Externo 
 
 
 
 
Nota: ______ 
 
v 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico “in memoriam” a minha 
avó/mãe Maria Mirian, que me 
incentivou e proporcionou a 
oportunidade de realizar este sonho 
em minha vida. 
.
 
vi 
 
AGRADECIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradeço primeiramente a Deus, por me 
fortalecer nos momentos mais difíceis 
permitindo mais uma conquista em minha 
vida; 
A minha esposa e filhas que me 
compreenderam em todos os momentos 
mais difíceis do curso; 
Aos meus familiares que sempre me 
apoiaram, em especial ao meu tio 
Ricardo Braga; 
Aos meus amigos que desde o início do 
curso, fomos juntos realizando este 
sonho; 
Aos professores Fernando Peroba e 
Myllane Hortegal pela dedicação, auxílio 
e correções desse trabalho. 
 
 
 
 
 
 
vii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O único lugar onde o sucesso vem 
antes do trabalho é no dicionário.” 
Albert Einstein 
 
 
 
 
 
 
 
 
viii 
 
RESUMO 
 
A rápida deterioração as quais as estruturas de concreto armado estão 
submetidas, fazem com que ocorra redução da durabilidade e vida útil das 
edificações, situação que, além de afetar a segurança da construção, acarreta 
também custos consideráveis para recuperar ou reforçar as estruturas enfermas. O 
presente trabalho teve por objetivo realizar visitas na obra do estudo de caso para 
identificar os danos mais comuns em elementos estruturais e indicar seus 
diagnósticos e terapias em um relatório técnico-fotográfico. Ao final, foi avaliado se 
as soluções impostas foram suficientes para a recuperação ou reforço da edificação. 
 
 
Palavras-chave: Estruturas de concreto. Intervenções. Danos. 
Reforço/Recuperação estrutural. 
 
 
 
 
 
ix 
 
ABSTRACT 
 
The rapid deterioration which the reinforced concrete structures are submitted, can 
causes reduction of the durability and the useful life of buildings, a situation that, 
besides of affecting the safety of the construction, also can causes considerable 
costs in the need of restoring or strengthening the weak structures. This study had 
focus in carrying out visits in the case study work to identify the most common 
damages of structural elements and as well it will indicate their diagnoses and 
therapies in a technical photographic report. At the end, it was assessed whether 
imposed solutions were sufficient for the recovery or improvement of the building. 
 
 
Key words: Concrete structures. Interventions. Damages. Structural 
Strengthening/ recovery. 
 
 
x 
 
LISTA DE FIGURAS E TABELAS 
 
FIGURAS 
 
Figura 2.1 - Inter-relacionamento entre conceitos de durabilidade e desempenho. 
(C.E.B - Boletim nº 183, 1989 apud Souza e Ripper, 1998) ............................. 24 
Figura 2.2 - Hipóteses para reconversão de estruturas com desempenho 
insatisfatório. (Souza e Ripper, 1998) ............................................................... 25 
Figura 2.3 - Diferentes desempenhos de uma estrutura, com o tempo em função de 
diferentes fenômenos patológicos. (Souza e Ripper, 1998) ............................. 27 
Figura 2.4 - Erros de concepção de projeto no edifício Real Class em Belém do Pará. 
(Portal ORM) ..................................................................................................... 31 
Figura 2.5 - Desmoronamento do edifício Real Class, em Belém/PA. (Blog Oficial do 
Curso de Engenharia Civil) ............................................................................... 31 
Figura 2.6 - Desabamento na obra do shopping no Piauí. (PINIWEB, 2013). ........... 33 
Figura 2.7 - Armaduras expostas de concreto degradados no Viaduto Sarah 
Kubitschek. (PINIWEB, 2008) ........................................................................... 38 
Figura 2.8 - Corrosão com armaduras expostas e enferrujadas no cruzamento do 
Anel Rodoviário sobre a Avenida Amazonas/BH. (PINIWEB, 2008) ................. 38 
Figura 2.9 - Tabuleiro do viaduto que liga a Avenida Barão Homem de Melo ao bairro 
Padre Eustáquio. (PINIWEB, 2008) .................................................................. 39 
Figura 2.10 - Influencia da cura úmida sobre a resistência do concreto. (Neville, 
1997) ................................................................................................................. 44 
Figura 2.11 – Erros de localização das armaduras. (Souza e Ripper, 1998) ........... 45 
Figura 2.12 - Esquema estruturais para cálculo de vigas de edifício. (Souza e Ripper, 
1998) .................................................................................................................50 
Figura 2.13 - Diferentes situações de detalhamentos de armaduras. (Souza e Ripper, 
1998) ................................................................................................................. 51 
Figura 2.14 - Detalhamento das barras na seção transversal de uma viga. (Souza e 
Ripper, 1998) .................................................................................................... 52 
Figura 2.15 - Adoção de pingadeiras. (Souza e Ripper, 1998).................................. 52 
Figura 2.16 - Correto detalhamento da junta de dilatação. (Prefac 
Impermeabilizações) ......................................................................................... 53 
 
xi 
 
Figura 2.17 - Marquise deformada devido sobrecarga do painel publicitário. (Nota de 
Aula de Estruturas de Concreto IV – UDF, 2014) ............................................. 54 
Figura 2.18 - Exemplo de fissura devido recalque de fundação. (Cavaco, 2008) ..... 55 
Figura 2.19 - Recalque diferencial de fundação na Torre de Pisa. (BlogSpot 
Engenharia Civil para iniciantes - Dicionário do Engenheiro) ........................... 56 
Figura 2.20 - Queda de elementos dos tabuleiros. (Vaz, 1992) ................................ 56 
Figura 2.21 - Danos em pilares. (Vaz, 1992) ............................................................. 57 
Figura 2.22 - Fluxograma genérico para diagnose de uma estrutura convencional. 
(Souza e Ripper, 1998) ..................................................................................... 59 
Figura 2.23 - Sistema de Medição para intervenção de corte em concreto. (Souza e 
Ripper, 1998) .................................................................................................... 62 
Figura 2.24 - Remoção de concreto por corte e forma correta do 
reforço/recuperação. (Ferrari e Hanai, 2007) .................................................... 63 
Figura 2.25 - Escarificação mecânica e manual. (Souza e Ripper, 1998) ................. 63 
Figura 2.26 - Situações de confrontação corte x comprimento de ancoragem e 
amarração de barras de complementação. (Souza e Ripper, 1998)................. 64 
Figura 2.27 - Jateamento de areia em concreto. (Souza e Ripper, 1998) ................. 64 
Figura 2.28 - Jateamento de água para a limpeza do concreto. (Souza e Ripper, 
1998) ................................................................................................................. 65 
Figura 2.29 - Ancoragem de barras à flexão, com enchimento da furação por 
gravidade. (Souza e Ripper, 1998) ................................................................... 65 
Figura 2.30 - Exemplo de ensaio de arrancamento de barras imersas em meio 
resinoso. (Souza e Ripper, 1998) ..................................................................... 66 
Figura 2.31 - Emenda entre barras de armadura corroída e de complementação. 
(Souza e Ripper, 1998) ..................................................................................... 69 
Figura 2.32 - Tipos de configuração de reforço de pilares. (TAKEUTI, 1999) ........... 71 
Figura 2.33 - Reforço por encamisamento. (PIANCASTELLI, 1997) ......................... 72 
Figura 2.34 - Reforço por encamisamento. (PIANCASTELLI, 1997) ......................... 72 
Figura 2.35 - Possíveis métodos de concretagem. (PIANCASTELLI, 1997) ............. 73 
Figura 2.36 - Exemplo de Laudo de Sondagem. (Dynamic Cad, 2014) .................... 74 
 
Figura 3.1 - Localização do estudo de caso. (Google Maps, 2014) .......................... 77 
Figura 3.2 - Vista aérea do estudo de caso. (Google Maps, 2014) ........................... 77 
 
xii 
 
 
Figura 4.1 - Locação dos postos de visita. (Arquivo Pessoal) ................................... 81 
Figura 4.2 - Fundação Estaca ø 50 cm com 9,70 m profundidade. (Arquivo Pessoal)
 .......................................................................................................................... 81 
Figura 4.3 - Fundação Estaca ø 30 cm com 10,60 m de profundidade. (Arquivo 
Pessoal) ............................................................................................................ 81 
Figura 4.4 - Fundação Estaca ø 40 cm e 8,80 m de profundidade. (Arquivo Pessoal)
 .......................................................................................................................... 82 
Figura 4.5 - Dados de entrada para obtenção da capacidade de carga da estaca 
mais crítica. (Arquivo Pessoal) .......................................................................... 82 
Figura 4.6 - Condições dos Pilares e Esquema da Solução de Reforço (Arquivo 
Pessoal) ............................................................................................................ 84 
Figura 4.7 - Sequencia do procedimento de encamisamento dos pilares. (Arquivo 
Pessoal) ............................................................................................................ 85 
Figura 4.8 - Detalhes dos elementos de reforço da fundação (Arquivo Pessoal) ...... 86 
Figura 4.9 - Sequência da execução do reforço das fundações (Arquivo Pessoal) .. 87 
Figura 4.10 - Vigas invertidas danificadas (Arquivo Pessoal) ................................... 88 
Figura 4.11 - Detalhamento da recuperação da viga danificada (Arquivo Pessoal) .. 89 
Figura 4.12 - Sequência de recuperação de vigas danificadas. (Arquivo Pessoal) ... 89 
Figura 4.13 - Laje danificada com rasgo no concreto e armaduras danificas. (Arquivo 
Pessoal) ............................................................................................................ 90 
Figura 4.14 – Demarcação das lajes danificadas. (Arquivo Pessoal) ........................ 90 
Figura 4.15 - Detalhamento de recuperação das lajes. (Arquivo Pessoal) ................ 91 
Figura 4.16 - Sequência da recuperação da laje. (Arquivo Pessoal) ......................... 91 
 
 
 
 
xiii 
 
TABELAS 
 
Tabela 2.1 - Correspondência entre classe de agressividade e qualidade do 
concreto. (ABNT NBR 6118,2003) .................................................................... 22 
Tabela 2.2 - Correspondência entre classe de agressividade ambiental e cobrimento 
nominal para Δc = 10mm. (ABNT NBR 6118, 2003) ......................................... 22 
Tabela 2.3 - Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da 
armadura, em função das classes de agressividade ambiental. (ABNT NBR 
6118, 2003) ....................................................................................................... 23 
Tabela 2.4 - Análise percentual das causas de problemas patológicos em estruturas 
de concreto. (Souza e Ripper, 1998) ................................................................ 29 
Tabela 2.5 - Principais sintomas de deterioração das estruturas. (Bauer, 1994) ...... 40 
Tabela 2.6 - Principais mecanismos de deterioração das estruturas de concreto 
armado. (Oliveira Andrade, Medeiros e Helene, 2011) ..................................... 41 
Tabela 2.7 - Causas intrínsecas aos processos de deterioração das estruturas de 
concreto. (Souza e Ripper, 1998) ..................................................................... 42 
Tabela 2.8 - Causas extrínsecas aos processos de deterioração das estruturas de 
concreto. (Souza e Ripper, 1998). .................................................................... 49 
Tabela 2.9 - Classificação dos Reparos. (Adaptado de Souza e Ripper, 1998) ........ 66 
Tabela 2.10 - Valores do coeficiente adicional. (ABNT NBR 6118, 2003) ................. 70 
 
Tabela 4.1 - Demonstrativo de Incremento de Carga devido a Estrutura Metálica. 
(Arquivo Pessoal) .............................................................................................. 80 
Tabela 4.2 - Média da Capacidade de Carga da Estaca Crítica para efeito de 
Cálculo. (Arquivo Pessoal) ................................................................................83 
 
 
 
xiv 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
 
ABNT 
ANP 
ATO 
BH 
CAA 
CEPAT 
CNP 
cm 
CPT 
CREA 
CREA-PI 
DF 
ELS-D 
ELS-F 
ELS-W 
FAP 
Fck 
m² 
m 
MPa 
NBR 
N SPT 
 
PA 
PI 
PVC 
SPT 
tf 
UFPA 
 
Associação Brasileira de Normas Técnicas 
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 
Acompanhamento Técnico da Obra 
Belo Horizonte 
Classe de Agressividade Ambiental 
Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas 
Conselho Nacional do Petróleo 
Centímetro 
Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas 
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia 
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Piauí 
Distrito Federal 
Estado Limite de Descompressão 
Estado Limite de Formação das Fissuras 
Estado Limite de Abertura das Fissuras 
Ficha de Análise Patológica 
Resistência Característica à Compressão do Concreto 
Metro Quadrado 
Metro 
Mega Pascal 
Norma Brasileira 
Número de golpes necessários à cravação dos 30 cm finais do 
amostrador padrão 
Pará 
Piauí 
Policloreto de Vinila 
Standard Penetration Test 
Tonelada Força 
Universidade Federal do Pará 
 
 
 
xv 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 17 
1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS E JUSTIFICATIVAS DO TRABALHO .............. 17 
1.2. OBJETIVOS DO TRABALHO ........................................................................ 18 
1.2.1. Objetivo Geral ....................................................................................... 18 
1.2.2. Objetivos Específicos ........................................................................... 19 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 20 
2.1. DURABILIDADE E VIDA ÚTIL DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO 
ARMADO .......................................................................................................... 20 
2.2. CONSEQUÊNCIA DO NÃO CONHECIMENTO PARA INTERVIR EM 
ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO...................................................... 25 
2.3. CONCEITOS, DIAGNÓSTICOS E TERAPIAS .............................................. 27 
2.3.1. Patologias geradas na etapa de concepção da estrutura (projeto) .. 30 
2.3.2. Patologias geradas na etapa de execução da estrutura (construção)
 .......................................................................................................................... 32 
2.3.3. Patologias geradas na etapa de uso da estrutura (manutenção) ..... 36 
2.3.4. Deterioração das estruturas ................................................................ 39 
2.3.4.1. Causas Intrínsecas .......................................................................... 41 
2.3.4.2. Causas Extrínsecas ......................................................................... 49 
2.3.5. Diagnósticos ......................................................................................... 58 
2.3.6. Prognósticos ......................................................................................... 61 
2.3.7. Terapias ................................................................................................. 61 
2.3.7.1. Recuperação em superfície de concreto ......................................... 62 
2.3.7.2. Reforço em estruturas de concreto .................................................. 68 
2.3.7.3. Fundações profundas adicionais ..................................................... 76 
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 77 
 
xvi 
 
4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 79 
4.1. DESCRIÇÃO DAS PATOLOGIAS ................................................................. 79 
4.1.1. Problema patológico na concepção do projeto ................................. 80 
4.1.1.1. Reforço dos Pilares ......................................................................... 84 
4.1.1.2. Reforço da Fundação ...................................................................... 85 
4.1.2. Problema patológico na fase de execução e manutenção ................ 87 
4.1.2.1. Recuperação das Vigas Danificadas ............................................... 87 
4.1.2.2. Recuperação das Lajes Danificadas ............................................... 89 
4.1.3. Avaliação da eficácia dos métodos implantados ............................... 91 
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 93 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 94 
 
17 
 
1. INTRODUÇÃO 
1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS E JUSTIFICATIVAS DO TRABALHO 
O Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas, originalmente CEPAT e 
atualmente CPT, iniciou suas atividades em 1977, após inauguração de suas 
instalações no endereço de Brasília, e imediatamente após a transferência do então 
Conselho Nacional do Petróleo – CNP para a capital Federal. Sua principal 
atribuição é o controle da qualidade dos derivados de petróleo, essa que visa o 
acompanhamento da implantação, desenvolvimento e a evolução da indústria do 
petróleo no país. 
Por se tratar de um prédio construído há 37 anos, ocorreram diversas 
alterações em suas instalações originais. Porém, por terem sido executados por 
pessoas não habilitadas, a edificação que deveria ficar cada vez mais moderna, 
ficou cada vez mais frágil devido aos danos causados à estrutura. 
Tendo em vista tais alterações realizadas, serão abordados e citados os 
danos causados a estrutura, seja por falta de concepção de projeto para a reforma, 
seja por falhas na execução ou até por falta de análise e supervisão de forma 
correta por profissionais habilitados. 
As principais deteriorações que serão tratadas neste trabalho são as que 
possuem maior risco estrutural, sendo o seccionamento de armaduras, a diminuição 
das seções transversais das vigas principais e as aberturas nas lajes para 
passagens de dutos de exaustão de ar condicionado. Também será analisada, 
devido ao projeto de reforma, a condição dos pilares e das fundações que receberão 
cargas provenientes da estrutura metálica que será apoiada sobre os pilares de 
concreto e consequentemente, as fundações. 
Para a realização de modificações em uma estrutura já construída, deve-se 
atentar aos seguintes questionamentos: É possível realizar furos em peças 
estruturais para passagens de instalações diversas? Quem pode analisar e verificar 
se tais intervenções deteriorarão a estrutura? As respostas são simples, pois as 
 
18 
 
aberturas/furos nas lajes e vigas para a passagem de instalações diversas 
existentes em uma edificação, devem ser previstas ainda na elaboração do projeto, 
evitando qualquer dano nas peças estruturais. Em caso de instalações posteriores à 
construção, tais passagens devem ser analisadas por engenheiros habilitados a 
executá-las, sempre considerando, os limites previstos na Associação Brasileira de 
Normas Técnicas – ABNT vigente, neste caso, ABNT NBR 6118 (2007). 
No estudo de caso em questão, durante as visitas in loco, verificou-se que 
não houve um estudo crítico por profissional habilitado que, elencasse os possíveis 
empecilhos que poderiam danificar a estrutura da edificação. Portanto, além de 
apresentar quais danos foram causados na estrutura, será apontada a solução 
adotada para a recuperação/reforço do elemento estrutural. 
Assim, espera-se contribuir para um melhor entendimento da sociedade leiga 
e técnica que, para se realizar qualquer intervenção em uma estrutura é necessário 
conhecimento específico e extremamente técnico, uma vez que existem normas que 
regem a forma correta de realizar alterações em uma estrutura de concreto. Além 
disso, para a realização de quaisquer intervenções em um edifício, é indispensável à 
contrataçãode mão de obra especializada, uma vez que haverá necessidade de 
implantar métodos e materiais específicos. 
1.2. OBJETIVOS DO TRABALHO 
1.2.1. Objetivo Geral 
Objetiva-se com este trabalho, através da revisão da literatura, fazer a 
identificação dos danos causados nas lajes e vigas que sofreram intervenções não 
previstas no projeto original, e avaliar a necessidade de reforço dos pilares e 
fundações devido a proposta do projeto de reforma do edifício do CPT do ano de 
2014. 
 
19 
 
1.2.2. Objetivos Específicos 
i. Realizar visitas in loco para levantamento de todas as informações tais 
como: projetos e laudos técnicos; 
ii. Identificar os danos nos elementos estruturais e elaborar um relatório 
técnico-fotográfico dos problemas encontrados in loco; 
iii. Verificar laudos dos carregamentos atuantes na estrutura para avaliar a 
necessidade de reforço dos pilares e fundações, devido ao projeto de 
reforma proposto; 
iv. Indicar os diagnósticos e as terapias adotados para a recuperação da 
peça estrutural danificada; 
v. Apresentar e interpretar as soluções impostas para o reforço dos 
pilares e das fundações verificando se estas são suficientes para 
resistir às solicitações de projeto. 
 
20 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1. DURABILIDADE E VIDA ÚTIL DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO 
Os primeiros materiais a serem empregados nas construções foram a pedra 
natural e a madeira, sendo o ferro e o aço empregados séculos depois. O concreto 
armado só surgiu mais recentemente, por volta de 1850. Segundo Bastos (2006), 
para um material de construção ser considerado bom, ele deve apresentar duas 
características básicas: a resistência e a durabilidade. 
A pedra natural apresenta resistência a compressão e durabilidade muito 
elevadas, porém, baixa resistência à tração. A madeira apresenta razoável 
resistência, mas a durabilidade limitada, já o aço tem resistências elevadas e requer 
proteção contra a corrosão. 
Tendo em vista tais características, surge a necessidade de aliar as 
características destes materiais, a resistência a compressão e durabilidade da pedra 
e a resistência mecânica do aço, para a formação do concreto armado. Com esse 
novo conceito, é possível assumir qualquer forma e proporcionar a necessária 
proteção do aço contra a corrosão. 
A ABNT NBR 6118 (2007) define que durabilidade é a capacidade da 
estrutura resistir as influências ambientais previstas e definidas em conjunto pelo 
autor do projeto estrutural e o contratante, no início dos trabalhos de elaboração do 
projeto. 
A supracitada norma técnica, em seu item 6.1 – Exigências de Durabilidade, 
menciona que as estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de 
modo que, sob as condições ambientais previstas na época do projeto e quando 
utilizadas conforme preconizado em projeto, conservem sua segurança, a 
estabilidade e a aptidão em serviço durante o período correspondente à sua vida útil. 
Para Souza e Ripper (1998), durabilidade é o parâmetro que relaciona a 
aplicação destas características a uma determinada construção, individualizando-a 
 
21 
 
pela avaliação da resposta que dará aos efeitos da agressividade ambiental, e 
definindo a sua vida útil. Gaspar (1988), por sua vez, define durabilidade como a 
capacidade de manter em serviço e com segurança uma estrutura, durante um 
tempo especificado ou período de vida útil em um determinado meio ou entorno, 
mesmo que este meio seja desfavorável ao concreto. 
De acordo com esses conceitos, durabilidade é o resultado da interação entre 
a estrutura de concreto, o ambiente e as condições de uso, de operação e de 
manutenção. 
A vida útil da estrutura, citada por alguns autores acima, também é um 
conceito importante, estando intimamente ligada a durabilidade de uma estrutura, 
pois ela pode aumentar ou reduzir o tempo de utilização para a qual a estrutura foi 
projetada. Segundo a NBR 6118 (2007), define-se como vida útil o período de tempo 
durante o qual se mantêm as características das estruturas de concreto, desde que 
atendidos os requisitos de uso e manutenção prescritos pelo projetista e pelo 
construtor, bem como de execução dos reparos necessários decorrentes de danos 
acidentais. Monteiro (2002) define vida útil como o período no qual a estrutura é 
capaz de desempenhar as funções para as quais foi projetada. 
A fim de auxiliar o proprietário da edificação em sua utilização, a ABNT NBR 
14037 (1998), tem como finalidade informar aos usuários as características técnicas 
da edificação construída, descrever procedimentos recomendáveis para o melhor 
aproveitamento da edificação, orientar os usuários para a realização das atividades 
de manutenção, prevenir a ocorrência de falhas e acidentes decorrentes de uso 
inadequado, e contribuir para o aumento da durabilidade da edificação. Seguindo 
todas essas recomendações, é garantida que a edificação obedecerá, sem problema 
algum, sua vida útil a qual foi projetada. 
Pode-se afirmar que vida útil deve sempre ser analisada de um ponto de vista 
amplo que envolve o projeto, a execução, os materiais, o uso, a operação e a 
manutenção sob um enfoque de desempenho, qualidade e sustentabilidade. 
A durabilidade também está totalmente dependente de outros fatores que 
podem levar a enfermidade da estrutura em um período de tempo menor, portanto, a 
 
22 
 
NBR 6118 (2007) lista alguns fatores que devem ser levados em consideração 
quanto a concepção de um projeto visando a durabilidade. São eles: 
 Drenagem: Deve ser evitada a presença ou acumulação de água 
sobre a superfície do concreto; 
 Formas arquitetônicas e estruturais: Prevê o projeto de forma 
que se tenham acessos para inspeção e manutenção das partes da 
estrutura com vida útil inferior ao todo, por exemplo, aparelhos de apoio 
e impermeabilizações; 
 Qualidade do concreto de cobrimento: Depende da relação 
entre qualidade do concreto versus classe de agressividade e classe 
Tabela 2.1 e Tabela 2.2 respectivamente; 
Tabela 2.1 - Correspondência entre classe de agressividade e qualidade do concreto. (ABNT NBR 
6118,2003) 
 
 
Tabela 2.2 - Correspondência entre classe de agressividade ambiental e cobrimento nominal para Δc 
= 10mm. (ABNT NBR 6118, 2003) 
 
 
 
23 
 
 Detalhamento das armaduras: A disposição das barras deve ser 
de forma a garantir e facilitar a boa qualidade das operações de 
lançamento e adensamento do concreto dentro do elemento estrutural; 
 Controle de Fissuração: O risco e a evolução da corrosão do aço 
nas regiões das fissuras de flexão transversais à armadura principal 
dependem totalmente da qualidade e da espessura de cobrimento da 
armadura do concreto. A NBR prevê ainda algumas características 
limites de fissuras na superfície do concreto, sendo satisfatória para as 
exigências de durabilidade, conforme Tabela 2.3. 
Tabela 2.3 - Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da armadura, em 
função das classes de agressividade ambiental. (ABNT NBR 6118, 2003) 
 
 
OBSERVAÇÃO: 
 
ELS-W: Estado Limite de Abertura das Fissuras - Estado em que as fissuras se apresentam com aberturas 
iguais aos máximos; 
ELS-F: Estado Limite de Formação das Fissuras - Estado em que se inicia a formação de fissuras. Admite-se 
que este estado limite é atingido quando a tensão de tração máxima na seção transversal for igual à 
resistência a tração ma flexão; 
ELS-D: Estado Limite de Descompressão - Estado no qual em um ou mais pontos da seção transversal à 
tensão normal é nula, não havendo tração no restante da seção. 
 
 Medidas Especiais: Quando em condições de exposição 
adversa, deve-se tomar algumas medidas especiais, tais como, 
pinturas impermeabilizantes sobre a superfície de concreto, 
revestimento de argamassa, galvanização das armaduras, entre outros; 
 
24 
 
 Inspeção e manutenção preventiva: Conjunto de medidas que 
facilite a inspeção e manutenção do prédio,ou seja, conter o manual 
de operações, uso e manutenção das edificações elaborado conforme 
ABNT NBR 14037 (1998). 
Uma estrutura de concreto armado pode se tornar muito vulnerável quando 
seus executores não possuem qualificação suficiente para sua aplicação, ou seja, 
mesmo que um projeto de uma estrutura de concreto armado esteja totalmente 
correto em seu cálculo, se a sua execução for de forma incorreta sem a observância 
da posição das armaduras, tendo pilares e vigas fora de eixo, a estrutura projetada 
para resistir os esforços solicitantes sem apresentar qualquer danificação em curto 
prazo, torna-se uma estrutura enferma, com o surgimento de fissuras e outras 
patologias. Uma mão de obra não qualificada e um planejamento mal elaborado 
pode fazer com que uma estrutura perda parcialmente ou totalmente sua função 
estrutural. 
 
Figura 2.1 - Inter-relacionamento entre conceitos de durabilidade e desempenho. (C.E.B - Boletim nº 
183, 1989 apud Souza e Ripper, 1998) 
 
25 
 
2.2. CONSEQUÊNCIA DO NÃO CONHECIMENTO PARA INTERVIR EM 
ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO 
Os elementos de concreto armado são aqueles cujo comportamento estrutural 
depende da aderência entre concreto e armadura e nos quais não se aplicam 
alongamentos iniciais das armaduras antes da materialização dessa aderência (NBR 
6118, 2007). 
De acordo com a referida norma, o comportamento estrutural depende da 
aderência entre o concreto e a armadura, portanto é necessário saber identificar se a 
forma de execução é correta a fim de garantir tal união. Assim, não se pode deixar 
que qualquer pessoa, sem conhecimento algum na área da engenharia de 
construção, execute uma obra sem ser supervisionada por um responsável técnico, 
pois podem haver situações que, por falhas do projeto ou de execução, a edificação 
atinja um nível de deterioração irreversível. 
Souza e Ripper (1998) afirmam que, caso o construtor execute-a de forma 
insatisfatória, os responsáveis deverão estar habilitados a optar sobre como 
proceder, adotando a opção mais adequada, que respeite os pontos de vista 
técnicos, econômicos e socioambientais, Figura 2.2. 
Intervenções para extensão da Vida Útil
Demolição
Estrutura com 
desempenho 
satisfatório?
NãoSim
Recuperação Reforço
Limitação de 
Utilização
 
Figura 2.2 - Hipóteses para reconversão de estruturas com desempenho insatisfatório. (Souza e 
Ripper, 1998) 
 
26 
 
É possível ainda analisar e optar qual caminho você como construtor e 
proprietário quer seguir, sabendo que uma estrutura desenvolvida e construída com 
desempenho satisfatório, a única intervenção que deverá ser realizada é para 
estender a vida útil da edificação, ou seja, realizar algum tratamento simples nos 
elementos estruturais para recuperar a função estrutural para qual foi projetada. 
Caso a opção escolhida for a utilização de materiais de má qualidade e mão de obra 
não especializada, o desempenho será muito inferior ao planejado, sendo este, 
insatisfatório. 
Para Souza e Ripper (1998), o fato de uma estrutura, em determinado 
momento, apresentar um desempenho insatisfatório não significa que ela esteja 
necessariamente condenada. A avaliação desta situação é, talvez, o objetivo maior 
da Patologia das Estruturas, visto que esta seja a ocasião que requer uma imediata 
intervenção técnica, de forma que ainda seja possível reabilitar a estrutura. 
A Figura 2.3 apresenta três diferentes histórias de desempenhos estruturais 
ao longo de suas respectivas vidas úteis, em função da ocorrência de fenômenos 
patológicos diversos. 
i. O primeiro caso, representado pela simbologia _.._.._ (traço 
– duplo ponto), é o fenômeno natural de desgaste da 
estrutura, ou seja, quando há a intervenção, a estrutura se 
recupera, voltando sua linha de desempenho acima do 
mínimo exigido para sua utilização. 
ii. No segundo caso, representado pela simbologia ____ (linha 
cheia), trata-se de uma estrutura sujeita a uma ação súbita, 
o que reflete na necessidade de intervenção corretiva 
imediata para a recuperação da sua função estrutural. 
iii. Já o terceiro caso, representado pela simbologia __.__.__ 
(Traço duplo – ponto), é uma estrutura que apresenta erros 
originais de projeto ou execução, ou ainda a alteração dos 
propósitos funcionais da estrutura, situação em que há a 
necessita de reforço. 
 
27 
 
 
Figura 2.3 - Diferentes desempenhos de uma estrutura, com o tempo em função de diferentes 
fenômenos patológicos. (Souza e Ripper, 1998) 
2.3. CONCEITOS, DIAGNÓSTICOS E TERAPIAS 
Uma estrutura de concreto armado, assim como qualquer outra constituída de 
outro material, ao longo do tempo, vai apresentando algumas degradações oriundas 
do tempo. 
“As estruturas de concreto não são eternas, pois se deterioram com o 
passar do tempo e não alcançam sua vida útil se não são bem projetadas, 
executadas com esmero, utilizadas com critério e, finalmente, submetidas a 
uma manutenção preventiva. Quando o projeto de engenharia for mal 
detalhado, a construção for realizada com insuficientes planejamento e 
controle, os técnicos e operários não forem dotados da qualificação 
adequada e os prazos de execução forem excessivamente curtos, a 
estrutura de concreto resultante será quase certamente de má qualidade e 
irá se deteriorar de modo prematuro, absorvendo gastos de recuperação e 
de reforço exagerados para ser mantida em condições de uso. Como as 
estruturas de concreto existentes estão envelhecendo, muitas já estão com 
dezenas de anos, os problemas de deterioração estão cada vez mais 
acentuados, exigindo com frequência trabalhos de recuperação e de reforço 
estrutural e mesmo, em casos mais graves, sua demolição”. (Souza e 
Ripper, 1998, p. 4). 
O termo patologia é empregado na engenharia civil quando ocorre perda ou 
queda de desempenho de um produto ou componente da estrutura. De acordo com 
Souza e Ripper (1998), a patologia das estruturas é “um novo campo da Engenharia 
das Construções que se ocupa do estudo das origens, formas de manifestação, 
 
28 
 
consequências e mecanismos de ocorrência das falhas e dos sistemas de 
degradação das estruturas”. 
Ainda segundo esses autores, a patologia tem seu campo bem amplo, uma 
vez que além de identificar e conhecer as anomalias, busca a concepção e o projeto 
estrutural, bem como a formação do profissional da engenharia. 
Azevedo (2011) diz que, nas estruturas de concreto, essas anomalias 
correspondem aos danos ou defeitos que comprometem o desempenho e a vida útil 
de uma estrutura. Ainda segundo ele, as patologias podem ocorrer numa estrutura 
tanto na fase de construção como durante o período pós-entrega e uso. Assim, as 
condições apresentadas por uma estrutura que favoreça o desenvolvimento dessas 
manifestações patológicas são de responsabilidade do projetista, enquanto que o 
construtor responderá pelas falhas construtivas por inconformidade com o projeto, 
com as normas de execução e com a escolha de material inadequado. 
Andrade e Silva (2005), citando outros autores, procuram definir alguns 
conceitos fundamentais usados para expressar as patologias encontradas, tais 
como: 
 Anomalia ou sintoma: é a indicação sintomática da ocorrência de 
um defeito; 
 Defeito: não conformidade de qualquer característica do 
material, em desacordo com sua especificação, indicando um desvio 
no seu comportamento previsto, que pode não necessariamente 
resultar numa falha; 
 Falha: qualquer tipo de irregularidade que possa impedir o 
normal funcionamento da estrutura; 
 Reparo: é a ação que busca devolver a um elemento ou 
estrutura a condição de estabilidade prevista no projeto original, 
reduzida ao longo da sua utilização; 
 
29 
 
 Causa da deterioração: refere-se à natureza da degradação, 
podendo ser mecânica, física, química, eletroquímica e biológica 
(adaptado de ANDRADE, 2005; AGUIAR, 2006); 
 Origem da deterioração: está relacionada com as fases ou 
etapasdo ciclo de vida da estrutura em que surgiu a patologia (fase de 
projeto, execução, etc.). 
Quando se fala de patologia, logo pensa-se em erros de projetos, de 
execução ou de materiais empregados de má qualidade na edificação. Portanto, 
como não é possível definir qual atividade que tem sido responsável, ao longo do 
tempo, pela maior quantidade de erros, Souza e Ripper (1998) elencaram uma lista 
de pesquisadores que têm procurado relacionar, percentualmente, as várias causas 
para a ocorrência de problemas patológicos (Tabela 2.4). 
Tabela 2.4 - Análise percentual das causas de problemas patológicos em estruturas de concreto. 
(Souza e Ripper, 1998) 
 
 
30 
 
Observa-se que as causas patológicas não são semelhantes, pois os estudos 
foram realizados em diferentes continentes e, em alguns casos as causas são tantas 
que pode ter sido difícil definir a preponderante. 
2.3.1. Patologias geradas na etapa de concepção da estrutura (projeto) 
Para Souza e Ripper (1998), uma falha no estudo preliminar, por exemplo, 
gera um problema cuja solução é muito mais complexa e onerosa do que a de uma 
falha que venha a ocorrer na fase de anteprojeto. As patologias oriundas da fase de 
concepção do projeto estão diretamente ligadas a erros básicos de estudos 
preliminares deficientes e/ou anteprojeto equivocado, sendo estes, os elementos 
principais pelo encarecimento do processo de construção, ou por transtornos 
relacionados à utilização da obra, enquanto as falhas geradas durante a realização 
do projeto final de engenharia geralmente são as responsáveis pela implantação de 
problemas patológicos sérios e podem ser tão diversas como: 
 Elementos de projeto inadequados (má definição das ações 
atuantes ou da combinação mais desfavorável das mesmas, escolha 
errada do modelo analítico, deficiência no cálculo da estrutura ou na 
avaliação da resistência do solo, etc.); 
 Falta de compatibilização entre a estrutura e a arquitetura, bem 
como com os demais projetos civis; 
 Especificação inadequada de materiais; 
 Detalhamento insuficiente ou errado; 
 Detalhes construtivos inexequíveis; 
 Falta de padronização das representações (convenções); 
 Erros de dimensionamento; 
Um exemplo de um erro de concepção de projeto ocorreu no Edifício Real 
Class, em Belém/PA, o que gerou um desmoronamento (Figura 2.4 e Figura 2.5). 
 
31 
 
 
Figura 2.4 - Erros de concepção de projeto no edifício Real Class em Belém do Pará. (Portal ORM) 
 
 
Figura 2.5 - Desmoronamento do edifício Real Class, em Belém/PA. (Blog Oficial do Curso de 
Engenharia Civil) 
 
Neste caso, foi detectado erro de cálculo estrutural e também erro na 
utilização de materiais de baixa qualidade, sendo que este último classifica-se como 
erro de execução da edificação. Segundo o laudo da Universidade Federal do Pará - 
UFPA, a concepção estrutural inadequada do projeto levou ao colapso do prédio 
quando a estrutura foi submetida a uma combinação de carga elevada de 
carregamentos verticais e horizontais, provocados pelo vento e pelo peso das vigas. 
A fim de se evitar problemas patológicos como citado, é possível adotar 
algumas recomendações que maximizar a durabilidade da estrutura, como: 
 É imprescindível a participação do calculista estrutural a partir da 
execução do projeto arquitetônico básico e estudo de viabilidade; 
 
32 
 
 É necessária a definição da metodologia construtiva e a adoção de 
procedimentos interativos de revisão de projeto estrutural com 
papel fundamental para o ATO (Acompanhamento Técnico da 
Obra), ligado diretamente ao projetista; 
 Projetos com detalhamentos claros e abrangentes que permitam a 
correta interpretação em tempo de execução; 
 Definição dos limites de deformação, prevendo reforços para as 
deformações prováveis; 
 Especificação dos materiais e ensaios necessários para previsão 
de vida útil da estrutura de concreto; 
 Indicação em projeto, para os prazos de retirada de fôrmas e 
escoramento sem função das características do concreto e 
esforços previstos. 
2.3.2. Patologias geradas na etapa de execução da estrutura (construção) 
A etapa de execução da estrutura, seguindo a ordem natural dos 
acontecimentos em uma obra, deve ser iniciada somente depois que a fase de 
concepção do projeto for concluída, ou seja, é necessário que se tenha acabado 
todos os estudos preliminares e o anteprojeto com perfeição permitindo que o 
executor inicie a fase de planejamento da obra. 
De acordo com Pereira (1985), chama-se erro de execução a falha ou 
descuido cometido no desenrolar, ou no desenvolvimento de uma construção. A 
caracterização do erro de execução se dá quando a comparação ao serviço 
projetado, possuir incompatibilidades. 
É nessa hora, que é necessário o conhecimento básico de um profissional 
habilitado para planejar e começar a implantação do canteiro de obra, de forma a ser 
tomado todos os cuidados necessários para o bom andamento da obra. 
 
33 
 
A Figura 2.6 apresenta colapso de parte da estrutura da obra do shopping no 
Piauí. Segundo laudo apresentado pela construtora houve um erro específico e 
pontual durante a execução, levando assim, a estrutura a entrar em colapso. De 
acordo com Paulo Roberto Oliveira, presidente do Conselho Regional de Engenharia 
e Agronomia do Piauí - CREA-PI, 
“O que ocorreu com relação ao escoramento não é um problema normal, 
corriqueiro. Isso será tratado com toda a rigidez que merece. Como o laudo 
pronto nós iremos passar essas informações para a Câmara Especializada 
em Engenharia Civil do Crea e essa câmara se encarregará de apontar os 
culpados pelo ocorrido (g1.com.br, 2013)”. 
 
Figura 2.6 - Desabamento na obra do shopping no Piauí. (PINIWEB, 2013). 
 
Conforme o engenheiro responsável pelo laudo a obra pode continuar desde 
que a construtora obedeça às recomendações propostas pelo laudo, como a 
verificação da resistência da laje, detalhes das emendas, cabos sobre os pilares e 
análise estatística da resistência do concreto. 
De acordo com o presidente do CREA-PI é evidente a observância de um erro 
de execução na obra do shopping, o que induziu o colapso de parte da estrutura. 
Outro fator importante observado é que, mesmo que haja um erro de execução em 
uma construção de um edifício, é possível, neste caso, continuar a obra sem 
necessidade de intervir na outra parte da obra, uma vez que tais estruturas eram 
independentes. Porém, nem sempre será possível dar continuidade em uma obra 
depois de um erro de execução, pois não se pode garantir a reestabilização da 
função estrutural da edificação, necessitando assim, em alguns casos, a demolição 
por completa da obra. 
 
34 
 
Segundo Souza e Ripper (1998, p. 25), nessa etapa fazem-se imprescindíveis 
duas observações, sendo: 
“A primeira diz respeito à sequência natural do processo genérico, ou seja, o 
critério de que só seja iniciada a etapa de execução após estar concluída a 
de concepção. Isto, embora seja o lógico e o ideal, raramente ocorre, 
mesmo em obras de maior vulto, sendo prática comum, por exemplo, serem 
feitas adaptações - ou mesmo modificações de grande monta - no projeto já 
durante a obra, sob a desculpa, normalmente não válida, de serem 
necessárias certas simplificações construtivas, que, na maioria dos casos, 
acabam por contribuir para a ocorrência de erros. A segunda observação diz 
respeito ao processo industrial denominado de construção civil, 
completamente atípico quando se olha a atividade industrial como um todo, 
pois que nesta os componentes passam pela linha de montagem e saem 
como produtos terminados, enquanto na construção civil os componentes 
são empregados, em determinadas atividades, em locais de onde não mais 
sairão - exceção feita às estruturas pré-fabricadas, que seguem, grosso 
modo, o roteiro normal da produção industrial, a menos da etapa de 
montagem final”. 
Para Bauer (2000), as principais causas de deterioração de estruturasde 
concreto decorrente da execução da edificação são: 
 Má interpretação das plantas e/ou detalhes, por parte do pessoal 
do campo; 
 Adoção de métodos executivos e equipamentos inadequados; 
 Deslocamento de fôrmas, prumo e alinhamento na montagem; 
 Falta de limpeza das fôrmas; 
 Deslocamento de fôrmas, durante a concretagem, devido à 
deficiente amarração das fôrmas e vibrações excessivas; 
 Má distribuição da armadura, com falta de cobrimento adequado; 
 Desforma antes que concreto atinja sua resistência mínima 
necessária; 
 Recalque diferencial; 
 Segregação do concreto; 
 Retração hidráulica durante a pega do concreto, por perda d’água; 
 
35 
 
 E por último, o que leva a ocorrência de todos os anteriores, 
inadequado conhecimento de engenharia por parte do construtor 
e/ou desobediência as Normas Técnicas, Códigos e 
Especificações. 
Outro fator que deve ser observado durante a construção da edificação, além 
dos fatores relacionados à má qualificação da mão de obra empregada, é a 
utilização dos materiais agregados ao projeto, pois esse pode ocasionar riscos 
quanto à segurança estrutural, seja por baixa qualidade ou por utilização indevida. 
Bauer (2000, p. 410) classifica o emprego de materiais inadequados como um 
fator que leva a deterioração da estrutura. Portanto, 
“Os materiais deverão ser criteriosamente conhecidos, de acordo com 
ensaios prévios, de maneira a caracterizá-los, conforme Normas e 
Procedimentos dos mesmos, em relação às características de projeto, 
utilização e condições ambientais, a que estarão sujeitos, ou seja, a 
realização de controle tecnológico durante a execução”. 
 
Conforme elencado na falha de concepção de projeto, também existem 
recomendações para a não ocorrência de erros de execução, sendo: 
 Verificar se os projetos atendem as recomendações estipuladas na 
NBR 6118/2007; 
 Realizar ensaios recomendados pelas normas técnicas brasileiras 
e proceder controles rigorosos na qualidade dos materiais 
utilizados na obra; 
 Seguir rigorosamente os prazos determinados em projeto para a 
retirada de fôrmas e escoramentos das estruturas; 
 Verificar e controlar o cobrimento mínimo das armaduras 
determinado em projeto; 
 Executar corretamente o adensamento e a cura do concreto 
conforme especificações do projeto; 
 Controlar a altura máxima de lançamento do concreto; 
 
36 
 
 Verificar a correta armação da ferragem e a vedação das fôrmas; 
 Utilizar espaçadores adequados e com resistência igual ou superior 
a do concreto utilizado; 
 Controlar o traço adequado e o fator água/cimento determinado em 
projeto; 
 Utilizar sempre que possível, aditivos redutores de permeabilidade 
e controle de retração, principalmente para estruturas de concreto 
em ambientes agressivos. 
Para Souza e Ripper (1998, p. 26), 
“As estruturas, os materiais e componentes, em sua grande maioria, têm 
sua qualidade e forma de aplicação normalizadas. Entretanto, o sistema de 
controle, em nível de construtor, tem-se mostrado bastante falho, e a 
metodologia para fiscalização e aceitação dos materiais não é, em regra 
geral, aplicada, [...]”. 
Estes concluem ainda que, 
“São bastante comuns os problemas patológicos que têm sua origem na 
qualidade inadequada dos materiais e componentes. A menor durabilidade, 
os erros dimensionais, a presença de agentes agressivos incorporados e a 
baixa resistência mecânica são apenas alguns dos muitos problemas que 
podem ser implantados nas estruturas como consequência desta baixa 
qualidade (SOUZA E RIPPER, 1998, p. 27)”. 
2.3.3. Patologias geradas na etapa de uso da estrutura (manutenção) 
Mesmo que um projeto seja em sua concepção e execução concebido sem 
que haja qualquer tipo de problema ou situação errônea, uma estrutura ainda pode 
apresentar algumas patologias devido à utilização do edifício, ainda mais se não 
houver nenhum tipo de programa de manutenção adequado, pois o próprio usuário, 
pode vir a ser o agente gerador de deteriorações na estrutura. 
Segundo Souza e Ripper (1998), os problemas patológicos ocasionados por 
manutenção inadequada, ou mesmo pela ausência de manutenção, têm sua origem 
no desconhecimento técnico, na incompetência, no desleixo e em problemas 
econômicos. A falta de previsão de verbas para a manutenção pode vir a tornar-se 
 
37 
 
fator responsável pelo surgimento de problemas estruturais, implicando gastos 
significativos e, nos casos mais graves, a própria demolição da estrutura. 
Uma vez concluída a execução da estrutura, cabe ao seu usuário cuidar de 
utilizá-la da maneira mais eficiente, com o objetivo de manter as características 
originais ao longo de toda a vida útil. Essa eficiência está relacionada tanto com as 
atividades de uso, ou seja, a garantia da atuação de carregamentos limitados pelas 
solicitações previstas em projeto, quanto com as atividades de manutenção, pois o 
desempenho da estrutura tende a reduzir ao longo da sua vida útil, de forma mais 
lenta nas primeiras idades e acentuando-se gradativamente com o tempo 
(ANDRADE e SILVA, 2005). 
A manutenção deve ser entendida como um conjunto de medidas necessárias 
e indispensáveis para garantir um bom estado de funcionamento, conservação e 
segurança dos equipamentos, componentes e instalações de uma edificação, de 
qualquer tipo ou grandeza, resultando num conjunto de ações preventivas e 
corretivas cuja finalidade é preservar o cumprimento satisfatório das funções para as 
quais a edificação e seus componentes foram projetados, de forma a garantir a vida 
útil desejada de um imóvel (MARCELLI, 2007). 
Dentre as falhas humanas ocorridas nessa etapa de manutenção, Andrade e 
Silva (2005) e Souza e Ripper (1998) destacam respectivamente: 
 Dificuldade de manutenção em obras de arte devido à inexistência, 
nos projetos, de detalhes construtivos que possibilitem a 
substituição dos aparelhos de apoio em pontes e viadutos, os quais 
possuem uma vida útil inferior à própria estrutura de concreto. 
 Falta de limpeza e a impermeabilização da laje da cobertura, 
marquises e piscinas elevadas. Caso essas ações não sejam 
realizadas, pode haver infiltração prolongada da água da chuva e 
entupimento dos drenos localizados naquele ambiente, causando 
assim deterioração da estrutura que pode levar a ruína do edifício 
por excesso de carga gerado pelo acúmulo de água. 
 
38 
 
Para Bauer (1994), os problemas patológicos ocasionados pelo uso 
inadequado podem ser evitados informando-se ao usuário sobre as possibilidades e 
limitações da obra, como por exemplo: 
 Edifícios em alvenaria estrutural – o usuário deve possuir a planta 
estrutural do prédio no intuito de identificar as alvenarias que não 
poderão ser demolidas sem a prévia consulta e assistência 
executiva de especialista da área, incluindo o projetista da 
estrutura; 
 Pontes – a capacidade de carga da ponte deve ser sempre 
informada em local visível e de forma insistente. 
As Figura 2.7, Figura 2.8 e Figura 2.9 apresentam exemplos de patologias 
oriundas do mau uso da estrutura e da falta de manutenção preventiva que tendem 
a evitar problemas patológicos. 
 
Figura 2.7 - Armaduras expostas de concreto degradados no Viaduto Sarah Kubitschek. (PINIWEB, 
2008) 
 
 
Figura 2.8 - Corrosão com armaduras expostas e enferrujadas no cruzamento do Anel Rodoviário 
sobre a Avenida Amazonas/BH. (PINIWEB, 2008) 
 
 
39 
 
 
Figura 2.9 - Tabuleiro do viaduto que liga a Avenida Barão Homem de Melo ao bairro Padre 
Eustáquio. (PINIWEB, 2008) 
2.3.4. Deterioração das estruturas 
As deteriorações de uma estrutura muitas vezes advêm das consequências 
deixadas pela má concepção dos projetos, implantação de materiais de baixa 
qualidade, erro de execução e/ou falta de manutenção periódica (fase de uso). 
Como não se pode definir e generalizar o que causa a deterioração de estrutura é 
extremamente necessário conhecer o agente causador ou o mecanismode 
formação patológica para que seja possível definir corretamente as ações a serem 
tomadas visando a recuperação e/ou reforço do elemento afetado. 
“Ao se analisar uma estrutura de concreto "doente" é absolutamente 
necessário entender-se o porquê do surgimento e do desenvolvimento da 
doença, buscando esclarecer as causas, antes da prescrição e consequente 
aplicação do remédio necessário. O conhecimento das origens da 
deterioração é indispensável, não apenas para que se possa proceder aos 
reparos exigidos, mas também para se garantir que, após reparada, a 
estrutura não volte a se deteriorar (SOUZA E RIPPER, 1998, p. 27)”. 
Bauer (1994) por sua vez, resume a deterioração como sintomas 
apresentados por uma estrutura, sendo principalmente as fissuras, as disgregação e 
a desagregação, sendo: 
 Fissura: Aberturas que podem surgir na estrutura de concreto após 
anos, semanas ou até mesmo horas após a concretagem. Há dois 
tipos de fissuras, quanto à movimentação, fissura “viva” (quando há 
movimentação da estrutura) e fissura “morta” (estabilizadas ou sem 
movimentação); 
 
40 
 
 Disgregação: Caracterização pela ruptura do concreto em regiões 
salientes dos elementos estruturais. O concreto disgregado 
mantém suas características e pureza, porém não é capaz de 
suportar os esforços solicitantes; 
 Desagregação: Resume-se em ataques químicos que ocorrem no 
concreto, por exemplo, a corrosão que é de natureza química. 
Na Tabela 2.5, Bauer (1994) apresenta os principais agentes causadores da 
deterioração das estruturas exemplificando simples o quanto as fissuras estão 
presentes em uma estrutura. Porém estas devem estar dentro de um limite de 
abertura. Segundo a NBR 6118 (2007), desde que a abertura máxima das fissuras 
não ultrapasse de 0,2mm a 0,4mm sob combinações frequentes, essas não têm 
importância quanto à corrosão das armaduras passivas. Caso as aberturas sejam 
superiores a 0,4mm, deve-se observar os limites de fissuração em função da classe 
de agressividade ambiental. 
Tabela 2.5 - Principais sintomas de deterioração das estruturas. (Bauer, 1994) 
 
 
Segundo Oliveira Andrade, Medeiros e Helene (2011), os principais 
mecanismos físico-químicos de deterioração das estruturas de concreto armado e 
protendido, estão apresentados na Tabela 2.6. 
 
41 
 
Tabela 2.6 - Principais mecanismos de deterioração das estruturas de concreto armado. (Oliveira 
Andrade, Medeiros e Helene, 2011) 
 
 
Para Souza e Ripper (1994), o estudo das causas responsáveis pelos 
diversos processos de deterioração de uma estrutura é complexo. Dessa forma, as 
deteriorações nas estruturas, segundo eles, podem ser classificadas de duas 
formas, intrínsecas e extrínsecas. 
2.3.4.1. Causas Intrínsecas 
Para Souza e Ripper (1998), as causas intrínsecas classificam-se como 
causas inerentes à própria estrutura, ou seja, originam-se nos materiais que as 
compõem e peças estruturais durante a fase de execução e/ou utilização das obras, 
por falhas humanas, e até mesmo por ações externas. A Tabela 2.7 apresenta de 
forma resumida as ações que levam as deteriorações intrínsecas. 
 
42 
 
Tabela 2.7 - Causas intrínsecas aos processos de deterioração das estruturas de concreto. (Souza e 
Ripper, 1998) 
 
 
Estas podem ser devidas às falhas Humanas durante a construção da 
estrutura, em virtude da falta de capacidade técnica da equipe de mão de obra, que 
possa originar problemas patológicos significativos. 
i. Deficiências de concretagem: refere-se às falhas no transporte, 
lançamento e adensamento, pois se executado de forma errônea, podem segregar 
os agregados graúdos e a argamassa, além da formação de ninhos de concretagem 
e de cavidades no concreto. 
a. Falhas no Transporte: Relacionados aos cuidados desde 
o momento da mistura da argamassa com os agregados até a sua 
aplicação final. Os principais cuidados que devem ser tomados são 
com relação à rapidez no processo para que o concreto não perca a 
trabalhabilidade. A relação água/cimento é outro fator que precisa ter 
 
43 
 
cuidado tendo em vista que este influencia diretamente na resistência 
do concreto; 
b. Lançamento: A má execução tende a deslocar as 
armaduras e os espaçadores utilizados para garantir o cobrimento 
adequado dos elementos estruturais. O lançamento exagerado em uma 
superfície plana pode ocasionar a exsudação da água, segregando 
assim, o agregado graúdo da nata de cimento ou argamassa, tornando 
aquele ponto frágil. 
c. Junta de Concretagem: Considerando que estas são 
inevitáveis, deve-se observar três fatores: durabilidade, resistência e 
estética. Por isso, as juntas nunca devem ser realizadas em regiões de 
elevadas tensões tangenciais. 
d. Adensamento: O adensamento e a vibração do concreto 
realizados de modo errôneo formam vazios na massa e irregularidades 
das camadas da superfície, deixando os vazios na face do elemento 
estrutural aumentando assim, a porosidade do concreto e facilitando a 
penetração de agentes agressores. 
e. Cura: É o principal elemento da concretagem, pois em tal 
fase são definidas as diversas características do elemento estrutural. 
Segundo Souza e Ripper (1998), o processo de cura é composto por 
uma série de medidas que visam impedir a evaporação da água 
necessária e inerente ao próprio endurecimento do concreto. Posterior 
à pega, o concreto continua a ganhar resistência, desde que não falte 
água para garantir a continuidade das reações de hidratação do 
concreto. A Figura 2.10 apresenta a influência da cura úmida com a 
resistência do concreto, ficando claro que é extremamente necessária 
a existência de um supervisionamento para perfeita e correta cura, 
objetivando a alta durabilidade da estrutura. 
 
 
44 
 
 
Figura 2.10 - Influencia da cura úmida sobre a resistência do concreto. (Neville, 1997) 
 
ii. Inadequação de fôrmas e escoramentos: está associada à falta de 
limpeza e aplicação de desmoldantes nas fôrmas antes da concretagem, o que pode 
ocasionar “embarrigamentos” e distorções necessitando assim de um preenchimento 
ainda maior de argamassa causando sobrecarga na estrutura, insuficiência de 
estanqueidade das fôrmas, retirada prematura da fôrma e do escoramento, o que 
resulta em deformações indesejáveis, e remoção incorreta dos escoramentos 
(SOUZA E RIPPER, 1998). 
Deficiência nas armaduras: 
iii. Nesta fase estão os problemas patológicos mais comuns e fáceis de 
serem encontrados nas várias obras existentes (Figura 2.11). Os erros na colocação 
das armaduras são das mais diversas ordens, sendo: 
Má interpretação dos elementos dos projetos: Ocorre quando há 
inversões do posicionamento das barras ou a troca das armaduras de 
uma peça com a outra. 
a. Insuficiência das armaduras: 
 
45 
 
Consequência da irresponsabilidade do executor diminuindo a 
quantidade de barras a serem empregadas e consequentemente 
na resistência da peça estrutural. 
b. Mau posicionamento das armaduras: 
Dá-se pela incorreta distribuição das armaduras, ou seja, incorreto 
espaçamento, ou o deslocamento das barras de suas posições 
originais.
 
Figura 2.11 – Erros de localização das armaduras. (Souza e Ripper, 1998) 
 
c. Cobrimento de concreto insuficiente: 
Proporciona acesso direto dos agentes agressivos externos pela 
falta de camada de proteção ou não atendimento aos limites 
mínimos de espessura da camada de proteção das armaduras. 
d. Dobramento inadequado das barras: 
Segundo Souza e Ripper (1998), tal fenômeno provoca seu 
fendilhamento por excesso de tensões trativas no plano ortogonal 
ao de dobramento. 
e. Deficiência na ancoragem e de emenda: 
Utilização indevida dos ganchos que se utilizados de forma 
errada, servem apenas para causar sobretensões. O comprimento 
de ancoragem é outro fator importante que deve ser observado. 
 
46 
 
Em ambos os casos, se deficientes, resultará em surgimentos de 
um quadro fissuratório que muitas vezes,podem trazer 
consequências mais graves. 
As emendas também podem causar sobrecarga de tensão nas 
regiões de excessiva concentração de barras emendadas em uma 
mesma seção e sobretensão se houver utilização incorreta de 
emendas. 
f. Má utilização de anticorrosivos nas barras das 
armaduras: 
Utilização de anticorrosivo é a pintura das armaduras com 
produtos que protege-as de corrosão. É um problema quando 
utilizada em excesso devido à perda de aderência entre concreto 
e aço. 
Utilização incorreta de materiais de construção: 
iv. A escolha dos materiais a serem utilizados são oriundos da parte 
técnica da obra, muitas vezes engenheiros. Um fator que leva a ocorrência deste 
fato é a economia indevida na obra, porém, nem sempre o mais barato é o de 
melhor qualidade. Segundo Souza e Ripper (1998), alguns casos mais comuns de 
utilização incorreta de materiais são: 
 Utilização de concreto com fck inferior ao especificado; 
 Utilização do aço com características diferentes das 
especificadas; 
 Assentamento das fundações em solo com capacidade de 
resistente inferior a solicitada; 
 Utilização de agregados reativos no concreto; 
 Utilização inadequada de aditivos; 
 Dosagem inadequada; 
 
47 
 
Inexistência de controle de qualidade: 
v. É uma questão fundamental que possibilita o controle de toda a 
composição e confecção do concreto de uma obra e se existir desde o início da 
obra, possibilita diminuir a ocorrência de deteriorações precoce da estrutura. 
Têm-se ainda as falhas humanas durante a construção da estrutura, que está 
relacionada a apenas um fator, a falta de manutenção em uma edificação. A fim de 
evitar esse tipo de ocorrência, deve-se adotar uma manutenção programada, 
visando manter os materiais e peças estruturais em condições para as quais foram 
projetadas e construídas. 
Causas Naturais: 
Segundo Souza e Ripper (1998), as causas naturais são inerentes do próprio 
material concreto e à sua sensibilidade ao ambiente e aos esforços solicitantes, não 
ocasionado, por falhas humanas ou de equipamentos. 
i. Causas próprias à estrutura porosa do concreto: 
ii. Mehta (1994) apud Souza e Ripper (1998, p. 35), diz que: 
“De uma maneira geral, o futuro do concreto não vai ser determinado por 
tecnologias sofisticadas, aplicáveis a casos específicos, mas pelos esforços 
de todos em resolver os problemas dos que lidam com o dia-a-dia dos 
concretos convencionais”. Em continuação, diz ser "óbvio que o objetivo 
principal das construções de hoje deve mudar da resistência para a 
durabilidade", e ainda que "a impermeabilidade do concreto deve ser a 
primeira linha do sistema de defesa contra qualquer processo físico-químico 
de deterioração". 
Souza e Ripper (1998), mencionam que quanto mais permissível for o 
concreto ao transporte interno da água, gases e/ou de outros agentes agressivos, 
maior será a sua probabilidade de degradação. Dessa forma, é possível concluir que 
a degradação dependerá de dois fatores, a porosidade do concreto e as condições 
ambientais da superfície a que este estiver. 
Dessa forma, Mehta (1994) apud Souza e Ripper (1998) cita que para o 
concreto convencional, a questão resistência não é o fator crucial de preocupação, 
já que esta vai sendo obtida de forma trivial, mas sim que os esforços devem ser 
dirigidos à obtenção de um concreto mais durável, ou seja, concreto com baixo 
 
48 
 
índice de porosidade e permeabilidade, considerando que porosidade é a relação 
entre o volume de vazios e o volume total de um material. 
Causas químicas 
iii. As reações químicas se manifestam através de efeitos 
físicos nocivos, tais como, o aumento da porosidade e permeabilidade, diminuição 
da resistência, fissuração e destacamento (MEHTA et al., 1994 apud AGUIAR, 
2006), além da própria decomposição química da estrutura afetada. Segundo 
Poggiali (2009), a degradação química do concreto ocorre devido as causas internas 
(reações internas ao concreto, como, a reação álcali-agregado, formação de 
compostos expansivos do cimento, entre outros). 
Para Souza e Ripper (1998), as degradações advindas das causas químicas 
derivam das: 
- Reações internas do concreto (álcalis-agregados, álcalis-dolomita e 
entre rochas caulinizadas), expansibilidade de certos constituintes do cimento, 
presença de cloretos no concreto, presença de ácidos e sais no concreto, 
presença de anidrido carbônico, presença de água e elevação da temperatura 
interna do concreto. 
Causas físicas: 
iv. Para Souza e Ripper (1998), as causas físicas ao 
processo de deterioração da estrutura são resultantes da variação da temperatura 
externa, insolação, variação do vento e variação da água (em forma de gelo, chuva 
ou umidade). Eles ainda acreditam que pode incluir como causa física possíveis 
solicitações mecânicas ou acidentes ocorridos durante a execução da estrutura. 
Causas biológicas 
v. De acordo com Souza e Ripper (1998), as causas 
biológicas podem ocorrer devido ataques químicos de ácidos oriundos do 
crescimento de raízes de plantas ou algas que se instalem em fissuras ou grande 
porosidade do concreto, ou por ação dos fungos ou por ação de sulfetos presentes 
no esgoto. 
 
49 
 
2.3.4.2. Causas Extrínsecas 
Segundo Souza e Ripper (1998), as causas extrínsecas de deterioração da 
estrutura são as que independem do corpo estrutural em si, independente de sua 
composição ou execução, podendo, de outra forma, serem vistas como os fatores 
que atacam a estrutura "de fora para dentro", durante as fases de concepção ou ao 
longo da vida útil desta, como se poderá entender observando a Tabela 2.8. 
Tabela 2.8 - Causas extrínsecas aos processos de deterioração das estruturas de concreto. (Souza e 
Ripper, 1998). 
 
Conforme visto na Tabela 2.8, as causas extrínsecas se dividem em seis 
etapas, sendo: 
Falhas humanas durante o projeto: 
i. Ocorre durante a concepção de projeto, se dá uma 
análise que por mais simples que seja, acarretará em erros futuros, levando a 
estrutura a uma degradação não desejada, como por exemplo: não atendimento à 
altura útil e total da estrutura dependendo do seu tipo estrutural. 
Modernização estrutural inadequada: 
a. O primeiro passo para a concepção de um projeto, deve-se 
considerar o conjunto de condições atuantes na estrutura composto 
 
50 
 
por ações solicitantes, materiais constituintes, comportamento da 
estrutura e os critérios de segurança. Não existe uma regra que diz 
como o projetista deve considerar a estrutura com relação ao seu 
comportamento, porém um bom conhecimento das inércias e 
deformações virá evitar problemas, como por exemplo, flechas 
acentuadas em lajes e vigas (SOUZA E RIPPER, 1998). 
Em relação a esquematização estrutural, um erro muito comum é quanto às 
condições de engastamento total ou parcial das lajes e vigas, situação que pode 
gerar problemas em edifícios mais altos e com peças de inércia muito diferentes. A 
Figura 2.12 representa um frequente erro de esquematização para o caso de 
encontro de vigas e paredes. 
 
Figura 2.12 - Esquema estruturais para cálculo de vigas de edifício. (Souza e Ripper, 1998) 
 
Má avaliação das cargas: 
b. As cargas a serem consideradas em um projeto devem ser 
pensadas e analisadas de forma que sejam suficientes para 
garantir que não serão ultrapassadas durante a utilização do 
edifício. Segundo a ABNT NBR 6120 (1980), as cargas são 
classificadas em duas categorias, sendo: 
- Carga Permanente: carga constituída pelo peso próprio da 
estrutura e o peso de todos os elementos construtivos fixos e instalações 
permanentes que a compõe. 
- Carga Acidental: é toda carga que pode atuar sobre a estrutura 
em função de sua utilização (pessoas, móveis, materiais diversos, etc). 
 
51 
 
Detalhamento errado ou insuficiente: 
c. É um ponto que normalmente faz com que ocorram erros sérios de 
execução e consequentemente, apresentem problemas patológicos 
que afetamdiretamente a resistência e durabilidade da estrutura 
(Figura 2.13). 
 
Figura 2.13 - Diferentes situações de detalhamentos de armaduras. (Souza e Ripper, 1998) 
 
Inadequação ao ambiente: 
d. Ocorre quando um projeto, de forma não analisada, concebe uma 
forma geométrica para a disposição de armaduras ou despejo de 
água de uma cobertura sem as devidas considerações que devem 
ser tomadas. No caso das armaduras, deve-se sempre lembrar 
que, durante a concretagem, em seu adensamento e vibração, é 
necessário prever o espaço suficiente para que a agulha do 
vibrador possa exercer sua função e fazer com que o concreto 
lançado possa preencher o maior número de espaços vazios, 
reduzindo assim, a porosidade do concreto. A Figura 2.14 
apresenta uma forma simples de adequar o projeto, sem modificar 
sua forma original, correta e simples de executar. Quanto a 
questão do escoamento da água da cobertura, é simples o fato de 
 
52 
 
prever uma pingadeira para evitar a degradação da região da viga 
que recebe essa água, conforme apresentado na Figura 2.15. 
 
Figura 2.14 - Detalhamento das barras na seção transversal de uma viga. (Souza e Ripper, 1998) 
 
 
 
Figura 2.15 - Adoção de pingadeiras. (Souza e Ripper, 1998) 
 
 
Incorreção na interação solo-estrutura: 
e. O terreno da fundação sempre será o elemento responsável por 
resistir os esforços solicitantes de uma estrutura e principalmente 
por mantê-la estável. Portanto, é extremamente necessário 
conhecer através de sondagem qual a resistência do solo existente 
naquele local e qual a profundidade de cada camada de solo 
presente. 
Uma análise ruim das características do solo pode fazer com que surjam 
alguns problemas, tais como, fundação não adequada para aquele tipo de solo, 
fundações assentadas em solo com capacidade de resistência inferior a necessária, 
deformabilidade incompatível com a rigidez da estrutura, tendo como consequência, 
recalques de apoio e patologias diversas (SOUZA E RIPPER, 1998). 
 
53 
 
Incorreção na consideração de juntas de dilatação: 
f. Segundo Souza e Ripper (1998), a ausência ou a má utilização de 
juntas de dilatação nas estruturas é um dos fatores que 
invariavelmente traz problemas, em particular como resultado do 
comportamento reológico do concreto. 
A falta de detalhamento adequado para a vedação das juntas de dilatação 
pode fazer com que a água percole sobre a estrutura atacando assim, as armaduras. 
 
Figura 2.16 - Correto detalhamento da junta de dilatação. (Prefac Impermeabilizações) 
 
Falhas humanas durante a utilização: 
ii. São ações geradas diretas pela ação do homem, muitas 
vezes, proprietário ou utilizadores que atuam de forma incorreta e inconveniente, 
sem a menor consciência de que suas ações podem causar a deterioração da 
estrutura. 
Alterações estruturais: 
a. Ocorrem quando o proprietário ou utilizador age na estrutura de 
forma irresponsável alterando a função onde a estrutura foi 
projetada, interferindo de forma direta em seu comportamento 
estático e/ou resistente. 
Segundo Souza e Ripper (1998), são ações que modificam o comportamento 
estático e/ou resistente de uma estrutura: 
 
54 
 
 Suspensão de paredes portantes ou de outras peças estruturais; 
 Aumento do número de andares em um edifício sem consulta e 
análise prévia de um técnico capacitado; 
 Demolições que modificam o esquema estrutural do edifício; 
 Abertura de furos em vigas e pilares sob o não dimensionamento 
adequado em termos de posição e dimensões. 
Sobrecargas exageradas: 
b. Podem ocorrer quando a modificação do propósito estrutural da 
edificação, ou seja, lajes calculadas para funcionarem como 
escritórios e utilizadas com a função de academias, que devido os 
equipamentos utilizados, geram muito mais sobrecarga na 
edificação. Outro exemplo bastante comum são os painéis 
publicitários existentes sobre marquises de lojas e apartamentos, 
como se pode ver na Figura 2.17. 
 
Figura 2.17 - Marquise deformada devido sobrecarga do painel publicitário. (Nota de Aula de 
Estruturas de Concreto IV – UDF, 2014) 
 
Alteração das condições do terreno de fundação: 
c. Trata-se de alteração não cuidada entre construções existentes e 
novas, e particularmente, das alterações das condições de 
estabilidade e compressibilidade do terreno, ou seja, não houve 
observância quanto às condições vizinhas, uma vez que tal efeito 
 
55 
 
pode alterar as características existentes do terreno originando 
muitas vezes o recalque de fundações. 
iii. Ações mecânicas 
Choques de veículos: 
a. Acidentes que podem ocorrer contra a estrutura de concreto e que 
possuem, como consequência, o desgaste da camada mais 
superficial da peça atingida, podendo ocorrer em alguns casos, a 
destruição desta. 
Recalque de fundações: 
b. Segundo Souza e Ripper (1998), toda estrutura durante e 
posteriormente a sua construção está sujeita a deslocamentos 
verticais lentos, até que o equilíbrio entre o carregamento aplicado 
e o solo seja atingido. Em projetos mal concebidos em que as 
fundações são dimensionadas de forma a não resistir os esforços 
solicitantes, estes estão extremamente sujeitos a ocorrência de 
recalque de fundação, que a partir daí, pode originar diversos 
fatores patológicos na estrutura, por exemplo, fissuras devido 
recalques de fundações (Figura 2.18 e Figura 2.19). 
 
Figura 2.18 - Exemplo de fissura devido recalque de fundação. (Cavaco, 2008) 
 
 
56 
 
 
Figura 2.19 - Recalque diferencial de fundação na Torre de Pisa. (BlogSpot Engenharia Civil para 
iniciantes - Dicionário do Engenheiro) 
 
Acidentes (ações imprevisíveis): 
c. Para Souza e Ripper (1998), este item relata ações mecânicas ou 
físicas que uma estrutura pode ser submetida, cuja ocorrência é 
muito difícil ou imprevisível, tais como: incêndio, abalos sísmicos, 
inundações, choques de veículos (que não os previsíveis) e os 
esforços do vento. (Figura 2.20 e Figura 2.21). 
 
Figura 2.20 - Queda de elementos dos tabuleiros. (Vaz, 1992) 
 
 
57 
 
 
Figura 2.21 - Danos em pilares. (Vaz, 1992) 
 
iv. Ações físicas 
Variação da temperatura: 
a. Quando no projeto da estrutura não se considera a variação da 
temperatura a tendência é a indução de fissuras nestes elementos 
estruturais. 
Insolação 
b. As ações se manifestam da mesma forma relatada no item anterior, 
agravado somente da radiação solar que atua sobre a camada 
epidérmica do concreto, ocasionando assim, alteração da textura e 
da cor do elemento estrutural (SOUZA E RIPPER, 1998). 
Atuação da água 
c. Geradora das mais diferentes patologias em uma estrutura, 
independente do seu estado, líquido (chuva), sólido (gelo) e gasoso 
(umidade). 
v. Ações químicas: As principais ações químicas que geram a 
deterioração da estrutura são resultantes de ações intrínsecas, pois ocorriam 
durante a fase de execução e utilização da estrutura. Quando consideradas como 
 
58 
 
causas extrínsecas, deve-se entender tais ações agindo durante à vida útil da 
estrutura. 
Sousa e Ripper (1998) citam o ar e o gás, as águas agressivas, as águas 
puras, as reações com ácidos e sais, e as reações com sulfato como elementos que 
causam reações na estrutura devido a porosidade do concreto e os agentes 
agressores do meio externo. 
vi. Ações biológicas: Segundo Sousa e Ripper (1998), embora as 
ações biológicas sejam predominantes em pontes e construções rurais, elas também 
podem surgir em edificações localizadas nos grandes centros urbanos. Essas ações 
são geradas pelo crescimento de vegetação nas estruturas, cujas raízes penetram 
na estrutura devido pequenas falhas de concretagem, ou pelas fissuras e juntas de 
dilatação, desenvolvimento de organismos e micro-organismos em certas partes da 
estrutura. 
2.3.5. Diagnósticos 
Segundo Iliescu (2007), diagnóstico pode ser definido como a identificação da 
natureza, da causa e da origem dos desgastes. Para diagnosticar,

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