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Exerc´ıcios de Probabilidade - Soluc¸a˜o Henrique Dantas Neder Professor Associado Universidade Federal de Uberlaˆndia 10 de novembro de 2014 1. Sabe-se que 80 % dos peˆnaltis marcados a favor do Brasil sa˜o cobrados por jogadores do Flamengo. A probabilidade de um peˆnalti ser conver- tido e´ 40 % se o cobrador for do Flamengo e de 70 % em caso contra´rio. Um peˆnalti a favor do Brasil acabou de ser marcado: a) Qual a probabilidade do peˆnalti ser cobrado por um jogador do Flamengo e ser convertido? Seja o evento F = {o peˆnalti e´ cobrado pelo jogador do Flamengo} e o evento C = {o peˆnalti e´ convertido em gol} P(F)=0,80 P(C/F)=0,40 P (C/F ) = 0, 70 P (F ∩ C) = P (F )× P (C/F ) = 0, 80× 0, 40 = 0, 32 b) Qual a probabilidade do peˆnalti ser convertido? C = (C ∩ F ) ∪ (C ∩ F ) P (C) = P (F )× P (C/F ) + P (F )× P (C/F )= 0, 80× 0, 40 + (1− 0, 80)× 0, 70 = 0, 46 2. Marina quer enviar uma carta a Veroˆnica. A probabilidade de que Marina escreva a carta e´ de 8/10. A probabilidade de que o correio na˜o perca e´ de 9/10. A probabilidade de que o carteiro entregue e´ de 9/10. Dado que Veroˆnica na˜o recebeu a carta, qual e´ a probabilidade condicional de que Marina na˜o a tenha escrito? Sejam os eventos: M = {Marina escreve a carta} C = {O correio na˜o perde a carta} T = {O certeiro entrega a carta} V = {Veroˆnica recebe a carta} P(M) = 0,8 P(C) = 0,9 P(T) = 0,9 V = M ∪ C ∪ T P (M/V ) = P (M∩V ) P (V ) = P (M∪V ) P (V ) = 1−(P (M)+P (V )−P (M∩V ) 1−P (V ) = 1−(P (M)+P (V )−P (M)×P (V/M)) 1−P (V ) = 1−(0,8+0,8×0,9×0,9−0,8×0,9×0,9) 1−0,8×0,9×0,9 = 0, 5682 1 3. Duas ma´quinas A e B produzem 3000 pec¸as em um dia. A ma´quina A produz 1000 pec¸as, das quais 3 % sa˜o defeituosas. A ma´quina B produz as restantes 2000, das quais 1 % sa˜o defeituosas. Da produc¸a˜o total em um dia uma pec¸a e´ escolhida ao acaso e, examinando-a, constata- se que e´ defeituosa. Qual e´ a probabilidade de que a pec¸a tenha sido produzida pela ma´quina A? A = {A pec¸a e´ produzida pela ma´quina A} B = {A pec¸a e´ produzida pela ma´quina B} D = {A pec¸a e´ defeituosa} P(A) = 1/3 P(B) = 2/3 P(D/A) = 0,03 P(D/B) = 0,01 P (A/D) = P (A∩D) P (D) = P (A∩D) P ((D∩A)∪(D∩B)) = P (A)×P (D/A) P (A)×P (D/A)+P (B)×P (D/B) = 1/3×0,03 1/3×0,03+2/3×0,01 = 0, 6 4. Uma moeda equilibrada e´ jogada duas vezes. Sejam A e B os eventos: A: cara na primeira jogada; B: cara na segunda jogada Verifique que A e B sa˜o independentes. Para provarmos que A e B sa˜o independentes temos que mostrar que: P (A ∩B) = P (A)× P (B) Sejam os eventos A1 = cara na primeira jogada A2 = cara na segunda jogada P (A) = P (A1 ∩ A2) + P (A1 ∩ A2) = 1/2× 1/2 + 1/2× 1/2 = 1/2 P (B) = P (A1 ∩ A2) + P (A1 ∩ A2) = 1/2× 1/2 + 1/2× 1/2 = 1/2 P (A)× P (B) = 1/2× 1/2 = 1/4 Mas P (A ∩B) = P (A1 ∩ A2) = 1/2× 1/2 = 1/4 = P (A)× P (B) e portanto A e B sa˜o independentes. 5. Um exame de laborato´rio teˆm eficieˆncia de 95 % para detectar uma doenc¸a quando essa doenc¸a existe de fato. Entretanto o teste aponta um resultado “falso positivo” para 1 % das pessoas sadias testadas. Se 0,5 % da populac¸a˜o tem a doenc¸a, qual e´ a probabilidade de uma pessoa ter a doenc¸a dado que seu exame foi positivo? 2 Sejam os eventos: E = {O exame detecta a doenc¸a} D = {A doenc¸a existe de fato} P(E/D) = 0,95 P (E/D) = 0, 01 P(D) = 0,05 P (D/E) = P (D∩E) P (E) = P (D)×P (E/D) P (E) = P (D)×P (E/D) P ((E∩D)∪(E∩D)) == P (D)×P (E/D) P (D)×P (E/D)+P (D)×P (E/D) = 0,05×0,95 0,05×0,95+0,95×0,01 = 0, 8333 6. Um ju´ri de 3 pessoas tem dois jurados que decidem corretamente (cada um) com probabilidade p e um terceiro jurado que decide por cara ou coroa. As deciso˜es sa˜o tomadas por maioria. Outro ju´ri tem proba- bilidade p de tomar uma decisa˜o correta. Qual dos ju´ris tem maior probabilidade de acerto? Seja E1 = {o primeiro juri toma a decisa˜o correta} Seja E2 = {o segundo juri toma a decisa˜o correta} J1 = o primeiro jurado do primeiro juri toma a decisa˜o correta J2 = o segundo jurado do primeiro juri toma a decisa˜o correta J3 = o terceiro jurado do primeiro juri toma a decisa˜o correta P (E1) = P ((J1∩ J2∩ J3)∪ (J1∩ J2∩ J3)∪ (J1∩ J2∩ J3)∪ (J1∩ J2∩ J3)) = (1 − p) × p × 0, 5 + p × (1 − p) × 0, 5 + p × p × 0, 5 + p × p × 0, 5 = (1− p)× p + p2 = p− p2 + p2 = p Portanto, os dois juris tem a mesma probabilidade (p) de tomar a decisa˜o correta. 7. Lanc¸a-se um dado na˜o viciado ate´ a obtenc¸a˜o do terceiro 6. Seja X o nu´mero do lanc¸amentos em que isto ocorre. Calcule: a) P(X = 10); b) P(X ¡ 10); c) P(X ¿ 10). Soluc¸a˜o: a) Para calcular P(X=10) temos que fixar o fato de que sai um seis no de´cimo lanc¸amento e os outros dois resultados iguais a 6 podem sair em combinac¸o˜es de dois resultados iguais a 6 dentro dos nove lanc¸amentos. Enta˜o temos que ter qualquer sequencia de 2 resultados 6 e 7 resultados na˜o 6 em 9 lanc¸amentos. Enta˜o a probabilidade de que saia o terceiro 6 no de´cimo lanc¸amento e´ igual a: 3 P(2 resultados iguais a 6 em 9 lanc¸amentos) x P(resultado 6 no de´cimo lanc¸amento) =( 9 2 ) × (1 6 )2 × (1− 1 6 )7 × rac16 = 9! 2!× (9− 2)! × ( 1 6 )2 × (1− 1 6 )7 × 1 6 = 0, 0465 b) P (X < 10) = ∑9 i=1 P (X = i) = P (X = 1)+P (X = 2)+ ...+P (X = 9) P (X = 1) = 0 P (X = 2) = 0 P (X = 3) = (1 6 )3 = 1 216 P (X = 4) = ( 3 2 ) × (1 6 )2 × (1− 1 6 )× 1 6 = 3× 5 216 P (X = 5) = ( 4 2 ) × (1 6 )2 × (1− 1 6 )2 × 1 6 = 6× 5 216 P (X = 6) = ( 5 2 ) × (1 6 )2 × (1− 1 6 )3 × 1 6 = 10× 5 216 P (X = 7) = ( 6 2 ) × (1 6 )2 × (1− 1 6 )4 × 1 6 = 15× 5 216 P (X = 8) = ( 7 2 ) × (1 6 )2 × (1− 1 6 )5 × 1 6 = 21× 5 216 P (X = 9) = ( 8 2 ) × (1 6 )2 × (1− 1 6 )6 × 1 6 = 28× 5 216 P (X < 10) = 1 216 + (1 6 )3× (3× (5 6 ) + 6× (5 6 )2 + 10× (5 6 )3 + 15× (5 6 )4 + 21× (5 6 )5 + 28× (5 6 )6) = 0, 1782 c) P (X > 10) = 1 − P (X ≤ 10) = 1 − (P (X < 10) + P (X = 10)) = 1− (0, 1782 + 0.0465) = 0, 7753 8. Aos nu´meros inteiros de 1 a n sa˜o designadas probabilidades propor- cionais aos seus valores. Determine p(i) para i=1,..,n. P (X = Xi) = k ×Xi∑n i=1 P (Xi) = 1∑n i=1 P (Xi) = ∑n i=1 k × Xi = k × ∑n i=1Xi = k × (1 + 2 + ... + n) = k × n×(1+n) 2 = 1 k = 2 n(1+n) Portanto: p(i) = 2 n(1+n) × i 9. Uma moeda e um dado sa˜o lanc¸ados e os resultados sa˜o colocados na forma (x,y), onde x representa o resultado da moeda e y representa o 4 resultado do dado. Determine o espac¸o amostral e a probabilidade dos seguintes eventos: a) A: ocorrer cara; Vamos simbolizar o espac¸o amostral pelo evento S. S = {(K,1), (K,2), ..., (K,6), (C,1),(C,2),...(C,6)} P (A) = P (K, 1) + P (K, 2) + ... + P (K, 6) = 6× 0, 5× 1/6 = 1/2 b) B: ocorrer nu´mero ı´mpar; O espac¸o amostral e´ formado por 12 eventos equiprova´veis. Temos os seguintes eventos favora´veis a B: (K,1), (K,3), (K,5), (C,1), (C,3), (C,5). Portanto temos 6 eventos favora´veis a B. Aplicando a definic¸a˜o cla´ssica dce probabilidade, temos que P(B) = 6/12 = 0,5 c) C: ocorrer nu´mero 3; P(C) = 2/12 = 1/6 d) D: ocorrer A ∪B; P (A∪B) = P (A)+P (B)−P (A∩B) = 0, 5+0, 5−3/12 = 9/12 = 3/4 e) E: ocorrer A ∩B P (A ∩B) = 3/12 10. Considere A e B dois eventos quaisquer associados a um experimento. Se P (A) = 0, 3 ; P (A∪B) = 0, 8 e P(B)=p, para quais valores de p, A e B sera˜o: a. eventos mutuamente exclusivos? b. independentes? a. P (A ∪ B) = P (A) + P (B)− P (A ∩ B) 0, 8 = 0, 3 + p− 0 Portanto p = 0,8 - 0,5 = 0,3 b. P (A ∪ B) = P (A) + P (B) − P (A ∩ B) 0, 8 = 0, 3 + p − 0, 3 × p Portanto 0, 7× p = 0, 8− 0, 3 p = 0,5 0,7 = 5/7 11. A probabilidade de que o aluno A resolva um problema e´ de 2/3, e a probabilidadede que B o resolva e´ de 3/4. Se ambos tentarem inde- pendentemente, qual a probabilidade de o problema ser resolvido? 12. Suponha que A, B e C sa˜o acontecimentos tais que: P (A) = P (B) = P (C) = 1 4 ; P (A ∩B) = P (B ∩ C) = 0; P (A ∩ C) = 1 8 Calcule a probabilidade de que pelo menos um dos acontecimentos A,B ou C ocorra. 13. Considere dois acontecimentos A e B tais que: P (A ∪B) = P (A) + P (B)− 0, 1 P (A/B) = 0, 2 5 Determine P(B) e P (A¯/B) 14. Dados dois acontecimentos A e B, tais que: P (A) = 1 4 , P (B) = 1 3 e P (A ∪B) = 1 2 Determine a) Se A e B sa˜o independentes; b) Se A e B sa˜o mutuamente exclusivos; c) P (A/B), P (A¯/B), P (B¯/A) , P (A¯/B¯) 15. Sejam A e B dois eventos independentes. Prove que o complementar de A e o complementar de B sa˜o tambe´m eventos independentes. Se A e B sa˜o independentes, enta˜o P (A ∩B) = P (A)× P (B) P (A∩B) = P (A ∪B) = 1− (P (A) +P (B)−P (A∩B) = 1−P (A)− P (B) + P (A)× P (B) = (1− P (A))× (1− P (B)) = P (A)× P (B) 16. Numa amostra constitu´ıda por 100 indiv´ıduos foram obtidos os resul- tados apresentados no quadro seguinte: com bronquite sem bronquite fumante 40 20 nao fumante 10 30 1. Diga justificando os eventos ”ser fumante” e ”ter bronquite” sa˜o independentes. A = ser fumante B = ter bronquite P(A) = 0,60 P(B) = 0,50 P (A ∩B) = 0, 40 P (A)× P (B) = 0, 3 6= P (A ∩B) Portanto A e B sa˜o dependentes 2. Calcule a probabilidade de um individuo que e´ fumante ter bron- quite. P (B/A) = P (A ∩B)/P (A) = 0, 40/0, 60 = 0, 6667 17. Uma certa doenc¸a aparece em cerca de uma pessoa em cada mil numa dada populac¸a˜o. Po˜e se em funcionamento um certo programa para detectar a presenc¸a da doenc¸a, sendo utilizado um aparelho que mostra 6 a presenc¸a da doenc¸a em 99 por cento para uma pessoa com a doenc¸a e em cinco por cento para uma pessoa sem essa doenc¸a. Pretende se saber qual e´ a probabilidade de que uma pessoa com um teste positivo tenha realmente a doenc¸a. D = a pessoa e´ doente A = o aparelho detecta a presenc¸a da doenc¸a P(D) = 0,001 P(A/D)=0,99 P (A/D) = 0, 05 P (D/A) = P (A∩D) P (A) = P (D)×P (A/D) P ((A∩D)∪(A∩D)) = P (D)×P (A/D) P (D)×P (A/D)+P (D)×P (A/D) = 0,001×0,99 0,001×0,99+0,999×0,05 = 0, 0194 7
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