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Direito da Seguridade Social
Aula 2 – Evolução dos Direitos Sociais no Brasil
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Brasil
No Brasil, desde a sua colonização, a relação entre o Estado e a sociedade civil é complexa.
Isso porque o Estado surge antes da sociedade civil.
A economia era baseada no latifúndio e no trabalho escravo, marcando, até hoje, grandes desigualdades sociais e de distribuição de renda.
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Primeiras formas de Proteção Social
As primeiras organizações de proteção social tinham caráter eminentemente beneficente e assistencial.
1543 – criou-se as Santas Casas de Misericórdia (Porto de São Vicente e Vila de Santos).
1785 – Plano de Beneficência dos Órfãos e Viúvas dos Oficiais da Marinha.
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Primeiras formas de Proteção Social
1821 - Decreto do Príncipe Regente, Dom Pedro de Alcântara, concedendo aposentadoria aos mestres e professores após 30 anos de serviço, além de um abono de ¼ se continuasse em atividade.
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Constituição de 1824
Constituição Imperial: estabelecia em seu art. 179, inciso XXXI: que “A Constituição tambem garante os soccorros publicos.”
1835 – Montepio Geral da Economia dos Servidores do Estado (MONGERAL).
Dom Pedro I – Imperador de 1822 a 1831
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República Velha
Art. 75, Constituição de 1831: estabelecia que “A aposentadoria só poderá ser dada aos funcionários públicos em caso de invalidez no serviço da Nação“.
Bandeira da República dos Estados Unidos do Brasil
1889 - 1930
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Primeiras Proteções
1888: Decreto 9.912-A  tratava da aposentadoria dos empregados dos Correios aos 30 anos de serviço e idade mínima de 60 anos;
1890: Decreto 221  instituiu a aposentadoria aos empregados da Estrada de Ferro Central do Brasil, sendo estendida aos demais ferroviários;
1892: Lei 217  instituiu a aposentadoria por invalidez e pensão por morte aos operários do Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro.
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Primeiras Proteções
Apesar das referidas proteções contemplarem aposentadorias, as mesmas não eram consideradas como verdadeiramente pertencentes a um regime previdenciário contributivo, pois os beneficiários não contribuíam durante sua atividade;
Tais aposentadorias eram pagas pelo Estado.
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Movimento Operário
	O movimento operário no Brasil, nas suas origens, seguiu a tendência mundial, e tornou-se mais intenso principalmente nos anos 1917 e 1919.
	A constituição do mercado de trabalho livre, a partir da abolição da escravatura, em 1888, se deu principalmente no Sul/Sudeste com a chegada de migrantes europeus e a expansão das indústrias de bens de consumo não duráveis. O movimento ficou conhecido como “anarquismo”. 
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Lei Elói Chaves
	Considera-se que em 14 de janeiro de 1923, através da “Lei Elói Chaves”, deu-se a partida inicial para a Previdência Social brasileira, através da qual houve a criação de uma caixa de aposentadorias e pensões para os ferroviários.
	14 de janeiro de 1923, criação da Caixa de Aposentadorias e Pensões dos Ferroviários.
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Lei Elói Chaves
O modelo da lei se assemelhava ao modelo alemão, exigindo:
Obrigatoriedade de participação dos trabalhadores;
Contribuição para o sistema pelo trabalhador e empregador, cabendo ao Estado apenas a regulamentação e fiscalização;
Benefícios definidos em lei para proteção de incapacidade temporária ou em caso de morte.
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Lei Elói Chaves
Posteriormente, durante a década de 1930, a Lei Elói Chaves foi estendida a outras categorias como:
dos Comerciários (IAPC);
dos Bancários (IAPB);
dos Industriários (IAPI);
Dos Transportadores de Carga (IAPETC); e
dos Servidores Públicos (IPASE).
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Revolução de 1930
Getúlio Dornelles Vargas (1882-1954) 17º e 20º Presidente do Brasil, de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954.
	Esta revolução encerra a República Velha elevando ao poder Getúlio Vargas. 
	A partir de então diversos direitos sociais serão reconhecidos.
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Era Vargas
	Na década de 1930, até 1937, o Estado passa a ter uma estratégia mais elaborada no trato com os movimentos reivindicatórios.
	Sob o governo de Getúlio Vargas, além da repressão, há também uma política de concessão de direitos trabalhistas e de incentivo ao desenvolvimento de um sindicalismo mais favorável ao Estado. 
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Era Vargas
	Essa mudança de estratégia do governo criou uma espécie de engessamento nas correntes mais à esquerda do movimento operário, que se sufocou ainda mais no Estado Novo.
	Mesmo assim, o sindicalismo de esquerda deu continuidade à sua luta, mas com reivindicações menos revolucionárias, e se dedicou a lutas pelo cumprimento da legislação trabalhista já existente.
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Constituição de 1934
		Art 121 - A lei promoverá o amparo da produção e estabelecerá as condições do trabalho, na cidade e nos campos, tendo em vista a proteção social do trabalhador e os interesses econômicos do País.
		§ 1º - A legislação do trabalho observará os seguintes preceitos, além de outros que colimem melhorar as condições do trabalhador:
		[...]
		h) assistência médica e sanitária ao trabalhador e à gestante, assegurando a esta descanso antes e depois do parto, sem prejuízo do salário e do emprego, e instituição de PREVIDÊNCIA, mediante contribuição igual da União, do empregador e do empregado, a favor da velhice, da invalidez, da maternidade e nos casos de acidentes de trabalho ou de morte; 
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Constituição de 1937
	Art. 137 – A legislação do trabalho observará, além de outros, os seguintes preceitos: 
	[...]
	m) a instituição de seguros de velhice, de invalidez, de vida e para os casos de acidentes do trabalho;
	n) as associações de trabalhadores têm o dever de prestar aos seus associados auxílio ou assistência, no referente às práticas administrativas ou judiciais relativas aos seguros de acidentes do trabalho e aos SEGUROS SOCIAIS.
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Brasil do Pós II Guerra
	É justamente como resultado da guerra, pelos acordos estabelecidos pelo Brasil com os Estados Unidos para entrar na luta ao lado dos aliados, que se iniciou a siderurgia nacional.
	Com isso, há um salto na indústria de base nacional – principalmente metalurgia – no início da década de 1950.
	E é de 50 a 1960 que ocorrem as grandes greves de massa, ambas em São Paulo, como a dos “300 mil” (1953) e dos “400 mil” (1957).
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Brasil do Pós II Guerra
Na assistência social cria-se a Legião Brasileira de Assistência – LBA, através do Decreto-lei n. 4.890/42.
Em 1945, institui-se a Lei Orgânica dos Serviços Sociais do Brasil através do Decreto-lei n. 7.526, com o objetivo de uniformização das normas a respeito dos benefícios previdenciários e outros serviços. Por falta de regulamentação não teve eficácia, sendo que o Instituto dos Serviços Sociais do Brasil nunca chegou a existir.
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Consolidação das Leis do Trabalho
No dia 1º de maio de 1943, Getúlio Vargas aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), assegurando diversos direitos aos trabalhadores.
O recrudescimento do movimento operário visaou particularmente a reposição de perdas salariais, pois, desde que foi criado, em 1941, o salário mínimo não sofrera correção até 1954, quando Vargas anunciou o reajuste do salário mínimo no Dia 1º de Maio. 
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Constituição de 1946
	Art 157 - A legislação do trabalho e a da PREVIDÊNCIA SOCIAL obedecerão nos seguintes preceitos, além de outros que visem a melhoria da condição dos trabalhadores:
	[...]
	XIV - assistência sanitária, inclusive hospitalar e médica preventiva, ao trabalhador e à gestante;
	XV - assistência aos desempregados;
	XVI - PREVIDÊNCIA, mediante contribuição da União, do empregador e do empregado, em favor da maternidade e contra as conseqüências da doença, da velhice, da invalidez e da morte;
	XVII - obrigatoriedade da instituição do seguro pelo empregador contra os acidentes do trabalho.”
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Brasil Década de 50
	Na segunda metade da década de 1950, no Governo JK, iniciou-se o período de desenvolvimentismo associado, o que, com a expansão da oferta de empregos, em princípio, aplacaria os movimentos
reivindicatórios.
	A década de 1960 marca a criação do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) e a conquista da gratificação natalina (13º salário), uma reivindicação que se arrastava desde 1945.
Juscelino Kubitschek de Oliveira – 24º presidente do Brasil governou entre 1956 e 1961.
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Previdência Social no Brasil
	A Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960, padronizou o sistema assistencial, trazendo novos benefícios como auxílio-natalidade, auxílio-funeral e auxílio-reclusão, elevou o teto do salário-de-contribuição para 5 (cinco) salários mínimos.
	
	Em 3 de outubro de 1963, com a edição da Lei nº 4.266, foi criado o salário-família.
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Milagre econômico
	O "milagre econômico" é a denominação dada à época de excepcional crescimento econômico ocorrido durante a ditadura militar (“Anos de chumbo”).
	Nesse período áureo do desenvolvimento brasileiro houve , paradoxalmente, aumento da concentração de renda e da pobreza. 
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Milagre econômico
	Instaurou-se um pensamento ufanista de "Brasil potência", que se evidenciou com a conquista da terceira Copa do Mundo de Futebol em 1970 no México e a criação do mote de significado dúbio: "Brasil, ame-o ou deixe-o".
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Constituição de 1967
	Art 158 - A Constituição assegura aos trabalhadores os seguintes direitos, além de outros que, nos termos da lei, visem à melhoria, de sua condição social:
	[...]
 	XV - assistência sanitária, hospitalar e médica preventiva;
	XVI - previdência social, mediante contribuição da União, do empregador e do empregado, para seguro-desemprego, proteção da maternidade e, nos casos de doença, velhice, invalidez e morte;
	XVII - seguro obrigatório pelo empregador contra acidentes do trabalho; 
	[...]
	XX - aposentadoria para a mulher, aos trinta anos de trabalho, com salário integral;
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Constituição de 1967
A Constituição de 1967 trouxe diversas inovações no âmbito social, tratando:
 das regras e cálculo de aposentadoria dos servidores públicos (art. 100 e seguintes);
 da criação do seguro-desemprego.
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Década de 1970
	O movimento reivindicatório dos trabalhadores é retomado na década de 1970, com o surgimento de uma nova geração de sindicalistas, justamente como resultado do próprio desenvolvimento criado pelos militares. 
	Eram anos de grandiosidade: grandes empreendimentos, grandes indústrias, grandes obras.
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Década de 1970
	Surge o ABC, com grandes lutas também, a partir de 1978 o Novo Sindicalismo e o surgimento de novas categorias, como os bancários, os petroleiros, numa mudança de perfil da classe trabalhadora.
	Este sindicalismo mais moderado é a base da grande conquista de hoje: a consolidação de um ambiente muito mais democrático.
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INPS – Instituto Nacional de Previdência Social 
	Em 21 de novembro de 1966, pelo Decreto nº 72/66, ocorreu a unificação de todos os Institutos e criação do INPS – Instituto Nacional de Previdência Social, que iniciou suas atividades em 2 de janeiro de 1967.
Brasília na década de 1960.
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Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS)
• INPS – Instituto Nacional de Previdência Social;
• INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social;
• LBA – Fundação Legião Brasileira de Assistência;
 • FUNABEM – Fundação Nacional do Bem-Estado do Menor; 
• DATA-PREV – Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social;
• IAPAS – Instituto de Administração Financeira da Previdência Social;
• CEME – Central de Medicamentos.
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Constituição de 1967 – Emenda Constitucional de 1969
		A Emenda Constitucional nº 1 de 1969 não inovou na matéria previdenciária.
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Constituição (Cidadã) de 1988
	A Constituição de 5 de outubro de 1988 garantiu uma série de direitos sociais, tendo permitido, inclusive, a criação de contribuição previdenciária para os servidores públicos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
	Assim, considera-se o início dos Regimes PRÓPRIOS de Previdência Social no Brasil.
Ulysses Guimarães (1916-1992), presidente da Assembléia Nacional Constituinte 1987-1988.
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Constituição de 1988
	Com a Constituição de 1988 foi estabelecido o sistema de SEGURIDADE SOCIAL, como objetivo de ser alcançado pelo Estado Brasileiro.
	Passou, assim, a atuar nas três áreas: 
		 saúde;
		 assistência; e 
		 previdência social.
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INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
	O Decreto n° 99.350, de 27 de junho de 1990, criou o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, mediante a fusão do IAPAS com o INPS.
Sede do INSS em Recife (similar a outras sedes em todo o Brasil).
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INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
	Em 1991 foram publicadas as Leis 8.212 e 8.213, que tratam respectivamente do custeio da Seguridade Social e dos benefícios da Previdência.
	Em 1993 foi criada a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei nº 8.742), transferindo benefícios como: renda mensal vitalícia, auxílio-natalidade e auxílio-funeral.