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Seguridade Social no Brasil e na Constituição Federal de 1988

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SEGURIDAADE SOCIAL NO BRASIL E NA CF/88 GIULIA MAZZER 
 
1 Direito Previdenciário 
 SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL 
 
 Montepio Geral dos Servidores do Estado (Mongeral) – 1835: a seguridade 
social no Brasil vem surgindo no ano de 1835 com o Montepio Geral dos Servidores do Estado, 
que é um sistema de proteção baseado no mutualismo, onde as pessoas pegam parcelas de suas 
remunerações e aplicam em um fundo cujo o resgate fica condicionado ao atendimento de 
determinadas exigência, onde somente em determinadas hipóteses poderá ser sacado esse 
dinheiro. O Montepio foi o primeiro mecanismo de proteção social. 
 
 Constituição Federal de 1891 – Aposentadoria por invalidez ou a serviço da 
Nação: com a primeira constituição da república estava previsto a aposentadoria por invalidez 
ou a aposentadoria a serviço da nação. Não existia uma ideia de aposentadoria. 
 
 Lei 3.724-19 – Indenização por acidentes de trabalho: foi instituída a indenização 
por acidentes de trabalho, sendo, justamente, uma hipótese de responsabilidade do patrão em 
razão de acidentes de trabalho ocorridos dentro das fábricas. 
 
 Lei Eloy Chaves – Decreto nº 4.282/1923: foi a legislação mais importante dentro 
desse cenário brasileiro. Eloy Chaves foi o deputado que criou essa que conhecemos como a 
primeira lei previdenciária do Brasil, que foi instituída por esse deputado. E essa lei que 
instituiu a primeira forma de aposentadoria destinou-se a proteção dos ferroviários do setor 
privado, que era o segmento de trabalhadores de grande relevância para o cenário econômico 
do país. E a lei obrigou que cada companhia ferroviária instituísse seu programa de Caixas de 
Aposentadorias e Pensões (CAPS), que previa pensão para a família caso o ferroviário 
viesse a óbito, aposentadoria por velhice e também uma aposentadoria por tempo de 
serviço 
 
 
 
 
o Através de outras legislações vemos a evolução da aposentadoria por tempo de serviço 
e a sua extinção com a Emenda Constitucional 103: 
 Lei Eloy Chaves: deu início à aposentadoria por tempo de serviço; 
 Emenda Constitucional nº 20 de 1998: deixou de ser aposentadoria por tempo 
de serviço e passou a ser aposentadoria por tempo de contribuição; 
 Emenda Constitucional 103 de 2019: não tem mais direito de se aposentar por 
tempo de serviço, apenas por idade. Extinguiu essa aposentadoria por tempo de 
serviço para as pessoas que ainda não haviam entrado no regime, ou seja, quem 
já estava aposentado continuará recebendo da mesma forma. 
 
 
 
 Era Vargas: em 1934 Getúlio Vargas se tornou compulsório à filiação a institutos de 
previdência. Com a criação das caixas por aposentadoria dos ferroviários (com a Lei Eloy 
Chaves) outras categorias profissionais também criaram sua própria caixa de previdência, 
como visto abaixo: 
Foi a Lei Eloy Chaves que trouxe para 
o ordenamento jurídico brasileiro a 
aposentadoria por tempo de serviço!! 
A primeira forma de proteção previdenciária no 
Brasil surgiu com os ferroviários!! 
 
SEGURIDAADE SOCIAL NO BRASIL E NA CF/88 GIULIA MAZZER 
 
2 Direito Previdenciário 
o IAPM – Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Marítimos; 
o IAPC – Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários; 
o IAPB - Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Bancários; 
o IAPI - Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários; 
o IAPETEC - Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Engenheiros e Técnicos. 
 
 Constituição de 1934 (tríplice custeio – filiação obrigatória): por conta dessas 
categorias criando suas próprias caixas de previdência, no ano de 1934 Vargas tornou 
obrigatória a filiação. 
 
 LOPS – 1960 (RGPS): e, em 1960 foi criada a Lei Orgânica da Previdência Social, onde 
todos os institutos citados acima foram extintos e foi idealizado um projeto para um único 
sistema de proteção social, que foi instituído pelo Decreto-Lei 72/1966. 
 
 Decreto-Lei 72/1966: INPS – Fase de Unificação: foi instituído o Instituto Nacional 
de Previdência Social (INPS), e através dele ficou centralizado no Brasil a concessão das 
aposentadorias, auxílios e pensões para todos aqueles que exerciam atividade remunerada e 
estivessem inscritos perante a previdência social. 
E, apesar dessa unificação, não havia a previdência rural, sendo que a previdência que existia 
era destinada apenas para os trabalhadores urbanos. 
 
 Lei Complementar 11/71 – FUNRURAL: a previdência para o trabalhador rural só 
veio surgir em 1971, por meio da Lei Complementar 11, em decorrência do Programa Pró-
Rural que surgiu no ano de 1968. 
O Fundo de Trabalho dos Trabalhadores Rurais que veio trazendo os benefícios previdenciários 
para os trabalhadores rurais. Assim, o tratamento em relação a esses benefícios era diferente 
entre os trabalhadores rurais e os trabalhadores urbanos e, somente com a CF/88, houve um 
Regime Geral de Previdência Social para ambos os trabalhadores, os tratando de forma 
igualitária. 
 
 Lei 6.439/77 – SINPAS: em 1977 surgiu o Sistema Nacional de Previdência e Assistência 
Social, e dentro dele existiam vários órgãos que integravam o mecanismo de proteção social 
no Brasil: 
o INPS – Instituto Nacional de Previdência Social: responsável pela concessão de 
benefícios. 
Atual INSS; 
o IAPAS – Instituto de Arrecadação de Previdência e Assistência Social: era o órgão 
destinado à arrecadação e fiscalização de contribuições; 
o INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social: só tinha 
direito a assistência médica na época quem fosse segurado da previdência social, 
diferentemente de hoje em dia, onde todos possuem direito a assistência médica, 
independentemente de ser ou não segurado da previdência e isso só ocorreu após a 
CF/88 
Atual SUS; 
o LBA – prestação de assistência social (Darcy Vargas); 
o FUNABEM – política social aos menores 
Não existe mais; 
o CEME – Central de Entrega de Medicamentos: fornecimento de medicamentos 
Não existe mais; 
o DATAPREV – Empresa de Tecnologia e Informação da Previdência: único que 
sobrou até hoje. Responsável pelo processamento de dados da previdência social. 
 
SEGURIDAADE SOCIAL NO BRASIL E NA CF/88 GIULIA MAZZER 
 
3 Direito Previdenciário 
 SEGURIDADE SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
 
 Art. 193 da Constituição Federal de 1988 
 
“Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o 
bem-estar e a justiça sociais.” 
 
Esse artigo traz diretrizes de interpretação e hermenêutica das normas sociais dentro do 
estado democrático brasileiro. E, a partir dessa regra, você consegue derrubar muito discurso que 
é feito de forma inapropriada acerca de como deve funcionar a Previdência Social Brasileira. 
A reforma constitucional que teve pela Emenda Constitucional 103/2019 foi uma reforma 
imoral, abusiva, em alguns artigos foi flagrantemente inconstitucional sobre a falsa alegação de 
déficit da Previdência Social (que não existe, nunca existiu). O que há é uma futura mudança 
significativa da estrutura da pirâmide social, onde há 40 anos era uma sociedade 
predominantemente jovens e poucos velhos, visto que, a primeira técnica de proteção social que 
o ser humano desenvolveu foi a família, a entidade familiar foi a primeira forma que a pessoa teve 
para se proteger em face dos acontecimentos que a sociedade lhe apresenta, por isso as famílias 
antigas eram formadas por 6/8/10 filhos. 
 
 Art. 194 da Constituição Federal de 1988 
 
“Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de 
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos 
relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao poder público, nos termos da lei, organizar a 
seguridade social, com base nos seguintes objetivos: 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e 
rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
IV - irredutibilidadedo valor dos benefícios; 
V - eqüidade na forma de participação no custeio; 
VI - diversidade da base de financiamento; 
VII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a 
participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e 
aposentados.” 
 
Esse artigo já demonstra que há uma diferença entre o Direito da Seguridade Social e o 
Direito Previdenciário. 
A Seguridade Social é observada, nesse artigo, como um gênero onde há nessa atuação do 
poder público de seguro social a oferta de três mecanismos de proteção: saúde; assistência social 
e previdência social. 
Então, o Direito Previdenciário é uma vertente da Seguridade Social. A seguridade 
social é uma forma genérica, ampla, enquanto a previdência social está inserida dentro da ordem 
social, dentro do que denominamos “seguridade social”. 
Para entendermos como funciona a saúde, a assistência e a previdência social, o Art. 194 
em seu Parágrafo Único diz que a seguridade social irá se organizar nos seguintes objetivos, que, 
na verdade, são princípios da seguridade social. A doutrina reputa esses objetivos da seguridade 
 
SEGURIDAADE SOCIAL NO BRASIL E NA CF/88 GIULIA MAZZER 
 
4 Direito Previdenciário 
social como princípios setoriais da seguridade social, e se denomina setoriais pois esses 
princípios estão dentro de um setor, o setor da seguridade social, dentro da CF/88. Ou seja, são 
“princípios setorizados”, como afirma o Prof. Joaquim José Gomes Canotilho. E esses princípios 
são aplicados para as três frentes da seguridade social (saúde, previdência e assistência social).

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