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Roteiro de Penal I

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Territorialidade; Lei penal no espaço; Lugar do crime; Conflito aparente de normas penais.
Conflitos aparentes de normas penais:
Princípio da especialidade: A lei especial derroga a lei geral. Mesmo núcleo, porém com especificidade de caso.
	
Princípio da subsidiariedade (soldado de reserva): Quando o tipo penal não for aplicado, ou não for possível a sua aplicação, aplica-se um tipo penal menor, subsidiário. (se não constituir crime mais grave...). Pode ser tácita ou expressa.
Princípio da consunção: Quando o crime meio é absolvido pelo crime fim. (lesão corporal seguida de homicídio será considerada somente homicídio).
Princípio da alternatividade (crimes plurinucleares): Basta que o agente cometa uma das condutas previstas no tipo penal para que o crime esteja consumado.
Territorialidade:
Conceito: 
Artigo 5º do CP - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
 § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Observações: 
Em sentido estrito, material, o território abrange o solo (e subsolo), sem solução de continuidade e com limites reconhecidos, as águas interiores, o mar territorial, a plataforma continental e o espaço aéreo.
Aos crimes praticados nos barcos salva-vidas ou destroços do navio naufragado, considerados remanescentes de nave (ou aeronave), aplica-se também a lei da bandeira.
Territorialidade temperada: A regra do princípio da territorialidade prevê a exceção de não aplicação da lei brasileira aos crimes cometidos no território brasileiro, mas que não são abrangidos pela lei penal nacional em virtude de convenções, tratados e regras de direito internacional.
Lugar do crime:
Teoria da ubiquidade: 
Artigo 6º do CP – Considera-se praticado o crime no lugar onde ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Aplica-se a lei brasileira ao crime em que, praticada a ação fora do território nacional, parte do resultado ocorra neste.
Em princípio não ficam sob a égide da lei brasileira os ilícitos penais quando apenas os atos preparatórios ou os efeitos secundários do crime ocorram no Brasil.
Observação: 
Aplica-se a Teoria do Resultado ao crimes em geral, salvo:
Crime de homicídio (doloso ou culposo); 
Lei 11.101/05 (Lei de Falências);
Lei 9.099/95 (JECRIM);
Estelionato mediante emissão de cheque sem suficiente provisão de fundos; 
Estelionato mediante cheque falsificado.
Atos preparatórios não são puníveis em regra, a não ser em casos específicos.
Crime plurilocal: crime cometido em vários locais.
Extraterritorialidade:
Princípios aplicáveis:
Territorialidade: Aplica-se a lei do local do crime não importa quem matou ou quem é a vítima.
Nacionalidade ativa: Aplica-se a lei do país do agente que cometeu a infração.
Nacionalidade passiva: Aplica-se a lei da nacionalidade do agente quando comete crime contra co-cidadão.
Defesa ou real: Aplica-se a lei da nacionalidade do bem jurídico ou da vítima.
Justiça universal: Aplica-se a lei do local onde o agente foi encontrado não importando a sua nacionalidade, a da vítima e do bem jurídico. Esse princípio fundamenta a punição por tratados.
Representação ou bandeira: Aplica-se a lei do país que as embarcações ou aeronaves ostentem a bandeira.
Artigo 7º do CP - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
        I - os crimes: 
        a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
        b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
        c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
        d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
        II - os crimes:
        a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
        b) praticados por brasileiro;
        c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
        § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
        § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições (seguindo o princípio da justiça universal):
        a) entrar o agente no território nacional; 
        b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (princípio da nacionalidade ativa).
        c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (princípio da representação).
        d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
        e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
        § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (princípio da defesa ou real).
        a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
        b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Extraterritorialidade incondicionada: No inciso I, estão referidos os casos de extraterritorialidade incondicionada, em que é obrigatória a aplicação da lei brasileira ao crime cometido fora do território nacional, independentemente de estar preenchida qualquer condição. Estão fundadas no princípio da defesa ou real, com exceção da alínea d que adotou o princípio da justiça universal.
Extraterritorialidade condicionada: Os casos descritos no § 2º são de extraterritorialidade condicionada por depender a aplicação da lei do concurso de várias condições.
Pena cumprida no estrangeiro:
Artigo 8º do CP - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
Tem como função evitar a dupla punição do agente pelo mesmo fato, seguindo o princípio do ne bis in idem.
Quando as penas são de mesma natureza (diversidade quantitativa), o quantum da pena cumprida no estrangeiro é descontado da pena imposta no Brasil. Caso seja aquela mais severa que a imposta no país, nada restará a cumprir. Caso as penas impostas sejam diversas (diversidade qualitativa), a pena imposta no estrangeiro atenua a que deve cumprir no Brasil, a critério do juiz, uma vez que não prevê a lei critérios para a atenuação prevista no referido artigo.
Eficácia de sentença estrangeira:
Artigo 9º do CP - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para:
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;
II - sujeitá-Io à medida de segurança.
Parágrafo único - A homologação depende:
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
A sentença estrangeira pode ser homologada no Brasil.
Primeira condição: Que a lei brasileira produza as mesmasconsequências dentro do país.
Segunda condição (súmula 420 do STF): Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em julgado.
Casos em que pode ocorrer a homologação:
Para efeitos civis, desde que haja pedido da parte.
Medida de segurança, se o Brasil tiver tratado de extradição ou requisição do Ministério público.
Eficácia incondicional de sentença estrangeira:
Por força da lei penal, a sentença estrangeira produz alguns efeitos no Brasil, independentemente de qualquer condição. Assim ocorre no instituto da reincidência, que considera como antecedente condenação em país estrangeiro, na detração, que manda computar tempo de prisão no exterior, nas condições impostas a respeito da extraterritorialidade. Nesses casos, considera-se a sentença estrangeira como fato jurídico, capaz de produzir efeitos jurídicos perante a lei brasileira.
Eficácia condicional de sentença estrangeira:
Esse tipo de eficácia depende de uma condição para que ocorra, são os casos de homologação descritos no artigo 9º do CP.
Requisitos para a homologação de sentença estrangeira.
Os requisitos para homologação da sentença estrangeira estão previstos nos artigos 788 a 790 do CPP. Não é admissível a homologação de sentença estrangeira que for contrária à soberania, à ordem pública e aos bons costumes (art. 781 do CPP). 
Observações:
Quem tem a competência de homologar a sentença estrangeira é o STJ (CF/88, art. 105, I, i).
A sentença estrangeira homologada no Brasil serve como título executivo judicial (CPC, art. 475 N, VI).

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