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CASO GARIBALDI 1

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CASO GARIBALDI
Karine Arnemann
Laura Marina Thomaz
Nadine Viviane Drexler
Patrik Michel Tornquist
Rafael Henrique Zanini
TÓPICOS ESPECIAIS - DIREITOS HUMANOS: 
SISTEMAS REGIONAIS DE PROTEÇÃO 
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 No presente trabalho, analisa-se a decisão proferida pela Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso Garibaldi vs Brasil, onde o Estado brasileiro foi responsabilizado pela não apuração da execução extrajudicial de um trabalhador sem terra,
tomando-se como parâmetro normativo
a Convenção Americana de Direitos
Humanos, mais conhecida como Pacto 
de San José da Costa Rica
INTRODUÇÃO
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 Acampamento do MST + Pistoleiros
Estado Brasileiro omisso
 Denúncia CIDH
 Sentença da Corte
CASO GARIBALDI
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CRONOLOGIA DOS FATOS
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A obrigação de investigar violações de direitos humanos está incluída nas medidas positivas que os Estados devem adotar para garantir os direitos reconhecidos na Convenção. 
No caso de uma morte violenta, o Estado, ao tomar conhecimento do fato, deve iniciar ex oficio e sem demora, uma investigação séria, imparcial e efetiva, devendo ser realizada por todos os meios legais disponíveis e orientada à determinação da verdade
OBRIGAÇÕES DOS ESTADOS
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 Em 11 de julho de 2008 o Estado Brasileiro interpôs contestação na qual requereu como preliminares:
o reconhecimento da incompetência da Corte para examinar supostas violações ocorridas antes do reconhecimento da jurisdição contenciosa pelo Brasil;
 Não admissibilidade, por extemporâneas, de petições dos representantes das vítimas;
ALEGAÇÕES DO ESTADO BRASILEIRO
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 A exclusão, da análise do mérito, do suposto descumprimento do artigo 28 da Convenção;
 A declaração de incompetência da Corte em razão do não esgotamento dos recursos internos.
 Quanto ao mérito, alegou que nada indicava que os procedimentos de investigação houvessem sido conduzidos de forma a contrariar dispositivos do Pacto de San Jose da Costa Rica.
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No entender da Corte, não foram convocadas para testemunhar pessoas que seriam essenciais ao esclarecimento dos fatos, entre elas Vanderlei Garibaldi, que teria presenciado a operação de desocupação e comunicado o homicídio à polícia, que deveria convocá-lo para oferecer sua versão. Considerando que o inquérito deve ser conduzido de ofício pelo Estado, seu andamento não dependeria de impulso dos familiares do ofendido.
APONTAMENTOS DA CORTE
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 A Corte também advertiu, por exemplo, que algumas diligências ordenadas pela autoridade policial e o Ministério Público deixaram de ser cumpridas.
Segundo a Corte, as falhas e omissões apontadas demonstram que as autoridades estatais não atuaram com a devida diligência nem em consonância com as obrigações derivadas dos artigos 8.1 e 25.1 da Convenção Americana:
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 8.1 “Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou Tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou na determinação de seus direitos e obrigações de caráter civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza”.
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 25.1 “Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido ou a qualquer outro recurso efetivo, perante os juízes ou tribunais competentes, que a proteja contra atos que violem seus direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição, pela lei ou pela presente Convenção, mesmo quando tal violação seja cometida por pessoas que estejam atuando no exercício de suas funções oficiais”.
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A propósito, ressalte-se que a razoável duração do processo é um direito fundamental, previsto no art.5º, LXXVIII, da Constituição Federal, incluído pela Emenda Constitucional nº 45/2004 
“a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”
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A Corte tem considerado quatro elementos para determinar a razoabilidade do prazo:
complexidade do assunto
atividade processual do interessado
Conduta das autoridades judiciais
o efeito gerado na situação jurídica da pessoa envolvida no processo.
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Assim, no caso concreto, entendeu a Corte que a demora no desenvolvimento do inquérito não poderia ser justificada pela complexidade, vez que se tratou de um só fato, ocorrido diante de numerosas testemunhas e a respeito de uma única vítima.
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Particularmente, da sentença do caso Garibaldi, extrai-se que “se o lapso temporal incide de maneira relevante na situação jurídica do indivíduo, resultará necessário que o procedimento tramite com uma maior diligência a fim de que o caso de resolva em um tempo breve
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 Concluiu a Corte que:
 
[...] que as autoridades estatais não atuaram com a devida diligência no Inquérito da morte de Sétimo Garibaldi, o qual, ademais, excedeu um prazo razoável. Por isso, o Estado violou os direitos às garantias e à proteção judiciais previstos nos artigos 8.1 e 25.1 da Convenção Americana. 
DECISÃO DA CORTE
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Condenações do Estado Brasileiro 
Dar ampla publicidade à decisão no Diário Oficial e em jornais de circulação nacional e estadual; 
Buscar identificar, julgar e, eventualmente, sancionar os autores da morte do Sr. Sétimo Garibaldi; 
 Investigar as eventuais falhas funcionais nas quais possam ter incorrido os funcionários públicos a cargo do inquérito e, se for o caso, sancioná-los; 
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 Pagar indenização à Sra. Iracema Garibaldi e filhos, a título de danos material e imaterial, no prazo de um ano; 
 Restituir à Sra. Garibaldi as custas e gastos processuais.
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CASOS RELACIONADOS
Caso Teixeirinha
08/03/1993
Caso 
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2000
Caso Sebastião Camargo 
Junho/2009
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Diante do compromisso assumido pelo Brasil no âmbito internacional regional, ficou muito claro na sentença da Corte que na investigação de fatos que violem direitos humanos  não pode um Estado-parte alegar a presença de obstáculos internos. Carências de tal espécie não excluem a sua responsabilidade internacional.
CONCLUSÃO
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Direitos Violado pelo Estado Brasileiro: Garantias Judiciais; Proteção da Honra e da Dignidade; Liberdade de Associação; Proteção Judicial; Obrigação de Respeitar dos Direitos; Dever de Adotar Disposições de Direito Interno.
Sentença favorável aos autores fundamentada pelos artigos 8.1 e 25.1 da Convenção Americana
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