Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 a Ed. - LTC - 1996. Cap. 4 – Movimento Bi e Tridimensional RESNICK, HALLIDAY, KRANE, FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996. FÍSICA 1 CAPÍTULO 4 – MOVIMENTO BI E TRIDIMENSIONAL 02. A posição de uma partícula que se move em um plano xy é dada por r = (2t 3 5t)i + (6 7t 4 )j, com r em metros e t em segundos. Calcule (a) r, (b) v e (c) a quando t = 2 s. (Pág. 64) Solução. (a) Em t = 2,00 s a posição (r) da partícula vale: 3 4[2 (2) 5 (2)] [6 7 (2) ]r i j (16 10) (6 112)r i j (6 106 ) mr i j (b) A velocidade instantânea v é derivada primeira de r em relação ao tempo: 3 4[(2 5 ) (6 7 ) ] d d t t t dt dt r v i j 2 3(6 5) 28t tv i j Substituindo-se o valor de t = 2 s: 2 3[6 (2) 5] [28 (2) ]v i j (21 224 ) m/sv i j (c) A aceleração instantânea a é derivada primeira de v em relação ao tempo: 2 3[(6 5) 28 ] d d t t dt dt v a i j 212 84t ta i j Substituindo-se o valor de t = 2 s: 212 (2) 84 (2)a i j 2(24 336 ) m/sa i j 44. Um canhão é posicionado para atirar projéteis com velocidade inicial v0 diretamente acima de uma elevação de ângulo , como mostrado na Fig. 33. Que ângulo o canhão deve fazer com a horizontal de forma a ter o alcance máximo possível acima da elevação? ________________________________________________________________________________________________________ Seção dedicada ao aluno de graduação 2 (Pág. 67) Solução. Análise do movimento no eixo horizontal (x), onde é o ângulo de inclinação do canhão em relação à horizontal: 0 xx x v t 0cos 0 cosR v t 0 cos cos R t v (1) Análise do movimento no eixo vertical (y): 2 0 0 1 2 yy y v t at 2 0 1 sin 0 sin 2 R v t gt (2) Substituindo-se (1) em (2): 2 2 0 2 2 0 0 cos 1 cos sin sin cos 2 cos R R R v g v v 2 2 2 0 cos 1 cos sin sin cos 2 cos R g v 2 2 2 0 cos sin tan cos 2 cos gR v 2 2 0 2 2 cos tan cos sin cos v R g (3) Como R( ) é uma função cujo ponto de máximo deve ser localizado, devemos identificar o valor de tal que dR/d = 0. 2 2 02 cos( 2 )sec 0 vdR d g (4) Resolvendo-se (4) para encontramos duas possíveis soluções: 1 (2 ) 4 1 (2 ) 4 Como 0 /2 (ver figura), a resposta mais coerente é: ________________________________________________________________________________________________________ Seção dedicada ao aluno de graduação 3 1 (2 ) 4 É claro que resta demonstrar que d 2 R/d 2 0, equação (3), pois como se trata de um ponto de máximo, a concavidade da curva nesse ponto deve ser voltada para baixo. 48. Um foguete é lançado do repouso e se move em uma linha reta inclinada de 70,0 o acima da horizontal, com aceleração de 46,0 m/s 2 . Depois de 30,0 s de vôo com o empuxo máximo, os motores são desligados e o foguete segue uma trajetória parabólica de volta à Terra; veja a Fig. 36. (a) Ache o tempo de vôo desde o lançamento ao impacto. (b) Qual é a altitude máxima alcançada? (c) Qual é a distância da plataforma de lançamento ao ponto de impacto? (Ignore as variações de g com a altitude.) (Pág. 68) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: (a) O cálculo do tempo total de vôo, t03, é a soma do tempo de aceleração em linha reta com os foguetes, t01 = 30,0 s, e o tempo de queda livre, t13, que precisa ser calculado. 03 01 13t t t (1) Para o cálculo de t13, precisamos de y1 e v1. Cálculo de y1: y1 v0 = 0 y y2 = H a j = g H x0 = 0 v1 v2 v3 0 x x1 R 0 x2 x3 y0 = = 0y3 a0 ________________________________________________________________________________________________________ Seção dedicada ao aluno de graduação 4 2 0 0 1 2 y yy y v t a t 2 1 0 0 01 0 01 1 2 y yy y v t a t 2 1 0 0 01 1 0 0 sen 2 y a t 22 2 o 1 0 0 01 1 1 sen 46,0 m/s sen 70,0 30,0 s 2 2 y a t 1 19.451,63 my (2) Cálculo de v1: 0y y yv v a t 1 0 0 01y y yv v a t 1 0 0 0 01sen 0 senv a t 2 1 0 01 46,0 m/s 30,0 sv a t 1 1.380 m/sv (3) Agora podemos determinar t13, com a ajuda dos valores obtidos em (2) e (3): 2 0 0 1 2 y yy y v t a t 2 3 1 1 13 13 1 2 yy y v t g t 2 1 1 0 13 13 1 2 0 sen 2 y v t g t g 2 1 0 1 13 13 2 sen 2 0 v y t t g g o 2 13 132 2 2 1.380 m/s sen 70,0 2 19.451,63 m 0 9,81 m/s 9,81 m/s t t 2 2 13 13264,3783 s 3.965,6752 s 0t t As raízes da equação acima são: ' 13 '' 13 278,6120 s 14, 2336 s t t Logo: 13 278,6120 st (4) Substituindo-se (4) em (1): 03 30,0 s 278,6120 s 308,6120 st 03 309 st (b) A altitude máxima de vôo do foguete pode ser obtida pela análise do movimento na coordenada y do ponto 1, o início da queda livre, ao ponto 2, que corresponde ao topo da trajetória. ________________________________________________________________________________________________________ Seção dedicada ao aluno de graduação 5 2 2 0 02y y yv v a y y 2 2 2 1 2 12y yv v g y y 2 2 1 0 10 sen 2v g H y 2 2 o2 2 1 0 1 2 1.380 m/s sen 70,0sen 19.451,63 m 105.161,50 m 2 2 9,81 m/s v H y g 105 kmH (c) Para determinarmos a distância pedida, precisamos apenas analisar o movimento horizontal entre os pontos 1 e 3, que ocorre com velocidade horizontal constante. 0 xx x v t 3 1 1 13xx x v t 1 1 0 13cosR x v t Lembremos que x1 pode ser obtido pela relação: 1 0 1 tan y x Logo: o1 1 0 13 o 0 19.451,63 m cos 1.380 m/s cos 70,0 278,6120 s tan tan 70,0 y R v t 138.581,29 mR 139 kmR 49. Um canhão antitanque está localizado na borda de um platô a 60,0 m acima de uma planície, conforme a Fig. 37. A equipe do canhão avista um tanque inimigo parado na planície à distância de 2,20 km do canhão. No mesmo instante a equipe do tanque avista o canhão e começa a se mover em linha reta para longe deste, com aceleração de 0,900 m/s 2 . Se o canhão antitanque dispara um obus com velocidade de disparo de 240 m/s e com elevação de 10,0 o acima da horizontal, quanto tempo a equipe do canhão teria de esperar antes de atirar, se quiser acertar o tanque? (Pág. 68) Solução. A estratégia que vamos adotar consiste em calcular o tempo que o obus leva para atingir o solo da planície (tb) e o tempo que o tanque leva para chegar ao local onde o obus cai (tt), que fica a uma distância horizontal R do canhão. O tempo de espera será: b tt t t (1) Em primeiro lugar vamos analisar o movimento do obus. Em x o movimento se dá com velocidade constante: ________________________________________________________________________________________________________ Seção dedicada ao aluno de graduação 6 0 xx x v t 00 cos bR v t 0 cos b R t v(2) Movimento do obus em y: 2 0 0 1 2 y yy y v t a t 2 0 1 0 sen 2 bh v t gt (3) Substituindo-se (2) em (3): 2 0 0 0 1 sen cos 2 cos R R h v g v v 2 2 2 0 tan 0 2 cos g R R h v Daqui para adiante não há vantagem em continuar a solucionar o problema literalmente. As raízes desta equação do 2 o grau são: 1 2 2.306,775 m 296,5345 m R R Como R corresponde a uma coordenada positiva no eixo x, temos: 2.306,775 mR (4) Substituindo-se (4) em (2): 9,7598 sbt (5) Agora vamos analisar o movimento do tanque, que se dá com aceleração constante: 2 0 0 1 2 x xx x v t a t 2 0 1 0 2 t tR d a t 02 15,4038 st t R d t a (6) Substituindo-se (5) e (6) em (1): 5,6440 st 5,64 st 60. Uma criança gira uma pedra em um círculo horizontal a 1,9 m acima do chão, por meio de uma corda de 1,4 m de comprimento. A corda arrebenta e a pedra sai horizontalmente, caindo no chão a 11 m de distância. Qual era a aceleração centrípeta enquanto estava em movimento circular? (Pág. 68) Solução. Considere o seguinte esquema: ________________________________________________________________________________________________________ Seção dedicada ao aluno de graduação 7 r d h x y v A aceleração centrípeta procurada é dada por: 2 c v a r (1) Análise do movimento no eixo horizontal (x): 0 xx x v t 0d vt d t v (2) Análise do movimento no eixo vertical (y): 2 0 0 1 2 yy y v t at 210 0 2 h gt 21 2 h gt (3) Substituindo-se (2) em (3): 2 2 1 2 d h g v 2 2 2 gd v h (4) Substituindo-se (4) em (1): 2 2 c gd a rh 22 2(9,81 m/s )(11 m) 223,1221... m/s 2(1,4 m)(1,9 m) ca 3 22,2 10 m/sca 70. A neve está caindo verticalmente à velocidade escalar constante de 7,8 m/s. (a) A que ângulo com a vertical e (b) com qual velocidade os flocos de neve parecem estar caindo para o motorista de um carro que viaja numa estrada reta à velocidade escalar de 55 km/h? (Pág. 69) Solução. ________________________________________________________________________________________________________ Seção dedicada ao aluno de graduação 8 Considere o seguinte esquema vetorial de velocidades, onde vC é a velocidade do carro em relação ao solo, vN é a velocidade da neve em relação ao solo e vNC é a velocidade da neve em relação ao carro: (a) O ângulo que a neve faz com a vertical vale: tan C N v v 1tan 27,0463C N v v 27 (b) A velocidade escalar da neve é dada por: 2 2 61,7534 km/hNC C Nv v v 62 km/hNCv Obs. Apenas como curiosidade, vamos mostrar o vetor vNC. Os vetores vN e vC são definidos como: C Cvv i N Nvv j De acordo com o esquema, temos: N C NCv v v NC N Cv v v Logo: NC C Nv vv i j 71. Um trem viaja para o Sul a 28 m/s (relativamente ao chão), sob uma chuva que está sendo soprada para o sul pelo vento. A trajetória de cada gota de chuva faz um ângulo de 64 o com a vertical, medida por um observador parado em relação à Terra. Um observador no trem, entretanto, observa traços perfeitamente verticais das gotas na janela do trem. Determine a velocidade das gotas em relação à Terra. (Pág. 69) Solução. Considere o seguinte esquema vetorial de velocidades, onde vT é a velocidade do trem em relação à Terra, vG é a velocidade das gotas de chuva em relação à Terra e vGT é a velocidade das gotas de chuva em relação aotrem: Os vetores vT e vGT são definidos como: T Tvv i (1) vNC vN vC x y vGT vG vT x y ________________________________________________________________________________________________________ Seção dedicada ao aluno de graduação 9 cosGT Gvv j (2) De acordo com o esquema, temos: G T GTv v v (3) Substituindo-se (1) e (2) em (3): cosG T Gv vv i j (4) O esquema mostra que vG é definido por: sen cosG G Gv vv i j (5) Comparando-se (4 e (5), conclui-se que: senG Tv v sen T G v v (6) Substituindo-se (6) em (4): tan T G T v vv i j O módulo de vG é dado por: 2 2 31,1528 m/s tan T NC T v v v 31 m/sNCv 81. Um homem quer atravessar um rio de 500 m de largura. A velocidade escalar com que consegue remar (relativamente à água) é de 3,0 km/h. O rio desce à velocidade de 2,0 km/h. A velocidade com que o homem caminha em terra é de 5,0 km/h. (a) Ache o trajeto (combinando andar e remar) que ele deve tomar para chegar ao ponto diretamente oposto ao seu ponto de partida no menor tempo. (b) Quanto tempo ele gasta? (Pág. 70) Solução. (a) O trajeto procurado é definido pelo ângulo que o remador deve adotar para direcionar o barco durante a travessia, de forma que a soma dos tempos gastos remando (t1) e andando (t2) deve ser o menor possível. Logo, a solução deste item consiste em construir uma função matemática t1 + t2 = f( ) e, em seguida, achar o valor de onde t1 + t2 tem seu valor mínimo, ou seja, d(t1 + t2)/d = 0. Considere o seguinte esquema para a situação: t1 ,d1 t2 ,d2 A BC v vA vHA vH l x y ________________________________________________________________________________________________________ Seção dedicada ao aluno de graduação 10 A velocidade do homem em relação à água (vHA) deve fazer um ângulo em relação à margem. A velocidade da água (vA) fará com que o barco percorra a trajetória retilínea AB, que faz um ângulo em relação à margem. O trajeto AB mede d1 e será percorrido num tempo t1. Ao chegar ao ponto B, o homem irá caminhando até C num tempo t2 através de uma distância d2. Seja o esquema vetorial de velocidades: vHA vH vA De acordo com o esquema acima: HAAH vvv (1) Mas: iv aA v (2) cos senHA HA HAv vv i j (3) Logo, substituindo-se (2) e (3) em (1): ( cos ) senH a HA HAv v vv i j Movimento do ponto A ao ponto B: tvrr 0 1tHAB vrr Considerando-se um sistema de coordenadas cartesianas com origem no ponto A, temos: jir 2 ldB Logo: 2 1 0 [( cos ) sen ]A HA HAd l v v v ti j i j (4) A equação (4) somente é verdadeira se e somente se: 2 1( cos )A HAd v v t e 1 senHAl v t (5) Logo, de acordo com (10): 1 senHA l t v Mas, de acordo com o esquema principal acima: tan 2 l d (6) Também podemos dizer que: jiv HyHxH vv Onde: )cos( sen tan HAA HA Hx Hy vv v v v (7) Substituindo-se (7) em (6): ________________________________________________________________________________________________________ Seção dedicada ao aluno de graduação 11 sen )cos( 2 HA HAA v vvl d (8) Movimento de B até C: tvxx x0 22 0 vtd v d t 22 (9) Substituindo-se (8) em (9): sen )cos( 2 HA HAA vv vvl t Agora podemos construir a função t1 + t2 = f( ): sen )cos( θsen21 HA HAA HA vv vvl v l tt sen )cos( 21 HA HAA vv vvvl tt (10) O mínimo da função (10) agora pode ser encontrado. 2 1 2 2 ( ) [( )sen ( cos )cos ] 0 sen HA A HA HA d t t v v v vl d vv (11) A equação (11) somente é verdadeira se: 0cos)cos(sen2 HAAHA vvvv Logo: cos)()cos(sen 22 AHA vvv A HA vv v cos A HA vv v1cos o1 3769,115 )]km 0,2()km 0,5[( )km 0,3( cos o115 (b) Da equação (10): o 1 2 o (0,500 km)[(5,0 km/h) (2,0 km/h) (3,0 km/h)cos115,3769 ) (5,0 km/h)(3,0 km/h)sen115,3769 t t h 2108,021 tt h 21,021 tt 82. Um navio de guerra navega para leste a 24 km/h. Um submarino a 4,0 km de distância atira um torpedo que tem a velocidade escalar de 50 km/h. Se a posição do navio, visto do submarino, está 20 o a nordeste (a) em qual direção o torpedo deve ser lançado para acertar o navio, e (b) ________________________________________________________________________________________________________ Seção dedicada ao aluno de graduação 12 que tempo decorrerá até o torpedo alcançar o navio? (Pág. 70) Solução. (a) Considere o seguinte esquema da situação: x y v N v TN v T Pelo esquema acima, temos: T N TNv v v TN T Nv v v onde vTN é o vetor velocidade do torpedo em relação ao navio. Os vetores vN e vT são assim definidos: N Nvv i (1) sin cosT T Tv vv i j (2) onde é o ângulo procurado no item (b) do enunciado. sin cos sin cosTN T T N T N Tv v v v v vv i j i i j (3) Mas: sin cosTN TN TNv vv i j (4) Como os vetores (3) e (4) são iguais, suas componentes também são iguais. sin sinT N TNv v v (5) cos cosT TNv v (6) Dividindo-se (5) por (6): sin tan cos T N T v v v (7) Resolvendo-se (7) : 4 4 2 2 2 1 2 2 tan tan sec N T T T N T T N v v v v v v v v São duas as soluções possíveis: 173,89... 46,8112... o o Pelo esquema inicial, conclui-se que a resposta mais coerente é a segunda opção: 47o (b) Equação de movimento do navio e do torpedo: 0N N Ntr r v ________________________________________________________________________________________________________ Seção dedicada ao aluno de graduação 13 0T T T tr r v Como no instante t da colisão entre o torpedo e o navio ambos estarão na mesma posição, temos: N Tr r 0 0N N T Tt tr v r v Mas: 0 0Tr Logo: 0N N Tt tr v v (8) Porém: 0 sin cosN d dr i j (9) Substituindo-se (1), (2) e (9) em (8): sin cos sin cosN T Td d v t v t v ti j i i j ( sin ) cos sin cosN T Td v t d v t v ti j i j (10) Como os vetores descritos em ambos os membros de (10) são iguais, suas componentes também são iguais. Igualando-se as componentes y desses vetores: cos cosTd v t cos cosT d t v o (4,0 km)cos(20 ) 0,109838... h (50 km/h)cos(46,8112... ) o t 0,11 ht
Compartilhar