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Ensaio de Traçao da Madeira Paralela as Fibras Campo Grande.pdf

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Prévia do material em texto

1 
 
 
Engenharia Civil - Bacharelado 
Materiais de Construção Civil II – Turma P04 
 
 
 
 
 
 
Camila Teixeira Silva 
Dagny Más 
Eduardo Oliveira Menezes 
Jaqueline Godoy Takazono 
Marcos Mota Medalha Junior 
Silvia Midori Godoy Urasaki 
 
 
 
Ensaio de Tração da Madeira Paralela às Fibras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campo Grande - MS 
 
 
 
 
 
Julio F
Máquina de escrever
Ótimo trabalho! 10,0
2 
 
Grupo: Vermelho 
 
 
 
 
 
 
 
Camila Teixeira Silva RGA: 20132111067-7 
Dagny Más RGA: 20122102091-9 
Eduardo Oliveira Menezes RGA: 20132111080-4 
Jaqueline Godoy Takazono RGA: 20132111061-8 
Marcos Mota Medalha Junior RGA: 20132102216-6 
Silvia Midori Godoy Urasaki RGA: 20132111086-3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profº. Júlio Alberto Peres Ferencz Junior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campo Grande - MS / 1º Semestre - 2016 
3 
 
 Resumo 
 
 A madeira é um dos materiais mais versáteis utilizados pelo homem na 
construção civil, devido às suas inúmeras qualidades tais como: elevada 
resistência mecânica, baixa massa específica, boa elasticidade, baixo custo 
além de ser um material natural de fácil obtenção e renovável. 
No entanto, é necessária muita cautela ao usar a madeira, pois não é 
um material que segue uma linha exata quanto aos seus comportamentos 
mecânicos. Trata-se de uma propriedade chamada de anisotropia, ou seja, 
todas as propriedades da madeira dependem da forma como estão 
relacionadas às direções de suas fibras. 
Ademais, são infinitos os fatores que fazem da madeira um material 
vulnerável à significativas alterações. Alguns deles são: solo, temperatura, 
agentes biológicos, poluição ambiental e até mesmo ação do vento. 
O ensaio de tração objetivou-se analisar as propriedades mecânicas da 
madeira, tendo como base a NBR 7190/1997. Tal ensaio consiste na aplicação 
de carga de tração uniaxial na madeira até que a mesma rompa. Foi feito o 
mesmo procedimento para a madeira seca, isto é, após passar 
aproximadamente 72 horas na estufa e para a madeira saturada (que passou 
aproximadamente 72 horas na câmara úmida). Este ensaio é muito utilizado na 
indústria pois é capaz de fornecer dados quantitativos relacionados às 
características mecânicas do material em estudo. A espécie utilizada foi 
angelim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Julio F
Máquina de escrever
Faltou aqui no resumo a conclusão.
4 
 
 
Índice 
 
1. Introdução 5 
 
 
2. Materiais e Metodologia 13 
 
 
3. Discussão de Resultados 15 
 
 
4. Conclusão 19 
 
 
5. Referências 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
1. Introdução 
 
A madeira é um dos materiais de construção mais antigos conhecidos pelo 
homem, principalmente devido a sua abundancia na natureza e sua facilidade 
de utilização, sendo um material leve, versátil e resistente. Por ser um material 
orgânico, a madeira possui características diferentes de árvore para árvore, 
dependendo de inúmeras variáveis como solo de plantio, temperatura, 
umidade, insolação, incidência de ventos, proximidade a outras árvores, entre 
outros, de forma a haver variação na resistência, densidade e aparência da 
madeira de um mesmo lote e possibilidade de surgirem falhas durante o 
crescimento destas. 
Segundo o wood handbook [1], “a natureza fibrosa da madeira influencia 
fortemente em seu uso. A madeira é primariamente composta de células ocas, 
alongadas, em forma de fuso que são dispostos paralelamente uns aos outros 
ao longo do tronco de uma árvore. Quando madeira e outros produtos são 
cortados a partir da árvore, as características destas células fibrosas e a sua 
disposição afetam propriedades tais como a resistência e a contração, bem 
como o padrão granular da madeira”. 
1.1. Estrutura de crescimento das árvores 
 
O crescimento da árvore se dá verticalmente, entretanto, esta engrossa 
ao longo dos anos devido ao crescimento das camadas periféricas próximas ao 
câmbio, denominadas anéis de crescimento, que variam de espessura de 
acordo com a época do ano - secas ou úmidas- e transportam água ou seiva 
em suas camadas mais externas, ou armazenam nutrientes em suas parcelas 
mais internas, próximas ao cerne. Esta parcela viva da planta é denominada 
alburno, possui espessura variável de acordo com a espécie e é descartada, 
pois é menos resistente que sua parcela morta, denominada cerne, composta 
por conjuntos mortos de células endurecidas já desprovidas de suas funções 
de transporte. 
 
Figura 1 – Divisão de parcelas do tronco. 
6 
 
1.1.1. Defeitos na madeira 
 
Durante o crescimento da árvore, podem ocorrer falhas que alterem sua 
estrutura principal, como o aparecimento de nós, gretas, bolsas de resina, 
tecido de cicatrização, bifurcações, irregularidades nos anéis ou grãs e 
tortuosidade. 
● Nós: provenientes da presença de galhos antes do corte da peça, 
que desviam as fibras da madeira de sua posição axial, diminuindo a 
resistência à tração. 
● Gretas: falhas no interior da peça causadas por tensões internas, 
devido ao crescimento irregular da árvore. 
● Bolsas de resina: pequenas bolsas planas cheias de resina que 
aparecem no cerne e desviam as fibras da madeira. 
● Tecido de cicatrização: região onde a árvore sofreu ferimento e o 
câmbio desenvolve-se de maneira calosa, desenvolve tendência a 
deformações e torceduras. 
● Bifurcações: presença de duas ou mais gemas apicais, causando 
crescimento em diferentes direções, causa desperdício de toras. 
● Irregularidades nos anéis: irregularidade de largura e possível 
variação de densidade e dureza dos anéis, causadas por variações 
bruscas nas condições climáticas. 
● Irregularidade nas grãs: crescimento irregular dos elementos 
celulares em relação ao eixo do tronco, podendo estes ter padrão 
espiralado ou ondulado, compromete a resistência mecânica e pode 
causar deformações de secagem. 
● Tortuosidade: troncos tortos, que diminuem o aproveitamento da 
tora e possuem grãs irregulares, causada por diversos fatores como 
fototropismo, acidez do solo, inclinação do terreno, ações de ventos 
fortes, entre outros. 
 
Os defeitos na madeira também podem ser causados durante seu corte, 
secagem ou manuseio em obra. 
● Defeitos de secagem: aparecimento de fendas e rachaduras 
devido à secagem irregular, quando a superfície seca mais rápido e o 
interior mantém o teor de umidade elevado; empenamento, quando há 
distorção da peça em relação a seu eixo plano. 
 
1.2. Propriedades físicas 
 
● Umidade: A umidade da madeira é dividida em três categorias: 
água constituição, água de impregnação e água livre. A água de 
constituição é aquela quimicamente ligada as moléculas de celulose e 
7 
 
hemicelulose e não pode ser eliminada por secagem. A água de 
impregnação é a contida nas células por ligações mais fracas e podem 
ser eliminadas através da secagem, altera o volume da peça quando 
eliminada e aumenta sua resistência. A água livre é a água de 
capilaridade, que não está ligada quimicamente a madeira e cuja 
retirada não influencia nas mudanças de dimensões e resistência da 
peça. 
A água livre tende a ser liberada logo após o corte da árvore, a partir 
daí, a água de impregnação é perdida lentamente até que a madeira 
possuao mesmo teor de umidade que o ambiente. Quando toda a água 
livre é eliminada, é atingido o ponto de saturação das fibras, toda perda 
de água sofrida a partir deste ponto interfere nas propriedades 
mecânicas da madeira. Abaixo de 23% de umidade, a madeira é 
considerada fora de perigo de ataque de fungos e bactérias. Na 
construção civil, a madeira é considerada seca quando possui teor de 
umidade entre 12% e 15%. 
O cálculo do teor de umidade se dá através da fórmula: 
ℎ =
100 ∗ 𝑀ℎ − 𝑀𝑜
𝑀𝑜
 
Sendo Mh a massa da peça com umidade natural e Mo a massa da 
peça seca em estufa. 
● Retratibilidade 
É a variação volumétrica sofrida pela peça ao perder água de 
impregnação durante a secagem em estufa. Ocorre em porcentagens 
diferentes para cada direção da peça devido a heterogeneidade da 
madeira, porém o cálculo é feito considerando o volume da peça antes e 
depois da secagem, de acordo com as fórmulas: 
𝐶𝑡 =
𝑉𝑣 − 𝑉𝑜
𝑉𝑣
∗ 100 
𝐶𝑝 =
𝑉ℎ − 𝑉𝑜
𝑉ℎ
∗ 100 
 
Sendo Ct a retratibilidade total, em função de Vv, o volume da 
madeira verde e V0, o volume da madeira seca em estufa; e Cp a 
retratibilidade parcial, em função de Vh, o volume de madeira seca ao ar 
e Vo. 
Pode-se calcular também, através da fórmula a seguir, o coeficiente de 
retração volumétrica, de acordo com a variação de 1% em sua umidade. 
𝜗 =
𝐶ℎ
ℎ
 
 
8 
 
● Densidade 
É o peso dividido pelo volume aparente. A densidade varia não só de 
árvore para árvore, como também de peça para peça de madeira, 
dependendo diretamente das condições de crescimento. Ela contribui 
para a classificação da madeira, as mais densas costumam ser mais 
resistentes, elásticas e duras, e também mais difíceis de trabalhar. Para 
sua determinação, é realizado o cálculo com a umidade fixa de 15% em 
todas as amostras. Seu cálculo é realizado através da fórmula: 
𝐷ℎ =
𝑀ℎ
𝑉ℎ
 
Sendo Mh o peso da amostra úmida e Vh o volume aparente da 
amostra úmida. Para obtenção mais precisa da densidade, é realizado o 
cálculo utilizando um fator de correção: 
 
𝑑 =
𝐷ℎ ∗ 1 − 𝑣
100
 
De modo a densidade aos 15% de umidade ser: 
 
𝐷15 = 𝐷ℎ ∗ [1 −
(1 − 𝑣)(ℎ − 15)
100
] 
 
● Condutibilidade térmica 
É a capacidade do material de transferir calor quando submetido a 
um gradiente de temperatura. Devido a sua estrutura porosa, a madeira 
é um bom isolante térmico, pois seu coeficiente de condutibilidade 
térmica é baixo. É também uma propriedade que varia de acordo com a 
direção das fibras, sendo que na direção longitudinal este coeficiente é 
de 5 a 10% maior do que no sentido transversal. O coeficiente de 
condutibilidade térmica é calculado através da fórmula: 
𝐾 =
𝐻𝐿
𝑡𝐴∆𝑇
 
Sendo H a quantidade de calor transmitida, L o comprimento da 
peça, t o tempo, a área da peça e ΔT a diferença de temperatura entre o 
lado quente e o lado frio da peça. 
 
● Condutibilidade acústica 
A madeira possui como propriedade a reflexão das ondas sonoras, 
sendo assim um ótimo material para tratamento acústico, quando é 
necessário que o som propague pelo ar, como em instrumentos 
musicais, teatros, estúdios e afins. Entretanto, a madeira é ruim para o 
isolamento acústico, devido a propagação de ondas no material, 
necessitando de várias camadas deste para isolamento ou a utilização 
9 
 
de um segundo material, isolante, entre as placas de madeira para obter 
o efeito desejado. 
 
1.3. Propriedades mecânicas 
A madeira é um material anisotrópico, ou seja, não possuem valor igual 
para suas propriedades em todas as direções, de forma que suas propriedades 
mecânicas se dividem em dois grupos, as principais e as secundárias, sendo o 
primeiro grupo relacionado ao sentido axial das fibras: sua compressão, tração 
e flexão; e o segundo grupo, relacionado ao sentido transversal as fibras: 
compressão e tração normal às fibras, torção, cisalhamento e fendilhamento. 
 
1.3.1. Propriedades mecânicas principais 
Em geral, quando solicitada por esforços paralelos à direção das fibras, 
a madeira se mostra mais resistente devido à densidade e continuidade de 
suas fibras. A NBR7190 denomina como direção 0° a direção paralela à fibra. 
Tanto para os cálculos relacionados ao ensaio de compressão, quanto para os 
cálculos relacionados ao ensaio de tração, ambos paralelos às fibras, são 
válidas as mesmas fórmulas a seguir: 
● Resistência máxima: 𝜎𝑚𝑎𝑥 =
𝑃𝑚𝑎𝑥
𝐴
 
● Resistência no Limite de Proporcionalidade: 𝜎𝐿𝑝 =
𝑃𝐿𝑃
𝐴
 
● Módulo de elasticidade: 𝐸 =
𝑃𝐿𝑃∗𝐿
𝐴∗𝑑𝐿𝑃
 
Sendo 𝑃𝑚𝑎𝑥 a carga aplicada no momento de ruptura, A a área da seção 
transversal, 𝑃𝐿𝑃 a carga aplicada no momento em que o Limite de 
Proporcionalidade é atingido, L o comprimento do vão do teste e 𝑑𝐿𝑃 a 
deformação da madeira no Limite de Proporcionalidade. 
 
Figura 2 – Compressão e tração na direção 0°. 
Na flexão, apesar de a carga ser aplicada perpendicular as fibras, os 
esforços internos são paralelos a esta, apresentando tanto esforços de tração 
quanto esforços de compressão, além de cisalhamento horizontal. A madeira 
possui ótima resistência à flexão e a distribuição das tensões dentro do corpo 
de prova é variável durante o ensaio de flexão, alterando-se de acordo com as 
10 
 
deformações apresentadas. Os cálculos relacionados ao ensaio são 
correspondentes às fórmulas a seguir: 
● Resistência máxima a flexão: 𝜎𝑚𝑎𝑥 =
3∗𝑃𝑚𝑎𝑥∗𝐿
2∗𝑏∗ℎ2
 
● Resistência no Limite de Proporcionalidade: 𝜎𝐿𝑃 =
3∗𝑃𝐿𝑃∗𝐿
2∗𝑏∗ℎ2
 
● Módulo de elasticidade: 𝐸𝑓 =
𝑃𝐿𝑃∗𝐿
4∗𝑑𝐿𝑃∗𝑏∗ℎ3
 
Sendo 𝑃𝑚𝑎𝑥 a carga aplicada no momento de ruptura, L a distancia entre 
apoios, b a largura do corpo de prova, h a espessura do corpo de prova, 𝑃𝐿𝑃 a 
carga aplicada no momento em que o Limite de Proporcionalidade é atingido e 
𝑑𝐿𝑃 a deformação observada quando o Limite de Proporcionalidade é atingido. 
 
Figura 3 – Flexão na madeira e esforços internos gerados. 
 
1.3.2. Propriedades mecânicas secundárias 
Solicitações em direção perpendicular as fibras são chamadas, pela 
NBR7190, de direção 90°. Ao ser comprimida ou tracionada 
perpendicularmente a direção das fibras, a madeira apresenta menor 
resistência, as mesmas fórmulas apresentadas no tópico anterior são válidas 
para estes casos de solicitações. 
 
Figura 4 – Compressão e tração na direção 90°. 
A torção da madeira depende de seu módulo de rigidez e sua resistência 
é dificilmente calculada e matéria de discussão, por ter resultados duvidosos 
devido a sua anisotropia. A resistência à torção é calculada dependendo de em 
torno de em qual eixo será realizada. As fórmulas para cálculos são: 
11 
 
● Módulo de rigidez: 𝐺 =
𝐸
17
 
● Resistência à torção: 𝜎𝑡𝑏 =
𝑘∗𝑀𝑡
𝑎3
 
Sendo E o módulo de elasticidade, k a constante relacionada ao eixo no 
qual é aplicada a torção, 𝑀𝑡 o momento de tração aplicado e a o comprimento 
de aresta da seção transversal. 
 
Figura 5 – Possíveis casos de torção em madeiras de seção transversal quadradas. 
O cisalhamento consiste de esforços internos, contrários um ao outro, 
que causam deslizamento das fibras. Entretanto, o ensaio de cisalhamento da 
madeira é complicado por haver superposição de tensões, principalmente 
relacionadas à flexão. A resistência ao cisalhamento é relacionada a densidade 
da peça e as propriedades de torção, sendo sempre menores que esta. O 
cálculo é realizado através da fórmula: 
● Resistência ao cisalhamento: 𝜎𝑐 =
𝑃𝑚𝑎𝑥
𝐴
 
Sendo 𝑃𝑚𝑎𝑥 a carga máxima resistida pela madeira e A a área sujeita ao 
esforço aplicado. 
 
Figura 6 – Corpode provas para o ensaio de resistência ao cisalhamento, a área 
hachurada sendo a área sujeita ao esforço aplicado. 
12 
 
O fendilhamento é a capacidade da madeira que contém ranhura em, 
quando aplicada uma força para separá-la, resistir à rachadura, de modo que o 
ensaio realizado é o mesmo anteriormente citado da resistência à tração na 
direção perpendicular as fibras (90°). 
 
1.4. Norma brasileira para ensaios 
A norma brasileira que regulamenta os ensaios mecânicos relacionados 
com a madeira é a ABNT-NBR7190: 1997, ela engloba todo o processo do 
projeto de estruturas de madeira, apresentando as hipóteses básicas de 
segurança, as classes de carregamento e diferentes durabilidades das ações, 
bem como apresenta os valores de cálculos para estas. A norma apresenta 
também as propriedades da madeira a ser consideradas em projeto e a 
maneira correta de se realizar ensaio para aferi-las. 
 
1.5 Importância dos ensaios mecânicos 
Apesar de cada amostra de madeira possuir comportamento variável 
devido a possibilidade de defeitos, a posição e direção de suas fibras e 
espessura de seus anéis de crescimento, os ensaios mecânicos são de suma 
importância para ter um parâmetro geral de comparação de qualidade para o 
material, estabelecendo um valor médio esperado para as propriedades 
mecânicas do material sob determinadas condições de umidade e temperatura. 
 
2. Materiais e Métodos 
 
O presente relatório e experimento foram realizados com base na 
NBR7190/1997 [2]. 
 
2.1. Materiais 
Os materiais utilizados para a realização do ensaio de tração foram: 
Prensa Universal, 2 corpos de prova de medidas recomendadas na NBR 7190, 
balança com precisão de 0,01g, Paquímetro com precisão 0,05mm, Régua com 
precisão de 1mm, computador com programa WinWaw – Versão STS 2011. 
Julio F
Máquina de escrever
Boa!
13 
 
 
Figura 7- Dimensões exigidas por [2] 
 
 
2.2. Metodologia 
Foram obtidas 2 peças de madeira da Serralheria do Rubens, já 
lapidadas pelo marceneiro do local nas medidas exigidas pela norma. A 
preparação das amostras ocorreu 72 horas antes do início do ensaio, fazendo-
se suas respectivas medições de peso e dimensões. Em seguida colocou-se 
uma na estufa e outra na câmara úmida. 
No dia do ensaio mediu-se novamente seus pesos e dimensões, com o 
intuito de observar-se o comportamento de ambas em relação à umidade. Tais 
mensurações tiveram precisão de 0,01g na balança, 0,05mm no paquímetro e 
1mm na régua. 
Em seguida, acoplou-se a amostra seca à prensa universal, tomando o 
cuidado de se observar se a peça estava paralela à tração da prensa, 
iniciando-se o programa WinWaw com velocidade constante de 2mm/min, 
aumentando gradativamente a força aplicada, até a ruptura da amostra. 
14 
 
 
FIGURA 8: Prensa universal realizando tração da madeira seca – LMCC, UFMS. 
Foi fornecido pelo programa uma planilha em formato txt. Com o tempo, 
deslocamento e força aplicada, que foi anexada ao relatório em forma de 
gráfico Tensão x Deformação. 
O mesmo procedimento foi repetido para a amostra úmida. 
 
3. Resultados e Discussão 
3.1. Dimensões dos Corpos de prova 
 
Figura 9 – Legenda dimensões do corpo de prova 
 
15 
 
 
 Tabela 1: dados iniciais (amostra estufa) 1-9 em mm com erro de ±0,025mm e massa com 
±0,005g . 
 
 Tabela 2: dados após o tratamento (amostra estufa) 1-9 em mm com erro de ±0,025mm e 
massa com ±0,005g 
 
 Tabela 3: dados iniciais (amostra úmida) 1-9 em mm com erro de ±0,025mm e massa com 
±0,005g 
 
Julio F
Máquina de escrever
Julio F
Máquina de escrever
Este não é o erro do paquímetro
Julio F
Máquina de escrever
Julio F
Máquina de escrever
16 
 
 
 
Tabela 4: dados após o tratamento (amostra úmida) 1-9 em mm com erro de ±0,025mm e 
massa com ±0,005g 
 
 
Na direção de (1) e (2) das tabelas (1) e (2) todas as amostras 
apresentaram contração D.T.E, sendo que a amostra do grupo vermelho 
apresentou defeito de torcimento. 
 
3.2. Cálculo de umidade das peças tratadas 
3.2.1. Peça 1 (levada à estufa) – Grupo Vermelho 
ℎ(%) = 
(𝑀ℎ − 𝑀𝑠)
𝑀𝑠
 
= (205,65 − 185,18) × 100% 
185,18
 
= 11,05% 
Teor de umidade (h) igual à 11,05%. 
 
3.3. Cálculo das densidades 
3.3.1. Peça 1 – Grupo Vermelho 
- Densidade antes do tratamento 
 
17 
 
 Volume das extremidades da peça (V11 e V12) - considerando-as 
peças prismáticas: 
 
𝑉11 = 130,46 𝑐𝑚 
3 𝑉12 = 133,67𝑐𝑚 
3 
 Volume da parte central da peça (V13) - considerando-a uma peça 
prismática 
 
 𝑉13 = 94,53𝑐𝑚 
3 
 
 Densidade 
 
𝑑𝑎.𝑡.1 =
 205,65 
(130,46 + 133,67 + 94,53)
 
= 0,57
 𝑔
𝑐𝑚 3⁄ 
 
 Tabela 5: Tabela de índices físicos das amostras de cada grupo. 
 
*A.T.E. – antes do tratamento em estufa; D.T.E. - depois do tratamento em estufa; A.T.C.U.- 
antes de tratamento em câmara úmida; D.T.C.U.- depois de tratamento em câmara úmida. 
 
 
Os grupos Roxo, Verde e Rosa apresentaram expansão do volume em 
comparação ao volume A.T.C.U, sendo que os grupos Vermelho, Preto, Cinza 
e Amarelo apresentaram contração. Todos grupos apresentaram expansão na 
direção radial (1) das tabelas (3) e (4) D.T.C.U 
 
18 
 
Figura 10- Corpos de prova grupos rosa, verde, amarelo e preto após o ensaio de tração. 
 
 
 
Figura 11: Gráfico Tensão X Deformação dos Grupos - Amostras de Madeira Seca Tracionadas 
 
 
 
 
 
19 
 
 
Figura 12: Gráfico Tensão X Deformação dos Grupos - Amostras de Madeira Verde Tracionadas 
 
Após o tratamento de secagem da peça 1 do grupo vermelho realizou-se 
o ensaio de tração obtendo o valor de tensão máxima de 42,67 MPa sendo que 
a peça 2, após tratamento de deposição de umidade, obteve tensão máxima de 
61,84 Mpa, divergindo-se do valor esperado. Essa discrepância está 
relacionada a vários fatores que levam o material a se comportar de modo 
peculiar as características ao qual foi submetido. A origem da madeira dita as 
propriedades dos componentes internos, anomalias decorrentes da distribuição 
deficiente de seivas ao lenho, provocando desvios de veios, o fenômeno de 
fibras torcidas, que provocam um estado de tensões de cisalhamento no plano 
da imperfeição. Observou-se esses tipos de defeito em todas as amostras, sem 
presença de nó no vão. 
 Observando o gráfico, o grupo que obteve maior deformação da peça 
seca foi o grupo Roxo com aproximadamente 2,7 %, valor bem menor se 
comparado com o ensaio de sua amostra úmida, que atingiu aproximadamente 
3,8 %. Notou-se também que o grupo Preto obteve um máximo de 
aproximadamente 70 MPa de tensão na amostra seca e 40 MPa na amostra 
úmida. 
4. Conclusão 
 Sabe-se que a resistência da madeira sofre variação de acordo com seu 
teor de umidade. Normalmente, observa-se uma diminuição em sua resistência 
mecânica com o aumento do mesmo. No entanto, na espécie utilizada no 
experimento (angelim) verificou-se no experimento que houve um aumento da 
resistência. 
Diante desse comportamento inesperado deve-se enfatizar que a 
madeira é muito sensível à diversos fatores que podem modificar suas 
propriedades, tais como: influência do lugar de crescimento, ação de 
Julio F
Máquina de escrever
Boa discussão.
20 
 
microorganismos xilófagos, posição do tronco, isto é, quando a madeira é 
retirada de diferentes lugares do tronco pode também ter comportamentos 
distintos, dentre outros. 
Por outro lado, a maioria das amostras apresentou aumento de sua 
deformação em função do incremento de umidade, devido ao acúmulo de águaentre as fibras da madeira, aumentando também seu volume, massa e, 
consequentemente, sua densidade. 
 Por isso, na construção civil, é de suma importância o conhecimento 
acerca do uso da madeira. Se esta ficará exposta à umidade ou não, para 
saber se é necessário que se adote mecanismos de proteção para poupar suas 
propriedades mecânicas bem como sua deterioração. 
 
 
 
 
5. Referência Biliográfica 
[1] FOREST PRODUCTS LABORATORY. Wood handbook--Wood as an 
engineering material. General Technical Report. FPL-GTR-113. Madison, WI: 
U.S. Department of Agriculture, Forest Service, Forest Products Laboratory. 
1999. 463 p. 
[2] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR7190: 
1997 – Projeto de estruturas de madeira. 
Julio F
Máquina de escrever
Conclusão coerente.

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