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Inteligência de Marketing Segundo Basta, Andrade, Ferreira e Seixas (2006), a inteligência é um processo analítico em constante mutação, que transforma dados em informações e informações e conhecimento, possibilitando modificar capacidades, desempenhos, habilidades e recursos num processo decisório estratégicos. A criação de um sistema de informação de marketing (SIM), tem por finalidade satisfazer necessidades dos “prospects”, ao passo de deter competitividade mercadológica, proteger a saúde organizacional e descobrir novas oportunidades. Este sistema é um conjunto de componentes inter-relacionados que possibilita aos gestores de marketing, diagnósticos e compreensão de problemas , facilitando o processo decisório. Tais componentes, conforme observados na fig.8, são desenvolvidos para coletar, organizar, armazenar e processar dados. Conforme fig. 9, os dados aqui citados, são provenientes de fontes primárias e secundárias. De acordo com Porter (1990), uma forma sistemática para o exame de todas as atividades executadas por uma empresa e do modo como elas interagem é necessária para a análise das fontes da vantagem competitiva. Podemos afirmar, então que este conceito pactua e interage com a necessidade de implantação do SIM. Orientar a empresa significa fazer com que a organização - com sua cultura, seus valores, seus processos e pessoas - se mova, de forma integrada e consistente, em uma única direção, a direção do cliente. Trata-se, sem dúvida, de uma tarefa hercúlea. O cliente, por sua vez, é o mais complexo ser do ambiente social e econômico, com suas crenças e valores, necessidades e desejos, experiências e expectativas próprias e individualizadas. O sistema de marketing , com a análise dos dados conquistados, permite adentrar nesta complexidade de forma eficiente e eficaz. Segundo Levitt (1990:89), “a diferença entre dados e informações é que, enquanto os dados são coletáveis de fatos brutos, as informações representam a organização seletiva e a interpretação imaginativa desses fatos”. Para atingir os seus fins, o SIM congrega três dimensões que se ajustam mutuamente: · Pessoas : inclui treinamentos, motivação, comprometimento, etc. ; · Organização : especializações funcionais, cultura interna, grupos de interesse político, etc.; · Tecnologia : desenvolvimento de bancos de dados aliados à aspectos demográficos, sociais, comportamentais, além de análises estatísticas. Para Kotler (2000), pesquisa de marketing é a coleta, análise e divulgação sistemática de dados relevantes sobre uma situação específica de marketing enfrentada pela organização. Normalmente, essas pesquisas orientam as decisões mercadológicas no que tange ao desenvolvimento de novos produtos ou modificações em produtos em comercialização. A função da pesquisa de marketing é descobrir fatos e fazer estimativas sobre os parâmetros do universo. Universo é o conjunto finito ou infinito de indivíduos com uma característica comum. Segundo Basta, Andrade, Ferreira e Seixas (2006), dois recursos são possíveis para delinear informações sobre públicos : universo de pesquisa (obter dados sobre cada um dos elementos que compõe o grupo), ou parcela do universo (amostragem). Dependendo do tipo de pesquisa a ser aplicado, utilizam-se procedimentos metodológicos diferentes numa abordagem qualitativa (não-probabilística, trabalhando com amostras pequenas, com conhecimento individual eficiente) ou quantitativa (probabilística , mensurando características através de distribuições percentuais). Pode-se classificar as pesquisas de mercado como : · Exploratórias : levantamento de hipóteses ; · Descritivas : descreve hábitos de compras e de uso ; · Experimentação : utilização do serviço ou produto pelo entrevistado. A partir da descrição do problema e os objetivos, se define o alvo (pessoa), o tipo e a abordagem da pesquisa, bem como a amostragem, o questionário e o tipo de entrevista. Uma vez colhidos, os dados passam por um processo de validação e, em seguida, são organizados (tabulados) e analisados, de modo a gerar informações que venham a esclarecer as indagações e dúvidas mercadológicas que deram origem à pesquisa. Posicionamento Uma vez escolhido o segmento do mercado em que irá atuar, a organização deve definir a posição que pretende assumir nesse segmento. Isso quer dizer que o projeto do produto, a definição de preço, as decisões sobre os canais de distribuição e as estratégias de promoção e comunicação dependem, fundamentalmente, do posicionamento que a organização deseja ter no mercado. Para kotler (2000:321), posicionamento é “o ato de desenvolver a oferta e a imagem da organização para ocupar um lugar destacado na mente dos clientes-alvo”. Este mesmo autor (1992), reconhece que a estratégia de posicionamento pode provocar mudanças no nome, preço e embalagem do produto, mas estas são “mudanças na apresentação dos produtos com o propósito de manter uma posição que valha a pena na mente do consumidor”. O posicionamento psicológico deve ser sustentado pelo posicionamento real, pois ele não é apenas um jogo mental. O primeiro passo para que isso aconteça, é considerar os diferentes tipos de posicionamento : · Posicionamento por atributos : baseia-se em benefícios tangíveis ou abstratos ( sabor, frescor, bem-estar, etc.) ; · Posicionamento por aplicação : ressaltam-se as vantagens em algum uso ou aplicação ( por exemplo : bebidas isotônicas que repõe sais ) ; · Posicionamento por usuário : apresenta um produto destinado a um grupo ( por exemplo , xampu para bebês ) ; · Posicionamento por concorrente : vantagem explícita ou implícita frente ao concorrente ( por exemplo , carro 1.0 mais potente do mercado ); · Posicionamento por categoria de produtos : posicionamento em relação a determinadas classes de produtos ( por exemplo : barras de cereais são mais saudáveis que barras de chocolate ); · Posicionamento por qualidade/preço : produto que oferece a melhor relação custo x benefício O posicionamento não é o que você faz com o produto, e sim como o cliente o percebe e o situa em relação aos produtos concorrentes. Segundo Porter (1991), a metodologia para análise da concorrência tem os seguintes componentes : metas futuras, estratégias em curso, hipóteses e capacidades. Entretanto, a necessidade de posicionar-se no mercado parte primeiramente de uma análise sobre o desempenho, ou a posição, de sua organização em seu setor de negócios. A análise de mercado permite identificar os fatores de alta, média e baixa relatividade, conforme Basta, Andrade, Ferreira e Seixas (2006). A análise deve ser conduzida segundo as características do mercado (tamanho, diversidade, taxa de crescimento, maturidade). Em cada setor de negócios, a importância dos fatores de atratividade do mercado varia em função da natureza do produto e do comportamento do cliente. Portanto, segundo estes mesmos autores (2006), analisar a importância de cada fator é fundamental para determinar corretamente a atratividade de um mercado. Esta análise deve ser cruzada com a análise da posição da organização em seu negócio. Em razão de sua complexidade, Kotler (1992) adverte que o composto de marketing de uma empresa depende de seu posicionamento adotado. Para tanto, alguns erros principais devem ser evitados: a) Subposicionamento: algumas empresas descobrem que os compradores têm apenas uma idéia vaga da marca; eles realmente não conhecem nada especial sobre ela; b) Superposicionamento: os compradores podem ter uma idéia muito estrita sobre a marca; c) Posicionamento confuso: os compradores podem ter uma imagem confusa da marca; essa confusão pode resultar dos muitos apelos de propagandaou de mudar-se o posicionamento da marca com freqüência; d) Posicionamento duvidoso: os compradores podem achar difícil acreditar nos apelos da marca tendo em vista as características, preço ou o fabricante do produto. Todavia, nem sempre a estratégia de posicionamento visa exclusivamente à obtenção de lucros através do produto a ser posicionado. De modo mais amplo, uma estratégia consiste em planejar e executar operações para alcançar ou manter posições relativas e potenciais que venham favorecer futuras ações táticas para atingir determinados objetivos. Segundo Levitt (1990), reconhecer os clientes como pessoas que buscam soluções para seus problemas e o valor que daí resulta são fundamentais para a viabilidade de uma organização em longo prazo. O valor está nas expectativas dos clientes, em sua percepção. De acordo com J.B. Pinho (2002), o posicionamento frente ao mercado alvo (clientes), se dará pela diferenciação da empresa para com os mesmos. Desta forma, a maneira mais eficiente de discorrer este processo é desenvolver a maior relação possível entre o mix de marketing (produto, preço, promoção e praça). Conclusão Ao longo do artigo, pode-se observar a necessidade fundamental do foco principal das organizações: o cliente. Constatou-se que este target constitui a base de uma estratégia que incentiva a constante revisão de todas as ações da empresa Assim, a orientação para o mercado e para o cliente é o fundamento básico das estratégias de marketing. Nesse sentido, os clientes deixam de lado seus papéis tradicionais de consumidores de valor para se transformarem em co-criadores de valor, uma realidade que, em determinadas situações, podem passar despercebidas pelos responsáveis sobre gestão estratégica das empresas brasileiras. As pesquisas relatadas ainda sugerem que a orientação de mercado é determinante fundamental da competitividade, a qual, por sua vez, é básica para o bom desempenho empresarial. Observam-se ainda, uma série de dificuldades que podem surgir durante a implementação dos processos apresentados. Tal fato é necessário para que os gestores aceitem e desenvolvam capacidades pró-ativas no âmbito da antecipação de problemas, assumindo que a cultura organizacional pode ser, até certo ponto, gerenciada. Isto implica, além do monitoramento do conjunto de normas e comportamentos dos membros da organização, o planejamento estratégico de ações para adaptá- las às necessidades do mercado. Por fim, fica evidente que o marketing é uma manifestação generalizada de todos os níveis e departamentos que a organização detém. Na realidade, não só detém , como possuem responsabilidade e atitude sobre. Mais do que isso, não existe formulação única e específica para o sucesso . As ferramentas aqui apresentadas sempre irão sofrer mutações – não em sua estrutura , mas em sua aplicabilidade – pois todas elas possuem uma vertente comum que não possui opinião única : o cliente. Para tanto, se faz necessário, e relevante, a capacidade de rápida adaptação e flexibilidade . A organização necessita possuir uma cultura e ambiente que fomente e incentive as iniciativas relacionadas à criatividade e inovação, com o pleno apoio da alta gerência, considerando como uma competência empresarial que deve ser desenvolvida e melhorada. BIBLIOGRAFIA BASTA, Darci ; ANDRADE , Fernando Roberto ; FERREIRA, José Antônio. Fundamentos de Marketing. Fundação Getúlio Vargas, 2006. COLLINS , James ; PORRAS , Jerry. Feitas para durar : construindo a visão da empresa. Unidas , 1996 FERREIRA, Ademir Antônio ; FONSECA, Ana Carla ; PEREIRA , Maria Isabel. Gestão Empresarial : De Taylor aos nossos dias. Pioneira, 2000. JAIN, Dipak. Conceitos Contemporâneos de marketing. Seals, 2004. KOTLER, Philip. Administração de Marketing. Análise, Planejamento, Implementação e controle. Atlas, 1992. KOTLER, Philip. Administração de Marketing. A edição do novo milênio. Prentice hall, 2000. LEVVIT , J. Miopia de marketing. Harvard Business Review, 1960 LINNEMAN, Robert ; STANTON JR, John. Marketing de nichos. McGraw, 1993 NICKELS, William ; WOOD , Marian. Marketing, relacionamentos, qualidade e valor. LTC, 1999 PINHO, J.B. Comunicação em marketing – Princípios da comunicação mercadológica. 2002 PORTER , Michael . Como forças competitivas moldam a estratégia. Harvard Business Review , 1979 PORTER , Michael. Estratégias competitivas. Campus, 1991 TREACY , Michael ; WIERSEMA , Fred. A disciplina dos líderes de mercado. Rocco, 1995
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