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Como isso impacta (e vai impactar ainda mais) na geração, distribuição e comercialização de energia?[ ] O Sistema de Compensação de Energia Elétrica foi criado pela ANEEL na Resolução Normativa nº 482/2012. Como funciona? Um consumidor de energia elétrica instala pequenos geradores em sua unidade consumidora (como, por exemplo, painéis solares fotovoltaicos) e a energia gerada é usada para abater o consumo de energia elétrica da unidade. A energia pode ser produzida por fontes hidráulicas, solares, eólicas, de biomassa ou cogeração qualificada. Quando a geração for maior que o consumo, o saldo positivo de energia poderá ser utilizado para abater o consumo em outro posto tarifário ou na fatura de um mês sequente. Há ainda a possibilidade de haver um “autoconsumo remoto”. Ou seja, o consumidor utiliza esses créditos em outra unidade cadastrada, desde que as duas unidades consumidoras estejam na área de atendimento de uma mesma distribuidora e sejam do mesmo titular. KWh KWh KWhKWh KWh KWh Microgeração Distribuída Central geradora conectada à rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras, com potência instalada até 75 quilowatts (kW). Minigeração Distribuída Central geradora conectada à rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras, com potência acima de 75 kW e menor ou igual a 5 MW (no caso de fonte hídrica, o valor máximo é de 3 MW). Geração distribuída em condomínios Em empreendimentos de múltiplas unidades consumidoras, a energia gerada pode ser repartida entre os condôminos em porcentagens definidas pelos próprios consumidores. Geração compartilhada Diversos interessados se unem em um consórcio ou em uma cooperativa, instalam uma micro ou minigeração distribuída e utilizam a energia gerada para a redução das faturas dos consorciados ou cooperados. Mas como tudo isso está afetando - e vai afetar ainda mais - a realidade da geração, distribuição e comercialização de energia no País? Com o Sistema de Compensação de Energia Elétrica e com o ProGD (programa do governo criado em 2015 para acelerar os números da geração distribuída no Brasil), a tendência é que o volume de energia gerada dessa maneira cresça exponencialmente nos próximos anos. Segundo a mais recente Relação de Registros de Micro e Minigeradores Distribuídos (out/2015) disponibilizada pela ANEEL, hoje existem 1.285 micro e minigeradores, com potência instalada de 13,1 megawatts (MW). A previsão é que, até 2024, cerca de 1,2 milhão de unidades consumidoras passem a produzir sua própria energia, totalizando 4,5 gigawatts (GW) de potência instalada. Novas regras estão mudando o papel das distribuidoras no Sistema de Compensação de Energia Elétrica. Até então, as distribuidoras eram responsáveis por dar entrada no processo de cadastro dos micro e minigeradores. Agora, os próprios consumidores poderão dar entrada no processo e o prazo total para a distribuidora conectar usinas de até 75 kW passou de 82 para 34 dias. O impacto na distribuição de energia também poderá ser visto na redução dos investimentos em redes de distribuição de energia. Segundo Thiago Correia, diretor da Aneel, a geração distribuída “traz a geração para próximo do consumo”. Hoje, ainda não é possível comercializar a energia gerada por mini e microgeradores, mas a CCEE já desenvolveu e apresentou à ANEEL uma proposta de comercialização da energia excedente de microgeração. A proposta oferece uma alternativa à compensação da energia excedente que as microgeradoras injetam na rede e propõe que cada consumidor passe a avaliar se é mais interessante vender a produção excedente ou utilizá-la para compensar seu consumo em outros períodos. No modelo desenhado pela CCEE, os comercializadores terão a função de agregar a energia excedente da mini e microgeração. Ao invés de cada consumidor negociar na Câmara de Comercialização sua fatia, o que inviabilizaria a transação, um comercializador reunirá as sobras de várias unidades para negociar como um bloco só por meio de uma “usina virtual”. “A comercialização dos excedentes abre caminho para a criação de novos modelos de negócio, como empresas especializadas na implantação e exploração das centrais geradoras, investidores parceiros, aluguéis de telhados e mesmo a criação de comunidades elétricas, nas quais diversos consumidores se unem para viabilizar um projeto”, salienta Cesar Pereira, gerente executivo de Atendimento ao Mercado. Além dessa proposta da CCEE, há também o Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD) que prevê estudos para permitir venda no Mercado Livre (ACL) da energia gerada distributivamente. Como esse modelo brasileiro pode evoluir? Hoje, existem dois principais modelos de geração distribuída no mundo: Net metering e Feed-in Tariff. O Brasil participa do primeiro tipo. Net metering A relação entre a energia que vem da geradora e a energia produzida pelo consumidor é 1:1. Ou seja, cada kWh que parte da geradora tem o mesmo peso que um kWh gerado pelo micro ou minigerador. Normalmente, existe apenas um medidor bilateral que mede o fluxo de energia nas duas gerações e informa a diferença. Em alguns países, caso o consumidor produza mais energia do que consuma, ele pode ser ressarcido em dinheiro. Em outros países, essa compensação acontece apenas através de crédito de energia. No Brasil, é instalado um medidor, que deve permitir medição bidirecional de energia elétrica (medição de consumo e de geração). Em relação às instalações em baixa tensão, a medição bidirecional pode ser feita por meio de dois medidores unidirecionais – um para aferir o consumo e o outro a geração de energia. Feed-in Tariff Esse modelo exige dois medidores unidirecionais (um para aferir o consumo e o outro a geração de energia). Por esse sistema, o consumidor recebe em dinheiro por toda a energia gerada e não apenas pela diferença produção-consumo. Para incentivar esses microgeradores, nesses casos geralmente há um contrato de longo prazo (15-20 anos) e a tarifa de venda é proporcional ao custo de instalação das unidades (um microgerador de energia fotovoltaica tem um custo maior para instalar a unidade e por isso a tarifa que ele receberá por energia gerada será maior que a de um microgerador de energia eólica, por exemplo). Somos uma empresa que desenvolve soluções de TI para o mercado de energia que ajudem geradoras, transmissoras, distribuidoras, comercializadoras e consumidores livres a alcançar melhores resultados. www.suati.com.br +55 81 3036.3600 contato@suati.com.br
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