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ECA aulas 1 e 2 11.01.2016

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PRINCÍPIOS DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
O novo direito da criança e do adolescente nasce com a Constituição Federal de 1988 que adota a doutrina da proteção integral, sepultando a antiga doutrina da situação irregular (Art. 227, C.F).
Não nasce com ECA, o ECA vem depois.
Dois anos depois da CF entrar em vigor o ECA, em outubro de 1990, para explicitar a proteção integral da criança e do adolescente (Lei 8069/90), revogando expressamente o código de menores ainda inspirado pela antiga doutrina da situação irregular.
PRINCÍPIOS DO NOVO D.C.A - DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
1º Princípio da Proteção integral
A criança e o adolescente por este princípio são sujeitos dos seus próprios direitos, os quais estão elencados no artigo 227 da Constituição Federal e podem ser exigidos do Estado, da Sociedade e da Família, Entes subordinados que são os responsáveis. Ex: Estado, sociedade e família. Daí a ideia de integralidade.
Esse novo direito tem natureza sócio-individual. Pertence ao seu titular (criança e adolescente), mas também a toda sociedade, daí sua indisponibilidade. Interessa para toda sociedade que a criança tenha uma boa educação e isso já começa na creche, por isso é bom para todos a boa educação desde o início para que no futuro não se torne um traficante, a base escolar boa na creche o faz um adolescente integrado à sociedade e educação.
2º Princípio da Prioridade Absoluta  (Art. 227, C.F) que proclama o dever de priorização do Estado, da sociedade e da família em relação aos direitos fundamentais da criança e do adolescente. 
Por esse princípio, centenas de ações judiciais na área da saúde e da educação são julgadas procedentes contra o próprio Estado que descumpre sua obrigação de prioridade.
Este princípio confere efetividade ao princípio da proteção integral que é o primeiro princípio.
3º Princípio da Condição Peculiar da Criança e do Adolescente de Pessoa em Desenvolvimento. 
Este princípio explica os 2 primeiros, eis que a vulnerabilidade implica na proteção integral com prioridade absoluta conferindo proteção desigual à indivíduo desigual, na medida dessa desigualdade.
Essa vulnerabilidade varia porque é gradativa, Ex: menino de 2 anos fala que vai jogar bola, os pais não deixam, já o menino de 16 anos pede e os pais deixam.
CONCEITO BÁSICO 
O que é criança e adolescente:
A criança é a pessoa de até 12 anos incompletos, ou seja, 11 anos.
O adolescente é a pessoa entre 12 e 18 anos, completou 18 é adulto (Art. 2º, ECA).
 Para o ECA, a criança também é a pessoa entre 18 e 21 anos, nos casos expressos em lei:
a) adoção da pessoa de 18 a 21 anos que já estava na guarda/ tutela, daí passou a idade e pode ser adotada.
b) medida sócio-educativa ao infrator desde que o ato tenha sido cometido ao tempo da adolescência, ele tem 17 anos e cometeu um ato infracional, então pode ser condenado e pagar pelo crime até os 21 anos.
ATO INFRACIONAL 
Considera-se ato infracional a conduta descrita como "crime ou contravenção penal", isso quer dizer que fica incorporado ao direito da criança e do adolescente todas as normas penais incriminadoras e ainda as normas referentes à estrutura do crime, ou seja, fato típico. 
Antijuridicidade, culpabilidade (Art. 103, ECA).
Ler artigo 243 do ECA
Ato Infracional da Criança até 11 anos
A criança considerada autora será encaminhada ao Conselho Tutelar, na sua falta, ao juiz da infância e juventude (Art. 262, ECA), nas disposições transitórias do ECA. Será encaminhado para atendimento de natureza protetiva, sendo aplicável às medidas do artigo 101, § 1 a 7 do ECA.
O Conselho Tutelar:
Foi criado com o ECA, possui 5 membros e seus suplentes escolhidos pela comunidade no âmbito do município para mandato de 4 anos admitida uma recondução.
O cargo é remunerado, em recente lei alterada pelo ECA lhe conferiu direitos previdenciários e trabalhistas como férias, etc.
Essas medidas de proteção dizem respeito à educação, a saúde e a inserção social e buscam recompor os direitos violados que invariavelmente afetaram essa criança. A criança não pode ser presa e nem processada em sistema acusatório.
Ato Infracional do Adolescente entre 12 e 18 anos
O adolescente será encaminhado à autoridade policial se for considerado autor de ato infracional. Na repartição policial o adolescente será autuado de "apreensão, será apreendido em flagrante" e serão apreendidos os objetos e instrumentos da infração, observando-se os direitos indisponíveis dos artigos106 a 109 do ECA. Além de apreender o adolescente, serão apreendidos os objetos encontrados com ele. (Art. 312, CPP).
Não tem inquérito para apurar ato infracional.
Não havendo violência, nem grave ameaça contra a pessoa, o auto de apreensão poderá ser substituído por um Boletim de Ocorrência Circunstanciado que significa um Boletim de ocorrência bem feito, bem escrito ou auto de apreensão. Então, aí apreendeu o adolescente em flagrante.
Segundo passo, o Delegado de Polícia examinará a possibilidade de liberar o adolescente e o critério agora é outro: proteção à ordem pública ou garantia pessoal do adolescente. No caso de liberação, o adolescente será entregue a seus pais ou responsável, sobre o compromisso de apresentação ao MP, no primeiro dia útil.
No caso de não liberação, o adolescente será encaminhado imediatamente ou no máximo em 24 horas ao MP.
De qualquer forma são encaminhados também os documentos policiais. Ex: auto de apreensão, etc.
Deve permanecer em local separado dos adultos em repartição policial ou em entidade especializada (art. 178, 232, 234, ECA)
Não pode ir no camburão da viatura (Art. 177, ECA)
Se o adolescente não está em situação de flagrante na forma deste artigo, a autoridade policial investigará os fatos e ao final elaborará relatório circunstanciado e remeterá ao MP.
Assim, encerra a fase policial.
No MP, o promotor fará a oitava informal do adolescente, seus pais ou responsável, vítimas e testemunhas, se possível. Feita a oitiva informal em regra se abre 3 possibilidades:
1º arquivamento. Ex: garoto cheirando cola
2º concessão de remissão que tem natureza de perdão 
3º oferecimento de representação, que é ação uma peça relativa à denúncia, é dirigida ao juiz e dá início a fase processual, chamado processo sócio educativo, porque aplica medidas sócio-educativas que estão elencadas no artigo 112 do ECA.
Arquivamento e remissão são levados à homologação judicial e aplica-se regra do artigo 28 do CPP que aqui se usa os artigos 181 e 99, ECA.
Daí vai para o Procurador Geral de Justiça.
Remissão pode ser convertida em medidas socioeducativas em meio aberto. Só não pode privar de liberdade ou semiaberto. Essa demissão é para exclusão do processo.
O processo é bastante célere, estando o adolescente apreendido, o Promotor e o Juiz devem se ater ao disposto no artigo 108 do ECA que cuida da internação provisória, cujo prazo máximo é de 45 dias. 
É requisito: indícios de autoria e provas de materialidade, bem como a necessidade imperiosa da medida.
O prazo de permanência em repartição policial em local separado dos adultos é de 5 dias e o prazo total é de 45 dias cumpridos em unidade de internação mais próxima de sua residência.
 
FASE PROCESSUAL
A primeira audiência é de apresentação, o adolescente, segundo posição pacífica do STJ, deve se fazer acompanhar do advogado e ainda dos seus pais que serão também cientificados (garantias processuais – art. 110, 111 do ECA). Na falta dos pais, deve ser nomeado curador, ou seja, ele sozinho, jamais. A nomeação do curador pode ser o advogado.
O juiz pode aplicar nesse momento a remissão e incluir medidas em meio aberto, nesse caso deve ouvir o MP. Entendendo que o fato é grave, o juiz designará audiência em continuação para instrução, debates e julgamento. A defesa prévia deve ser apresentada em 3 dias, a partir da audiência de apresentação,trazendo o rol de testemunhas. O juiz deve determinar a realização de estudo técnico do caso como, por exemplo, psicóloga, assistente social.
Na audiência, após oitiva das testemunhas e da vítima e à vista do estudo técnico, as partes debaterão 20 minutos, prorrogáveis por 10 minutos. Em seguida, o juiz sentenciará para dissolver ou condenar o adolescente as medidas do artigo 112 do ECA observando os critérios, os parágrafos 1º e 2º do mesmo (art. 112, do ECA).
As medidas são:
a) advertência
b) obrigação de reparar o dano
c) prestação de serviço à comunidade
d) liberdade assistida
e) semiliberdade
f) internação
 
Funciona assim:
- Para adulto
Princípio primário é matar alguém, princípio secundário é a pena.
(Art 59 C.P.P)
(Art 61, 62 C.P.P – agravantes)
(Art 65, 66 C.P.P - atenuantes)
- Para criança e adolescente 
Circunstância, ato infracional que é o crime é tudo que está em torno do crime, daí conta entre as medidas quais são adequadas.
Pode cumular 2 medidas, desde que não seja antagônica.
Gravidade de crime é mais fácil de aplicar pois não é tão engessado como o Código Penal, tem mais liberdade para aplicar a lei.
ADOÇÃO
Trata-se de forma de colocação em família substituta, assim como a guarda e a tutela.
A adoção assegura a criança o direito a convivência familiar nos casos em que ela não pode mais permanecer em sua família natural.
A adoção atribui ao adotado à condição de filho desligando-o da família natural.
Feita a adoção, é pai, mãe e filho. Proibido qualquer discriminação porque tudo é filho, desliga no mesmo ato da família biológica. Salvo, no tocante aos impedimentos matrimoniais e no caso da adição unilateral do filho do cônjuge ou do convivente, então.
Ex: ela tem 18 anos e entrega o bebê para adoção, passados 20 anos se encontram e como não se conhecem se atraem, mas não podem se casar porque é mãe e filho, então não desfez o vínculo sanguíneo.
Ex: produção independente que o novo namorado quer adotar o filho da namorada, que é o filho da namorada, então não desfaz o vínculo.
Ex: Adoção mantém o vínculo afetivo.
Requisitos da Adoção
1º) Cadastro junto à vara da infância
As exceções são as previstas nos incisos I, II e III do §13 do art. 50, ECA.
Exceção: adoção unilateral; parente próximo que tem afetividade ex: tio, primo; criança com mais de 3 anos que está na guarda tutela.
2º) Idade mínima 18 anos, com diferença de idade de 16 anos, não tem idade máxima.
3º) A pessoa pode adotar sozinha, isolada
4º) 2 pessoas podem adotar conjuntamente nas seguintes condições:
- Casado ou unido em união estável, nesse caso tem que ter estabilidade conjugal.
- Divorciado, separado judicialmente e ex união estável/companheiros. Nessa situação o casal já tem a guarda e tutela.
Obs.: Avô e irmãos não podem adotar
QUESTÕES DA OAB
01- Isabela e Matheus pretendem ingressar com ação judicial própria a fim de adotar a criança P., hoje com 4 anos, que está sob guarda de fato do casal desde quando tinha 1 ano de idade. Os pais biológicos do infante são conhecidos e não se opõem à referida adoção, até porque as famílias mantêm convívio em datas festivas, uma vez que Isabela e Matheus consideram importante que P. conheça sua matriz biológica e mantenha convivência com os membros de sua família originária.
Partindo das diretrizes impostas pelo ECA e sua interpretação à luz da norma civilista aplicáveis à situação narrada, assinale a afirmativa correta.
	a)
	Durante o processo de adoção, Isabela, que reside fora do país, pode, mediante procuração, constituir Matheus como seu mandatário com poderes especiais para representar sua esposa e ajuizar a ação como adoção conjunta.
	b)
	Dispensável a oitiva dos pais biológicos em audiência, desde que eles manifestem concordância com o pedido de adoção por escritura pública ou declaração de anuência com firma reconhecida.
	c)
	Concluído o processo de adoção com observância aos critérios de regularidade e legalidade, caso ocorra o evento da morte de Isabela e Matheus antes de P. atingir a maioridade civil, ainda assim não se reestabelecerá o poder familiar dos pais biológicos.
	d)
	A adoção é medida excepcional, que decorre de incompatibilidade de os pais biológicos cumprirem os deveres inerentes ao poder familiar, motivo pelo qual, mesmo os pais de P. sendo conhecidos, a oitiva deles no curso do processo é mera faculdade e pode ser dispensada.
02 - J., com 11 anos, L., com 12 anos, e M., com 13 anos de idade, são alunos do 8º ano do ensino fundamental de uma conceituada escola particular. Os três, desde que foram estudar na mesma turma, passaram a causar diversos problemas para o transcurso normal das aulas, tais como: escutar música; conversar; dormir; colocar os pés nas mesas e não desligar o aparelho celular. O professor de matemática, inconformado com a conduta desrespeitosa dos alunos, repreende-os, avisando que os encaminhará para a direção da escola. Ato contínuo, os alunos reagem da seguinte forma: J. chama o professor de “velho idiota”; L. levanta e sai da sala no meio da aula; e M. ameaça matá-lo.
Diante dos atos de indisciplina dos três alunos, a direção da escola entra em contato com o seu departamento jurídico para, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, receber a orientação de como proceder.
Com base na hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a orientação recebida pela direção escolar.
	a)
	Os atos de indisciplina praticados por J., L. e M. deverão ser coibidos pela própria direção escolar.
	b)
	J. e M. praticaram atos infracionais. J. deverá ser encaminhado ao Conselho Tutelar e M. para a autoridade policial. A indisciplina de L. deverá ser coibida pela própria direção escolar.
	c)
	J., L. e M. praticaram atos infracionais e deverão ser encaminhados para a autoridade policial.
	d)
	J. e M. praticaram atos infracionais. Ambos deverão ser encaminhados para a autoridade policial. A indisciplina de L. deverá ser coibida pela própria direção escolar.
03 - O adolescente N. ficou conhecido no bairro onde mora por praticar roubos e furtos e ter a suposta habilidade de nunca ter sido apreendido. Certa noite, N. saiu com o propósito de praticar novos atos de subtração de coisa alheia. Diante da reação de uma vítima a quem ameaçava N. disparou sua arma de fogo, levando a vítima a óbito. N. não conseguiu fugir, sendo apreendido por policiais que passavam pelo local, no momento em que praticava o ato infracional.
Sobre o caso narrado, assinale a opção correta.
	a)
	A medida de internação não terá cabimento contra N., uma vez que somente poderá ser aplicada em caso de reincidência no cometimento de infrações graves.
	b)
	Mesmo estando privado de liberdade, N. poderá entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público, mas não terá direito a peticionar diretamente a este ou a qualquer autoridade que seja.
	c)
	A medida de internação de N. é cabível por se tratar de ato infracional praticado com ameaça e violência contra pessoa, mesmo que não seja caso de reincidência.
	d)
	Caso N. seja condenado por sentença ao cumprimento de medida de internação, e somente nesse caso, tornam-se obrigatórias as intimações do seu defensor e dos pais ou responsáveis, mesmo que o adolescente tenha sido intimado pessoalmente.
04 - Um conselheiro tutelar, ao passar por um parquinho, observa Ana corrigindo o filho, João, por ele não permitir que os amigos brinquem com o seu patinete. Para tanto, a genitora grita, puxa o cabelo e dá beliscões no infante, na presença das outras crianças e mães, que assistem a tudo assustadas.
Assinale a opção que indica o procedimento correto do Conselheiro Tutelar.
	a)
	Requisitar a Polícia Militar para conduzir Ana à Delegacia de Polícia e, após a atuação policial, dar o caso por encerrado.
	b)
	Não intervir, já que Ana está exercendo o seu poder de correção, decorrência do atributodo poder familiar.
	c)
	Intervir imediatamente, orientando Ana para que não corrija o filho dessa forma, e analisar se não seria recomendável a aplicação de uma das medidas previstas no ECA.
	d)
	Apenas colher elementos para ingressar em Juízo com uma representação administrativa por descumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar.
05 - O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que pessoas com até doze anos de idade incompletos são consideradas crianças e aquelas entre doze e dezoito anos incompletos, adolescentes. Estabelece, ainda, o Art. 2º, parágrafo único, que “Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade”.
Partindo da análise do caráter etário descrito no enunciado, assinale a afirmativa correta.
	a)
	O texto foi derrogado, não tendo qualquer aplicabilidade no aspecto penal, que considera a maioridade penal aos dezoito anos, não podendo, portanto, ser aplicada qualquer medida socioeducativa a pessoas entre dezoito e vinte e um anos incompletos, pois o critério utilizado para a incidência é a idade na data do julgamento e não a idade na data do fato.
	b)
	A proteção integral às crianças e adolescentes, primado do ECA, estendeu a proteção da norma especial aos que ainda não tenham completado a maioridade civil, nisso havendo a proteção especialmente destinada aos menores de vinte e um anos, nos âmbitos do Direito Civil e do Direito Penal.
	c)
	O texto destacado no parágrafo único desarmoniza-se da regra do Código Civil de 2002 que estabelece que a maioridade civil dá-se aos dezoito anos; por esse motivo, a regra indicada no enunciado não tem mais aplicabilidade no âmbito civil.
	d)
	Ao menor emancipado não se aplicam os princípios e as normas previstas no ECA; por isso, o estabelecido no texto transcrito, desde a entrada em vigor da norma especial em 1990, não era aplicada aos menores emancipados, exceto para fins de Direito Penal.
06 - B e P, vizinhos da criança Y, cuidam do menino desde a tenra idade, quando o pai da criança faleceu e sua genitora, por motivos profissionais, mudou-se para localidade distante, fazendo visitas esporádicas ao infante, mas sempre enviando ajuda de custo para a alimentação do filho. Quando a criança completou um ano de idade, a genitora alcançou patamar financeiro estável, passando a ter meios para custear os gastos da criança também com educação, lazer, saúde etc. Assim, buscou a restituição do convívio diário com a criança Y, levando-a para morar consigo, o que gerou discordância dos vizinhos B e P, que ingressaram com Ação de Guarda e Tutela do menor, argumentando a construção de laços afetivos intensos e que a criança iria sofrer com a distância.
Analise a situação e, sob o ponto de vista jurídico, assinale a afirmativa correta.
	a)
	O afastamento da genitora do convívio cotidiano com a criança Y impede a reconstrução de laços afetivos, devendo ser, de pronto, conferida a guarda provisória aos vizinhos que o criaram e, ao final, a tutela do menor aos demandantes B e P.
	b)
	A reintegração à família natural, no caso, junto à mãe, deve ser priorizada em relação a outra providência, não havendo justo motivo para a que a criança seja posta sob tutela na hipótese narrada, uma vez que isso demandaria a perda ou suspensão do poder familiar, o que não encontra aplicabilidade nos estritos termos do enunciado.
	c)
	Os vizinhos que detinham a guarda de fato da criança Y têm prioridade no exercício do encargo de tutores, considerando esse o atendimento ao melhor interesse da criança, podendo eles assumir a função mesmo que a mãe mantenha o poder familiar, ante a precariedade e provisoriedade do referido encargo jurídico.
	d)
	A mãe da criança Y pode anuir com o pedido de colocação da criança sob tutela se considerar que atenderá ao melhor interesse do infante, hipótese em que a sentença homologatória poderá ser revogada a qualquer tempo, caso mudem as circunstâncias que a justificaram, não fazendo, pois, coisa julgada material.
07 - O Ministério Público moveu ação civil pública em face do estado A1 e do município A2, e em favor dos interesses da criança B, que precisava realizar um procedimento cirúrgico indispensável à manutenção de sua saúde, ao custo de R$ 8.000,00 (oito mil reais), o qual a família não tinha como custear. Os réus aduziram em contestação que os recursos públicos não poderiam ser destinados individualmente, mas sim, em caráter igualitário e geral a todos os que dele necessitassem.
Considere a narrativa e assinale a única opção correta a seguir.
	a)
	Não tem cabimento a medida intentada pelo Ministério Público, uma vez que a ação civil pública destina-se a interesse difusos ou coletivos, não sendo ferramenta jurídica hábil a tutelar os interesses individuais indisponíveis, como os descritos no enunciado, devendo o processo ser extinto sem resolução do mérito.
	b)
	A causa terá seguimento, visto que cabível ação civil pública na hipótese, mas, no mérito, os argumentos dos réus merecem acolhimento, já que conferir tratamento desigual à criança B implica violação ao princípio da isonomia, o que não encontra amparo na norma especial do ECA.
	c)
	A ação civil pública é perfeitamente cabível no caso e, no mérito, a prioridade legal assiste a criança B no atendimento a necessidades como vida e saúde, nisso justificando-se a absoluta prioridade na efetivação dos seus direitos, conferindo-lhe primazia de receber socorro e proteção, e a precedência no atendimento em serviço público.
	d)
	Não é cabível ação civil pública na hipótese, por se tratar de direito meramente individual, embora indisponível, e, como no mérito assiste razão aos interesses da criança B, a ação deverá ser extinta sem resolução do mérito, a fim de que outra ação judicial, intentada com o uso da ferramenta jurídica adequada, possa ser processada sem incorrer em litispendência.
08 - José, tutor da criança Z, soube que Juarez vem oferecendo recompensa àqueles que lhe entregam crianças ou adolescentes em caráter definitivo. Entusiasmado com a quantia oferecida, José promete entregar a criança exatamente dez dias após o início da negociação. José contou aos seus vizinhos que não queria mais “ter trabalho com o menino”. Indignada, Marieta, vizinha de José, comunicou imediatamente o fato à autoridade policial, que conseguiu impedir a entrega da criança Z a Juarez.
Nesse caso, à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta.
	a)
	A promessa de entrega de Z, por si só, já configura infração penal, do mesmo modo que o seria em caso de efetiva entrega da criança.
	b)
	Somente a efetiva entrega da criança mediante paga ou recompensa configuraria a prática de infração penal tanto para quem entrega quanto para quem oferece o valor pecuniário.
	c)
	Tratar-se-ia de infração penal somente se a criança Z fosse filho de José, sendo a figura do tutor atípica para esse tipo de infração penal, não se podendo aplicar analogia para a configuração de crime.
	d)
	Somente incorre na pena pela prática de infração pena sujeito que oferece a paga ou recompensa, sendo atípica para o responsável legal a mera promessa de entrega da criança.
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