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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA PROF. FABRICIO SIMÕES 2013.2 1 1 PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO Tem por objetivo a composição de litígios ou declaração de direito entre o sujeito passivo e o sujeito ativo da obrigação tributária. Por se tratar da própria auto-obrigação administrativa de cada ente federativo, não encontraremos uma regra nacional que se aplique a todos os entes de forma idêntica. 1.1 Contencioso tributário: Inicia-se com a insurgência, em virtude de impugnação, que deve ser realizada no prazo de 30 dias e por escrito, devidamente instruída com os documentos que comprovam o alegado. As autoridades locais são incumbidas de instruir o processo que se rege pelo princípio da oficialidade, promovendo seu andamento. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 2 Deverão expedir as notificações, intimações e encaminhar o processo para a autoridade competente. O julgamento em primeira instância será realizado por delegados da receita federal ou autoridades mencionadas de forma específica na legislação de cada tributo. A decisão poderá ser favorável ao fisco ou ao contribuinte. Se favorável ao contribuinte e superior a valores fixados como relevantes, haverá recurso de ofício ao Conselho de Contribuintes. Se desfavorável, ele poderá acatar a decisão e pagar o tributo ou recorrer voluntariamente ao Conselho de Contribuintes. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 3 Esta segunda instância, dividida em 3 conselhos, é hibrida, contando cada uma com 08 membros – 4 representantes do fisco e 4 representantes do contribuinte. Nas decisões não unânimes pelo Conselho, caberá recurso ao Conselho Superior. 1.2 Consulta Ao contribuinte é assegurado o direito de ver esclarecida qualquer dúvida relativa à legislação tributária que desafie qual o procedimento legalmente adequado. Será apresentada por escrito e suspende a exigibilidade do crédito tributário, impedindo que qualquer procedimento fiscal seja instaurado. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 4 O julgamento caberá, em primeira instância, aos superintendentes regionais da Receita Federal ou às outras autoridades quando se trate de tributos que não sejam administrados pela Secretaria da Receita Federal. Em segunda instância, caberá ao coordenador do Sistema de Tributação da Secretaria da Receita Federal ou à autoridade mencionada na legislação específica, quando se trate de tributos que não sejam administrados pela SRF. Em única instancia ao Coordenador do Sistema de Tributação, quanto aos tributos formulados pela SRF e formulados sobre classificação fiscal de mercadorias, pelos órgãos centrais da administração pública por entidades representativas de categoria econômicas ou profissionais, de âmbito nacional. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 5 Mecanismo judicial de solução de conflitos entre os sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária. 2.1 Execução Fiscal (Lei 6.830/80 c/c CPC): A inicial da execução fiscal é simples, devendo estar acompanhada da Certidão de Dívida Ativa. A citação deverá ser feita pelo correio, com aviso de recepção. Não retornando o aviso de recepção, a citação será feita por oficial de justiça ou edital. Em garantia poderá ser realizado depósito em dinheiro, à ordem do juízo em estabelecimento oficial de crédito ou fiança bancária, nomeados bens à penhora ou indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela FP. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 6 PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO No prazo de 30 dias o executado oferecerá embargos. A Fazenda terá 30 dias para impugná-los. Em seguida será realizada AIJ que poderá ser suprimida se a matéria for exclusivamente de direito, ou se de fato e direito a prova for exclusivamente documental. Nesta hipótese a sentença deverá ser proferida em 30 dias. Em não sendo embargada a execução, ouvida a FP, proceder-se-à expropriação dos bens sem necessidade de sentença. 2.2 Ação Anulatória em matéria fiscal Demanda proposta pelo sujeito passivo da obrigação tributária que visa invalidar o lançamento ou decisão administrativa. Poderá ser proposta a qualquer tempo, mas o direito à repetição do indébito está sujeita a prescrição quinquenal em face da FP. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 7 Há controvérsias acerca da possibilidade de suspensão da execução se a ação anulatória é proposta após o prazo para oferecimento de embargos. 2.3. Ação de repetição de indébito Demanda proposta pelo sujeito passivo que visa a devolução de importância indevidamente arrecadada. Ela independe de qualquer protesto judicial. 2.4 Ação declaratória em matéria fiscal Demanda que visa conferir certeza jurídica quanto à existência de obrigação Tributária, bem quanto à autenticidade ou falsidade de documentos. Esta ação é imprescritível, reservando-se a prescrição para eventual direito à repetição do indébito cumulável com ela. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 8 2.5 Ação de consignação em pagamento Demanda que visa o compelir o credor a receber o que injustamente se recusa. Só é cabível nos casos expressamente previstos no CTN: recusa de recebimento ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; subordinação do recebimento ao cumprimento de exigência administrativas sem fundamento legal; exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito pública, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. Segundo entendimento majoritário: não caberá quando houver discordância entre a FP e o contribuinte sobre os valores devidos. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 9 2.6 Mandado de Segurança Deve-se cuidar que não seja proposto quando se tratar de direito que demanda dilação probatória, ou quando ainda não se trata de direito, mas simplesmente de controvérsia quanto à eventual aplicação da lei, e contra á lei em abstrato. 2.7 Medida Cautelar Fiscal Ação promovida pela FP, após a constituição do crédito, mesmo no curso da execução fiscal, quando o sujeito passivo não tiver domicílio certo ou intenta ausentar-se ou alienar bens, visando elidir o adimplemento, cai em insolvência alienando bens, contrai ou tenta contrair dívidas, notificado deixa de recolher o tributo, e pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do crédito. Tem como objetivo a decretação da indisponibilidade patrimonial. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 10 2.8 Ação Popular Tem como finalidade a anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio público. 2.9 Ação Civil Pública É a ação coletiva por excelência, mas os tribunais vêm reiteradamente impondo restrições, especialmente em matéria tributária. A atuação do MP tem sido vedada sob a alegação de que a ação civil pública é destinada ao consumidor, e não se equipara contribuinte a consumidor, os interesses individuais homogêneos dos contribuintes são plenamente disponíveis, não representando interesses públicos. O reconhecimento de inconstitucionalidade de tributo em sede de ação civil pública representa usurpação da competência do STF. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 11 2.10 Ações diretas perante o STF Tais medidas judiciais têm sido amplamente utilizadas em matéria de direito tributário, em razão de sede arrecadatória da FP e de seu poder criativo que vai além dos limites estabelecidos na CF. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 12
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