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EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADAE - RESUMO

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EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADAE
FERNANDA WEECK
No nosso ordenamento jurídico, somente o Estado detém o poder de impor sanções aos indivíduos que comentem crimes, a extinção da punibilidade pode ser definida como a renúncia do poder punitivo do Estado, ou seja, a impossibilidade de o Estado punir o agente autor de fato típico e ilícito.
No art. 107 do Código Penal, são enumeradas (de forma exemplificativa) as formas em que a extinção da punibilidade pode ocorrer, as mesmas se dão pela morte do agente, pela decadência, pela perempção, pela prescrição, pela renúncia, pelo perdão do ofendido, pelo perdão judicial, pela retratação do agente, por anistia, graça ou indulto, ou por abolitio criminis.
O inciso I do referido artigo, trás a extinção da punibilidade do agente devido o seu falecimento, assim como o art. 62 do Código de Processo Penal, onde o juiz só declarará extinta a punibilidade se tiver vista da certidão de óbito do agente. Entretanto, ocorre em alguns casos de o agente forjar a própria morte emitindo certidão falsa para livrar-se da condenação. Depois de decretada a extinção da punibilidade, o juiz faz com que o processo transite em julgado. Com a emissão do documento falso, não se poderá destituir a coisa julgada através de revisão criminal, pois esta só pode ser realizada se a sentença for condenatória, e em sentenças absolutórias ou declaratórias não há a possibilidade de revisão criminal. Portanto, o agente só será julgado pelo crime de falsidade.
Seguindo a linha de incisos, o II do artigo 107 do CP declara que anistia, graça e indulto também são causas extintivas da punibilidade. Anistia é a lei que provoca o esquecimento jurídico penal de um fato e por isso elimina sua punibilidade. Indulto é o benefício concedido mediante decreto presidencial que deve ser cumprido pelo Juiz, de ofício, ou mediante provocação do interessado, do Ministério Público, do Conselho Penitenciário ou da Autoridade Administrativa, artigo 193 da LEP. A Graça é um benefício direcionado ao indivíduo concedido por meio de despacho do Presidente da República ou algum delegado seu, sendo necessária a solicitação do condenado, do Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da Autoridade Administrativa, nos termos do artigo 188 da LEP, devendo ser cumprido pelo juiz das execuções.
Abolitio Criminis, previsto no inciso III do art. 107 do CP, tem como fim a descriminalização do fato, tendo em vista a desconsideração do ilícito por Lei posterior, onde o artigo 2º do CP diz que “ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória”.
A prescrição, decadência ou perempção, estão previstas no inciso IV do art. 107 do CP. Prescrição consiste na perda da pretensão, isto é, extingue-se a pretensão após decorrer o prazo disposto em lei. A decadência ocorre nos crimes de ação penal de iniciativa privada ou pública, condicionadas à representação, ela significa a perda do prazo de prestar a queixa-crime. E perempção a corresponde à perda do direito do autor renovar a propositura da mesma ação. Embora a perempção cause a perda do direito de ação, nada impede que a parte invoque seu eventual direito material em defesa, quando sobre ele vier a se abrir processo por iniciativa da outra parte.
Previstos no inciso V do artigo 107 do CP, a renúncia e o perdão revelam o direito de não processar o ofensor, ambos resultam na extinção da punibilidade, pois cabe ao ofendido a prestação de queixa contra o agente. Ela consiste em um ato unilateral, sendo expressa ou tácita. Expressa quando vem da apresentação de documentos informando que desiste da queixa contra o ofensor, e tácita quando consiste em uma atitude contrária ao desejo de processar alguém. 
A retratação, prevista no inciso VI do artigo 107 do CP, é quando o erro é admitido. Isso ocorre apenas nos casos previstos em legislação como calúnia e difamação, falso testemunho e falsa perícia. Assim, se o agente ofensor afirmar que o fato atribuído à vítima foi um erro terá ele se retratado.
E, o perdão judicial, inciso IX, art. 107 do CP, consiste no perdão concedido pelo Estado ao réu. Mesmo sendo reconhecido o crime, o juiz deixa de aplicar a pena quando as conseqüências do ato praticado pelo réu são tão graves que não tem sentido aplicar-lhe a sanção.
Pelo exposto, verificou-se que o Estado é detentor absoluto do direito de punir o agente que comete um ato ilícito, entretanto, com o texto acima, podemos ver que este direito não é ilimitado e que a punibilidade do agente pode ser extinta.

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