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�� TEORIA GERAL DO PROCESSO – Aula 05 Profª Neida Leal Floriano 5 NORMAS PROCESSUAIS 5.1 Conceito: “são todas aquelas que disciplinam a aplicação das normas substanciais, seja regulando a competência para fazê-la atuar, seja regulando os meios de tornar estas efetivas e ainda as vias adequadas para provocar o seu cumprimento e efetivação.”� As normas de direito processual são de direito público e, em princípio, cogentes, ou seja, obrigatórias para todos os sujeitos processuais. 5.2 Aplicação da lei processual no tempo e no espaço A lei nasce com a promulgação, porém passa a viger com a publicação de seu texto no Diário Oficial. Publicada a lei no DOU a lei processual deve ser observada e cumprida por todos em face do disposto no art. 3º da LINDB. A obrigatoriedade de cumprimento da lei se dará de acordo com a determinação contida na lei, em face da Lei Complementar nº 95/1998 que tacitamente revogou o caput e o art. 1º da LINDB (vocatio legis = 45 dias) Lei processual e vigência temporária → autorrevogáveis Das espécies de revogação: ab-rogação (total) e derrogação (parcial) A lei processual não possui efeito repristinatório: a lei processual revogada não renasce ou se restaura pelo fato de ter a lei revogadora perdido a vigência (art. 2º, § 3º, da LINDB). A incidência da lei processual é instantânea e imediata. Regras para a aplicação da lei processual nova no tempo: Processos findos: nenhuma influência Processos em andamento: a partir da entrada em vigor da lei nova no estágio em que se encontra o processo Processos futuros: aplicação integral da lei nova Lei brasileira → aplicação em todo território nacional → princípio da territorialidade (lex fori) → art.1º CPC. Regra geral que decorre do conceito de soberania. Considera-se território brasileiro todo o espaço onde o Brasil exerce sua soberania, seja terrestre, aéreo, marítimo ou fluvial. São elementos do território nacional: o solo ocupado pela nação; os rios, os lagos e os mares interiores e sucessivos; os golfos, as baías e os portos; a faixa de mar exterior, que corre ao largo da costa e que constitui o mar territorial; a parte que o direito atribui a cada Estado sobre os rios, lagos e mares fronteiriços; os navios nacionais; o espaço aéreo correspondente ao território; as aeronaves nacionais. Obs. Tratando-se de norma processual deve-se aplicar o princípio da territorialidade, já que não se admite a aplicação por juiz brasileiro de norma processual estrangeira. 5.3 Interpretação das normas processuais: significa extrair o sentido ou significado e o alcance do texto legal. “É o meio de acertar e precisar a vontade da norma jurídica, nos casos em que possa surgir dúvida sobre a própria vontade”� 5.3.1 Métodos interpretativos quanto ao sujeitos (subjetiva): interpretação legislativa (autêntica) – é a interpretação feita pelo próprio legislador. Pode ser: contextual (quando feita no corpo da própria lei) ou extratextual (quando é feita por outra norma jurídica) interpretação judicial – é a realizada pelos magistrados no momento do exercício da atividade jurisdicional. Ex.: súmulas de jurisprudências interpretação doutrinária – realizada pelos doutrinadores por meio de livros , pareceres , teses monografias, etc. quanto aos meios(objetiva): interpretação gramatical (ou literal) – calcada na leitura e apreciação literal do texto legal, ou seja, inspirada no significado próprio das palavras. interpretação lógica (racional) – realizada por meio de raciocínios lógicos em busca de uma boa e razoável interpretação em face de dúvidas ou obscuridades surgidas da lei. Interpretação sistemática – resulta do contexto normativo onde a lei está inserida, ou seja, dentro de um sistema harmônico de normas. Interpretação teleológica (sociológica ou finalística) – visa compreender o espírito da lei e a intenção do legislador ao editá-la, ou seja, o intérprete deve identificar qual a finalidade da norma em relação às exigência sociais. Ver art. 5º da LINDB. Interpretação histórica – realizada a partir da identificação dos elementos históricos que levaram o legislador a editar a norma, ou seja, se assenta sobre a história da lei ou seus precedentes. quanto aos resultados: interpretação restritiva – é aquela que impõe uma restrição do enunciado legal, por ter sido demasiadamente restrita, ou seja, o intérprete deve restringir o alcance da norma para torná-la razoável e justa. Interpretação extensiva – é aquela que impõe uma ampliação do enunciado legal, por ter sido demasiadamente restrita, ou seja, o legislador disse menos do que deveria, motivo pelo qual o intérprete deve ampliar o sentido dessa lei de modo a estendê-la a casos não expressamente previsto. Interpretação declarativa (declaratória) – o intérprete não precisa ampliar nem restringir o texto legal, apenas declarar o seu conteúdo. 5.4 Integração do direito processual Integração é a atividade ou técnica de suprir as lacunas da lei, mediante pesquisa e formulação de regra jurídica aplicável à situação de conflito não expressamente prevista pela ordem jurídica. Meios de integração: Analogia – consiste em aplicar a um caso não previsto diretamente por norma jurídica uma norma prevista para hipótese distinta, mas semelhante ao caso não contemplado. Espécies de analogia: Analogia legal - o aplicador do direito se vale de uma lei existente, mas destinada a disciplinar outro caso similar ao previsto. Analogia jurídica – o aplicador do direito se utiliza das demais formas de expressão do direito para solucionar determinado conflito. Costumes – são regras sociais não escritas que decorrem da prática reiterada, generalizada e prolongada de determinadas condutas, resultando a convicção de sua obrigatoriedade como normas de comportamento. Princípios Gerais de Direito – são enunciados normativos ou dogmas de valor genérico que norteiam um determinado ordenamento jurídico. São exemplos de princípios gerais de direito: A proibição de locupletamento ilícito. A ninguém é dado o direito de transferir mais direitos do que possui. Não é permitido que alguém se beneficie da própria torpeza (malícia). A pessoa não pode ser responsabilizada duplamente pelo mesmo fato, concomitantemente, nas searas civil, penal e administrativa. A pessoa não pode se escusar de cumprir a lei, alegando desconhecê-la (art. 3º, LINDB). A igualdade de direitos e obrigações entre homens e mulheres. Deve-se proteger a boa-fé e repelir a má-fé nos negócios jurídicos. � ALVIM, José Eduardo Carreira. Teoria geral do processo. 15 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012, p. 198. � MANZINI, Vicenzo apud ALVIM, José Eduardo Carreira. Teoria geral do processo. 15 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012, p. 200. �Faculdade São Francisco de Assis - Credenciamento Portaria 3.558 de 26/11/2003 – D.O.U. 28/11/2003 Curso de Administração - Reconhecimento Portaria 164 de 16/02/2007 – D.O.U. 21/02/2007 Curso de Arquitetura e Urbanismo – Autorização Portaria 116 de 13/06/2011 – D.O.U. 14/06/2011 Curso de Ciências Contábeis – Reconhecimento Portaria 1.134 de 21/12/2006 – D.O.U. 26/12/2006 Curso de Direito – Autorização Portaria 209 de 27/06/2011 – D.O.U. 29/06/2011 Curso de Psicologia – Autorização Portaria 245 de 05/07/2011 – D.O.U. 06/07/2011 Unidade Navegantes: Av. Sertório, 253, Unidade Concórdia: Av. Presidente Franklin Roosevelt, 770, Unidade São Francisco: Av. Baltazar de Oliveira Garcia, 4879 Fone/Fax: (51) 3014-1800 - Porto Alegre – RS - � HYPERLINK "http://www.saofranciscodeassis.edubr" ��www.saofranciscodeassis.edubr�
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