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O financiamento de campanhas é legal ? Ciência Política

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O financiamento de campanhas é legal ?
Rebeca Sousa/ 1º semestre
Matrícula: 100908836
Atualmente, partidos e candidatos contam um sistema misto para arrecadar fundos para o fundo partidário, esse fundo conta com as doações públicas e as doações privadas. O fundo partidário visa autonomia financeira e diversidade política, ela funciona da seguinte forma: 95% do fundo é divido entre os partidos proporcionalmente aos votos adquiridos pelos deputados as últimas eleições, enquanto 5% são divididos igualmente entre todos os partidos. 
Tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas podem doar para campanhas dos partidos políticos ou candidatos que eles quiserem apoiar. Entretanto existe limites para essas doações. Esses limites estão presentes na Constituição Federal, que determina que o poder econômico não pode influenciar no resultado das eleições (art. 14, §9º).
Os cidadãos podem doar a campanhas no máximo 10% de seus rendimentos brutos no ano anterior à eleição;
As empresas podem doar no máximo 2% de seu faturamento bruto no ano anterior à eleição para campanhas ou partidos.
Além disso, há uma série de requisitos sobre quem pode não pode fazer as doações. As entidades a seguir tem o poder de doação vetado:
Entidade ou governo estrangeiro
Órgão da administração pública direta ou indireta
Empresa que tem concessão para realizar serviço público
Entidade de classe ou sindical
Pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba recurso do exterior
Entidades beneficentes e religiosas
Entidades esportivas
Organizações não governamentais que recebem recursos públicos
Se for descoberta alguma doação fora das regras, existem punições tanto para os doadores, quanto para os partidos e os candidatos. Os doadores podem pagar multa de 5 a 10 vezes a quantia doada em excesso. Ainda assim, esses grupos não perdem o direito de fazer contratações com o poder público.
Os partidos podem perder uma parte dos recursos a que tem direito do Fundo Partidário. Já candidatos pegos recebendo dinheiro que não poderiam receber podem ter seu registro cassado e perder o direito de ser eleito nos próximos oito anos.
O dinheiro privado é essencial para o sucesso das campanhas, pois é de onde vem a maior parte dos recursos. Em 2014, as empresas doaram juntas mais de R$ 3 bilhões para as campanhas eleitorais, enquanto os partidos gastaram apenas R$ 72 milhões do Fundo Partidário para o mesmo fim.
Além do dinheiro das empresas, muitas pessoas também doam dinheiro para as campanhas. Em 2014, mais de 136 mil pessoas fizeram doações que resultaram em R$ 552,5 milhões, o que ainda é muito menos que as doações empresariais.
Em setembro de 2015, o Supremo passou a proibir doações de empresas para as campanhas eleitorais após declarar inconstitucional o financiamento eleitoral por empresas e acabou fornecendo para a até então presidenta Dilma Rousseff vetar um projeto de lei que autorizava esse tipo de doação para campanhas políticas. Assim, as campanhas eleitorais só poderão ser financiadas por pessoas físicas ou por recursos do fundo partidário (públicos, em sua maior parte). As novas regras já valerão para as eleições municipais de 2016, conforme proclamado pelo presidente da Corte, Ricardo Lewandoski.
Os ministros entenderam, em sua maioria, que as doações feitas por empresas desequilibram a disputa política, ao ponto de torná-la ilegítima, conforme destacou a ministra Rosa Weber em seu voto. “Até certo ponto seria normal a presença do poder econômico em eleições, mas a legislação deveria ser capaz de blindar o poder político de influência e de eventual o abuso praticado pelas empresas que participam das eleições”, afirmou a ministra.
Mello, que se uniu à minoria, fez um contraponto a Weber: “Não contraria a Constituição, o reconhecimento da possibilidade de pessoas jurídicas doarem nas eleições desde que sob sistema de efetivo controle que impeça o abuso do poder econômico.”
Estudos mostram que, de uma forma geral, os candidatos que mais gastam dinheiro em suas campanhas têm mais chances de se eleger do que candidatos que gastam menos. Para ganhar uma eleição competitiva como a brasileira, em que há um grande número de concorrentes, ter mais exposição para os eleitores do que os demais candidatos é crucial.
Para aumentar essa exposição, pelas mais diversas formas de propaganda existentes, é preciso ter muito dinheiro. Assim, surge uma desigualdade de condições entre candidatos com mais recursos e candidatos com menos recursos. Não é à toa que os gastos em campanha aumentaram mais de cinco vezes entre 2002 e 2010.
Outro dado é que candidatos que venceram as eleições em 2010 gastaram, em média, 12 vezes mais que os candidatos perdedores. Como a maior parte dos recursos vem de doadores privados, esses recursos têm um peso muito grande na definição dos resultados das eleições.
No lado do financiamento público, existe a crítica de que a distribuição dos recursos é desigual. O Fundo Partidário privilegia partidos maiores e mais bem votados, o que pode significar a preservação da ordem vigente, oferecendo poucos incentivos para novos atores na nossa política.

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