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Unidade V - Organizações Internacionais - ONU

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Das Organizações Internacionais
1) A ONU
1.2 – Lei básica: Carta das Nações Unidas, assinada em São Francisco a 26 de junho de 1945, entrando em vigor em 24 de outubro do mesmo ano.Consta de um preâmbulo e 111 artigos e tem como anexo o Estatuto da Corte Internacional da Justiça, parte integrante da mesma.
Os princípios constantes da Carta da ONU como igualdade soberana, a proibição da ameaça ou do uso da força , a solução pacífica de controvérsias, a não-intervenção nos domínios que pertencem à jurisdição do Estado, a autodeterminação e a tutela dos direitos humanos , tornaram-se parte do direito internacional e alguns deles adquiriram o status de JUS COGENS.
1.3 – Tipos de membros: originários ou eleitos. Os originários são os 51 países que participaram da Conferência de São Francisco. Os eleitos são admitidos pela Assembléia Geral mediante recomendação do conselho de Segurança.
1.4 – Se houve alguma violação da Carta – os membros podem ser suspensos do exercicio de seus direitos e privilégios que lhes competem como tais, quando contra eles for levada a efeito qualquer ação preventiva ou coercitiva por parte do Conselho de Segurança. Se persistir na violação, poderá ser expulso da Assembléia Geral.
1.5 – Principal objetivo: manutenção da paz e da segurança internacional
1.6 – Órgãos especiais: 
a) A Assembléia Geral – todos os membros da organização, cabendo a cada Estado-membro apenas um voto. Reúne-se uma vez por ano em sessões ordinárias e em sessões extraordinárias quando as circunstâncias o exigirem. Suas decisões são tomadas pela maioria simples dos membros presentes e votantes. Nas questões importantes (ex.; manutenção da paz e da segurança internacional, eleição e expulsão de membros dos Conselhos etc.) as decisões são tomadas por 2/3 dos membros presentes e votantes. Os membros pagam uma contribuição financeira anual para manutenção da Assembléia.
Atribuições obrigatórias (principais): consideração e aprovação do orçamento da Organização, admissão de novos membros na ONU, suspensão e expulsão destes, nomeação do Secretário-Geral da ONU, eleição dos juízes da Corte Internacional (junto ao Conselho).
Atribuições facultativas (principais): discutir assuntos de interesse da ONU, dentre outras.
b) Conselho de Segurança – formado por 15 membros, sendo cinco permanentes (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) e dez eleitos pela Assembléia Geral para um prazo de dois anos. As decisões do Conselho são tomadas pelo voto afirmativo de ove dos eus membros, quando se trata de questões processuais; e pelo voto afirmativo de nove membros, com a inclusão, entre estes, de todos os membros permanente, em todos os outros assuntos. Essa exigência do voto afirmativo de todos os membros permanentes do Conselho é o reconhecimento do chamado direito de veto, de qualquer deles conta a maioria.
Segundo o art. 24 da Carta das Nações Unidas, os Membros desta conferiram ao Conselho de Segurança a principal responsabilidade na manutenção da paz e da segurança internacionais e concordaram em que, no cumprimento dos deveres impostos por essa responsabilidade, o Conselho proceda em nome deles.
c) Conselho Econômico e Social – composto por 54 membros da OU, eleitos para um período de três anos pela Assembléia Geral. Suas decisões são tomadas por maioria de seus membros presentes e votantes.
Principais atribuições: realizar estudos e apresentar relatórios acerca de assuntos internacionais de caráter econômico, social, cultural, educacional, sanitário e conexos, sendo-lhe facultado fazer recomendações, a respeito de tais assuntos, à Assembléia Geral, aos Membros das Nações Unidas e às entidades especializadas. Poderá também preparar projetos de convenções a serem submetidos à Assembléia Geral, sobre assuntos de sua competência e convocar conferências sobre tais assuntos.
d) Conselho de Tutela – servia para proteger os Estados tutelados. Como não há mais exemplos de tais Estados, perdeu sua razão de ser. Accioly entra em contradição nas págs. 198 e 75. Na pág. 75, confirma não mais haver Estados tutelados. Na pág. 198 afirma ainda existirem dois.
e) O Secretariado – é o órgão administrativo, por excelência, da ONU. Tem uma sede permanente, que se acha estabelecida em NY. Compreende um Secretário-Geral, eleito pela Assembléia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança. Como funcionários internacionais, o Secretário-Geral e os demais componentes do Secretariado são responsáveis somente perante a ONU e gozam de certas imunidades. Atua em todas as reuniões da Assembléia e dos Conselhos. Deve apresentar um relatório anual à Assembléia, sobre os trabalhos da ONU. O Art. 102 prevê que todo tratado firmado por Estado-membro deverá ser registrado e publicado pelo Secretariado depois de sua entrada em vigor.
A CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA
Aspecto histórico:
Os horrores cometidos durante a Primeira Guerra Mundial, fortaleceram o desejo de se criar uma corte judiciária internacional , de caráter permanente, co a função de resolver pacificamente as controvérsias.
O art, 14 do Pacto da sociedade das Nações previu a criação da corte Permanente de Justiça Internacional, que, entretanto, somente veio a ser de fato instituída por um Protocolo que entrou em vigor em setembro de 1921.Seus trabalhos se iniciaram em fevereiro de 1922, prolongando-se até 1940, quando cessaram em virtude da segunda guerra mundial .
Com o término das hostilidades , a Corte Internacional de Justiça sucedeu a Corte Permanente de Justiça Internacional, que ainda formalmente existiu até o ano de 1946. 
1 – Introdução
É o principal órgão judiciário da ONU, que substituiu a CPJI (Corte Permanente Internacional de Justiça). Os Estados-membros da ONU submetem-se automaticamente à CIJ. Os demais, podem se submeter se assim quiserem e se isso for aprovado pela Assembléia, mediante recomendação do Conselho de Segurança.
2 – O Estatuto da CIJ – quase idêntico ao da CPIJ – consta de 70 artigos.
3 – Corpo judiciário: 15 juízes eleitos (cada qual de um país diferente).
A eleição é feita pela Assembléia e pelo Conselho de Segurança, de uma lista de candidatos apresentados pelos grupos nacionais de árbitros da Corte Permanente de Arbitragem, de Haia, ou, quando se tratar de Membros das Nações Unidas não representados na dita Corte Permanente, por grupos nacionais designados, para esse fim, pelos respetivos governos. Excepcionalmente, poderá ser eleito alguém que não figure em tal lista, quando, após o terceiro escrutínio, ainda restando lugares a preencher, se constituir uma comissão mista de seis membros, dos quais três da Assembléia e três do Conselho, e essa comissão indicar, por unanimidade, algum nome que preencha as condições exigidas, mas que não tenha sido incluído na referida lista.
Mandato: 9 anos (podem ser reeleitos), com dedicação exclusiva
4 – O funcionamento da CIJ
É permanente, exceto durante as férias forenses.
Os julgamentos se dão em sessões plenárias, ou seja conjuntas, podendo ser constituídas de , no mínimo, 9 juízes.
Os juízes da mesma nacionalidade de qualquer das partes conservam o direito de funcionar em qualquer questão julgada pela Corte. Se esta conta em funções um juiz da nacionalidade de uma só das partes, a outra parte poderá designar para funcionar igualmente, como juiz, uma pessoa de sua escolha.
5 – Competência da CIJ
Ratione materiae - Estende-se a todas as questões que as partes lhe submetam, bem como a todos os assuntos especialmente previstos na Carta da ONU ou em tratados e convenções em vigor.
Ratione personae – abrange apenas os Estados, sejam ou não membros da ONU. Não é aberta a reclamações de particulares. Após a Convenção de 1986, é ponto pacífico que também as organizações internacionais podem recorrer judicialmente à CIJ.
6 – Atuação da CIJ
6.1 - Em matéria contenciosa - Um Estado só pode ser citado por outrose houver acordo a esse respeito previsto entre ambos. A competência da CIJ será então obrigatória (será facultativa se não houver esse acordo). Quanto aos Estados membros ligados ao novo Estatuto da CIJ, já aderiram reconhecer de forma obrigatória a competência da Corte.
Se o Estado citado não comparecer, o julgamento corre à sua revelia.
As sentenças têm força obrigatória.
6.2 - Em matéria consultiva – poderá a CIJ emitir parecer consultivo sobre qualquer questão de ordem jurídica, a pedido da Assembléia Geral ou do Conselho de Segurança, ou de qualquer outro órgão das Nações Unidas ou entidade especializada. 
Os pareceres não têm força obrigatória. Contudo, quando versam sobre um litígio (não um simples questionamento de direito), ele terá o caráter de sentença.
A Atuação da Corte Internacional e Justiça, defronta-se com obstáculos políticos, técnicos e jurídicos. No terreno político, inúmeros países demonstram desconfiança em relação à independência da Corte para apreciar com imparcialidade os litígios que lhes são submetidos. Essa atitude foi primeiramente exibida pela antiga União Soviética e seguida por diversos países posteriormente. 
7 – Línguas oficiais da CIJ: francês e inglês A CIJ poderá autorizar, a pedido de uma das partes, o uso de qualquer outra língua, embora a sentença deva sempre ser proferida numa das línguas oficiais.
8 – Direito processual da CIJ
Peça inicial – notificação do acordo de obrigatoriedade de atuação da CIJ ou, se já obrigatória, por simples petição escrita, dirigida ao escrivão (greffier).
Representação das partes – representantes dos países, que podem ser assistidos por consultores ou advogados.
Fases do processo: primeira, escrita; segunda, oral.
Decisões: por maioria de votos dos juízes presentes. Em caso de empate, o voto do Presidente, decidirá. 
As sentenças devem ser motivadas; são definitivas e inapeláveis, mas pode ser pedida uma revisão, dentro de seis meses, por fato desconhecido da Corte antes de proferir a decisão (o prazo começa a correr da descoberta do fato). Prescreve o direito de revisão em 10 anos da data da sentença.
O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL
Anteriormente a existência do TPI, foram criados tribunais penais internacionais específicos pelo Conselho de Segurança da ONU.	
A Resolução 827 de 1993, editada pelo Cons. De Seg. da ONU, aprovou a criação do Estatuto do Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia, surgindo como órgão subsidiado da ONU, para julgar os crimes cometidos naquele país a partir de janeiro de 1991, tais como : de depuração étnica e violações ao direito humanitário.
Em 8 de novembro de 1994, o Conselho de Segurança da ONU, resolve criar o Tribunal Penal Internacional para Ruanda , através da Res. 955, devido aos conflitos entre as etnias hutu e tutsi, que causaram a morte de mais de 500 mil pessoas com emprego de violenta atrocidade e um grande número de refugiados . 
 CRIAÇÃO DO TPI 
Foi Criado pelo Tratado de Roma de 1998.
Somente entrou em vigor em 1º. De julho de 2002, após ter atendido a exigência de sua cláusula de : somente após ter completado um número mínimo de 60 ratificações entrará em vigor.
 
O primeiro tribunal mundial permanente para julgar crimes de guerra foi inaugurado em Haia, na Holanda, em março deste ano (2003), com o ato de posse de seus 18 magistrados e a eleição do juiz canadense Philippe Kirsch como seu presidente.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) tem 11 juízes e sete juízas – umas delas a brasileira Sylvia Steiner – e terá como atribuição julgar genocídios, crimes de guerra e contra a humanidade cometidos depois de sua criação oficial em julho de 2002.
No entanto, o tribunal ainda precisa nomear um promotor e não deve iniciar nenhum julgamento por, pelo menos, um ano.
Antes mesmo de abrir os seus trabalhos, o TPI já enfrenta dificuldades: quase dois terços dos países que assinaram o Tratado de Roma, para criar o tribunal, em 1998, não o ratificaram ainda. Diversos países, entre eles, os Estados Unidos, se recusaram a avalizar o novo tribunal, alegando que ele pode se tornar um instrumento para perseguições política. Os Estados Unidos assinaram acordos com 24 outros países garantindo imunidade para cidadãos americanos nestes países. A Rússia e a China também se recusaram a ratificar o tratado.

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