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Conceito de Tributo no Direito Tributário

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Curso Preparatório para 1ª Fase do Exame de Ordem 
 
APOSTILA 2016 
 
1 
_____________________________________________________________________________________________ 
Professor: Pedro Henrique Bonifácio de Sousa – direito autoral exclusivo 
Direito Tributário – 1ª Fase OAB/FGV 
Conceito de Tributo 
Para iniciar o estudo do Direito Tributário, é muito importante que se compreenda o que é um 
tributo. O conceito de tributo está prescrito no artigo 3º do Código Tributário Nacional, que assim 
determina: 
Artigo 3º: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa 
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada”. 
Vamos entender agora, os principais conceitos alcançados por essa norma: 
Prestação Pecuniária = Quando o artigo 3º menciona que a obrigação tributária é uma prestação 
pecuniária, ele na verdade, está determinando a natureza jurídica dessa obrigação, ou seja, quando 
praticamos um fato gerador, qual a expectativa do ente publico? Exemplo: Quando você adquire um 
veiculo automotor, figurando como proprietário vincula-se a obrigação tributária do IPVA (imposto 
sobre a propriedade de veículos automotores). Neste ato, qual a expectativa do respectivo Estado 
detentor do direito de te cobrar? Que você faça algo, ou pague algo? A resposta correta é que você 
pague algo, e por isso, temos que a obrigação tributária principal é uma obrigação de DAR, e dar 
dinheiro. 
Você sabe o que é Fato Gerador? 
Praticamos durante a nossa vida diversos atos entre os sujeitos, o que chamamos de relações 
intersubjetivas. Nesse passo, o legislador ao observar nossas práticas, elegeu, escolheu algumas 
para que se praticadas, possam gerar a obrigação tributária de pagar tributos (obrigação de dar). 
Quando o legislador escolhe essa situação praticada no mundo real, e as separa para que possam 
ser tributadas, chamamos essa situação prevista em lei de Hipótese de Incidência. Como bem 
conceitua o Professor Paulo de Barros Carvalho, temos que a Hipótese de Incidência (HI), é uma 
norma geral, pois alcança a todos, e abstrata, pois não foi ainda realizada por nenhum sujeito. 
Exemplos de Hipóteses de Incidência: Prestar Serviço, Ser Proprietário de Imóvel Urbano, Auferir 
Renda. Todas essas práticas realizadas diariamente podem ser passíveis de tributação. Quando 
efetivamos a realização de uma Hipótese de Incidência, como, por exemplo, Auferir Renda, dizemos 
então que você praticou o Fato Gerador do tributo, o que neste caso, faz nascer a obrigação 
tributária. 
Concluímos, portanto, que a HI é apenas uma situação prevista em lei, que pode ser praticada por 
algum(ns) sujeito(s). Ao serem praticadas, deixam de ser uma norma geral e abstrata, e passam a 
ser uma normal individual e concreta, pois, de fato foi realizada, e fez nascer o Fato Gerador (FG) do 
tributo. 
Continuando ao estudo do artigo 3º, além de ser uma obrigação de DAR dinheiro, o artigo menciona 
que a prestação é: 
Compulsória = Se você realiza o fato previsto na norma (HI), será obrigado a pagar tributo (pois 
fez nascer à obrigação tributária, com a prática do Fato Gerador). Não é uma escolha é uma 
obrigação. Esse “dever compulsório” é tanto para quem tem o dever de pagar, como para quem tem 
o dever de cobrar. Na leitura do artigo 142 parágrafo único do CTN, determina que “a atividade 
administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional”. 
Com isso, concluímos que caso o ente público, se “esqueça” de realizar a cobrança do tributo, 
poderá responder por essa inépcia. Fique atento, que a compulsoriedade de cobrar e pagar uma 
 
Curso Preparatório para 1ª Fase do Exame de Ordem 
 
APOSTILA 2016 
 
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Professor: Pedro Henrique Bonifácio de Sousa – direito autoral exclusivo 
divida tributária é para os dois sujeitos envolvidos na relação, ou seja, para o credor e para o 
devedor. 
A obrigação tributária sendo esta de DAR, em dinheiro de forma obrigatória, pode ser paga em: 
Moeda/Cujo Valor nela se possa exprimir = a quitação comum do pagamento de um tributo é 
em dinheiro, contudo existe uma exceção de quitar um tributo através da Dação de um bem Imóvel, 
prevista no artigo 156, XI, do CTN. 
Dação em Pagamento: implica a entrega de bem pelo contribuinte para a quitação do tributo. Como 
a obrigação é em dinheiro, se faz a avaliação do bem para fins de imputação na dívida do 
contribuinte. Lembrando que conforme própria determinação do dispositivo legal é necessário que 
exista uma lei do tributo que autorize a quitação nessa modalidade, ou seja, o contribuinte 
(devedor), só poderá fazer opção pela dação de bem imóvel, caso a LEI do tributo contemple essa 
possibilidade. 
Atenção: o Rol do artigo 156 do CTN que menciona as modalidades de extinção do crédito tributário 
é taxativo, e por isso, só é autorizado a Dação de Bem Imóvel, sob pena de ofensa à exigência 
constitucional de licitação para aquisição de mercadorias pela Administração Pública Direta e 
Indireta (Artigo 37, XXI da CF). 
A conclusão de que o artigo 156 do CTN apresenta um rol taxativo, é em virtude da leitura do artigo 
141 do mesmo código, que determina: “O crédito tributário regularmente constituído somente se 
modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta 
lei...” 
A obrigação de Dar, que deve ser quitada em dinheiro (salvo a exceção acima detalhada), deve 
respeitar o comando que diz que a situação escolhida pelo legislador para que possa fazer nascer a 
obrigação tributária: 
Não Constitua Sanção de Ato Ilícito = Não pode ser tributado um fato gerador que seja ilícito, 
como, por exemplo: Tráfico de Drogas, Roubar Veículos, Jogo do Bixo. Quando o legislador observar 
as práticas, condutas realizadas entre os sujeitos, não poderá escolher para finalidade tributária, 
uma prática que seja ilícita. Só pode ser tributado fatos lícitos. 
Contudo, não confunda um ponto muito importante. O Fato Gerador da obrigação tributária, não 
pode ser oriundo de um ato ilícito, contudo os frutos de um trabalho ilícito podem e devem ser 
tributados. O Artigo 118, I do CTN diz que para análise do FG abstrai a validade do negócio jurídico. 
Exemplo: auferiu renda em virtude de um trabalho ilícito, deve pagar o Imposto sobre a Renda. O 
STF no HC 77.530 ao julgar imputou ser devido o pagamento, em homenagem ao Princípio da 
Capacidade Contributiva (Artigo 145, §1º, CF), e até mesmo ao Princípio da Isonomia (Artigo 150, 
II, CF). Não seria justo que um trabalhador que auferiu renda através da prática de um ato lícito, 
seja obrigado a recolher o IR sobre seu acréscimo de patrimônio, enquanto o traficante de drogas, 
que também auferiu renda não o fizesse. Importante aqui ressaltar que a tributação de frutos de 
atos ilícitos homenageia também o Princípio da Pecúnia Non Olet – que determina que “o dinheiro 
não tem cheiro”. Não importa de onde veio o dinheiro. O que importa é que a renda foi auferida. 
Outro exemplo é quando temos a prática de uma atividade por um sujeito não habilitado. Exemplo 
de um médico que pratica atividades de medicina com o registro do seu CRM cassado. O artigo 126 
do CTN determina que a capacidade tributária independe de achar-se a pessoa natural sujeita a 
medidas que importe privação ou limitação do exercício de atividades profissionais de seus bens ou 
negócios. Com isso, se o um médico presta serviços de medicina, deve recolher o respectivo 
imposto, que neste caso seria o ISS. Repare que aqui, o que está sendo tributado é o ato de Prestar 
 
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Professor: Pedro Henrique Bonifácio de Sousa – direito autoral exclusivo 
Serviço, sem levar em consideração a validade do negócio jurídico praticado. Lembre-se para o 
Direito Tributário importa que você pratique o fato previsto na norma. 
Todas as situações que o legislador escolher para que possam ser tributadas, devem 
necessariamente, conforme prevê o conceito de tributo serem instituídas em LEI. 
Instituído em Lei = Somente a Lei pode trazer a HI de um tributo, nem uma outra norma é 
autorizada para isso. O Artigo 150, I da CF inclusive determina que a Instituição de tributos só 
possa ser exercida através de LEI. Este é um dos princípios que reforça o poder democrático de um 
país, afinal a lei é criada por representantes do povo. Só eles, é que tem poder de trazer ao 
ordenamento jurídico uma nova prática que poderá gerar a obrigação de pagar algum tributo. Nem 
mesmo convenções Particulares, como um contrato, por exemplo, pode alterar a sujeição passiva de 
uma relação tributária, conforme o artigo 123 do CTN. 
Para finalizarmos a interpretação do artigo 3º do CTN, importante a leitura da parte final, que 
determina que o a obrigação tributária é: 
Cobrada Mediante Atividade Administrativa Plenamente Vinculada. = Ocorrido o FG da 
obrigação Tributária, a autoridade administrativa tem o dever de cobrar. O Artigo 142 do CTN 
Parágrafo Único diz que compete privativamente a autoridade administrativa a constituição do 
Crédito Tributário, sendo ela vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. 
Já trabalhamos esse conceito quando estudamos a compulsoriedade do tributo. Quando o CTN 
mencionada que a cobrança é vinculada, devemos entender que deve seguir todos os requisitos que 
a lei assim determina, não cabendo ao ente público qualquer margem de conveniência ou 
oportunidade. 
A forma como o ente público cobra o contribuinte, normalmente é gerada pela emissão de um 
Lançamento, ou Auto de Infração e Imposição de Multa (AIIM), ou até mesmo Notificação. Todos 
esses termos são sinônimos para o nosso estudo. 
Resumindo: a obrigação tributária é uma obrigação de dar dinheiro em moeda, ou através da 
entrega de um bem imóvel, caso a lei do tributo assim a permita, sendo obrigatório a sua cobrança 
e seu pagamento, que nasceu da LEI, e deve ser cobrada através de um lançamento tributário 
conforme os rigores e requisitos trazidos pela lei em vigor à época da prática do fato. 
 
Agora que já sabemos como identificar o que é um tributo, a pergunta que se faz é: Quantas e 
quais são as espécies tributárias? 
O CTN traz 3 espécies: Impostos, Taxas e Contribuição de Melhoria – Artigo 5º do CTN. 
A CF além de trazer essas 3 espécies em seu artigo 145, traz também os Empréstimos Compulsórios 
(Artigo 148, CF) e as Contribuições (Artigo 149, CF). 
 
 
Antes de sabermos quem são os Entes Federativos que podem cobrar esses tributos (estudo da 
competência tributária), vamos de forma resumida detalhar a Hipótese de Incidência de cada 
espécie tributária acima mencionada. 
Taxas – Atualmente temos em nosso ordenamento jurídico duas modalidades de taxas: 
 
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A) Taxa de Polícia – Cobrada em razão do exercício regular do poder de policia. Pense que sempre 
que você precisar exercer um direito seu, e que para tanto, se faz necessário a autorização do ente 
público, e que para esta autorização seja necessário o pagamento de um determinado valor, 
estamos diante da natureza jurídica de uma taxa de polícia. Exemplo: caso você pretenda abrir uma 
padaria, será necessário a autorização da prefeitura local. Essa autorização conhecida como alvará 
terá um custo. Qual a natureza jurídica dessa cobrança? Taxa de polícia – Artigo 77 e 78 do CTN. 
B) Taxa de Serviço – a taxa de serviço pode ser cobrada mediante a prestação de um serviço 
público, específico e divisível pela administração pública a um usuário efetivo ou em potencial. 
Diferente da taxa de polícia que para ser cobrado é necessário estar submetido ao poder de 
fiscalização, na taxa de serviço você poderá ser um usuário que efetivamente utiliza, ou aquele que 
tem apenas o serviço a disposição. 
Contribuição de Melhoria – A contribuição de melhoria poderá ser cobrada para fazer face ao 
custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa 
realizada na obra, e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada 
imóvel beneficiado – Artigo 81 do CTN. 
Por isso, para que a cobrança da Contribuição de Melhoria aconteça, será necessário a realização de 
uma obra pública, que por consequência gere a valorização de alguns imóveis. 
Empréstimos Compulsórios – Os empréstimos compulsórios poderão ser instituídos para atender 
as despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua 
iminência, ou no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. 
A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que 
fundamentou sua instituição. 
Importante reforçar que o CTN em seu artigo 15 além das hipóteses já mencionadas, trazia também 
que os empréstimos compulsórios poderiam ser criados em razão de uma conjuntura que exija a 
absorção temporária de poder aquisitivo. Tal hipótese não fora recepcionada pela Constituição de 
1988. 
Contribuições Especiais – Atualmente temos 4 espécies de contribuições especiais, e o critério 
para distinguir, uma das outras, é a destinação do produto arrecadado: 
A) Contribuições Sociais – Para o custeio da Previdência e Assistência Social, Saúde, e demais 
áreas, como educação. 
B) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) – Se propõe custear as despesas que 
a União suporta quanto atua desenvolvendo intervenções no domínio econômico. No caso da CIDE 
Combustível, por exemplo, a Constituição determinou que a arrecadação deverá ser destinada para 
projetos ambientais, especialmente ligados a questões conexas com a exploração do petróleo e gás, 
além do fortalecimento da política nacional de transportes. 
C) Contribuição de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas – São contribuições que se 
destinam a custear a manutenção e a atividade das Entidades de Classe, como o CRM, CRO, etc. O 
STF entende que a contribuição paga pelos advogados a OAB não se equipararia as demais 
contribuições pagas pelos demais profissionais as suas entidades de classes, firmando que a 
contribuição da OAB não tem natureza tributária. 
D) COSIP – Para o custeio da Iluminação Pública, que terá como Fato Gerador o consumo de 
energia elétrica, logo a conduta que gera a obrigação de pagar a COSIP quando praticada é 
consumir a energia elétrica. O município formaliza um convênio com a concessionária prestadora do 
serviço de fornecimento de energia elétrica, que junto à conta de luz cobra o mencionado tributo. 
 
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Quanto aos impostos serão tratados no tema da Competência Tributária. 
Competência Tributária 
A expressão competência designa a titularidade plena que certo ente federativo possui sobre o 
tributo. Ter competênciatributária significa ser titular de certos tributos, tendo a permissão 
constitucional para exercer todas as faculdades a ela inerentes, ou seja, Instituir, Legislar, 
Fiscalizar e Arrecadar tributos. 
Somente 4 sujeitos são titulares de competência tributária: União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios. 
Distribuição da Competência 
A distribuição da competência tributária em regra estão dispostas nos artigos 145 a 162 da CF, mais 
os artigos esparsos da CF que fixam a competência sobre as contribuições, como, por exemplo, o 
artigo 177, §4º, CF que trata sobre a CIDE. 
Temos 05 espécies tributárias: Artigo 145, CF e Artigo 5º CTN: 
I – Impostos 
II – Taxas 
III – Contribuições de Melhoria 
E além dessas: 
IV – Empréstimos Compulsórios – Artigo 148, CF 
V – Contribuições – Artigo 149, CF 
Importante 
 2 dessas 5 espécies são de competência comum, ou seja, todos os 4 entes podem instituir: 
Taxas e Contribuições de Melhoria. 
 Outras 2 são de competência EXCLUSIVA da União: Empréstimos Compulsórios e 
Contribuições. 
Importante ressaltar que quanto a competência exclusiva, temos duas exceções que estão 
abrangidas dentro da espécie contribuições: 
Artigo 149 – A: A Cosip será de competência Municipal ou do Distrito Federal. 
Artigo 149, §1º - A contribuição previdenciária dos servidores públicos será competente para 
instituir o ente político ao qual o servidor está ligado, ou seja, se da União, será de competência da 
União, se do Estado será de competência do Estado, por sua vez se do Município, será de 
competência deste. Esta regra se aplica aos entes públicos que possuam regime próprio de 
previdência para seus servidores públicos. 
Quanto aos impostos temos 3 classificações: 
Impostos Ordinários - cada ente federativo possui competência privativa para os seus. União 
Artigo 153 / Estados e DF Artigo 155 e Municípios Artigo 156 da Constituição Federal. 
 
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Impostos Residuais - Competência Exclusiva da União Artigo 154, I, CF. O que são impostos 
residuais? São impostos não previstos na Constituição, desde que sejam não cumulativos e não 
tenham fato gerador ou base de calculo próprios dos que já existem. 
Impostos Extraordinários de Guerra: Competência Exclusiva da União Artigo 154, II. 
Dica: Guardar os impostos ordinários dos Estados e Municípios. O restante é tudo da União, 
incluindo os residuais e os de Guerra. 
União (Artigo 153) Estados/DF (Artigo 155) Municípios (Artigo 156) 
II IPVA IPTU 
IE ITCMD ITBI 
IR ICMS ISS 
IPI 
IOF 
ITR 
IGF 
 
O Artigo 147, CF institui o que chamamos de competência Cumulativa, autorizando o DF a cumular 
os impostos municipais e estaduais. 
Importante é não confundir competência com Capacidade Tributária Ativa (artigo 7º do 
CTN) 
Competência Capacidade 
Poder Político: Instituir, Legislar, 
Fiscalizar e Arrecadar. 
Poder Administrativo: Arrecadar e 
Fiscalizar 
CF Lei 
Indelegável Delegável 
Irrevogável (Artigo 8º do CTN) Revogável, por ato unilateral (Art. 7º, 
§2º, CTN) 
 
Exemplo típico de Capacidade Tributária é o que ocorre com as contribuições profissionais, exemplo: 
CRM, CREA, CRP. Essas autarquias ficam responsáveis pela arrecadação e fiscalização, mesmo 
sendo a União competente para tal. 
Outro exemplo é no caso de ITR em que a CF no artigo 153, §4º, III, prevê essa delegação, e que 
caso aconteça, o município poderá ficar com até 100% do valor arrecadado (artigo 158, II – EC 
42/02). 
Toda vez que existir o fenômeno da delegação da capacidade tributária ativa, teremos o que 
chamamos de PARAFISCALIDADE, onde o ente arrecadador é diverso do competente. 
Esse “Poder de Tributar” concedido pela Constituição aos entes públicos, não é ilimitado, ou seja, 
apesar de haver uma supremacia do Poder Público para tributar a nós, a Carta Magna se preocupou 
 
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em garantir algumas regras e limites que o Fisco precisa respeitar. Tais regras e limitações, 
chamaremos de Princípios Tributários. 
 
Princípios Tributários 
 
A maioria das limitações ao Pode de Tributar (Princípios) estão reunidos no Artigo 150 da 
Constituição Federal. Vamos estudar os principais para nossa prova: 
1) Principio da Legalidade - Artigo 150, I, CF 
É vedado aos Entes Públicos exigir ou aumentar tributo sem lei que a estabeleça. Comando que se 
revela como instrumento concretizador da democracia como regime de governo, com a ideia de que 
somente o povo pode legitimar os Atos da Administração. 
Tal comando também tem previsão no artigo 97 do CTN. Como regra basta lei ordinária para 
instituição e majoração de tributos. Apenas 4 casos exigem lei Complementar para criar tributo: 
 Empréstimos Compulsórios - Artigo 148, CF 
 Impostos Residuais - Artigo 154, I CF 
 Contribuições Residuais de Seguridade Social - Artigo 195, §4, CF 
 IGF - Artigo 153, CF. 
 
É possível medida provisória para criar ou majorar tributos? 
O Artigo 62, § 1º, III, da CF veda a utilização de medida provisória apenas nas matérias restritas 
a Lei Complementar, como o caso das 4 espécies acima citadas. 
Existem 4 impostos e uma Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico que podem 
ter suas alíquotas majoradas e reduzidas por decreto Executivo. Ou seja, não é necessária lei para 
majorar os chamados impostos reguladores de mercados: II, IE, IOF e IPI e a Cide 
Combustíveis. Esses tributos ostentam uma função que vai além do caráter arrecadatório (fiscal), 
mas como função de atuarem como instrumentos de intervenção e regulação de segmentos 
estratégicos da ordem econômica. Por isso precisam ter celeridade no processo de majoração e 
redução de suas alíquotas. E a celeridade é incompatível com a morosidade do processo legislativo. 
Tais exceções estão previstas no artigo 153, §1º e Artigo 177, §º, I, “b” da CF. 
Modificar a data de recolhimento dos tributos precisa de lei? Resp. 34.709/SP do STJ 
O STJ e o STF já se manifestaram sobre esse tema reforçando que a simples alteração da data de 
vencimento de um tributo não é tema exclusivo de lei. Nesse caso, o prazo do pagamento pode ser 
fixado por todas as fontes da legislação tributaria (Artigo 96, CTN cita que a legislação tributaria 
compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, decretos e as normas 
complementares) como portarias e normas complementares, conforme artigo 160 CTN. 
Portanto, uma lei como qualquer outra fonte do direito tributário poderá regular a questão. 
Atualização monetária da Base de Calculo depende de Lei? 
 
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Atualização não significa uma majoração, e é o clássico exemplo das atualizações do IPTU que se 
fazem toda virada de ano, onde um simples decreto executivo aplica o índice de atualização anual e 
promove a readequação do valor do imóvel, atualizando a Base de Calculo. Artigo 97, §2º do CTN 
determina: “Não constitui majoração de tributos para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a 
atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.” Este mesmo comando foi 
proclamadoatravés da sumula 160 do STJ. 
Súmula 160: é defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual 
superior ao índice oficial de correção monetária. 
Antes de finalizarmos o Princípio da Legalidade, cabe aqui tratar quais os temas que somente a Lei 
Complementar poderá regular. Já dito acima que 4 tributos só podem ser instituídos e majorados 
por Lei Complementar (CEGI): Contribuição Social Residual, Empréstimo Compulsório, IGF e 
Imposto Residual. 
O Artigo 146, da Constituição Federal relaciona quais temas também são reservados a Lei 
Complementar, e vale o reforço que Medida Provisória, portanto, não poderá regulá-los: 
Artigo 146, CF: Cabe a Lei Complementar: 
I – dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o 
Distrito Federal, e os Municípios. 
II – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar. 
III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: 
a)definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos, discriminados nesta 
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
b)obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
c)adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. 
d)definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de 
pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no artigo 
155, II (ICMS), das contribuições previstas no artigo 195, I e §12 e 13 (contribuições 
previdenciárias), e da contribuição a que se refere o artigo 239 (PIS/PASEP). 
Parágrafo Único: A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime 
único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, observado que: 
I – será opcional para o contribuinte; 
II – poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; 
III – o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos 
pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou 
condicionamento. 
IV – a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, 
adotado cadastro nacional único de contribuintes. 
Qualquer tributo que for instituído, majorado, extinto ou reduzido sem respeitar as regras aqui 
delineadas poderá ser declarado inconstitucional. 
 
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2) Principio da Isonomia - Artigo 150, II, CF 
Instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, 
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por ele exercida, 
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. 
Ser idêntico é diferente de ser igual, e esse princípio vem preservar a igualdade tributária. Não 
somos idênticos, mas podemos eleger um critério de comparação que pode nos tornar iguais. 
Exemplo: Podemos afirmar que todos nós somos iguais porque temos uma formação em direito? 
Esse grupo “formados em direito” que foi diferenciado dos demais contribuintes por um critério de 
comparação, eles devem ter o mesmo tratamento tributário. 
Exemplos de normas que respeitam a igualdade: Exemplo as isenções e benefícios fiscais que são 
concedidos a determinadas regiões ou produtos, e conforme o Artigo 150 §6º da CF basta que uma 
lei específica trate sobre o tema. 
Cuidado: O Artigo 151, I da CF que traz o conhecido Princípio da Uniformidade Geográfica diz 
que é vedado a União instituir tributo que não seja uniforme em todo território nacional, salvo se 
for para promover o equilíbrio socioeconômico entre as regiões do país. 
Portanto, caso seja criado um benefício fiscal, sem considerar a regra acima, terá sua vigência e 
aplicação prejudicada pelo descumprimento ao comando constitucional. 
O Artigo 152 da CF proclama que os Estados, DF e Municípios não podem tributar de forma 
diferenciada em razão da sua procedência ou destino. 
Ao ler esse Princípio, conhecido como Princípio da Não Discriminação, se um ente público utilizar 
como critério a procedência ou destino de uma produto para diferenciar em sua tributação, 
descumprirá a regra determinada na Constituição. Exemplo: aplicação de IPVA com alíquotas 
diferenciadas em razão do carro ser Nacional ou Importado. 
 
 
3) Principio da Irretroatividade ­ Artigo 150, III, alínea “a”, CF e Artigo 144 do CTN: 
Cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do inicio da vigência da lei que os 
houver instituído ou aumentado. 
A Lei tributária não afeta fatos passados, pretéritos, apenas produz efeitos para frente. Na 
Constituição Federal não temos nenhuma exceção a esse comando. 
É um principio geral de direito, que se aplica em diferentes ramos do ordenamento, como no Direito 
Penal, Civil e Tributário. O comando determina a proibição de que uma nova lei tributaria gravosa, 
criadora ou majorada de tributo, possa retroagir para tributar fatos que tenham ocorrido antes de 
sua vigência. 
Via de regra o Principio da Irretroatividade veda que leis criadoras e majoradas de tributos 
retroajam para alcançar fatos ocorridos antes de sua vigência. 
Existem 3 exceções ao principio da Irretroatividade que o STF já as reconheceu como recepcionadas 
pela Constituição Federal: 
 
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Artigo 106 do CTN: 
A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
A)Leis que forem expressamente interpretativas. Ela não inova no mundo jurídico. Define o 
conteúdo e o alcance de uma lei anterior. Há grande divergência da doutrina quanto ao conceito de 
uma lei “interpretativa”. Em nossa prova o enunciado terá que ser claro em dizer se tal norma é ou 
não interpretativa. Atenção apenas ao fato que não basta a lei se intitular “interpretativa”. Na 
prática ela não pode alterar conceitos, ou inovar no mundo jurídico, como assim fez a lei 
complementar 118/05, que tentou ser recepcionado no ordenamento como uma norma 
“interpretativa” para que assim seus efeitos fossem aplicados a Fatos Geradores já praticados. 
Contudo o STF determinou que a lei não era interpretativa e assim, aplicou a regra geral da 
irretroatividade. 
Caso realmente a norma seja meramente interpretativa, essa poderá retroagir a ato jurídico ainda 
não julgado. 
B)Leis benéficas em penalidade. Muito cuidado na leitura desse preceito, pois aqui a 
possibilidade para retroação da norma será apenas quando uma lei nova trouxer PENALIDADE mais 
benéfica, ou seja, multa. Imagine uma situação em que no ano de 2013 uma lei previa penalidade 
de 30% em razão da pratica de certa infração, cometida por Fulano. Em 2015 é editada nova lei que 
determina para a mesma infração uma penalidade mais branda, como, por exemplo, 20%. Em 2015 
Fulano é autuado pela infração praticada em 2013 e a autoridade lança a multa no valor de 30%. 
Essa aplicação da penalidade está correta? 
A resposta é Não. A multa correta deveria ser de 20%, já que em 2015 foi editada lei mais 
benéfica, a qual retroage para alcançar situações que não foram encerradas pela coisa julgada ou 
pelo pagamento. Desse modo em 2015 a autoridade lançadoradeveria ter cobrado a multa de 20%, 
face a aplicação retroativa da lei benéfica de 2015, que alcança a infração praticada em 2013. 
As leis benéficas em penalidades não retroagirão se já houver pagamento ou coisa julgada. Ou seja, 
a garantia de retroação de lei benéfica não ultrapassa os limites da coisa julgada e nem do ato 
jurídico perfeito, somente alcançando atos não definitivamente julgados e evidentemente desde que 
não tenha ocorrido o pagamento. 
A retroatividade só é valida para as penalidades. Uma lei que reduz uma alíquota não pode 
retroagir, ainda que aparentemente pareça ser benéfica ao contribuinte, já que reduz a carga 
tributária. 
C) O artigo 144 do CTN permite a possibilidade de retroatividade da lei que altera 
aspectos meramente formais do lançamento (critérios de apuração, ou processos de 
fiscalização, ampliado os poderes de investigação). 
Com base nisso, se uma nova lei traz novas regras para aumentar seus poderes de fiscalização, esta 
poderá ser aplicada a fatos já praticados. 
 
4) Principio da Anterioridade - Artigo 150, III, alínea “b” e “c” 
Clássico comando tributário visando a segurança jurídica nas relações tributárias entre o estado e o 
cidadão. Nos protege contra surpresas fiscais lesivas, fazendo valer a máxima da não surpresa 
fiscal. Nenhuma pessoa será submetida a uma nova lei de tributação no mesmo ano que ela seja 
publicada, bem como sem que se passem no mínimo 90 dias a contar da informação da data da 
 
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publicação. Esse princípio nos garante que se for criado ou majorado um tributo, seja qual for o dia 
do ano, sua aplicabilidade só poderá ocorrer no próximo ano, e ainda tendo que respeitar um 
intervalo obrigatório de no mínimo 90 dias a contar da data de publicação da lei. Pela regra tem que 
se respeitar os dois prazos. 
Se uma lei cria um tributo no dia 29 de Novembro, durante aquele ano ela não é aplicável, pois vale 
a garantia da alínea “b” do “exercício financeiro seguinte”. No dia 1 de janeiro de 2010 ainda não 
será viável aplicar a nova tributação, pois entre os dias 29.11 a 01.01 não estará vencido o prazo 
mínimo de 90 dias, garantia essa assegurada na alínea “c” – EC 42/2003. Nesse caso, somente no 
final de fevereiro é que a lei será aplicada. 
Se o ISS de um determinado município vem sendo aplicado com alíquota de 3% e no meio do ano 
uma nova lei determina alíquota de 5%, o contribuinte poderá continuar recolhendo com a alíquota 
menor. Apenas no inicio do ano seguinte passará a valer a nova alíquota. 
Atenção: O princípio da anterioridade não estava sendo aplicado pelo STF aos casos de revogação 
de isenção, pois conforme determinação constitucional, o princípio da anterioridade só é aplicável 
aos casos de instituição ou majoração de tributos. Contudo, recentes julgados demonstram uma 
mudança importante no Supremo Tribunal Federal que agora vem aplicando o princípio mencionado 
também aos casos de revogação de isenção. Transcrevo abaixo um recente julgado sobre o tema: 
ICMS: revogação de benefício fiscal e princípio da anterioridade tributária 
 
“Configura aumento indireto de tributos e, portanto, está sujeita ao princípio da anterioridade 
tributária, a norma que implica revogação de benefício fiscal anteriormente concedido. A Turma 
afirmou que os mencionados atos normativos teriam reduzido benefício fiscal vigente e, em 
consequência, aumentado indiretamente o aludido imposto, o que atrairia a aplicação do princípio da 
anterioridade. Frisou que a concepção mais adequada de anterioridade seria aquela que afetasse o 
conteúdo teleológico da garantia. Ponderou que o mencionado princípio visaria garantir que o 
contribuinte não fosse surpreendido com aumentos súbitos do encargo fiscal, o que propiciaria um 
direito implícito e inafastável ao planejamento. Ressaltou, por fim, que toda a alteração do critério 
quantitativo do consequente da regra matriz de incidência deveria ser entendida como majoração de 
tributo. Assim, tanto o aumento de alíquota, quanto a redução de benefício, apontariam para o 
mesmo resultado, qual seja, o agravamento do encargo.” 
 
A Modificação da data de recolhimento de tributo respeita o Princípio da Anterioridade? 
(Resp. 34.709/SP)– SUMULA 669 do STF 
Situações que se altera o prazo de vencimento da obrigação tributária, não é necessário esperar o 
ano seguinte. O STF entendeu que o princípio da anterioridade não se aplica nas situações de 
modificação do prazo para recolhimento do tributo, já que não se trata de criação e nem de 
majoração de tributo. 
Assim como os demais princípios, o da Anterioridade também possui exceções, conforme 
demonstrado no quadro abaixo. 
Incidência Imediata 
Só Espera a Noventena 
(mitigada) 
Só Espera o Próximo 
Exercício Financeiro 
Tributos destinados a 1) IPI. 1) IR, 
 
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custear catástrofes: 
1) Empréstimos 
Compulsórios para Guerra 
Externa e Calamidade 
2) Imposto Extraordinário 
de Guerra: 
3) II 
4) IE 
5) IOF. 
Artigo 150, paragrafo 1 
CF. 
Importante: Os 
empréstimos compulsórios 
para custeio de investimento 
publico previsto no artigo 
148 II, respeita a 
anterioridade completa. 
2) Contribuições de 
Seguridade Social (Artigo 
195, §6°) 
3) Restabelecimento de 
alíquotas do ICMS (Artigo 
155, §4°, IV, alínea “c” e 
4) Restabelecimento da 
CIDE Combustível Artigo 
177, §4°, I, alínea “b”, 
Restabelecimento: Voltar 
ao patamar que estava 
anteriormente. 
Alteração na Base de 
Cálculo: 
2) IPVA 
3) IPTU. 
 
Quanto ao IPVA e IPTU só 
será exceção quando a 
majoração for realizada 
pela Base de Cálculo, pois 
se for pela alíquota 
espera a anterioridade 
completa. 
 
 
Importante 
Via de regra nos casos de majoração a contagem dos dois prazos são simultâneos, ou seja, começa 
a contar da data da publicação da norma. 
Contudo quando estudamos o princípio da legalidade visualizamos o artigo 62, §2º da CF que 
permite a majoração de impostos por Medida Provisória. Nestes casos, a contagem da anterioridade 
é diferente. 
O entendimento do STF é que nos casos de majoração por Medida Provisória o próximo exercício só 
passa a contar após a conversão em lei. Já a contagem dos 90 dias será da data da publicação da 
medida provisória, desde que, na conversão em lei não houver nenhuma alteração substancial. 
Por isso, uma medida provisória publicada em agosto, e convertida em lei em novembro, já poderá 
ser cobrada a partir do dia 01.01, veja abaixo: 
Próximo exercício Financeiro – Contagem a partir da data de conversão em lei. 
90 dias – Contagem a partir da data da publicação da Medida Provisória, e não da conversão em lei. 
Essa regra só é valida, se na conversão em lei não tiver sido alterado os valores, e regras fixadas 
pela Medida Provisória. 
 
5) Principio do Não Confisco: Artigo 150, IV, CF 
Evitar que o ato de tributação possa ser estabelecido e praticado em intensidade desarrazoada, 
modulado em excessiva intensidade, de modo que gere uma tributação insuportável, colidindo com 
os limites da capacidade contributiva (Artigo 145, § 1°) dos contribuintes. 
 
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Como regra, o maior cuidado que o legislador deverá ter é na fixação do elemento quantitativo da 
alíquota para não ferir o direito de propriedade garantido pela Constituição no artigo 5º, XXII da CF. 
O STF sumulou tal entendimento nas súmulas 323 e 70. 
Importante comentar que não existe um conceito objetivo do que é tributo confiscatório, não existe 
um limite. 
A finalidade da cobrança do tributo não é extorquir toda a riqueza de uma pessoa. A Finalidade é 
permitir que o Estado, possa captar recursos, para viabilizar sua atividade fim. Se a norma legal 
tributária for considerada como norma confiscatória, a lei que veicula deve ser considerada 
inconstitucional. Há de ser interpretado também esse principio para resguardar que o titular de uma 
riqueza não pode sofrer o confisco de seus bens por força do ato de tributação. 
Os impostos reguladores de mercado possuem um caráter de regular mercado. Possui um interesse 
coletivo, um bem maior. Os tributos seletivos, o ICMS e o IPI aplica-se também a mesma regra, por 
isso, não é ilícito que no caso do IPI seja aplicado uma alíquota de 330% para o cigarro. Não poderá 
ser alegado aqui a tributação confiscatória. 
Os tributos que se verifica a progressividade nos casos da não realização da função social da terra, 
ou seja, para o IPTU e o ITR, também não corresponde a alíquota confiscatória, pois aqui existe um 
objetivo maior, qual seja o cumprimento da função social. Atualmente o Estatuto da Cidade, 
determina uma alíquota máxima de IPTU de 15% e para o ITR uma progressividade de até 20%. 
Na CF o artigo limita a aplicação do princípio apenas para tributo, contudo o STF tem interpretado 
de forma extensiva alcançando as multas tributárias. 
 
 
 
6) Principio da não limitação ao trânsito de pessoas ou bens – Liberdade de tráfego - 
Artigo 150, V, CF 
Preza pela liberdade de deslocamento, o direito de transitar livremente sem ser restringido por 
exigências estatais. 
A ideia é de que ninguém será tributado pelo simples ir e vir ou pelo mero fato de deslocar bens de 
um ponto a outro no espaço. Essas condutas não são FG de relação tributária. Por isso, por exemplo 
o Superior Tribunal de Justiça sabiamente determinou que a circulação de uma mercadoria sem a 
efetiva troca de titularidade não é passível a incidência do ICMS, conforme a súmula 166 do STJ. 
E Pedágio Pode? 
Nada colide o principio com o lícito direito de se cobrar pedágio, por rodovias conservadas por certa 
concessionária ou pelo próprio poder publico. Pedágio pode ser considerado preço publico ou pode 
ser tributo. 
Preço Publico (Pedágio – Tarifa): Quando a manutenção for realizada pela entidade privada, a 
concessionária, ou seja, uma Pessoa Jurídica de Direito Privado. 
Tributo: Quando a manutenção da estrada for realizada pelo poder público. Neste caso seria a 
espécie de Taxa de Serviço, pois a rodovia é administrada por uma Pessoa Jurídica de Direito 
 
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Publico, por isso, a receita arrecadada pertenceria aos cofres públicos, através de uma arrecadação 
secundária. 
 
7) Principio da Seletividade – Artigo 155, §2, III e Artigo 153, §3, I da CF 
Seletividade representa a técnica de variação de alíquotas aplicada em impostos que incidem na 
relação de consumo, ICMS e IPI. As alíquotas variam de acordo com a essencialidade dos bens 
de consumo que estão comercializados. Logo, quanto mais essencial, menor a alíquota. 
Um exemplo da aplicação deste princípio, por exemplo, são os alimentos da “cesta básica”, que por 
serem muito essenciais, possuem uma baixa alíquota. Já o cigarro, por exemplo, por não ser 
essencial, poderá ter uma alíquota alta. 
Há uma distinção muito importante quanto a aplicação deste princípio para o IPI e ao ICMS, pois 
enquanto para o primeiro a constituição determina que SERÁ seletivo, trazendo aqui uma caráter de 
obrigatoriedade, para o ICMS determinou que PODERÁ ser seletivo, com uma interpretação de 
facultatividade. Por isso, caso o legislador do ICMS venha fixar suas alíquotas sem seguir esse 
critério, não terá descumprido a regra constitucional. 
 
8) Princípio da Progressividade – Artigo 153, §4º, I; Artigo 182, §4º, II e Artigo 153, §2º, 
I da CF 
Progressividade também se refere a variação de alíquotas. A CF permite a progressividade de 2 
formas: 
Progressividade sancionatória (recriminar uma conduta/postura mal vista pelo ordenamento). 
Se aplica ao IPTU e ao ITR, em razão do uso inadequado das propriedades imobiliárias. Quem tiver 
imóvel urbano e não der a ela função social, ficará sujeito a pagar IPTU mais caro, mediante 
alíquotas progressivas, conforme Artigo 182, §4, II da CF/88. Atualmente o Estatuto da Cidade, 
Lei 10.257/01 determina as regras aplicáveis a essa progressividade, fixando inclusive uma alíquota 
máxima de 15% sobre o valor venal da propriedade. 
Quem tiver imóvel Rural e não der a ele produtividade ficará sujeito ao ITR progressivo, nos termos 
do Artigo 153, §4°, I CF. A Lei 9393/96 determina as regras aplicáveis a essa progressividade 
prevendo alíquota máxima de 20% sobre o valor da terra nua. 
Progressividade Fiscal (Finalidade arrecadatória) 
Apenas o IR (Artigo 153, §2, I) e o IPTU (Sumula 668 STF – após a EC 29/00) podem ter 
alíquotas progressivas em razão do valor da riqueza. 
Recentemente o STF entendeu que o ITCMD também poderá ter alíquotas progressivas. Apesar de 
não termos nenhum comando constitucional autorizando, a jurisprudência é válida e vem se 
aplicando. Abaixo a transcrição do julgado: 
REPERCUSSÃO GERAL – ITCD e alíquotas progressivas 
 
“Em conclusão, o Plenário, por maioria, deu provimento a recurso extraordinário, interposto pelo 
Estado do Rio Grande do Sul, para assentar a constitucionalidade do art. 18 da Lei gaúcha 8.821/89, 
que prevê o sistema progressivo de alíquotas para o imposto sobre a transmissão causa mortis de 
 
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doação – ITCD — v. Informativos 510, 520 e 634. Salientou-se, inicialmente, que o entendimento 
de que a progressividade das alíquotas do ITCD seria inconstitucional decorreria da suposição de 
que o § 1º do art. 145 da CF a admitiria exclusivamente para os impostos de caráter pessoal. 
Afirmou-se, entretanto, que todos os impostos estariam sujeitos ao princípio da capacidade 
contributiva, mesmo os que não tivessem caráter pessoal. Esse dispositivo estabeleceria que os 
impostos, sempre que possível, deveriam ter caráter pessoal. Assim, todos os impostos, 
independentemente de sua classificação como de caráter real ou pessoal, poderiam e deveriam 
guardar relação com a capacidade contributiva do sujeito passivo. Aduziu-se, também, ser possível 
aferir a capacidade contributiva do sujeito passivo do ITCD, pois, tratando-se de imposto direto, a 
sua incidência poderia expressar, em diversas circunstâncias, progressividade ou regressividade 
direta. Asseverou-se que a progressividade de alíquotas do imposto em comento não teria como 
descambar para o confisco, porquanto haveria o controle do teto das alíquotas pelo Senado Federal 
(CF, art. 155, § 1º, IV). Ademais, assinalou-se inexistir incompatibilidade com o Enunciado 668 da 
Súmula do STF (“É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antesda Emenda 
Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o 
cumprimento da função social da propriedade urbana”). Por derradeiro, esclareceu-se que, 
diferentemente do que ocorreria com o IPTU, no âmbito do ITCD não haveria a necessidade de 
emenda constitucional para que o imposto fosse progressivo.” 
 
Com esse recente entendimento, vale lembrar que o conteúdo da sumula 656 do STF apesar de 
válido, apresenta uma divergência quanto ao conteúdo, vejamos: “É inconstitucional a Lei que 
estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão “inter vivos” de bem imóveis – 
ITBI com base no valor venal do imóvel.” 
Se para o ITCMD foi autorizado à aplicação de alíquotas progressivas, não é lícito dizer que para o 
ITBI não possa também. Contudo, como a súmula não foi cancelada pelo STF, ela ainda é válida. 
Temos casos também de alíquotas diferenciadas, mas não em virtude da seletividade ou 
progressividade: 
Artigo 156, §1°, II – IPTU poderá ter alíquotas diferenciadas em razão do local e da utilização 
do imóvel. 
Artigo 155, §6, II – IPVA poderá ter alíquotas diferenciadas em razão do tipo e utilização do 
veículo. 
 
9) Principio da Capacidade Contributiva – Artigo 145, § 1, CF 
 
A capacidade nasceu como principio norte dos Impostos, porém ela pode ser utilizada nas taxas e 
contribuições. Quem revela mais riqueza paga mais, quem revela menos riqueza paga menos. 
Lembre-se sempre que pagamos tributos para custear a manutenção da máquina pública, que por 
essência, existe para prover os meios necessários a prestação dos serviços constitucionais, como 
saúde, educação e segurança. Com base nisso, nada mais justo, que aqueles que possuem maior 
patrimônio, por isso, demonstram mais capacidade, possam contribuir mais do que quando 
comparado a aqueles que possuem menor potencial econômico. 
Cuidado: A literalidade da Constituição Federal fala apenas em impostos, porém muito se discute 
na doutrina, se este princípio pode ser estendido para outros tributos. A doutrina majoritária, diz 
que deve ser observado de todas as espécies, sob pena de violar o princípio da isonomia. 
 
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Temos casos de imunidade de taxas para os reconhecidamente pobres para emissão de Taxas de 
Certidão de Óbito e Nascimento (emolumentos cartorários) – Artigo 5º LXXVI e imunidade de 
Contribuições sociais para as entidades beneficentes de assistência social – Artigo 195, Parágrafo 
7º, que demonstra que o contribuinte poderia ou não ter capacidade para pagamento. O STF 
entende desta forma. 
Os Tributos Indiretos (aquele que comporta via de regra, o repasse do encargo financeiro para o 
próximo da cadeia) não se consegue se ter a ideia de capacidade contributiva. Por isso, será sempre 
que possível. 
 
10) Princípio da Vedação de Isenção Heterônoma – Artigo, 151, III, CF 
É vedado a União conceder isenções de tributos dos Estados, Distrito Federal e Municípios. Na 
verdade não é apenas a União, mas qualquer outro ente que deseje isentar tributo de outro ente. A 
ideia deste princípio é preservar o Pacto Federativo (Cláusula Pétrea), preservando a repartição de 
competência realizada pela Constituição. 
A essa regra temos duas exceções importantes: 
A) Artigo 156, paragrafo 3º, II, CF. – O ISS que incide sobre serviços destinados ao exterior, 
terá sua isenção por meio de Lei Complementar Federal. 
B) STF RE 229096 e Artigo 98 do CTN - Os tratados internacionais podem isentar o tributo 
estadual ou municipal. A vedação só é aplicável em âmbito nacional, e não internacional. 
 
 
11) Princípio da Uniformidade Geográfica – Artigo, 151, I, CF 
É vedado a União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que 
implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em 
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio 
do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País. 
A finalidade deste princípio é evitar que a União possa discriminar certo ente em relação a outro. 
Só é possível incentivos fiscais de caráter regional para promover o equilíbrio socioeconômico da 
região. 
 
12) Princípio da Não Discriminação – Artigo, 152, CF 
Vedado aos Estados, DF e Municípios, estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de 
qualquer natureza, em razão da sua procedência ou destino. 
Relembre o que tratamos no princípio da isonomia. Se o estado pretende aplicar regime tributário 
distinto para os veículos nacionais e internacionais fere a ordem constitucional. 
Com muita frequência em nossa prova temos o questionamento dos princípios tributários. Não 
esqueça de fazer os exercícios disponíveis ao final do conteúdo de direito material. 
 
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Imunidades Tributárias 
 
Quando falamos em imunidade fiscal, é o mais elevado benefício fiscal que existe no ordenamento 
jurídico, e decorre sempre da Constituição Federal. Este comando proíbe o exercício da competência 
tributária vedando que certo ente utilize determinado tributo de sua titularidade em alguma situação 
específica. São limitações constitucionais ao poder de tributar, ou seja, uma dispensa constitucional 
ao pagamento do tributo. 
Mesmo que na Constituição Federal diga que é isenção, interpretamos como uma atecnia do 
legislador, como por exemplo, artigo 195,§7º da CF – Entidades de assistência social sem fins 
lucrativos são isentas da Contribuição Social. Na verdade são imunes. 
Antes de continuarmos a estudar o instituto da Imunidade, vamos traçar um paralelo de distinção 
entre Isenção e Imunidade. 
 
Imunidade Isenção – Dispensa Legal 
CF – Dispensa Constitucional Lei – Dispensa Legal 
Irrevogável Revogável – Artigo 178, CTN 
Todos os métodos de intepretação Artigo 111 CTN – Interpretação Literal 
da norma – exatamente como está na 
lei, nada de aplicação restritiva e nem 
extensiva. 
 
Outro tema do direito tributário que provoca confusão é a Não Incidência Tributária. 
Não incidência – Situações que não foram eleitas pelo legislador como passíveis de tributação. São 
situações que não são alcançadas pela norma da Hipótese de Incidência. Exemplo: Não incide IPVA 
na propriedade de bicicletas. O motivo é que nesta situação está sob o alcance da Não incidência 
tributária. 
As imunidades se dividem em: 
1) Imunidades Específicas – Específica de algum tributo. Pode atingir qualquer espécie tributária, 
desde que esteja na Constituição Federal. Alguns exemplos: 
Taxas: Artigo 5°, XXXIV, CF – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de 
taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de 
poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de 
situações de interesse pessoal. 
Artigo 5º, LXXVI, CF – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: 
a)o registro civil de nascimento; 
b)a certidão de óbito 
 
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Artigo 5º, LXXVII, CF – são gratuitas as ações de “habeas corpus” e “habeas data”, e, na forma da 
lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. 
Contribuições: Artigo 195, II, CF – Não incide Contribuição Social sobre a aposentadoria e pensão 
concedida pelo regime de previdência social. 
Artigo 195, §7°, CF - Entidades Beneficentes de assistência social não pagam contribuição social. 
Artigo 149, § 2, I, CF – Não incide a CIDE e as Contribuições Sociais sobre as receitas decorrentes 
da exportação. 
 
2) Imunidade Genéricas – Alcança unicamente a espécie tributária Imposto. Apesar da 
Constituição Federal determinar as espécies de impostos, sendo, patrimônio, renda e serviços, o STF 
em diversas decisões entende que são para todos os impostos. Para se ter imunidade genérica, 
basta ter SORTE: 
Subjetiva – Artigo 150, VI, “c”, CF 
Objetiva – Artigo 159, VI, “d”, CF 
Recíproca – Artigo 150, VI, “a”, CF 
TEmplos de qualquer culto – Artigo 150, VI, “b”, CF 
Em 15 de Outubro de 2013 em razão da Emenda Constitucional 75, temos uma nova espécie de 
Imunidade Genérica, que vem sendo reconhecida como a Imunidade MUSICAL – Artigo 150, VI, 
“e”, CF. 
Vamos agora abordar detalhadamente cada imunidade genérica: 
 
A) Artigo 150, VI, “a”, CF – Imunidade Recíproca 
Conforme o comando constitucional, os entes federativos, União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios não podem cobrar impostos uns dos outros sobre seus patrimônios, rendas e serviços. 
Conforme dito anteriormente, o STF entende que nenhum imposto deve incidir, visto que, os entes 
não revelam riqueza. Toda a receita pertencente a esses entes são angariadas através da tributação 
sobre os contribuintes. 
Eles possuem capacidade econômica, mas não tem capacidade contributiva. Principio do Pacto 
Federativo e Capacidade Contributiva. 
Esta imunidade continua restrita apenas aos Impostos. Com relação as demais espécies, como taxa, 
e empréstimo compulsório não há qualquer vedação para a cobrança. 
Temos mais duas pessoas alcançadas por essa imunidade que está no Artigo 150, §2º e §3, que 
são as autarquias e as fundações públicas. Para que elas tenham essa imunidade, não basta ser 
autarquia ou uma fundação pública, elas terão que cumprir necessariamente 4 requisitos: 
1)Cumprir suas Finalidades essenciais; 
2)Sejam instituídas e mantidas pelo poder publico; 
 
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3)Não podem cobrar preços nem tarifas para realização de suas contraprestações; 
4) Não explorarem atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos 
privados; 
A parte final do artigo 150, §3º da CF ainda determina que a imunidade não exonera o promitente 
comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. Quanto a essa 
determinação, temos a súmula 583 do STF que determina que: “Promitente comprador de imóvel 
residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do Imposto Predial Territorial Urbano”. 
Em face disto, temos que se um prédio até então público, estiver sendo adquirido por uma pessoa 
física ou jurídica (não imune), este promitente comprador já poderá ser contribuinte dos impostos 
inerentes aquela propriedade que está sendo adquirida. 
É comum surgir o questionamento a respeito da extensão da Imunidade Genérica Recíproca as 
empresas públicas e sociedades de economia mista, que em geral são prestadoras de atividade 
econômica e não de serviço exclusivo do Estado. Nesse sentido, temos a determinação 
constitucional em seu artigo 173, §2º da CF, que diz: “As empresas públicas e as sociedades de 
economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado”. 
Podemos afirmar, portanto, que tais entidades não gozam da imunidade, visto que a constituição 
expressamente vedou qualquer tipo de benefício fiscal que não fosse estendido a empresas privadas 
concorrentes. Quando pensamos na Caixa Econômica Federal, por exemplo, ela deve recolher 
regularmente seus impostos, pois concorre com entidades bancárias privadas. 
Somente em casos excepcionais é que temos estatais atuando no campo típico da Administração 
Pública, e por isso, por prestarem Serviço Público, de caráter Obrigatório, e sob o regime de 
Monopólio, o STF sabiamente determinou o alcance da Imunidade Recíproca a esses entes. 
O STF reconhece a imunidade dessas pessoas sob a alegação de que elas não atuam no mundo 
econômico, logo, não competem com particulares. 
Todo o patrimônio da ECT, Infraero (empresas públicas) e CAERD (sociedade de economia mista) 
que seja utilizado para atividade típica do Estado estará imune. 
Empresas que obtiveram Imunidade: 
1)ECT 
2)Infraero 
3)CAERD 
4)Casa da Moeda 
5)CODESP – Companhia Docas do Estado de SP – executa serviços de administração de porto 
marítimo. 
6)Hospital Nossa Senhora da Conceição S.A, Hospital Cristo Redentor S.A, Hospital Fêmina S.A e 
Grupo Hospital Conceição S.A – Tal grupo hospitalar presta serviço público de forma exclusiva, com 
participação acionária da União em 99,99% de suas ações, e atendem exclusivamente pelo sistema 
Único de Saúde (SUS). 
Fique atento a essas exceções, pois com frequência estão sendo cobradas em nossas provas. 
Importante frisar, que a Imunidade Recíproca, só pode ser revelada caso o ente praticante do Fato 
 
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Gerador seja o próprio ente imune. Exemplo: Quando um ente público adquire uma TV em uma loja, 
não é ela quem está praticando o fato gerador tributário, por isso, deverá arcar com o ônus 
tributário, caso assim, deseje a loja em questão. Trata-se apenas de uma repercussão econômica 
conforme determina o artigo 166 do CTN. Veja abaixo como o tema foi cobrado em nossa prova: 
IX Exame Unificado – OAB/FGV 
O procurador do município Gama decide contestar judicialmente a cobrança do ICMS discriminada 
na fatura da conta de luz do imóvel onde funciona a sede da prefeitura, alegando a condição de ente 
político para livrar-se da exação. A demanda da municipalidade deverá ser: 
A) acolhida, em razão da imunidade recíproca, que impede que os entes da federação instituam 
impostos sobre bens e serviços uns dos outros. 
B) rejeitada, pois na situação apresentada o município se apresenta na condição de contribuinte de 
direito do ICMS. 
C) acolhida, pois a empresa concessionária prestadora do serviço de fornecimento de energia não 
tem competência para cobrar ICMS. 
D) rejeitada, pois o município não goza de imunidade com relação a imposto que incide apenas 
indiretamente sobre seus bens e serviços. 
 
No caso em tela a circulação da mercadoria Energia Elétrica (Artigo 155, §3º CF) foi praticada pela 
concessionária de energia e não pelo ente imune, por isso, a demanda do município deve ser 
rejeitada. O ente público aqui atuou meramente como um contribuinte de fato, assumindo apenas o 
encargo financeiro. 
Artigo 150, VI, “b”, CF – Imunidade Religiosa 
O Brasil apesar de não assumir nenhuma religião oficial, incentiva e valoriza as práticas religiosas 
(Artigo 5º, VI da CF). Tanto é que dessas instituições as livrou de qualquer carga tributária 
correspondente a impostos. Tudo o que estiver em nome da igreja desde que cumpram suas 
finalidades estará imune, conforme assim determina o artigo 150, §4º da CF.Neste sentido, toda renda, por exemplo, auferida pelos dízimos e ofertas dos seus fiéis, não sofrem 
a incidência do IR. O mesmo acontecerá com a venda das mercadorias realizada em bazares da 
igreja. Desde que, todo o valor arrecadado seja utilizada para o custeio das práticas religiosas. 
O STF pacificou através de Sumula 724, que mesmo imóveis alugados em que a propriedade seja 
da igreja, é possível a aplicação da imunidade, onde deve haver a reversão integral do valor 
arrecadado para o propósito religioso. Em decisões recentes, o STF ainda afirma que prédios imunes 
vazios, não configuram necessariamente a ausência do requisito “finalidade essencial”, por isso, 
imóvel temporariamente vago poderá ter a imunidade, cabendo ao Fisco comprovar o contrário. 
Segue abaixo a Ementa sobre o tema: 
Imunidade de IPTU sobre imóveis de instituições educacionais sem fins lucrativos 
 
“O Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou sua posição garantindo a imunidade tributária de 
imóveis pertencentes a instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos quanto ao 
Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU). A decisão foi proferida no Recurso Extraordinário (RE) 
767332, julgado no Plenário Virtual da Corte, no qual foi reconhecida a repercussão geral do tema e 
reafirmada a jurisprudência contrária à tributação. 
 
 
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O município alega tratar-se de imóvel vago desvinculado das finalidades essenciais da entidade 
assistencial, e por isso não protegido pela imunidade. Segundo o ministro Gilmar Mendes, relator do 
RE, a orientação consolidada na jurisprudência do STF é no sentido de que a imunidade conferida 
pelo artigo 150, inciso VI, alínea “c”, da Constituição Federal (CF) às entidades de educação sem fins 
lucrativos incide sobre quaisquer bens, patrimônio ou serviços dessas instituições, desde que 
vinculados às suas atividades essenciais. Ele lembrou que a Corte já reconheceu a imunidade sobre 
imóveis de tais instituições, ainda quando alugados a terceiros, desde que os recursos auferidos 
sejam aplicados em suas finalidades essenciais. “O fato de o imóvel estar alugado não é condição 
bastante para afastar a regra constitucional da imunidade”, afirmou. 
O ministro citou a Súmula 724 do STF, aprovada em 2003, segundo a qual “ainda que alugado a 
terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo 
artigo 150, VI, ‘c’, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades 
essenciais de tais entidades”. A imunidade tributária prevista na CF, segundo o ministro, aplica-se 
inclusive aos bens imóveis, temporariamente ociosos, de propriedade das instituições de educação e 
de assistência social, sem fins lucrativos, “desde que atendidos os requisitos legais necessários ao 
enquadramento nessa categoria”. Mencionando diversos precedentes da Corte sobre o tema, o 
relator manifestou-se pela existência da repercussão geral e, no mérito, pela reafirmação da 
jurisprudência consolidada sobre a matéria.” 
 
Em 2012 através do Recurso Extraordinário 562.351 do Rio Grande do Sul sob a relatoria do 
Ministro Ricardo Lewandowksi referente a uma loja maçônica que pedia imunidade tributária o 
Supremo por maioria de votos, entendeu que quando a Constituição conferiu imunidade tributária 
aos “templos de qualquer culto”, este benefício fiscal estava circunscrito aos cultos religiosos. No 
site da referida loja informa: “...não é religião com teologia, mas adota templos onde desenvolve 
conjunto variável de cerimônias, que se assemelha a um culto, dando feições a diferentes ritos. 
Como associação privada e discreta ensina a busca da Verdade e da Justiça”. 
Por isso, o Supremo entendeu que a própria entidade declara enfaticamente não ser uma religião e, 
por tal razão, pareceu a eles irretocável a decisão que negou a imunidade, determinando que a 
prática Maçom é uma ideologia de vida, e não uma religião. 
Trecho extraído da decisão: A prática Maçom é uma ideologia de vida. Não é uma religião. Não tem 
dogmas. Não é um credo. É uma grande família apenas. Ajudam-se mutuamente, aceitando e 
pregando a ideia de que o Homem e a Humanidade são passíveis de melhoria e aperfeiçoamento. 
Como se vê, uma grande confraria que, antes de mais nada, prega e professa uma filosofia de vida. 
Apenas isto. De certa forma, paradoxal. pois ao mesmo tempo em que prega esta melhoria e 
aperfeiçoamento do Homem e da Humanidade, só admite em seu seio homens livres (não mulheres) 
e que exerçam profissão (afirma que deve ser uma ‘profissão honesta’) que lhes assegure meio de 
subsistência. Os analfabetos não são admitidos, por não possuírem instrução necessária à 
compreensão dos fins da Ordem”. 
 
Artigo 150, VI, “c”, CF – Imunidade Subjetiva 
A Constituição assim como fez com os entes públicos e com as entidades religiosas, dispensou 
alguns sujeitos da obrigação do pagamento de impostos. Os sujeitos protegidos, estão elencados no 
artigo 150, VI, “c” da CF, sendo: 
A)Partidos políticos, inclusive suas fundações; 
B)Entidades Sindicais dos Trabalhadores; 
C)Instituições de Educação sem fins lucrativos; 
 
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D)Instituições de Assistência Social sem fins lucrativos. 
Aqui cabe alertar que o parágrafo 4º do mesmo artigo, determina também que é necessário atender 
suas finalidades essenciais. Essa imunidade subjetiva é condicionada ao preenchimento de 3 
requisitos, que conforme determinação da Constituição serão definidas em lei. Os requisitos estão 
assim definidos no artigo 14 do CTN, a saber: 
I – Não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas a qualquer título; 
II – Aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos 
institucionais; 
III – Manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidade 
capazes de assegurar sua exatidão. 
 
Com essa determinação, o preenchimento dos requisitos deve se dar de forma cumulativa, ou seja, 
a ausência de quaisquer dessas obrigações autoriza a autoridade competente a suspender a 
aplicação do benefício, conforme determinação do §1º do mesmo artigo. 
Algumas “pegadinhas” de prova que precisamos estar atentos: Os partidos políticos conforme 
determina o artigo 17, §2º da CF, após adquirirem personalidade jurídica, na forma de lei civil, 
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Eles também, não podem atentar a 
ordem e aos bons costumes, e os princípios do nosso ordenamento jurídico. Com relação aos 
sindicatos, a Constituição foi taxativa ao atribuir imunidade apenas aos sindicatos dos empregados, 
ou seja, sindicatos patronais (empregador) não possuem qualquer imunidade. 
As entidades de assistência social, além da imunidade ao pagamento dos impostos, são imunes 
também da contribuição para a seguridade social, conforme artigo 195, §7º, CF. Atenção apenas a 
Súmula 730 do STF, que afirma que as entidades fechadas de previdência social privada, só 
poderão gozar deste benefício, se não houver contribuição dos beneficiários: “A imunidade tributária 
conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, “c”, da 
Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver 
contribuição dosbeneficiários”. 
 
Artigo 150, VI, “d”, CF – Imunidade Objetiva 
Nesta imunidade não são os sujeitos que possuem a imunidade, mas sim os objetos por elas 
comercializados/produzidos. 
A Constituição ao propor essa imunidade tem por escopo evitar embaraços ao exercício da liberdade 
de expressão intelectual, artística, científica e de comunicação, consagrada no inciso IX do artigo 5º 
da CF. Visa facilitar o acesso da população à cultura, à informação e a educação, com a redução do 
preço final. Com isso determinou que 03 veículos de pensamento e 1 matéria prima serão imunes 
ao pagamento de impostos: 
a)Livros 
b)Jornais 
c)Periódicos 
 
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d)Papel destinado a sua impressão. 
Importante lembrar que até o presente momento, apenas os livros físicos possuem a imunidade. 
Conforme a Política Nacional do Livro através da Lei 10.753/2003, em seu artigo 2º, determina: 
Artigo 2º - Considera-se livro, para efeitos desta Lei, a publicação de textos escritos em fichas ou 
folhas, não periódica, grampeada, colada ou costurada, em volume cartonado, encadernado ou em 
brochura, em capas avulsas, em qualquer formato e acabamento. 
Neste tom, os livros digitais não são, por enquanto, alcançados no conceito de livro. O RE 330.817 
do STF negou a extensão da imunidade tributária, sob a alegação de que a jurisprudência da Corte é 
no sentido de que a imunidade prevista não abrange outros insumos que não os compreendidos na 
acepção da expressão papel destinado a sua impressão. 
O Inciso VII do parágrafo único do artigo 2º da mencionada lei, equipara a livro, os em meio digital, 
magnético e ótico, para uso exclusivo de pessoas com deficiência visual. Portanto, em nossa prova, 
devemos mencionar que apenas o livro físico possui a imunidade em comento. Não se esqueça que 
a editora paga normalmente IPTU com relação ao edifício no qual ocorre sua atividade, pois a 
imunidade aqui comentada é sobre seus objetos. 
No RE 213.094 com relatoria do Ministro Ilmar Galvão, decidiu-se que veículo publicitário que, em 
face de sua natureza propagandística, de exclusiva índole comercial, não pode ser considerado como 
destinado à cultura e a educação, razão pela qual não está abrangido pela imunidade de impostos. 
Portanto, aqueles fascículos encontrados na porta de lojas e supermercados, com promoções, ou até 
mesmo com a “ultima coleção da moda”, não são alcançados pela imunidade, pois não é um jornal 
com a finalidade cultural. 
Quanto aos periódicos, no RE 221.239 com a relatoria da Ministra Ellen Grace, ao interpretar o 
conceito da imunidade determinou que o constituinte não fez ressalvas quanto ao valor artístico ou 
didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma publicação. Com 
isso não caberia ao aplicador da norma constitucional afastar o benefício fiscal ao Álbum de 
Figurinha, por força de um juízo subjetivo a cerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico de 
uma publicação destinada ao público infanto-juvenil. Portanto é imune o álbum de figurinha da copa, 
ou de qualquer outro. 
Ainda sobre os periódicos, no RE 134.071 de relatoria do Ministro Ilmar Galvão o STF, determinou 
que é de se entender que não estão excluídos da imunidade os periódicos que cuidam apenas e tão 
somente de informações genéricas ou específicas, sem caráter noticioso, discursivo, literário, poético 
ou filosófico, mas de inegável utilidade pública, como é o caso das listas telefônicas. Portanto, as 
listas telefônicas pelo papel indispensável que possuem, são alcançados pela imunidade tributária. 
Portanto, esses objetos não devem sofrer a incidência de ICMS, por exemplo. No que tange aos 
insumos, pela interpretação expressa da Constituição, apenas o papel está imune, sendo a tinta, por 
exemplo, devidamente tributada, bem como as máquinas utilizadas para impressão destes veículos 
citados. 
No RE 202.149 a Primeira Turma do Supremo, reconheceu ser ampla a imunidade tributária, 
alcançando as peças sobressalentes para equipamentos de preparo e acabamento de chapas de 
impressão offset para jornais. Por fim, a súmula 657 do STF determina: “A imunidade prevista no 
artigo 150, VI, “d” da Constituição Federal abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à 
publicação de jornais e periódicos”. 
Artigo 150, VI, “e”, CF – Imunidade Musical 
 
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Com a EC 75 de 2013 publicada em 15 de outubro de 2013, tivemos a inclusão de uma nova alínea, 
que sem sendo reconhecida pela doutrina como uma imunidade Musical. 
Conforme determina a Constituição os fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil 
contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas 
por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, 
salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. 
Fonogramas são as próprias músicas, e os videofonogramas são os vídeos que possuem sons 
musicais. Logo a produção brasileira de CD e DVD que contenham obras musicais de autores 
brasileiros ficam protegidos da cobrança de impostos. 
Cuidado com a ressalva que o CD ou DVD virgem será tributado, apenas os que tem a musica ou 
vídeo já inserido que não será tributado. Não paga ICMS, ISS, e até mesmo IOF nas aquisições 
virtuais. 
Vale lembrar que aquele que incorre com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe 
a venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra 
intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista, 
intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia 
de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem 
os represente, comete crime de pirataria exposta no artigo 184, §2º do Código Penal. 
A Sumula 502 do STJ assim determina: Presentes a materialidade e a autoria afigura-se típica, em 
relação ao crime previsto no artigo 184, parágrafo 2º do Código Penal, a conduta de expor à venda 
de CDs e DVDs piratas. 
 
Legislação Tributária – Artigo 96 a 112 CTN 
 
Outro tema comumente cobrado em nossas provas é o tema da Legislação Tributária. Como o 
próprio CTN assim define, a expressão Legislação Tributária compreende as leis, os tratados e 
convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em 
parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. 
Na ausência de disposição expressa, o CTN permite a integração dessas fontes da legislação 
tributária, podendo em caso de lacunas a autoridade competente se utilizar sucessivamente na 
ordem indicada das seguintes outras fontes: 
I)Analogia 
II)Princípios Gerais do Direito Tributário 
III)Princípios Gerais do Direito Público 
IV)Equidade (Senso de Justiça) 
Tal determinação está desenhada no artigo 108 do CTN, que ainda determina que o emprego da 
analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. Não se esqueça que o 
dever de pagar tributo, sempre deve nascer da Lei, em homenagem ao Princípio da Legalidade já 
estudado. O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. 
 
Curso

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