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ARBITRAGEM NAS SOCIEDADES LIMITADAS FERNANDA DA SILVA WEECK A Lei nº 9.307, de 1996 modificou completamente a regulamentação legal da arbitragem até então existente no Brasil. Um dos principais pontos foi a consagração do princípio da autonomia da vontade. Assim, mostra-se como uma faculdade colocada à disposição das partes para a solução de um conflito, não sendo algo imposto pela lei. A sociedade limitada é o tipo societário mais utilizado no Brasil, uma vez que sua constituição e gestão são mais simplificadas em relação a outros tipos societários. A mesma é regida em nosso ordenamento pelo Código Civil de 2002. Naquilo que o CC/02 for omisso aplicam-se subsidiariamente, as disposições das sociedades simples. A presente sociedade nasce a partir de um acordo de vontade entre os futuros sócios para, como dispõe no art. 981 do CC/2002, “se obrigam a contribuir com bens ou serviços, para o exercício para o exercício da atividade econômica e a, partilha entre si, dos resultados”. Por ser estruturalmente contratual se adapta perfeitamente a utilização da arbitragem em seus contratos sociais, como dispõe Jader Augusto Ferreira Dias. É justamente na característica contratual das limitadas que se enquadra, com perfeição, a arbitragem, que nasce justamente de acordo de vontades. Com efeito, nada impede, e a boa prática inclusive recomenda, se insira no contrato social das limitadas uma cláusula compromissória. A inclusão da cláusula compromissória no contrato social da sociedade limitada junta todos os sócios à arbitragem para a resolução de qualquer confusão entre os sócios, e entre a sociedade e sócios, em razão de todos assinarem o contrato social. Desta forma, não há razão pela qual se recusar ao cumprimento do procedimento arbitral. As partes capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. Assim, a arbitragem mostra-se como uma faculdade colocada à disposição das partes para a solução de um conflito, não sendo algo imposto pela lei. A arbitragem possui várias vantagens em relação à solução dos conflitos existentes através da prestação jurisdicional convencional. Cita-se: evita as prolongadas contendas entre os sócios ou entre estes e a própria sociedade; o conflito é resolvido de maneira sigilosa, pre-servando a confidencialidade de possíveis infor-mações estratégicas da sociedade; evita qualquer tipo de exposição que possa atingir a reputação da sociedade no meio empresarial no qual a mesma atua; evita qualquer tipo de constrangimento para as sociedades que procuram contratar com o Governo e se encontram impedidas por figurarem como parte em disputas no Judiciário; a demanda é analisada por especialistas ple-namente conhecedoras na matéria do litígio. A Lei 9307/96 concedeu às partes a liberdade de resolver seus litígios através de julgadores particulares para que não precisassem recorrer ao Estado. Essa liberdade de escolha não pode ser contestada, porque está limitada a direitos disponíveis e quanto a esses direitos a parte pode renunciar ao direito de ação.
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