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Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 1 Olá, turma! Vamos que vamos! Hoje trataremos de crédito fiscal, apuração compensação e outros assuntos. Deixei substituição tributária para a próxima aula, pois esta ficaria com tamanho exagerado se eu incluísse o tema. Suspensão já foi incluída na aula passada. Galera, nesta aula, quando eu falar em nota ou nota fiscal, estarei falando de documentos fiscais em geral. Quando falar em saída ou entrada, estarei falando em operação com mercadoria e prestação de serviço, Adiante! Nosso objetivo será garantir a maioria dos pontos em legislação na prova objetiva, e para isso é que trabalharei com vocês. Temos que trabalhar durante as aulas com uma meta de 90% de acertos nas questões para que, na prova, obtenhamos entre 75% e 80%. Meus caros, não existe o impossível quando o resultado depende apenas de você. E esse é o nosso caso!!! Dedicação, motivação e tranquilidade. É disso que precisamos. Nada é tão difícil que, com coragem, não possa ser conquistado! Júlio César Aula 03 – ICMS – Crédito Fiscal, Apuração, Compensação Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 2 Estamos na aula 03 e, ao final do curso, eu pretendo que vocês estejam prontos e seguros para DESTRUIR a sabatina de Legislação do DF. Aula Conteúdo 00 Perfil Constitucional dos Tributos Distritais (CF 1988). Leis Complementares de Interesse para os Tributos Distritais. Lei Orgânica do Distrito Federal (Título IV - Da Tributação e do Orçamento do Distrito Federal). 01 ICMS - Lei nº 1.254/96 e Decreto nº. 18.955/97: Hipóteses de incidência, momento da ocorrência do fato gerador, local da operação e da prestação. 02 ICMS - Lei nº 1.254/96 e Decreto nº. 18.955/97: Isenção, não incidência, contribuinte, responsável, base de cálculo, alíquota, crédito fiscal, apuração e pagamento do imposto. 03 ICMS - Lei nº 1.254/96 e Decreto nº. 18.955/97: Substituição tributária, suspensão, transferência de saldo credor, compensação, restituição. 04 ICMS - Lei nº 1.254/96 e Decreto nº. 18.955/97: Inscrição, documentos fiscais, livros fiscais, guias informativas, equipamento emissor de cupom fiscal, equipamento de processamento eletrônico de dados, regimes especiais e demais obrigações do contribuinte e de terceiros. 05 IPVA - Lei nº. 7.431/85 e Decreto nº. 16.099/94: Fato gerador; hipóteses de incidência; não incidência; isenção; contribuinte; responsável; inscrição; base de cálculo; alíquota; obrigações dos contribuintes. 06 ITCD - Lei nº. 10/88 e Decreto nº. 16.116/94: Fato gerador; hipóteses de incidência; não incidência; isenção; contribuinte; responsável; base de cálculo; alíquota; obrigações dos contribuintes e de terceiros. 07 ISS – LC 116/03, Lei Complementar DF nº. 687/ 2003 e Decreto nº. 25.508/2005: Hipóteses de incidência, momento da ocorrência do fato gerador, local da operação e da prestação. 08 ISS – LC 116/03, Lei Complementar DF nº. 687/ 2003 e Decreto nº. 25.508/2005: Isenção, não incidência, contribuinte, responsável, base de cálculo, alíquota, crédito fiscal, apuração e pagamento do imposto. 09 IPTU - Decreto nº. 28.445/2007: Fato gerador; hipóteses de incidência; não incidência; isenção; contribuinte; responsável; inscrição; base de cálculo; alíquota; obrigações dos contribuintes. 10 ITBI - Lei nº. 3.830/2006 e Decreto nº. 27.576/2006: Fato gerador; hipóteses de incidência; não incidência; isenção; contribuinte; responsável; inscrição; base de cálculo; alíquota; obrigações dos contribuintes Nossas Aulas Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 3 11 Simples Nacional LC 123/2006: I – Disposições Preliminares; II - Da Definição de Microempresa e de Empresa de Pequeno Porte; III - Da Inscrição e da Baixa; IV – Dos Tributos e Contribuições; XI – Das Regras Civis e Empresariais; XIV - Disposições Finais e Transitórias). 12 Taxa de Limpeza Pública - TLP Lei nº. 6.945/81. Contribuição de Iluminação Pública 13 Processo Administrativo Fiscal - Decreto Nº 33.269/2011. 14 Código de ética dos servidores da carreira auditoria tributária - Lei Distrital nº 845/1994 15 Código Tributário do Distrito Federal (LC DF nº. 4/94). Parcelamento de créditos de natureza tributária e não tributária (LC DF nº. 432/2001). Atualização monetária dos créditos de natureza tributária e não tributária (LC DF nº. 833/2011). Decreto-Lei nº. 82/66, no que couber, em conformidade com a LC DF nº 4/94 (disposições vigentes aplicáveis ao IPTU e ao ISS). 16 LC 53/97 (Equipamento Emissor de Cupom Fiscal – ECF). Ajuste SINIEF 07/2005 (Nota Fiscal Eletrônica – NF-e). Decreto nº. 26.529/ 2006 e Portaria SEF nº. 210/2006 (Livro Fiscal Eletrônico). Lei nº. 4.159/2008, Decreto nº. 29.396/2008 e Portarias SEF nºs 323/2008 e 113/2009 (Nota Legal). Lei nº. 9.784/99, aplicável no Distrito Federal por força da Lei Distrital nº 2.834/2001. 17 Rumo ao dia da Prova: Resumo com os principais itens do edital. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 4 Apresentação 1 1 - Crédito Fiscal 5 2 – Crédito Acumulado 24 3 – Débito Fiscal 27 4 – Apuração 27 5 – Lançamento 31 6 –Compensação e Restituição 31 Exercícios Resolvidos 33 Lista das Questões Apresentadas 53 Gabarito 65 Índice Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 5 1 - Crédito Fiscal Iniciamos com a definição clássica da não cumulatividade, sempre lembrada pelos examinadores. A não cumulatividade opera-se por meio da compensação, e os pilares desse sistema são o débito do imposto destacado na nota fiscal e aproveitamento do crédito fiscal, quando permitido. O imposto é não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, com o montante cobrado nas anteriores por esta ou por outra unidade da Federação. Para a compensação é assegurado o direito de creditar-se imposto cobrado em operações de entrada, real ou simbólica, de bem, mercadoria ou serviço no estabelecimento, inclusive se destinados ao seu uso, consumo ou ativo permanente. Muito cuidado nesse ponto, pois o direito a créditos em entradas para uso ou consumo somente existirá a partir de 2020, e o regulamento brasiliense já trata todos os créditos como possíveis, indicando essa data apenas ao final do texto, no dispositivo que trata da vigência. O que existe hoje é a autorização para crédito limitado a determinadas entradas para uso ou consumo. Veremos essas situações adiante. Considera-se crédito fiscal a importância resultante do produto da alíquota sobre a base de cálculo da operação ou prestação de entradas, inclusive o diferencial de alíquota (somente para ativopermanente) e o imposto devido por substituição tributária referente às operações antecedentes (diferimento). Exemplos Em todos os seguintes casos pode haver aproveitamento do crédito do ICMS destacado na nota de entrada da mercadoria ou do serviço. � Supermercado compra para revender. � Indústria compra matéria prima. � Indústria compra embalagens. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 6 � Loja compra para revender. � Transportadora compra diesel para caminhões. � Atacadista paga frete para levar entrega a seu cliente. � Fábrica brasiliense paga frete para transportadora paulista levar mercadoria de Santa Catarina até o Paraná, em fase de seu processo produtivo. � Fornecedora de rede para tráfego de dados contrata serviço para utilizar parte da rede de outra provedora de rede. � Provedora de armazenamento de dados compra equipamentos para seu centro de processamento. 1.1 – Condições para o Crédito Fiscal O direito de crédito fiscal está condicionado à: � idoneidade da documentação; � escrituração nos prazos e condições; � escrituração no controle de crédito do ativo imobilizado (há previsão de controle em separado nesse caso); Nos casos de lançamento de ofício com base em documentos de entrada, o crédito condiciona-se apenas à idoneidade dos documentos. O direito de utilizar o crédito fiscal extingue-se depois de decorridos cinco anos contados da data de emissão do documento fiscal. Trata-se de prazo decadencial. Se não exercido o direito material de aproveitar o crédito, ele decai no prazo de 5 anos. Contudo, fiquem atentos, pois o regulamento brasiliense fala em prescrição do direito de transferir o crédito acumulado. O saldo credor do ICMS no encerramento da atividade não é restituível. Nas entradas interestaduais o crédito só será admitido se o imposto tiver sido calculado pelas seguintes alíquotas: � provenientes das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e do Estado do Espírito Santo, 12%; � provenientes das Regiões Sul e Sudeste, 7%; � tratando-se de serviço de transporte aéreo de carga , 4%. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 7 Faltou ao regulamento citar a condição criada pela Resolução 13/2012 do Senado Federal que estabeleceu a alíquota de 4% para operações interestaduais com produtos importados. Bens destinados a uso, consumo ou ativo permanente, adquiridos de contribuintes substituídos estabelecidos no Distrito Federal, somente darão direito a crédito se a Nota Fiscal de aquisição estiver acompanhada de cópia autenticada da Nota Fiscal de venda emitida pelo contribuinte substituto tributário. Alternativamente o contribuinte poderá apropriar-se de crédito correspondente a aplicação da alíquota interna sobre 90% do valor de aquisição dos bens destinados a uso, consumo ou ativo permanente, observadas as hipóteses de anulação de crédito. Ainda vamos estudar a substituição, mas vamos esclarecer essa situação. O contribuinte substituído, ao efetuar as suas vendas, emite nota fiscal sem destaque do imposto. Por isso a exigência de apresentação da nota fiscal do substituto, que é a que contém o valor do ICMS devido por substituição. Exemplo: Indústria A (substituta) vende máquina sujeita a ST (substituição tributária) para comércio B (substituído). A indústria C compra essa máquina do comércio B. A nota de venda de B sai sem destaque do imposto, haja vista a substituição ocorrida. A indústria C tem direito ao crédito pela entrada de bem destinado ao ativo permanente, mas só poderá fazê-lo se tiver a cópia da venda de A para B. A alternativa dada pelo regulamento é a de que a indústria C de 90% de um valor estimado do imposto. Supondo que a venda de B para C tenha sido pelo valor de 100, e que a alíquota interna seja de 17%, temos que o valor do crédito permitido seria de: (100 x 17%) x 90% = 15,30 Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 8 Não se esqueçam de que, por enquanto, apenas alguns casos permitem crédito quando a entrada for para uso ou consumo. E o crédito na entrada para ativo permanente deve ser feito em 48 meses, obedecidas as regras especiais que ainda vamos ver. Entradas destinadas a uso ou consumo só darão direito a crédito a partir de 01/01/2020. 1.1.1 - Destacado errado em documento fiscal O contribuinte deve conferir a exatidão do valor do imposto destacado. Se o imposto não vier destacado no documento fiscal ou o seu destaque vier a menor, a utilização do crédito fica condicionada à regularização, mediante emissão de Nota Fiscal complementar, pelo remetente. Em operação interestadual, a exigência de documento fiscal complementar poderá ser suprida por declaração do remetente. Se o destaque for feito em valor superior ao correto, o contribuinte poderá: � creditar-se pelo valor do destaque, debitando-se do valor da diferença, mediante emissão de documento fiscal contra o remetente; OU � creditar-se pelo valor correto, ficando obrigado a enviar Carta de Correção ao remetente, visada pela Repartição Fiscal. Situação muito comum, devido a erro do remetente no momento de emitir a nota. Caso o destinatário receba nota fiscal com destaque do ICMS maior do que o devido, não pode se creditar desse valor, sob pena de estorno e multa. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 9 Exemplo: Se um atacadista de Brasília remete produtos de cesta básica no valor de 200 para o Supermercado Chico Lopes, calculando o ICMS pela alíquota de 25%, e destacando imposto de 50, o contador do mercadinho não pode escriturar o total desse crédito. Poderá apropriar-se apenas de 14, dado que a alíquota vigente para as mercadorias em questão é 7%. Professor, contribuinte erra a favor da Fazenda? Sim, meus caros, erra. E muito. Escrituração da correção Os registros de acerto serão feitos diretamente no RAICMS (Registro de Apuração do ICMS), nos campos "Outros Créditos" ou "Outros Débitos", conforme o caso. A escrituração de crédito será efetuada pelo seu valor nominal e no período em que se verificar a entrada. Quando se tratar de mercadoria importada, o imposto pago pelo importador ou pelo arrematante poderá ser escriturado no período de apuração em que tiver ocorrido o seu recolhimento, ainda que a entrada efetiva da mercadoria se verifique em período seguinte. O aproveitamento do crédito condiciona-se à comunicação à repartição fiscal quando: � o documento fiscal for escriturado com atraso; � o crédito fiscal não tenha sido apropriado quando da escrituração. Para aproveitamento de crédito o produtor rural optante pela equiparação a comerciante ou industrial deverá lançar no RAICMS o crédito relativo ao estoque inventariado, desde que as entradas não tenham gerado crédito anteriormente. Esse crédito ocorre no momento da opção pela equiparação. Os créditos de entradas destinadas ao ativo permanente serão objetode lançamento adicional no Controle de Crédito do Ativo Permanente - CIAP. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 10 Outros casos O contribuinte poderá creditar-se, independentemente de requerimento, do imposto debitado por ocasião da saída da mercadoria, nas hipóteses de: � devolução de mercadoria, em virtude de garantia ou troca; � retorno de mercadoria por qualquer motivo não entregue ao destinatário; � retorno de mercadoria remetida para operação fora do estabelecimento sem destinatário certo. Considera-se entrada a mercadoria ou bem que, sem transitar pelo estabelecimento: � sejam depositados por sua conta e ordem em armazém geral ou depósito fechado; � sejam alienados; � sejam remetidos diretamente a outro estabelecimento, próprio ou de terceiro, por qualquer motivo. 1.2 – Crédito do ativo permanente Para crédito decorrente de entrada no estabelecimento de mercadorias destinadas ao ativo permanente, deverá ser observado o seguinte: � a apropriação será feita à razão de 1/48 por mês, devendo a primeira fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento; � a apropriação da primeira fração fica postergada para o mês em que ocorrer o início efetivo das atividades, se este for posterior ao do recebimento da mercadoria; � a apropriação de fração mensal será postergada se inexistirem operações de saída no período de apuração a que se referir; � em cada período de apuração, não será admitido o creditamento em relação à proporção das saídas isentas, com base de cálculo reduzida ou não-tributadas sobre o total das operações de saída; � o montante do crédito a ser apropriado será obtido multiplicando-se o valor total do respectivo crédito pelo fator igual a 1/48 da relação entre o valor das saídas tributadas e o total das saídas do período; Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 11 � equiparam-se às tributadas as saídas e prestações com destino ao exterior e as saídas de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos; O quociente de 1/48 será proporcionalmente aumentado ou diminuído, pro rata die, caso o período de apuração seja superior ou inferior a um mês. Haverá controle em separado desses valores. Ao final do 48º mês da entrada do bem no estabelecimento, o saldo remanescente do crédito será cancelado. Também pode ser apropriado dessa forma o crédito fiscal relativo ao serviço de transporte da mercadoria destinada ao ativo permanente. Na transferência desses bens a estabelecimento do mesmo contribuinte ou transformação, fusão, cisão, incorporação ou venda de estabelecimento ou fundo de comércio, o destinatário sub-roga se nos direitos e obrigações relativos ao crédito fiscal, em valor proporcional ao que faltar para completar o prazo de quatro anos. Exemplo: Empresa comercial adquire caminhões para transporte de mercadorias que serão entregues a seus clientes. Os dados da operação e da apuração da empresa são os seguintes: ICMS destacado nas notas de entrada dos caminhões 480 Emissão da nota fiscal: janeiro/2014 Entrada dos caminhões na empresa: março/2014 Saídas internas tributadas em março: 1500 Saídas internas isentas em março: 600 Saídas para exportação em março: 300 Saídas para armazém geral em março: 300 Vamos lá! Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 12 O primeiro passo é descobrir o valor passível de apropriação mensal, que equivale a 1/48 do imposto destacado na entrada. Valor a ser apropriado = 480/48 = 10 por mês, no máximo Contudo, a empresa não poderá simplesmente se creditar desse valor. Temos que encontrar a proporção entre saídas tributadas e saídas totais do período. Vamos considerar o período de março, pois foi nele que os caminhões entraram na empresa. Saídas tributadas = 1500 + 300 = 1800 A exportação entra no total das saídas tributadas, bem como entrariam vendas de livros. Saídas totais = 1500 + 600 + 300 = 2400 A remessa pra AG não entra nesse cálculo. Agora temos como calcular o valor a ser creditado em março. Crédito permitido = 10 x (1800/2400) = 7,50 Pois bem. 75% das saídas da empresa foram tributadas, logo, ela vai se creditar de 75% do valor a que teria direito naquele mês a título de crédito do ativo permanente. Se todas as saídas fossem tributadas, poderia se creditar de 10. Se nenhuma saída fosse tributada, não teria direito a crédito algum. Mas esse valor ela recupera no futuro? Não! Esses 2,50 que não foram utilizados nesse mês estão perdidos. Nunca mais serão recuperados. Passados os 48 meses, o crédito que sobrar é cancelado. O contribuinte estava se creditando de 1/48 avos. Se vender o imobilizado antes de terminar os quatro anos, não pode mais se creditar. Claro, não? Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 13 1.3 – Vedação ao crédito Não dão direito a crédito as entradas: � resultantes de saídas isentas ou não tributadas; � que se refiram a bens, mercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento; � quando a saída subsequente não for tributada ou estiver isenta do imposto, exceto as destinadas ao exterior; � para integração ou consumo no processo de industrialização ou produção rural, quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto, exceto se tratar de saída para o exterior; � quando o contribuinte: � tenha optado por regime de abatimento de percentagem fixa; � esteja enquadrado como microempresa, feirante ou ambulante; � quando as operações do contribuinte estiverem fora da incidência do ICMS. Presumem-se alheios à atividade do estabelecimento, exceto se diretamente vinculados aos seus objetivos: � os veículos de transporte pessoal e as mercadorias ou os serviços utilizados na sua manutenção; � as mercadorias ou serviços destinados a benefícios sociais de funcionários e seus dependentes, inclusive transporte e alimentação; � as obras de arte; � os artigos de lazer, decoração e embelezamento; � os serviços de televisão por assinatura; � os materiais e equipamentos utilizados na construção de imóveis. Se a operação anterior for isenta ou não tributada, não houve imposto cobrado. Por óbvio, não deve haver crédito, mesmo que inadvertidamente destacado em nota. Nas entradas de mercadorias alheias à atividade, é natural que a nota venha com ICMS destacado, mas este não poderá ser apropriado. Confaz poderá dispor que não se aplique, no todo ou em parte, a vedação ao crédito no caso de saídas isentas ou não tributadas. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 14 É vedada a apropriação de crédito do imposto destacado em documento fiscal: � idôneo, que: � indicar destinatário diverso daquele que o registrar; � não for a primeira via,exceto quanto à Nota Fiscal Eletrônica; � inidôneo, exceto se apresentada prova de inexistência de prejuízo à Fazenda. Exemplos: Indústria Farmacêutica comprou substâncias químicas com isenção, para produção de remédios. Não pode haver crédito de ICMS, mesmo que, indevidamente, haja destaque na nota. Editora comprou papel imune (sim, temos papel não imune) para impressão de livros. Não pode haver crédito de ICMS. Vamos falar mais um pouco sobre esse caso: Se a editora adquire papel de indústria, em operação imune. Quem o vendeu não destacou ICMS, pois não houve tributação. Logo, não há crédito a ser aproveitado. Na remota hipótese de haver indicação de imposto nessa nota, ele não poderá ser apropriado pela editora, pois a operação de venda é imune. Já a indústria que vende papel com imunidade, não precisa estornar eventuais créditos obtidos no processo produtivo. Se uma distribuidora compra papel da indústria, sem saber para quem vai revender, temos uma operação com tributação normal. Se ela revender para uma empresa de jornais, não destacará ICMS, e não terá que estornar o crédito da entrada. Empresa de telefonia compra veículo para ser utilizado por seu diretor. Não há crédito de ICMS. Metalúrgica compra minério para produzir peças que serão vendidas com isenção. Como já sabe que a saída será isenta, não vai se creditar do imposto destacado na nota de entrada. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 15 A mesma metalúrgica comprou 100 barris de óleo que serão utilizados da seguinte forma: metade vai ser consumida no processo de industrialização das peças isentas, em uma máquina que o utiliza para lubrificar guias de corte. A outra metade vai ser utilizada para manutenção de alguns motores. Em nenhum dos casos o crédito poderá ser admitido, mas por motivos diferentes: � o óleo da manutenção nunca pode ter seu crédito utilizado. � o óleo consumido no processo industrial poderia ter seu crédito aproveitado se a saída fosse tributada, mas como será isenta, não pode haver apropriação. Distribuidora de cestas básicas compra alimentos para preparar cestas que serão vendidas com isenção para programa da Prefeitura. Como já sabe que a saída será isenta, não vai se creditar do imposto destacado na nota de entrada. 1.3.1 – Vedação na entrada para uso ou consumo É vedada a apropriação dos créditos relativos à utilização de serviços ou à entrada de bens para uso ou consumo, correspondentes à razão entre a soma das saídas isentas ou não tributadas e o total das saídas realizadas no mesmo período. Essa limitação é similar àquela que vimos na apropriação do crédito referente à entrada de ativo permanente. Somente será permitido o crédito de ICMS referente a entrada de mercadorias destinadas ao uso ou consumo, a partir de 1º de janeiro de 2020. Ou seja, atualmente, não há direito a crédito na entrada de material destinado a uso ou consumo. Essa data de 2020 já foi prorrogada cinco vezes. Não pode ser creditado O ICMS destacado em notas de entrada de material para uso ou consumo. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 16 1.4 – Ineficácia do crédito A ineficácia aplica-se às operações alcançadas por benefícios concedidos, por outras unidades da Federação, em desacordo com o Confaz . Este é o dispositivo que permite ao fisco brasiliense efetuar a glosa dos créditos irregulares oriundos de guerra fiscal. O destinatário brasiliense, recebendo mercadorias ou serviços nessas condições, não deverá se creditar do imposto total. Se o fizer, estará sujeito a multa e terá que estornar o valor. É ineficaz a parcela do crédito excedente, incentivada, beneficiada ou favorecida, decorrente de aquisição interestadual de mercadoria ou serviço, em que a unidade federada de origem tenha: � fixado base de cálculo (BC) em valor superior ao estabelecido em Lei Complementar ou em acordo firmado no Confaz; � deixado de observar o procedimento exigido em lei complementar para concessão de créditos presumidos e quaisquer outros incentivos, benefícios ou favores fiscais ou financeiro-fiscais com base no imposto. 1.4.1 - Glosa de crédito irregular Acabamos de ver que o direito ao crédito or i g i nado em notas de entrada de operações interestaduais pode ser limitado ao imposto comprovadamente pago à UF de origem. Essa situação pode ser verificada nos casos em que o remetente de outra UF goza de benefício irregular (não autorizado pelo Confaz) o qual, qualquer que seja a sua forma, reduz a carga tributária na origem. Exemplo: Indústria de Goiás é beneficiada por crédito outorgado no valor de 6% do ICMS devido em operações de saída interestadual. O benefício existe à revelia do Confaz. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 17 Essa Indústria remete mercadorias no valor de 100 para o Distrito Federal. Na nota de saída destacará 12. Só que, como possui o tal crédito outorgado, recolherá apenas 6 para Goiás. Chegando ao DF, a nota fiscal vem com 12 de crédito, e o destinatário brasiliense poderia creditar-se desse valor, caso a operação fosse regular. Porém, o valor efetivamente pago para Goiás foi de 6, e este é o valor cujo aproveitamento é permitido pelo destinatário. Se o fisco detectar crédito além desse valor, vai obrigar o estorno (glosa do crédito) e aplicar multa ao contribuinte brasiliense, por crédito indevido, oriundo de operações eivadas de vícios de guerra fiscal. O Distrito Federal limita o aproveitamento de crédito irregular transferido em operações interestaduais. É o que chamamos de “glosa”. 1.5 – ICMS destacado na entrada de energia elétrica O ICMS da entrada de energia elétrica no estabelecimento pode ser aproveitado como crédito quando a energia: � for objeto de operação posterior de saída de energia elétrica; � for consumida no processo de industrialização; � for consumida em atividade que resultar em operação ou prestação para o exterior, na proporção desta sobre as saídas ou prestações totais; � a partir de 1º de janeiro de 2020, nas demais hipóteses (não pode atualmente); Exemplos: Distribuidora adquire energia para revender. Pode aproveitar o crédito. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 18 Indústria Têxtil adquire energia elétrica para seus teares. Pode aproveitar o crédito. Indústria Têxtil adquire energia elétrica para seu escritório. Não pode aproveitar o crédito. Empresa de telecomunicações adquire energia para seu data center, no qual presta serviços de transmissão de dados via satélite para uma TV europeia. No período em questão, a empresa teve 150 de créditos de ICMS em notas de entrada de energia. A operação com a TV da Europa foi a única exportação de serviços, e representou 300 de faturamento. O total das operações da empresa de telecomunicações foi de 1000. Nessa situação, poderá creditar-se de parte do valordestacado das notas de entrada de energia, na seguinte proporção: 150 x (300/1000) = 45 Vamos aproveitar esse momento para resumir o caso da energia e do petróleo, e entender porque há crédito a ser aproveitado, mesmo com a não incidência na saída interestadual. Energia e petróleo Saída interestadual para comercialização ou industrialização - não incide na saída do remetente, incidirá nas saídas futuras, se realizadas em operações internas. Saída interestadual para uso ou consumo - não incide na saída do remetente, incidirá na entrada do território do estado destinatário. Saída em operação interna - incidência normal do imposto. Se uma usina geradora de energia de São Paulo vende energia para uma distribuidora no DF, não há incidência. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 19 Quando a distribuidora do DF vende essa energia para uma indústria de Brasília, ocorre a incidência normal do imposto (saída interna). Como não houve imposto debitado na saída de São Paulo, o imposto total fica para o DF. A indústria brasiliense poderá se creditar do ICMS referente à energia que foi adquirida para ser utilizada em seu processo produtivo. Reparem que, se parte dessa energia for utilizada nos escritórios, não poderá haver crédito sobre essa parcela. Se a distribuidora do DF vender essa energia para uma indústria de Goiás, a saída será sem incidência. 1.6 – ICMS destacado em serviços de telecomunicação O ICMS destacado no recebimento de serviços de comunicação pode ser creditado quando o serviço: � for utilizado na execução de serviços de mesma natureza; � tiver sua utilização resultando em operação de saída ou prestação para o exterior, na proporção desta sobre saídas ou prestações totais; � a partir de 1º de janeiro de 2020, nas demais hipóteses; (não pode) Empresa de tecnologia da informação adquire direito de utilização de rede sem fio para transmissão de dados, com intuito de utilizar essa rede para disponibilizar, na nuvem, aplicativo comercial que elaborou para rede de supermercados de Porto Alegre. Pode aproveitar o crédito do ICMS destacado na nota de entrada do serviço de rede. 1.7 – Outros casos de crédito Pode ser apropriado como crédito o ICMS comprovadamente pago, nas seguintes situações. Empresa importou material para revenda e pagou imposto no desembaraço aduaneiro. Pode se creditar do valor do ICMS pago. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 20 Empresa importou máquinas para seu parque industrial e pagou imposto no desembaraço aduaneiro. Pode se creditar do valor do ICMS pago, seguindo as regras do ativo permanente. Empresa adquiriu, em leilão, carros importados apreendidos. Pode se creditar do valor do ICMS pago. Indústria contrata transportadora que não emite conhecimento de transporte. Se a indústria recolher o ICMS devido no transporte, poderá se creditar desse valor. Atacadista brasiliense adquire de fabricante paulista um lote de mercadorias sujeitas ao regime de substituição tributária. Poderia haver convênio ou protocolo entre os estados para que o sujeito passivo fosse a indústria paulista, e ela, então, recolheria o imposto devido por substituição, nada mais havendo a creditar ou debitar até o final da cadeia. Se não há convênio ou protocolo para essa mercadoria, o destinatário brasiliense deve recolher antecipadamente, na entrada, o imposto devido pelas operações subsequentes. Nesse caso, ele calcula o valor devido e abate (credita-se) do valor do ICMS da operação interestadual. Vinícola vende carga de espumante para atacadista, que a devolve por erro no pedido. Na volta à vinícola, poderá ser feita nota de entrada, creditando-se o valor do ICMS que fora debitado na saída. Assinante de TV a cabo cancela a assinatura e devolve o equipamento. O ICMS porventura cobrado na remessa poderá ser creditado na volta. Empresa manda caminhão para fazer venda porta a porta de colchões, debitando o ICMS na saída. No retorno, pode creditar-se do ICMS referente aos colchões não vendidos. Empresa brasiliense contrata transportadora de São Paulo para levar material de Minas Gerais para Bahia. O ICMS sobre o transporte é devido ao local em que se inicia a operação, logo, o ICMS será devido a Minas Gerais. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 21 Quanto ao crédito, temos o seguinte: Sendo a empresa brasiliense contratante e pagadora do serviço, será dela o direito ao crédito do imposto, desde que o frete ocorra dentro de alguma dessas hipóteses: -destine-se a levar produtos que estejam em processo de industrialização, e em algum momento venham a ser objeto de saída posterior tributada, feita pela empresa brasiliense. -destine-se a levar produtos que estejam por ela sendo vendidos. Se o frete tivesse sido contratado pelo destinatário, seria dele o direito ao crédito, desde que estivesse adquirindo para industrialização, comercialização ou ativo permanente 1.8 – Estorno do crédito Deverá ser efetuado o estorno do imposto creditado, sempre que a entrada no estabelecimento vier a ser: � objeto de subsequente saída não tributada ou isenta, quando esta circunstância for imprevisível na data da entrada. Se a saída sem imposto for prevista, já não pode se creditar; Quando a mesma matéria prima for utilizada na fabricação de produtos tributados e não tributados, o estorno será proporcional à matéria prima empregada nos produtos não tributados � integrada ou consumida em processo de industrialização, quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto; Considera-se: � integrada ou consumida, a mercadoria, bem ou serviço, no período de apuração em que ocorreu a entrada; � produto resultante, o somatório das saídas verificadas no período considerado, inclusive aquelas não sujeitas ao imposto. � utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento; � objeto de deterioração, extravio, furto, perda, perecimento, roubo ou sinistro. O fato deve ser comunicado por escrito até o dia 10 do mês subsequente. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 22 � objeto de saída beneficiada com redução de BC, hipótese em que o estorno será proporcional à redução. Se a mercadoria se perder, não interessa o motivo, o crédito deverá ser estornado. Também deve ser estornado o crédito relativo ao serviço de transporte de mercadorias entradas para uso ou consumo do estabelecimento. Não serão estornados os créditos referentes a saídas para exportação ou saídas de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos. 1.8.1 - Determinação do valor a estornar Não sendo possível precisar a alíquota, aplicar-se-á a alíquota da operação preponderante, ou, na impossibilidade de identificá-la, a média das alíquotas vigentes para a entrada ao tempo do estorno. Se houver mais de uma aquisição e não for possível determinara qual delas corresponde à mercadoria, o estorno será feito sobre o preço da mais recente. A escrituração do estorno será feita no RAICMS. 1.9 – Créditos vedados ou estornados em operações anteriores O estabelecimento que promover operações tributadas poderá, no caso de saídas posteriores às isentas ou não tributadas, em que não houve aproveitamento do crédito, creditar-se do imposto cobrado nas operações anteriores às isentas ou não tributadas, como segue. � se não foi feito o crédito anterior por motivo de vedação, poderá creditar-se, sempre que a saída isenta ou não tributada tenha sido relativa a produtos agropecuários; Nesse caso o contribuinte poderá: � creditar se do ICMS referente aos insumos tributados e efetivamente utilizados na produção das mercadorias isentas ou não tributadas por ele adquiridas; OU Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 23 � aproveitar-se do equivalente a 1% do valor das entradas de produtos agropecuários não tributados. O aproveitamento do crédito fica condicionado à homologação. � se não foi feito o crédito anterior por motivo de vedação ou por estorno, poderá creditar-se sempre que as operações tributadas posteriores sejam referentes à mesma mercadoria. A apropriação do crédito deverá ser requerida à repartição fiscal, acompanhada da Nota Fiscal com destaque do imposto cobrado na operação anterior. O contribuinte poderá optar por aproveitar-se de 1% do valor das entradas anteriores, também mediante requerimento. Temos, então, duas situações em que operações tributadas, posteriores às saídas isentas, dão direito a credito do imposto cobrado nas operações anteriores às isentas ou não tributadas. Exemplos: Atacadista compra feijão tributado, e vende com isenção para uma indústria de alimentos, aproveitando benefício existente na lei. O atacadista não pode se creditar do valor destacado na nota de entrada desse feijão, e vai emitir nota de saída isenta, sem destaque. A indústria vai fazer latinhas de feijoada, e vendê-las com tributação normal. Nesse caso, poderá a indústria apropriar-se do crédito que estava na nota fiscal de entrada do feijão no atacadista. Distribuidora compra remédios com tributação normal, e vende com redução de BC para farmácia. A distribuidora não pode se creditar do valor destacado na nota de entrada dos remédios, na proporção equivalente à redução da BC, e vai emitir nota de saída com destaque de ICMS reduzido. A farmácia vende o remédio com tributação normal. Nessa situação, a farmácia poderá apropriar- se da parcela de ICMS destacada na nota de entrada na distribuidora, que não foi por ela aproveitada (além, é claro, de poder creditar-se do imposto destacado na nota de saída da distribuidora). Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 24 Produtor agrícola vende mercadoria tributada para atacadista, destacando 100 de ICMS. Atacadista vende essa mercadoria com isenção para um supermercado. Não vai destacar ICMS na venda, e não pode utilizar o crédito que veio na nota do produtor. O supermercado vende esse produto com tributação. Vai destacar o ICMS devido na nota, e pode se creditar daqueles 100 que foram destacados pelo produtor. Percebam que o supermercado não utilizou o crédito da entrada, pois não houve crédito. Ela teve que ir lá atrás na cadeia, recuperar o crédito da última operação tributada. 1.10 – Créditos de entrada para uso ou consumo A apropriação dos créditos relativos à utilização de serviços ou à entrada de bens para uso ou consumo, no período em que ocorrerem operações ou prestações isentas ou não tributadas, será proporcional à razão entre a soma das operações e prestações tributadas e o total de operações e prestações realizadas no mesmo período. Considera-se também isenta a parcela da operação ou prestação subsequente correspondente à redução de base de cálculo. Esse é apenas uma complementação do disposto no item 1.3.1. � veda-se o crédito na proporção das não tributadas sobre o total. � permite-se o crédito na proporção das tributadas sobre o total. 2 – Crédito Acumulado No estudo do ICMS temos que separar a figura do saldo credor apurado em GIA, que será automaticamente transferido para o período posterior, da figura do saldo credor acumulado. Crédito acumulado ocorre em situações nas quais a atividade do contribuinte ocorre de maneira tal que ele acaba por gerar saldo credor recorrente em sua apuração, pois não tem débitos suficientes para compensar. Dessa maneira ele nunca paga ICMS, e o Fisco dá-lhe algumas opções para utilizar esse crédito acumulado. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 25 As hipóteses mais comuns de saldo credor acumulado são as seguintes: � saídas com alíquota menor do que a da entrada; � saídas exportação; � saída isenta com permissão para manutenção do crédito da entrada; � saída com redução de BC, com permissão para manutenção do crédito da entrada; � importação com saída posterior interestadual com alíquota de 4% Devo pedir que fiquem atentos para não confundir dois termos que são muito usados no regulamento: � crédito fiscal (direito do contribuinte) � crédito tributário (direito da Fazenda) Os saldos credores acumulados poderão ser transferidos, a outro estabelecimento do contribuinte ou a terceiros, dentro do DF. As regras do DF a respeito dessa possibilidade de transferência são bastante simples, e vale a pena dar uma boa olhada. O saldo credor do ICMS acumulado, não prescrito, resultante de quaisquer operações ou prestações, e o crédito decorrente de repetição de indébito do ICMS, assim reconhecido por decisão definitiva judicial ou administrativa, podem ser: � imputados a qualquer estabelecimento do mesmo proprietário, no Distrito Federal, mediante emissão de nota fiscal, unicamente para efeitos de transferência de crédito e posterior comunicação à repartição fiscal; � transferidos, caso haja saldo remanescente, mediante emissão de nota fiscal, a qualquer contribuinte do Distrito Federal que, nos últimos 12 meses anteriores ao do pedido de transferência, tenha adquirido no mercado nacional ou importado bens destinados a seu ativo imobilizado em valores que totalizem, no mínimo, cinco vezes o valor do crédito a ser transferido, ficando a transferência condicionada a: Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 26 � prévia autorização do Fisco; � que o montante do crédito transferido seja compatível com o fluxo de entrada e de saída de mercadorias e, também, com o estoque do estabelecimento transmitente; � que, no caso de crédito fiscal decorrente de saldo credor acumulado, esse tenha sido apropriado até o último dia do ano- calendário anterior; � que os contribuintes envolvidos estejam em situação regular quanto ao cadastro fiscal e ao recolhimento dos tributos. No caso da transferência a terceiros, o crédito transferido poderá ser utilizado pelo destinatárioaté o limite de 5% do saldo devedor por ele apurado em cada período, a partir do período em que tenha ocorrido o recebimento do crédito. Considera-se recebido o crédito no período de apuração em que tenha sido autorizada a transferência. Fiquem atentos, pois a transferência a terceiros só pode ser feita depois de esgotada a possibilidade de transferir a estabelecimento do mesmo proprietário. Em qualquer caso, a transferência só pode ser feita dentro do DF. Somente poderá transferir, receber em transferência ou utilizar crédito acumulado, o estabelecimento que adotar o regime normal de apuração (RPA). A transferência de crédito para estabelecimento de outro titular será objeto de requerimento do transmitente. Secretário da Fazenda poderá suspender temporariamente a autorização da transferência, sempre que a arrecadação mensal do ICMS não atingir o limite de 97% de 1/12 avos da previsão de receita global do ICMS. Não se aplica a transferência de crédito acumulado: � ao imposto devido pelo destinatário do crédito na condição de substituto tributário; � aos contribuintes beneficiários de Programas de Apoio ou de Desenvolvimento ao Empreendimento Produtivo no Distrito Federal. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 27 3 – Débito fiscal Constituem débito fiscal: � a importância resultante da aplicação da alíquota prevista para a operação ou prestação sobre a base de cálculo (débito originado em destaque em documento fiscal); � o valor dos créditos estornados; (outros débitos) � o valor correspondente à diferença de alíquotas: (outros débitos) � nas entradas interestaduais de mercadorias ou bens destinados a uso, consumo ou ativo permanente; � nas entradas interestaduais de serviços, não vinculados a operações ou prestações subsequentes sujeitas ao imposto. Quando o imposto não vier destacado no documento fiscal ou o seu destaque vier a menor do que o devido, o contribuinte emitirá documento fiscal complementar, para lançamento do débito. Quando se verificar erro no imposto destacado, de que resulte imposto em valor superior ao devido: � se o pagamento já houver sido realizado, será requerida a restituição; � se o pagamento ainda não tiver sido realizado, serão feitas as correções na escrita fiscal. 4 – Formas de Apuração A apuração do ICMS devido ao DF pode ser feita de três formas. 4.1 – Regime de Apuração Normal (RPA) O regime de apuração normal consiste no cálculo do montante do imposto a recolher, mensalmente, o qual resultará da diferença, a maior, entre o devido nas operações e prestações tributadas com mercadorias ou serviços e o cobrado relativamente às operações e prestações anteriores. Ou seja, diferença a recolher entre débitos e créditos fiscais. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 28 O imposto será demonstrado e apurado em livros ou documentos fiscais. A apuração é de exclusiva responsabilidade do contribuinte, ficando sujeita a posterior homologação pela autoridade administrativa. O imposto a recolher será acrescido dos valores referentes a outros débitos, abatendo-se os valores relativos a outros créditos e saldo credor do período anterior, se houver. Em substituição ao RPA a Sefaz poderá: � determinar que o montante do imposto seja apurado: � por mercadoria ou serviço, no período; � por mercadoria ou serviço, por operação; � por estimativa fixa ou variável; � facultar ao contribuinte a opção pelo abatimento a título de crédito fiscal: � de percentagem fixa sobre o montante das entradas tributadas; � de percentagem fixa sobre o montante das saídas tributadas. As obrigações consideram-se vencidas na data em que termina o período de apuração e são liquidadas por compensação ou pagamento: � as obrigações consideram-se liquidadas por compensação até o montante dos créditos do período, acrescido do saldo credor de períodos anteriores; � se os débitos superarem os créditos, a diferença será paga no prazo fixado; � se os créditos superarem os débitos, a diferença será transportada. Débitos e créditos devem ser apurados em cada estabelecimento, compensando-se os saldos credores e devedores entre os estabelecimentos do mesmo sujeito passivo localizados no Distrito Federal. O saldo credor, o crédito a ser estornado, o aproveitamento de crédito e a apropriação do imposto recolhido a maior, serão também monetariamente atualizados. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 29 4.1.2 – Crédito fiscal presumido Os créditos presumidos (ou outorgados) dizem respeito a um valor de crédito que não necessariamente corresponderia ao real se fosse seguido o sistema regular de créditos e débitos. Em regra, confere-se ao contribuinte a opção de se creditar de um valor presumido em substituição ao aproveitamento de quaisquer outros créditos. Normalmente o valor do crédito presumido é calculado pela aplicação de uma determinada alíquota sobre o valor do imposto devido na operação. O regulamento brasiliense chama isso de crédito em percentagem fixa. Um caso de crédito presumido aprovado pelo Confaz é o das transportadoras que, no lugar de escriturar os créditos a que têm direito, podem se apropriar de crédito presumido equivalente a 20% do ICMS devido nas operações. Exemplo: Transportadora faz frete no valor de 1000, com ICMS devido de 120. Presume- se um crédito de 24 (20% de 120), e a transportadora, após apuração, recolhe ICMS apenas de: 120 – 24 = 96 Temos 153 casos de crédito fiscal presumido, por isso vamos apenas ver as disposições gerais. O valor total de apropriação de créditos fiscais presumidos, em cada período, fica limitado ao valor do imposto por devido antes da apropriação. Se a empresa devia 100 de ICMS, e tinha créditos presumidos de 120, o máximo que poderá apropriar será 100. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 30 4.2 – Regime de Estimativa O regime de estimativa: � será efetuado em função do porte ou da atividade do estabelecimento; � será calculado em relação a cada contribuinte; � observará critérios de análise de preço e de arbitramento de valores � será pago em parcelas periódicas. Poderá ser aplicado às seguintes hipóteses: � dificuldade na emissão de documento fiscal no momento da ocorrência do fato gerador, em virtude da natureza das operações e prestações; � suspeita de que os valores registrados não correspondam ao valor das operações ou prestações. Fica assegurado o direito de impugnar o lançamento por estimativa. O valor do imposto a recolher será estimado pelo Fisco, com base em dados declarados pelo contribuinte e em outros de que dispuser, podendo ser revisto anualmente. Ao final do período de estimativa de que trata este artigo, será feito o ajuste com base na escrituração regular do contribuinte, que pagará a diferença apurada, se positiva, ou a receberá em devolução, sob forma deutilização de crédito fiscal, se a ele favorável. A inclusão no regime de estimativa não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias. 4.3 – Regime de apuração por abatimento de percentagem fixa O regime poderá ser concedido: � para contribuinte mediante celebração de Termo de Acordo de Regime Especial; � para determinado setor de atividade econômica; � para determinada mercadoria ou serviço. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 31 O montante do imposto devido poderá ser determinado mediante a aplicação de percentual fixo sobre a receita bruta auferida, quando: � a alíquota interna prevista for superior à interestadual; � o contribuinte realizar operações com mais de uma mercadoria, tributadas com alíquotas diferentes nas operações internas. O regime não dispensa o contribuinte: � do pagamento do diferencial de alíquota; � do cumprimento das obrigações de substituição tributária, na condição de substituto ou substituído; � do cumprimento das demais obrigações. Considera-se receita bruta o somatório de todas as receitas operacionais de qualquer natureza auferidas pelo contribuinte. A receita bruta nunca poderá ser inferior ao custo dos produtos, mercadorias ou serviços, acrescido das despesas do estabelecimento. 5 – Lançamento por homologação Fica atribuído ao contribuinte o dever de, sem prévio exame pela autoridade fiscal, efetuar o pagamento do imposto apurado. O pagamento efetuado pelo contribuinte extingue o crédito tributário respectivo, sob condição resolutória de posterior homologação. Constatada pela autoridade fiscal omissão ou erro no procedimento adotado pelo contribuinte, será negada a homologação e efetuado o lançamento complementar da diferença apurada, juntamente com seus acréscimos legais. 6 – Compensação e Restituição A restituição dos valores pagos indevidamente a título de ICMS será efetuada mediante requerimento do contribuinte. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 32 Em substituição ao pedido de restituição, o contribuinte, após comunicação por escrito, poderá apropriar-se do imposto recolhido a maior em períodos anteriores, diretamente na conta gráfica. A apropriação: � não poderá ser efetuada em períodos anteriores ao da sua comunicação; � não implica o reconhecimento de sua legalidade. Os documentos que fundamentarem a apropriação ficarão à disposição do Fisco pelo prazo de cinco anos contados do primeiro dia do exercício subsequente àquele do efetivo aproveitamento. Vamos exercitar os conhecimentos? Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 33 Exercícios Resolvidos 1 – FCC 2013 Sefaz SP - Quando em um estabelecimento se realizam determinadas operações de entrada e saída de mercadorias, pode ocorrer que o valor dos créditos supere o valor dos débitos, resultando na formação de saldo credor de ICMS. Em algumas situações, a legislação considera que houve a geração de crédito acumulado; em outras situações houve simplesmente a formação de saldo credor, não passível de ser apropriado e utilizado como crédito acumulado. É uma hipótese passível de gerar crédito acumulado recebimento de mercadoria proveniente de: A) fornecedor brasiliense, para ser utilizada no processo produtivo, e subsequente saída do produto resultante com destino a cliente localizado no exterior. B) fornecedor brasiliense, para ser revendida, e subsequente saída para consumidor pessoa natural localizada no Amapá. C) fornecedor baiano, para ser revendida, e subsequente saída para cliente paranaense. D) fabricante brasiliense, com retenção antecipada do imposto, para ser revendida, e subsequente saída para varejista brasiliense. E) fornecedor mineiro, com retenção antecipada do imposto, para ser revendida, e subsequente saída para consumidor final brasiliense. Letra A, correta. Se compro matéria prima dentro do estado, produzo e exporto, terei crédito acumulado, pois fazendo uma operação de saída não tributada em que é permitida a manutenção do crédito da entrada. Letra B, errada. Estou comprando com alíquota de 17% e revendendo com a mesma alíquota. Isso não vai gerar crédito acumulado. Lembrem-se de que a saída interestadual com destino a não contribuinte é tributada com alíquota interna. Letra C, errada. Estou comprando com alíquota de 12% e revendendo com alíquota de 12%. Não haverá geração de crédito acumulado. Letras D e E, erradas. Ainda estudaremos isso na aula de ST. Mercadoria remetida com ST já vai com o imposto recolhido até o final da cadeia. Não há direito a crédito na entrada no substituído e nem destaque de débito na revenda. Na ST, todo o imposto se resolve na operação do substituto. Gaba: A Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 34 2 – FCC 2013 Sefaz SP – O crédito acumulado, após devidamente apropriado, conforme previsto no RICMS/DF, poderá ser utilizado para A) imputação a qualquer estabelecimento do mesmo proprietário dentro do Distrito Federal. B) pagamento de imposto devido pelo destinatário do crédito na condição de substituto tributário. C) transferência a qualquer contribuinte do Distrito Federal que, nos últimos 12 meses anteriores ao do pedido de transferência, tenha adquirido no mercado nacional ou importado bens destinados a seu ativo imobilizado em valores que totalizem, no mínimo, cinco vezes o valor do crédito a ser transferido, mesmo que haja possibilidade de imputação a outro estabelecimento do cedente. D) transferência para outro estabelecimento do mesmo titular, localizado no Distrito Federal. E) imputação para outro estabelecimento do mesmo titular, localizado outro Estado. Letra A, correta. Letra B, errada. Se fosse máquina, equipamento ou caminhão, veículo para uso nas atividades da empresa não haveria problema. Letra C, errada. Se houver possibilidade de imputação do crédito a outro estabelecimento do mesmo titular, esta deverá ser feita antes de qualquer transferência para terceiros. Letra D, errada. Pode ser imputado (e não transferido) crédito para estabelecimento do mesmo titular situado no DF. Letra E, errada. Pode ser imputado crédito para estabelecimento do mesmo titular situado no DF. Gaba: A 3 – FCC 2009 Sefaz SP - Com frequência, estabelecimentos apresentam saldo credor do imposto quando, em sua conta gráfica, o total dos créditos for superior ao total dos débitos, em determinado período de apuração. Esses créditos podem ser considerados créditos acumulados ou créditos simples ou Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 35 saldo credor. Considere que, em todas as seguintes situações hipotéticas, os créditos foram maiores do que os débitos. I. Indústria de celulose de Suzano-SP vende papel destinado à fabricação de apostilas para concurso a umaeditora sediada em Piracicaba-SP. II. Atacadista de louças e porcelanas de Santos-SP vende azulejos a preços promocionais para empresa de construção civil de Niterói-RJ. III. Loja de armarinhos de Campinas-SP, em grande liquidação de estoque, vende camisas a 90% do preço de custo. IV. Mineradora exporta ferro fundido ao exterior. V. Atacadista do Gasômetro (São Paulo-SP) vende madeiras compensadas para loja de Campo Grande-MS. É correto afirmar que trata-se de: A) créditos simples o que se afirma apenas nos itens I, II e III. B) créditos acumulados o que se afirma apenas nos itens I, II, IV e V. C) créditos acumulados o que se afirma apenas nos itens I, IV e V. D) créditos simples o que se afirma apenas nos itens II, III e V. E) créditos acumulados o que se afirma apenas nos itens II, IV e V. Vamos analisar as situações: I – Venda de papel imune com manutenção do crédito. Crédito acumulado. Existem diversos julgamentos do STF ampliando a interpretação da palavra "livro" para outros meios que possam transmitir cultura e informação. Em um deles, especificamente, fala-se em extensão da imunidade para as apostilas (RE 183403, salvo melhor juízo). Para que se tenha uma ideia, até os álbuns de figurinhas da copa são imunes ao ICMS. Devemos analisar a questão da prova e ver o que o examinador está querendo: literalidade ou jurisprudência. Quase sempre é a literalidade. II – Venda interestadual, mas com alíquotas iguais, pois a Construtora não é contribuinte do imposto, e a remessa será com a alíquota interna. Crédito simples. III – Venda interna com tributação normal. Crédito simples. IV – Exportação com manutenção do crédito. Crédito acumulado. V – Venda interestadual com alíquotas diferentes. Crédito acumulado. Gaba: C Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 36 4 – FCC 2009 Sefaz SP – Sobre o tratamento do crédito acumulado no DF, é incorreto dizer que: A) a transmissão a terceiros depende de autorização do Fisco brasiliense. B) os contribuintes envolvidos na transferência devem estar em situação regular quanto ao cadastro fiscal e ao recolhimento dos tributos. C) pode ser transferido o crédito acumulado não prescrito, resultante de quaisquer operações ou prestações e decorrente de repetição de indébito do ICMS. D) na transferência a terceiros, o crédito transferido poderá ser utilizado pelo destinatário até o limite de 5% do saldo devedor por ele apurado em cada período. E) a transmissão a estabelecimentos do mesmo proprietário depende de autorização do Fisco brasiliense. Todas corretas, com exceção da letra E. Na transferência a estabelecimentos do mesmo proprietário não é necessária autorização, apenas é exigida a comunicação posterior ao Fisco. Gaba: E 5 – FCC 2009 Sefaz SP - Com base nos arts. 7o, 8o e 10 da Lei Complementar no 87/96, para efeitos da exigência ou da restituição do imposto por substituição tributária, é INCORRETO afirmar: A) A entrada de mercadoria ou bem no estabelecimento do adquirente, ou em outro, por ele indicado, será considerada também como fato gerador do imposto. B) Na operação interestadual com combustíveis derivados de petróleo, destinada a consumidor final, o imposto será devido ao Estado onde estiver localizado o remetente e pago pelo adquirente. C) O contribuinte substituído poderá se creditar, em sua escrita fiscal, do valor do imposto pago a maior, obedecidas as condições do regulamento. D) O imposto a ser pago, em relação às operações subsequentes, corresponderá à diferença entre o valor resultante da aplicação da alíquota prevista para as operações ou prestações internas do Estado de destino, sobre a respectiva base de cálculo, e o valor do imposto devido pela operação ou prestação própria do substituto. E) O imposto devido em razão de diferimento será pago pelo responsável, quando da entrada ou recebimento da mercadoria ou da saída subsequente por Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 37 ele promovida ou qualquer outra saída ou evento que impossibilite a ocorrência do fato determinante do pagamento do imposto. A letra B está errada. Na operação interestadual com combustíveis derivados de petróleo, destinada a consumidor final, o imposto será devido ao Estado onde estiver localizado o destinatário e pago pelo adquirente. As demais estão corretas, e devem ser estudadas e entendidas. Letra A, estudamos na aula 01, hipóteses de incidência. Letras C e D serão estudadas na próxima aula. Letra E, correta. Produtor rural vende com diferimento para comerciante. Não recolhe o imposto, que fica diferido para o momento da entrada no adquirente, ou para o momento da saída do adquirente, dependendo do caso. Também há situações em que o imposto fica diferido para o momento da venda para consumidor final. Supondo que essa mercadoria, vendida pelo produtor com diferimento para o momento da saída subsequente, venha a perecer no depósito do comerciante. Nesse caso, não haverá saída. Logo, o comerciante deverá recolher o imposto devido pelo produtor na operação anterior, ou seja o imposto que havia sido diferido. Gaba: B 6 – FCC 2009 Sefaz SP - O Agente Fiscal de Rendas, em cumprimento a uma ordem de fiscalização, averiguou que o estabelecimento fiscalizado havia cometido diversas irregularidades relativas ao crédito do imposto. A autoridade fiscal, ao lavrar o auto de infração, NÃO deverá reclamar o valor indevidamente creditado, mas tão somente o da multa, ao deparar com crédito do imposto A) efetuado a título de correção monetária de valores de supostas operações ocorridas durante o período inflacionário de 1973, com base em planilha elaborada por empresa de consultoria. B) com suporte em documento emitido por contribuinte não localizado, que não correspondia à entrada de mercadoria no estabelecimento, nem à aquisição de sua propriedade. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 38 C) recebido em transferência, decorrente de escrituração de documento inidôneo. D) decorrente da entrada de mercadoria no estabelecimento, acobertada por documento inidôneo. E) decorrente de escrituração de documento que não corresponder à entrada de mercadoria no estabelecimento ou à aquisição de sua propriedade. Muito bem! Todas as alternativas trazem situações de crédito indevido, e serão objeto de multa a ser lavrada pela autoridade tributária. Contudo, no caso da letra C, será exigida apenas multa. A operação de transferência será considerada inexistente e crédito estornado. O crédito original não era de responsabilidade do estabelecimento fiscalizado, e sim do estabelecimento cedente. Tal crédito será exigido do cedente, juntamente com as multas cabíveis. Gaba: C 7 – FCC 2009 Sefaz SP - Com base nos ditames da legislação do ICMS, diferimento é: A) uma espécie de suspensão do pagamento do imposto. Nele, ocorre a postergação do momento do lançamento do ICMS, mas não se altera a pessoa responsável pelo seu pagamento. Não se trata de benefício fiscal, portanto prescinde de autorização por convênio do CONFAZ. B) uma medida adotada pelo fisco para facilitar o controle daarrecadação e fiscalização do pagamento do imposto. Nele, ocorre a isenção do imposto em determinadas etapas iniciais da circulação da mercadoria, postergando a incidência do ICMS. Portanto, faz-se necessária autorização mediante convênio do CONFAZ. C) a transferência da responsabilidade tributária do ICMS para um contribuinte que participe de uma etapa subsequente da circulação da mercadoria. Não caracteriza benefício fiscal, não necessitando, portanto, de convênio do CONFAZ para sua instituição. D) um benefício fiscal que necessita de autorização, mediante convênio do CONFAZ, para sua legitimação. No diferimento, ocorre uma postergação do momento do pagamento do ICMS, transferindo-se a responsabilidade para um substituto tributário. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 39 E) usado pelos Estados para facilitar o controle e a arrecadação do ICMS. Nele, o momento do lançamento do imposto é postergado, mas não é alterada a responsabilidade pelo pagamento. Trata-se de benefício fiscal que depende de autorização mediante convênio do CONFAZ. Letra A, errada. Diferimento não se confunde com suspensão. Na suspensão ocorre o fato gerador, e muda-se o momento do pagamento do imposto, sem a transferência de responsabilidade. No diferimento adia-se o fato gerador e a responsabilidade é transferida. Vimos que é uma forma de substituição tributária. No regulamento brasiliense existe a peculiar figura do diferimento sem substituição. Letra B, errada. Diferimento não é isenção, o imposto será pago de qualquer forma. Letra C, correta. Letra D, errada. Diferimento não é benefício fiscal, não precisa de Confaz. Letra E, errada. Diferimento não precisa de Confaz. Na maioria das vezes trata-se de substituição. Gaba: C 8 – FCC 2010 Sefaz RO - O contribuinte ou responsável não terá direito à restituição no caso de A) reforma de decisão condenatória. B) cobrança ou pagamento espontâneo de imposto indevido ou maior que o devido, em face da Legislação Tributária aplicável ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido. C) anulação ou rescisão de decisão condenatória. D) erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento efetuado. E) crédito tributário pago, que tenha sido reclamado pelo fisco em Auto de Infração. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 40 Nas hipóteses descritas nas letras A, B, C e D, o contribuinte tem direito a restituição, ou compensação. Estudem-nas. No caso da Letra E, feita a autuação e pago o imposto nela requerido, não há direito a restituição. Por óbvio, em atendimento ao princípio da não cumulatividade, o contribuinte poderá se creditar do valor pago a título de imposto (só a parte do imposto) requerido em auto de infração. Trata-se de crédito fiscal, e não de hipótese de restituição ou compensação. Gaba: E 9 – FCC 2013 Sefaz SP - Conforme a Constituição Federal de 1988, quando se trata de ICMS, os incentivos e benefícios fiscais devem ser concedidos ou revogados mediante deliberação dos Estados, na forma prevista em lei complementar. Considerando o disposto na Lei Complementar 24/1975, e no Regulamento do ICMS, considere: − A empresa Bebidas S.A. possui três estabelecimentos. O estabelecimento A, atacadista, localizado em Brasília, recebe mercadorias dos demais estabelecimentos, B e C, e as vende. O Estabelecimento B, localizado no Estado “I”, é importador. O Estabelecimento C, localizado no Estado "II", é industrial e utiliza insumos nacionais para fabricar os produtos que transfere ao Estabelecimento A. − No Estado “I”, o estabelecimento B está sujeito a uma alíquota de 12% na importação. Todavia, ele aderiu ao programa especial pro importe e, assim, paga o valor do ICMS relativo à importação mediante lançamento a débito em conta gráfica. Além disso, por ocasião da apuração mensal, o valor do ICMS relativo às operações de saída interestaduais pode ser pago da seguinte forma: 10% à vista e 90% a prazo, em 120 parcelas mensais sem juros. Mas ele optou por liquidar antecipadamente as parcelas, com desconto de 80%, conforme permitido no pro importe. − No Estado “II”, o estabelecimento C aderiu ao programa especial pro fabrique e recebe um crédito outorgado de ICMS de 11% nas saídas interestaduais. Considere, ainda, que os programas especiais pro importe e pro fabrique são relacionados diretamente às operações tributadas pelo ICMS, mas não foram aprovados pelos Estados nos termos da Lei Complementar 24/1975, que tal fato é de conhecimento público e que as remessas de B e C para A estão sujeitas à alíquota interestadual de 12%. Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 41 O estabelecimento A, ao receber mercadoria para revenda proveniente do estabelecimento B, no valor de R$ 1.000,00, e mercadoria proveniente do estabelecimento C, no valor de R$ 2.000,00, e atendidos aos requisitos, pode se creditar de ICMS, respectivamente, no valor de: A) R$ 12,00 e R$ 240,00. B) R$ 33,60 e R$ 20,00. C) R$ 120,00 e R$ 240,00. D) R$ 120,00 e R$ 20,00. E) R$ 12,00 e R$ 20,00. Turma, vamos a uma questão sobre benefícios concedidos à revelia do Confaz, inconstitucionais, portanto. Já sabemos que, nesse caso, o DF proíbe o crédito pelo destinatário dos valores destacados em operações interestaduais que não foram efetivamente recolhidos pelo remetente em sua UF. Vamos ver o item I. B vendeu para A. Em sua UF, B tem alguns benefícios irregulares. Primeiro ponto: não há nada de errado no fato de B poder pagar o imposto de importação por meio de débito em conta fiscal. Todo valor debitado em conta fiscal (ou gráfica) considera-se cobrado, e será recolhido na apuração. Na operação de 1000, o imposto devido seria 120. Quanto B efetivamente recolheu? 10% recolheu à vista = 12 Ficaram faltando (120 -12) = 108 Desses 108, B obteve um desconto de 80%, por pagar à vista as parcelas. Logo, recolheu mais (108 x 20%) = 21,60 Total efetivamente pago por B = 12 + 21,60 = 33,60 Esse é o valor que poderá ser creditado pelo destinatário brasiliense. Vamos ver o item II. C vendeu para A. Em sua UF, C tem alguns benefícios irregulares. Na operação de 2000, o imposto devido seria 240. Quanto C efetivamente recolheu? A alíquota é de 12%, mas C tem um crédito outorgado de 11% Então temos o seguinte: Crédito outorgado 11%: 220 Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 Professor Marcelo Seco www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 42 Imposto recolhido 1%:20 Total efetivamente pago por C = 20 Esse é o valor que poderá ser creditado pelo destinatário brasiliense. Gaba: B 10 – FCC 2014 Sefaz RJ - Em relação à legislação do ICMS do Distrito Federal, é INCORRETO afirmar: A) O diferimento é uma forma de substituição tributária das operações antecedentes e o responsável se localiza em uma das etapas posteriores àquela que é objeto do instituto,
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