Buscar

ICMS DF legtributaria AUD marcelo Aula 03

Prévia do material em texto

Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 1
 
 
 
Olá, turma! 
Vamos que vamos! Hoje trataremos de crédito fiscal, apuração compensação e 
outros assuntos. Deixei substituição tributária para a próxima aula, pois esta 
ficaria com tamanho exagerado se eu incluísse o tema. Suspensão já foi 
incluída na aula passada. 
Galera, nesta aula, quando eu falar em nota ou nota fiscal, estarei falando de 
documentos fiscais em geral. Quando falar em saída ou entrada, estarei 
falando em operação com mercadoria e prestação de serviço, 
 
Adiante! 
Nosso objetivo será garantir a maioria dos pontos em legislação na prova 
objetiva, e para isso é que trabalharei com vocês. Temos que trabalhar 
durante as aulas com uma meta de 90% de acertos nas questões para que, na 
prova, obtenhamos entre 75% e 80%. 
 
Meus caros, não existe o impossível quando o resultado depende apenas de 
você. E esse é o nosso caso!!! Dedicação, motivação e tranquilidade. É disso 
que precisamos. 
 
 
 
Nada é tão difícil que, com coragem, não possa 
ser conquistado! 
Júlio César 
 
 
 
Aula 03 – ICMS – Crédito Fiscal, Apuração, Compensação 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 2
Estamos na aula 03 e, ao final do curso, eu pretendo que vocês estejam 
prontos e seguros para DESTRUIR a sabatina de Legislação do DF. 
 
 
 
 
 
Aula Conteúdo 
00 
Perfil Constitucional dos Tributos Distritais (CF 1988). 
Leis Complementares de Interesse para os Tributos Distritais. 
Lei Orgânica do Distrito Federal (Título IV - Da Tributação e do 
Orçamento do Distrito Federal). 
01 
ICMS - Lei nº 1.254/96 e Decreto nº. 18.955/97: Hipóteses de 
incidência, momento da ocorrência do fato gerador, local da 
operação e da prestação. 
02 
ICMS - Lei nº 1.254/96 e Decreto nº. 18.955/97: Isenção, não 
incidência, contribuinte, responsável, base de cálculo, alíquota, 
crédito fiscal, apuração e pagamento do imposto. 
03 
ICMS - Lei nº 1.254/96 e Decreto nº. 18.955/97: Substituição 
tributária, suspensão, transferência de saldo credor, 
compensação, restituição. 
04 
ICMS - Lei nº 1.254/96 e Decreto nº. 18.955/97: Inscrição, 
documentos fiscais, livros fiscais, guias informativas, equipamento 
emissor de cupom fiscal, equipamento de processamento 
eletrônico de dados, regimes especiais e demais obrigações do 
contribuinte e de terceiros. 
05 
IPVA - Lei nº. 7.431/85 e Decreto nº. 16.099/94: Fato gerador; 
hipóteses de incidência; não incidência; isenção; contribuinte; 
responsável; inscrição; base de cálculo; alíquota; obrigações dos 
contribuintes. 
06 
ITCD - Lei nº. 10/88 e Decreto nº. 16.116/94: Fato gerador; 
hipóteses de incidência; não incidência; isenção; contribuinte; 
responsável; base de cálculo; alíquota; obrigações dos 
contribuintes e de terceiros. 
07 
ISS – LC 116/03, Lei Complementar DF nº. 687/ 2003 e Decreto 
nº. 25.508/2005: Hipóteses de incidência, momento da ocorrência 
do fato gerador, local da operação e da prestação. 
08 
ISS – LC 116/03, Lei Complementar DF nº. 687/ 2003 e Decreto 
nº. 25.508/2005: Isenção, não incidência, contribuinte, 
responsável, base de cálculo, alíquota, crédito fiscal, apuração e 
pagamento do imposto. 
09 
IPTU - Decreto nº. 28.445/2007: Fato gerador; hipóteses de 
incidência; não incidência; isenção; contribuinte; responsável; 
inscrição; base de cálculo; alíquota; obrigações dos contribuintes. 
10 
ITBI - Lei nº. 3.830/2006 e Decreto nº. 27.576/2006: Fato 
gerador; hipóteses de incidência; não incidência; isenção; 
contribuinte; responsável; inscrição; base de cálculo; alíquota; 
obrigações dos contribuintes 
Nossas Aulas 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 3
 
11 
Simples Nacional LC 123/2006: I – Disposições Preliminares; II - 
Da Definição de Microempresa e de Empresa de Pequeno Porte; III 
- Da Inscrição e da Baixa; IV – Dos Tributos e Contribuições; XI – 
Das Regras Civis e Empresariais; XIV - Disposições Finais e 
Transitórias). 
12 
Taxa de Limpeza Pública - TLP Lei nº. 6.945/81. 
Contribuição de Iluminação Pública 
13 Processo Administrativo Fiscal - Decreto Nº 33.269/2011. 
14 
Código de ética dos servidores da carreira auditoria tributária - Lei 
Distrital nº 845/1994 
15 
Código Tributário do Distrito Federal (LC DF nº. 4/94). 
Parcelamento de créditos de natureza tributária e não tributária 
(LC DF nº. 432/2001). Atualização monetária dos créditos de 
natureza tributária e não tributária (LC DF nº. 833/2011). 
Decreto-Lei nº. 82/66, no que couber, em conformidade com a LC 
DF nº 4/94 (disposições vigentes aplicáveis ao IPTU e ao ISS). 
16 
LC 53/97 (Equipamento Emissor de Cupom Fiscal – ECF). Ajuste 
SINIEF 07/2005 (Nota Fiscal Eletrônica – NF-e). Decreto nº. 
26.529/ 2006 e Portaria SEF nº. 210/2006 (Livro Fiscal 
Eletrônico). Lei nº. 4.159/2008, Decreto nº. 29.396/2008 e 
Portarias SEF nºs 323/2008 e 113/2009 (Nota Legal). Lei nº. 
9.784/99, aplicável no Distrito Federal por força da Lei Distrital nº 
2.834/2001. 
17 Rumo ao dia da Prova: Resumo com os principais itens do edital. 
 
 
 
 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 4
 
 
Apresentação 1 
1 - Crédito Fiscal 5 
2 – Crédito Acumulado 24 
3 – Débito Fiscal 27 
4 – Apuração 27 
5 – Lançamento 31 
6 –Compensação e Restituição 31 
 
 
 
Exercícios Resolvidos 33 
Lista das Questões Apresentadas 53 
Gabarito 65 
 
Índice 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 5
1 - Crédito Fiscal 
 
Iniciamos com a definição clássica da não cumulatividade, sempre lembrada 
pelos examinadores. A não cumulatividade opera-se por meio da 
compensação, e os pilares desse sistema são o débito do imposto destacado 
na nota fiscal e aproveitamento do crédito fiscal, quando permitido. 
 
O imposto é não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada 
operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, com o montante 
cobrado nas anteriores por esta ou por outra unidade da Federação. 
 
Para a compensação é assegurado o direito de creditar-se imposto cobrado 
em operações de entrada, real ou simbólica, de bem, mercadoria ou serviço no 
estabelecimento, inclusive se destinados ao seu uso, consumo ou ativo 
permanente. 
 
Muito cuidado nesse ponto, pois o direito a créditos em entradas para uso ou 
consumo somente existirá a partir de 2020, e o regulamento brasiliense já 
trata todos os créditos como possíveis, indicando essa data apenas ao final do 
texto, no dispositivo que trata da vigência. 
 
O que existe hoje é a autorização para crédito limitado a determinadas 
entradas para uso ou consumo. Veremos essas situações adiante. 
 
Considera-se crédito fiscal a importância resultante do produto da alíquota 
sobre a base de cálculo da operação ou prestação de entradas, inclusive o 
diferencial de alíquota (somente para ativopermanente) e o imposto devido 
por substituição tributária referente às operações antecedentes (diferimento). 
 
Exemplos 
 
Em todos os seguintes casos pode haver aproveitamento do crédito do ICMS 
destacado na nota de entrada da mercadoria ou do serviço. 
 
� Supermercado compra para revender. 
� Indústria compra matéria prima. 
� Indústria compra embalagens. 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 6
� Loja compra para revender. 
� Transportadora compra diesel para caminhões. 
� Atacadista paga frete para levar entrega a seu cliente. 
� Fábrica brasiliense paga frete para transportadora paulista levar 
mercadoria de Santa Catarina até o Paraná, em fase de seu processo 
produtivo. 
� Fornecedora de rede para tráfego de dados contrata serviço para utilizar 
parte da rede de outra provedora de rede. 
� Provedora de armazenamento de dados compra equipamentos para seu 
centro de processamento. 
 
1.1 – Condições para o Crédito Fiscal 
 
O direito de crédito fiscal está condicionado à: 
� idoneidade da documentação; 
� escrituração nos prazos e condições; 
� escrituração no controle de crédito do ativo imobilizado (há 
previsão de controle em separado nesse caso); 
 
Nos casos de lançamento de ofício com base em documentos de entrada, o 
crédito condiciona-se apenas à idoneidade dos documentos. 
 
O direito de utilizar o crédito fiscal extingue-se depois de decorridos cinco 
anos contados da data de emissão do documento fiscal. 
 
Trata-se de prazo decadencial. Se não exercido o direito material de 
aproveitar o crédito, ele decai no prazo de 5 anos. Contudo, fiquem atentos, 
pois o regulamento brasiliense fala em prescrição do direito de transferir o 
crédito acumulado. 
 
O saldo credor do ICMS no encerramento da atividade não é restituível. 
 
Nas entradas interestaduais o crédito só será admitido se o imposto tiver sido 
calculado pelas seguintes alíquotas: 
� provenientes das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e do Estado 
do Espírito Santo, 12%; 
� provenientes das Regiões Sul e Sudeste, 7%; 
� tratando-se de serviço de transporte aéreo de carga , 4%. 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 7
Faltou ao regulamento citar a condição criada pela Resolução 13/2012 do 
Senado Federal que estabeleceu a alíquota de 4% para operações 
interestaduais com produtos importados. 
 
Bens destinados a uso, consumo ou ativo permanente, adquiridos de 
contribuintes substituídos estabelecidos no Distrito Federal, somente darão 
direito a crédito se a Nota Fiscal de aquisição estiver acompanhada de cópia 
autenticada da Nota Fiscal de venda emitida pelo contribuinte substituto 
tributário. 
 
Alternativamente o contribuinte poderá apropriar-se de crédito 
correspondente a aplicação da alíquota interna sobre 90% do valor de 
aquisição dos bens destinados a uso, consumo ou ativo permanente, 
observadas as hipóteses de anulação de crédito. 
 
Ainda vamos estudar a substituição, mas vamos esclarecer essa situação. O 
contribuinte substituído, ao efetuar as suas vendas, emite nota fiscal sem 
destaque do imposto. Por isso a exigência de apresentação da nota fiscal do 
substituto, que é a que contém o valor do ICMS devido por substituição. 
 
Exemplo: 
 
Indústria A (substituta) vende máquina sujeita a ST (substituição tributária) 
para comércio B (substituído). A indústria C compra essa máquina do comércio 
B. A nota de venda de B sai sem destaque do imposto, haja vista a 
substituição ocorrida. 
 
A indústria C tem direito ao crédito pela entrada de bem destinado ao ativo 
permanente, mas só poderá fazê-lo se tiver a cópia da venda de A para B. 
 
A alternativa dada pelo regulamento é a de que a indústria C de 90% de um 
valor estimado do imposto. Supondo que a venda de B para C tenha sido pelo 
valor de 100, e que a alíquota interna seja de 17%, temos que o valor do 
crédito permitido seria de: 
 
(100 x 17%) x 90% = 15,30 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 8
Não se esqueçam de que, por enquanto, apenas alguns casos permitem crédito 
quando a entrada for para uso ou consumo. E o crédito na entrada para ativo 
permanente deve ser feito em 48 meses, obedecidas as regras especiais que 
ainda vamos ver. 
 
 
Entradas destinadas a uso ou consumo só darão direito 
a crédito a partir de 01/01/2020. 
 
1.1.1 - Destacado errado em documento fiscal 
 
O contribuinte deve conferir a exatidão do valor do imposto destacado. 
 
Se o imposto não vier destacado no documento fiscal ou o seu destaque vier 
a menor, a utilização do crédito fica condicionada à regularização, mediante 
emissão de Nota Fiscal complementar, pelo remetente. 
 
Em operação interestadual, a exigência de documento fiscal complementar 
poderá ser suprida por declaração do remetente. 
 
Se o destaque for feito em valor superior ao correto, o contribuinte poderá: 
 
� creditar-se pelo valor do destaque, debitando-se do valor da diferença, 
mediante emissão de documento fiscal contra o remetente; 
OU 
� creditar-se pelo valor correto, ficando obrigado a enviar Carta de 
Correção ao remetente, visada pela Repartição Fiscal. 
 
Situação muito comum, devido a erro do remetente no momento de emitir a 
nota. Caso o destinatário receba nota fiscal com destaque do ICMS maior do 
que o devido, não pode se creditar desse valor, sob pena de estorno e multa. 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 9
Exemplo: 
 
Se um atacadista de Brasília remete produtos de cesta básica no valor de 200 
para o Supermercado Chico Lopes, calculando o ICMS pela alíquota de 25%, e 
destacando imposto de 50, o contador do mercadinho não pode escriturar o 
total desse crédito. Poderá apropriar-se apenas de 14, dado que a alíquota 
vigente para as mercadorias em questão é 7%. 
 
Professor, contribuinte erra a favor da Fazenda? Sim, meus caros, erra. E 
muito. 
 
Escrituração da correção 
 
Os registros de acerto serão feitos diretamente no RAICMS (Registro de 
Apuração do ICMS), nos campos "Outros Créditos" ou "Outros Débitos", 
conforme o caso. 
 
A escrituração de crédito será efetuada pelo seu valor nominal e no período 
em que se verificar a entrada. 
 
Quando se tratar de mercadoria importada, o imposto pago pelo importador ou 
pelo arrematante poderá ser escriturado no período de apuração em que tiver 
ocorrido o seu recolhimento, ainda que a entrada efetiva da mercadoria se 
verifique em período seguinte. 
 
O aproveitamento do crédito condiciona-se à comunicação à repartição 
fiscal quando: 
 
� o documento fiscal for escriturado com atraso; 
� o crédito fiscal não tenha sido apropriado quando da escrituração. 
 
Para aproveitamento de crédito o produtor rural optante pela equiparação a 
comerciante ou industrial deverá lançar no RAICMS o crédito relativo ao 
estoque inventariado, desde que as entradas não tenham gerado crédito 
anteriormente. Esse crédito ocorre no momento da opção pela equiparação. 
 
Os créditos de entradas destinadas ao ativo permanente serão objetode 
lançamento adicional no Controle de Crédito do Ativo Permanente - CIAP. 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 10
Outros casos 
 
O contribuinte poderá creditar-se, independentemente de requerimento, do 
imposto debitado por ocasião da saída da mercadoria, nas hipóteses de: 
 
� devolução de mercadoria, em virtude de garantia ou troca; 
� retorno de mercadoria por qualquer motivo não entregue ao destinatário; 
� retorno de mercadoria remetida para operação fora do estabelecimento 
sem destinatário certo. 
 
Considera-se entrada a mercadoria ou bem que, sem transitar pelo 
estabelecimento: 
 
� sejam depositados por sua conta e ordem em armazém geral ou depósito 
fechado; 
� sejam alienados; 
� sejam remetidos diretamente a outro estabelecimento, próprio ou de 
terceiro, por qualquer motivo. 
 
1.2 – Crédito do ativo permanente 
 
Para crédito decorrente de entrada no estabelecimento de mercadorias 
destinadas ao ativo permanente, deverá ser observado o seguinte: 
 
� a apropriação será feita à razão de 1/48 por mês, devendo a primeira 
fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada no 
estabelecimento; 
� a apropriação da primeira fração fica postergada para o mês em 
que ocorrer o início efetivo das atividades, se este for posterior ao do 
recebimento da mercadoria; 
� a apropriação de fração mensal será postergada se inexistirem 
operações de saída no período de apuração a que se referir; 
� em cada período de apuração, não será admitido o creditamento em 
relação à proporção das saídas isentas, com base de cálculo reduzida ou 
não-tributadas sobre o total das operações de saída; 
� o montante do crédito a ser apropriado será obtido multiplicando-se o 
valor total do respectivo crédito pelo fator igual a 1/48 da relação 
entre o valor das saídas tributadas e o total das saídas do período; 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 11
� equiparam-se às tributadas as saídas e prestações com destino ao 
exterior e as saídas de papel destinado à impressão de livros, jornais e 
periódicos; 
 
O quociente de 1/48 será proporcionalmente aumentado ou diminuído, pro 
rata die, caso o período de apuração seja superior ou inferior a um mês. 
 
Haverá controle em separado desses valores. 
 
Ao final do 48º mês da entrada do bem no estabelecimento, o saldo 
remanescente do crédito será cancelado. 
 
Também pode ser apropriado dessa forma o crédito fiscal relativo ao 
serviço de transporte da mercadoria destinada ao ativo permanente. 
 
Na transferência desses bens a estabelecimento do mesmo contribuinte 
ou transformação, fusão, cisão, incorporação ou venda de estabelecimento 
ou fundo de comércio, o destinatário sub-roga se nos direitos e 
obrigações relativos ao crédito fiscal, em valor proporcional ao que faltar 
para completar o prazo de quatro anos. 
 
Exemplo: 
 
Empresa comercial adquire caminhões para transporte de mercadorias que 
serão entregues a seus clientes. Os dados da operação e da apuração da 
empresa são os seguintes: 
 
ICMS destacado nas notas de entrada dos caminhões 480 
Emissão da nota fiscal: janeiro/2014 
Entrada dos caminhões na empresa: março/2014 
Saídas internas tributadas em março: 1500 
Saídas internas isentas em março: 600 
Saídas para exportação em março: 300 
Saídas para armazém geral em março: 300 
 
Vamos lá! 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 12
O primeiro passo é descobrir o valor passível de apropriação mensal, que 
equivale a 1/48 do imposto destacado na entrada. 
 
Valor a ser apropriado = 480/48 = 10 por mês, no máximo 
 
Contudo, a empresa não poderá simplesmente se creditar desse valor. Temos 
que encontrar a proporção entre saídas tributadas e saídas totais do período. 
 
Vamos considerar o período de março, pois foi nele que os caminhões 
entraram na empresa. 
 
Saídas tributadas = 1500 + 300 = 1800 
A exportação entra no total das saídas tributadas, bem como entrariam vendas 
de livros. 
 
Saídas totais = 1500 + 600 + 300 = 2400 
A remessa pra AG não entra nesse cálculo. 
 
Agora temos como calcular o valor a ser creditado em março. 
 
Crédito permitido = 10 x (1800/2400) = 7,50 
 
Pois bem. 75% das saídas da empresa foram tributadas, logo, ela vai se 
creditar de 75% do valor a que teria direito naquele mês a título de crédito do 
ativo permanente. 
Se todas as saídas fossem tributadas, poderia se creditar de 10. 
Se nenhuma saída fosse tributada, não teria direito a crédito algum. 
 
Mas esse valor ela recupera no futuro? Não! Esses 2,50 que não foram 
utilizados nesse mês estão perdidos. Nunca mais serão recuperados. 
 
Passados os 48 meses, o crédito que sobrar é cancelado. 
 
O contribuinte estava se creditando de 1/48 avos. Se vender o imobilizado 
antes de terminar os quatro anos, não pode mais se creditar. Claro, não? 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 13
1.3 – Vedação ao crédito 
 
Não dão direito a crédito as entradas: 
� resultantes de saídas isentas ou não tributadas; 
� que se refiram a bens, mercadorias ou serviços alheios à atividade do 
estabelecimento; 
� quando a saída subsequente não for tributada ou estiver isenta do 
imposto, exceto as destinadas ao exterior; 
� para integração ou consumo no processo de industrialização ou produção 
rural, quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver 
isenta do imposto, exceto se tratar de saída para o exterior; 
� quando o contribuinte: 
� tenha optado por regime de abatimento de percentagem fixa; 
� esteja enquadrado como microempresa, feirante ou ambulante; 
� quando as operações do contribuinte estiverem fora da incidência do 
ICMS. 
 
Presumem-se alheios à atividade do estabelecimento, exceto se diretamente 
vinculados aos seus objetivos: 
� os veículos de transporte pessoal e as mercadorias ou os serviços 
utilizados na sua manutenção; 
� as mercadorias ou serviços destinados a benefícios sociais de 
funcionários e seus dependentes, inclusive transporte e alimentação; 
� as obras de arte; 
� os artigos de lazer, decoração e embelezamento; 
� os serviços de televisão por assinatura; 
� os materiais e equipamentos utilizados na construção de imóveis. 
 
Se a operação anterior for isenta ou não tributada, não houve imposto 
cobrado. Por óbvio, não deve haver crédito, mesmo que inadvertidamente 
destacado em nota. Nas entradas de mercadorias alheias à atividade, é natural 
que a nota venha com ICMS destacado, mas este não poderá ser apropriado. 
 
Confaz poderá dispor que não se aplique, no todo ou em parte, a vedação ao 
crédito no caso de saídas isentas ou não tributadas. 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 14
É vedada a apropriação de crédito do imposto destacado em documento 
fiscal: 
� idôneo, que: 
� indicar destinatário diverso daquele que o registrar; 
� não for a primeira via,exceto quanto à Nota Fiscal Eletrônica; 
� inidôneo, exceto se apresentada prova de inexistência de prejuízo à 
Fazenda. 
 
Exemplos: 
 
Indústria Farmacêutica comprou substâncias químicas com isenção, para 
produção de remédios. Não pode haver crédito de ICMS, mesmo que, 
indevidamente, haja destaque na nota. 
 
Editora comprou papel imune (sim, temos papel não imune) para impressão de 
livros. Não pode haver crédito de ICMS. Vamos falar mais um pouco sobre esse 
caso: 
 
Se a editora adquire papel de indústria, em operação imune. Quem o vendeu 
não destacou ICMS, pois não houve tributação. Logo, não há crédito a ser 
aproveitado. Na remota hipótese de haver indicação de imposto nessa nota, 
ele não poderá ser apropriado pela editora, pois a operação de venda é imune. 
Já a indústria que vende papel com imunidade, não precisa estornar eventuais 
créditos obtidos no processo produtivo. 
 
Se uma distribuidora compra papel da indústria, sem saber para quem vai 
revender, temos uma operação com tributação normal. Se ela revender para 
uma empresa de jornais, não destacará ICMS, e não terá que estornar o 
crédito da entrada. 
 
Empresa de telefonia compra veículo para ser utilizado por seu diretor. Não há 
crédito de ICMS. 
 
Metalúrgica compra minério para produzir peças que serão vendidas com 
isenção. Como já sabe que a saída será isenta, não vai se creditar do imposto 
destacado na nota de entrada. 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 15
A mesma metalúrgica comprou 100 barris de óleo que serão utilizados da 
seguinte forma: metade vai ser consumida no processo de industrialização das 
peças isentas, em uma máquina que o utiliza para lubrificar guias de corte. A 
outra metade vai ser utilizada para manutenção de alguns motores. Em 
nenhum dos casos o crédito poderá ser admitido, mas por motivos diferentes: 
 
� o óleo da manutenção nunca pode ter seu crédito utilizado. 
� o óleo consumido no processo industrial poderia ter seu crédito 
aproveitado se a saída fosse tributada, mas como será isenta, não pode 
haver apropriação. 
 
Distribuidora de cestas básicas compra alimentos para preparar cestas que 
serão vendidas com isenção para programa da Prefeitura. Como já sabe que a 
saída será isenta, não vai se creditar do imposto destacado na nota de 
entrada. 
 
1.3.1 – Vedação na entrada para uso ou consumo 
 
É vedada a apropriação dos créditos relativos à utilização de serviços ou à 
entrada de bens para uso ou consumo, correspondentes à razão entre a soma 
das saídas isentas ou não tributadas e o total das saídas realizadas no mesmo 
período. 
Essa limitação é similar àquela que vimos na apropriação do crédito referente à 
entrada de ativo permanente. 
 
Somente será permitido o crédito de ICMS referente a entrada de 
mercadorias destinadas ao uso ou consumo, a partir de 1º de janeiro de 
2020. Ou seja, atualmente, não há direito a crédito na entrada de material 
destinado a uso ou consumo. Essa data de 2020 já foi prorrogada cinco vezes. 
 
 
 
Não pode ser creditado 
 
O ICMS destacado em notas de entrada de material para 
uso ou consumo. 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 16
1.4 – Ineficácia do crédito 
 
A ineficácia aplica-se às operações alcançadas por benefícios concedidos, 
por outras unidades da Federação, em desacordo com o Confaz . 
 
Este é o dispositivo que permite ao fisco brasiliense efetuar a glosa dos 
créditos irregulares oriundos de guerra fiscal. O destinatário brasiliense, 
recebendo mercadorias ou serviços nessas condições, não deverá se creditar 
do imposto total. Se o fizer, estará sujeito a multa e terá que estornar o valor. 
 
É ineficaz a parcela do crédito excedente, incentivada, beneficiada ou 
favorecida, decorrente de aquisição interestadual de mercadoria ou serviço, em 
que a unidade federada de origem tenha: 
 
� fixado base de cálculo (BC) em valor superior ao estabelecido em Lei 
Complementar ou em acordo firmado no Confaz; 
� deixado de observar o procedimento exigido em lei complementar para 
concessão de créditos presumidos e quaisquer outros incentivos, 
benefícios ou favores fiscais ou financeiro-fiscais com base no imposto. 
 
1.4.1 - Glosa de crédito irregular 
 
Acabamos de ver que o direito ao crédito or i g i nado em notas de 
entrada de operações interestaduais pode ser limitado ao imposto 
comprovadamente pago à UF de origem. 
 
Essa situação pode ser verificada nos casos em que o remetente de outra 
UF goza de benefício irregular (não autorizado pelo Confaz) o qual, 
qualquer que seja a sua forma, reduz a carga tributária na origem. 
 
Exemplo: 
 
Indústria de Goiás é beneficiada por crédito outorgado no valor de 6% do 
ICMS devido em operações de saída interestadual. O benefício existe à 
revelia do Confaz. 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 17
Essa Indústria remete mercadorias no valor de 100 para o Distrito Federal. 
Na nota de saída destacará 12. Só que, como possui o tal crédito 
outorgado, recolherá apenas 6 para Goiás. 
 
Chegando ao DF, a nota fiscal vem com 12 de crédito, e o destinatário 
brasiliense poderia creditar-se desse valor, caso a operação fosse regular. 
Porém, o valor efetivamente pago para Goiás foi de 6, e este é o valor cujo 
aproveitamento é permitido pelo destinatário. 
 
Se o fisco detectar crédito além desse valor, vai obrigar o estorno (glosa do 
crédito) e aplicar multa ao contribuinte brasiliense, por crédito indevido, 
oriundo de operações eivadas de vícios de guerra fiscal. 
 
 
O Distrito Federal limita o aproveitamento de crédito 
irregular transferido em operações interestaduais. É o 
que chamamos de “glosa”. 
 
 
1.5 – ICMS destacado na entrada de energia elétrica 
 
O ICMS da entrada de energia elétrica no estabelecimento pode ser 
aproveitado como crédito quando a energia: 
 
� for objeto de operação posterior de saída de energia elétrica; 
� for consumida no processo de industrialização; 
� for consumida em atividade que resultar em operação ou prestação para 
o exterior, na proporção desta sobre as saídas ou prestações totais; 
� a partir de 1º de janeiro de 2020, nas demais hipóteses (não pode 
atualmente); 
 
Exemplos: 
 
Distribuidora adquire energia para revender. 
Pode aproveitar o crédito. 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 18
Indústria Têxtil adquire energia elétrica para seus teares. 
Pode aproveitar o crédito. 
 
Indústria Têxtil adquire energia elétrica para seu escritório. 
Não pode aproveitar o crédito. 
 
Empresa de telecomunicações adquire energia para seu data center, no qual 
presta serviços de transmissão de dados via satélite para uma TV europeia. 
 
No período em questão, a empresa teve 150 de créditos de ICMS em notas de 
entrada de energia. A operação com a TV da Europa foi a única exportação de 
serviços, e representou 300 de faturamento. O total das operações da empresa 
de telecomunicações foi de 1000. 
 
Nessa situação, poderá creditar-se de parte do valordestacado das notas de 
entrada de energia, na seguinte proporção: 
150 x (300/1000) = 45 
 
Vamos aproveitar esse momento para resumir o caso da energia e do petróleo, 
e entender porque há crédito a ser aproveitado, mesmo com a não incidência 
na saída interestadual. 
 
Energia e petróleo 
 
Saída interestadual para comercialização ou industrialização - não incide na 
saída do remetente, incidirá nas saídas futuras, se realizadas em operações 
internas. 
 
Saída interestadual para uso ou consumo - não incide na saída do remetente, 
incidirá na entrada do território do estado destinatário. 
 
Saída em operação interna - incidência normal do imposto. 
 
Se uma usina geradora de energia de São Paulo vende energia para uma 
distribuidora no DF, não há incidência. 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 19
Quando a distribuidora do DF vende essa energia para uma indústria de 
Brasília, ocorre a incidência normal do imposto (saída interna). Como não 
houve imposto debitado na saída de São Paulo, o imposto total fica para o DF. 
 
A indústria brasiliense poderá se creditar do ICMS referente à energia que foi 
adquirida para ser utilizada em seu processo produtivo. Reparem que, se parte 
dessa energia for utilizada nos escritórios, não poderá haver crédito sobre essa 
parcela. 
 
Se a distribuidora do DF vender essa energia para uma indústria de Goiás, a 
saída será sem incidência. 
 
1.6 – ICMS destacado em serviços de telecomunicação 
 
O ICMS destacado no recebimento de serviços de comunicação pode ser 
creditado quando o serviço: 
 
� for utilizado na execução de serviços de mesma natureza; 
� tiver sua utilização resultando em operação de saída ou prestação para 
o exterior, na proporção desta sobre saídas ou prestações totais; 
� a partir de 1º de janeiro de 2020, nas demais hipóteses; (não pode) 
 
Empresa de tecnologia da informação adquire direito de utilização de rede sem 
fio para transmissão de dados, com intuito de utilizar essa rede para 
disponibilizar, na nuvem, aplicativo comercial que elaborou para rede de 
supermercados de Porto Alegre. Pode aproveitar o crédito do ICMS destacado 
na nota de entrada do serviço de rede. 
 
1.7 – Outros casos de crédito 
 
Pode ser apropriado como crédito o ICMS comprovadamente pago, nas 
seguintes situações. 
 
Empresa importou material para revenda e pagou imposto no desembaraço 
aduaneiro. 
Pode se creditar do valor do ICMS pago. 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 20
Empresa importou máquinas para seu parque industrial e pagou imposto no 
desembaraço aduaneiro. 
Pode se creditar do valor do ICMS pago, seguindo as regras do ativo 
permanente. 
 
Empresa adquiriu, em leilão, carros importados apreendidos. 
Pode se creditar do valor do ICMS pago. 
 
Indústria contrata transportadora que não emite conhecimento de transporte. 
Se a indústria recolher o ICMS devido no transporte, poderá se creditar desse 
valor. 
 
Atacadista brasiliense adquire de fabricante paulista um lote de mercadorias 
sujeitas ao regime de substituição tributária. 
 
Poderia haver convênio ou protocolo entre os estados para que o sujeito 
passivo fosse a indústria paulista, e ela, então, recolheria o imposto devido por 
substituição, nada mais havendo a creditar ou debitar até o final da cadeia. 
 
Se não há convênio ou protocolo para essa mercadoria, o destinatário 
brasiliense deve recolher antecipadamente, na entrada, o imposto devido pelas 
operações subsequentes. Nesse caso, ele calcula o valor devido e abate 
(credita-se) do valor do ICMS da operação interestadual. 
 
Vinícola vende carga de espumante para atacadista, que a devolve por erro no 
pedido. Na volta à vinícola, poderá ser feita nota de entrada, creditando-se o 
valor do ICMS que fora debitado na saída. 
 
Assinante de TV a cabo cancela a assinatura e devolve o equipamento. O ICMS 
porventura cobrado na remessa poderá ser creditado na volta. 
 
Empresa manda caminhão para fazer venda porta a porta de colchões, 
debitando o ICMS na saída. No retorno, pode creditar-se do ICMS referente 
aos colchões não vendidos. 
 
Empresa brasiliense contrata transportadora de São Paulo para levar material 
de Minas Gerais para Bahia. O ICMS sobre o transporte é devido ao local em 
que se inicia a operação, logo, o ICMS será devido a Minas Gerais. 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 21
Quanto ao crédito, temos o seguinte: 
 
Sendo a empresa brasiliense contratante e pagadora do serviço, será dela o 
direito ao crédito do imposto, desde que o frete ocorra dentro de alguma 
dessas hipóteses: 
 
-destine-se a levar produtos que estejam em processo de industrialização, e 
em algum momento venham a ser objeto de saída posterior tributada, feita 
pela empresa brasiliense. 
 
-destine-se a levar produtos que estejam por ela sendo vendidos. 
 
Se o frete tivesse sido contratado pelo destinatário, seria dele o direito ao 
crédito, desde que estivesse adquirindo para industrialização, comercialização 
ou ativo permanente 
 
1.8 – Estorno do crédito 
 
Deverá ser efetuado o estorno do imposto creditado, sempre que a entrada no 
estabelecimento vier a ser: 
 
� objeto de subsequente saída não tributada ou isenta, quando esta 
circunstância for imprevisível na data da entrada. Se a saída sem 
imposto for prevista, já não pode se creditar; 
Quando a mesma matéria prima for utilizada na fabricação de produtos 
tributados e não tributados, o estorno será proporcional à matéria prima 
empregada nos produtos não tributados 
� integrada ou consumida em processo de industrialização, quando a saída 
do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto; 
Considera-se: 
� integrada ou consumida, a mercadoria, bem ou serviço, no 
período de apuração em que ocorreu a entrada; 
� produto resultante, o somatório das saídas verificadas no 
período considerado, inclusive aquelas não sujeitas ao imposto. 
� utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento; 
� objeto de deterioração, extravio, furto, perda, perecimento, roubo ou 
sinistro. O fato deve ser comunicado por escrito até o dia 10 do mês 
subsequente. 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 22
� objeto de saída beneficiada com redução de BC, hipótese em que o 
estorno será proporcional à redução. 
 
Se a mercadoria se perder, não interessa o motivo, o crédito deverá ser 
estornado. 
 
Também deve ser estornado o crédito relativo ao serviço de transporte 
de mercadorias entradas para uso ou consumo do estabelecimento. 
 
Não serão estornados os créditos referentes a saídas para exportação ou 
saídas de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos. 
 
1.8.1 - Determinação do valor a estornar 
 
Não sendo possível precisar a alíquota, aplicar-se-á a alíquota da operação 
preponderante, ou, na impossibilidade de identificá-la, a média das alíquotas 
vigentes para a entrada ao tempo do estorno. 
 
Se houver mais de uma aquisição e não for possível determinara qual delas 
corresponde à mercadoria, o estorno será feito sobre o preço da mais recente. 
 
A escrituração do estorno será feita no RAICMS. 
 
1.9 – Créditos vedados ou estornados em operações anteriores 
 
O estabelecimento que promover operações tributadas poderá, no caso de 
saídas posteriores às isentas ou não tributadas, em que não houve 
aproveitamento do crédito, creditar-se do imposto cobrado nas operações 
anteriores às isentas ou não tributadas, como segue. 
 
� se não foi feito o crédito anterior por motivo de vedação, poderá 
creditar-se, sempre que a saída isenta ou não tributada tenha sido 
relativa a produtos agropecuários; 
Nesse caso o contribuinte poderá: 
� creditar se do ICMS referente aos insumos tributados e 
efetivamente utilizados na produção das mercadorias isentas ou 
não tributadas por ele adquiridas; 
OU 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 23
� aproveitar-se do equivalente a 1% do valor das entradas de 
produtos agropecuários não tributados. 
O aproveitamento do crédito fica condicionado à homologação. 
 
� se não foi feito o crédito anterior por motivo de vedação ou por 
estorno, poderá creditar-se sempre que as operações tributadas 
posteriores sejam referentes à mesma mercadoria. 
 
A apropriação do crédito deverá ser requerida à repartição fiscal, 
acompanhada da Nota Fiscal com destaque do imposto cobrado na 
operação anterior. 
 
O contribuinte poderá optar por aproveitar-se de 1% do valor das 
entradas anteriores, também mediante requerimento. 
 
Temos, então, duas situações em que operações tributadas, posteriores 
às saídas isentas, dão direito a credito do imposto cobrado nas 
operações anteriores às isentas ou não tributadas. 
 
Exemplos: 
 
Atacadista compra feijão tributado, e vende com isenção para uma indústria de 
alimentos, aproveitando benefício existente na lei. O atacadista não pode se 
creditar do valor destacado na nota de entrada desse feijão, e vai emitir nota 
de saída isenta, sem destaque. A indústria vai fazer latinhas de feijoada, e 
vendê-las com tributação normal. Nesse caso, poderá a indústria apropriar-se 
do crédito que estava na nota fiscal de entrada do feijão no atacadista. 
 
Distribuidora compra remédios com tributação normal, e vende com redução 
de BC para farmácia. A distribuidora não pode se creditar do valor destacado 
na nota de entrada dos remédios, na proporção equivalente à redução da BC, e 
vai emitir nota de saída com destaque de ICMS reduzido. A farmácia vende o 
remédio com tributação normal. Nessa situação, a farmácia poderá apropriar-
se da parcela de ICMS destacada na nota de entrada na distribuidora, que não 
foi por ela aproveitada (além, é claro, de poder creditar-se do imposto 
destacado na nota de saída da distribuidora). 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 24
Produtor agrícola vende mercadoria tributada para atacadista, destacando 100 
de ICMS. Atacadista vende essa mercadoria com isenção para um 
supermercado. Não vai destacar ICMS na venda, e não pode utilizar o crédito 
que veio na nota do produtor. O supermercado vende esse produto com 
tributação. Vai destacar o ICMS devido na nota, e pode se creditar daqueles 
100 que foram destacados pelo produtor. Percebam que o supermercado não 
utilizou o crédito da entrada, pois não houve crédito. Ela teve que ir lá atrás na 
cadeia, recuperar o crédito da última operação tributada. 
 
1.10 – Créditos de entrada para uso ou consumo 
 
A apropriação dos créditos relativos à utilização de serviços ou à entrada de 
bens para uso ou consumo, no período em que ocorrerem operações ou 
prestações isentas ou não tributadas, será proporcional à razão entre a soma 
das operações e prestações tributadas e o total de operações e prestações 
realizadas no mesmo período. 
 
Considera-se também isenta a parcela da operação ou prestação subsequente 
correspondente à redução de base de cálculo. 
 
Esse é apenas uma complementação do disposto no item 1.3.1. 
 
� veda-se o crédito na proporção das não tributadas sobre o total. 
� permite-se o crédito na proporção das tributadas sobre o total. 
 
2 – Crédito Acumulado 
 
No estudo do ICMS temos que separar a figura do saldo credor apurado em 
GIA, que será automaticamente transferido para o período posterior, da figura 
do saldo credor acumulado. 
 
Crédito acumulado ocorre em situações nas quais a atividade do contribuinte 
ocorre de maneira tal que ele acaba por gerar saldo credor recorrente em sua 
apuração, pois não tem débitos suficientes para compensar. Dessa maneira ele 
nunca paga ICMS, e o Fisco dá-lhe algumas opções para utilizar esse crédito 
acumulado. 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 25
As hipóteses mais comuns de saldo credor acumulado são as seguintes: 
 
� saídas com alíquota menor do que a da entrada; 
� saídas exportação; 
� saída isenta com permissão para manutenção do crédito da entrada; 
� saída com redução de BC, com permissão para manutenção do crédito da 
entrada; 
� importação com saída posterior interestadual com alíquota de 4% 
 
Devo pedir que fiquem atentos para não confundir dois termos que são muito 
usados no regulamento: 
 
� crédito fiscal (direito do contribuinte) 
� crédito tributário (direito da Fazenda) 
 
Os saldos credores acumulados poderão ser transferidos, a outro 
estabelecimento do contribuinte ou a terceiros, dentro do DF. 
 
As regras do DF a respeito dessa possibilidade de transferência são bastante 
simples, e vale a pena dar uma boa olhada. 
 
O saldo credor do ICMS acumulado, não prescrito, resultante de quaisquer 
operações ou prestações, e o crédito decorrente de repetição de indébito do 
ICMS, assim reconhecido por decisão definitiva judicial ou administrativa, 
podem ser: 
 
� imputados a qualquer estabelecimento do mesmo proprietário, no 
Distrito Federal, mediante emissão de nota fiscal, unicamente para 
efeitos de transferência de crédito e posterior comunicação à repartição 
fiscal; 
 
� transferidos, caso haja saldo remanescente, mediante emissão de nota 
fiscal, a qualquer contribuinte do Distrito Federal que, nos últimos 12 
meses anteriores ao do pedido de transferência, tenha adquirido no 
mercado nacional ou importado bens destinados a seu ativo imobilizado 
em valores que totalizem, no mínimo, cinco vezes o valor do crédito a 
ser transferido, ficando a transferência condicionada a: 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 26
� prévia autorização do Fisco; 
� que o montante do crédito transferido seja compatível com o fluxo 
de entrada e de saída de mercadorias e, também, com o estoque 
do estabelecimento transmitente; 
� que, no caso de crédito fiscal decorrente de saldo credor 
acumulado, esse tenha sido apropriado até o último dia do ano-
calendário anterior; 
� que os contribuintes envolvidos estejam em situação regular 
quanto ao cadastro fiscal e ao recolhimento dos tributos. 
 
No caso da transferência a terceiros, o crédito transferido poderá 
ser utilizado pelo destinatárioaté o limite de 5% do saldo devedor 
por ele apurado em cada período, a partir do período em que tenha 
ocorrido o recebimento do crédito. Considera-se recebido o crédito 
no período de apuração em que tenha sido autorizada a 
transferência. 
 
Fiquem atentos, pois a transferência a terceiros só pode ser feita depois de 
esgotada a possibilidade de transferir a estabelecimento do mesmo 
proprietário. Em qualquer caso, a transferência só pode ser feita dentro do DF. 
 
Somente poderá transferir, receber em transferência ou utilizar crédito 
acumulado, o estabelecimento que adotar o regime normal de apuração (RPA). 
 
A transferência de crédito para estabelecimento de outro titular será objeto de 
requerimento do transmitente. 
 
Secretário da Fazenda poderá suspender temporariamente a autorização da 
transferência, sempre que a arrecadação mensal do ICMS não atingir o limite 
de 97% de 1/12 avos da previsão de receita global do ICMS. 
 
Não se aplica a transferência de crédito acumulado: 
 
� ao imposto devido pelo destinatário do crédito na condição de substituto 
tributário; 
� aos contribuintes beneficiários de Programas de Apoio ou de 
Desenvolvimento ao Empreendimento Produtivo no Distrito Federal. 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 27
3 – Débito fiscal 
 
Constituem débito fiscal: 
 
� a importância resultante da aplicação da alíquota prevista para a 
operação ou prestação sobre a base de cálculo (débito originado em 
destaque em documento fiscal); 
� o valor dos créditos estornados; (outros débitos) 
� o valor correspondente à diferença de alíquotas: (outros débitos) 
� nas entradas interestaduais de mercadorias ou bens destinados a uso, 
consumo ou ativo permanente; 
� nas entradas interestaduais de serviços, não vinculados a operações 
ou prestações subsequentes sujeitas ao imposto. 
 
Quando o imposto não vier destacado no documento fiscal ou o seu 
destaque vier a menor do que o devido, o contribuinte emitirá documento 
fiscal complementar, para lançamento do débito. 
 
Quando se verificar erro no imposto destacado, de que resulte imposto em 
valor superior ao devido: 
� se o pagamento já houver sido realizado, será requerida a restituição; 
� se o pagamento ainda não tiver sido realizado, serão feitas as correções 
na escrita fiscal. 
 
4 – Formas de Apuração 
 
A apuração do ICMS devido ao DF pode ser feita de três formas. 
 
4.1 – Regime de Apuração Normal (RPA) 
 
O regime de apuração normal consiste no cálculo do montante do imposto a 
recolher, mensalmente, o qual resultará da diferença, a maior, entre o devido 
nas operações e prestações tributadas com mercadorias ou serviços e o 
cobrado relativamente às operações e prestações anteriores. Ou seja, 
diferença a recolher entre débitos e créditos fiscais. 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 28
O imposto será demonstrado e apurado em livros ou documentos fiscais. A 
apuração é de exclusiva responsabilidade do contribuinte, ficando sujeita a 
posterior homologação pela autoridade administrativa. 
 
O imposto a recolher será acrescido dos valores referentes a outros débitos, 
abatendo-se os valores relativos a outros créditos e saldo credor do período 
anterior, se houver. 
 
Em substituição ao RPA a Sefaz poderá: 
 
� determinar que o montante do imposto seja apurado: 
� por mercadoria ou serviço, no período; 
� por mercadoria ou serviço, por operação; 
� por estimativa fixa ou variável; 
 
� facultar ao contribuinte a opção pelo abatimento a título de crédito fiscal: 
� de percentagem fixa sobre o montante das entradas tributadas; 
� de percentagem fixa sobre o montante das saídas tributadas. 
 
As obrigações consideram-se vencidas na data em que termina o período de 
apuração e são liquidadas por compensação ou pagamento: 
 
� as obrigações consideram-se liquidadas por compensação até o 
montante dos créditos do período, acrescido do saldo credor de períodos 
anteriores; 
� se os débitos superarem os créditos, a diferença será paga no prazo 
fixado; 
� se os créditos superarem os débitos, a diferença será transportada. 
 
Débitos e créditos devem ser apurados em cada estabelecimento, 
compensando-se os saldos credores e devedores entre os estabelecimentos do 
mesmo sujeito passivo localizados no Distrito Federal. 
 
O saldo credor, o crédito a ser estornado, o aproveitamento de crédito e a 
apropriação do imposto recolhido a maior, serão também monetariamente 
atualizados. 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 29
4.1.2 – Crédito fiscal presumido 
 
Os créditos presumidos (ou outorgados) dizem respeito a um valor de 
crédito que não necessariamente corresponderia ao real se fosse seguido o 
sistema regular de créditos e débitos. 
 
Em regra, confere-se ao contribuinte a opção de se creditar de um valor 
presumido em substituição ao aproveitamento de quaisquer outros créditos. 
 
Normalmente o valor do crédito presumido é calculado pela aplicação de uma 
determinada alíquota sobre o valor do imposto devido na operação. 
O regulamento brasiliense chama isso de crédito em percentagem fixa. 
 
Um caso de crédito presumido aprovado pelo Confaz é o das transportadoras 
que, no lugar de escriturar os créditos a que têm direito, podem se apropriar 
de crédito presumido equivalente a 20% do ICMS devido nas operações. 
 
Exemplo: 
 
Transportadora faz frete no valor de 1000, com ICMS devido de 120. Presume-
se um crédito de 24 (20% de 120), e a transportadora, após apuração, recolhe 
ICMS apenas de: 120 – 24 = 96 
 
Temos 153 casos de crédito fiscal presumido, por isso vamos apenas ver as 
disposições gerais. 
 
O valor total de apropriação de créditos fiscais presumidos, em cada 
período, fica limitado ao valor do imposto por devido antes da 
apropriação. 
 
Se a empresa devia 100 de ICMS, e tinha créditos presumidos de 120, o 
máximo que poderá apropriar será 100. 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 30
4.2 – Regime de Estimativa 
 
O regime de estimativa: 
� será efetuado em função do porte ou da atividade do estabelecimento; 
� será calculado em relação a cada contribuinte; 
� observará critérios de análise de preço e de arbitramento de valores 
� será pago em parcelas periódicas. 
 
Poderá ser aplicado às seguintes hipóteses: 
� dificuldade na emissão de documento fiscal no momento da ocorrência 
do fato gerador, em virtude da natureza das operações e prestações; 
� suspeita de que os valores registrados não correspondam ao valor das 
operações ou prestações. 
 
Fica assegurado o direito de impugnar o lançamento por estimativa. 
 
O valor do imposto a recolher será estimado pelo Fisco, com base em dados 
declarados pelo contribuinte e em outros de que dispuser, podendo ser revisto 
anualmente. 
 
Ao final do período de estimativa de que trata este artigo, será feito o ajuste 
com base na escrituração regular do contribuinte, que pagará a diferença 
apurada, se positiva, ou a receberá em devolução, sob forma deutilização de 
crédito fiscal, se a ele favorável. 
 
A inclusão no regime de estimativa não dispensa o cumprimento das 
obrigações acessórias. 
 
4.3 – Regime de apuração por abatimento de percentagem fixa 
 
O regime poderá ser concedido: 
 
� para contribuinte mediante celebração de Termo de Acordo de Regime 
Especial; 
� para determinado setor de atividade econômica; 
� para determinada mercadoria ou serviço. 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 31
O montante do imposto devido poderá ser determinado mediante a aplicação 
de percentual fixo sobre a receita bruta auferida, quando: 
 
� a alíquota interna prevista for superior à interestadual; 
� o contribuinte realizar operações com mais de uma mercadoria, 
tributadas com alíquotas diferentes nas operações internas. 
 
O regime não dispensa o contribuinte: 
� do pagamento do diferencial de alíquota; 
� do cumprimento das obrigações de substituição tributária, na condição 
de substituto ou substituído; 
� do cumprimento das demais obrigações. 
 
Considera-se receita bruta o somatório de todas as receitas operacionais de 
qualquer natureza auferidas pelo contribuinte. 
 
A receita bruta nunca poderá ser inferior ao custo dos produtos, mercadorias 
ou serviços, acrescido das despesas do estabelecimento. 
 
5 – Lançamento por homologação 
 
Fica atribuído ao contribuinte o dever de, sem prévio exame pela autoridade 
fiscal, efetuar o pagamento do imposto apurado. 
 
O pagamento efetuado pelo contribuinte extingue o crédito tributário 
respectivo, sob condição resolutória de posterior homologação. 
 
Constatada pela autoridade fiscal omissão ou erro no procedimento adotado 
pelo contribuinte, será negada a homologação e efetuado o lançamento 
complementar da diferença apurada, juntamente com seus acréscimos legais. 
 
6 – Compensação e Restituição 
 
A restituição dos valores pagos indevidamente a título de ICMS será efetuada 
mediante requerimento do contribuinte. 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 32
Em substituição ao pedido de restituição, o contribuinte, após comunicação por 
escrito, poderá apropriar-se do imposto recolhido a maior em períodos 
anteriores, diretamente na conta gráfica. 
 
A apropriação: 
 
� não poderá ser efetuada em períodos anteriores ao da sua comunicação; 
� não implica o reconhecimento de sua legalidade. 
 
Os documentos que fundamentarem a apropriação ficarão à disposição do 
Fisco pelo prazo de cinco anos contados do primeiro dia do exercício 
subsequente àquele do efetivo aproveitamento. 
 
 
Vamos exercitar os conhecimentos? 
 
 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 33
Exercícios Resolvidos 
 
1 – FCC 2013 Sefaz SP - Quando em um estabelecimento se realizam 
determinadas operações de entrada e saída de mercadorias, pode ocorrer que 
o valor dos créditos supere o valor dos débitos, resultando na formação de 
saldo credor de ICMS. Em algumas situações, a legislação considera que houve 
a geração de crédito acumulado; em outras situações houve simplesmente a 
formação de saldo credor, não passível de ser apropriado e utilizado como 
crédito acumulado. É uma hipótese passível de gerar crédito acumulado 
recebimento de mercadoria proveniente de: 
A) fornecedor brasiliense, para ser utilizada no processo produtivo, e 
subsequente saída do produto resultante com destino a cliente localizado no 
exterior. 
B) fornecedor brasiliense, para ser revendida, e subsequente saída para 
consumidor pessoa natural localizada no Amapá. 
C) fornecedor baiano, para ser revendida, e subsequente saída para cliente 
paranaense. 
D) fabricante brasiliense, com retenção antecipada do imposto, para ser 
revendida, e subsequente saída para varejista brasiliense. 
E) fornecedor mineiro, com retenção antecipada do imposto, para ser 
revendida, e subsequente saída para consumidor final brasiliense. 
 
Letra A, correta. Se compro matéria prima dentro do estado, produzo e 
exporto, terei crédito acumulado, pois fazendo uma operação de saída não 
tributada em que é permitida a manutenção do crédito da entrada. 
Letra B, errada. Estou comprando com alíquota de 17% e revendendo com a 
mesma alíquota. Isso não vai gerar crédito acumulado. Lembrem-se de que a 
saída interestadual com destino a não contribuinte é tributada com alíquota 
interna. 
Letra C, errada. Estou comprando com alíquota de 12% e revendendo com 
alíquota de 12%. Não haverá geração de crédito acumulado. 
Letras D e E, erradas. Ainda estudaremos isso na aula de ST. Mercadoria 
remetida com ST já vai com o imposto recolhido até o final da cadeia. Não há 
direito a crédito na entrada no substituído e nem destaque de débito na 
revenda. Na ST, todo o imposto se resolve na operação do substituto. 
 
Gaba: A 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 34
2 – FCC 2013 Sefaz SP – O crédito acumulado, após devidamente 
apropriado, conforme previsto no RICMS/DF, poderá ser utilizado para 
A) imputação a qualquer estabelecimento do mesmo proprietário dentro do 
Distrito Federal. 
B) pagamento de imposto devido pelo destinatário do crédito na condição de 
substituto tributário. 
C) transferência a qualquer contribuinte do Distrito Federal que, nos últimos 12 
meses anteriores ao do pedido de transferência, tenha adquirido no mercado 
nacional ou importado bens destinados a seu ativo imobilizado em valores que 
totalizem, no mínimo, cinco vezes o valor do crédito a ser transferido, mesmo 
que haja possibilidade de imputação a outro estabelecimento do cedente. 
D) transferência para outro estabelecimento do mesmo titular, localizado no 
Distrito Federal. 
E) imputação para outro estabelecimento do mesmo titular, localizado outro 
Estado. 
 
Letra A, correta. 
 
Letra B, errada. Se fosse máquina, equipamento ou caminhão, veículo para 
uso nas atividades da empresa não haveria problema. 
 
Letra C, errada. Se houver possibilidade de imputação do crédito a outro 
estabelecimento do mesmo titular, esta deverá ser feita antes de qualquer 
transferência para terceiros. 
 
Letra D, errada. Pode ser imputado (e não transferido) crédito para 
estabelecimento do mesmo titular situado no DF. 
 
Letra E, errada. Pode ser imputado crédito para estabelecimento do mesmo 
titular situado no DF. 
 
Gaba: A 
 
3 – FCC 2009 Sefaz SP - Com frequência, estabelecimentos apresentam 
saldo credor do imposto quando, em sua conta gráfica, o total dos créditos for 
superior ao total dos débitos, em determinado período de apuração. Esses 
créditos podem ser considerados créditos acumulados ou créditos simples ou 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 35
saldo credor. Considere que, em todas as seguintes situações hipotéticas, os 
créditos foram maiores do que os débitos. 
I. Indústria de celulose de Suzano-SP vende papel destinado à fabricação de 
apostilas para concurso a umaeditora sediada em Piracicaba-SP. 
II. Atacadista de louças e porcelanas de Santos-SP vende azulejos a preços 
promocionais para empresa de construção civil de Niterói-RJ. 
III. Loja de armarinhos de Campinas-SP, em grande liquidação de estoque, 
vende camisas a 90% do preço de custo. 
IV. Mineradora exporta ferro fundido ao exterior. 
V. Atacadista do Gasômetro (São Paulo-SP) vende madeiras compensadas para 
loja de Campo Grande-MS. 
É correto afirmar que trata-se de: 
A) créditos simples o que se afirma apenas nos itens I, II e III. 
B) créditos acumulados o que se afirma apenas nos itens I, II, IV e V. 
C) créditos acumulados o que se afirma apenas nos itens I, IV e V. 
D) créditos simples o que se afirma apenas nos itens II, III e V. 
E) créditos acumulados o que se afirma apenas nos itens II, IV e V. 
 
Vamos analisar as situações: 
 
I – Venda de papel imune com manutenção do crédito. Crédito acumulado. 
Existem diversos julgamentos do STF ampliando a interpretação da palavra 
"livro" para outros meios que possam transmitir cultura e informação. Em um 
deles, especificamente, fala-se em extensão da imunidade para as apostilas 
(RE 183403, salvo melhor juízo). Para que se tenha uma ideia, até os álbuns 
de figurinhas da copa são imunes ao ICMS. 
Devemos analisar a questão da prova e ver o que o examinador está 
querendo: literalidade ou jurisprudência. Quase sempre é a literalidade. 
II – Venda interestadual, mas com alíquotas iguais, pois a Construtora não é 
contribuinte do imposto, e a remessa será com a alíquota interna. Crédito 
simples. 
III – Venda interna com tributação normal. Crédito simples. 
IV – Exportação com manutenção do crédito. Crédito acumulado. 
V – Venda interestadual com alíquotas diferentes. Crédito acumulado. 
 
Gaba: C 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 36
4 – FCC 2009 Sefaz SP – Sobre o tratamento do crédito acumulado no DF, é 
incorreto dizer que: 
A) a transmissão a terceiros depende de autorização do Fisco brasiliense. 
B) os contribuintes envolvidos na transferência devem estar em situação 
regular quanto ao cadastro fiscal e ao recolhimento dos tributos. 
C) pode ser transferido o crédito acumulado não prescrito, resultante de 
quaisquer operações ou prestações e decorrente de repetição de indébito do 
ICMS. 
D) na transferência a terceiros, o crédito transferido poderá ser utilizado pelo 
destinatário até o limite de 5% do saldo devedor por ele apurado em cada 
período. 
E) a transmissão a estabelecimentos do mesmo proprietário depende de 
autorização do Fisco brasiliense. 
 
Todas corretas, com exceção da letra E. Na transferência a estabelecimentos 
do mesmo proprietário não é necessária autorização, apenas é exigida a 
comunicação posterior ao Fisco. 
 
Gaba: E 
 
5 – FCC 2009 Sefaz SP - Com base nos arts. 7o, 8o e 10 da Lei 
Complementar no 87/96, para efeitos da exigência ou da restituição do 
imposto por substituição tributária, é INCORRETO afirmar: 
A) A entrada de mercadoria ou bem no estabelecimento do adquirente, ou em 
outro, por ele indicado, será considerada também como fato gerador do 
imposto. 
B) Na operação interestadual com combustíveis derivados de petróleo, 
destinada a consumidor final, o imposto será devido ao Estado onde estiver 
localizado o remetente e pago pelo adquirente. 
C) O contribuinte substituído poderá se creditar, em sua escrita fiscal, do valor 
do imposto pago a maior, obedecidas as condições do regulamento. 
D) O imposto a ser pago, em relação às operações subsequentes, 
corresponderá à diferença entre o valor resultante da aplicação da alíquota 
prevista para as operações ou prestações internas do Estado de destino, sobre 
a respectiva base de cálculo, e o valor do imposto devido pela operação ou 
prestação própria do substituto. 
E) O imposto devido em razão de diferimento será pago pelo responsável, 
quando da entrada ou recebimento da mercadoria ou da saída subsequente por 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 37
ele promovida ou qualquer outra saída ou evento que impossibilite a ocorrência 
do fato determinante do pagamento do imposto. 
 
A letra B está errada. Na operação interestadual com combustíveis derivados 
de petróleo, destinada a consumidor final, o imposto será devido ao Estado 
onde estiver localizado o destinatário e pago pelo adquirente. 
 
As demais estão corretas, e devem ser estudadas e entendidas. 
Letra A, estudamos na aula 01, hipóteses de incidência. 
Letras C e D serão estudadas na próxima aula. 
 
Letra E, correta. Produtor rural vende com diferimento para comerciante. Não 
recolhe o imposto, que fica diferido para o momento da entrada no adquirente, 
ou para o momento da saída do adquirente, dependendo do caso. Também há 
situações em que o imposto fica diferido para o momento da venda para 
consumidor final. 
 
Supondo que essa mercadoria, vendida pelo produtor com diferimento para o 
momento da saída subsequente, venha a perecer no depósito do comerciante. 
 
Nesse caso, não haverá saída. Logo, o comerciante deverá recolher o imposto 
devido pelo produtor na operação anterior, ou seja o imposto que havia sido 
diferido. 
 
Gaba: B 
 
6 – FCC 2009 Sefaz SP - O Agente Fiscal de Rendas, em cumprimento a uma 
ordem de fiscalização, averiguou que o estabelecimento fiscalizado havia 
cometido diversas irregularidades relativas ao crédito do imposto. A autoridade 
fiscal, ao lavrar o auto de infração, NÃO deverá reclamar o valor 
indevidamente creditado, mas tão somente o da multa, ao deparar com crédito 
do imposto 
A) efetuado a título de correção monetária de valores de supostas operações 
ocorridas durante o período inflacionário de 1973, com base em planilha 
elaborada por empresa de consultoria. 
B) com suporte em documento emitido por contribuinte não localizado, que 
não correspondia à entrada de mercadoria no estabelecimento, nem à 
aquisição de sua propriedade. 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 38
C) recebido em transferência, decorrente de escrituração de documento 
inidôneo. 
D) decorrente da entrada de mercadoria no estabelecimento, acobertada por 
documento inidôneo. 
E) decorrente de escrituração de documento que não corresponder à entrada 
de mercadoria no estabelecimento ou à aquisição de sua propriedade. 
 
Muito bem! Todas as alternativas trazem situações de crédito indevido, e serão 
objeto de multa a ser lavrada pela autoridade tributária. 
 
Contudo, no caso da letra C, será exigida apenas multa. A operação de 
transferência será considerada inexistente e crédito estornado. O crédito 
original não era de responsabilidade do estabelecimento fiscalizado, e sim do 
estabelecimento cedente. Tal crédito será exigido do cedente, juntamente com 
as multas cabíveis. 
 
Gaba: C 
 
7 – FCC 2009 Sefaz SP - Com base nos ditames da legislação do ICMS, 
diferimento é: 
A) uma espécie de suspensão do pagamento do imposto. Nele, ocorre a 
postergação do momento do lançamento do ICMS, 
mas não se altera a pessoa responsável pelo seu pagamento. Não se trata de 
benefício fiscal, portanto prescinde de autorização por convênio do CONFAZ. 
B) uma medida adotada pelo fisco para facilitar o controle daarrecadação e 
fiscalização do pagamento do imposto. Nele, ocorre a isenção do imposto em 
determinadas etapas iniciais da circulação da mercadoria, postergando a 
incidência do ICMS. Portanto, faz-se necessária autorização mediante convênio 
do CONFAZ. 
C) a transferência da responsabilidade tributária do ICMS para um contribuinte 
que participe de uma etapa subsequente da circulação da mercadoria. Não 
caracteriza benefício fiscal, não necessitando, portanto, de convênio do 
CONFAZ para sua instituição. 
D) um benefício fiscal que necessita de autorização, mediante convênio do 
CONFAZ, para sua legitimação. No diferimento, ocorre uma postergação do 
momento do pagamento do ICMS, transferindo-se a responsabilidade para um 
substituto tributário. 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 39
E) usado pelos Estados para facilitar o controle e a arrecadação do ICMS. Nele, 
o momento do lançamento do imposto é postergado, mas não é alterada a 
responsabilidade pelo pagamento. Trata-se de benefício fiscal que depende de 
autorização mediante convênio do CONFAZ. 
 
Letra A, errada. Diferimento não se confunde com suspensão. Na suspensão 
ocorre o fato gerador, e muda-se o momento do pagamento do imposto, sem a 
transferência de responsabilidade. No diferimento adia-se o fato gerador e a 
responsabilidade é transferida. Vimos que é uma forma de substituição 
tributária. No regulamento brasiliense existe a peculiar figura do diferimento 
sem substituição. 
 
Letra B, errada. Diferimento não é isenção, o imposto será pago de qualquer 
forma. 
 
Letra C, correta. 
 
Letra D, errada. Diferimento não é benefício fiscal, não precisa de Confaz. 
 
Letra E, errada. Diferimento não precisa de Confaz. Na maioria das vezes 
trata-se de substituição. 
 
Gaba: C 
 
8 – FCC 2010 Sefaz RO - O contribuinte ou responsável não terá direito à 
restituição no caso de 
A) reforma de decisão condenatória. 
B) cobrança ou pagamento espontâneo de imposto indevido ou maior que o 
devido, em face da Legislação Tributária aplicável ou da natureza ou 
circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido. 
C) anulação ou rescisão de decisão condenatória. 
D) erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota 
aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência 
de qualquer documento relativo ao pagamento efetuado. 
E) crédito tributário pago, que tenha sido reclamado pelo fisco em Auto de 
Infração. 
 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 40
Nas hipóteses descritas nas letras A, B, C e D, o contribuinte tem direito a 
restituição, ou compensação. Estudem-nas. 
 
No caso da Letra E, feita a autuação e pago o imposto nela requerido, não há 
direito a restituição. Por óbvio, em atendimento ao princípio da não 
cumulatividade, o contribuinte poderá se creditar do valor pago a título de 
imposto (só a parte do imposto) requerido em auto de infração. Trata-se de 
crédito fiscal, e não de hipótese de restituição ou compensação. 
 
Gaba: E 
 
9 – FCC 2013 Sefaz SP - Conforme a Constituição Federal de 1988, quando 
se trata de ICMS, os incentivos e benefícios fiscais devem ser concedidos ou 
revogados mediante deliberação dos Estados, na forma prevista em lei 
complementar. Considerando o disposto na Lei Complementar 24/1975, e no 
Regulamento do ICMS, considere: 
− A empresa Bebidas S.A. possui três estabelecimentos. O estabelecimento A, 
atacadista, localizado em Brasília, recebe mercadorias dos demais 
estabelecimentos, B e C, e as vende. O Estabelecimento B, localizado no 
Estado “I”, é importador. O Estabelecimento C, localizado no Estado "II", é 
industrial e utiliza insumos nacionais para fabricar os produtos que transfere ao 
Estabelecimento A. 
− No Estado “I”, o estabelecimento B está sujeito a uma alíquota de 12% na 
importação. Todavia, ele aderiu ao programa especial pro importe e, assim, 
paga o valor do ICMS relativo à importação mediante lançamento a débito em 
conta gráfica. Além disso, por ocasião da apuração mensal, o valor do ICMS 
relativo às operações de saída interestaduais pode ser pago da seguinte forma: 
10% à vista e 90% a prazo, em 120 parcelas mensais sem juros. Mas ele 
optou por liquidar antecipadamente as parcelas, com desconto de 80%, 
conforme permitido no pro importe. 
− No Estado “II”, o estabelecimento C aderiu ao programa especial pro 
fabrique e recebe um crédito outorgado de ICMS de 11% nas saídas 
interestaduais. 
Considere, ainda, que os programas especiais pro importe e pro fabrique são 
relacionados diretamente às operações tributadas pelo ICMS, mas não foram 
aprovados pelos Estados nos termos da Lei Complementar 24/1975, que tal 
fato é de conhecimento público e que as remessas de B e C para A estão 
sujeitas à alíquota interestadual de 12%. 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 41
O estabelecimento A, ao receber mercadoria para revenda proveniente do 
estabelecimento B, no valor de R$ 1.000,00, e mercadoria proveniente do 
estabelecimento C, no valor de R$ 2.000,00, e atendidos aos requisitos, pode 
se creditar de ICMS, respectivamente, no valor de: 
A) R$ 12,00 e R$ 240,00. 
B) R$ 33,60 e R$ 20,00. 
C) R$ 120,00 e R$ 240,00. 
D) R$ 120,00 e R$ 20,00. 
E) R$ 12,00 e R$ 20,00. 
 
Turma, vamos a uma questão sobre benefícios concedidos à revelia do Confaz, 
inconstitucionais, portanto. 
 
Já sabemos que, nesse caso, o DF proíbe o crédito pelo destinatário dos 
valores destacados em operações interestaduais que não foram efetivamente 
recolhidos pelo remetente em sua UF. 
 
Vamos ver o item I. B vendeu para A. 
Em sua UF, B tem alguns benefícios irregulares. 
Primeiro ponto: não há nada de errado no fato de B poder pagar o imposto de 
importação por meio de débito em conta fiscal. Todo valor debitado em conta 
fiscal (ou gráfica) considera-se cobrado, e será recolhido na apuração. 
Na operação de 1000, o imposto devido seria 120. 
Quanto B efetivamente recolheu? 
10% recolheu à vista = 12 
Ficaram faltando (120 -12) = 108 
Desses 108, B obteve um desconto de 80%, por pagar à vista as parcelas. 
Logo, recolheu mais (108 x 20%) = 21,60 
Total efetivamente pago por B = 12 + 21,60 = 33,60 
Esse é o valor que poderá ser creditado pelo destinatário brasiliense. 
 
Vamos ver o item II. C vendeu para A. 
Em sua UF, C tem alguns benefícios irregulares. 
Na operação de 2000, o imposto devido seria 240. 
Quanto C efetivamente recolheu? 
A alíquota é de 12%, mas C tem um crédito outorgado de 11% 
Então temos o seguinte: 
Crédito outorgado 11%: 220 
Legislação Tributária para Auditor Fiscal da Receita do 
Distrito Federal - Teoria e Exercícios – Aula 03 
Professor Marcelo Seco 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Marcelo Seco 42
Imposto recolhido 1%:20 
Total efetivamente pago por C = 20 
 
Esse é o valor que poderá ser creditado pelo destinatário brasiliense. 
 
Gaba: B 
 
10 – FCC 2014 Sefaz RJ - Em relação à legislação do ICMS do Distrito 
Federal, é INCORRETO afirmar: 
A) O diferimento é uma forma de substituição tributária das operações 
antecedentes e o responsável se localiza em uma das etapas posteriores 
àquela que é objeto do instituto,

Continue navegando