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SEFAZ PE XEST administrativo daniel Aula 16 Lei n. 6.123 1968 (deveres e responsabildades)

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Aula 16
Direito Administrativo p/ SEFAZ/PE
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AULA 16: Lei n. 6.123/1968 (deveres e 
responsabilidades) 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO À AULA 16 2 
2. DEVERES 2 
2.1 ACUMULAÇÃO 2 
2.2 RESPONSABILIDADES 10 
2.2.1 RESPONSABILIDADE CIVIL 10 
2.2.2 RESPONSABILIDADE PENAL 13 
2.2.3 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA 14 
3. DO REGIME DISCIPLINAR (NA LEI N. 6.123/68) 15 
3.1 DOS DEVERES E PROIBIÇÕES 15 
3.2 DAS PENALIDADES 17 
3.3 PRISÃO ADMINISTRATIVA 27 
3.4 DA SUSPENSÃO PREVENTIVA 28 
3.5 DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 29 
3.5.1 REGIME DISCIPLINAR 29 
3.5.1.1 PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS 30 
3.5.1.1.1 DEVIDO PROCESSO LEGAL 30 
3.5.1.1.2 PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO 36 
3.5.1.1.3 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 40 
3.5.1.1.4 PRINCÍPIO DO (IN)FORMALISMO MODERADO 41 
3.5.1.1.5 PRINCÍPIO DA VERDADE REAL 43 
3.5.1.1.6 PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU DE NÃO CULPABILIDADE 44 
3.5.2 SINDICÂNCIA 45 
3.5.3 INQUÉRITO ADMINISTRATIVO 48 
4. RESUMO DA AULA 56 
 
 
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1. Introdução à aula 16 
 
Nesta aula 16, estudaremos mais alguns dispositivos da Lei 
6.123/1968, qual seja, os ³(Estatuto dos Servidores Públicos do 
Estado de Pernambuco - Lei Estadual no 6.123/1968 e alterações): 
Deveres e responsabilidades; Sindicância e processo administrativo´. 
Sem demora, vamos adentrar na lei. 
 
2. Deveres 
 
2.1 Acumulação 
 
A acumulação é o primeiro tópico trazido pela Lei n. 6.123/68 
quando ela trata do regime disciplinar do servidor público do Estado 
de Pernambuco. Além de estar previsto na lei, a acumulação tem 
previsão também na Constituição. 
A primeira regra geral que se deve ter em mente é de que NÃO é 
possível acumular cargos. A acumulação só é possível, 
excepcionalmente, nas hipóteses expressamente previstas na 
Constituição. 
Leia com atenção o art. 37, XVI, da CF: 
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, 
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado 
em qualquer caso o disposto no inciso XI: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de 
saúde, com profissões regulamentadas; 
 XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e 
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funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, 
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades 
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; 
 
Perceba que só é possível acumular se houver compatibilidade 
de horários. Além disso, quem acumula cargos deve observar o teto 
constitucional do funcionalismo público. Por fim, é impossível 
acumular 3 cargos, a acumulação máxima é de 2 cargos públicos 
(RE 381204 ± Supremo Tribunal Federal) 
Segundo a Constituição, é possível acumular: 
A. Dois cargos de PROFESSOR (p. ex: professor de 
Universidade Federal e Professor de Universidade Estadual); 
B. Um cargo de PROFESSOR com outro, TÉCNICO OU 
CIENTÍFICO; 
C. Dois cargos ou empregos PRIVATIVOS DE 
PROFISSIONAIS DE SAÚDE, com profissões 
regulamentadas. 
 
Em atenção ao princípio da eficiência, não se pode incentivar que 
o servidor tenha outra atividade profissional fora do serviço público. 
As exceções constitucionais só existem para que o servidor possa 
atuar em áreas essenciais ao desenvolvimento da sociedade e 
carentes de pessoal, quais sejam, a saúde (lembrem-se do caos que 
vive a saúde brasileira) e a educação (quem se aventura na profissão 
de professor deve ser incentivado a abraçar cada vez mais alunos!). 
A partir do artigo do colega Procurador do Estado de Sergipe, 
Tiago Bockie 
(http://www.infonet.com.br/tiagobockie/ler.asp?id=146396) 
destacamos as 3 informações mais importantes sobre a acumulação: 
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1- A acumulação p�GH�³FDUJRV´��PDV�HOD�abrange cargos públicos, 
empregos públicos e funções públicas. Por outro lado, não se 
considera como em acumulação um servidor da Secretaria de Saúde 
que também tem emprego ou é plantonista em clínica ou hospital 
particular. 
2- É possível a acumulação de vínculos de mesma natureza ou 
com natureza distinta (cargo com cargo, emprego com emprego, 
função com função, cargo com emprego, emprego com função ou 
função com cargo), mesmo que de diferentes Entidades Federativas 
(âmbito federal, estadual, municipal ou distrital), desde que 
observadas as condições do art. 37, inc. XVI, da Constituição Federal. 
3- A Constituição Federal prevê que é vedada, como regra, a 
acumulação remunerada, admitindo-se, por exemplo, que ocorra a 
acumulação quando o servidor encontra-se em gozo de licença para o 
trato de interesses particulares em relação a um dos vínculos, por 
exemplo, pois, nesse caso, a acumulação não seria remunerada. 
3URIHVVRU��R�TXH�VHULD�³FDUJR�WpFQLFR�RX�FLHQWtILFR´" 
Nos termos do Decreto federal nº 35.956/54, já revogado, cargo 
técnico ou cientifico ³é aquele para cujo exercício seja indispensável e 
predominante a aplicação de conhecimentos científicos ou artísticos 
GH�QtYHO�VXSHULRU�GH�HQVLQR´�� 
Embora já revogado, o conceito do referido decreto foi adotado 
pelo Superior Tribunal de Justiça para decidir acerca da possibilidade 
ou não de acumulação de cargos em um caso concreto. O STJ 
entendeu que um cargo de natureza eminentemente burocrático (ex: 
bater carimbos, juntar papel em processos etc) não se enquadra no 
FRQFHLWR� GH� ³FDUJR� WpFQLFR� RX� FLHQWtILFR´� H�� SRU� LVVR�� QmR� SRGH� VHU�
acumulado com outro (RMS nº 7.006-DF- Sexta Turma, Rel. Min. 
Vicente Leal, DJU de 04.11.96). 
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conjunto de atribuições cuja execução reclama conhecimento 
HVSHFtILFR� GH� XPD� iUHD� GR� VDEHU�´� �506� �����3%�� 5HO�� 0LQ�� /XL]�
Vicente Cernicchiaro, Sexta Turma, 23/09/1997, DJ 02.03.1998, 
p.152) 
O Procurador Tiago Bockie, no mesmo artigo, sintetiza, com 
maestria o conceito de cargo técnico. Segundo ele, o conceito se 
extrai a partir da conjugação de três critérios: 
³a) escolaridade exigida para a investidura no cargo público; 
b) natureza da atividade desenvolvida; e 
c) aplicação, no exercício das atribuições inerentes ao cargo, dos 
conhecimentos adquiridos de acordo com a escolaridade exigida´. 
Assim, para o colega, ³Hntende-se como cargo técnico aquele 
que exige de seu ocupante habilitação específica profissionalizante de 
2º grau, no qual os conhecimentos adquiridos nesta formação 
profissional sejam utilizados, primordialmente, no exercício de suas 
responsabilidades funcionais´. 
Importante notar a existência, no texto constitucional, de outras 
hipóteses constitucionais em que é lícita a acumulação 
remunerada. Leia atentamente os seguintes artigos da Constituição: 
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, 
autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, 
aplicam-se as seguintes disposições: 
(...) 
III - investido no mandato de Vereador, havendo 
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu 
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do 
cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a 
norma do inciso anterior; 
 
 
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: 
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Parágrafo único. Aos juízes é vedado: 
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou 
função, salvo uma de magistério; 
 
 
Art. 128. O Ministério Público abrange: 
(...) 
§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja 
iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, 
estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de 
cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus 
membros: 
(...) 
II - as seguintes vedações: 
(...) 
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função 
pública, salvo uma de magistério; 
 
Em resumo, temos as seguintes possibilidades de acumulação 
espalhadas na Constituição: 
A. Permissão de acumulação para servidores públicos 
exercerem o mandato eletivo de VEREADOR; 
B. Permissão para os JUÍZES exercerem o MAGISTÉRIO; 
C. Permissão para os MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
exercerem o MAGISTÉRIO. 
Professor, e a Lei n. 6.123/68, repete a Constituição quando o 
tema é acumulação? 
Não, meu amigo, pois a lei local é anterior à Constituição, mas a 
redação da norma estadual não complica muito o seu estudo. O que é 
mais diferente na lei estadual é a previsão expressa de que é possível 
acumular um cargo de juiz com um de professor. Na Constituição 
também há essa previsão, mas não no rol das exceções em que é 
possível acumular. 
Veja o rol da Lei n. 6.123/68: 
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Art. 190. É vedada a acumulação remunerada exceto: 
I - a de Juiz e um cargo de professor; 
II - a de dois cargos de professor; 
III - a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
IV - a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de 
saúde, com profissões regulamentadas. 
 
Outro ponto que merece destaque na Lei n. 6.123/68 é que, 
além da compatibilidade de horários, a lei exige que haja 
³FRUUHODomR� GH� PDWpULDV´� para que seja possível a acumulação. 
Isso quer dizer que um juiz pode acumular um cargo de professor de 
faculdade de direito, mas não pode acumular seu cargo de juiz com o 
cargo de professor de química (se ele tiver essa outra formação). 
Vale destacar que a proibição de acumular se estende a cargos, 
funções ou empregos em autarquias, empresas públicas e sociedades 
de economia mista (redação do art. 190, § 2º da Lei n. 6.123/68). 
Não é possível exercer mais de uma função gratificada no Estado 
de Pernambuco (quando você tomar posse, você não pode ter duas 
funções ou dois cargos em comissão). 
Também não é possível participar de mais de um órgão de 
deliberação coletiva, a não ser que o servidor seja membro nato 
desse órgão ou quando o exercício desse órgão de deliberação 
coletiva seja decorrência do outro cargo que ele detém. 
A presença do servidor nesses órgãos de deliberação coletiva 
ocorre muito nas empresas estatais, cujos órgãos de deliberação 
máxima são formados por conselhos. Assim, se João é Secretário de 
Estado da Fazenda e se esse cargo tem assento direto no conselho da 
empresa estatal X, não há qualquer impedimento no exercício dessa 
função no órgão de deliberação coletiva por João. 
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Agora vamos falar das hipóteses de acumulação para servidores 
aposentados. 
Para compreender esse tema, você deve conhecer o art. 37, § 
10, da Constituição, inserido pela Emenda Constitucional n. 20/98. 
Leia-o, com atenção: 
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de 
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a 
remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os 
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e 
os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e 
exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
 
Como se vê, esse dispositivo prevê a impossibilidade, como 
regra, de acumular proventos de aposentadoria do servidor (regime 
próprio de previdência, do servidor estatutário ou militar) com 
remuneração de cargo, emprego ou função pública na ativa. 
Perceba que existe a vedação só para aquele que recebe 
aposentadoria do regime próprio de previdência. Aquele que recebe 
aposentadoria pelo regime geral (RGPS) não tem restrição para 
exercer um cargo público e dele receber remuneração. 
Além disso, observe que há 3 exceções no § 10, ou seja, há 3 
possibilidades de acumulação de proventos de aposentadoria do 
regime próprio com cargo público. As possibilidades de acumulação 
são as seguintes: 
- proventos de regimes próprios de previdência (servidor civil ou 
militar) com a remuneração de cargos acumuláveis na atividade (2 de 
professor, 2 de área da saúde, cargo técnico com professor e demais 
hipóteses previstas na Constituição, conforme vimos acima); 
- proventos de regimes próprios de previdência (servidor civil ou 
militar) com a remuneração de cargos em comissão;83395105172
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- proventos de regimes próprios de previdência (servidor civil ou 
militar) com a remuneração de cargos eletivos. 
Assim, o servidor público aposentado pode exercer cargo em 
comissão ou cargo eletivo que vai continuar recebendo os proventos 
de aposentadoria e a remuneração desses cargos. Além disso, não há 
óbice em um professor aposentado de universidade federal exercer o 
cargo de professor do Estado de São Paulo, por exemplo. 
Professor, o servidor aposentado, pode ter 2 aposentadorias no 
regime próprio? 
Em regra, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria 
à conta do regime próprio de previdência dos servidores públicos 
estatutários. Contudo, é possível sim um servidor ter 2 
aposentadorias, se essas forem de cargos licitamente acumulados na 
atividade (hipóteses de acumulação possível previstas na CF). 
Para não ter dúvidas, leia o § 20 do art. 40 da Constituição: 
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de 
previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e 
de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente 
estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X.(Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
 
Na Lei n. 6.123/68, há o seguinte dispositivo sobre acumulação 
de proventos: 
§ 3º A proibição de acumular proventos não se aplica aos 
aposentados, quanto ao exercício de mandato eletivo, cargo em 
comissão ou contrato para prestação de serviços técnicos ou 
especializados. 
 
Por fim, vale destacar que, sobre o procedimento para a 
Administração apurar a acumulação indevida de cargos, a lei 
estadual n. 6.123/68, assim dispõe: 
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Art. 192. Verificada em processo administrativo acumulação proibida 
e comprovada a boa fé, o funcionário optará por um dos cargos. 
Parágrafo único. Provada a má fé, o funcionário perderá todos os 
cargos. 
 
O art. 192 confere o procedimento quando o Estado constata que 
o servidor está acumulando cargos ilicitamente. O servidor tem que 
optar por um dos cargos. 
Se ele optar, deixa de caracterizar a sua má-fé. Se ele não 
optar, perderá todos os cargos. 
 
2.2 Responsabilidades 
 
 
O servidor público responde pelo exercício irregular de suas 
atribuições na esfera civil, penal e, também, administrativamente. 
Conforme o artigo 195. 
 Art. 195 ± Pelo exercício irregular de suas atribuições, o 
funcionário responde civil, penal e administrativamente. 
 
Perceba que são 3 esferas possíveis de responsabilização do 
servidor: civil, penal e administrativa. Passemos agora, ao estudo de 
cada uma das responsabilidades. Primeiro começaremos com a 
responsabilidade Civil. Segue. 
2.2.1 Responsabilidade Civil 
 
Observe o que diz Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo sobre a 
responsabilidade civil: 
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³$�UHVSRQVDELOLGDGH�FLYLO�GRV�DJHQWHV�S~EOLFRV�p�GR�WLSR�
subjetiva, por culpa comum, isto é, eles só respondem 
pelos danos que causarem se o Estado provar que 
houve culpa e dolo (intenção) do servidor. A ação do 
Estado contra o agente público é denominada ação 
UHJUHVVLYD�´ 
 
Como se vê, a responsabilidade civil, do servidor público é 
subjetiva, ou seja, depende da demonstração de dolo ou culpa. 
Nesse sentido, a Lei 6.123/68, a responsabilidade civil decorre 
de procedimento, doloso ou culposo, que tenha causado dano à 
Fazenda ou a terceiros. 
Art. 196. A responsabilidade civil decorre de procedimento doloso ou 
culposo, que importe em prejuízo à Fazenda Estadual ou a terceiros. 
 
Não confunda a relação SERVIDOR ± dano ± ESTADO com a 
relação ESTADO ± dano ± CIDADÃO. 
A que estamos estudando é a relação SERVIDOR ± dano ± 
ESTADO. 
Se o Estado causa um dano ao cidadão, ele irá responder por 
esses danos independente de dolo ou culpa, por isso diz-se que a 
responsabilidade civil do Estado é objetiva (relação ESTADO ± 
dano ± CIDADÃO). No caso da Lei 6.123/68, a responsabilidade 
civil do agente público também é subjetiva (relação SERVIDOR ± 
dano ± ESTADO). 
E se João, servidor público, ao transportar um computador 
dentro do órgão público, deixou a CPU cair no pé de um cidadão, 
chamado Asdrubal, que foi pedir uma certidão no órgão. Como fica a 
responsabilidade? 
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Asdrubal pode cobrar o prejuízo do Estado ou de João. 
Se ele cobrar do Estado ou de João, a responsabilidade será 
objetiva e ele não precisa provar dolo ou culpa de nenhum dos dois. 
Ele precisa apenas provar que houve o dano e que este decorreu de 
um ato estatal. Não é necessário fundamentar a cobrança de João na 
responsabilidade subjetiva do servidor, ou seja, ele não precisa 
demonstrar que João agiu com dolo ou culpa ao deixar a CPU cair no 
pé dele. 
Se Asdrubal cobrou do Estado, este tem a ação regressiva 
contra João para reaver do servidor que causou o dano o dinheiro que 
o Estado gastou para pagar a indenização a Asdrubal. 
De forma bem simples podemos definir a ação regressiva citada 
pelos autores da seguinte forma: Quem irá ressarcir o dano causado 
pelo servidor ao terceiro será o Estado. Este por sua vez será 
indenizado pelo servidor que causou o dano. 
Veja o dispositivo legal da Lei n. 6.123/68 (art. 196): 
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiro responderá o 
funcionário perante a Fazenda Estadual em ação regressiva proposta 
após transitar em julgado a decisão que a houver condenado a 
indenizar o terceiro. 
 
Interessante notar que a mesma lei deixa claro que é possível 
descontar do contracheque do servidor o valor da indenização 
devida pelo servidor quando ele deve reparar o dano ao Estado (na 
hipótese, por exemplo, do Estado ter sido cobrado de Asdrubal e o 
ente público se voltar em ação reg4essiva contra João). 
Esse desconto, contudo, não pode ser em mais de 10% do valor 
do vencimento do servidor. Veja a redação do § 1 do art. 196 da 
mesma lei: 
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§ 1° O ressarcimento do prejuízo causado à Fazenda Estadual no que 
exceder os limites do seguro-fidelidade quando houver e, à falta de 
outros bens que respondam pela indenização, poderá ser liquidado 
mediante desconto em prestações mensais não excedentes da 
décima parte do vencimento do funcionário. 
 
Professor, e se o servidor pagou o dano, ele estará isento das 
demais formas de responsabilidade? 
 Não! Obedecendo ao Príncipio da Independência das Instâncias, 
que diz que uma determinada conduta pode caracterizar um ilícito 
civil, administrativo e penal ao mesmo tempo, o cumprimento de 
uma sanção ou da conseqüência em uma seara não implica no 
imediato arquivamento da responsabilização nas demais searas. 
Nesse sentido, o seguinte dispositivo da Lei n. 6.123/68: 
 Art. 198. A responsabilidade administrativa resulta de ação ou 
omissão do desempenho do cargo ou função e não será elidida pelo 
ressarcimento do dano. 
 
2.2.2 Responsabilidade Penal 
 
Ao praticar crime ou contravenção o servidor responderá na 
esfera penal. 
Tendo em vista o princípio da independência as sanções 
penais, civis e administrativas, podem ser acumuladas. 
3RUpP� D� HVIHUD� SHQDO� WHP� XP� ³SHVR´� PDLRU� VREUH� DV� GHPDLV��
XPD� GHFLVmR� SRGH� ³DFDUUHWDU� R� UHFRQKHFLPHQWR� DXWRPiWLFR� GD�
UHVSRQVDELOLGDGH�GR�VHUYLGRU�QDV�GHPDLV�HVIHUDV´��FRQIRUPH�HQVLQDP�
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo. 
Essa excepcional vinculação entre as instâncias penal, civil e 
administrativa ocorre quando a sentença penal reconhece a 
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autoria e a materialidade do fato irregular. Se houver decisão 
judicial nesse sentido, a Administração estará vinculada às conclusões 
sobre a autoria e a materialidade definidas na Justiça. 
MUITA ATENÇÃO! Se o servidor, em processo judicial, for 
absolvido por falta de provas, essa decisão judicial não 
vinculará a decisão da esfera administrativa. 
Quanto a Responsabilidade Administrativa, seguem os 
ensinamentos. 
2.2.3 Responsabilidade Administrativa 
 
³2� VHUYLGRU� UHVSRQGH� DGPLQLVWUDWLYDPHQWH� SHORV� LOtFLWRV�
administrativos definidos na legislação estatutária e que apresentam 
os mesmos elementos básicos do ilícito civil: Ação ou omissão 
contrária à lei, culpa ou dROR�H�GDQR´�'L�3LHWUR��� 
A Administração que irá apurar as irregularidades cometidas pelo 
servidor público, de acordo com os deveres impostos pelas normas 
que foram eventualmente descumpridos pelo servidor ou pela 
ocorrência de algum fato caracterizado como infração disciplinar pelo 
estatuto do servidor. 
Infração disciplinar é toda a ação ou omissão do funcionário que 
possa comprometer a dignidade e o decoro da função pública, ferir a 
disciplina e a hierarquia, prejudicar a eficiência dos serviços públicos 
ou causar prejuízo de qualquer natureza à Administração. 
Veja que o decoro e a honestidade são valores supremos do 
exercício da função pública. Assim, todo ato do servidor que ferir a 
dignidade ou a honestidade, está sujeito à sanção disciplinar. 
Também estará sujeito à sanção disciplinar aquele que ferir a 
disciplina e a hierarquia. Ainda, aquele que prejudicar a eficiência dos 
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serviços públicos ou causar prejuízos à Administração também estará 
³QR�VDO´� 
A infração disciplinar ocorre mediante ato omissivo ou 
comissivo, praticado com dolo ou culpa, por parte do servidor. 
 
3. Do Regime Disciplinar (na Lei n. 6.123/68) 
 
3.1 Dos deveres e proibições 
 
Para que o servidor de Pernambuco tenha um padrão de conduta 
claro, a Lei n. 6.123/68 prevê quais são os deveres gerais do 
servidor, ou seja, o que ele deve fazer e, por outro lado, prevê um rol 
de proibições, ou seja, o que o servidor não pode fazer. 
Os deveres estão assim elencados na norma: 
 Art. 193. São deveres do funcionário, além do desempenho das 
tarefas cometidas em 
razão do cargo ou função. 
I - assiduidade; 
II - pontualidade; 
III - discrição; 
IV - urbanidade; 
V - lealdade às instituições constitucionais; 
VI - obediência às ordens superiores, exceto quando manifestamente 
ilegais; 
VII - observância às normas legais e regulamentares; 
VIII - levar ao conhecimento da autoridade superior irregularidade 
de que tiver ciência 
em razão do cargo ou função; 
IX - zelar pela economia e conservação do material que lhe for 
confiado; 
X - providenciar para que esteja sempre em ordem, no 
assentamento individual a sua declaração de família; 
XI - atender prontamente às requisições para defesa da Fazenda 
pública e à expedição de certidões requeridas para defesa de direitos 
e esclarecimentos de situações; 
XII - guardar sigilo sobre documentos e fatos de que tenha 
conhecimento em razão do cargo ou função. 
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Interessante notar que é dever do servidor público não chegar 
atrasado, não faltar ao trabalho, ser discreto, tratar as pessoas com 
educação, obedecer as normas, informar ao seus chefes as 
irregularidades verificadas, economizar material da repartição, 
atender de pronto as requisições da Administração, fazer certidões 
para esclarecer a situação de cidadãos e guardar sigilo sobre 
documentos e fatos que tenha conhecimento em razão da 
função. 
Preste atenção nesse último! Pois o princípio da publicidade pode 
fazer você entrar pelo cano! 
As proibições, por outro lado, constam do seguinte rol: 
Art. 194. Ao funcionário é proibido: 
I - exercer, cumulativamente, dois ou mais cargos ou funções 
públicas, salvo as exceções previstas em lei; 
II - referir-se de modo depreciativo, em informação, parecer ou 
despacho às autoridades ou atos da administração pública podendo 
porém em trabalho assinado criticá-los do ponto de vista doutrinário 
ou da organização do serviço; 
III - retirar, sem previa autorização da autoridade competente, 
qualquer documento ou objeto da repartição; 
IV - promover manifestação de apreço ou desapreço e fazer circular 
ou subscrever lista de donativos no recinto da repartição; 
V - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em detrimento da 
dignidade da função; 
VI - coagir ou aliciar subordinados com objetivo de natureza politico-
partidária; 
VII - participar de gerência ou administraçãode empresa comercial 
ou industrial, salvo em órgão da administração pública indireta; 
VIII - exercer comércio ou participar de sociedade comercial, exceto 
como acionista, cotista ou comanditário; 
IX - pleitear, como procurador ou intermediário, junto às repartições 
públicas, salvo quando se tratar de percepção de vencimento ou 
vantagem de parente consangüíneo ou afim até o segundo grau; 
X - praticar usura em qualquer de suas formas; 
XI - receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de 
qualquer espécie, em razão do cargo ou função; 
XII - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos 
previstos em lei o desempenho de encargo que lhe competir ou a 
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seus subordinados; 
XIII - promover direta ou indiretamente a paralisação de serviços 
públicos ou dela participar; 
XIV - aceitar comissão, emprego ou pensão de governo estrangeiro, 
sem prévia autorização do Presidente da República; 
XV - celebrar contrato com a administração estadual quando não 
autorizado em lei ou regulamento; 
XVI - receber, direta ou indiretamente, remuneração de empresas 
que prestem serviços à repartição onde é lotado. 
 
Aqui, destaco que as principais proibições são as seguintes: 
x Não acumular 
x Não destratar 
x Não retirar documento da repartição sem autorização 
x Não pedir donativos 
x Não manifestar apreço ou desapreço 
x Não se valer do cargo para proveito pessoal 
x Não coagir subordinados 
x Não gerir empresa privada (que não seja estatal) 
x Não exercer comércio 
x Não atuar como procurador 
x Não praticar usura 
x Não receber propinas de qualquer espécie 
x Não acometer a terceiros ou estranhos função que é 
própria da Administração 
x Não promover greve (de questionável constitucionalidade 
essa proibição) 
x Não aceitar valores de governo estrangeiro 
x Não celebrar contratos ilegais 
 
3.2 Das Penalidades 
 
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Vimos acima que o regime disciplinar se insere na 
responsabilização administrativa do servidor, ou seja, é por meio das 
regras do regime disciplinar que a Administração apura as condutas 
de seus servidores para aplicar as sanções disciplinares previstas em 
lei, caso esse servidor tenha feito alguma K H DA! 
Afinal, professor, quais são as penas disciplinares? 
A Lei n. 6.123/68 traz um rol, leia-o com ATENÇÃO: 
Art. 199. São penas disciplinares: 
I - repreensão; 
II - multa; 
III - suspensão; 
IV - destituição de função; 
V - demissão; 
VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade. 
Parágrafo único. A enumeração constante deste artigo não exclui a 
advertência verbal por negligência ou falta funcional outra a que se 
tiver de impor penalidade mais grave. 
 
Essas penas estão em ordem de gravidade, da menos para a 
mais grave. 
Além da demissão, que é a pena máxima, a cassação de 
aposentadoria e a suspensão, a lei de 3HUQDPEXFR� WUD]� D� ³PXOWD´��
Perceba que não há a figura da advertência no rol das penas para os 
servidores de Pernambuco. Porém, o parágrafo único não exclui seu 
uso. A pena mais leve é a repreensão. 
Afinal, qual a diferença entre repreensão e a advertência verbal, 
professor? 
A diferença é apenas a forma da aplicação da pena, se é 
advertência, a mesma ocorre verbalmente, oportunidade em que o 
superior imediato SDVVD�DTXHOH�³SLWR´�QR�VHUYLGRU��$�UHSUHHQVmR�p�SRU�
escrito. 
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Leia o art. 201 da Lei 6.123/68: 
Art. 201. A repreensão será aplicada por escrito, nos casos de 
desobediência ou falta de cumprimento do dever. 
 
Outra novidade da Lei n. 6.123/85 é diferenciar a demissão. 
Quando a demissão é fundamentada nos incisos I (crime contra a 
administração pública), VI (aplicação irregular dos dinheiros 
públicos), VII (revelação de segredo conhecido em razão do cargo ou 
função), VIII (lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio 
estadual) e IX (corrupção passiva nos termos da lei penal) do art. 
204, ela terá uma nota de ³D� EHP� GR� VHUYLoR� S~EOLFR´� que 
constará no ato da demissão. A demissão que possuir essa nota, 
impede o a participação do ex-servidor em concurso público 
para provimento de cargo, emprego ou função na 
administração direta e indireta estadual ou sua nomeação ou 
designação para cargos comissionados ou funções de 
confiança. 
 
ATENÇÃO!!! 
É óbvio que a aplicação das penas disciplinares deve observar o 
princípio constitucional da individualização da pena, de modo 
que a medida restritiva seja suficiente para reeducar o servidor, 
mostrar para ele que ele está fora dos padrões que se espera de um 
agente público e demonstre uma repulsa proporcional à gravidade do 
ato por ele praticado. 
Um dispositivo de suma importância nessa função, previsto na 
Lei n. 6.123/68 é o art. 200�� TXH� DVVLP� GLVS}H�� ³Art. 200. Na 
aplicação das penas disciplinares serão consideradas a natureza e a 
gravidade da infração, os danos que dela provierem para o serviço 
público e os antecedentes do funcionário.´. 
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Então, na aplicação da sanção, deve ser verificado pela 
autoridade: 
- natureza e gravidade da infração 
- danos que a infração gerou 
- antecedentes do funcionário; 
Para que os órgãos de controle possam verificar se a sanção foi 
aplicada corretamente, o ato punitivo deve mencionar sempre os 
fundamentos da penalidade. 
Para auxiliar na correta aplicação da pena, a lei pernambucana já 
descreve quais ações ensejam uma e outra penalidade. Aqui é o 
ponto em que o examinador pode ser sacana! Por isso, ABRA O OLHO 
e leia por 5 vezes esses dispositivos: 
I. Repreensão (para descumprimentos genéricos de 
dever) 
Art. 201. A repreensão será aplicada por escrito, nos casos de 
desobediência ou falta de cumprimento do dever. 
 
II. Suspensão (de até 30 dias, pode ser convertida em 
multa de 50% do valor dia do vencimento e o 
sujeito continua trabalhando) 
Art. 202. A suspensão, que não excederá de trinta dias, será 
aplicada em casos de: 
I - falta grave; 
II - reincidência em falta punível com a pena de repreensão; 
III - transgressão do disposto nos itens II,III, IX e XII do 
artigo 194. Que são as seguintes condutas: 
II - referir-se de modo depreciativo, em informação, parecer ou 
despacho às autoridades ou atos da administração pública podendo 
porém em trabalho assinado criticá-los do ponto de vista doutrinário 
ou da organização do serviço; 
III - retirar, sem previa autorização da autoridade competente, 
qualquer documento ou objeto da repartição; 
IX - pleitear, como procurador ou intermediário, junto às repartições 
públicas, salvo quando se tratar de percepção de vencimento ou 
vantagem de parente consangüíneo ou afim até o segundo grau; 
XII - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos 
previstos em lei o desempenho de encargo que lhe competir ou a 
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seus subordinados; 
 
Parágrafo único. Quando houver conveniência para o serviço, a 
pena de suspensão poderá ser convertida em multa, na 
base de cinqüenta por cento por dia de vencimento, obrigado o 
funcionário a permanecer no serviço. 
 
III. Destituição (destituição do cargo em comissão, 
também é sanção genérica, como a repreensão, 
mas direciona-se para quem tem cargo em 
comissão) 
Art. 203. A destituição de função terá por fundamento a falta 
de exação do cumprimentodo dever. 
 
IV. Demissão (pena capital) 
Art. 204. A demissão será aplicada nos casos de: 
I - crime contra a administração pública; 
II - abandono de cargo; 
III - insubordinação grave em serviço; 
IV - incontinência pública e escandalosa, vício de jogos 
proibidos e embriaguez habitual; 
V - ofensa física a pessoa, quando em serviço, salvo em 
legítima defesa; 
VI - aplicação irregular dos dinheiros públicos; 
VII - revelação de segredo conhecido em razão do cargo ou 
função; 
VIII - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio 
estadual; 
IX - corrupção passiva nos termos da lei penal; 
X - reincidência em falta que deu origem à aplicação da pena 
de suspensão por trinta dias; 
XI - transgressão ao disposto no item I do artigo 194 
combinado com o parágrafo único do artigo 192 deste 
Estatuto: acumulação indevida de má-fé 
XII - transgressão ao disposto nos itens V, VI, VII, VIII, X, Xl, 
XIII, XIV, XV e XVI do artigo 194; Que são as seguintes: 
 
V - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em detrimento da 
dignidade da função; 
VI - coagir ou aliciar subordinados com objetivo de natureza politico-
partidária; 
VII - participar de gerência ou administração de empresa comercial 
ou industrial, salvo em órgão da administração pública indireta; 
VIII - exercer comércio ou participar de sociedade comercial, exceto 
como acionista, cotista ou comanditário; 
X - praticar usura em qualquer de suas formas; 
XI - receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de 
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qualquer espécie, em razão do cargo ou função; 
XIII - promover direta ou indiretamente a paralisação de serviços 
públicos ou dela participar; 
XIV - aceitar comissão, emprego ou pensão de governo estrangeiro, 
sem prévia autorização do Presidente da República; 
XV - celebrar contrato com a administração estadual quando não 
autorizado em lei ou regulamento; 
XVI - receber, direta ou indiretamente, remuneração de empresas 
que prestem serviços à repartição onde é lotado. 
 
XIII - perda da nacionalidade brasileira; 
XIV - sessenta dias de falta ao serviço, em período de doze 
meses, sem causa justificada, desde que não configure 
abandono de cargo. 
Parágrafo único. Considera-se abandono de cargo a ausência 
ao serviço sem justa causa, por mais de trinta dias 
consecutivos. 
 
Perceba que o máximo da suspensão em Pernambuco é de 30 
dias! 
Para ver se você já está afiado, responda a essas perguntas: 
1 - A qual sanção está sujeito o servidor que dá um soco, sem 
qualquer razão, em um colega de trabalho? 
2 - A qual sanção está sujeito o servidor que exercer comércio? 
3 - A qual sanção está sujeito o servidor que participar da 
administração de empresa privada? 
4 - A qual sanção está sujeito o servidor que inassíduo ou 
impontual? 
5 - A qual sanção está sujeito o servidor que retirar, sem previa 
autorização da autoridade competente, qualquer documento ou 
objeto da repartição? 
6 - A qual sanção está sujeito o servidor que por sessenta dias 
falta ao serviço, em período de doze meses, sem causa justificada, 
desde que não configure abandono de cargo? 
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7 - A qual sanção está sujeito o servidor que cometer a pessoa 
estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei o desempenho 
de encargo que lhe competir ou a seus subordinados? 
8 - A qual sanção está sujeito o servidor que celebrar contrato 
com a administração estadual quando não autorizado em lei ou 
regulamento? 
9 - A qual sanção está sujeito o servidor que aplicar 
irregularmente o dinheiro público? 
10 - A qual sanção está sujeito o servidor que revela segredo 
conhecido em razão do cargo ou função? 
Respostas: 
1 demissão 
2 demissão 
3 demissão 
4 repreensão 
5 suspensão 
6 demissão 
7 suspensão 
8 demissão 
9 demissão 
10 demissão 
Não se esqueça que a suspensão é aplicada, também, quando o 
servidor é reincidente em falta punível com a pena de repreensão. 
Não se esqueça, também, que a demissão é aplicável quando o 
servidor é reincidente em falta que deu origem à suspensão por rinta 
dias. 
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Dois últimos detalhes das disposições gerais do regime 
disciplinar da Lei n. 6.123/68: a competência para aplicar a pena e a 
prescrição. 
A competência para aplicar a pena é trazida no art. 208: 
Art. 208. São competentes para aplicação das penalidades 
disciplinares: 
I - O Governador, em qualquer caso e privativamente, nos 
casos de demissão e cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade; 
II - os Secretários de Estado e chefes de órgãos diretamente 
subordinados ao Governador, em todos os casos, salvo nos de 
demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 
III - os diretores de repartição, nos casos de repreensão e 
suspensão até oito dias. 
§ 1º As autoridades competentes para a imposição de 
penalidade e os chefesde serviço terão competência para 
aplicar a advertência verbal de que trata o Parágrafo único do 
artigo 199. 
§ 2º Da aplicação de penalidades caberá pedido de 
reconsideração e recurso na forma prevista no Capítulo XI do 
Título IV. 
§ 3º A aplicação da pena de destituição de função caberá à 
autoridade que houver feito a designação do funcionário. 
 
Assim, leve o seguinte quadro, na sua cabeça, para sua prova: 
 
Autoridade Sanção 
Governador Todas as sanções! 
Só ele pode aplicar: 
- demissão 
- cassação de aposentadoria 
- cassação de disponibilidade 
Secretários de Estado e chefes de 
órgãos diretamente subordinados 
ao Governador 
Demais sanções! 
 
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Diretores de repartição Só podem aplicar: 
- repreensão 
- suspensão até oito dias. 
 
Chefes de serviço Só advertência verbal 
Autoridade que designou o 
funcionário 
- destituição de função 
 
Lembre-se que da aplicação de penalidade o servidor pode 
recorrer e pedir reconsideração. 
Por fim, com relação à prescrição, o art. 209 da Lei n. 6.123/68 
assim prevê: 
Art. 209. Prescreverão: 
I - em um ano, as faltas sujeitas à pena de repreensão; 
II - em dois anos, as faltas sujeitas à pena de suspensão; 
III - em quatro anos, as faltas sujeitas às penas de destituição 
de função, demissão e cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade. 
§ 1º A falta também prevista como crime prescreverá 
juntamente com este. 
§ 2º O curso da prescrição começa a fluir da data do fato 
punível disciplinarmente e se interrompe pelo ato que 
determinar a instauração do inquérito administrativo. 
 
Perceba que o prazo mínimo de suspensão é de 1 ano! Mesmo 
para as infrações leves, sujeitas à repreensão! 
A falta sujeita à suspensão prescreve em 2 anos. 
O prazo prescricional disciplinar máximo é de 4 anos, para as 
infrações sujeitas à demissão, destituição de cargo em comissão e 
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou seja, as penas 
capitais. Contudo, MUITA ATENÇÃO, se o fato praticado pelo servidor 
for também crime (lembre-se da independência das searas de 
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responsabilização: penal, civil e administrativa), a prescrição da 
sanção disciplinar será a mesma da ação penal, caso essa ação penal 
prescreva em mais de 4 anos. 
Veja que o intuito da lei é alongar a prescrição de fatos graves 
praticados pelo servidor para que ele não seja beneficiado pela 
demora na apuração dos fatos por parte da Administração. 
Interessante notar também que a lei prevê o termo inicial da 
contagem do prazo prescricional, ou seja, a partir de quando se 
começa a contar os 1, 2 ou 4 anos? 
A contagem começa a partir do da data do fato punível 
disciplinarmente, ou seja, o Estatuto dos Servidores de 
Pernambuco não se alinhou à Lei 8.112/90, que prevê que o termo 
inicial é a partir da data em que o fato tornou-se conhecido pela 
Administração. 
Vale destacar, ainda, que a contagem do prazo prescricional se 
interrompe, ou seja, começa a ser contado novamente desde o início, 
a partir da edição do ato que determinar a instauração do inquérito 
administrativo. 
A lei fixa essa hipótese de interrupção, pois o sentido único da 
prescrição é conferir segurança jurídica. O servidor que cometeu um 
erro não pode ficar toda a vida com a aflição de ter contra si, a 
qualquer momento, um processo administrativo disciplinar (PAD) em 
razão de um ato irregular que praticou a 15, 20 anos atrás. Isso seria 
um instrumento de perseguição perverso na mão de maus gestores. 
Por outro lado, a prescrição não pode se transformar em um 
instrumento de impunidade. 
Se a Administração demonstra que está apurando o fato 
(instaura o inquérito administrativo), ela se mostra ativa na 
persecução da infração. 
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Assim, tenha em mente, na hora de sua prova, os prazos 
prescricionais de 1, 2 e 4 anos, além do prazo da ação penal. Tenha 
em mente também o termo inicial (data do fato) e a hipótese de 
interrupção da prescrição (instauração do inquérito administrativo). 
 
3.3 Prisão Administrativa 
 
A nova ordem constitucional não recepcionou a prisão 
administrativa formulada por autoridades contra seus servidores. 
Porém, o texto da Lei n. 6.123/86 não se encontra expressamente 
revogado. Assim, vale a pena dar uma lida, mesmo sabendo que esse 
artigo não pode ser aplicado sob a égide da CF/88: 
Art. 212. Cabe às autoridades mencionadas nos itens I a III do 
artigo 208 ordenar, fundamentadamente por escrito a prisão 
administrativa do responsável por dinheiro e valores 
pertencentes à Fazenda Estadual ou que se acharem sob a 
guarda desta, nos casos de alcance ou omissão em efetuar as 
entradas nos devidos prazos. 
§ 1º A autoridade que ordenar a prisão administrativa 
comunicará, imediatamente o fato à autoridade judiciária 
competente e providenciará no sentido de ser realizado, com 
urgência, o processo de tomada de contas. 
§ 2º A prisão administrativa não excederá de noventa dias. 
 
As autoridades que poderiam determinar a prisão administrativa 
seriam: o Governador, os Secretários de Estado e chefes de órgãos 
diretamente subordinados ao Governador e os diretores de 
repartição. 
Se essa prisão ainda fosse possível, seria aplicável somente para 
fatos relacionados a dinheiro e valores pertencentes ao Estado que 
estivessem em poder do servidor e o seu prazo máximo seria de 90 
dias. 
 
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3.4 Da Suspensão Preventiva 
 
Esse instituto é regulado pelo art. 211 da Lei 6.123/68 e diz: 
Art. 211. A suspensão preventiva até trinta dias poderá ser 
imposta por qualquer das autoridades mencionadas nos itens I 
a III do art. 208, desde que a presença do funcionário possa 
influir na apuração da falta cometida. 
Parágrafo único. A suspensão de que trata este artigo poderá 
ser prorrogada por qualquer das autoridades mencionadas nos 
itens I e II do art. 208, até noventa dias, após o que cessarão 
os respectivos efeitos, ainda que o processo não esteja 
concluído. 
 
 Mesmo na atual ordem constitucionalessa medida é 
perfeitamente possível de ser adotada. Essa suspensão preventiva é, 
em suma, uma medida cautelar, de modo a preservar o interesse 
público e evitar que o servidor investigado, ou seja, o servidor contra 
o qual haja suspeita fundada de prática de ato infracional, interfira 
negativamente na apuração da irregularidade. 
Assim, a Administração deixa o servidor ± suposto malfeitor ± 
em casa, para duas coisas: (a) não deixar que ele atrapalhe na 
apuração do fato e (b) evitar que ele continue praticando a infração. 
Enquanto ele está em casa, afastado, ele continua recebendo 
remuneração, uma vez que paira sobre ele a presunção de não 
culpabilidade. 
As autoridades que podem determinar a prisão administrativa 
seriam: o Governador, os Secretários de Estado e chefes de órgãos 
diretamente subordinados ao Governador e os diretores de 
repartição. 
O prazo máximo do afastamento preventivo é de 30 dias, 
prorrogável por até 90 dias. 
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Perceba que a ideia da Lei n. 6.123/68 é não admitir que o 
funcionário conte o tempo de serviço correspondente ao período da 
prisão administrativa ou da suspensão preventiva. Ele só vai poder 
contar esse tempo nas seguintes hipóteses: 
x quando reconhecida a sua inocência, hipótese em que 
terá direito ainda ao vencimento e à vantagem do 
exercício; 
x quando o processo não houver resultado pena disciplinar 
ou esta se limitar à repreensão; 
x quando a suspensão preventiva ou prisão administrativa 
exceder ao prazo de suspensão disciplinar aplicada. 
 
3.5 Do Processo Administrativo 
 
3.5.1 Regime Disciplinar 
 
Antes de adentrarmos nos procedimentos do processo 
disciplinar, de suma relevância você ter contato com os princípios e 
os entendimentos jurisprudenciais mais recentes acerca do regime 
disciplinar. 
Se você já teve contato com o direito administrativo, você sabe 
que a Administração goza do poder disciplinar. 
O poder disciplinar é um poder-dever que cabe à Administração 
de examinar infrações cometidas por servidores públicos e demais 
pessoas com vínculo jurídico específico, sujeitas à disciplina 
administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessário 
após a devida averiguação dos fatos. 
Esse poder disciplinar está intimamente ligado ao poder 
hierárquico. No momento em que à administração exerce o controle 
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interno das pessoas a ela vinculadas, exerce o poder disciplinar em 
uma relação decorrente do poder hierárquico. 
Nos contratos administrativos regidos pela Lei nº 8.666/93 não 
há hierarquia. Apesar das cláusulas exorbitantes nos contratos 
administrativos, a Administração e o particular contratado não se 
situam em uma relação de subordinação. 
Contudo, as bancas vêm adotando cegamente o posicionamento 
doutrinário de Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino de que as 
sanções administrativas a que se sujeitam os contratados decorrem 
GR� SRGHU� GLVFLSOLQDU�� XPD� YH]� TXH� HVWH� VHULD� ³XP� YtQFXOR� MXUtGLFR�
HVSHFtILFR´�� 
Por isso, fique atento: para concurso, o poder disciplinar 
fundamenta as sanções aplicadas nos contratos 
administrativos. 
CUIDADO: Quando o assunto é a aplicação de pena para crimes 
e contravenções próprias do Código Penal pelo Poder Judiciário, não 
há manifestação do poder disciplinar. Nesse caso, o poder 
público está exercendo poder punitivo do Estado e não o poder 
disciplinar. 
Muito importante observar que o regime disciplinar se rege por 
princípios específicos. Esses princípios são extraídos a partir da 
interpretação da Constituição Federal. Vamos a eles: 
 
3.5.1.1 Princípios específicos 
 
3.5.1.1.1 Devido Processo Legal 
 
O princípio do devido processo legal está previsto no art. 5º, 
inciso LIV, da Constituição Federal (³/,9� - ninguém será privado da 
OLEHUGDGH� RX� GH� VHXV� EHQV� VHP� R� GHYLGR� SURFHVVR� OHJDO�´), e é 
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considerado o princípio fundamental do processo administrativo 
disciplinar, pois ele é a base sobre a qual os demais se sustentam. 
Ele decorre do due processo of law da Magna Carta inglesa de 
1215, que protegia a liberdade e a propriedade do indivíduo fazendo 
com que as demandas que afetassem esses direitos observassem a 
lei do lugar e fossem concluídas com uma sentença legítima. Nos 
Estados Unidos, o devido processo legal promove a garantia formal 
de adoção de um procedimento legal e a garantia material de que 
esse procedimento seja razoável, ou seja, as leis que prevêem os 
ritos não podem ser arbitrárias. 
Assim, por esse princípio, nenhuma decisão gravosa a um 
determinado sujeito poderá ser imposta sem que, antes, tenha sido 
submetido a um processo cujo procedimento esteja previamente 
previsto em lei, ou seja, impõe o cumprimento dos ritos legalmente 
previstos para a aplicação da penalidade. 
O devido processo legal representa, ainda, a garantia inerente 
ao Estado Democrático de Direito de que ninguém será condenado 
sem que lhe seja assegurado o direito de defesa, bem como o de 
contraditar os fatos em relação aos quais está sendo investigado. 
Nem mesmo um falta considerada leve pode ter sua penalidade 
aplicada sem obediência aos ritos processuais estabelecidos na lei e 
sem a observância do direito de defesa do acusado. 
Há dois sentidos para o devido processo legal, o formal e o 
material/substancial. 
O devido processo legal formal impõe que todas as 
atividades do poder público que possam acabar por restringir ou 
interferir na liberdade ou nos bens de um indivíduo devem ser 
adotadas após um trâmite processual previamente previsto em lei. 
Esse trâmite deve observar, em regra, os seguintes passos: 
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x Notificação ou citação do imputado (para ele tomar 
ciência da acusação que está sendo feita contra ele) 
x Garantia dos direitos de defesa (com a oportunidade do 
acusado se manifestar por escrito ou oralmente sobre a 
acusação, podendo requerer provas, constituir advogado, 
caso queira) 
x Decisão da demanda de forma motivada poruma 
autoridade legalmente competente, imparcial e que leve 
em consideração os argumentos da defesa (mesmo que a 
decisão seja de condenação, os argumentos da defesa 
devem ser apreciados e afastados motivadamente na 
decisão) 
Perceba que o devido processo legal formal engloba o direito ao 
contraditório e à ampla defesa, também reconhecidos na 
Constituição. 
Outra dimensão do devido processo legal é o devido processo 
legal material ou substancial. 
Para que você nunca esqueça do que trata o devido processo 
legal, basta você se lembrar de uma palavra: 
JUSTIÇA! 
Essa vertente do devido processo legal traz a ideia de que 
qualquer decisão tomada em um processo deve ser justa, deve 
primar pelo princípio da igualdade e de proteção a interesses 
individuais legítimos. Além disso, limita também o próprio Legislador 
ao elaborar os procedimentos disciplinares. 
O devido processo legal substancial, em resumo, busca, de um 
lado, limitar as autoridades que julgam, informando a elas que 
devem observar os direitos do acusado e devem se guiar, em última 
análise, pelos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. De 
outro lado, esse princípio acende um alerta ao Legislador, 
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informando-o que ele não pode prever procedimentos ou sanções 
absurdas, que prejudiquem os acusados nos processos e acabem por 
inviabilizar o direito de defesa. 
A partir do princípio do devido processo legal substancial uma 
parte pode, por exemplo, pleitear no Judiciário a anulação de uma 
decisão que entendeu pela sua demissão em razão da prática de fato 
que não representa uma lesão grave à Administração Público. 
Para você visualizar como isso ocorre na prática, leia a seguinte 
decisão do Superior Tribunal de Justiça que entendeu anular a pena 
de demissão imposta a uma servidora por entender que essa pena 
seria desproporcional: 
 
ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. AGENTE 
ADMINISTRATIVA DO MINISTÉRIO DA FAZENDA. PERCEPÇÃO 
INDEVIDA DE DIÁRIAS. VALORES NÃO VULTOSOS. DEVOLUÇÃO 
ESPONTÂNEA DE PARTE DOS VALORES. PENA DE DEMISSÃO. 
DESPROPORCIONALIDADE CONFIGURADA. SEGURANÇA CONCEDIDA. 
1. Trata-se de mandado de segurança atacando ato do Ministro de 
Estado da Fazenda consistente na demissão da impetrante do cargo 
de Agente Administrativa do Quadro de Pessoal do Ministério da 
Fazenda, em razão do recebimento indevido de diárias de viagem. 
2. Sustenta a impetrante que a pena de demissão é desproporcional, 
eis que não atende ao disposto no art. 128 da Lei 8.112/90 ("Na 
aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a 
gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o 
serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os 
antecedentes funcionais"), especialmente porque (i) contava com 
trinta e um anos de serviço público, sem jamais ter sofrido qualquer 
registro desabonador de sua conduta; (ii) é muito baixo o prejuízo 
suportado pelo Erário; e (iii) houve devolução de modo espontâneo 
de parte dos valores, ainda que no curso do processo administrativo 
disciplinar. 
3. Conforme o parecer do Ministério Público Federal, não houve 
observância do art. 128 da Lei 8.112/90, pois, "(...) embora diante 
dos fatos apurados no procedimento administrativo disciplinar 
pudesse haver ensejo à aplicação de uma punição (necessidade), a 
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sanção aplicada à demandante no processo administrativo não 
foi adequada à situação, uma vez que o ato imputado à 
impetrante e que teria causado dano ao erário público, 
prejuízo de valor não vultoso (...). Hipótese em que se mostra 
desproporcional a aplicação da pena de demissão a ora 
impetrante, que exercia o cargo de Agente Administrativa do 
Quadro de Pessoal do Ministério da Fazenda, com mais de 
trinta anos de serviço e sem antecedentes disciplinares". 
4. Segurança concedida. 
(MS 19.991/DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, 
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/04/2014, DJe 23/04/2014) 
 
 
Mas muito cuidado! Essa possibilidade de anulação de uma 
sanção disciplinar com fundamento no princípio da proporcionalidade 
ocorre excepcionalmente, diante das circunstâncias do caso concreto, 
em que a situação seja flagrantemente injusta. Normalmente, as 
decisões dos tribunais acabam por manter a pena de demissão 
imposta pela Administração quando o fato praticado pelo servidor se 
enquadra em uma conduta prevista na lei como passível de 
demissão. 
Veja, como exemplo, o seguinte julgado: 
 
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO. 
PROCESSO ADMINISTRATIVO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO 
JURISDICIONAL. INOCORRÊNCIA. 
TESES DEVIDAMENTE ANALISADAS PELO TRIBUNAL A QUO. 
INSTAURAÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. 
PRESCRIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. 
TERMO INICIAL. DATA DO CONHECIMENTO DO FATO ILÍCITO. AMPLA 
DEFESA E CONTRADITÓRIO. INOBSERVÂNCIA. NECESSIDADE DE 
REVOLVIMENTO DE FATOS E PROVAS. SÚMULA N. 7/STJ. APLICAÇÃO 
DA PENA. PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. 
CONDUTA QUE SE ENQUADRA À HIPÓTESE DE CASSAÇÃO DE 
APOSENTADORIA. AUSÊNCIA DE DISCRICIONARIEDADE PARA 
APLICAÇÃO DE PENA MENOS GRAVOSA. 
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PRECEDENTES. RECURSO IMPROVIDO. 
(...) 
5. Este Superior Tribunal de Justiça consagrou o entendimento de que 
a Administração Pública, deparando-se com situações nas quais a 
conduta do investigado se amolda às hipóteses de demissão ou 
cassação de aposentadoria, não dispõe de discricionariedade para 
aplicar pena menos gravosa, por tratar-se de ato vinculado. 
6. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(AgRg no REsp 1160218/SC, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA 
TURMA, julgado em 05/06/2014, DJe 16/06/2014) 
 
Outro aspecto que você deve compreender neste tópico é o 
princípio da insignificância. 
O princípio da insignificância está diretamente relacionado 
ao devido processo legal material/substancial. Segundo esse 
princípio, as lesões ínfimas, pequenas, mínimas a bens jurídicos 
tutelados pela norma não podem ser sancionadas. Isso ocorre muito 
no âmbito do direito penal quando, por exemplo, um sujeito furta um 
pão na padaria ou mesmo um tênis. 
No direito penal o princípio da insignificância afasta a tipicidade 
material do delito (consubstanciada na teoria constitucionalista), 
desde que verificados os seguintes requisitos: (a) mínima 
ofensividade da conduta do agente; (b) nenhuma periculosidade 
social da ação; (c) reduzido grau de reprovabilidade do 
comportamento; (d) inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
Mas muita calmanessa hora! Há muita resistência em se aplicar 
o princípio da insignificância no direito administrativo, especialmente 
no direito disciplinar e nas ações de improbidade. Isso porque, o bem 
jurídico tutelado no direito administrativo não é só o patrimônio da 
Administração, mas, principalmente, os princípios da moralidade e da 
impessoalidade. 
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Se um gestor direciona uma licitação para uma empresa de um 
amigo, gerando prejuízo de apenas R$ 100,00 para a Administração, 
esse ato não pode deixar de ser apenado, pois ele violou brutalmente 
os princípio da moralidade e da impessoalidade. 
Assim, o entendimento predominante, consagrado no Superior 
Tribunal de Justiça, é o de que o princípio da insignificância não 
pode ser aplicado no direito disciplinar. Leia com atenção o 
seguinte julgado: 
 
Informativo nº 0523 Período: 14 de agosto de 2013. 
Primeira Seção 
DIREITO ADMINISTRATIVO. IRRELEVÂNCIA DO VALOR AUFERIDO 
PARA A APLICAÇÃO DA PENA DE DEMISSÃO DECORRENTE DA 
OBTENÇÃO DE PROVEITO ECONÔMICO INDEVIDO. 
Deve ser aplicada a penalidade de demissão ao servidor 
público federal que obtiver proveito econômico indevido em 
razão do cargo, independentemente do valor auferido. Isso 
porque não incide, na esfera administrativa ² ao contrário do que se 
tem na esfera penal ², o princípio da insignificância quando 
constatada falta disciplinar prevista no art. 132 da Lei 8.112/1990. 
Dessa forma, o proveito econômico recebido pelo servidor é 
irrelevante para a aplicação da penalidade administrativa de 
demissão, razão pela qual é despiciendo falar, nessa hipótese, 
em falta de razoabilidade ou proporcionalidade da pena. 
Conclui-se, então, que o ato de demissão é vinculado, cabendo 
unicamente ao administrador aplicar a penalidade prevista. MS 
18.090-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 8/5/2013. 
 
3.5.1.1.2 Princípio da Ampla Defesa e do 
Contraditório 
 
Conforme mencionado acima, a partir do devido processo legal 
surgem vários outros princípios. O principal deles, sem dúvida, é o 
princípio da ampla defesa e do contraditório, que tem previsão 
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expressa no art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal �³/9� - aos 
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios 
H�UHFXUVRV�D�HOD�LQHUHQWHV�´�� 
O Supremo Tribunal Federal, ao esmiuçar o direito ao 
contraditório e a ampla defesa, no MS 22693, observou que esse 
direito tem três vertentes, são elas: 
x O direito de manifestação (que obriga o órgão julgador 
a informar à parte contrária dos atos praticados no 
processo e sobre os elementos dele constantes); 
x O direito de informação sobre o objeto do processo (que 
assegura ao defendente a possibilidade de se manifestar 
oralmente ou por escrito sobre os elementos fáticos e 
jurídicos contidos no processo); 
x O direito de ver os seus argumentos contemplados ou 
considerados pelo órgão incumbido de julgar (que exige 
do julgador capacidade de apreensão e isenção de ânimo 
para contemplar as razões apresentadas). 
Desse modo, tenha em mente que o princípio da ampla defesa 
não significa somente permitir que o acusado tenha o direito de se 
manifestar. Ele também tem o direito de ter informação sobre o 
objeto do processo. Isso significa que ele tem o direito de obter cópia 
integral do processo e acompanhar todas as suas fases. Além disso, o 
julgador de seu processo não pode simplesmente ignorar sua defesa. 
O princípio do contraditório e da ampla defesa determina que os 
argumentos da defesa devem ser levados em consideração na 
decisão. 
Se o julgador não concordar com os argumentos da defesa, ele 
deve mencionar que afasta os argumentos X, Y e Z pelas razões A, B 
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e C, ou seja, ele deve rebater os fundamentos apresentados pela 
defesa. 
O princípio do contraditório no âmbito do processo disciplinar, 
desse modo, dispõe que a todo ato produzido pela comissão terá o 
acusado acesso a ele para opor-se ao ato ou questioná-lo, expondo 
sua versão, de modo a fazer com que a comissão tenha outra 
conclusão jurídica sobre os fatos. No curso da apuração dos fatos e 
após a notificação prévia, que comunica o servidor da decisão da 
comissão sobre a sua condição de acusado, deve haver notificação de 
todos atos processuais sujeitos ao seu acompanhamento, 
possibilitando ao acusado contradizer a prova produzida. 
Tamanha a importância do direito ao contraditório e a ampla 
defesa que três súmulas vinculantes foram editadas pelo Supremo 
Tribunal Federal sobre o tema. 
A primeira delas: 
 
STF Súmula Vinculante nº 3: Nos processos perante o tribunal 
de contas da união asseguram-se o contraditório e a ampla defesa 
quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato 
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da 
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e 
pensão. 
 
A segunda está diretamente ligada ao processo disciplinar e, 
MUITA ATENÇÃO, acabou por contrariar alegações de servidores 
que procuravam anular os seus processos disciplinares porque não 
contaram com a presença de um advogado. 
Inicialmente, o Superior Tribunal de Justiça havia reconhecido a 
nulidade de PADs em que não havia um advogado constituído para o 
VHUYLGRU��FKHJDQGR�D�HGLWDU�D�6~PXOD������³e�REULJDWyULD�D�SUHVHQoD�
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de advogado em todas as fases de processo administrativo 
GLVFLSOLQDU´� 
Ocorre que o STF decidiu que a defesa técnica (feita por um 
advogado) em processo disciplinar não era imprescindível, editando a 
Súmula Vinculante n. 5: 
 
STF Súmula Vinculante nº 5: A falta de defesa técnica por 
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a 
Constituição. 
 
Depois da edição da SV nº 5, o STJ cancelou a Súmula 343. 
Por fim, uma última súmula vinculante relativa ao contraditório 
e a ampla defesa decorre do direito que o acusado tem de obter 
informações sobre o processo, mais especificamente de

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