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Aula 08
Direito Administrativo p/ PC-PR
(Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital
Autor:
Wagner Damazio
Aula 08
6 de Maio de 2020
99441502669 - Jose Quiterio Alves
 
Sumário 
Introdução .......................................................................................................................................................... 3 
1. Considerações Iniciais .................................................................................................................................... 4 
2.Regime Disciplinar ........................................................................................................................................... 6 
2.1. Deveres e Proibições do Servidor Público Civil ........................................................................................ 7 
2.2. Vedação à Acumulação de Cargos Públicos .......................................................................................... 11 
2.3. Responsabilização nas Esferas Civil, Penal e Administrativa ................................................................ 15 
3.Penalidades em Espécie ................................................................................................................................ 26 
3.1. ADVERTÊNCIA ........................................................................................................................................ 28 
3.2. SUSPENSÃO ........................................................................................................................................... 29 
3.3. DEMISSÃO ............................................................................................................................................. 31 
3.4. CASSAÇÃO de Aposentadoria ou Disponibilidade ................................................................................. 33 
3.5. Destituição de Cargo em Comissão ou Função Comissionada .............................................................. 34 
Wagner Damazio
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3.6. Disposições Comuns à Demissão e à Destituição .................................................................................. 37 
4.Autoridade Competente para Aplicação de Penalidade ............................................................................... 39 
5. Prazo de Prescrição da Pretensão Punitiva .................................................................................................. 40 
6. Procedimento Sumário de Apuração Disciplinar ......................................................................................... 48 
6.1. Acumulação Ilegal de Cargos, Empregos ou Funções Públicas ............................................................. 48 
6.2. Abandono de Cargo e Inassiduidade Habitual ...................................................................................... 50 
7. Processo Administrativo Disciplinar ............................................................................................................. 52 
7.1. CONSIDERAÇÕES Iniciais ....................................................................................................................... 52 
7.2. “Denúncia Anônima” ............................................................................................................................. 54 
7.3. Sindicância ............................................................................................................................................. 56 
7.4. Afastamento Preventivo como Medida Acautelatória ......................................................................... 59 
7.5. Processo Administrativo Disciplinar stricto sensu- PAD ........................................................................ 60 
7.6. Revisão do PAD...................................................................................................................................... 77 
8. Questões de Concursos Anteriores .............................................................................................................. 81 
8.1 – Lista de Questões sem Comentários ................................................................................................... 81 
8.2. Gabarito ................................................................................................................................................ 95 
8.3. Questões Resolvidas e Comentadas ...................................................................................................... 96 
9. Resumo ....................................................................................................................................................... 123 
10.Considerações Finais ................................................................................................................................. 138 
 
 
Wagner Damazio
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INTRODUÇÃO 
 
Caríssimo(a)! Vamos dar continuidade, aqui no Estratégia Concursos, ao Curso de Direito Administrativo com 
teoria e exercícios resolvidos e comentados para o concurso de ingresso à carreira de Delegado de Polícia 
Civil do Paraná. 
Hoje, nós estudaremos o Regime Jurídico Disciplinar. 
Este tema possui base na Lei nº 8.112, de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos 
civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. 
Além disso, há bastante jurisprudência no STF e no STJ acerca deste tema já que tão relacionado aos agentes 
públicos, em especial aos servidores estatutários e comissionados. 
É um tema que as bancas inevitavelmente exploram, porque faz parte do dia a dia do serviço público. 
 
Havendo dificuldade na compreensão da teoria ou na resolução dos exercícios expostos nesta aula ou em 
qualquer outra, não deixe de entrar em contato comigo pelo fórum de dúvidas! 
Repito que estou sempre atento ao fórum de dúvidas para, de forma célere, buscar uma maneira de 
reescrever o conteúdo ou aclarar a explicação anteriormente oferecida para que você alcance a sua 
meta de aprendizagem. 
Frise-se que o nosso objetivo precípuo é a sua aprovação e para isso me dedicarei ao máximo para atendê-
lo e auxiliá-lo nessa caminhada. 
Além disso, para ficar por dentro das notícias do mundo dos concursos públicos, recomendo que você siga 
o perfil do Estratégia Carreira Jurídica e do Estratégia Concursos nas mídias sociais! Você também poderá 
seguir meu perfil no Instagram. Por meio dele eu busco não só transmitir notícias de eventos do Estratégia 
e de fatos relativos aos concursos em geral, mas também compartilhar questões comentadas de 
concursos específicos que o ajudará em sua preparação! 
 
 
 
 
 
Que Deus o ilumine nos estudos! 
Sem mais delongas, vamos ao trabalho! 
Wagner Damazio
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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
Como de praxe, introduzo esta nossa aula com as seguintes provocações: 
 
PROVOCAÇÕES INTRODUTÓRIAS PARA A AULA DE HOJE 
1) Que está submetido ao Regime Disciplinar da Lei nº 8.112, de 1990? 
2) Segundo a Lei nº 8.112, de 1990, qual a definição de servidor público e de cargo público? 
3) Em que casos há repercussão da esfera penal na esfera administrativa? 
4) Um mesmo fato pode ensejar punibilidade nas esferas civil, penal e administrativa sem caracterizar 
bis in idem? 
5) Quais são as penalidades aplicáveis no regime jurídico disciplinar? Quais os fatores que influenciam 
na dosimetria? 
6) É possível a advertência verbal? 
7) Em que casos se aplica a suspensão? Qual o prazo máximo de suspensão? 
8) O que é reincidência? Quais osprazos para cancelamento dos registros? 
9) A recusa injustificada à inspeção médica acarreta qual tipo de sanção? 
10) Pode haver conversão da suspensão em multa? Em que condições? 
11) O que se considera abandono de cargo? E inassiduidade habitual? 
12) Em que casos se aplica a cassação da aposentadoria ou da disponibilidade? 
13) Qual a diferença entre cargo efetivo, função comissionada e cargo comissionado? 
14) Quais são as autoridades competentes para aplicação de penalidade? 
15) As ações de ressarcimento ao erário são imprescritíveis? Qual o posicionamento do STF firmado 
com repercussão geral no RE 852475? 
Wagner Damazio
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16) A abertura de sindicância ou instauração do PAD suspendem o prazo prescricional da pretensão 
punitiva estatal? 
17) Quais são os prazos prescricionais para cada sanção? 
18) Aplicam-se os prazos de prescrição criminal na esfera administrativa? 
19) Em que casos se aplica o procedimento sumário? 
20) Em que casos se instaura a sindicância? 
21) Pode haver instauração de PAD baseada em “denúncia anônima”? Qual a diferença entre 
“denúncia anônima”, notícia anônima e delação apócrifa? 
22) Qual o prazo para conclusão da sindicância? E do PAD? E do afastamento preventivo? 
23) Pode haver monitoramento de e-mail corporativo de servidor público? 
24) Qual a diferença entre sindicância acusatória e investigatória? 
25) É possível a utilização no PAD de prova emprestada produzida em processo criminal? Inclusive 
interceptação telefônica? 
26) A falta de acompanhamento do servidor por seu Advogado no curso do PAD anula esse 
procedimento? 
27) Poderá ser agravada a pena de servidor já punido por meio de PAD? 
28) O excesso de prazo para conclusão do PAD gera sua nulidade? 
29) Poderá ser aplicado o princípio da insignificância no caso de infração disciplinar que gera demissão? 
30) O termo de início do prazo prescricional para pretensão punitiva é a ocorrência do fato ou a data 
em que este se tornou conhecido? Se for do conhecimento do fato, esse conhecimento pode ser de qualquer 
autoridade pública ou deve ser da autoridade responsável pela abertura do PAD? 
31) É constitucional a previsão de que, mesmo prescrita a infração disciplinar, fique registrada nos 
assentos funcionais do servidor a conduta que a ensejaria? 
32) Pode o PGR impetrar Mandado de Segurança contra decisão administrativa que reconheceu a 
prescrição em PAD? 
 
Se você não tem certeza de uma ou mais respostas a esses questionamentos, vamos juntos obtê-las na aula 
cuja teoria agora se inicia!!! 
 
Wagner Damazio
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2.REGIME DISCIPLINAR 
 
A Lei nº 8.112, de 1990, que dispõe acerca do Regime Jurídico dos servidores públicos da União, de suas 
Autarquias e Fundações, disciplina em seu título IV o Regime Disciplinar desses servidores e no título V o 
Processo Administrativo Disciplinar. 
 
 
No título IV são fixados os deveres, as proibições, as responsabilidades e as penalidades a que se submetem 
os servidores civis da União. 
Ou seja, são fixadas as obrigações e determinadas as penalidades a que se submeterão os servidores 
estatuários e comissionados em caso de descumprimento de cada uma das obrigações. 
Cabe frisar que, em grande parte desse título, não haverá muito como fugirmos da listagem da lei. Isso, sem 
dúvida, fará com que você lance mão de um dos instrumentos mais ingratos - mas, sem dúvida, 
imprescindível para o concurseiro - que é a famosa decoreba. 
É certo que explanarei para você o contexto no qual se insere a obrigação, elencarei as obrigações de forma 
esquematizada e citarei as jurisprudências e principais doutrinas sobre os pontos polêmicos, tudo com o 
objetivo de facilitar o seu aprendizado e fixação. 
Mas, repise-se, nesse título não há muito como fugir do enfrentamento dessa dificuldade. 
E passar por esse caminho é necessário para estudarmos o principal tópico da aula de hoje, que é o Processo 
Administrativo Disciplinar. 
Conjunto de deveres, 
proibições e responsabilidades 
Processo Administrativo 
Disciplinar - PAD pelo 
descumprimento desse 
conjunto
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Sem dúvida, um dos temas mais recorrentes em concursos públicos federais na disciplina de Direito 
Administrativo. 
 
2.1. DEVERES E PROIBIÇÕES DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL 
 
Preliminarmente, cabe destacar o escopo de aplicação e a definição de servidor público, de acordo com a Lei 
nº 8.112, de 1990: 
 
Assim, em se tratando de Regime Jurídico aplicado aos servidores públicos civis, a Lei nº 8.112, de 1990, não 
se aplica aos militares. 
Cabe dizer, a disciplina dos membros das Forças Armadas é fixada pela Lei nº 6.880, de 1980 – Estatuto dos 
Militares. 
Ademais, adentrando na abrangência dos servidores públicos civis, esclareça-se que o Regime Jurídico 
disciplinado na Lei nº 8.112, de 1990, só se aplica aos servidores públicos civis federais. 
Destarte, compete às demais pessoas jurídicas de direito público interno estabelecerem, mediante lei 
própria do ente, o Regime Jurídico a ser aplicado aos seus servidores civis. 
Quanto à União, os servidores públicos civis que são submetidos aos princípios e regras fixados na Lei nº 
8.112, de 1990, são aqueles investidos em cargos: 
 
Quem se submete? 
servidores públicos civis da União, das autarquias, 
inclusive as de regime especial, e das fundações públicas 
federais
Servidor Público é a pessoa legalmente investida em cargo público
Cargo Público efetivo 
ou comissionado
é o conjunto de atribuições e responsabilidades 
previstas na estrutura organizacional que devem ser 
cometidas a um servidor
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a) nos órgãos da Administração Direta da União: Presidência, Ministérios, Congresso Nacional, 
Ministério Público da União, Defensoria Pública da União, Tribunal de Contas da União e Órgãos Federais do 
Poder Judiciário, exceto para os agentes políticos e membros de Poder que possuem regimes próprios; 
 
b) nas Autarquias Federais, inclusive as de regime especial (agências reguladoras, por exemplo): Banco 
Central, Autoridade de Governança do Legado Olímpico – Aglo, Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, 
Agência Espacial Brasileira – AEB, Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, Agência Nacional da Saúde - 
ANS, Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e 
Biocombustíveis - ANP, Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT, entre outras. 
 
c) nas fundações públicas federais: Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas – IPEA, Fundação 
Biblioteca Nacional, Fundação Casa de Rui Barbosa, Fundação Nacional de Arte – FUNARTE, Fundação 
Cultural Palmares, entre outras. 
 
#ficadica 
De acordo com a Lei nº 8.112, de 1990, cargo público é o conjunto de atribuições e 
responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um 
servidor. 
 
Atenção: os cargos públicos para provimento em caráter efetivo ou em comissão, com 
denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, são criados por lei e acessíveis 
a todos os brasileiros. 
 
Ainda sobre a semântica de cargo público, Celso Antônio Bandeira de Mello1 assim o define: 
 
“cargo é a denominação dada a mais simples unidade de poderes e deveres estatais a serem 
expressos por um agente”. 
 
Por seu turno, José dos Santos Carvalho Filho2 leciona que cargo público:1 Curso de Direito Administrativo, 33ª edição. p. 539. 
2 Manual de Direito Administrativo, 30ª edição. p. 773. 
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“é o lugar dentro da organização funcional da Administração Direta e de suas autarquias e 
fundações públicas que, ocupado por servidor público, tem funções específicas e remuneração 
fixadas em lei ou diploma a ela equivalente”. 
 
Feito este importante introito, vejamos a relação dos deveres fixados para os servidores públicos civis da 
União: 
 
DEVERES DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO, AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS FEDERAIS: 
atender com 
presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as 
protegidas por sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. 
exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo 
ser leal às instituições a que servir 
observar as normas legais e regulamentares 
cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais 
levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade 
superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra 
autoridade competente para apuração 
zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público 
guardar sigilo sobre assunto da repartição 
manter conduta compatível com a moralidade administrativa 
ser assíduo e pontual ao serviço 
tratar com urbanidade as pessoas 
representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder 
 
Atenção:a representação será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade 
superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. 
 
A seguir, você terá a lista com todas as proibições elencadas na Lei nº 8.112, de 1990, já esclarecendo que 
as proibições que estão com as letras em azul são as que ensejam a penalidade de advertência, as com letra 
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em vermelho, demissão, e com fundo amarelo, suspensão, conforme veremos de forma aprofundada 
oportunamente. 
 
PROIBIÇÕES AOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS: 
recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado 
ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato 
retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da 
repartição 
recusar fé a documentos públicos 
opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço 
promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição 
cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de 
atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado 
coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, 
ou a partido político 
manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou 
parente até o segundo grau civil 
valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da 
função pública 
participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não 
personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário 
 
Atenção:essa proibição não se aplica nos seguintes casos: 
 
a) participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União 
detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa 
constituída para prestar serviços a seus membros; e 
b) gozo de licença para o trato de interesses particulares, observada a legislação sobre conflito de 
interesses. 
atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de 
benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou 
companheiro 
receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas 
atribuições 
aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro 
praticar usura sob qualquer de suas formas 
proceder de forma desidiosa 
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utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares 
cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de 
emergência e transitórias 
exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com 
o horário de trabalho 
 
2.2. VEDAÇÃO À ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS 
A Lei nº 8.112, de 1990, também disciplina a vedação à acumulação de cargos públicos, respeitadas as 
disposições previstas na Constituição da República Federativa do Brasil – CRFB: 
 
Art. 37 (...) 
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver 
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI3: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões 
regulamentadas; 
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, 
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades 
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público 
 
 
3 Lembre-se que o inciso XI do art. 37 da CRFB é o que trata do teto remuneratório no serviço público (XI - a 
remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica 
e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie 
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, 
não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como 
limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador 
no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o 
subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por 
cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, 
aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos). 
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Art. 95 (...) 
Parágrafo único. Aos juízes é vedado: 
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; 
Art. 128 (...) 
§5ºLeis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos 
Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério 
Público, observadas, relativamente a seus membros (...) 
II - as seguintes vedações: (...) 
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de 
magistério; 
 
Ou seja, já no plano constitucional é estabelecida a proibição de acumulação remunerada de cargos, 
empregos e funçõespúblicas na Administração Direta e Indireta e nas sociedades controladas direta ou 
indiretamente pelo Poder Público. 
Há, entretanto, a permissividade constitucional de acumulação de cargos, empregos ou funções públicas, 
desde que haja compatibilidade de horários: 
 
 
 
Atente-se para o fato de que profissionais da saúde abarcam todos aqueles com profissões regulamentadas, 
tais como enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, entre outros, e não só os médicos. 
É vedada a acumulação de cargos, 
empregos ou funções públicas, 
exceto:
a de dois cargos de professor
a de um cargo de professor com outro técnico ou científico
a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de 
saúde, com profissões regulamentadas
a de juiz ou membro do Ministério Público com um de 
magistério
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Cabe dizer que, antes da Emenda Constitucional nº 34, de 2001, a previsão constitucional abarcava, quanto 
a profissionais de saúde, apenas a possibilidade de acumulação de dois cargos privativos de médicos. 
Ou seja, o texto original do inciso XVI do art. 37 da CRFB previa inicialmente a possibilidade de dois cargos 
privativos de médico e não de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. Essa alteração foi 
promovida em 2001, pela Emenda Constitucional nº 34. 
Portanto, até a aludida emenda, exclusivamente os médicos poderiam acumular dois cargos, empregos ou 
funções na área da saúde. A partir de 2001, todo profissional de saúde com profissões regulamentadas 
passou a poder acumular, respeitados os demais requisitos constitucionais (compatibilidade de horário, 
respeito ao teto remuneratório e não mais que dois cargos, empregos ou funções). 
Outro ponto a ressaltar é o cuidado que se deve ter com a expressão “profissionais de saúde”. Isto exige que 
sejam profissionais que exerçam atividades técnicas ou profissionais diretamente relacionadas aos serviços 
de saúde e não apenas indiretamente. 
Portanto, cuidado para não confundir profissionais de saúde com profissionais da área da saúde, o que 
poderia passar a falsa percepção de que atividades administrativas indiretamente relacionadas à saúde, 
pudessem ser abarcadas (seguranças, recepcionistas, equipe de limpeza, entre outros). 
Outrossim, importante também esclarecer que se entende por cargo técnico ou científico aquele que exija 
conhecimentos reconhecidamente específicos de determinada atividade ou ciência. Contrasta essa 
identificação das atividades que não necessitam de conhecimentos ou formação específicos. 
Regressando à disciplina da Lei nº 8.112, de 1990, e nos atendo ao complemento do que vimos do texto 
constitucional, ressalte-se que também será considerada acumulação indevida a percepção de vencimento 
de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram 
essas remunerações forem acumuláveis na atividade. 
Isto é, evita-se dessa maneira que um servidor aposentado pudesse acumular, após a ida para a inatividade, 
os proventos da aposentadoria com a remuneração de outro cargo que, se estivesse na atividade, seria 
incompatível. 
Portanto, as regras de permissividade de acumulação remuneratória de cargos, empregos ou função valem 
tanto para a atividade quanto para a inatividade. 
Recobre-se que, ainda que lícita, a permissividade de acumulação de cargos é condicionada à comprovada 
compatibilidade de horários. 
De forma expressa, a Lei nº 8.112, de 1990, prevê a proibição de acumulação de cargo em comissão e de 
ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva, exceto nos seguintes casos: 
 
a) o servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para exercer, 
interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, 
devendo optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade; e 
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b) remuneração devida pela participação em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e 
sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades 
em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação no capital social, observada legislação 
específica. 
#ficadica 
O servidor que acumula licitamente 2 cargos efetivos deve se afastar de ambos para ser 
investido em cargo de provimento em comissão, salvo se houver compatibilidade de horário 
e local com o exercício de 1 deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou das 
entidades envolvidos. 
 
Exemplo: Mévio é assessor legislativo na Câmara dos Deputados, cargo efetivo titularizado 
após concurso público de provas e títulos. Mévio também titulariza o cargo efetivo de 
professor na Universidade de Brasília, cargo este também obtido após certame público. 
Ocorre que, recentemente, Mévio foi convidado a assumir o cargo de provimento em 
comissão de chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República. Questiona-se: em que condições 
Mévio poderá tomar posse no aludido cargo em comissão? 
Preliminarmente cabe esclarecer que o permissivo constitucional de acumulação de um cargo de professor 
com outro técnico ou científico, previsto na alínea “b”, do inciso XVI, do art. 37 da CRFB, fundamenta a 
regularidade da titularização dos dois cargos efetivos por Mévio, quais sejam assessor legislativo da Câmara 
e professor da UNB, desde que demonstrada a compatibilidade de horários. 
Supondo cumprido o requisito de compatibilidade de horário, por exemplo, Mévio exerce a atividade de 
assessor legislativo no expediente diurno e leciona como professor no horário noturno, temos que, para 
assumir o cargo de provimento em comissão de chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, ele 
terá que, em regra, se afastar dos dois cargos efetivos! 
Contudo, a Lei nº 8.112, de 1990, excepciona a possibilidade de acumular o cargo de provimento em 
comissão com apenas um dos cargos de efetivo exercício se houver: 
 
a) compatibilidade de horário; 
b) compatibilidade de local; 
c) a declaração da compatibilidade de horário e local das autoridades máximas de cada órgão ou entidade 
envolvido. 
 
Assim, para que Mévio continue exercendo o cargo efetivo de assessor legislativo na Câmara dos 
Deputados e assuma o cargo de provimento em comissão no Gabinete da Presidência da República, deve 
o próprio Presidente da República e o Presidente da Câmara dos Deputados declararem haver a 
compatibilidade de horário e de local no exercício desses 2 cargos por Mévio. Quanto ao local, não haverá 
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maiores problemas já que bastaria atravessar a Praça dos Três Poderes. Contudo, quanto ao horário, 
dificilmente seria possível conciliar. Mas, em tese, havendo compatibilidade de horário, seria possível 
Mévio assumir o aludido cargo comissionado e continuar exercendo seu cargo efetivo de Assessor 
Legislativo (afastando-se do cargo de professor da UNB). 
Por outro lado, para que Mévio continue exercendo o cargo efetivo de professor da UNB e assuma o cargo 
de provimento em comissão no Gabinete da Presidência da República, deve o próprio Presidente da 
República e o Reitor da UNB declararem haver a compatibilidade de horário e de local no exercício desses 
2 cargos por Mévio. Nesse caso, também não haveria maiores problemas quanto à localidade. Eventual 
impossibilidade decorreria de incompatibilidade de horários. Mas, em tese, é possível que Mévio assuma 
o aludido cargo comissionado e continue a lecionarna UNB (afastando-se do cargo de assessor legislativo). 
 
2.3. RESPONSABILIZAÇÃO NAS ESFERAS CIVIL, PENAL E 
ADMINISTRATIVA 
Configurado o descumprimento de seus deveres ou a efetivação de ações proibidas no exercício de suas 
atribuições, o servidor poderá ser responsabilizado, em regra, de forma independente nas esferas civil, 
penal e administrativa, podendo, inclusive, ocorrer de as sanções serem cumulativas. 
Ou seja, a depender do caso, um único evento poderá configurar a responsabilização concomitante nessas 
três esferas. 
O “em regra” na afirmação de independência das esferas civil, administrativa e penal faz sentido porque há 
de se considerar o eventual reflexo da decisão criminal na seara administrativa quando houver absolvição 
criminal que negue a existência do fato ou a autoria pelo servidor. 
 
#ficadica 
A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de 
absolvição criminal que negue: 
a) a existência do fato; ou 
b) sua autoria. 
 
Em sentido análogo prevê o art. 935 do Código Civil: 
 
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Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais 
sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem 
decididas no juízo criminal. 
 
Mas atenção! Mesmo que o servidor venha a ser absolvido em processo criminal por falta de provas, poderá 
ser demitido com base em Processo Administrativo Disciplinar que comprove o ilícito praticado. 
É importante também ressaltar que a existência de ação penal contra servidor não tem o condão de 
suspender o Processo Administrativo Disciplinar – PAD. 
Ou seja, não há que se sobrestar o PAD para aguardar o trânsito em julgado da ação penal para só depois 
avançar no processo administrativo. De igual modo, também não se deve aguardar eventual conclusão de 
ação judicial de âmbito civil para progredir com o PAD. 
Mesmo sem o conhecimento da decisão na ação judicial penal (absolvição por inexistência do fato, 
absolvição por negação da autoria, absolvição por falta de prova ou mesmo a culpabilidade, entre outras 
variações possíveis), em privilégio à independência das esferas civil, penal e administrativa, o PAD poderá 
seguir seu curso regular até a decisão final, bem como ter imediata execução da penalidade eventualmente 
imposta. 
No futuro, caso sobrevenha decisão judicial favorável ao servidor e que negue a existência do fato (fique 
comprovado que o fato não ocorreu) ou a sua autoria (fique comprovado que o fato ocorreu, mas que o 
autor foi outra pessoa), deverá ser revista a decisão administrativa que eventualmente tenha imposto 
penalidade ao servidor por meio de Processo Administrativo Disciplinar. 
São inúmeras as decisões no STF e no STJ que afirmam a independência das esferas civil, penal e 
administrativa para fins de responsabilização do servidor e tratam dos temas correlatos. 
 
Nesse sentido, vejamos a jurisprudência do STF e do STJ com alguns comentários pertinentes: 
 
PENAL E PROCESSO PENAL. DENÚNCIA. FALSIDADE IDEOLÓGICA. OMISSÃO DE INFORMAÇÃO 
JURIDICAMENTE RELEVANTE EM DOCUMENTO PÚBLICO. DOCUMENTOS QUE NÃO EXIGIAM 
INFORMAÇÃO DO SUBSCRITOR QUANTO AO ACÚMULO DE CARGOS PÚBLICOS (...) 3. (a) 
Preliminarmente, as decisões proferidas pelas esferas administrativas e jurisdicionais 
competentes são autônomas e independentes, razão pela qual o juízo criminal não está vinculado pela 
decisão proferida no âmbito administrativo, seja ela contrária ou favorável ao jurisdicionado. Ressai do art. 
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125 da Lei 8.112/90 que “As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo 
independentes entre si”. (...) Inq 4105/PE Relator Ministro Luiz Fux, julgado em 30/05/2017, DJe 
20,06,2017. 
ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE 
SEGURANÇA. POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL. COBRANÇA DE PROPINA. DEMISSÃO POR 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E PELA UTILIZAÇÃO DO CARGO PARA LOGRAR PROVEITO 
PESSOAL OU DE OUTREM, EM DETRIMENTO DA DIGNIDADE DA FUNÇÃO PÚBLICA. PROCESSO 
CRIMINAL. ABSOLVIÇÃO POR FALTA DE PROVAS. REPERCUSSÃO NO PROCESSO ADMINISTRATIVO 
DISCIPLINAR. INEXISTÊNCIA. PRECEDENTES. PENA APLICADA POR FORÇA DE PREVISÃO LEGAL, APÓS 
MINUCIOSA INVESTIGAÇÃO NA SEARA ADMINISTRATIVA. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA 
PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. NÃO CONFIGURAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA 
PROVIMENTO. RMS 34.041 AgR/DF. Ministro Teori Zavascki, 29/3/2016. 
Mandado de segurança. É tranquila a jurisprudência desta Corte no sentido da independência 
das instâncias administrativa, civil e penal, independência essa que não fere a presunção de 
inocência, nem os artigos 126 da Lei 8.112/90 e 20 da Lei 8.429/92. Precedentes do STF. 
Inexistência do alegado cerceamento de defesa. Improcedência da alegação de que a sanção 
imposta ao impetrante se deu pelo descumprimento de deveres que não são definidos por qualquer norma 
legal ou infralegal. Mandado de segurança indeferido. MS 22899 AgR/SP Relator Moreira Alves, jugado em 
02/04/2003. 
MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. DEMISSÃO DE 
AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL, DO DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL, DO MINISTÉRIO DA 
JUSTIÇA: TRANSPORTE DE MERCADORIAS CONTRABANDEADAS EM FOZ DO IGUAÇU. 
ALEGAÇÃO DE EQUIVOCADA APRECIAÇÃO DAS PROVAS E DE QUE A DECISÃO DO PROCESSO 
ADMINISTRATIVO DEVERIA AGUARDAR O TRÂNSITO EM JULGADO DO PROCESSO-CRIME. (...) 2. A 
ausência de decisão judicial com trânsito em julgado não torna nulo o ato demissório aplicado com base 
em processo administrativo em que foi assegurada ampla defesa, pois a aplicação da pena disciplinar ou 
administrativa independe da conclusão dos processos civil e penal, eventualmente instaurados em razão 
dos mesmos fatos. Interpretação dos artigos 125 da Lei nº 8.112/90 e 20 da Lei nº 8.429/92 em face do 
artigo 41, § 1º, da Constituição. Precedentes. (...) MS 22534/PR, Ministro Maurício Côrrea, 19/05/1999. 
MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. DEMISSÃO DE 
MOTORISTA OFICIAL DO QUADRO PERMANENTE DO MINISTÉRIO DA FAZENDA: TRANSPORTE 
DE MERCADORIAS CONTRABANDEADAS, DE FOZ DO IGUAÇU PARA GOIÁS, EM CAMINHÃO DE 
PROPRIEDADE DO GOVERNO FEDERAL. ALEGAÇÕES DE NULIDADES NO INQUÉRITO 
ADMINISTRATIVO. (...) 2. Alegações improcedentes de cerceamento de defesa e de violação do princípio 
do contraditório, porque observadas as normas legais. 3. Considera-se em exercício, para os efeitos dos 
artigos 121 e 124 da Lei nº 8.112/90, o servidor que, mesmo em gozo de férias, utiliza caminhão de 
propriedade do Governo Federal para transportar mercadoria contrabandeada de Foz do Iguaçu para 
Goiás, em proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública (artigo 117, IX, 
da mesma Lei). 4. A ausência de decisão judicial com trânsito em julgado não torna nulo o ato demissório 
aplicado com base em processo administrativo em que foi assegurada ampla defesa, pois a aplicação da 
pena disciplinar ou administrativa independe da conclusão dos processos civil e penal, eventualmente 
instaurados em razão dos mesmos fatos. Interpretação dos artigos 125 da Lei nº 8.112/90 e 20 da Lei nº 
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8.429/92 em face do artigo 41, § 1º, da Constituição. Precedentes. 5. Mandado de segurança conhecido, 
mas indeferido. MS 22362/PR. Ministro Maurício Corrêa, 06/05/1999. 
Súmula 18 do STF: 
Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição 
administrativa do servidor público.DIREITO ADMINISTRATIVO. DESNECESSIDADE DE SUSPENSÃO DE PROCESSO 
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR DIANTE DA EXISTÊNCIA DE AÇÃO PENAL RELATIVA AOS 
MESMOS FATOS. Não deve ser paralisado o curso de processo administrativo disciplinar 
apenas em função de ajuizamento de ação penal destinada a apurar criminalmente os 
mesmos fatos investigados administrativamente. As esferas administrativa e penal são independentes, 
não havendo falar em suspensão do processo administrativo durante o trâmite do processo penal. 
Ademais, é perfeitamente possível que determinados fatos constituam infrações administrativas, mas não 
ilícitos penais, permitindo a aplicação de penalidade ao servidor pela Administração, sem que haja a 
correspondente aplicação de penalidade na esfera criminal. Vale destacar que é possível a repercussão do 
resultado do processo penal na esfera administrativa no caso de absolvição criminal que negue a existência 
do fato ou sua autoria, devendo ser revista a pena administrativa porventura aplicada antes do término do 
processo penal. MS 18.090-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 8/5/2013. 
ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. DEMISSÃO DE SERVIDOR 
PÚBLICO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. ATO DE IMPROBIDADE. 
INDEPENDÊNCIA ENTRE AS SANÇÕES DISCIPLINARES E AQUELASPREVISTAS NA LEI 8.429/92. 
UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. OBSERVÂNCIAÀ AMPLA DEFESA E AO 
CONTRADITÓRIO. PROVAS SUFICIENTES. EVOLUÇÃO PATRIMONIAL INCOMPATÍVEL COM A RENDA 
AUFERIDA. ADEQUAÇÃO DA PENA. ART. 132, IV DA LEI 8.112/90. ORDEM DENEGADA. 1. À luz do disposto 
no art. 12 da Lei 8.429/90 e nos arts. 37, § 4ºe 41 da CF/88, as sanções disciplinares previstas na Lei 
8.112/90 são independentes em relação às penalidades previstas na LIA, daí porque não há necessidade 
de aguardar-se o trânsito em julgado da ação por improbidade administrativa para que seja editado o ato 
de demissão com base no art. 132, IV, do Estatuto do Servidor Público Federal. (...)5. Consoante o princípio 
do pas de nulitté sans grief, não se declara a nulidade sem a demonstração de efetivo prejuízo para aparte 
que a invoca. Logo, não havendo indícios de que as provas supostamente ilícitas embasaram o ato decisório 
e a aplicação da pena, deve-se afastar a pretensão anulatória. (...)7. A conclusão do processo disciplinar 
não está atrelada ao encerramento do procedimento fiscal. Isso porque são procedimentos distintos, 
regidos por normativos próprios e com finalidades específicas. MS 15.848/DF, Ministro Castro Meira, 
16/08/2013. 
DIREITO ADMINISTRATIVO. EXECUÇÃO IMEDIATA DE PENALIDADE IMPOSTA EM PAD. Não há 
ilegalidade na imediata execução de penalidade administrativa imposta em PAD a servidor 
público, ainda que a decisão não tenha transitado em julgado administrativamente. 
Primeiro, porque os atos administrativos gozam de auto-executoriedade, possibilitando 
que a Administração Pública realize, através de meios próprios, a execução dos seus efeitos materiais, 
independentemente de autorização judicial ou do trânsito em julgado da decisão administrativa. 
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Segundo, pois os efeitos materiais de penalidade imposta ao servidor público independem do julgamento 
de recurso interposto na esfera administrativa, que, em regra, não possui efeito suspensivo(art. 109 da Lei 
8.112/1990). Precedentes citados: MS 14.450-DF, Terceira Seção, DJe 19/12/2014; MS 14.425-DF, Terceira 
Seção, DJe 1/10/2014; e MS 10.759-DF, Terceira Seção 
DIREITO ADMINISTRATIVO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (PAD). DEMISSÃO 
POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. É possível a demissão de servidor por improbidade 
administrativa em processo administrativo disciplinar. A pena de demissão não é 
exclusividade do Judiciário, sendo dever indeclinável da Administração apurar e, 
eventualmente, punir os servidores que vierem a cometer ilícitos de natureza disciplinar, conforme o art. 
143 da Lei n. 8.112/1990. Conforme o entendimento da Terceira Seção do STJ, em face da independência 
entre as esferas administrativas e penais, o fato de o ato demissório não defluir de condenação do 
servidor exarada em processo judicial não implica ofensa aos ditames da Lei n. 8.492/1992, nos casos em 
que a citada sanção disciplinar é aplicada como punição a ato que pode ser classificado como de 
improbidade administrativa, mas não está expressamente tipificado no citado diploma legal, devendo, 
nesses casos, preponderar a regra prevista na Lei n. 8.112/1990. Precedentes citados: MS 15.054-DF, DJe 
12/19/2011, e MS 12.536-DF, DJe 26/9/2008. MS 14.140-DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 26/9/2012. 
Comentários: conforme articulado nas decisões do STF e do STJ até então expostas, 
perceba que a avaliação judicial e a administrativa não estão vinculadas. Ao contrário, 
são independentes e autônomas. 
Assim, ações judiciais de caráter civil ou penal, bem como o Processo Administrativo 
Disciplinar, devem seguir seu curso ordinário e, em regra, as decisões de uma não 
influenciam na outra. 
Nesse sentido, atente-se para o fato de que o STF já pacificou entendimento de que o prosseguimento do 
processo na esfera administrativa, quando ainda em curso ação penal, não fere a presunção de inocência 
de que trata o inciso LVII do art. 5º da CRFB. 
 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória; 
 
Novamente, enfatize-se que o “em regra” se aplica para o caso em que o servidor venha a ser absolvido da 
ação penal por negação da autoria ou pela comprovação da inexistência do fato. 
 
Atenção:a absolvição no processo criminal por falta de provas não repercute no processo 
administrativo disciplinar. 
 
Ademais, não se justifica o sobrestamento do PAD em função de ajuizamento de ação penal ou, ainda, em 
função do seu trâmite, com o intuito de se apurar nesta esfera fatos que estão sendo investigados em 
âmbito administrativo. 
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Também é importante consignar não haverá bis in idem no caso de o servidor ser punido na esfera 
administrativa, por meio de PAD, na esfera criminal, em ação penal, e na esfera civil, por meio de ação de 
improbidade administrativa. 
 
CAI NA PROVA 
O concurso para Defensor Público da União, realizado em 2017 pela banca CESPE, afirmou em uma 
das assertivas de uma das questões da prova que: “Em procedimento disciplinar por ato de 
improbidade administrativa, somente depois de ocorrido o trânsito em julgado administrativo será 
cabível a aplicação da penalidade de demissão”. 
Comentários: incorreta a assertiva. Incorreta a assertiva porque, de acordo com o STJ, MS 19.488/DF 
(Informativo 559), é possível o cumprimento imediato da penalidade imposta ao servidor logo após 
o julgamento do PAD e antes do julgamento do recurso administrativo cabível. Em outras palavras, 
não há qualquer ilegalidade na imediata execução de penalidade administrativa imposta em PAD ao 
servidor público, ainda que a decisão não tenha transitado em julgado administrativamente. 
 
CAI NA PROVA 
O concurso para Advogado da União, realizado em 2015 pela banca CESPE, afirmou em uma das 
assertivas de uma das questões da prova que: “Se, em uma operação da Polícia Federal, um agente 
público for preso em flagrante devido ao recebimento de propina, e se, em razão disso, houver 
ajuizamento de ação penal, um eventual processo administrativo disciplinar deverá ser sobrestado 
até o trânsito em julgado do processo criminal”. 
Comentários: incorreta a assertiva. Incorreta a assertiva porque as esferas civil, administrativa e 
penal são, em regra, autônomas e independentes. De acordo com o STJ, MS 22534/PR, a ausência 
de decisão judicial com trânsitoem julgado não torna nulo o ato demissório aplicado com base em 
processo administrativo em que foi assegurada ampla defesa, pois a aplicação da pena disciplinar 
ou administrativa independe da conclusão dos processos civil e penal, eventualmente instaurados 
em razão dos mesmos fatos. Ou, ainda, conforme MS 18090/DF também julgado no STJ: Não deve 
ser paralisado o curso de processo administrativo disciplinar apenas em função de ajuizamento de 
ação penal destinada a apurar criminalmente os mesmos fatos investigados administrativamente. 
As esferas administrativa e penal são independentes, não havendo falar em suspensão do processo 
administrativo durante o trâmite do processo penal. 
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Ainda em função dessa propalada independência, poderá o servidor público, mesmo que absolvido em 
Processo Administrativo Disciplinar, ser condenado a ressarcir o erário por comprovado prejuízo ao tesouro 
em tomada de contas especial pelo Tribunal de Contas de União – TCU. Isso porque a condenação pelo TCU 
independe do resultado do PAD. 
 
Cabe também ressaltar a possibilidade de utilização de prova emprestada entre as esferas civil, penal e 
administrativa. 
O instituto da prova emprestada está previsto no Novo Código de Processo Civil - CPC, Lei nº 13.105, de 2015, 
especificamente em seu artigo 372: 
 
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-
lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. 
 
Ou seja, a prova emprestada nada mais é do que a utilização de prova validamente produzida e constituída 
de um processo em outro. 
A solicitação da prova deverá ser realizada pela autoridade responsável pelo processo que necessita da 
obtenção da prova já constituída em outro processo. 
Além dessa previsão legal constante no art. 372 do CPC, a jurisprudência também tem acolhida a utilização 
o PAD, de prova emprestada validamente produzida em processo criminal, independentemente do trânsito 
em julgado da sentença penal condenatória. 
 
#ficadica 
É possível a utilização no PAD de prova emprestada validamente produzida em 
processo criminal, independentemente do trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória. 
 
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Atenção:inclusive poderá ser emprestada ao processo administrativo disciplinar prova constante 
em processo criminal obtida por meio de interceptações telefônicas. 
 
Nessa linha, veja novas jurisprudências do STF e do STJ que corroboram com o que até aqui exposto: 
Agravo regimental em mandado de segurança. Tribunal de Contas da União. Violação dos 
princípios do contraditório e da ampla defesa. Não ocorrência. Independência entre a atuação 
do TCU e a apuração em processo administrativo disciplinar. (...) 2. O Tribunal de Contas da 
União, em sede de tomada de contas especial, não se vincula ao resultado de processo 
administrativo disciplinar. Independência entre as instâncias e os objetos sobre os quais se debruçam as 
respectivas acusações nos âmbitos disciplinar e de apuração de responsabilidade por dano ao erário. 
Precedente. Apenas um detalhado exame dos dois processos poderia confirmar a similitude entre os fatos 
que são imputados ao impetrante. (...) MS 27.867 AgR/DF. Ministro Dias Toffoli, 18/09/2012. 
DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE 
SEGURANÇA. ATO DO MINISTRO DA FAZENDA. DEMISSÃO DE SERVIDOR PÚBLICO POR ATO DE 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. AUSÊNCIA DE VÍCIOS NO PROCESSO ADMINISTRATIVO 
DISCIPLINAR. NEGATIVA DE PROVIMENTO DO RECURSO. (...) 3. O acusado em processo 
administrativo disciplinar não possui direito subjetivo ao deferimento de todas as provas requeridas nos 
autos, ainda mais quando consideradas impertinentes ou meramente protelatórias pela comissão 
processante (art. 156, §1º, Lei nº 8.112/1990). 4. A jurisprudência desta Corte admite o uso de prova 
emprestada em processo administrativo disciplinar, em especial a utilização de interceptações telefônicas 
autorizadas judicialmente para investigação criminal. Precedentes.5. Recurso ordinário a que se nega 
provimento. RMS 28774. Ministro Marco Aurélio. Redator para o Acórdão: Ministro Roberto Barroso, 
22/09/2015. 
DIREITO ADMINISTRATIVO. UTILIZAÇÃO, EM PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR, DE 
PROVA EMPRESTADA VALIDAMENTE PRODUZIDA EM PROCESSO CRIMINAL.É possível a 
utilização, em processo administrativo disciplinar, de prova emprestada validamente 
produzida em processo criminal, independentemente do trânsito em julgado da sentença 
penal condenatória.Isso porque, em regra, o resultado da sentença proferida no processo criminal não 
repercute na instância administrativa, tendo em vista a independência existente entre as instâncias. 
Precedentes citados: MS 17.472-DF, Primeira Seção, DJe 22/6/2012; e MS 15.787-DF, Primeira Seção, DJe 
6/8/2012. RMS 33.628-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 2/4/2013. 
ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - PROCESSO ADMINISTRATIVODISCIPLINAR 
- UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA DE PROCEDIMENTO CRIMINAL - INTERCEPTAÇÃO 
TELEFÔNICA - AUTORIZAÇÃO E CONTROLE JUDICIAL - PROVA ADMITIDA - PENA DE 
DEMISSÃO - CONCLUSÃO DACOMISSÃO BASEADA NA PRODUÇÃO DE VÁRIAS PROVAS - 
SEGURANÇA DENEGADA.1. A jurisprudência desta Corte pacificou-se no sentido de considerar possível se 
utilizar, no processo administrativo disciplinar, interceptação telefônica emprestada de procedimento 
penal, desde que devidamente autorizada pelo juízo criminal.2. Não há desproporcionalidade 
excessivamente gravosa a justificara intervenção do Poder Judiciário quanto ao resultado do Processo 
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Administrativo Disciplinar originário, em que a autoridade administrativa concluiu pelo devido 
enquadramento dos fatos e aplicação da pena de demissão, nos moldes previstos pelo estatuto jurídico 
dos policiais civis da União. 3. Segurança denegada. MS 16146/DF, Ministra Eliana Calmon, 22/05/2013. 
Súmula 591: 
É permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar, desde que 
devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla 
defesa. 
 
 
 
 
 
CAI NA PROVA 
O concurso para Procurador da Câmara de Sumaré, realizado em 2017 pela banca VUNESP, afirmou 
em uma das alternativas de uma das questões da prova que: “O uso de prova decorrente de 
interceptação telefônica é vedado no processo administrativo disciplinar, mesmo que obtida 
licitamente no processo criminal”. 
Comentários: incorreta a assertiva. Incorreta a alternativa porque, conforme entendimento 
sedimentado pelo STJ, é possível utilizar interceptação telefônica emprestada de procedimento 
penal no processo administrativo disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo juízo criminal 
(MS 16146; RMS 28774). 
 
De acordo com a Lei nº 8.112, de 1990: 
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Caso o servidor cause prejuízo ao erário de forma dolosa, a indenização do débito deverá ser garantida pela 
via judicial. 
Entretanto, não havendo bens que assegurem a indenização, o servidor ativo, aposentado ou pensionista 
deverá ser comunicado para o pagamento no prazo de 30 dias, podendo ser parcelado o valor, a pedido do 
interessado. 
Ou seja, a legislação prioriza que, em caso de prejuízo ao erário de forma dolosa, o débito seja garantido 
judicialmente. 
De todo modo, não havendobens do servidor para garantir a liquidação do valor devido, a Fazenda Pública 
adotará o procedimento padrão para reposição e indenização ao erário, qual seja: deve comunicá-lo para 
que quite o débito em 30 dias, podendo, desde que solicitado pelo servidor, autorizar o pagamento 
parcelado. 
Como veremos no estudo da responsabilidade objetiva do Estado, havendo prejuízo a terceiros causado por 
servidor público agindo nessa qualidade, o particular poderá ingressar com ação contra o poder público. 
A Fazenda Pública, por sua vez, poderá acionar o servidor por meio de ação regressiva para reparar o seu 
prejuízo. 
Frise-se que a obrigação de reparar o dano é extensível aos sucessores e contra eles será executada, até o 
limite do valor da herança eventualmente recebida. 
Oportunamente veremos em detalhes os requisitos, doutrina e jurisprudência acerca da responsabilidade 
objetiva do Estado. Mas, desde já, saiba que o seu fundamento de validade está no §6º do art. 37 da CRFB 
que assim prevê: 
 
Art. 37 (...) 
A Responsabilização do 
Servidor
no âmbito civil: dependerá de ato comissivo ou omissivo,
culposo ou doloso, desde que tenha resultado em prejuízo ao
erário ou a terceiros
no âmbito penal: abrangerá os crimes e contravenções
imputadas ao servidor, desde que tenha agido na qualidade
de servidor público
no âmbito civil-administrativa: resultará de ato omissivo ou
comissivo praticado no desempenho do cargo ou função
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§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços 
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
 
#ficadica 
O servidor que der ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento 
desta, a outra autoridade competente para apuração de informação relativa à prática de 
crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício 
de cargo, emprego ou função pública, NÃO poderá ser responsabilizado civil, penal ou 
administrativamente pelo fato comunicado. 
 
Vamos estudar a partir de agora as penalidades em espécies com todas as especificidades a elas inerentes. 
 
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3.PENALIDADES EM ESPÉCIE 
 
O Estatuto dos Servidores Civis da União estabelece as seguintes penalidades disciplinares: 
 
 
 
A espécie de penalidade a ser aplicada ao servidor dependerá dos seguintes fatores: 
PENALIDADES
Advertência
Suspensão
Demissão
Cassação
de Aposentadoria
de Disponibilidade
Destituição
de Cargo em Comissão
de Função Comissionada
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Assim, são 5 os tipos de penalidades possíveis: advertência, suspensão, demissão, cassação e 
destituição;sendo que a cassação poderá ser aplicada tanto ao aposentado quanto ao servidor em 
disponibilidade. 
De modo semelhante, a destituição poderá ser aplicada tanto àquele que ocupa cargo em comissão quanto 
àquele que ocupa função comissionada. 
Como visto, a dosimetria da pena a ser aplicada deve necessariamente levar em consideração a natureza da 
infração cometida, a gravidade da infração, os danos causados ao serviço público, as circunstâncias 
agravantes e atenuantes, bem como os antecedentes funcionais do infrator. 
 
Ademais, o ato da autoridade competente que vier a impor penalidade ao servidor sempre deverá 
mencionar o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. 
Vamos ao detalhamento de aplicação de cada uma das penalidades em espécies. 
 
Penalidade
natureza da 
infração 
cometida
circunstâncias 
atenuantes
circunstâncias 
agravantes 
antecedentes 
funcionais
danos 
causados ao 
serviço 
público
gravidade 
da infração
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3.1. ADVERTÊNCIA 
 
A penalidade de menor dosimetria e com o mais baixo impacto a ser aplicada ao servidor é a advertência. 
Frise-se que a advertência será aplicada nos seguintes casos: 
 
#ficadica 
É obrigatório que a advertência seja aplicada por escrito! 
 
Já na aula de hoje nós verificamos a lista de proibições a que estão submetidos os servidores públicos civis 
da União e de suas autarquias e fundações. Naquela oportunidade, para chamar atenção, eu coloquei as 
respectivas proibições ensejadoras de aplicação de advertência com letra azul na tabela. 
Das 19 proibições listadas na Lei nº 8.112, de 1990, 9 dão azo à aplicação de penalidade de advertência. 
Somando-se àquelas a possibilidade de aplicação de advertência pela inobservância de dever funcional 
previsto em lei, regulamentação ou norma interna que não justifique imposição de penalidade mais grave, 
temos o total de 10 tipos descritivos que acarretam a sanção de advertência, desde que não seja caso de 
reincidência. 
Veja a lista completa: 
violação a algumas das proibições estabelecidas no Estatuto dos Servidores
inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamento ou norma interna, que 
não justifique imposição de penalidade mais grave
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INFRAÇÕES CUJA PENALIDADE, EM PRINCÍPIO, SERÁ DE ADVERTÊNCIA: 
recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado 
ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato 
retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da 
repartição 
recusar fé a documentos públicos 
opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço 
promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição 
cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de 
atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado 
coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a 
partido político 
manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou 
parente até o 2º grau civil 
inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não 
justifique imposição de penalidade mais grave 
 
Portanto, na tabela anterior, as 9 primeiras infrações são proibições que, se cometidas pelo servidor, 
ensejarão, em princípio, a sanção de advertência. 
Já a última infração da tabela decorre de determinação direta de aplicação de advertência prevista no art. 
129 da Lei nº 8.112, de 1990. 
 
3.2. SUSPENSÃO 
Na dosimetria de aplicação de penalidades, a suspensão é a segunda na escala de gravidade. 
Assim, a suspensão será aplicada nos casos de: 
 
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Portanto, é preciso ter cuidado com a suspensão. 
 
a) Como um dos fundamentos, a suspensão poderá ser aplicada em casos de reincidência de faltas punidas 
com advertência. 
Assim, se o servidor cometeu alguma infração que acarretou na aplicação da pena advertência e ele praticar 
novamente infração sujeita à advertência dentro do prazo de 3 anos da sanção anterior, ocorrerá um 
agravamento na sanção que passará a ser de suspensão.#ficadica 
Entende-se por reincidência a pratica de nova infração disciplinar, cometida pelo 
mesmo infrator, dentro do prazo em que não cancelado o registro de penalidade 
anteriormente aplicada. 
 
Atenção: o prazo para cancelamento do registro das penalidades de advertência e de 
suspensão, de que o servidor não pratique nova infração neste período, são: 
 
Advertência:3 anos contados da data em que se tornar definitiva, administrativamente, a penalidade 
relativa à infração anterior. 
 
Suspensão:5 anos contados da data em que se tornar definitiva, administrativamente, a penalidade 
relativa à infração anterior. 
 
Assim, em respeito ao valor constitucional de não haver penalidade de caráter perpétuo (alínea “b”, do inciso 
XLVII, do art. 5º da CRFB), ultrapassados os prazos de 3 ou 5 anos, deverá o registro da penalidade, 
respectivamente, de advertência e suspensão, ser cancelado do registro do servidor. 
reincidência das faltas punidas com advertência 
violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de 
demissão
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Importante também destacar que o aludido cancelamento não terá seus efeitos ou repercussões retroativos. 
 
b) Outra possibilidade de aplicação da pena de suspensão ocorre em casos de violação de outras proibições 
que não tipificarem infração sujeita à penalidade de demissão. 
Portanto, a pena de suspensão também tem um caráter residual. 
Isto é, há proibições que geram a expressa penalidade de advertência ou de demissão. Já para aquela em 
que não haja citação expressa de aplicação da advertência ou da demissão, o servidor estará sujeito à pena 
de suspensão em função do caráter residual dessa sanção. 
 
#ficadica 
A penalidade de suspensão do servidor não poderá exceder a 90 dias! 
 
Atenção:o servidor que se recusar, injustificadamente, a ser submetido à inspeção 
médica determinada pela autoridade competente será punido com suspensão de até 
15 dias, cessando os efeitos dessa sanção em caso de realização da inspeção médica. 
 
Interessante a autorização prevista na Lei nº 8.112, de 1990, para, quando houver conveniência para o 
serviço, a conversão da penalidade de suspensão em multa, na base de 50% por dia de vencimento ou 
remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço. 
Dessa forma, em que pese a sanção de suspensão aplicada, o servidor poderá, no interesse da administração 
pública, ser obrigado a permanecer em serviço, sendo, contudo, aplicada multa em 50% da sua remuneração 
diária ao longo do período da sanção efetivamente trabalhado. 
 
3.3. DEMISSÃO 
A sanção administrativa de maior gravidade a ser aplicada é a demissão. Para isso, deve realmente o servidor 
ter agido, contundentemente, de modo a afrontar princípios administrativos ou vedações normativas com 
grave repercussão à imagem da Administração Pública ou à dignidade dos demais servidores. 
A prática de ato ilícito ou irregular por um servidor traz repercussões não só a ele, mas macula a 
Administração Pública e todo o seu corpo de servidores que, ainda que de forma inconsciente, são julgados 
por membros da sociedade diariamente acerca de suas condutas. 
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Desta forma, compete ao servidor um grau de zelo ainda maior com o bem público, além de exercer com 
presteza e urbanidade as suas funções ao público imediato ou mediato, que é a sociedade. 
Veja os casos em que deve ser aplicada a pena de demissão: 
 
FATOS EM QUE SE DEVE APLICAR A DEMISSÃO: 
abandono de cargo 
 
Atenção: considera-se abandono de cargo a 
ausência intencional do servidor ao serviço por 
mais de 30 dias consecutivos. 
inassiduidade habitual 
 
Atenção: considera-se inassidui-dade habitual 
a falta ao serviço, sem causa justificada, por 60 
dias, interpoladamente, durante o período de 
12 meses. 
crime contra a administração pública improbidade administrativa 
insubordinação grave em serviço aplicação irregular de dinheiros públicos 
incontinência pública e conduta escandalosa, 
na repartição 
ofensa física, em serviço, a servidor ou a 
particular, salvo em legítima defesa própria ou 
de outrem 
revelação de segredo do qual se apropriou em 
razão do cargo 
lesão aos cofres públicos e dilapidação do 
patrimônio nacional 
corrupção 
acumulação ilegal de cargos, empregos ou 
funções públicas 
aceitar comissão, emprego ou pensão de 
estado estrangeiro 
praticar usura sob qualquer de suas formas 
proceder de forma desidiosa 
utilizar pessoal ou recursos materiais da 
repartição em serviços ou atividades 
particulares 
valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da 
função pública 
participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não 
personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário 
atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de 
benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou 
companheiro 
receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas 
atribuições 
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O art. 117 da Lei nº 8.112, de 1990, lista as proibições ao servidor em XIX incisos. Desses 19 incisos, os 8 
primeiros (I a VIII) e o último (XIX) são sancionados com advertência. Já os incisos IX a XVI são sancionados 
com a demissão. Portanto, em função de seu caráter residual, os incisos XVII (cometer a outro servidor 
atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias) e XVIII (exercer 
quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de 
trabalho) serão sancionados, em princípio, com a pena de suspensão. 
 
Importante citar aqui a jurisprudência do STJ no sentido de que não pode ser aplicado o princípio da 
insignificância em caso de infração disciplinar que gere demissão, porquanto na esfera administrativa o 
valor do proveito econômico auferido pelo servidor é irrelevante. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO. IRRELEVÂNCIA DO VALOR AUFERIDO PARA A APLICAÇÃO DA 
PENA DE DEMISSÃO DECORRENTE DA OBTENÇÃO DE PROVEITO ECONÔMICO 
INDEVIDO.Deve ser aplicada a penalidade de demissão ao servidor público federal que 
obtiver proveito econômico indevido em razão do cargo, independentemente do valor 
auferido.Isso porque não incide, na esfera administrativa - ao contrário do que se tem na esfera penal -, 
o princípio da insignificância quando constatada falta disciplinar prevista no art. 132 da Lei 8.112/1990. 
Dessa forma, o proveito econômico recebido pelo servidor é irrelevante para a aplicação da penalidade 
administrativa de demissão, razão pela qual é despiciendo falar, nessa hipótese, em falta de razoabilidade 
ou proporcionalidade da pena. Conclui-se, então, que o ato de demissão é vinculado, cabendo unicamente 
ao administrador aplicar a penalidade prevista. MS 18.090-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 
8/5/2013. 
 
3.4. CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA OU DISPONIBILIDADE 
A penalidade de cassação de aposentadoria ou disponibilidade tem efeitos análogos aos da demissão e é 
aplicada ao aposentado ou ao servidor em disponibilidade (e, portanto, em inatividade) que tenha 
praticado na atividade falta punível com a demissão. 
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Assim, se o servidor praticou, quando em atividade, algum ato cuja penalidade prevista é a de demissão, mas 
a sanção só veio a ser aplicada quando ele se encontrava aposentado ou em disponibilidade, a sanção será 
a cassação da aposentadoria ou da disponibilidade. 
Lembre-se que a aposentadoria é a ida remunerada do servidor à inatividade, desde que cumpridos os 
requisitos constitucionais e legais. 
Já a disponibilidade, de acordo com a Professora Maria Sylvia Zanella di Pietro4, é: 
 
a garantia de inatividade remunerada, assegurada ao servidor estável, em caso de ser extinto o 
cargo ou declarada a sua desnecessidade. 
 
Frise-se, contudo, que a natureza jurídica da disponibilidade é de transitoriedade. 
Isto é, garantir a remuneração ao servidor estável até o seu aproveitamento em cargo de atribuições e 
vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. 
 
3.5. DESTITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO OU FUNÇÃO 
COMISSIONADA 
Inicialmente é preciso distinguir o servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão daquele servidor 
que é titular de cargo efetivo e, ao mesmo tempo, também titulariza cargo comissionado ou função 
comissionada. 
O denominado “comissionado puro” é aquele servidor que não titulariza cargo efetivo, mas apenas o cargo 
comissionado que, respeitadas as condições previstas em lei, são de livre nomeação e exoneração – ad 
nutum. 
Frise-se que, de acordo com o inciso V do art. 37 da CRFB, as funções de confiança são exercidas 
exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo. 
 
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, 
e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e 
 
 
4 Direito Administrativo, 30ª edição. p. 386. 
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percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e 
assessoramento; 
 
Resumindo, tem-se que: 
 
 
 
CAI NA PROVA 
O concurso para Promotor de Justiça do Estado de Santa Catarina, realizado em 2014 por banca 
própria, afirmou em uma das questões da prova que: “As funções de confiança, exercidas 
exclusivamente por servidores ocupantes de cargos efetivos, e os cargos em comissão, a serem 
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, 
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento”. 
Comentários: correta a assertiva. Correta a assertiva que apresenta a literalidade do inciso V do art. 
37 da CRFB. 
 
#ficadica 
Cargo Efetivo
Titularizado por servidor 
investido após aprovação em 
concurso público de provas 
ou de provas e títulos
Destinação ampla, não só para 
Direção, Chefia ou 
Assessoramento
Função Comissionada
(Função de Confiança)
Exercida exclusivamente por 
servidores ocupantes de 
cargo efetivo
Destina-se à Direção, Chefia 
ou Assessoramento
Cargo Comissionado
Livre nomeação e exoneração 
(ad nutum), respeitado o 
preenchimento mínimo por 
servidores de carreira 
previstos em lei
Pode ser titularizado tanto 
pelo "comissionado puro" 
quanto por servidor efetivo
Destina-se à Direção, Chefia 
ou Assessoramento
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A destituição de cargo em comissão exercido pelo comissionado puro (por aquele 
não ocupante de cargo efetivo) será aplicada nos casos de infração sujeita às 
penalidades de suspensão e de demissão. 
 
Assim, enquanto a pena de cassação da aposentadoria ou da disponibilidade é aplicada a quem houver 
praticado na atividade ato punível com a demissão, a destituição de cargo em comissão é mais severa e 
será aplicada também em infrações a que o servidor efetivo responderia apenas com suspensão. 
 
CAI NA PROVA 
O concurso para Procurador do Estado do Piauí, realizado em 2014 pela banca CESPE, apresentou a 
seguinte questão na prova: 
 
“Um servidor, vinculado à administração pública unicamente por cargo em comissão, cometeu 
infração administrativa e, após regular processo administrativo disciplinar, a autoridade julgadora, 
concordando com o relatório final da comissão processante, entendeu que a falta se enquadrava 
nas hipóteses de suspensão. 
 
Nesse caso, nos termos da Lei n.º 8.112/1990, a penalidade a ser aplicada ao servidor será 
a) a exoneração de ofício. 
b) a destituição do cargo em comissão. 
c) a demissão. 
d) a suspensão. 
e) o desligamento”. 
Gabarito: alternativa “b”. Correta a alternativa “b” porque, de acordo com o art. 135 da Lei nº 8.112, 
de 1990, a destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será 
aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão. 
 
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Cabe dizer também que, caso o ex-servidor tenha sido exonerado do cargo comissionado antes da 
aplicação da penalidade de destituição, aquela será convertida nesta, ou seja, prevalecerá no 
assentamento funcional a pena de destituição em detrimento do mero expediente administrativo de 
exoneração. 
 
3.6. DISPOSIÇÕES COMUNS À DEMISSÃO E À DESTITUIÇÃO 
 
O Estatuto do Servidor Público estabelece que a demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos 
a seguir indicados, implica também a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo 
da ação penal cabível. 
 
CASOS EM QUE, ALÉM DA DEMISSÃO OU DA DESTITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO, TAMBÉM DEVERÁ HAVER A 
INDISPONIBILIDADE DOS BENS E O RESSARCIMENTO AO ERÁRIO, SEM PREJUÍZO DA AÇÃO PENAL CABÍVEL: 
improbidade administrativa aplicação irregular de dinheiros públicos 
lesão aos cofres públicos e dilapidação do 
patrimônio nacional 
Corrupção 
 
Importante ressaltar que o ex-servidor que foi demitido ou destituído do cargo em comissão por 
infringências aos casos acima citados na tabela, bem como em caso de crime contra a administração pública, 
NÃO PODERÁ RETORNAR ao serviço público federal. 
Por outro lado, haverá a incompatibilidade do ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, 
pelo prazo de 5 anos, nos casos de demissão ou destituição de cargo em comissão por infringência às 
seguintes proibições: 
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Vejamos a seguir quais são as autoridades competentes para aplicar as penalidades em espécie que 
acabamos de superar. 
 
valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da 
dignidade da função pública
atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo 
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o 
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro
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4.AUTORIDADE COMPETENTE PARA APLICAÇÃO DE 
PENALIDADE 
 
Segue, de modo esquematizado, a identificação das autoridades previstas em lei como competentes para 
aplicação de cada uma das espécies de sanções previstas no Estatuto do Servidor Público Civil da União. 
 
 
 
 
A
ut
or
id
ad
e 
C
om
pe
te
nt
e 
pa
ra
 A
pl
ic
aç
ão
 d
e 
Pe
na
lid
ad
e
demissão e cassação de 
aposentadoria ou 
disponibilidade
Presidente da República, Presidentes das 
Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais 
Federais e Procurador-Geral

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