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Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital Autor: Wagner Damazio Aula 08 6 de Maio de 2020 99441502669 - Jose Quiterio Alves Sumário Introdução .......................................................................................................................................................... 3 1. Considerações Iniciais .................................................................................................................................... 4 2.Regime Disciplinar ........................................................................................................................................... 6 2.1. Deveres e Proibições do Servidor Público Civil ........................................................................................ 7 2.2. Vedação à Acumulação de Cargos Públicos .......................................................................................... 11 2.3. Responsabilização nas Esferas Civil, Penal e Administrativa ................................................................ 15 3.Penalidades em Espécie ................................................................................................................................ 26 3.1. ADVERTÊNCIA ........................................................................................................................................ 28 3.2. SUSPENSÃO ........................................................................................................................................... 29 3.3. DEMISSÃO ............................................................................................................................................. 31 3.4. CASSAÇÃO de Aposentadoria ou Disponibilidade ................................................................................. 33 3.5. Destituição de Cargo em Comissão ou Função Comissionada .............................................................. 34 Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 2 139 3.6. Disposições Comuns à Demissão e à Destituição .................................................................................. 37 4.Autoridade Competente para Aplicação de Penalidade ............................................................................... 39 5. Prazo de Prescrição da Pretensão Punitiva .................................................................................................. 40 6. Procedimento Sumário de Apuração Disciplinar ......................................................................................... 48 6.1. Acumulação Ilegal de Cargos, Empregos ou Funções Públicas ............................................................. 48 6.2. Abandono de Cargo e Inassiduidade Habitual ...................................................................................... 50 7. Processo Administrativo Disciplinar ............................................................................................................. 52 7.1. CONSIDERAÇÕES Iniciais ....................................................................................................................... 52 7.2. “Denúncia Anônima” ............................................................................................................................. 54 7.3. Sindicância ............................................................................................................................................. 56 7.4. Afastamento Preventivo como Medida Acautelatória ......................................................................... 59 7.5. Processo Administrativo Disciplinar stricto sensu- PAD ........................................................................ 60 7.6. Revisão do PAD...................................................................................................................................... 77 8. Questões de Concursos Anteriores .............................................................................................................. 81 8.1 – Lista de Questões sem Comentários ................................................................................................... 81 8.2. Gabarito ................................................................................................................................................ 95 8.3. Questões Resolvidas e Comentadas ...................................................................................................... 96 9. Resumo ....................................................................................................................................................... 123 10.Considerações Finais ................................................................................................................................. 138 Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 3 139 INTRODUÇÃO Caríssimo(a)! Vamos dar continuidade, aqui no Estratégia Concursos, ao Curso de Direito Administrativo com teoria e exercícios resolvidos e comentados para o concurso de ingresso à carreira de Delegado de Polícia Civil do Paraná. Hoje, nós estudaremos o Regime Jurídico Disciplinar. Este tema possui base na Lei nº 8.112, de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Além disso, há bastante jurisprudência no STF e no STJ acerca deste tema já que tão relacionado aos agentes públicos, em especial aos servidores estatutários e comissionados. É um tema que as bancas inevitavelmente exploram, porque faz parte do dia a dia do serviço público. Havendo dificuldade na compreensão da teoria ou na resolução dos exercícios expostos nesta aula ou em qualquer outra, não deixe de entrar em contato comigo pelo fórum de dúvidas! Repito que estou sempre atento ao fórum de dúvidas para, de forma célere, buscar uma maneira de reescrever o conteúdo ou aclarar a explicação anteriormente oferecida para que você alcance a sua meta de aprendizagem. Frise-se que o nosso objetivo precípuo é a sua aprovação e para isso me dedicarei ao máximo para atendê- lo e auxiliá-lo nessa caminhada. Além disso, para ficar por dentro das notícias do mundo dos concursos públicos, recomendo que você siga o perfil do Estratégia Carreira Jurídica e do Estratégia Concursos nas mídias sociais! Você também poderá seguir meu perfil no Instagram. Por meio dele eu busco não só transmitir notícias de eventos do Estratégia e de fatos relativos aos concursos em geral, mas também compartilhar questões comentadas de concursos específicos que o ajudará em sua preparação! Que Deus o ilumine nos estudos! Sem mais delongas, vamos ao trabalho! Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 4 139 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Como de praxe, introduzo esta nossa aula com as seguintes provocações: PROVOCAÇÕES INTRODUTÓRIAS PARA A AULA DE HOJE 1) Que está submetido ao Regime Disciplinar da Lei nº 8.112, de 1990? 2) Segundo a Lei nº 8.112, de 1990, qual a definição de servidor público e de cargo público? 3) Em que casos há repercussão da esfera penal na esfera administrativa? 4) Um mesmo fato pode ensejar punibilidade nas esferas civil, penal e administrativa sem caracterizar bis in idem? 5) Quais são as penalidades aplicáveis no regime jurídico disciplinar? Quais os fatores que influenciam na dosimetria? 6) É possível a advertência verbal? 7) Em que casos se aplica a suspensão? Qual o prazo máximo de suspensão? 8) O que é reincidência? Quais osprazos para cancelamento dos registros? 9) A recusa injustificada à inspeção médica acarreta qual tipo de sanção? 10) Pode haver conversão da suspensão em multa? Em que condições? 11) O que se considera abandono de cargo? E inassiduidade habitual? 12) Em que casos se aplica a cassação da aposentadoria ou da disponibilidade? 13) Qual a diferença entre cargo efetivo, função comissionada e cargo comissionado? 14) Quais são as autoridades competentes para aplicação de penalidade? 15) As ações de ressarcimento ao erário são imprescritíveis? Qual o posicionamento do STF firmado com repercussão geral no RE 852475? Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 5 139 16) A abertura de sindicância ou instauração do PAD suspendem o prazo prescricional da pretensão punitiva estatal? 17) Quais são os prazos prescricionais para cada sanção? 18) Aplicam-se os prazos de prescrição criminal na esfera administrativa? 19) Em que casos se aplica o procedimento sumário? 20) Em que casos se instaura a sindicância? 21) Pode haver instauração de PAD baseada em “denúncia anônima”? Qual a diferença entre “denúncia anônima”, notícia anônima e delação apócrifa? 22) Qual o prazo para conclusão da sindicância? E do PAD? E do afastamento preventivo? 23) Pode haver monitoramento de e-mail corporativo de servidor público? 24) Qual a diferença entre sindicância acusatória e investigatória? 25) É possível a utilização no PAD de prova emprestada produzida em processo criminal? Inclusive interceptação telefônica? 26) A falta de acompanhamento do servidor por seu Advogado no curso do PAD anula esse procedimento? 27) Poderá ser agravada a pena de servidor já punido por meio de PAD? 28) O excesso de prazo para conclusão do PAD gera sua nulidade? 29) Poderá ser aplicado o princípio da insignificância no caso de infração disciplinar que gera demissão? 30) O termo de início do prazo prescricional para pretensão punitiva é a ocorrência do fato ou a data em que este se tornou conhecido? Se for do conhecimento do fato, esse conhecimento pode ser de qualquer autoridade pública ou deve ser da autoridade responsável pela abertura do PAD? 31) É constitucional a previsão de que, mesmo prescrita a infração disciplinar, fique registrada nos assentos funcionais do servidor a conduta que a ensejaria? 32) Pode o PGR impetrar Mandado de Segurança contra decisão administrativa que reconheceu a prescrição em PAD? Se você não tem certeza de uma ou mais respostas a esses questionamentos, vamos juntos obtê-las na aula cuja teoria agora se inicia!!! Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 6 139 2.REGIME DISCIPLINAR A Lei nº 8.112, de 1990, que dispõe acerca do Regime Jurídico dos servidores públicos da União, de suas Autarquias e Fundações, disciplina em seu título IV o Regime Disciplinar desses servidores e no título V o Processo Administrativo Disciplinar. No título IV são fixados os deveres, as proibições, as responsabilidades e as penalidades a que se submetem os servidores civis da União. Ou seja, são fixadas as obrigações e determinadas as penalidades a que se submeterão os servidores estatuários e comissionados em caso de descumprimento de cada uma das obrigações. Cabe frisar que, em grande parte desse título, não haverá muito como fugirmos da listagem da lei. Isso, sem dúvida, fará com que você lance mão de um dos instrumentos mais ingratos - mas, sem dúvida, imprescindível para o concurseiro - que é a famosa decoreba. É certo que explanarei para você o contexto no qual se insere a obrigação, elencarei as obrigações de forma esquematizada e citarei as jurisprudências e principais doutrinas sobre os pontos polêmicos, tudo com o objetivo de facilitar o seu aprendizado e fixação. Mas, repise-se, nesse título não há muito como fugir do enfrentamento dessa dificuldade. E passar por esse caminho é necessário para estudarmos o principal tópico da aula de hoje, que é o Processo Administrativo Disciplinar. Conjunto de deveres, proibições e responsabilidades Processo Administrativo Disciplinar - PAD pelo descumprimento desse conjunto Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 7 139 Sem dúvida, um dos temas mais recorrentes em concursos públicos federais na disciplina de Direito Administrativo. 2.1. DEVERES E PROIBIÇÕES DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL Preliminarmente, cabe destacar o escopo de aplicação e a definição de servidor público, de acordo com a Lei nº 8.112, de 1990: Assim, em se tratando de Regime Jurídico aplicado aos servidores públicos civis, a Lei nº 8.112, de 1990, não se aplica aos militares. Cabe dizer, a disciplina dos membros das Forças Armadas é fixada pela Lei nº 6.880, de 1980 – Estatuto dos Militares. Ademais, adentrando na abrangência dos servidores públicos civis, esclareça-se que o Regime Jurídico disciplinado na Lei nº 8.112, de 1990, só se aplica aos servidores públicos civis federais. Destarte, compete às demais pessoas jurídicas de direito público interno estabelecerem, mediante lei própria do ente, o Regime Jurídico a ser aplicado aos seus servidores civis. Quanto à União, os servidores públicos civis que são submetidos aos princípios e regras fixados na Lei nº 8.112, de 1990, são aqueles investidos em cargos: Quem se submete? servidores públicos civis da União, das autarquias, inclusive as de regime especial, e das fundações públicas federais Servidor Público é a pessoa legalmente investida em cargo público Cargo Público efetivo ou comissionado é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 8 139 a) nos órgãos da Administração Direta da União: Presidência, Ministérios, Congresso Nacional, Ministério Público da União, Defensoria Pública da União, Tribunal de Contas da União e Órgãos Federais do Poder Judiciário, exceto para os agentes políticos e membros de Poder que possuem regimes próprios; b) nas Autarquias Federais, inclusive as de regime especial (agências reguladoras, por exemplo): Banco Central, Autoridade de Governança do Legado Olímpico – Aglo, Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, Agência Espacial Brasileira – AEB, Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, Agência Nacional da Saúde - ANS, Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP, Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT, entre outras. c) nas fundações públicas federais: Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas – IPEA, Fundação Biblioteca Nacional, Fundação Casa de Rui Barbosa, Fundação Nacional de Arte – FUNARTE, Fundação Cultural Palmares, entre outras. #ficadica De acordo com a Lei nº 8.112, de 1990, cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Atenção: os cargos públicos para provimento em caráter efetivo ou em comissão, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, são criados por lei e acessíveis a todos os brasileiros. Ainda sobre a semântica de cargo público, Celso Antônio Bandeira de Mello1 assim o define: “cargo é a denominação dada a mais simples unidade de poderes e deveres estatais a serem expressos por um agente”. Por seu turno, José dos Santos Carvalho Filho2 leciona que cargo público:1 Curso de Direito Administrativo, 33ª edição. p. 539. 2 Manual de Direito Administrativo, 30ª edição. p. 773. Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 9 139 “é o lugar dentro da organização funcional da Administração Direta e de suas autarquias e fundações públicas que, ocupado por servidor público, tem funções específicas e remuneração fixadas em lei ou diploma a ela equivalente”. Feito este importante introito, vejamos a relação dos deveres fixados para os servidores públicos civis da União: DEVERES DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO, AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS FEDERAIS: atender com presteza: a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo ser leal às instituições a que servir observar as normas legais e regulamentares cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público guardar sigilo sobre assunto da repartição manter conduta compatível com a moralidade administrativa ser assíduo e pontual ao serviço tratar com urbanidade as pessoas representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder Atenção:a representação será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. A seguir, você terá a lista com todas as proibições elencadas na Lei nº 8.112, de 1990, já esclarecendo que as proibições que estão com as letras em azul são as que ensejam a penalidade de advertência, as com letra Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 10 139 em vermelho, demissão, e com fundo amarelo, suspensão, conforme veremos de forma aprofundada oportunamente. PROIBIÇÕES AOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS: recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição recusar fé a documentos públicos opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário Atenção:essa proibição não se aplica nos seguintes casos: a) participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e b) gozo de licença para o trato de interesses particulares, observada a legislação sobre conflito de interesses. atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro praticar usura sob qualquer de suas formas proceder de forma desidiosa Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 11 139 utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho 2.2. VEDAÇÃO À ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS A Lei nº 8.112, de 1990, também disciplina a vedação à acumulação de cargos públicos, respeitadas as disposições previstas na Constituição da República Federativa do Brasil – CRFB: Art. 37 (...) XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI3: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público 3 Lembre-se que o inciso XI do art. 37 da CRFB é o que trata do teto remuneratório no serviço público (XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos). Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 12 139 Art. 95 (...) Parágrafo único. Aos juízes é vedado: I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; Art. 128 (...) §5ºLeis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros (...) II - as seguintes vedações: (...) d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; Ou seja, já no plano constitucional é estabelecida a proibição de acumulação remunerada de cargos, empregos e funçõespúblicas na Administração Direta e Indireta e nas sociedades controladas direta ou indiretamente pelo Poder Público. Há, entretanto, a permissividade constitucional de acumulação de cargos, empregos ou funções públicas, desde que haja compatibilidade de horários: Atente-se para o fato de que profissionais da saúde abarcam todos aqueles com profissões regulamentadas, tais como enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, entre outros, e não só os médicos. É vedada a acumulação de cargos, empregos ou funções públicas, exceto: a de dois cargos de professor a de um cargo de professor com outro técnico ou científico a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas a de juiz ou membro do Ministério Público com um de magistério Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 13 139 Cabe dizer que, antes da Emenda Constitucional nº 34, de 2001, a previsão constitucional abarcava, quanto a profissionais de saúde, apenas a possibilidade de acumulação de dois cargos privativos de médicos. Ou seja, o texto original do inciso XVI do art. 37 da CRFB previa inicialmente a possibilidade de dois cargos privativos de médico e não de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. Essa alteração foi promovida em 2001, pela Emenda Constitucional nº 34. Portanto, até a aludida emenda, exclusivamente os médicos poderiam acumular dois cargos, empregos ou funções na área da saúde. A partir de 2001, todo profissional de saúde com profissões regulamentadas passou a poder acumular, respeitados os demais requisitos constitucionais (compatibilidade de horário, respeito ao teto remuneratório e não mais que dois cargos, empregos ou funções). Outro ponto a ressaltar é o cuidado que se deve ter com a expressão “profissionais de saúde”. Isto exige que sejam profissionais que exerçam atividades técnicas ou profissionais diretamente relacionadas aos serviços de saúde e não apenas indiretamente. Portanto, cuidado para não confundir profissionais de saúde com profissionais da área da saúde, o que poderia passar a falsa percepção de que atividades administrativas indiretamente relacionadas à saúde, pudessem ser abarcadas (seguranças, recepcionistas, equipe de limpeza, entre outros). Outrossim, importante também esclarecer que se entende por cargo técnico ou científico aquele que exija conhecimentos reconhecidamente específicos de determinada atividade ou ciência. Contrasta essa identificação das atividades que não necessitam de conhecimentos ou formação específicos. Regressando à disciplina da Lei nº 8.112, de 1990, e nos atendo ao complemento do que vimos do texto constitucional, ressalte-se que também será considerada acumulação indevida a percepção de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade. Isto é, evita-se dessa maneira que um servidor aposentado pudesse acumular, após a ida para a inatividade, os proventos da aposentadoria com a remuneração de outro cargo que, se estivesse na atividade, seria incompatível. Portanto, as regras de permissividade de acumulação remuneratória de cargos, empregos ou função valem tanto para a atividade quanto para a inatividade. Recobre-se que, ainda que lícita, a permissividade de acumulação de cargos é condicionada à comprovada compatibilidade de horários. De forma expressa, a Lei nº 8.112, de 1990, prevê a proibição de acumulação de cargo em comissão e de ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva, exceto nos seguintes casos: a) o servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para exercer, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, devendo optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade; e Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 14 139 b) remuneração devida pela participação em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação no capital social, observada legislação específica. #ficadica O servidor que acumula licitamente 2 cargos efetivos deve se afastar de ambos para ser investido em cargo de provimento em comissão, salvo se houver compatibilidade de horário e local com o exercício de 1 deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou das entidades envolvidos. Exemplo: Mévio é assessor legislativo na Câmara dos Deputados, cargo efetivo titularizado após concurso público de provas e títulos. Mévio também titulariza o cargo efetivo de professor na Universidade de Brasília, cargo este também obtido após certame público. Ocorre que, recentemente, Mévio foi convidado a assumir o cargo de provimento em comissão de chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República. Questiona-se: em que condições Mévio poderá tomar posse no aludido cargo em comissão? Preliminarmente cabe esclarecer que o permissivo constitucional de acumulação de um cargo de professor com outro técnico ou científico, previsto na alínea “b”, do inciso XVI, do art. 37 da CRFB, fundamenta a regularidade da titularização dos dois cargos efetivos por Mévio, quais sejam assessor legislativo da Câmara e professor da UNB, desde que demonstrada a compatibilidade de horários. Supondo cumprido o requisito de compatibilidade de horário, por exemplo, Mévio exerce a atividade de assessor legislativo no expediente diurno e leciona como professor no horário noturno, temos que, para assumir o cargo de provimento em comissão de chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, ele terá que, em regra, se afastar dos dois cargos efetivos! Contudo, a Lei nº 8.112, de 1990, excepciona a possibilidade de acumular o cargo de provimento em comissão com apenas um dos cargos de efetivo exercício se houver: a) compatibilidade de horário; b) compatibilidade de local; c) a declaração da compatibilidade de horário e local das autoridades máximas de cada órgão ou entidade envolvido. Assim, para que Mévio continue exercendo o cargo efetivo de assessor legislativo na Câmara dos Deputados e assuma o cargo de provimento em comissão no Gabinete da Presidência da República, deve o próprio Presidente da República e o Presidente da Câmara dos Deputados declararem haver a compatibilidade de horário e de local no exercício desses 2 cargos por Mévio. Quanto ao local, não haverá Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 15 139 maiores problemas já que bastaria atravessar a Praça dos Três Poderes. Contudo, quanto ao horário, dificilmente seria possível conciliar. Mas, em tese, havendo compatibilidade de horário, seria possível Mévio assumir o aludido cargo comissionado e continuar exercendo seu cargo efetivo de Assessor Legislativo (afastando-se do cargo de professor da UNB). Por outro lado, para que Mévio continue exercendo o cargo efetivo de professor da UNB e assuma o cargo de provimento em comissão no Gabinete da Presidência da República, deve o próprio Presidente da República e o Reitor da UNB declararem haver a compatibilidade de horário e de local no exercício desses 2 cargos por Mévio. Nesse caso, também não haveria maiores problemas quanto à localidade. Eventual impossibilidade decorreria de incompatibilidade de horários. Mas, em tese, é possível que Mévio assuma o aludido cargo comissionado e continue a lecionarna UNB (afastando-se do cargo de assessor legislativo). 2.3. RESPONSABILIZAÇÃO NAS ESFERAS CIVIL, PENAL E ADMINISTRATIVA Configurado o descumprimento de seus deveres ou a efetivação de ações proibidas no exercício de suas atribuições, o servidor poderá ser responsabilizado, em regra, de forma independente nas esferas civil, penal e administrativa, podendo, inclusive, ocorrer de as sanções serem cumulativas. Ou seja, a depender do caso, um único evento poderá configurar a responsabilização concomitante nessas três esferas. O “em regra” na afirmação de independência das esferas civil, administrativa e penal faz sentido porque há de se considerar o eventual reflexo da decisão criminal na seara administrativa quando houver absolvição criminal que negue a existência do fato ou a autoria pelo servidor. #ficadica A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue: a) a existência do fato; ou b) sua autoria. Em sentido análogo prevê o art. 935 do Código Civil: Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 16 139 Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. Mas atenção! Mesmo que o servidor venha a ser absolvido em processo criminal por falta de provas, poderá ser demitido com base em Processo Administrativo Disciplinar que comprove o ilícito praticado. É importante também ressaltar que a existência de ação penal contra servidor não tem o condão de suspender o Processo Administrativo Disciplinar – PAD. Ou seja, não há que se sobrestar o PAD para aguardar o trânsito em julgado da ação penal para só depois avançar no processo administrativo. De igual modo, também não se deve aguardar eventual conclusão de ação judicial de âmbito civil para progredir com o PAD. Mesmo sem o conhecimento da decisão na ação judicial penal (absolvição por inexistência do fato, absolvição por negação da autoria, absolvição por falta de prova ou mesmo a culpabilidade, entre outras variações possíveis), em privilégio à independência das esferas civil, penal e administrativa, o PAD poderá seguir seu curso regular até a decisão final, bem como ter imediata execução da penalidade eventualmente imposta. No futuro, caso sobrevenha decisão judicial favorável ao servidor e que negue a existência do fato (fique comprovado que o fato não ocorreu) ou a sua autoria (fique comprovado que o fato ocorreu, mas que o autor foi outra pessoa), deverá ser revista a decisão administrativa que eventualmente tenha imposto penalidade ao servidor por meio de Processo Administrativo Disciplinar. São inúmeras as decisões no STF e no STJ que afirmam a independência das esferas civil, penal e administrativa para fins de responsabilização do servidor e tratam dos temas correlatos. Nesse sentido, vejamos a jurisprudência do STF e do STJ com alguns comentários pertinentes: PENAL E PROCESSO PENAL. DENÚNCIA. FALSIDADE IDEOLÓGICA. OMISSÃO DE INFORMAÇÃO JURIDICAMENTE RELEVANTE EM DOCUMENTO PÚBLICO. DOCUMENTOS QUE NÃO EXIGIAM INFORMAÇÃO DO SUBSCRITOR QUANTO AO ACÚMULO DE CARGOS PÚBLICOS (...) 3. (a) Preliminarmente, as decisões proferidas pelas esferas administrativas e jurisdicionais competentes são autônomas e independentes, razão pela qual o juízo criminal não está vinculado pela decisão proferida no âmbito administrativo, seja ela contrária ou favorável ao jurisdicionado. Ressai do art. Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 17 139 125 da Lei 8.112/90 que “As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si”. (...) Inq 4105/PE Relator Ministro Luiz Fux, julgado em 30/05/2017, DJe 20,06,2017. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL. COBRANÇA DE PROPINA. DEMISSÃO POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E PELA UTILIZAÇÃO DO CARGO PARA LOGRAR PROVEITO PESSOAL OU DE OUTREM, EM DETRIMENTO DA DIGNIDADE DA FUNÇÃO PÚBLICA. PROCESSO CRIMINAL. ABSOLVIÇÃO POR FALTA DE PROVAS. REPERCUSSÃO NO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. INEXISTÊNCIA. PRECEDENTES. PENA APLICADA POR FORÇA DE PREVISÃO LEGAL, APÓS MINUCIOSA INVESTIGAÇÃO NA SEARA ADMINISTRATIVA. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. NÃO CONFIGURAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. RMS 34.041 AgR/DF. Ministro Teori Zavascki, 29/3/2016. Mandado de segurança. É tranquila a jurisprudência desta Corte no sentido da independência das instâncias administrativa, civil e penal, independência essa que não fere a presunção de inocência, nem os artigos 126 da Lei 8.112/90 e 20 da Lei 8.429/92. Precedentes do STF. Inexistência do alegado cerceamento de defesa. Improcedência da alegação de que a sanção imposta ao impetrante se deu pelo descumprimento de deveres que não são definidos por qualquer norma legal ou infralegal. Mandado de segurança indeferido. MS 22899 AgR/SP Relator Moreira Alves, jugado em 02/04/2003. MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. DEMISSÃO DE AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL, DO DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL, DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA: TRANSPORTE DE MERCADORIAS CONTRABANDEADAS EM FOZ DO IGUAÇU. ALEGAÇÃO DE EQUIVOCADA APRECIAÇÃO DAS PROVAS E DE QUE A DECISÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DEVERIA AGUARDAR O TRÂNSITO EM JULGADO DO PROCESSO-CRIME. (...) 2. A ausência de decisão judicial com trânsito em julgado não torna nulo o ato demissório aplicado com base em processo administrativo em que foi assegurada ampla defesa, pois a aplicação da pena disciplinar ou administrativa independe da conclusão dos processos civil e penal, eventualmente instaurados em razão dos mesmos fatos. Interpretação dos artigos 125 da Lei nº 8.112/90 e 20 da Lei nº 8.429/92 em face do artigo 41, § 1º, da Constituição. Precedentes. (...) MS 22534/PR, Ministro Maurício Côrrea, 19/05/1999. MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. DEMISSÃO DE MOTORISTA OFICIAL DO QUADRO PERMANENTE DO MINISTÉRIO DA FAZENDA: TRANSPORTE DE MERCADORIAS CONTRABANDEADAS, DE FOZ DO IGUAÇU PARA GOIÁS, EM CAMINHÃO DE PROPRIEDADE DO GOVERNO FEDERAL. ALEGAÇÕES DE NULIDADES NO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO. (...) 2. Alegações improcedentes de cerceamento de defesa e de violação do princípio do contraditório, porque observadas as normas legais. 3. Considera-se em exercício, para os efeitos dos artigos 121 e 124 da Lei nº 8.112/90, o servidor que, mesmo em gozo de férias, utiliza caminhão de propriedade do Governo Federal para transportar mercadoria contrabandeada de Foz do Iguaçu para Goiás, em proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública (artigo 117, IX, da mesma Lei). 4. A ausência de decisão judicial com trânsito em julgado não torna nulo o ato demissório aplicado com base em processo administrativo em que foi assegurada ampla defesa, pois a aplicação da pena disciplinar ou administrativa independe da conclusão dos processos civil e penal, eventualmente instaurados em razão dos mesmos fatos. Interpretação dos artigos 125 da Lei nº 8.112/90 e 20 da Lei nº Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 18 139 8.429/92 em face do artigo 41, § 1º, da Constituição. Precedentes. 5. Mandado de segurança conhecido, mas indeferido. MS 22362/PR. Ministro Maurício Corrêa, 06/05/1999. Súmula 18 do STF: Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrativa do servidor público.DIREITO ADMINISTRATIVO. DESNECESSIDADE DE SUSPENSÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR DIANTE DA EXISTÊNCIA DE AÇÃO PENAL RELATIVA AOS MESMOS FATOS. Não deve ser paralisado o curso de processo administrativo disciplinar apenas em função de ajuizamento de ação penal destinada a apurar criminalmente os mesmos fatos investigados administrativamente. As esferas administrativa e penal são independentes, não havendo falar em suspensão do processo administrativo durante o trâmite do processo penal. Ademais, é perfeitamente possível que determinados fatos constituam infrações administrativas, mas não ilícitos penais, permitindo a aplicação de penalidade ao servidor pela Administração, sem que haja a correspondente aplicação de penalidade na esfera criminal. Vale destacar que é possível a repercussão do resultado do processo penal na esfera administrativa no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria, devendo ser revista a pena administrativa porventura aplicada antes do término do processo penal. MS 18.090-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 8/5/2013. ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. DEMISSÃO DE SERVIDOR PÚBLICO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. ATO DE IMPROBIDADE. INDEPENDÊNCIA ENTRE AS SANÇÕES DISCIPLINARES E AQUELASPREVISTAS NA LEI 8.429/92. UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. OBSERVÂNCIAÀ AMPLA DEFESA E AO CONTRADITÓRIO. PROVAS SUFICIENTES. EVOLUÇÃO PATRIMONIAL INCOMPATÍVEL COM A RENDA AUFERIDA. ADEQUAÇÃO DA PENA. ART. 132, IV DA LEI 8.112/90. ORDEM DENEGADA. 1. À luz do disposto no art. 12 da Lei 8.429/90 e nos arts. 37, § 4ºe 41 da CF/88, as sanções disciplinares previstas na Lei 8.112/90 são independentes em relação às penalidades previstas na LIA, daí porque não há necessidade de aguardar-se o trânsito em julgado da ação por improbidade administrativa para que seja editado o ato de demissão com base no art. 132, IV, do Estatuto do Servidor Público Federal. (...)5. Consoante o princípio do pas de nulitté sans grief, não se declara a nulidade sem a demonstração de efetivo prejuízo para aparte que a invoca. Logo, não havendo indícios de que as provas supostamente ilícitas embasaram o ato decisório e a aplicação da pena, deve-se afastar a pretensão anulatória. (...)7. A conclusão do processo disciplinar não está atrelada ao encerramento do procedimento fiscal. Isso porque são procedimentos distintos, regidos por normativos próprios e com finalidades específicas. MS 15.848/DF, Ministro Castro Meira, 16/08/2013. DIREITO ADMINISTRATIVO. EXECUÇÃO IMEDIATA DE PENALIDADE IMPOSTA EM PAD. Não há ilegalidade na imediata execução de penalidade administrativa imposta em PAD a servidor público, ainda que a decisão não tenha transitado em julgado administrativamente. Primeiro, porque os atos administrativos gozam de auto-executoriedade, possibilitando que a Administração Pública realize, através de meios próprios, a execução dos seus efeitos materiais, independentemente de autorização judicial ou do trânsito em julgado da decisão administrativa. Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 19 139 Segundo, pois os efeitos materiais de penalidade imposta ao servidor público independem do julgamento de recurso interposto na esfera administrativa, que, em regra, não possui efeito suspensivo(art. 109 da Lei 8.112/1990). Precedentes citados: MS 14.450-DF, Terceira Seção, DJe 19/12/2014; MS 14.425-DF, Terceira Seção, DJe 1/10/2014; e MS 10.759-DF, Terceira Seção DIREITO ADMINISTRATIVO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (PAD). DEMISSÃO POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. É possível a demissão de servidor por improbidade administrativa em processo administrativo disciplinar. A pena de demissão não é exclusividade do Judiciário, sendo dever indeclinável da Administração apurar e, eventualmente, punir os servidores que vierem a cometer ilícitos de natureza disciplinar, conforme o art. 143 da Lei n. 8.112/1990. Conforme o entendimento da Terceira Seção do STJ, em face da independência entre as esferas administrativas e penais, o fato de o ato demissório não defluir de condenação do servidor exarada em processo judicial não implica ofensa aos ditames da Lei n. 8.492/1992, nos casos em que a citada sanção disciplinar é aplicada como punição a ato que pode ser classificado como de improbidade administrativa, mas não está expressamente tipificado no citado diploma legal, devendo, nesses casos, preponderar a regra prevista na Lei n. 8.112/1990. Precedentes citados: MS 15.054-DF, DJe 12/19/2011, e MS 12.536-DF, DJe 26/9/2008. MS 14.140-DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 26/9/2012. Comentários: conforme articulado nas decisões do STF e do STJ até então expostas, perceba que a avaliação judicial e a administrativa não estão vinculadas. Ao contrário, são independentes e autônomas. Assim, ações judiciais de caráter civil ou penal, bem como o Processo Administrativo Disciplinar, devem seguir seu curso ordinário e, em regra, as decisões de uma não influenciam na outra. Nesse sentido, atente-se para o fato de que o STF já pacificou entendimento de que o prosseguimento do processo na esfera administrativa, quando ainda em curso ação penal, não fere a presunção de inocência de que trata o inciso LVII do art. 5º da CRFB. LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; Novamente, enfatize-se que o “em regra” se aplica para o caso em que o servidor venha a ser absolvido da ação penal por negação da autoria ou pela comprovação da inexistência do fato. Atenção:a absolvição no processo criminal por falta de provas não repercute no processo administrativo disciplinar. Ademais, não se justifica o sobrestamento do PAD em função de ajuizamento de ação penal ou, ainda, em função do seu trâmite, com o intuito de se apurar nesta esfera fatos que estão sendo investigados em âmbito administrativo. Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 20 139 Também é importante consignar não haverá bis in idem no caso de o servidor ser punido na esfera administrativa, por meio de PAD, na esfera criminal, em ação penal, e na esfera civil, por meio de ação de improbidade administrativa. CAI NA PROVA O concurso para Defensor Público da União, realizado em 2017 pela banca CESPE, afirmou em uma das assertivas de uma das questões da prova que: “Em procedimento disciplinar por ato de improbidade administrativa, somente depois de ocorrido o trânsito em julgado administrativo será cabível a aplicação da penalidade de demissão”. Comentários: incorreta a assertiva. Incorreta a assertiva porque, de acordo com o STJ, MS 19.488/DF (Informativo 559), é possível o cumprimento imediato da penalidade imposta ao servidor logo após o julgamento do PAD e antes do julgamento do recurso administrativo cabível. Em outras palavras, não há qualquer ilegalidade na imediata execução de penalidade administrativa imposta em PAD ao servidor público, ainda que a decisão não tenha transitado em julgado administrativamente. CAI NA PROVA O concurso para Advogado da União, realizado em 2015 pela banca CESPE, afirmou em uma das assertivas de uma das questões da prova que: “Se, em uma operação da Polícia Federal, um agente público for preso em flagrante devido ao recebimento de propina, e se, em razão disso, houver ajuizamento de ação penal, um eventual processo administrativo disciplinar deverá ser sobrestado até o trânsito em julgado do processo criminal”. Comentários: incorreta a assertiva. Incorreta a assertiva porque as esferas civil, administrativa e penal são, em regra, autônomas e independentes. De acordo com o STJ, MS 22534/PR, a ausência de decisão judicial com trânsitoem julgado não torna nulo o ato demissório aplicado com base em processo administrativo em que foi assegurada ampla defesa, pois a aplicação da pena disciplinar ou administrativa independe da conclusão dos processos civil e penal, eventualmente instaurados em razão dos mesmos fatos. Ou, ainda, conforme MS 18090/DF também julgado no STJ: Não deve ser paralisado o curso de processo administrativo disciplinar apenas em função de ajuizamento de ação penal destinada a apurar criminalmente os mesmos fatos investigados administrativamente. As esferas administrativa e penal são independentes, não havendo falar em suspensão do processo administrativo durante o trâmite do processo penal. Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 21 139 Ainda em função dessa propalada independência, poderá o servidor público, mesmo que absolvido em Processo Administrativo Disciplinar, ser condenado a ressarcir o erário por comprovado prejuízo ao tesouro em tomada de contas especial pelo Tribunal de Contas de União – TCU. Isso porque a condenação pelo TCU independe do resultado do PAD. Cabe também ressaltar a possibilidade de utilização de prova emprestada entre as esferas civil, penal e administrativa. O instituto da prova emprestada está previsto no Novo Código de Processo Civil - CPC, Lei nº 13.105, de 2015, especificamente em seu artigo 372: Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo- lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. Ou seja, a prova emprestada nada mais é do que a utilização de prova validamente produzida e constituída de um processo em outro. A solicitação da prova deverá ser realizada pela autoridade responsável pelo processo que necessita da obtenção da prova já constituída em outro processo. Além dessa previsão legal constante no art. 372 do CPC, a jurisprudência também tem acolhida a utilização o PAD, de prova emprestada validamente produzida em processo criminal, independentemente do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. #ficadica É possível a utilização no PAD de prova emprestada validamente produzida em processo criminal, independentemente do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 22 139 Atenção:inclusive poderá ser emprestada ao processo administrativo disciplinar prova constante em processo criminal obtida por meio de interceptações telefônicas. Nessa linha, veja novas jurisprudências do STF e do STJ que corroboram com o que até aqui exposto: Agravo regimental em mandado de segurança. Tribunal de Contas da União. Violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa. Não ocorrência. Independência entre a atuação do TCU e a apuração em processo administrativo disciplinar. (...) 2. O Tribunal de Contas da União, em sede de tomada de contas especial, não se vincula ao resultado de processo administrativo disciplinar. Independência entre as instâncias e os objetos sobre os quais se debruçam as respectivas acusações nos âmbitos disciplinar e de apuração de responsabilidade por dano ao erário. Precedente. Apenas um detalhado exame dos dois processos poderia confirmar a similitude entre os fatos que são imputados ao impetrante. (...) MS 27.867 AgR/DF. Ministro Dias Toffoli, 18/09/2012. DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO MINISTRO DA FAZENDA. DEMISSÃO DE SERVIDOR PÚBLICO POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. AUSÊNCIA DE VÍCIOS NO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. NEGATIVA DE PROVIMENTO DO RECURSO. (...) 3. O acusado em processo administrativo disciplinar não possui direito subjetivo ao deferimento de todas as provas requeridas nos autos, ainda mais quando consideradas impertinentes ou meramente protelatórias pela comissão processante (art. 156, §1º, Lei nº 8.112/1990). 4. A jurisprudência desta Corte admite o uso de prova emprestada em processo administrativo disciplinar, em especial a utilização de interceptações telefônicas autorizadas judicialmente para investigação criminal. Precedentes.5. Recurso ordinário a que se nega provimento. RMS 28774. Ministro Marco Aurélio. Redator para o Acórdão: Ministro Roberto Barroso, 22/09/2015. DIREITO ADMINISTRATIVO. UTILIZAÇÃO, EM PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR, DE PROVA EMPRESTADA VALIDAMENTE PRODUZIDA EM PROCESSO CRIMINAL.É possível a utilização, em processo administrativo disciplinar, de prova emprestada validamente produzida em processo criminal, independentemente do trânsito em julgado da sentença penal condenatória.Isso porque, em regra, o resultado da sentença proferida no processo criminal não repercute na instância administrativa, tendo em vista a independência existente entre as instâncias. Precedentes citados: MS 17.472-DF, Primeira Seção, DJe 22/6/2012; e MS 15.787-DF, Primeira Seção, DJe 6/8/2012. RMS 33.628-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 2/4/2013. ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - PROCESSO ADMINISTRATIVODISCIPLINAR - UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA DE PROCEDIMENTO CRIMINAL - INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA - AUTORIZAÇÃO E CONTROLE JUDICIAL - PROVA ADMITIDA - PENA DE DEMISSÃO - CONCLUSÃO DACOMISSÃO BASEADA NA PRODUÇÃO DE VÁRIAS PROVAS - SEGURANÇA DENEGADA.1. A jurisprudência desta Corte pacificou-se no sentido de considerar possível se utilizar, no processo administrativo disciplinar, interceptação telefônica emprestada de procedimento penal, desde que devidamente autorizada pelo juízo criminal.2. Não há desproporcionalidade excessivamente gravosa a justificara intervenção do Poder Judiciário quanto ao resultado do Processo Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 23 139 Administrativo Disciplinar originário, em que a autoridade administrativa concluiu pelo devido enquadramento dos fatos e aplicação da pena de demissão, nos moldes previstos pelo estatuto jurídico dos policiais civis da União. 3. Segurança denegada. MS 16146/DF, Ministra Eliana Calmon, 22/05/2013. Súmula 591: É permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla defesa. CAI NA PROVA O concurso para Procurador da Câmara de Sumaré, realizado em 2017 pela banca VUNESP, afirmou em uma das alternativas de uma das questões da prova que: “O uso de prova decorrente de interceptação telefônica é vedado no processo administrativo disciplinar, mesmo que obtida licitamente no processo criminal”. Comentários: incorreta a assertiva. Incorreta a alternativa porque, conforme entendimento sedimentado pelo STJ, é possível utilizar interceptação telefônica emprestada de procedimento penal no processo administrativo disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo juízo criminal (MS 16146; RMS 28774). De acordo com a Lei nº 8.112, de 1990: Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 24 139 Caso o servidor cause prejuízo ao erário de forma dolosa, a indenização do débito deverá ser garantida pela via judicial. Entretanto, não havendo bens que assegurem a indenização, o servidor ativo, aposentado ou pensionista deverá ser comunicado para o pagamento no prazo de 30 dias, podendo ser parcelado o valor, a pedido do interessado. Ou seja, a legislação prioriza que, em caso de prejuízo ao erário de forma dolosa, o débito seja garantido judicialmente. De todo modo, não havendobens do servidor para garantir a liquidação do valor devido, a Fazenda Pública adotará o procedimento padrão para reposição e indenização ao erário, qual seja: deve comunicá-lo para que quite o débito em 30 dias, podendo, desde que solicitado pelo servidor, autorizar o pagamento parcelado. Como veremos no estudo da responsabilidade objetiva do Estado, havendo prejuízo a terceiros causado por servidor público agindo nessa qualidade, o particular poderá ingressar com ação contra o poder público. A Fazenda Pública, por sua vez, poderá acionar o servidor por meio de ação regressiva para reparar o seu prejuízo. Frise-se que a obrigação de reparar o dano é extensível aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança eventualmente recebida. Oportunamente veremos em detalhes os requisitos, doutrina e jurisprudência acerca da responsabilidade objetiva do Estado. Mas, desde já, saiba que o seu fundamento de validade está no §6º do art. 37 da CRFB que assim prevê: Art. 37 (...) A Responsabilização do Servidor no âmbito civil: dependerá de ato comissivo ou omissivo, culposo ou doloso, desde que tenha resultado em prejuízo ao erário ou a terceiros no âmbito penal: abrangerá os crimes e contravenções imputadas ao servidor, desde que tenha agido na qualidade de servidor público no âmbito civil-administrativa: resultará de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 25 139 § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. #ficadica O servidor que der ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação relativa à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública, NÃO poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente pelo fato comunicado. Vamos estudar a partir de agora as penalidades em espécies com todas as especificidades a elas inerentes. Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 26 139 3.PENALIDADES EM ESPÉCIE O Estatuto dos Servidores Civis da União estabelece as seguintes penalidades disciplinares: A espécie de penalidade a ser aplicada ao servidor dependerá dos seguintes fatores: PENALIDADES Advertência Suspensão Demissão Cassação de Aposentadoria de Disponibilidade Destituição de Cargo em Comissão de Função Comissionada Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 27 139 Assim, são 5 os tipos de penalidades possíveis: advertência, suspensão, demissão, cassação e destituição;sendo que a cassação poderá ser aplicada tanto ao aposentado quanto ao servidor em disponibilidade. De modo semelhante, a destituição poderá ser aplicada tanto àquele que ocupa cargo em comissão quanto àquele que ocupa função comissionada. Como visto, a dosimetria da pena a ser aplicada deve necessariamente levar em consideração a natureza da infração cometida, a gravidade da infração, os danos causados ao serviço público, as circunstâncias agravantes e atenuantes, bem como os antecedentes funcionais do infrator. Ademais, o ato da autoridade competente que vier a impor penalidade ao servidor sempre deverá mencionar o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. Vamos ao detalhamento de aplicação de cada uma das penalidades em espécies. Penalidade natureza da infração cometida circunstâncias atenuantes circunstâncias agravantes antecedentes funcionais danos causados ao serviço público gravidade da infração Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 28 139 3.1. ADVERTÊNCIA A penalidade de menor dosimetria e com o mais baixo impacto a ser aplicada ao servidor é a advertência. Frise-se que a advertência será aplicada nos seguintes casos: #ficadica É obrigatório que a advertência seja aplicada por escrito! Já na aula de hoje nós verificamos a lista de proibições a que estão submetidos os servidores públicos civis da União e de suas autarquias e fundações. Naquela oportunidade, para chamar atenção, eu coloquei as respectivas proibições ensejadoras de aplicação de advertência com letra azul na tabela. Das 19 proibições listadas na Lei nº 8.112, de 1990, 9 dão azo à aplicação de penalidade de advertência. Somando-se àquelas a possibilidade de aplicação de advertência pela inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna que não justifique imposição de penalidade mais grave, temos o total de 10 tipos descritivos que acarretam a sanção de advertência, desde que não seja caso de reincidência. Veja a lista completa: violação a algumas das proibições estabelecidas no Estatuto dos Servidores inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamento ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 29 139 INFRAÇÕES CUJA PENALIDADE, EM PRINCÍPIO, SERÁ DE ADVERTÊNCIA: recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição recusar fé a documentos públicos opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o 2º grau civil inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave Portanto, na tabela anterior, as 9 primeiras infrações são proibições que, se cometidas pelo servidor, ensejarão, em princípio, a sanção de advertência. Já a última infração da tabela decorre de determinação direta de aplicação de advertência prevista no art. 129 da Lei nº 8.112, de 1990. 3.2. SUSPENSÃO Na dosimetria de aplicação de penalidades, a suspensão é a segunda na escala de gravidade. Assim, a suspensão será aplicada nos casos de: Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 30 139 Portanto, é preciso ter cuidado com a suspensão. a) Como um dos fundamentos, a suspensão poderá ser aplicada em casos de reincidência de faltas punidas com advertência. Assim, se o servidor cometeu alguma infração que acarretou na aplicação da pena advertência e ele praticar novamente infração sujeita à advertência dentro do prazo de 3 anos da sanção anterior, ocorrerá um agravamento na sanção que passará a ser de suspensão.#ficadica Entende-se por reincidência a pratica de nova infração disciplinar, cometida pelo mesmo infrator, dentro do prazo em que não cancelado o registro de penalidade anteriormente aplicada. Atenção: o prazo para cancelamento do registro das penalidades de advertência e de suspensão, de que o servidor não pratique nova infração neste período, são: Advertência:3 anos contados da data em que se tornar definitiva, administrativamente, a penalidade relativa à infração anterior. Suspensão:5 anos contados da data em que se tornar definitiva, administrativamente, a penalidade relativa à infração anterior. Assim, em respeito ao valor constitucional de não haver penalidade de caráter perpétuo (alínea “b”, do inciso XLVII, do art. 5º da CRFB), ultrapassados os prazos de 3 ou 5 anos, deverá o registro da penalidade, respectivamente, de advertência e suspensão, ser cancelado do registro do servidor. reincidência das faltas punidas com advertência violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 31 139 Importante também destacar que o aludido cancelamento não terá seus efeitos ou repercussões retroativos. b) Outra possibilidade de aplicação da pena de suspensão ocorre em casos de violação de outras proibições que não tipificarem infração sujeita à penalidade de demissão. Portanto, a pena de suspensão também tem um caráter residual. Isto é, há proibições que geram a expressa penalidade de advertência ou de demissão. Já para aquela em que não haja citação expressa de aplicação da advertência ou da demissão, o servidor estará sujeito à pena de suspensão em função do caráter residual dessa sanção. #ficadica A penalidade de suspensão do servidor não poderá exceder a 90 dias! Atenção:o servidor que se recusar, injustificadamente, a ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade competente será punido com suspensão de até 15 dias, cessando os efeitos dessa sanção em caso de realização da inspeção médica. Interessante a autorização prevista na Lei nº 8.112, de 1990, para, quando houver conveniência para o serviço, a conversão da penalidade de suspensão em multa, na base de 50% por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço. Dessa forma, em que pese a sanção de suspensão aplicada, o servidor poderá, no interesse da administração pública, ser obrigado a permanecer em serviço, sendo, contudo, aplicada multa em 50% da sua remuneração diária ao longo do período da sanção efetivamente trabalhado. 3.3. DEMISSÃO A sanção administrativa de maior gravidade a ser aplicada é a demissão. Para isso, deve realmente o servidor ter agido, contundentemente, de modo a afrontar princípios administrativos ou vedações normativas com grave repercussão à imagem da Administração Pública ou à dignidade dos demais servidores. A prática de ato ilícito ou irregular por um servidor traz repercussões não só a ele, mas macula a Administração Pública e todo o seu corpo de servidores que, ainda que de forma inconsciente, são julgados por membros da sociedade diariamente acerca de suas condutas. Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 32 139 Desta forma, compete ao servidor um grau de zelo ainda maior com o bem público, além de exercer com presteza e urbanidade as suas funções ao público imediato ou mediato, que é a sociedade. Veja os casos em que deve ser aplicada a pena de demissão: FATOS EM QUE SE DEVE APLICAR A DEMISSÃO: abandono de cargo Atenção: considera-se abandono de cargo a ausência intencional do servidor ao serviço por mais de 30 dias consecutivos. inassiduidade habitual Atenção: considera-se inassidui-dade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por 60 dias, interpoladamente, durante o período de 12 meses. crime contra a administração pública improbidade administrativa insubordinação grave em serviço aplicação irregular de dinheiros públicos incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional corrupção acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro praticar usura sob qualquer de suas formas proceder de forma desidiosa utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 33 139 O art. 117 da Lei nº 8.112, de 1990, lista as proibições ao servidor em XIX incisos. Desses 19 incisos, os 8 primeiros (I a VIII) e o último (XIX) são sancionados com advertência. Já os incisos IX a XVI são sancionados com a demissão. Portanto, em função de seu caráter residual, os incisos XVII (cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias) e XVIII (exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho) serão sancionados, em princípio, com a pena de suspensão. Importante citar aqui a jurisprudência do STJ no sentido de que não pode ser aplicado o princípio da insignificância em caso de infração disciplinar que gere demissão, porquanto na esfera administrativa o valor do proveito econômico auferido pelo servidor é irrelevante. DIREITO ADMINISTRATIVO. IRRELEVÂNCIA DO VALOR AUFERIDO PARA A APLICAÇÃO DA PENA DE DEMISSÃO DECORRENTE DA OBTENÇÃO DE PROVEITO ECONÔMICO INDEVIDO.Deve ser aplicada a penalidade de demissão ao servidor público federal que obtiver proveito econômico indevido em razão do cargo, independentemente do valor auferido.Isso porque não incide, na esfera administrativa - ao contrário do que se tem na esfera penal -, o princípio da insignificância quando constatada falta disciplinar prevista no art. 132 da Lei 8.112/1990. Dessa forma, o proveito econômico recebido pelo servidor é irrelevante para a aplicação da penalidade administrativa de demissão, razão pela qual é despiciendo falar, nessa hipótese, em falta de razoabilidade ou proporcionalidade da pena. Conclui-se, então, que o ato de demissão é vinculado, cabendo unicamente ao administrador aplicar a penalidade prevista. MS 18.090-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 8/5/2013. 3.4. CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA OU DISPONIBILIDADE A penalidade de cassação de aposentadoria ou disponibilidade tem efeitos análogos aos da demissão e é aplicada ao aposentado ou ao servidor em disponibilidade (e, portanto, em inatividade) que tenha praticado na atividade falta punível com a demissão. Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose QuiterioAlves 34 139 Assim, se o servidor praticou, quando em atividade, algum ato cuja penalidade prevista é a de demissão, mas a sanção só veio a ser aplicada quando ele se encontrava aposentado ou em disponibilidade, a sanção será a cassação da aposentadoria ou da disponibilidade. Lembre-se que a aposentadoria é a ida remunerada do servidor à inatividade, desde que cumpridos os requisitos constitucionais e legais. Já a disponibilidade, de acordo com a Professora Maria Sylvia Zanella di Pietro4, é: a garantia de inatividade remunerada, assegurada ao servidor estável, em caso de ser extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade. Frise-se, contudo, que a natureza jurídica da disponibilidade é de transitoriedade. Isto é, garantir a remuneração ao servidor estável até o seu aproveitamento em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. 3.5. DESTITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO OU FUNÇÃO COMISSIONADA Inicialmente é preciso distinguir o servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão daquele servidor que é titular de cargo efetivo e, ao mesmo tempo, também titulariza cargo comissionado ou função comissionada. O denominado “comissionado puro” é aquele servidor que não titulariza cargo efetivo, mas apenas o cargo comissionado que, respeitadas as condições previstas em lei, são de livre nomeação e exoneração – ad nutum. Frise-se que, de acordo com o inciso V do art. 37 da CRFB, as funções de confiança são exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo. V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e 4 Direito Administrativo, 30ª edição. p. 386. Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 35 139 percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; Resumindo, tem-se que: CAI NA PROVA O concurso para Promotor de Justiça do Estado de Santa Catarina, realizado em 2014 por banca própria, afirmou em uma das questões da prova que: “As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargos efetivos, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento”. Comentários: correta a assertiva. Correta a assertiva que apresenta a literalidade do inciso V do art. 37 da CRFB. #ficadica Cargo Efetivo Titularizado por servidor investido após aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos Destinação ampla, não só para Direção, Chefia ou Assessoramento Função Comissionada (Função de Confiança) Exercida exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo Destina-se à Direção, Chefia ou Assessoramento Cargo Comissionado Livre nomeação e exoneração (ad nutum), respeitado o preenchimento mínimo por servidores de carreira previstos em lei Pode ser titularizado tanto pelo "comissionado puro" quanto por servidor efetivo Destina-se à Direção, Chefia ou Assessoramento Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 36 139 A destituição de cargo em comissão exercido pelo comissionado puro (por aquele não ocupante de cargo efetivo) será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão. Assim, enquanto a pena de cassação da aposentadoria ou da disponibilidade é aplicada a quem houver praticado na atividade ato punível com a demissão, a destituição de cargo em comissão é mais severa e será aplicada também em infrações a que o servidor efetivo responderia apenas com suspensão. CAI NA PROVA O concurso para Procurador do Estado do Piauí, realizado em 2014 pela banca CESPE, apresentou a seguinte questão na prova: “Um servidor, vinculado à administração pública unicamente por cargo em comissão, cometeu infração administrativa e, após regular processo administrativo disciplinar, a autoridade julgadora, concordando com o relatório final da comissão processante, entendeu que a falta se enquadrava nas hipóteses de suspensão. Nesse caso, nos termos da Lei n.º 8.112/1990, a penalidade a ser aplicada ao servidor será a) a exoneração de ofício. b) a destituição do cargo em comissão. c) a demissão. d) a suspensão. e) o desligamento”. Gabarito: alternativa “b”. Correta a alternativa “b” porque, de acordo com o art. 135 da Lei nº 8.112, de 1990, a destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão. Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 37 139 Cabe dizer também que, caso o ex-servidor tenha sido exonerado do cargo comissionado antes da aplicação da penalidade de destituição, aquela será convertida nesta, ou seja, prevalecerá no assentamento funcional a pena de destituição em detrimento do mero expediente administrativo de exoneração. 3.6. DISPOSIÇÕES COMUNS À DEMISSÃO E À DESTITUIÇÃO O Estatuto do Servidor Público estabelece que a demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos a seguir indicados, implica também a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível. CASOS EM QUE, ALÉM DA DEMISSÃO OU DA DESTITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO, TAMBÉM DEVERÁ HAVER A INDISPONIBILIDADE DOS BENS E O RESSARCIMENTO AO ERÁRIO, SEM PREJUÍZO DA AÇÃO PENAL CABÍVEL: improbidade administrativa aplicação irregular de dinheiros públicos lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional Corrupção Importante ressaltar que o ex-servidor que foi demitido ou destituído do cargo em comissão por infringências aos casos acima citados na tabela, bem como em caso de crime contra a administração pública, NÃO PODERÁ RETORNAR ao serviço público federal. Por outro lado, haverá a incompatibilidade do ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 anos, nos casos de demissão ou destituição de cargo em comissão por infringência às seguintes proibições: Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 38 139 Vejamos a seguir quais são as autoridades competentes para aplicar as penalidades em espécie que acabamos de superar. valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro Wagner Damazio Aula 08 Direito Administrativo p/ PC-PR (Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1522925 99441502669 - Jose Quiterio Alves 39 139 4.AUTORIDADE COMPETENTE PARA APLICAÇÃO DE PENALIDADE Segue, de modo esquematizado, a identificação das autoridades previstas em lei como competentes para aplicação de cada uma das espécies de sanções previstas no Estatuto do Servidor Público Civil da União. A ut or id ad e C om pe te nt e pa ra A pl ic aç ão d e Pe na lid ad e demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade Presidente da República, Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e Procurador-Geral
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