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1 Câncer de testículo Epidemiologia • 7600 casos novos em 2002 nos E.U.A. • Neoplasia mais comum entre 15 e 35 anos • Criptorquidia => RR 3 -14 • Origem em células germinativas em > 95% • Marcadores séricos acurados (AFP, β-hCG) Richie JP, Campbell`s Urology, 2002. Tumores germinativos de testículo Classificação histológica • seminoma – clássico – anaplásico – espermatocítico • não seminomatosos – carcinoma embrionário – tumor do saco vitelino – teratoma – coriocarcinoma • mistos Câncer de testículo Manifestações clínicas • Relacionadas ao estádio – Massa palpável é o sintoma mais comum – Sintomas relacionados às metástases em 10% dos casos * Kennedy BJ, Schmidt JD, Cancer 60, 1987 Câncer de testículo Avaliação inicial • Fundamental para a estratégia de tratamento • Anamnese e exame físico • USG escrotal • Marcadores tumorais • Anatomia patológica • Avaliação de sítios metastáticos • Radiografia/TC tórax • TC abdômen/pelve Marcadores Tumorais Alfa-fetoproteína • Meia-vida – entre 5-7 dias • Seminomas puros não produzem • Alterada em outras patologias – tumores de pâncreas, fígado e pulmões – doenças hepáticas benignas Marcadores Tumorais β-hCG • Meia-vida: 24 a 36 horas • Elevada em: – todos os coriocarcinomas – 40-60% dos carcinomas embrionários – até 10% dos seminomas • Elevada em outros tumores: – hepáticos, gástricos, pulmonares • Falso positivo: reação cruzada com LH – estados hipogonádicos 2 Marcadores Tumorais DHL • Relação direta com o volume tumoral • Pouco específica • Utilizada para prognóstico e seguimento EstadiamentoTNM - AJCC Tumor Primário (T) • pTX - TU primário não avaliado • pT0 - Sem evidência de TU primário • pTis - Neoplasia germin. intratubular (CA is) • pT1 - TU no testíc/epidídimo, s/ invasão vascular/ linfática • pT2 - TU no testíc/epidídimo, c/ invasão vascular/ linfática ou ultrapassando a albugínea e envolvendo a T. vaginalis • pT3 - TU invade cordão espermático* • pT4 - TU invade escroto* EstadiamentoTNM - AJCC Linfonodos Regionais (N) Clínico • NX - LN regionais não avaliados • N0 - Sem evidência de metástases LN • N1 - 1 ou mais LN < 2 cm • N2 - 1 ou mais LN > 2 cm e < 5 cm • N3 - LN < 5 cm EstadiamentoTNM – AJCC Metástases à Distância (M) • MX - Metástases não avaliadas • M0 - Sem evidência de metástases • M1 - Metástases à distância – M1a - linfonodos à distância ou pulmonares – M1b - metástases para outros sítios à distância EstadiamentoTNM - AJCC Marcadores (S) • SX - Marcadores não disponíveis • S0 - Dentro dos limites normais • S1 - DHL < 1,5 X N E βhCG < 5.000 mIu/mL E AFP < 1.000 ng/mL • S2 - DHL 1,5-10 X N OU βhCG 5.000-50.000 mIu/mL OU AFP 1.000-10.000 ng/mL • S3 - DHL > 10 X N OU βhCG > 50.000 mIu/mL OU AFP > 10.000 ng/mL Orquiectomia Radical 3 TCG Estadiamento por Grupos • Estádio 0: pTis, N0, M0, S0 • Estádio I: pT1-4, N0, M0, SX • IA: pT1 N0, M0, S0 • IB: pT2-4 N0, M0, S0 • IS: qualquer T, N0, M0, S1-3 AJCC, 2002 TCG Estadiamento Clínico • Estádio II: qualquer T, N1-3, M0, SX • IIA: N1, M0, S0-1 • IIB: N2, M0, S0-1 • IIC: N3, M0, S0-1 • Estádio III: qualquer T e N, M1, SX • IIIA: qualquer N, M1a, S0-1 • IIIB: N1-3, M0, S2 ou qualquer N, M1a, S2 • IIIC: N1-3, M0, S3 ou qualquer N, M1a, S3 ou qualquer N, M1b, qualquer S AJCC, 2002 Seminoma - Prognóstico Favorável: - 90 % dos seminomas - Qualquer sítio primário, sem metástases viscerais (exceto pulmonares) - Sobrevida livre de doença em 5 anos 82% - Sobrevida em 5 anos 86% *International Germ Cell Consensus Classification, 1997 Seminoma - Prognóstico • Intermediário: - 10 % dos seminomas - Metástases viscerais (exceto pulmonares) - Sobrevida em 5 anos 72% • Desfavorável: - Não aplicável *International Germ Cell Consensus Classification, 1997 Seminoma Estádio I Radioterapia • Tratamento padrão é orquiectomia e radioterapia adjuvante do retroperitônio – 30 Gy região para-aórtica – desnecessária irradiação da região inguinal ipsilateral (T4 ou violação escrotal) • Sobrevida em 5 anos é superior a 95% Fossa et al. J Clin Oncol 17, (4), 1999 Seminoma Estádio I Comparação dos portais de RdT adjuvante para-aórtico + pélvico somente para-aórtico Fossa et al. J Clin Oncol 17, (4), 1999 4 Seminoma Estádio I Observação • Resultados – recidiva de 17% • podem ser resgatados por RdT ou QT (98% de sobrevida) • Dúvidas – morbidade menor vs seguimento mais intenso – recorrências tardias são comuns • Contra-indicações – Tumores > 4 cm e/ou invasão da rete testis Sternberg CN. Urol Clin North Am 25, 1998 Seminoma Estádio I Papel da Quimioterapia • Carboplatina – baixa toxicidade – 4% recidiva após 2 ciclos (n=107 pts) – resultados a longo prazo incertos (eficácia e toxicidade) • Estudos em fase III: MRC – Carboplatina vs observação Reiter et al, J Clin Oncol 19, 2001 Seminoma: Estádios IIA e II B Radioterapia • LN retroperitoneal < 5 cm • Campos incluem: – LN ilíacos externos e comuns bilateralmente – para-aórticos e para-cavais. • Sobrevida em 5 anos de 92% * Batata MA et al Adv Med Oncol 6, 1979. * Warde P, et al. J Clin Oncol 16, 1998 Seminoma: Estádios IIC e III • QT baseada em cisplatina altamente efetiva – resposta completa em > 90% • baixo risco BEP x 3 ou EP x 4 • risco intermediário BEP x 4 Horwich A, et al. Proc Am Soc Clin Oncol15, 1996 Seminoma: Massas residuais pós-QT Vol de massa residual ≥ 3 cm < 3 cm Pacientes (n) 30 74 Puc et al, J Clin Oncol, 1996 % de doença viável 27% 3% • PET-scan pouco útil na investigação (Universidade de Indiana) Quimioterapia sistêmica Algoritmo de Tratamento Seminoma Estadio I Estadio III Estadio IIa/b Estadio IIc Seguimento RT ou 5 Consenso Internacional TCGNS (1997) Prognóstico Favorável • Confinado ao testículo ou retroperitôneo • Ausência de metástases pulmonares não viscerais • AFP < 1.000 ng/mL e • βhCG < 5.000 Iu/L e • DHL < 1,5 X limite superior da normalidade • 56 % dos TCGNS • 89 % sobrevida de 5 anos Consenso Internacional TCGNS Prognóstico Intermediário • Confinado ao testículo ou retroperitôneo • Ausência de metástases pulmonares não viscerais • 1.000 < AFP < 10.000 ng/mL ou • 5.000 < βhCG < 50.000 Iu/L ou • 1,5 X N < DHL < 10 X N • 28 % dos TCGNS • 80 % sobrevida de 5 anos Consenso Internacional TCGNS Prognóstico Desfavorável • Comprometimento mediastinal primário • Metástases viscerais não pulmonares • AFP > 10.000 ng/mL ou • βhCG > 50.000 Iu/L ou • DHL > 10 X limite superior da normalidade • 16 % dos TCGNS • 48 % sobrevida de 5 anos TCGNS - Estádio I Acompanhamento Clínico • 70% serão poupados dos efeitos da LDNRP ou QT • 25% dos pacientes apresentam recidiva no retroperitônio • seguimento intenso e caro – exames de imagem e marcadores a cada 2 meses no 1º ano de e cada 4 meses no 2º ano – revisões anuais subsequentes Sternberg, Urol Clin North Am,1998 TCGNS - Estádio I Linfadenectomia Retroperitonial • mais de 2/3 dos pacientes com metástases para o retroperitônio são curados com LNDRP isolada • 20 a 25% são subestadiados • casos de falhassão resgatados com quimioterapia • sobrevida em cinco anos > 90% • Fatores preditivos para metástases RP: • A - carcinoma embrionário predominante no tumor primário • B- invasao vascular ou linfática Fator de risco adverso Pacientes LN+ 0 A- e B- 55 16% 1 A+ ou B+ 65 30% 2 A+ e B+ 58 62% TCGNS - Estádio I Linfadenectomia Retroperitonial Sweeney, JCO 18:358, 2000 6 Linfadenectomia retroperitoneal modificada - Templetes 90% mantém ejaculação Templete Modificado TCGNS Estádio Clínico II Linfadenectomia Retroperitoneal • LDNRP bilateral ampliada • Preservação da inervação simpática é possível • Morbidade aceitável em centros especializados • 1 % mortalidade • 10 % complicações • Reduz a necessidade de TC abdominal • Trata teratoma • Sem riscos a longo prazo LINFADENECTOMIA RETROPERITONEAL BILATERAL – Era pré quimioterapia eficaz § Dissecção supra-hilar bilateral § Dissecção entre ureteres até bifurcação das artérias ilíacas comuns Whitmore, W: Br. J Urol. 34:436, 1962 Skinner DG J. Urol. 106:84, 1971 Donahue JP: Urol. Clin. North Am: 4:509, 1977 Linfadenectomia retroperitoneal bilateral infra-hilar 7 Linfadenectomia retroperitoneal bilateral infra-hilar Donahue JP :J. Urol. 149:237, 1993 LIFADENECTOMIA RETROPERITONEAL BILATERAL infra-hilar Linfadenectomia Retroperitoneal Laparoscópica • Factível para o estádio I (investigacional) – Menor morbidade? (experiência) Kavoussi LR et. J.Urol. 163: 575, 2000 – Controle da doença? • Todos os estádios II receberam QT adjuvante Bianchi G . Eur. Urol. 33:190, 1998 Nelson JB . Urology 54:1064, 1999 • Conversões freqüentes e morbidade maior em estádios mais avançados e em pós quimioterapia TCGNS QT após LDNRP nos estádios I-IIA? • Baixo risco de recidiva após LDNRP • ≤ 2 cm • ≤ 5 LN • ausência de invasão extracapsular Observação • Alto risco de recidiva após LDNRP • > 2 cm • > 5 LN • presença de invasão extracapsular Quimioterapia EP x 2 TCGNS QT após LDNRP nos estádios I-IIA? TCGNS - Estádio Patológico II Quimioterapia Adjuvante Williams, NEJM, 317:1433 1987 Observação QT adjuvante PVB or VAB6 x 2 N 98 P < 0.05 97 Recidiva 49 % 6 % Mortalidade 3 % 1 % • Estudo multicêntrico randomizado 8 Horwich, J Urol 151:72, 1994 Donohue, J Urol 153:85, 1995 TCGNS Estádio Clínico II • IIA LDNRP • IIB quimioterapia • IIC quimioterapia Regimes Padrões de Quimioterapia Risco Favorável Etoposida 100 mg/m2 x 5 dias Cisplatina 20 mg/m2 x 5 dias 4 ciclos a cada 21 dias ou Etoposida 100 mg/m2 x 5 dias Cisplatina 20 mg/m2 x 5 dias Bleomicina 30 u semanal 3 ciclos a cada 21 dias EP BEP *Einhorn, JCO 7:387, 1989 **Bosl, JCO 6:1231, 1988 QT para TCGNS de Prognóstico Favorável Estudos Randomizados Sobrevida • BEP x 4 vs BEP x 3 = sem diferença* • EP x 3 < BEP x 3 • EP x 4 > E + Carboplatina Risco Esquema Ciclos Taxa Cura Alto BEP(100) Cisplatina 4 61 BEP(200) 4 63 Alto BEP Ifosfamida 4 57 VIP 4 56 TCGNS Risco Desfavorável Estudos randomizados com BEP x 4 ciclos NEJM 1997 maior toxicidade sem benefício Regimes Padrões de Quimioterapia Risco Intermediário-Desfavorável Etoposida 100 mg/m2 x 5 dias Cisplatina 20 mg/m2 x 5 dias Bleomicina 30 u semanal 4 ciclos a cada 21 dias Experimental Agentes Novos: Taxanos Quimioterapia em Altas Doses com Resgate de Cels Tronco Curabilidade Baixa ~ 40% Quimioterapia em Altas Doses nos Tumores Germinativos Tratamento inicial em pts de prognóstico desfavorável Intergrupo-Risco Intermediário/Alto BEP x 4 BEP X 2 QT em Altas Doses 9 TCGNS Massa Residual após QT • Necrose: 40 - 45 % • sobrevida 5 anos de 77 - 90 % • Teratoma: 40 - 45 % • sobrevida 5 anos de 80 - 90 % • Doença viável: 15 - 20 % • 5 anos sem doença 44 - 59 % • QT adjuvante x 2 Bosl JCO 8:1683, 1990, Sheinfeld Urol Clinics 20:133, 1993 Steyerberg JCO 13:1177, 1995 Câncer de testículo Seleção de Pacientes para LDNRP Experiência de Indiana Pcts Conduta Taxas de cura Marcadores e CT NLS 78 Observação 92% Marcadores NLS e CT ALT e Teratoma 90 Cirurgia 87% Marcadores NLS e CT < 90% SEM Teratoma 50 Cirurgia 86% Marcadores NLS e CT > 90% SEM Teratoma 27 Observação 74% Debono et al. J Clin Oncol 15:1455, 1997 Pts Fibrose Teratoma Tu Marcadores NLS e TC ALT e Teratoma 90 11% 82% 5% Marcadores NLS e TC < 90% SEM Teratoma 50 50% 41% 9% Debono et al. J Clin Oncol 15:1455, 1997 Câncer de testículo Seleção de Pacientes para LDNRP Experiência de Indiana LDNRP após QT Extensão da Cirurgia • LDNRP completa bilateral • Indiana University • Ressecção da massa residual e RPLND limitada • MSKCC • Somente ressecção da massa residual • Royal Marsden • Preservação da inervação pode ser possível Teratoma • Benigno • Pode tornar-se irressecável • Obstrução vascular e ureteral • Transformação maligna ( 6 - 15 % ) • Cirurgia é curativa • operar com massa tumoral pequena • Recorrência local se ressecção incompleta Sheinfeld, Urol Clinics NA 20:133, 1993; Baniel, JCO 13:1170, 1995 Massa Residual após QT Carcinoma Viável • N = 146 pts; marcadores normais pré LDNRP • Sobrevida de 5 anos livre de doença = 60 % • Fatores preditivos de sobrevida independentes • < 10% cancer • prognóstico favorável QT desnecessária • ressecção completa • Para os outros grupos de pacientes: 2 ciclos de QT (SLD 5 anos = 100 %) Fizazi JCO 19:2647, 2001 10 Tumores Secundários • Testículo contralateral • 1.3 a 3.9 % em 15 anos ( risco relativo 40x) • Risco maior se primeiro tumor < 30 anos • Outros tumores • N = 28,843 sobreviventes de TCG > 10 anos • Leucemia RR= 3,0 a 5,2 • Melanoma RR=1,69 • Linfoma RR=1,88 • Colorretal RR= 1,5 • Pâncreas RR= 2,0 Travis JNCI 19, 1997 Toxicidade da Quimioterapia a Longo Prazo • Fenômeno de Raynaud: 23 a 49 % • Hipercolesterolemia: 34 % • Infarto miocárdio 5 anos após QT: 2 % • Neurotoxicidade - parestesia: 7 a 43 % • Toxicidade pulmonar (bleo > 500 unidades) • fatal em 2 % • fibrose pulmonar em 2 - 3 % Bokemeyer JCO 14: 1996 Grossfeld Urol Clinics NA 25:503, 1998 Câncer de testículo e infertilidade masculina • 50 - 70% - inférteis no momento do diagnóstico de Ca (Chapman, et al. JAMA, 1981; Presti, et al. Urol. Clin. N. Am., 1993) • 50 - 70% - oligozoospermia moderada-grave inicial (Nijman, et al. Arch. Androl., 1985; Canol, et al. J. Urol., 1987; Bouchot, et al. Br. J. Urol., 1989) Evolução do tratamento do câncer de testículo Donohue JP, Bosl G. AUA News, December, 2002100% 80 60 40 20 0 1994 1950 1960 1970 1980 1990 Present
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