Buscar

Resumo do livro Contrato Social

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Resumo do livro Contrato Social - Rousseau 
Rousseau ao considerar o homem e as leis, tenta investigar se há regra de 
administração legitima e segura na ordem civil. Para isso une a justiça e o interesse. 
Sente-se feliz quando medita nos governos, pois descobre novas razões para amar sua 
Pátria. 
O homem nasceu livre, porém está acorrentado e quem julga ser senhor dos 
demais, é de todos escravo. A ordem social é um direito sagrado fundado em 
convenções, onde todos os outros se fundamentam. 
A família é a mais antiga das sociedades, a única natural, a norma primitiva das 
sociedades políticas, onde o pai é a cabeça, os filhos são o povo. 
Os filhos só se sujeitam aos pais por que precisam dos mesmos para se 
conservar. Quando independentes continuam a viver unidos voluntariamente e só por 
convenção a família se mantém. 
É a liberdade do homem como a consequência da natureza do mesmo, sendo o 
cuidado de si a primeira lei. 
O mais forte será sempre o senhor, caso converter a força em direito e a 
obediência em dever. 
Se o homem não tem poder natural, a força não produz o direito, mas só é 
força obedecer aos legítimos soberanos. Resta então as convenções, esteio de toda a 
autoridade legítima. 
 O homem para subsistir se vende tornando-se escravo de outro (governo), 
porém não pode alienar seus filhos, que nascem homens livres. Antes de se tornarem 
independentes o pai pode estipular condições desde que em benefício deles. 
 A legitimidade de um governo arbitrário se daria com o poder de rejeição ou 
admissão do povo em cada geração. Essa condição cessaria a arbitrariedade do 
governo. 
 A renúncia da própria liberdade é a renúncia à qualidade de homem, aos 
direitos da humanidade e aos seus próprios deveres. 
Combates particulares, duelos, recontros são atos que não constituem um 
Estado. A guerra é uma relação de Estados (só pode ter outro Estado como inimigo) e 
não de homens, só acidentalmente são inimigos os particulares, vistos como saldados 
e não como homens ou cidadãos. 
 Mesmo em plena guerra deve ser respeitada a pessoa, os bens particulares e 
seus direitos. Finda a guerra, às vezes extinguindo o Estado sem matar um só de seus 
homens, cessa o direito sobre a vida dos inimigos, pois se tornam meramente homens. 
A lei do mais forte é o único fundamento quanto ao direito de conquista, 
porém não dá o direito de escravizar. Caso isso aconteça, um escravo feito na guerra 
ou um povo conquistado só deve obedecer enquanto é forçado. 
O direito de escravidão é nulo por ser ilegítimo, absurdo e não significar nada. 
 Reger uma sociedade difere em muito da condição de submeter uma 
sociedade. O verdadeiro fundamento da sociedade é o ato pelo qual ela passa a existir. 
A lei de pluralidade dos votos é o estabelecimento de uma convenção e supõe 
unanimidade. 
Os homens não podem criar novas forças, mas unir e dirigir as já existentes e 
através da agregação de forças, vencer a resistência. Essa condição coloca em risco a 
força e a liberdade de cada homem. 
Achar uma forma de sociedade que defenda e proteja com força a pessoa e os 
bens de cada sócio, sendo livre e devendo obediência a si próprio, é o problema 
fundamental que resolve o contrato social proposto por Rousseau. 
As cláusulas do contrato seriam a natureza do ato, e a menor modificação 
desses as tornaria vãs e nulas. A violação do pacto social remeteria a liberdade natural 
entrando em seus primitivos direito. Esses artigos (cláusulas) se resumem na alienação 
total, com os direitos de cada sócio em prol de toda a comunidade. 
 A definição de cidade, república ou corpo político, é a união das pessoas 
públicas. Chamada de Estado quando é passivo, soberano quanto ativo e poder 
quando se comparam a seus iguais. O povo seus associados; cidadãos autoridades 
soberanas, e vassalos como submetidos às leis do Estado. Esses termos, muitas vezes, 
são confundidos. 
 A máxima do direito civil consiste de que ninguém está obrigado aos 
compromissos contraídos consigo mesmo. O ser do corpo político ou soberano provém 
da integridade do contrato social e violar o ato de sua existência seria extinguir-se. 
 Quando uma multidão está reunida num corpo, um dos seus membros não 
pode ser ofendido sem prejuízo ou ofensa ao corpo. As duas partes contratantes 
mutuamente se obrigam a coadjuvarem. 
 No contrato social se inclui a obrigação que, se qualquer um se recusar a 
obedecer a vontade geral, todo o corpo o forçará à obediência. 
A notável mudança do estado natural ao civil, que o homem passa, substitui a 
justiça ao instinto, suas ações ganham moralidade, o dever sucede o impulso físico, e o 
direito ao apetite. O homem que antes só olhava a si mesmo se vê impelido a seguir 
outros princípios e consultando a razão. 
Embora se prive de muitas vantagens que detinha, obterá outras maiores, 
como o exercício e o desenvolvimento de suas faculdades, a ampliação de suas ideias, 
o enobrecimento dos seus sentimentos e sua alma se eleva. O homem deveria 
abençoar o instante feliz que o arrancou do estado de natureza, um animal estúpido e 
limitado, para o estado civil, tornando-o um ser inteligente, um homem. 
No contrato social o homem perde a liberdade natural e um direito sem limites 
a tudo que o tenta atingir, porém ganha a liberdade civil e a propriedade de tudo o 
que possui. 
Pelo contrato social, fundamento a todos os direitos, o Estado é senhor de 
todos os bens de cada membro da sociedade e, porém não o é a respeito de outras 
potências, salvo pelo direito de primeiro ocupante. 
O direito de primeiro ocupante só é convertido em verdadeiro direito depois de 
estabelecido o de propriedade. 
Todo o homem, naturalmente, tem direito a tudo o que lhe é necessário, e o 
ato que o torna proprietário de algum bem o exclui do resto. 
 A autorização do direito de primeiro ocupante deve obedecer as seguintes 
primícias: primeiro, que ninguém habite o terreno; segundo, que se ocupe só a 
quantidade necessária à subsistência e por último, que a posse de dê pelo trabalho e 
cultura. 
 A união dos homens sem posses, para apoderar-se de um terreno suficiente 
para todos, dividido igualmente ou pelo soberano, independentemente da forma da 
aquisição, o direito particular é subordinado ao direito da comunidade, pois só assim 
haverá a solidez no laço social e força no exercício da soberania. 
Só a vontade geral pode dirigir as forças do Estado segundo seu objetivo final 
que é o bem comum. A sociedade só deve ser governada segundo os interesses 
comuns. 
 A soberania é o exercício da vontade geral e não pode ser alienada; o soberano 
por ser um ser coletivo, só pode se representar por si só e pode transmitir o poder, 
mas não a vontade. 
 A soberania é indivisível pela mesma razão de ser inalienável, sendo assim os 
políticos dividem-lhe o objeto; em força e em vontade, em poder legislativo e 
executivo, em direitos de imposição, de justiça, de guerra, administração interior e de 
poder de tratar com estrangeiros. Algumas vezes confundem ou separam essas partes, 
pela falta de ideias exatas da autoridade soberana. 
 A vontade geral é o interesse comum, enquanto que a vontade de todos só vê o 
interesse privado. Para haver a exata declaração da vontade geral, não pode haver no 
Estado sociedade parcial e que cada cidadão possa manifestar o seu parecer. 
 O Estado sendo uma pessoa moral, cuja vida permanece na união de seus 
membros e a sua ação mais importante é sua própria conservação, necessita de força 
universal e compulsória para mover e dispor cada parte do modo que considerar 
conveniente. 
 O pacto social dá ao corpo político a soberania, que é um poder absoluto, 
encaminhado pela vontade geral, sobre os seus membros. 
 Os serviços que podem ser prestados por um cidadão ao Estado, são devidos 
quando o soberano pedir, esse de sua parte não podeaplicar pena inútil, aos seus 
“servos” sem causa. 
Os compromissos são obrigatórios por serem mútuos e respeitando-os, 
trabalhamos para nós quando o fizemos também para os outros (corpo social). 
 A vontade geral muda de natureza se tem um objeto particular e em geral, não 
pode decidir sobre um homem ou um fato. O pacto social estabelece a igualdade entre 
os cidadãos, sob mesmas condições, devendo gozar dos mesmos direitos. 
O supremo poder não pode transpor os limites das convenções gerais e o 
homem pode plenamente dispor da liberdade e bens que lhe deixarem as convenções. 
O soberano não pode onerar de forma desigual os cidadãos. 
 Todo o homem para manter a própria vida pode arriscá-la. O fim do contrato 
social é a conservação dos contratantes. Quem quer conservar a vida às custas dos 
outros deve também dá-la quando for preciso. Se convém ao Estado que o homem 
morra, ele deve morrer, pois viveu em segurança garantida pelo Estado e sua vida não 
é mais um benefício da natureza. 
 Assim, também, todo o mal feitor, quando insulta o direito social, torna-se por 
seus crimes, rebelde e traidor da Pátria e deve ser condenado à morte. Os processos e 
a sentença são as provas e a declaração de que o mesmo violou o contrato social. 
Cabe ao soberano o direito de proferir a condenação, mas não executá-la. O 
direito de perdoar ou de eximir o criminoso da pena imposta, pertence a quem é 
superior ao juiz e à lei ou seja, o soberano, mas não é claro o seu direito. Repetidos 
perdões podem anunciar que não há o crime. 
Enquanto que o pacto social deu vida ao corpo político a legislação dará 
movimento e vontade. A justiça é originária de Deus, e se soubéssemos recebe-la seria 
desnecessárias as leis e o governo. 
As leis são atos da vontade geral, sendo elas o registro de nossas vontades, em 
rigor, as condições da associação civil. A república é todo o Estado regido por leis, 
enquanto que o povo submisso deve ser o autor dessas. 
 O legislador é no Estado um homem extraordinário, é uma função particular e 
superior. Aquele que governa os homens não deve governar as leis e vice-versa. 
Aquele que ordena as leis não tem o direito legislativo e o povo não pode despir-se 
desse direito. 
Os pais das nações são obrigados a recorrer à intervenção do Céu, para que os 
povos submetidos às leis do Estado obedeçam com liberdade e docilidade. Na origem 
das nações a política e a religião serviram de instrumentos uma para outra. 
O instituidor das leis observa se o povo, a quem as leis são destinadas, é capaz 
de suportá-las. Um povo pode obter a liberdade, mas não recobrá-la. 
Em todo o corpo político (Estado) há um maximum de força que não pode ser 
transcendido. Algumas razões que demonstram isso: as grandes distâncias, as cidades, 
distritos, províncias, os grandes governos, os sátrapas, os vice-reis e a administração 
suprema, que esmaga tudo, todas administrações pagas pelo povo. 
O resultado é um Estado grande, dirigido por comissários, onde ninguém se 
dedica ao povo, apenas alguns cuidados são dispensados ao povo. 
O Estado deve se assentar em um fundamento para ter solidez e se sustentar, 
uma coisa relevante é uma sã e forte Constituição, enquanto que para outros Estados 
a conquista fazia parte da sua própria Constituição. 
O corpo político pode ser medido através da extensão do seu território e pelo 
número do seu povo, enquanto os homens compõe o Estado, o terreno é que os nutre, 
essa relação entre ambas é que define a grandeza do Estado. Deve-se olhar para o 
futuro para mensurar a quantidade de terreno e o número de homens, considerando 
as particularidades de ambas. 
 A paz é outra condição que deve existir na instituição de um povo ou Estado, 
embora haja muitos governos fundados pela guerra. O momento da criação do Estado 
vai distinguir a obra do legislador da do tirano. 
 A liberdade e a igualdade consistem juntamente no maior bem de todos e deve 
ser o fim de todo o sistema de legislação. 
 Nenhum cidadão é suficientemente rico que possa comprar outro, e nenhum 
tão pobre que seja constrangido a vender-se. Isso pressupõe moderação nos bens e 
créditos dos grandes e moderação na avareza e cobiça dos pequenos. 
 Para ordenar o todo ou dar uma forma melhor para a República, deve-se 
considerar: A ação do soberano com o Estado, as leis políticas ou fundamentais que 
regulam essa relação; a ação dos membros entre si, ou com o corpo inteiro; a relação 
entre o homem e a lei; e a mais importante, que forma a verdadeira Constituição do 
Estado, que são os usos, os costumes e da opinião. 
As leis políticas constituem a forma de governo. 
Sem o concurso do poder legislativo (vontade), pertencente ao povo, e o poder 
executivo (força) nada se pode fazer na sociedade política. 
 O Estado é um corpo intermediário, estabelecido entre os vassalos e o 
soberano, encarregado da execução das leis e da manutenção da liberdade civil e 
política entre ambos. Os membros desse corpo são chamados de magistrados, reis ou 
governadores e o corpo inteiro se intitula príncipe. 
 O governo, ou suprema administração, é o exercício legítimo do poder 
executivo, enquanto que o príncipe ou magistrado é o homem ou corpo incumbido da 
administração. A relação do soberano cresce em razão do número de cidadãos, donde 
se pode concluir que quanto mais se amplia um Estado, mais diminuiu a liberdade, 
afastando-se da igualdade. 
Quanto mais numerosos os magistrados, mais fraco será o governo. Na pessoa 
do magistrado há três vontades: A vontade própria do indivíduo, que atende ao seu 
interesse particular; a vontade comum dos magistrados ou vontade do corpo, que 
atende os interesses do príncipe; e a vontade do povo ou soberana, que é geral. Numa 
legislação perfeita, a vontade particular ou individual deve ser nula. 
A multiplicação dos magistrados enfraquece o governo, e a força repressora 
deve aumentar quanto mais numeroso for o povo. 
A divisão do governo pode se dar de três modos: democrática, aristocrática e 
monárquica. 
A democracia se dá quando o soberano confia o governo a todo ou à maior 
parte do povo, existindo mais cidadãos magistrados que simples particulares. 
 A aristocracia se dá quando o soberano restringe o governo nas mãos de um 
número pequeno, existindo mais simples cidadãos que magistrados. 
 A monarquia é a concentração de todo o governo em um único magistrado, 
que aos outros ortoga poderes. 
 Sem contar as exceções, o governo democrático convém aos Estados pequenos, 
a aristocracia aos medíocres, e a monarquia aos grandes. 
 Na democracia o maior perigo é a influência dos interesses privados nos 
negócios públicos, o abuso das leis pelo governo é menor que a corrupção do 
legislador, resultado de alvos particulares. Rigorosamente nunca existiu e existirá a 
democracia verdadeira. 
 NAs primeiras sociedades com governos aristocratas, os chefes de família 
deliberavam entre si a respeito dos negócios públicos e os moços aceitavam essa 
condição. Há três sortes de aristocracia: a natural, que convém aos povos simples; a 
eletiva, a melhor de todas; a hereditária, o pior de todos os governos. 
A ordem mais natural e melhor, é que os sábios governem a multidão, quando 
há certeza de que irão governar em proveito dela , e não deles. 
O monarca é a pessoa natural, real, que tem o direito de dispor do poder 
segundo as leis. O governo é vigoroso, a vontade particular impera, os outros são 
facilmente dominados, o fim não é a felicidade pública e a administração será sempre 
em detrimento do Estado. 
Na monarquia os empregados são trapalhões e intrigantes sem talento, e 
quando elevados a grandes postos, mostram-se inaptos. 
O inconveniente á a sucessão contínua, pois as eleições deixam perigosos 
intervalos e são tormentosas, desencadeando a briga e a corrupção. 
 Não há governos simples. O governo simplesé o melhor em si, mas quando o 
poder executivo não depende do legislativo é necessário remediar esse defeito de 
proporção, dividindo o governo. A divisão pode servir para debilitar ou fortalecer o 
governo. O Governo misto produz uma força mediana. 
 Em todos os governos do mundo, a pessoa pública não produz nada e gasta a 
substância do trabalho dos seus membros. 
 Quanto mais aumenta a distância do povo ao governo, mais onerosos serão os 
tributos; assim, na democracia o povo estará mais aliviado, na aristocracia menos, na 
monarquia sustenta maior peso. 
Nos Estados livres tudo é empregado com utilidade, enquanto que nos Estados 
monárquicos o despotismo torna os vassalos miseráveis. 
 O governo bom tem por fim a conservação e prosperidade de seus membros, e 
o sinal disso é o seu número e população. 
 O governo se degenera quando ele se estreita ou quando se dissolve. A 
dissolução do Estado se dá de duas formas: quando o príncipe não o administra 
segundo as leis e usurpa o poder soberano, rompendo assim o pacto social; quando os 
membros do governo separadamente usurpam o poder, produzindo a maior 
desordem. 
A dissolução do Estado gera anarquia, que é o abuso do governo. O tirano é o 
usurpador da autoridade real e o déspota o usurpador do poder soberano. Um tirano 
pode não ser déspota, mas o déspota é sempre tirano. 
O corpo político começa a morrer logo que nasce, trazendo consigo as causas 
da sua destruição. Cabe ao homem prolongar a sua vida o quanto for possível. O 
princípio da vida política está na autoridade do soberano, enquanto que o poder 
legislativo é o coração do Estado, o executivo o cérebro que dá movimento a todas as 
partes. 
 O Estado não subsiste pelas leis, mas sim pelo poder legislativo. 
A autoridade soberana não tendo outra força senão o poder legislativo, pode se 
manter pelas leis, atos autênticos da vontade geral, com o povo junto. 
 O Estado melhor governado e forte se dá com a povoação do território com 
igualdade, direitos iguais, abundância e vida. 
 No instante em que o povo está legitimamente junto em um corpo soberano, 
toda a jurisdição do governo cessa. 
Os deputados não são e não podem ser representantes do povo, mas sim 
comissários dele, e nada podem concluir decisivamente. 
A ideia dos representantes é moderna e vem do governo feudal, iníquo e 
absurdo governo, que degrada a espécie humana e desonra o homem. 
No momento em que um povo elege representantes, deixa de ser livre e existir. 
 A instituição do governo não é um contrato, pois se assim o fosse, seria um ato 
particular, onde se infere que o mesmo não poderia ser lei, nem ato de soberania, 
sendo assim ilegítimo. A lei é a forma que se institui o governo. 
A instituição do governo se dá: com o estabelecimento da lei e a sua execução. 
O estabelecimento da lei estatui o soberano e um corpo de governo fundado sob esta 
ou aquela forma; na execução, o povo nomeia os chefes. 
O governo democrático pode se estabelecer, provisoriamente, de fato por um 
simples ato da vontade geral, e depois que tomar posse, governar conforme a lei. 
As juntas periódicas são capazes de prevenir ou espaçar as usurpações do 
governo. 
Mesmo quando o Estado subsiste, quase em ruínas, a vontade geral continua a 
existir de modo constante, inalterável e pura, porém submissa a outras que a superem. 
Quando é apresentada a proposta de uma lei, na assembleia do povo, 
pergunta-se se ela é ou não conforme a vontade geral, que é a sua. Cada um vota, e do 
cálculo dos votos tem-se a declaração da vontade geral. 
 A eleição do príncipe e dos magistrados pode se dar pela escolha ou a sorte. A 
sorte é mais própria da democracia. Quando a escolha e a sorte se misturam, deve a 
primeira preencher lugares que exigem capacidades e talentos; a outra convém para 
aqueles que bastam o bom senso, a justiça e a integridade. 
 Os comícios eram as assembleias legitimamente convocadas, que poderiam ser: 
comícios curiatos, centuriatos e tributos, segundo a forma de os reunir. Os curiatos 
eram instituição de Rômulo, os centuriatos de Sérvio, e os tributos das tribos do povo. 
 Só os comícios sancionavam as leis e elegiam os magistrados. Os mesmos 
poderiam se dar e ter força de lei: quando o corpo ou magistrado convocasse; que 
fosse realizado em um dia permitido pela lei; que o prenúncio os augúrios fossem 
favoráveis. 
O tribunato é o conservador das leis e do poder legislativo, serve para 
patrocinar o soberano contra o governo; sustentar o governo contra o povo, ou 
manter o equilíbrio entre as partes. 
 Não deve ter porção do poder legislativo e nem do executivo, sendo assim o 
mais firme esteio de uma boa constituição. 
Estando o Estado em perigo, a primeira intenção do povo é que o Estado não 
pereça, e a autoridade legisladora é suspensa, não abolida. A nomeação de um ditador 
pode ser dar, quando os alicerces do Estado não são sólidos e a Constituição não tenha 
força suficiente para o sustentar. 
 A declaração da vontade geral se faz pela lei e a declaração do juízo público se 
faz pela censura. A censura pode ser útil para conservar os costumes, e nunca para os 
reviver. Enquanto as leis têm vigor deve-se estabelecer censores, perdido esse, tudo 
fraqueja. 
O Cristianismo separou o sistema teológico do político, rompendo a unidade do 
Estado e causando as divisões, que nunca cessaram de abalar os povos cristãos. Onde 
o Clero forma um Corpo, é ele senhor e legislador da sua Pátria; logo há dois poderes e 
dois soberanos. 
A religião serviu de alicerce para a fundação de todos os Estados, porém a lei 
cristã é mais prejudicial que útil à forte Constituição do Estado. 
A religião que é geral ou particular, pode se dividir em três espécies: do 
homem, do cidadão e a sacerdotal. 
Os dogmas da religião civil devem ser simples, concisos, sem explicações ou 
comentários. Caso o cidadão os reconhecer publicamente e violá-los, deve ser punido 
com a morte, pois cometeu o maior dos crimes, mentiu em face das leis. 
O Estado e suas relações com os outros Estados.

Outros materiais