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Resumo do livro Contrato Social - Rousseau Rousseau ao considerar o homem e as leis, tenta investigar se há regra de administração legitima e segura na ordem civil. Para isso une a justiça e o interesse. Sente-se feliz quando medita nos governos, pois descobre novas razões para amar sua Pátria. O homem nasceu livre, porém está acorrentado e quem julga ser senhor dos demais, é de todos escravo. A ordem social é um direito sagrado fundado em convenções, onde todos os outros se fundamentam. A família é a mais antiga das sociedades, a única natural, a norma primitiva das sociedades políticas, onde o pai é a cabeça, os filhos são o povo. Os filhos só se sujeitam aos pais por que precisam dos mesmos para se conservar. Quando independentes continuam a viver unidos voluntariamente e só por convenção a família se mantém. É a liberdade do homem como a consequência da natureza do mesmo, sendo o cuidado de si a primeira lei. O mais forte será sempre o senhor, caso converter a força em direito e a obediência em dever. Se o homem não tem poder natural, a força não produz o direito, mas só é força obedecer aos legítimos soberanos. Resta então as convenções, esteio de toda a autoridade legítima. O homem para subsistir se vende tornando-se escravo de outro (governo), porém não pode alienar seus filhos, que nascem homens livres. Antes de se tornarem independentes o pai pode estipular condições desde que em benefício deles. A legitimidade de um governo arbitrário se daria com o poder de rejeição ou admissão do povo em cada geração. Essa condição cessaria a arbitrariedade do governo. A renúncia da própria liberdade é a renúncia à qualidade de homem, aos direitos da humanidade e aos seus próprios deveres. Combates particulares, duelos, recontros são atos que não constituem um Estado. A guerra é uma relação de Estados (só pode ter outro Estado como inimigo) e não de homens, só acidentalmente são inimigos os particulares, vistos como saldados e não como homens ou cidadãos. Mesmo em plena guerra deve ser respeitada a pessoa, os bens particulares e seus direitos. Finda a guerra, às vezes extinguindo o Estado sem matar um só de seus homens, cessa o direito sobre a vida dos inimigos, pois se tornam meramente homens. A lei do mais forte é o único fundamento quanto ao direito de conquista, porém não dá o direito de escravizar. Caso isso aconteça, um escravo feito na guerra ou um povo conquistado só deve obedecer enquanto é forçado. O direito de escravidão é nulo por ser ilegítimo, absurdo e não significar nada. Reger uma sociedade difere em muito da condição de submeter uma sociedade. O verdadeiro fundamento da sociedade é o ato pelo qual ela passa a existir. A lei de pluralidade dos votos é o estabelecimento de uma convenção e supõe unanimidade. Os homens não podem criar novas forças, mas unir e dirigir as já existentes e através da agregação de forças, vencer a resistência. Essa condição coloca em risco a força e a liberdade de cada homem. Achar uma forma de sociedade que defenda e proteja com força a pessoa e os bens de cada sócio, sendo livre e devendo obediência a si próprio, é o problema fundamental que resolve o contrato social proposto por Rousseau. As cláusulas do contrato seriam a natureza do ato, e a menor modificação desses as tornaria vãs e nulas. A violação do pacto social remeteria a liberdade natural entrando em seus primitivos direito. Esses artigos (cláusulas) se resumem na alienação total, com os direitos de cada sócio em prol de toda a comunidade. A definição de cidade, república ou corpo político, é a união das pessoas públicas. Chamada de Estado quando é passivo, soberano quanto ativo e poder quando se comparam a seus iguais. O povo seus associados; cidadãos autoridades soberanas, e vassalos como submetidos às leis do Estado. Esses termos, muitas vezes, são confundidos. A máxima do direito civil consiste de que ninguém está obrigado aos compromissos contraídos consigo mesmo. O ser do corpo político ou soberano provém da integridade do contrato social e violar o ato de sua existência seria extinguir-se. Quando uma multidão está reunida num corpo, um dos seus membros não pode ser ofendido sem prejuízo ou ofensa ao corpo. As duas partes contratantes mutuamente se obrigam a coadjuvarem. No contrato social se inclui a obrigação que, se qualquer um se recusar a obedecer a vontade geral, todo o corpo o forçará à obediência. A notável mudança do estado natural ao civil, que o homem passa, substitui a justiça ao instinto, suas ações ganham moralidade, o dever sucede o impulso físico, e o direito ao apetite. O homem que antes só olhava a si mesmo se vê impelido a seguir outros princípios e consultando a razão. Embora se prive de muitas vantagens que detinha, obterá outras maiores, como o exercício e o desenvolvimento de suas faculdades, a ampliação de suas ideias, o enobrecimento dos seus sentimentos e sua alma se eleva. O homem deveria abençoar o instante feliz que o arrancou do estado de natureza, um animal estúpido e limitado, para o estado civil, tornando-o um ser inteligente, um homem. No contrato social o homem perde a liberdade natural e um direito sem limites a tudo que o tenta atingir, porém ganha a liberdade civil e a propriedade de tudo o que possui. Pelo contrato social, fundamento a todos os direitos, o Estado é senhor de todos os bens de cada membro da sociedade e, porém não o é a respeito de outras potências, salvo pelo direito de primeiro ocupante. O direito de primeiro ocupante só é convertido em verdadeiro direito depois de estabelecido o de propriedade. Todo o homem, naturalmente, tem direito a tudo o que lhe é necessário, e o ato que o torna proprietário de algum bem o exclui do resto. A autorização do direito de primeiro ocupante deve obedecer as seguintes primícias: primeiro, que ninguém habite o terreno; segundo, que se ocupe só a quantidade necessária à subsistência e por último, que a posse de dê pelo trabalho e cultura. A união dos homens sem posses, para apoderar-se de um terreno suficiente para todos, dividido igualmente ou pelo soberano, independentemente da forma da aquisição, o direito particular é subordinado ao direito da comunidade, pois só assim haverá a solidez no laço social e força no exercício da soberania. Só a vontade geral pode dirigir as forças do Estado segundo seu objetivo final que é o bem comum. A sociedade só deve ser governada segundo os interesses comuns. A soberania é o exercício da vontade geral e não pode ser alienada; o soberano por ser um ser coletivo, só pode se representar por si só e pode transmitir o poder, mas não a vontade. A soberania é indivisível pela mesma razão de ser inalienável, sendo assim os políticos dividem-lhe o objeto; em força e em vontade, em poder legislativo e executivo, em direitos de imposição, de justiça, de guerra, administração interior e de poder de tratar com estrangeiros. Algumas vezes confundem ou separam essas partes, pela falta de ideias exatas da autoridade soberana. A vontade geral é o interesse comum, enquanto que a vontade de todos só vê o interesse privado. Para haver a exata declaração da vontade geral, não pode haver no Estado sociedade parcial e que cada cidadão possa manifestar o seu parecer. O Estado sendo uma pessoa moral, cuja vida permanece na união de seus membros e a sua ação mais importante é sua própria conservação, necessita de força universal e compulsória para mover e dispor cada parte do modo que considerar conveniente. O pacto social dá ao corpo político a soberania, que é um poder absoluto, encaminhado pela vontade geral, sobre os seus membros. Os serviços que podem ser prestados por um cidadão ao Estado, são devidos quando o soberano pedir, esse de sua parte não podeaplicar pena inútil, aos seus “servos” sem causa. Os compromissos são obrigatórios por serem mútuos e respeitando-os, trabalhamos para nós quando o fizemos também para os outros (corpo social). A vontade geral muda de natureza se tem um objeto particular e em geral, não pode decidir sobre um homem ou um fato. O pacto social estabelece a igualdade entre os cidadãos, sob mesmas condições, devendo gozar dos mesmos direitos. O supremo poder não pode transpor os limites das convenções gerais e o homem pode plenamente dispor da liberdade e bens que lhe deixarem as convenções. O soberano não pode onerar de forma desigual os cidadãos. Todo o homem para manter a própria vida pode arriscá-la. O fim do contrato social é a conservação dos contratantes. Quem quer conservar a vida às custas dos outros deve também dá-la quando for preciso. Se convém ao Estado que o homem morra, ele deve morrer, pois viveu em segurança garantida pelo Estado e sua vida não é mais um benefício da natureza. Assim, também, todo o mal feitor, quando insulta o direito social, torna-se por seus crimes, rebelde e traidor da Pátria e deve ser condenado à morte. Os processos e a sentença são as provas e a declaração de que o mesmo violou o contrato social. Cabe ao soberano o direito de proferir a condenação, mas não executá-la. O direito de perdoar ou de eximir o criminoso da pena imposta, pertence a quem é superior ao juiz e à lei ou seja, o soberano, mas não é claro o seu direito. Repetidos perdões podem anunciar que não há o crime. Enquanto que o pacto social deu vida ao corpo político a legislação dará movimento e vontade. A justiça é originária de Deus, e se soubéssemos recebe-la seria desnecessárias as leis e o governo. As leis são atos da vontade geral, sendo elas o registro de nossas vontades, em rigor, as condições da associação civil. A república é todo o Estado regido por leis, enquanto que o povo submisso deve ser o autor dessas. O legislador é no Estado um homem extraordinário, é uma função particular e superior. Aquele que governa os homens não deve governar as leis e vice-versa. Aquele que ordena as leis não tem o direito legislativo e o povo não pode despir-se desse direito. Os pais das nações são obrigados a recorrer à intervenção do Céu, para que os povos submetidos às leis do Estado obedeçam com liberdade e docilidade. Na origem das nações a política e a religião serviram de instrumentos uma para outra. O instituidor das leis observa se o povo, a quem as leis são destinadas, é capaz de suportá-las. Um povo pode obter a liberdade, mas não recobrá-la. Em todo o corpo político (Estado) há um maximum de força que não pode ser transcendido. Algumas razões que demonstram isso: as grandes distâncias, as cidades, distritos, províncias, os grandes governos, os sátrapas, os vice-reis e a administração suprema, que esmaga tudo, todas administrações pagas pelo povo. O resultado é um Estado grande, dirigido por comissários, onde ninguém se dedica ao povo, apenas alguns cuidados são dispensados ao povo. O Estado deve se assentar em um fundamento para ter solidez e se sustentar, uma coisa relevante é uma sã e forte Constituição, enquanto que para outros Estados a conquista fazia parte da sua própria Constituição. O corpo político pode ser medido através da extensão do seu território e pelo número do seu povo, enquanto os homens compõe o Estado, o terreno é que os nutre, essa relação entre ambas é que define a grandeza do Estado. Deve-se olhar para o futuro para mensurar a quantidade de terreno e o número de homens, considerando as particularidades de ambas. A paz é outra condição que deve existir na instituição de um povo ou Estado, embora haja muitos governos fundados pela guerra. O momento da criação do Estado vai distinguir a obra do legislador da do tirano. A liberdade e a igualdade consistem juntamente no maior bem de todos e deve ser o fim de todo o sistema de legislação. Nenhum cidadão é suficientemente rico que possa comprar outro, e nenhum tão pobre que seja constrangido a vender-se. Isso pressupõe moderação nos bens e créditos dos grandes e moderação na avareza e cobiça dos pequenos. Para ordenar o todo ou dar uma forma melhor para a República, deve-se considerar: A ação do soberano com o Estado, as leis políticas ou fundamentais que regulam essa relação; a ação dos membros entre si, ou com o corpo inteiro; a relação entre o homem e a lei; e a mais importante, que forma a verdadeira Constituição do Estado, que são os usos, os costumes e da opinião. As leis políticas constituem a forma de governo. Sem o concurso do poder legislativo (vontade), pertencente ao povo, e o poder executivo (força) nada se pode fazer na sociedade política. O Estado é um corpo intermediário, estabelecido entre os vassalos e o soberano, encarregado da execução das leis e da manutenção da liberdade civil e política entre ambos. Os membros desse corpo são chamados de magistrados, reis ou governadores e o corpo inteiro se intitula príncipe. O governo, ou suprema administração, é o exercício legítimo do poder executivo, enquanto que o príncipe ou magistrado é o homem ou corpo incumbido da administração. A relação do soberano cresce em razão do número de cidadãos, donde se pode concluir que quanto mais se amplia um Estado, mais diminuiu a liberdade, afastando-se da igualdade. Quanto mais numerosos os magistrados, mais fraco será o governo. Na pessoa do magistrado há três vontades: A vontade própria do indivíduo, que atende ao seu interesse particular; a vontade comum dos magistrados ou vontade do corpo, que atende os interesses do príncipe; e a vontade do povo ou soberana, que é geral. Numa legislação perfeita, a vontade particular ou individual deve ser nula. A multiplicação dos magistrados enfraquece o governo, e a força repressora deve aumentar quanto mais numeroso for o povo. A divisão do governo pode se dar de três modos: democrática, aristocrática e monárquica. A democracia se dá quando o soberano confia o governo a todo ou à maior parte do povo, existindo mais cidadãos magistrados que simples particulares. A aristocracia se dá quando o soberano restringe o governo nas mãos de um número pequeno, existindo mais simples cidadãos que magistrados. A monarquia é a concentração de todo o governo em um único magistrado, que aos outros ortoga poderes. Sem contar as exceções, o governo democrático convém aos Estados pequenos, a aristocracia aos medíocres, e a monarquia aos grandes. Na democracia o maior perigo é a influência dos interesses privados nos negócios públicos, o abuso das leis pelo governo é menor que a corrupção do legislador, resultado de alvos particulares. Rigorosamente nunca existiu e existirá a democracia verdadeira. NAs primeiras sociedades com governos aristocratas, os chefes de família deliberavam entre si a respeito dos negócios públicos e os moços aceitavam essa condição. Há três sortes de aristocracia: a natural, que convém aos povos simples; a eletiva, a melhor de todas; a hereditária, o pior de todos os governos. A ordem mais natural e melhor, é que os sábios governem a multidão, quando há certeza de que irão governar em proveito dela , e não deles. O monarca é a pessoa natural, real, que tem o direito de dispor do poder segundo as leis. O governo é vigoroso, a vontade particular impera, os outros são facilmente dominados, o fim não é a felicidade pública e a administração será sempre em detrimento do Estado. Na monarquia os empregados são trapalhões e intrigantes sem talento, e quando elevados a grandes postos, mostram-se inaptos. O inconveniente á a sucessão contínua, pois as eleições deixam perigosos intervalos e são tormentosas, desencadeando a briga e a corrupção. Não há governos simples. O governo simplesé o melhor em si, mas quando o poder executivo não depende do legislativo é necessário remediar esse defeito de proporção, dividindo o governo. A divisão pode servir para debilitar ou fortalecer o governo. O Governo misto produz uma força mediana. Em todos os governos do mundo, a pessoa pública não produz nada e gasta a substância do trabalho dos seus membros. Quanto mais aumenta a distância do povo ao governo, mais onerosos serão os tributos; assim, na democracia o povo estará mais aliviado, na aristocracia menos, na monarquia sustenta maior peso. Nos Estados livres tudo é empregado com utilidade, enquanto que nos Estados monárquicos o despotismo torna os vassalos miseráveis. O governo bom tem por fim a conservação e prosperidade de seus membros, e o sinal disso é o seu número e população. O governo se degenera quando ele se estreita ou quando se dissolve. A dissolução do Estado se dá de duas formas: quando o príncipe não o administra segundo as leis e usurpa o poder soberano, rompendo assim o pacto social; quando os membros do governo separadamente usurpam o poder, produzindo a maior desordem. A dissolução do Estado gera anarquia, que é o abuso do governo. O tirano é o usurpador da autoridade real e o déspota o usurpador do poder soberano. Um tirano pode não ser déspota, mas o déspota é sempre tirano. O corpo político começa a morrer logo que nasce, trazendo consigo as causas da sua destruição. Cabe ao homem prolongar a sua vida o quanto for possível. O princípio da vida política está na autoridade do soberano, enquanto que o poder legislativo é o coração do Estado, o executivo o cérebro que dá movimento a todas as partes. O Estado não subsiste pelas leis, mas sim pelo poder legislativo. A autoridade soberana não tendo outra força senão o poder legislativo, pode se manter pelas leis, atos autênticos da vontade geral, com o povo junto. O Estado melhor governado e forte se dá com a povoação do território com igualdade, direitos iguais, abundância e vida. No instante em que o povo está legitimamente junto em um corpo soberano, toda a jurisdição do governo cessa. Os deputados não são e não podem ser representantes do povo, mas sim comissários dele, e nada podem concluir decisivamente. A ideia dos representantes é moderna e vem do governo feudal, iníquo e absurdo governo, que degrada a espécie humana e desonra o homem. No momento em que um povo elege representantes, deixa de ser livre e existir. A instituição do governo não é um contrato, pois se assim o fosse, seria um ato particular, onde se infere que o mesmo não poderia ser lei, nem ato de soberania, sendo assim ilegítimo. A lei é a forma que se institui o governo. A instituição do governo se dá: com o estabelecimento da lei e a sua execução. O estabelecimento da lei estatui o soberano e um corpo de governo fundado sob esta ou aquela forma; na execução, o povo nomeia os chefes. O governo democrático pode se estabelecer, provisoriamente, de fato por um simples ato da vontade geral, e depois que tomar posse, governar conforme a lei. As juntas periódicas são capazes de prevenir ou espaçar as usurpações do governo. Mesmo quando o Estado subsiste, quase em ruínas, a vontade geral continua a existir de modo constante, inalterável e pura, porém submissa a outras que a superem. Quando é apresentada a proposta de uma lei, na assembleia do povo, pergunta-se se ela é ou não conforme a vontade geral, que é a sua. Cada um vota, e do cálculo dos votos tem-se a declaração da vontade geral. A eleição do príncipe e dos magistrados pode se dar pela escolha ou a sorte. A sorte é mais própria da democracia. Quando a escolha e a sorte se misturam, deve a primeira preencher lugares que exigem capacidades e talentos; a outra convém para aqueles que bastam o bom senso, a justiça e a integridade. Os comícios eram as assembleias legitimamente convocadas, que poderiam ser: comícios curiatos, centuriatos e tributos, segundo a forma de os reunir. Os curiatos eram instituição de Rômulo, os centuriatos de Sérvio, e os tributos das tribos do povo. Só os comícios sancionavam as leis e elegiam os magistrados. Os mesmos poderiam se dar e ter força de lei: quando o corpo ou magistrado convocasse; que fosse realizado em um dia permitido pela lei; que o prenúncio os augúrios fossem favoráveis. O tribunato é o conservador das leis e do poder legislativo, serve para patrocinar o soberano contra o governo; sustentar o governo contra o povo, ou manter o equilíbrio entre as partes. Não deve ter porção do poder legislativo e nem do executivo, sendo assim o mais firme esteio de uma boa constituição. Estando o Estado em perigo, a primeira intenção do povo é que o Estado não pereça, e a autoridade legisladora é suspensa, não abolida. A nomeação de um ditador pode ser dar, quando os alicerces do Estado não são sólidos e a Constituição não tenha força suficiente para o sustentar. A declaração da vontade geral se faz pela lei e a declaração do juízo público se faz pela censura. A censura pode ser útil para conservar os costumes, e nunca para os reviver. Enquanto as leis têm vigor deve-se estabelecer censores, perdido esse, tudo fraqueja. O Cristianismo separou o sistema teológico do político, rompendo a unidade do Estado e causando as divisões, que nunca cessaram de abalar os povos cristãos. Onde o Clero forma um Corpo, é ele senhor e legislador da sua Pátria; logo há dois poderes e dois soberanos. A religião serviu de alicerce para a fundação de todos os Estados, porém a lei cristã é mais prejudicial que útil à forte Constituição do Estado. A religião que é geral ou particular, pode se dividir em três espécies: do homem, do cidadão e a sacerdotal. Os dogmas da religião civil devem ser simples, concisos, sem explicações ou comentários. Caso o cidadão os reconhecer publicamente e violá-los, deve ser punido com a morte, pois cometeu o maior dos crimes, mentiu em face das leis. O Estado e suas relações com os outros Estados.
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