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John Locke(1632-1704)
Teoria Polítca II
Professora Maria da Graça Campagnolo
Pontos principais
indivíduo
Liberalismo
Tolerânca
Empirismo
Empirismo
Movimento que acredita nas experiências como únicas (ou principais) formadoras de ideias, discordando das ideias inatas. 
Locke descreve a mente humana como uma tabula rasa (folha em branco),aonde por meio da experiência, vão sendo gravadas as ideias
Racionalidade liberdade e auto-interesse( Jusnaturalismo)
Racionalidade é a característica mais notável
-Razão reflexiva: faculdade mental de operar sobre as percepções oferecidas pelos sentidos
-Razão certa: princípios morais de conduta que incorporam a vontade de Deus e são parte da natureza do homem: a razão certa é descoberta através da faculdade da razão
-Logo, os homens não são por natureza amorais: a moral não é socialmente constituída
Racionalidade liberdade e auto-interesse( Jusnaturalismo)
-Liberdade é a característica da natureza do homem e consiste na livre autoridade e livre disposição sobre sua vida e seus bens
-Auto-interesse: qualidade humana que torna os homens laboriosos, sociáveis e capazes de sobreviver
- Também pode torná-los parciais e avessos à verdadeira razão
- Mas é, sempre, uma das causas da sociabilidade natural
Dois Tratados do Governo Civil
No campo da filosofia política Locke é considerado o fundador do pensamento liberal
Robert Filmer: O Patricarca
Primeiro e Segundo Tratado do Governo Civil
Principais Idéias
A Liberdade Natural
Primazia do indivíduo sobre a sociedade
A legitimação pelo consentimento
A propriedade 
A Escravidão 
O Liberalismo
O Anti- Absoutista
Locke escreve contra as ideias de Robert Filmer, autor de “O Patriarca”, livro que aponta motivos para igualar os tiranos aos príncipes legítimos, como se eles herdassem um direito divino. 
Ao escrever uma obra em resposta a O Patriarca , Locke pretendia retirar dos governantes qualquer possibilidade de se aproveitar da autoridade dada a eles com o uso da força e da violência, se necessárias, e que tinham como fundamento “os direitos de prerrogativa privada de Adão e sua autoridade paterna” 
O Anti- Absoutista
A ideia de governo civil não remete a ideia de um monarca absoluto, de alguém que teria poder para fazer o que quisesse com seus súditos. “É muito melhor o estado de natureza, onde os homens não são obrigados a se submeter à vontade injusta de outro homem: e, onde aquele que julga, se julga mal em causa própria ou em qualquer outro caso, tem de responder por isso diante do resto da humanidade”
Do Poder Político
Do Poder Paterno, Político e Despótico
Poder político, de acordo com Locke, é o “direito de fazer leis, aplicando a pena de morte ou (...) qualquer pena menos severa, a fim de regulamentar e de preservar a propriedade, assim como de empregar a força da comunidade para a execução de tais leis e a defesa da república contras as depredações do estrangeiro, tudo isso tendo em vista apenas o bem público” 
O Estado de Natureza
Essa condição d e natureza implica que seja um estado em que todos são totalmente livres para decidir suas ações sem ter que pedir autorização de nenhum outro homem nem depender de sua vontade.
 O Estado de Natureza
"um estado em que os homens são encontrados como homens e não como membros de uma sociedade." (Tratado do governo civil, § 14)
A Propriedade Já existe na natureza. O Homem é senhor de seu corpo, de suas posses e de seus bens;
Importância da criação da moeda 
O Estado de Natureza
A Igualdade é uma consequência da liberdade, pois se não existe uma relação natural de dificuldades pessoais, é pela ausência de distinção óbvia entre os homens: todos têm as mesmas faculdades.
No entanto, a liberdade deste estado não é licenciosa; Cada um é obrigado a fazer o melhor uso exigido pela sua conservação (§ 4). O estado da natureza já tem certas regras. 
Se não houver Ato Humanamente instituído, todos os homens devem, no entanto, obedecer a lei da natureza, que é descoberto pelo Razão (ou por revelação) e que é de origem divina. 
O Estado de Natureza
A liberdade não é conseqüentemente uma falta do obstáculo externo à realização de seu desejo, mas na obediência às prescrições divinas descobertas pela razão.	
Para manter a sua própria Vida, que é um presente de Deus (§ 6);
Para respeitar a vida, a liberdade, a propriedade de outros, porque é necessário para a sua preservação que cada um assegura o sustento do Tipo humano Uma vez que seu próprio é assegurado;
Para se esforçar para levar uma vida pacífica e harmoniosa com o Outros; O Violência é, portanto, proibida, exceto para defender ou defender outros (§ 7);
Respeitar a palavra dada e executar o Contratos (§ 14).
O Estado de Natureza e seus inconvenientes
não há uma lei estabelecida, conhecida e consentida
não há um juiz conhecido, imparcial e dotado de autoridade
não há um poder que sustente as sentenças deste juiz e garanta a sua execução
O Pacto
Acordo ou pacto: é o ato que instala a comunidade: os homens se unem para garantirem-se mutuamente uma vida confortável, pacífica e segura
para isso renunciam apenas à sua faculdade (mas não ao seu Direito) de defender seus Direitos e de punir privadamente as violações e injúrias
Na constituição de uma sociedade há dois elementos originais que o povo estabelece e que simultaneamente define as suas regras, que são a forma de governo e os elementos que o vão constituir
O acordo gera consentimento: base da comunidade e da obrigação política (obediência)
gera obrigação racional e moral de obedecer
obrigação política é intransferível: o consentimento deve ser renovado a cada geração ( Unanimidade/maioria)
O Pacto
obrigação política é intransferível: o consentimento deve ser renovado a cada geração ( Unanimidade/maioria)
quem não participa diretamente do acordo, mas desfruta dos seus benefícios, está igualmente obrigado: consentimento tácito
Limites da obrigação: injustiça = estado de guerra entre súditos e governantes
governo arbitrário, sem leis estabelecidas e com concentração de poderes
qualquer forma de governo que produza menos liberdade do que existia no estado de natureza
qualquer governo que viole a prioridade dos súditos
O Estado de Guerra
“O estado de guerra é um estado de inimizade e de destruição” 
É o uso da força ou o propósito declarado de usar a força sobre a pessoa de outrem, sem haver um superior na terra a quem apelar por socorro
Quando um indivíduo planeja algo contra a vida de outro indivíduo isso o põe em estado de guerra diante de tal pessoa. Isso também significa que está expondo sua vida ao poder do outro, ou seja, o outro também recebe o direito de tirar a vida daquele que tentou tirar a sua primeiro. 
Por isso, aquele que tenta colocar outro homem sob seu poder absoluto, automaticamente entra em estado de guerra com ele. 
O Estado de Guerra
É isso que autoriza o homem a matar um ladrão, mesmo que este não tenha declarado intenção contra sua vida, afinal, não há garantia de que, depois de ter usado a força para roubar-lhe o dinheiro, simplesmente irá embora. 
A diferença entre estado de natureza e de guerra é a mesma que há entre paz, boa-vontade e inimizade, maldade. 
O estado de natureza pode existir com homens vivendo segundo a razão, sem uma autoridade humana em comum para julgá-los. 
O Estado de Guerra
Mas a existência da força imposta sobre homens, mesmo não havendo uma autoridade comum, e o simples fato de não se ter ninguém para a quem pedir ajuda (como na hora de um assalto) é o estado de guerra.
A lei deve proteger e reparar o inocente, e quando não se pode agir de imediato para tentar preservar a própria vida, o indivíduo tem o direito de se defender, mesmo que seja necessário matar o agressor, porque este não deixa possibilidade de se apelar para um juiz comum na terra.
O Estado de Guerra
Cessando a força, cessa o estado de guerra entre aqueles, e ambos são submetidos à lei da sociedade e têm acesso a um recurso, tendo que reparar o mal cometido e prevenir o mau futuro. 
No estado de natureza, não háesse recurso, porque não existem leis e juízes. Então o inocente ainda tem o direito de destruir o outro indivíduo, até que o agressor proponha paz e reconciliação. 
O Estado de Guerra
E mesmo onde haja esse recurso e juízes estabelecidos, a justiça pode não ser feita corretamente, dando privilégios para o agressor, mantendo o estado de guerra.
“Evitar este estado de guerra (...) é uma das razões principais porque os homens abandonaram o estado de natureza e se reuniram em sociedade.” 
Pois onde há uma autoridade humana comum, esse estado de guerra tem que acabar e o juiz decide o resultado da controvérsia.
Da Escravidão
De acordo com David B. Davis,Locke "é o último grande filósofo que procurou justificar a escravidão absoluta e perpétua” em função da guerra.
Quando é necessário cumprir uma pena por algum ato feito contra outro indivíduo, pode-se usar a servidão para tentar “pagá-la”. 
A Propriedade
Embora a terra e todas as criaturas inferiores pertençam em comum a todos os homens, cada homem é, no entanto, o proprietário de sua própria pessoa. Nenhum outro do que ele possui um direito sobre ele, o trabalho de seu corpo e a estrutura de suas mãos pertencem-lhe próprio. Ele mistura seu trabalho com tudo o que ele faz fora do estado em que a natureza o deixou, e. Esta coisa que está sendo extraída por ele do ser comum onatribui a ele algo que é dele. Assim, é propriedade dele de a natureza o tinha por, seu trabalho adiciona-lhe algo, que exclui o direito comum de outros homens. (§ 27)
Da Propriedade
A Propriedade natural deriva do trabalho que o homem agrega ao que ele tira da natureza
O homem é, portanto, o único proprietário de sua pessoa e sua Corpo, e tem um direito exclusivo de propriedade. Ele também é o proprietário de sua Trabalho : Uma coisa de trabalho deixa de ser uma propriedade comum:
A Propriedade
Locke estabelece três direitos fundamentais: direito a Vida E para começar uma família; Direito à Liberdade ; Direito ao gozo de sua propriedade e, especialmente, para a troca.
Estes direitos definem uma área de inviolabilidade da pessoa Humano; 
Sua natureza natural impede-o de ser legítimo para trocá-los, ou não reconhecê-los de acordo com convenções.
Estes direitos definem uma área de inviolabilidade da pessoa Humano; Sua natureza natural impede-o de ser legítimo para trocá-los, ou não reconhecê-los de acordo com convenções
Dos Fundamentos das Comunidade Política
Considerando diferentes a sociedade conjugal e a política, o autor resolve por focar-se nasegunda, após breve explanação sobre a primeira. 
Ela nasce a partir do momento em que os indivíduos resolvem por abrir mão de seu direito natural (Estado de natureza ± cap II), passando-o às mãos da comunidade, da forma que a lei estabelecer:” ...excluindo-se todo julgamento privado de qualquer cidadão particular, a comunidade torna-se árbitro em virtude das regras fixas e estabelecidas” 
Dos Fundamentos das Comunidade Política
O governo civil seria a medida ideal para conter as inconveniências do estado de natureza, que devem ser grandes com os homens sendo juízes das próprias causas;
É o direito da comunidade de julgar, e quando alguém quer exercer um poder para o qual não foi designado (por isso, quando alguém quer exercer um poder que não existe), a desobediência é legítima.
 A Comunidade Política
Sobre a Plano político, a questão que se coloca em Locke é se podemos pensar no Poder político Sem a sua instituição que causa a perda do Liberdade Dos indivíduos submetidos a ele.
Homens do estado da natureza sendo para os proprietários de Locke, eles estão envolvidos em relações económicas; Este ponto já está tendendo a criar um Estado Que seria meramente garantir o que está sendo adquirido, sem Na parte Sociedade. 
A Comunidade Política
O poder político não é, portanto, suposto instituir a ordem social Leis, mas ele está ao serviço da sociedade para corrigir os elementos que tendem a prejudicá-lo.
Segue-se de lá que o poder Político:
se origina no consentimento ;
Para o seu fim na garantia do respeito Direitos Naturais de qualquer homem, que ele deve arbitrar os conflitos e exercer uma o direito de punir em nome da comunidade;
Dos fins da sociedade política e do governo.
Por que o homem renuncia a sua liberdade- no estado de natureza- para ser dominado e controlado por um poder
Embora os homens sejam livres, eles possuem medos e perigos contínuos. 
Então para assegurar que a propriedade individual- os bens que cada um possui- seja preservada os homens se unem em comunidades sociais e se submetem a governos.
Dos fins da sociedade política e do governo
 Além disso, cada um age dessa forma com o objetivo de proteger sua liberdade. 
O estado de natureza é carente de muitas condições, as inconveniências a que todos estão expostos pelo exercício incerto e irregular do poder que cada homem possui de punir as transgressões dos outros, faz com que eles convivam em sociedade, cheia de normas.
Dos poderes Legislativo, Executivo e Federativo da comunidade civil
O poder legislativo é o poder supremo da comunidade
é responsável pela formulação de leis, prescrição de quais procedimentos a força da comunidade civil deve ser empregada para preservar a comunidade e seus membros.
O poder legislativo possui como objetivo primordial manter o bem coletivo, proporcionar segurança, paz, enfim atuar em prol de todos que abriram mão da sua liberdade e confiaram no poder da sociedade para representar os indivíduos e aplicar as leis estabelecidas - conhecidas pelo povo. 
Dos poderes Legislativo, Executivo e Federativo da comunidade civil
o poder legislativo não pode transferir seu poder de elaboração de leis a terceiros, pois sóo povo que tem legitimidade para o fazer;
Tal poder não pode jamais retirar dos indivíduos a sua propriedade (o que é um dos principais motivos de sua criação), ou lançar impostos sobre esta sem seu consentimento. 
Nos casos de vacância temporal do legislativo (cap XII) momento em que não está atuante, a referida guarda e supremacia advém do executivo que apesar de irresponsável pela continua fiscalização das leis; esta pessoa única também pode chamar-se suprema, em sentido mais tolerável,não que tenha em si todo o poder supremo, que é o de fazer leis, mas porque possui em si a suprema execução
Dos poderes Legislativo, Executivo e Federativo da comunidade civil
Locke nos fala sobre o modo e frequência de suas reuniões, nos ensinando que podem ser reguladas constitucionalmente, com a precisão de reuniões durante intervalos de tempo, ou quando as exigências ou ocasiões trouxerem tal necessidade, devendo em ambos casos o executivo agir no sentido de possibilitar de forma precisa as mencionadas reuniões;
O executivo não pode fazer mau uso da Prerrogativa
Dos poderes Legislativo, Executivo e Federativo da comunidade civil
O poder executivo possui como finalidade executar as leis. 
Para as leis fazerem sentido na prática, é fundamental a execução dessas na medida em que são feitas e durante o tempo que permanecerem em vigor.
Não convêm as mesmas pessoas que detêm o poder de legislar, também tenham o poder de executar as leis. 
Porque elas poderiam se isentar das leis que fizeram e adequar as leis a suas vontades. 
Dos poderes Legislativo, Executivo e Federativo da comunidade civil
Portanto, para evitar injustiça, o poder legislativo é dividido nas mãos de vários indivíduos, que se reúnem para legislar e depois se separam ficando sujeitos às próprias leis que fizeram. 
O Poder de punir os crimes cometidos contra a lei de natureza. Porém, ao incorporar a uma sociedade civil, o homem renuncia esse poder para ajudar o poder executivo da sociedade, conforme a lei executiva exigir.
Poder Federativo: função de administrar a segurança interna da sociedade e do interesse do público
 Da Usurpação, da Conquista e da Tirania
Uma conquista caracteriza-se pela oposição entre duas sociedades diferentes, isto é, só se pode falar numa conquista quando há intrusão de uma sociedade noutra, quando o poder estabelecidoveio de fora da própria sociedade. 
Quando essa conquista é interna, ou seja, parte de dentro da própria sociedade, Locke dá o nome de usurpação. 
Locke não o menciona mas deixa explícito que a usurpação – apesar de corresponder sempre a uma forma ilegítima de poder – não corresponde necessariamente a um mau exercício do poder. Suponhamos que o usurpador depois de adquirir o poder governa segundo as leis estabelecidas pela sociedade, e que tudo faz para garantir o bem-comum, mesmo assim ele não se legitima! 
Da Usurpação, da Conquista e da Tirania
Locke identifica duas origens para a tirania, aquela que resulta da usurpação e degenera em tirania (como foi definida no parágrafo anterior), e a tirania que resulta de uma perversão de um governo legítimo. 
Este tipo de tirania surge quando um poder que foi instituído legitimamente faz uso desse mesmo poder para além daquilo a que tem direito. 
Quando esse poder é aproveitado para tirar benefícios próprios ou de terceiros particulares, já não é o bem-comum que prevalece mas o bem-próprio, o governo deixa de representar a vontade geral para favorecer particulares, deixa de se guiar pela lei para se entregar às paixões e apetites. O detentor do poder perde o estatuto de príncipe legítimo para passar a ser um tirano. «Onde a lei termina, começa a tirania…» 
O Direito de Resistência
Não apenas a resistência é Direito, como também é dever dos súditos lutar contra a violação dos seus direitos naturais
implica dissolução do governo, mas não da comunidade política
dissolução da comunidade política: guerra civil ou invasão externa
Uma vez que pode haver abusos, e uma vez que a Comunidade não pode, em circunstância alguma, ser privada dos seus direitos, a Comunidade deve também ter um direito de resistência.
 
O Direito de Resistência
Pode-se resistir às ordens de um príncipe? A resistência é legítima todas as vezes que um indivíduo se percebe lesado ou imagina que não lhe foi feito justiça? Isto vai perturbar e transtornar todos os regimes políticos e, em vez de governo e ordem, não se terá senão anarquia e confusão. 
A isso eu respondo: Não se deve opor a força senão à força injusta e ilegal; quem quer que resista em qualquer outra circunstância atrai para si uma condenação justa, tanto de Deus quanto dos homens; e em conseqüência só virão perigos e tumultos, como freqüentemente é sugerido
 Direito de Resistência
Se os atos ilegais cometidos pelo magistrado foram confirmados (pelo poder que ele detém), e se o mesmo poder obstrui a reparação que a lei obriga, o direito de resistir não perturbará o governo de maneira intempestiva, nem sem razão grave, mesmo diante de atos de tirania assim manifestos. Se a questão não interessa senão a alguns particulares, ainda que eles tenham o direito de se defender e de recuperar pela força aquilo que lhes foi tomado ilegalmente pela força, o direito de agir dessa forma não corre o risco de facilmente engajá-los em um conflito em que certamente eles perecerão
Direito de Resistência
Mas se estes atos ilegais estendem seus efeitos à maioria do povo; ou se a má ação e a opressão só atingem uma minoria, mas em condições tais que todo mundo parece ameaçado pelo precedente assim criado e por suas conseqüências, e se todos estão convencidos em suas consciências, que suas leis estão em perigo, e com elas seus bens, liberdades e vidas, e talvez até sua religião, eu não sei como eles poderiam ser impedidos de resistir à força ilegal usada contra eles. 
Admito que esta é uma inconveniência que espera todos o governos, sejam quais forem, quando os governantes deixam as coisas chegarem a um ponto em que a grande massa de seu povo os trata como suspeitos; 
Formas de governo
Forma de governo não é preocupação de Locke: o seu inimigo é o absolutismo
democracia: poder da comunidade concentrado nas mãos da maioria. São executados para fazer leis destinadas à comunidade funcionários por ela nomeados;
oligarquia: poder de fazer leis nas mãos de alguns homens escolhidos, seus herdeiros ou seus sucessores;
monarquia: um único homem detém o poder de fazer as leis. Pode ser hereditária ou eletiva.
engenharia política: proteção contra o absolutismo: “checks and balances”
Formas de governo
doutrina do consentimento continuado
doutrina da legitimidade: a relação do governante com os súditos baseia-se na confiança
direito de resistência
regra da maioria
supremacia do Legislativo
Locke não propõe separação e independência dos poderes MAS SIM: não-concentração dos poderes e supremacia do Legislativo
Importância e Contribuições de Locke
Obra escrita no final do século XVII, “O Segundo Tratado sobre o Governo Civil”, do John Locke, expressa o pensamento liberal adotado por Locke e sua posição contra o governo absolutista (contexto da época), com argumentos que mostram que o governo emana da comunidade e que, junto com a lei, deve ser usado para o bem comum.
Os pensamentos de Locke influenciaram eventos importantes na história, principalmente na Europa e na América. Por muitos é chamado de teórico da Revolução Inglesa (1688) e foi a principal fonte de ideias para a Revolução Norte-Americana (1776), tendo influenciado na Declaração de Independência e nas constituições estaduais.
Locke se tornou um dos maiores filósofos do liberalismo e da democracia. E, por isso, deve ser estudado, já que até hoje se usam muitas de suas ideias, como a da separação dos poderes (ideia formulada mais claramente por Montesquieu).
Exercício
1- Descreva o Estado de Natureza em Locke , ressaltando sua natureza seus efeitos sobre o Contrato Social , notadamente no que concerne aos poderes do soberano, a liberdade dos súditos e ao direito de propriedade estabelecendo suas diferenças relativamente ao Estado de Natureza de Hobbes.
2- Quais são as formas de governo em Locke? 
3-Qual a importância da separação de poderes e como ela se configura?
4- Todos os poderes são permanentes no argumento da divisão de poderes de Locke?
5-O que é a Prerrogativa? A quem compete ?
6-O que são Tirania, Usurpação e Conquista?
7- O que é o direito de Resistência?

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