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CURSO DE ENGENHARIA – CICLO BÁSICO TERCEIRO SEMESTRE APS – ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS SUBMARINO Cassiano Carvalho dos Santos C605GH1 EB3M12 Douglas Anderson Martins dos Reis C633950 EB3M12 Gabriel Henrique Arrais Chico C6589D3 EB3M12 Gustavo Cotrim dos Reis C708003 EB3M12 Matheus Maragon Bomfim de Toledo Pereira C67GIJ0 EB3U12 Matheus Vieira D0117A4 EB3M12 Natália Rafaele Mariano C65JII0 EB3M12 Paulo Kreisel Plinio C624500 EB3M12 Vinicio Morales Siolin C63CHF3 EB3M12 CAMPINAS – SP MAIO/2016 2 Cassiano Carvalho dos Santos C605GH1 EB3M12 Douglas Anderson Martins dos Reis C633950 EB3M12 Gabriel Henrique Arrais Chico C6589D3 EB3M12 Gustavo Cotrim dos Reis C708003 EB3M12 Matheus Maragon Bomfim de Toledo Pereira C67GIJ0 EB3U12 Matheus Vieira D0117A4 EB3M12 Natália Rafaele Mariano C65JII0 EB3M12 Paulo Kreisel Plinio C624500 EB3M12 Vinicio Morales Siolin C63CHF3 EB3M12 APS – ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS SUBMARINO Trabalho realizado pelos alunos do 3º Semestre do Ciclo Básico de Engenharia das turmas EB3M12 e EB3U12 para a disciplina de Atividade Prática Supervisionada sob orientação dos professores do semestre. CAMPINAS – SP MAIO/2016 3 Sumário Introdução ao tema proposto para a APS ..............................................................................4 Revisão Bibliográfica..................................................................................................................5 1. Submarino: origem e uso ......................................................................................................6 2. Conceitos da Mecânica dos Fluidos ...................................................................................9 2.1 Fluidos ................................................................................................................................9 2.2. Densidade ou Massa Específica (𝜌) ............................................................................9 2.3. Peso Específico (γ) .........................................................................................................9 2.4. Pressão (𝑃) ......................................................................................................................9 2.4.1. Pressão Atmosférica (𝑃𝑎𝑡𝑚) ..................................................................................9 2.4.2. Pressão Relativa (𝑃𝑟𝑒𝑙) .........................................................................................10 2.4.3. Pressão Absoluta (𝑃𝑎𝑏𝑠).......................................................................................10 3. Princípio de Arquimedes .....................................................................................................10 3.1. Ilustração do Princípio ..................................................................................................11 3.2. Aplicação do Princípio em um submarino real .........................................................11 4. Entendimento por meio do protótipo desenvolvido ........................................................13 4.1. Material usado ...............................................................................................................13 4.2. Procedimento de montagem .......................................................................................13 4.3. Descrição do experimento prático e coleta de dados .............................................14 5. Análise de dados e cálculos ...............................................................................................14 5.1. Lei de Stevin aplicada em submarino ........................................................................16 Considerações Finais ..............................................................................................................17 Referências Bibliográficas .......................................................................................................18 4 Introdução ao tema proposto para a APS O estudo apresentado tendo como tema “SUBMARINO” integra a Atividade Prática Supervisionada (APS), a qual se define por um trabalho semestral que engloba as diversas disciplinas cursadas no presente período, elaborada pela equipe de alunos do terceiro semestre do curso de Engenharia – Ciclo Básico da Universidade Paulista – UNIP CAMPINAS/SP – Campus Swift. Submarino consiste em uma embarcação feita especialmente para operar abaixo da superfície do mar/oceano, ou seja, submerso em água e seu uso demarca principalmente fins militares. O direcionamento dessa atividade prática supervisionada consiste em elaborar um protótipo que simule a ideia de um submarino real, para assim entender quais são os requisitos básicos das leis da física para que este funcione corretamente e com segurança nas profundezas do oceano, de modo que atenda aos objetivos para os quais ele foi projetado. Utilizando os conceitos de mecânica estudados em sala de aula na disciplina de Estática dos Fluidos, que é uma das subdivisões da mecânica, o grupo de estudantes estabeleceu uma análise acerca dos princípios e conceitos físicos por trás do funcionamento de um Submarino (massa específica, peso específico, peso aparente, empuxo, pressão atmosférica e absoluta, princípio de Arquimedes, Lei de Stevin), a partir de resultados obtidos da demonstração de experimento prático utilizando um protótipo desenvolvido, a fim de abordar os efeitos das forças que atuam em um objeto imerso na água. Além disso, o grupo buscou complementar toda a análise de acordo com o funcionamento de um submarino abordando sua invenção, seu uso, sua estrutura, fonte de energia, motor, e como todos esses aspectos desse equipamento tem ligação direta também com o desenvolvimento da engenharia e aprimoramento de tecnologias dentro das ciências exatas. Desta forma, o presente trabalho visa à montagem de um protótipo que se símile a um submarino real e sua utilização para um experimento prático que simule o funcionamento da submersão e emersão de um submarino em função de todos os aspectos de física envolvidos. Por meio de coleta de dados do experimento, o grupo propôs uma explicação teórica de uma forma sintetizada e completa sobre como os conceitos estudados se aplicam na prática, com uma visão voltada para a engenharia. 5 Revisão Bibliográfica Neste trabalho aqui apresentado serviram como respaldo algumas citações que auxiliaram para o seu desenvolvimento, autores como: “Especificamente, um fluido é definido como a substância que deforma continuamente quando submetida a uma tensão de cisalhamento de qualquer valor.” Segundo YOUNG, Donald; MUNSON, Bruce; OKIISHI, Theodore. Uma introdução concisa à Mecânica de Fluidos. 4 ed. São Paulo: Blucher, 2005. p. 01. “Num corpo total ou parcialmente imerso num fluido, age uma força vertical de baixo para cima, chamada empuxo, cuja intensidade é igual ao peso do volume de fluido deslocado.” Princípio de Arquimedes Segundo BRUNETTI, Franco. Mecânica dos Fluidos. 2 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. p. 37. “A diferença de pressão entre dois pontos de um fluido em repouso é igual ao produto do peso específico do fluido pela diferença de cotas dos dois pontos.” Lei de Stevin Segundo BRUNETTI, Franco. Mecânica dos Fluidos. 2 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. p. 19. “Todos os fluidos possuem um certo grau de compressibilidade e oferecem pouca resistência à mudança de forma.”Segundo GILES, Ranald; EVETT, Jack; LIU, Cheng. Mecânica de Fluidos e Hidráulica. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 1996. p. 01. “Aplicando-se o Princípio de Arquimedes, pode-se achar o volume de sólidos irregulares pela determinação da perda aparente de peso, quando ele está totalmente mergulhado em um líquido de densidade conhecida.” Segundo GILES, Ranald; EVETT, Jack; LIU, Cheng. Mecânica de Fluidos e Hidráulica. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 1996. p. 72. 6 1. Submarino: origem e uso Durante muito tempo na história, navegar em águas profundas era considerado algo utópico. Ao longo do tempo, a parceria entre conceitos da física e tecnologias possibilitou inventar, projetar e construir um equipamento que proporcionou o avanço do homem sobre lugares ainda desconhecidos inexploradas: sob águas oceânicas. A palavra “submarino” é composta por um prefixo sub que significa “debaixo de” e o radical “marino” que se refere a mar. Assim, esta palavra condiz exatamente com seu objetivo: operar abaixo da superfície do mar. Sobretudo, foi a necessidade em expandir a frota de navegações flutuantes para submersas que se criou uma máquina capaz de submergir em água e comportar pessoas em seu interior. A união da necessidade e da curiosidade foi o primeiro passo para a criação e, com o aprimoramento da engenharia junto aos recursos necessários disponíveis, o submarino pôde ser inventado, produzido e utilizado. Abaixo consta uma breve linha do tempo acerca da história do desenvolvimento do submarino: 320 a.C: Alguns registros remotos, datando a época vivida por Alexandre, o Grande e Aristóteles, apontam que o rei macedônico fez alguns mergulhos em botes fechados, para poder observar a vida marinha. 1515: O italiano Leonardo DaVinci elaborou uma série de projetos de exploração aquática e embarcações submersas, que consistem em desenhos que lembram um modelo de submarino, ainda muito primitivo, devido às limitações tecnológicas da sua época, logo não foi possível colocar em prática. 1578: Apesar de não ter saído do papel, o projeto do matemático inglês William Borne, consistia em uma embarcação fechada (figura 1) com um sistema de tanques de ar para controlar a imersão. Figura 1 – Submarino projetado por William Borne – 1578. Fonte: Site de Curiosidades. 7 1620: O holandês Cornelis Drebbel construiu o primeiro submarino navegável quando trabalhava para a Marinha Real Inglesa. Seu modelo comportava dezesseis passageiros e tinha propulsão manual. Foi demonstrado em Londres quando ele levou o rei, James I, no rio Tâmisa a uma profundidade de 12 pés, porém o exército britânico não viu utilidade militar, por isso nunca foi usado em combate e logo caiu no esquecimento. 1775: Inventado pelo engenheiro estadunidense David Bushnell, o Tartaruga consistia num submarino em que cabia somente uma pessoa. Impulsionado por uma hélice manual, podia ficar submerso apenas alguns minutos. Foi o primeiro a ser utilizado para fins de combates navais, durante a Guerra de Independência Americana e carregava uma mina ou torpedo. 1801: O engenheiro estadunidense Robert Fulton foi contratado por Napoleão Bonaparte para projetar o Nautilus, um submarino de 6,40m, cuja propulsão era a vela e manivela helicoidal, podia comportar quatro passageiros e permanecia submerso por até seis horas. 1858: O engenheiro espanhol Narciso Monturiol inventou o El Ictíneo, o primeiro submarino de propulsão a partir de um sistema de máquinas a vapor, cujo aquecimento da água é gerado pela queima de carvão. Mergulhou com ele no porto de Barcelona, com finalidade de facilitar a pesca de coral. 1900: O governo dos Estados Unidos comprou o primeiro submarino com uma fonte de energia eficiente, tinha cerca de 16,20m e o batizou de USSHolland (figura 2). Seu inventor foi o cientista americano John Holland, que utilizou um sistema de propulsão que dispunha de um motor de gasolina para mover na superfície e de um motor elétrico para mover embaixo d’água. Figura 2 – Submarino USSHolland – 1900. Fonte: Encyclopedia Britannica. 8 1909: O engenheiro mecânico alemão Rudolf Diesel inventou o motor a diesel e o implementou em um submarino. A combustão interna do motor permitia carregar as baterias e alimentar os motores elétricos, usados na propulsão. A reação que depende de oxigênio só podia ser executada quando o submarino estivesse na superfície, restringindo sua permanência quando submerso, já que todo o oxigênio dentro de um submarino deve ser destinado à tripulação. 1954: O Capitão da marinha americana, Hyman Rickover, foi encarregado de planejar a construção de um submarino a propulsão nuclear, o USS Nautilus 1. Essa nova tecnologia consistia em um pequeno reator nuclear que cabia dentro de um submarino e por meio de fissão, gerava calor para aquecimento das águas que se transformavam em vapor e assim mover o submarino. Século XXI: Após anos de aprimoramentos, os submarinos estão mais complexos (figura 3), podendo ficar submersos por longos períodos, voltando a superfície apenas para abastecimento de suprimento à tripulação. São usados também para fins científicos, na exploração de águas profundas, em busca de novas espécies aquáticas e estudos da geologia em solos oceânicos. Figura 3 – Projeto do submarino nuclear brasileiro – 2014. Fonte: Plano Brazil, 2014. O uso dos submarinos demarca, sobretudo, fins militares, devido a sua eficiência e discrição, como mostra a história de sua invenção e desenvolvimento, usado em larga escala primeiramente na Primeira Guerra Mundial. A princípio, serviam para patrulha costeira de seus respectivos países, até que a Alemanha lançou uma série de submarinos que operavam em águas distantes da costa para atacar navios inimigos. 9 Isso fez com que as outras nações também desenvolvessem modelos cada vez mais aprimorados, como os japoneses que construíram os supersubmarinos na Segunda Guerra Mundial. Além de apresentar um tamanho colossal, eram os mais velozes da época (35 km/h) e comportavam três aviões bombardeiros e um canhão. Essas inovações serviram de base para o desenvolvimento de novas embarcações durante a Guerra Fria, como o submarino nuclear. É importante ressaltar que submarinos nucleares não são necessariamente equipados com armas nucleares como muitos pensam, mas sua propulsão se dá por energia nuclear, permitindo que o submarino não precise emergir para recarregar suas baterias. Na atualidade, os submarinos são usados pelas marinhas das maiores potências mundiais, sendo considerados as armas marítimas mais eficazes do mundo. Sua operação independe das condições climáticas e proporciona a grande vantagem de ser quase totalmente imperceptível quando submerso, pois ele se aproveita da propagação anômala do som na água para se ocultar. 2. Conceitos da Mecânica dos Fluidos Para melhor entendimento, a seguinte listagem contém os principais conceitos básicos de mecânica dos fluidos, essenciais para a aplicação prática em um submarino e sua explicação teórica. 2.1 Fluidos: Substância que cede imediatamente a qualquer força tendente a alterar sua forma, o que evidencia sua capacidade de escoar. Não possui forma própria, tomando o formato do recipiente que os contém. Portanto, são os líquidos e os gases. 2.2. Densidade ou Massa Específica (ρ) É a razão entre a massa (𝑚) de uma da substância e o volume V ocupado por ela, logo ρ = 𝑚 𝑣 e sua unidade no SI é Kg/m³. 2.3. Peso Específico (γ): É a razão entre a força peso (𝐺) de uma substância e o volume V ocupado por ela, logo γ = 𝐺𝑣 = 𝑚 .𝑔 𝑣 e sua unidade no SI é N/m³. 2.4. Pressão (𝑃): É a razão entre uma força e a área em que ela está distribuída. É dada pela fórmula: 𝑃 = 𝐹 𝐴 e sua unidade no SI é N/m² que equivale a Pascal (𝑃𝑎). 2.4.1. Pressão Atmosférica (𝑃𝑎𝑡𝑚): É a pressão que a atmosfera exerce sobre a superfície terrestre devido à mistura de gases que a compõem, os quais sofrem ação da gravidade e agem sobre todos os corpos. É quase imperceptível 10 e seu valor varia em função da temperatura e da altitude. Ao nível do mar, 1 atm de pressão equivale a 760 mmHg, conforme experimento realizado por Torricelli. 2.4.2. Pressão Relativa (𝑃𝑟𝑒𝑙): É a pressão medida em relação à pressão atmosférica, isto é, tem como zero a pressão atmosférica, sendo ela referência para se medir a diferença de pressão entre o sistema estudado e a atmosfera. 2.4.3. Pressão Absoluta (𝑃𝑎𝑏𝑠): É a soma da pressão atmosférica com a pressão relativa, possui como referência o zero absoluto, isto é, tem como zero a ausência absoluta de pressão (vácuo). É dada pela fórmula: 𝑃𝑎𝑏𝑠 = 𝑃𝑎𝑡𝑚 + 𝑃𝑟𝑒𝑙. 3. Princípio de Arquimedes A descoberta do conceito físico que explica imersão e submersão ocorreu há mais de 2200 anos por obra de Arquimedes de Siracusa, um físico grego considerado um dos principais cientistas da antiguidade, cujas contribuições persistem até hoje. A aptidão de Arquimedes era tanta que o rei Heirão o consultou para descobrir se sua coroa feita por um ourives havia sido falsificada, pois suspeitava que parte do ouro entregue para a confecção havia sido substituída por prata. Durante o banho, Arquimedes percebeu que, ao entrar na banheira, uma quantidade de água se deslocava e pensou que isso poderia ser a resposta sobre a coroa. Eufórico com a descoberta, ele saiu correndo nu pela cidade, gritando “Eureka! Eureka!” (Encontrei). Para comprovar, Arquimedes elaborou um experimento com um bloco de ouro e um de prata de pesos iguais ao da coroa. Mergulhou um bloco de cada vez em um recipiente com água, para verificar a quantidade de água deslocada por cada um. Ao inserir o bloco de prata, o nível de água se elevou em certo grau, já ao colocar o bloco de ouro, o nível de água se elevou um pouco menos. Já ao inserir a coroa, esta deslocou certa quantidade de água maior comparada ao ouro e menor comparada a prata, comprovando a fraude do Ourives e originou o Princípio de Arquimedes. “Todo corpo mergulhado em um fluido sofre, por parte deste, uma força vertical para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo”. - Arquimedes O empuxo é uma é uma força vertical para cima (conforme citada no princípio) exercida por um fluido sobre um corpo total ou parcialmente submerso. Sua unidade no SI é em Newton. Através de uma relação de fórmulas, o Princípio de Arquimedes permite calcular a densidade de um objeto de forma irregular, ou seja, seu volume não pode ser medido como o cubo, cilindro, como acontece com o submarino. 11 3.1. Ilustração do Princípio O Empuxo representa a força resultante exercida pelo fluido sobre um corpo. Quando o empuxo é igual ao peso do corpo, ele permanece em equilíbrio. Quando o empuxo é menor do que o peso do corpo, ele afunda. Quando o empuxo é maior que o peso do corpo, ele é levado à superfície (figura 4). Figura 4 – Peso e empuxo atuando sobre um corpo em equilíbrio. Fonte: Blog Parque da Ciência (com adaptações). O empuxo faz com que o objeto pareça mais leve ao inseri-lo em um fluido, isto é, tem um peso menor quando imerso comparando ao seu peso real (𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙) no ar, o que origina seu peso aparente (𝑃𝑎𝑝). A diferença entre seu peso real e seu peso aparente representa o empuxo sofrido por esse corpo: 𝐸 = 𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙 − 𝑃𝑎𝑝. Também equivale ao peso do volume de fluido que o corpo desloca ao ser inserido: 𝐸 = 𝑃𝑓𝑑. Como o peso do fluido deslocado é definido pelo produto da massa pela aceleração da gravidade, tem-se: 𝑃𝑓𝑑 = 𝑚𝑓𝑑 . 𝑔. Por fim, a massa pode ser definida pelo produto do volume do fluido pela densidade, chegando em: 𝐸 = 𝑃𝑓𝑑 = 𝜌 . 𝑉 . 𝑔. 3.2. Aplicação do Princípio em um submarino real O funcionamento do submarino depende do controle de sua densidade que está diretamente relacionada com seu peso. Esse controle se dá pela existência de compartimentos entre o casco interior e exterior da frente e da popa, denominados tanques de lastro principal ligados a bombas que controlam seu preenchimento. 12 Quando o submarino está em equilíbrio, metade submerso, metade na superfície, os tanques de lastro estão preenchidos com ar e a densidade do submarino equivale a da água. Para afundar, coloca-se água nos tanques de lastro, até que a densidade do submarino seja maior do que a da água em que está à sua volta. Para aflorar, retira-se a água nos tanques de lastro por meio do bombeamento de ar pressurizado, ocupando todo o espaço do tanque, até que a densidade do submarino seja menor do que a da água. As três situações estão ilustradas a seguir: Figura 5 – Desenho das forças atuantes num submarino. Fonte: El Bibliote (com adaptações). Na situação A, o corpo está em equilíbrio, logo as forças atuantes verticalmente são definidas por E = P, onde E é o empuxo e P é o peso real, portanto o corpo flutua. Na situação B, o corpo está afundando por conta da introdução de água nos tanques, o faz com que sua densidade seja maior que a do fluido, consequentemente aumenta seu peso. Como o fato de afundar depende de um peso maior do que um empuxo, o peso aparente do corpo nesse caso é positivo (na mesma direção que o empuxo): 𝑃𝑎𝑝 = 𝑃 – 𝐸, onde P é maior do que E. Na situação C, o corpo está subindo por conta da retirada da água dos tanques, substituindo-a por ar, o que faz com que sua densidade seja menor que a do fluido, consequentemente diminui seu peso. Como o fato de emergir depende de um empuxo maior que o peso, o peso aparente do corpo nesse caso é negativo (mesma direção do peso): 𝑃𝑎𝑝 = 𝑃 – 𝐸, onde P é menor do que E. 13 4. Entendimento por meio do protótipo desenvolvido Para cumprir com a finalidade desta Atividade Prática Supervisionada e melhor compreender as forças atuantes na emersão e a submersão do corpo em fluido, o grupo construiu um protótipo de submarino com materiais de uso cotidiano. O objetivo da construção do protótipo envolve uma representação visual de um submarino, como também sua utilização em experimento de demonstração prática desse processo com aplicação do Princípio de Arquimedes e entendimento da pressão suportada pelo submarino e sua estrutura em si. 4.1. Material usado Um reservatório cúbico transparente de 24 cm X 24 cm X 18 cm; Uma bexiga vazia; Uma garrafa plástica de medida 380 ml com tampa furada; Fita adesiva; Uma mangueira de 65 cm de comprimento; Chapas de metal deformadas; Abraçadeiras plásticas; Água. 4.2. Procedimento de montagem Primeiramente prendeu-se a bexiga vazia em uma das extremidades da mangueira com a fita adesiva. A seguir, foram feitos furos circulares equidistantes de diâmetro 0,10 cm nas laterais da garrafa e também, nas partes superior e inferior da garrafa. Posteriormente, colocou-se a bexiga e uma parte da mangueira dentro da garrafa e a outra extremidade da mangueira foi inserida no orifício da tampa, a qual transpassou por todo o comprimento da mangueira até tampar a garrafa. Prenderam- se, então, as chapas de metal por baixo e ao longo do comprimento da garrafa com as abraçadeiras plásticas. Por fim, encheu-se o recipiente transparente com água até a altura 9,80 cm e assimo protótipo e o reservatório ficaram prontos para a realização do experimento. 14 4.3. Descrição do experimento prático e coleta de dados Primeiramente, a massa do conjunto que constitui o submarino (garrafa com tampa e chapas deformadas) foi determinada através do uso de uma balança de precisão e obteve-se 171,90 gramas. Depois disso, corpo foi inserido no reservatório que continha água até a altura de 9,80 cm. A água do reservatório entrou no protótipo pelos orifícios de suas laterais, o que fez com que seu peso aumentasse e consequentemente ele foi afundando gradativamente até atingir sua base (figura 6). Além disso, a inserção do corpo no reservatório fez com que a altura de água se elevasse de 9,80 cm para 10,30 cm. Posteriormente, um integrante do grupo soprou, com a boca, certa quantidade de ar na extremidade da mangueira e tampou-a com o dedo, fazendo com que esse ar passasse por toda a mangueira até chegar na outra extremidade amarrada na bexiga assim preenche-la e nela ficasse contido. Isso fez com parte da água dentro do submarino saísse e o corpo se elevou até a superfície do fluido no reservatório (figura 7). Figura 6 – Protótipo com bexiga vazia submerso. Figura 7 – Protótipo com bexiga enchida emerso. Fonte: Grupo da APS. Fonte: Grupo da APS. 5. Análise de dados e cálculos Volumes: Volume de água no reservatório: 𝑉1 = 0,24 . 0,24 . 0,098, portanto 𝑉1 = 0,0056𝑚 3. Volume de água no reservatório com protótipo inserido: 𝑉2 = 0,24 . 0,24 . 0,103, portanto 𝑉2 = 0,0059𝑚 3. Variação do volume ou volume do líquido deslocado: 𝑉𝑙𝑑 = 𝑉2 − 𝑉1 = 0,0003𝑚 3. O volume do protótipo equivale ao volume de fluido deslocado, logo 𝑉𝑝𝑟 = 0,0003𝑚 3. 15 Empuxo: Empuxo equivale ao peso do fluido deslocado 𝐸 = 𝑃𝑓𝑑 = 𝜌 . 𝑉 . 𝑔. Substituindo os valores: 1000 kg/m3 . 0,0003 m3 . 10m/s2 = 3 N. Peso Real: O peso real corresponde ao peso do conjunto que forma o protótipo (garrafa, tampa, chapas e bexiga) com água inserida por seus orifícios. O conjunto que forma o protótipo tem massa de 0,1719 kg. O volume da garrafa é de 380 ml, o que equivale a 0,00038 m3. Logo, é possível calcular a massa de água que entrou na garrafa através da fórmula: 𝑚 = 𝑑 . 𝑉 = 1000kg/m3. 0,00038m3, obtém-se a massa de 0,38kg. Soma-se a massa do conjunto com a massa de água:01719kg + 0,38kg = 0,552kg. Multiplica-se esse resultado pela aceleração da gravidade e finalmente encontra-se o peso do protótipo com água inserida: Pprot = 0,552kg . 10m/s2 = 5,52N Densidade de objeto irregular: Densidade do protótipo: 𝜌 = 𝑚 𝑣 = 0,552 𝐾𝑔 0,0003 𝑚3 = 1840kg/m3 Também pode ser calculada pela razão entre o peso real do objeto e o peso de fluido deslocado: 𝜌 = 𝑃𝑜𝑏𝑗 𝑃𝑓𝑑 = 5,52 3 = 1,84g/cm3 = 1840kg/m3. Como a densidade do protótipo é maior que a da água (1840kg/m3 > 1000 kg/m3), o corpo tende a afundar, o que condiz exatamente com o que ocorreu no experimento ao inserir o protótipo no reservatório. Peso Aparente: Peso aparente: 𝑃𝑎𝑝 = 𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙 − 𝐸 = 5,52 − 3 = 2,52 𝑁. Como o peso aparente do protótipo é positivo, ele está na direção do empuxo e o corpo tende a afundar, o que condiz exatamente com o que ocorreu no experimento ao inserir o protótipo no reservatório. Aceleração do objeto desprezando atrito com água Como o peso do protótipo é maior que o empuxo (P > E), logo: 𝐹𝑟 = 𝑃 − 𝐸 > 𝑚 × 𝑎 = 𝑃 − 𝐸 > 𝑎 = (𝑃 − 𝐸) 𝑚 =⁄ (5,52 − 3) 0,552 = 4,56 𝑚 𝑠2⁄⁄ . 16 5.1. Lei de Stevin aplicada em submarino Simon Stevin foi um engenheiro belga nascido em 1548 que se aprofundou em pesquisas no campo da hidrostática, sendo o pioneiro desse campo. Determinou uma lei que leva seu nome e é definida por: “A diferença de pressão (∆𝑃) entre dois pontos de um fluido em equilíbrio é igual ao produto do peso específico (𝛾) pela diferença de cotas por dois pontos.” Tal lei se traduz na seguinte fórmula: ∆𝑃 = 𝛾 . ℎ = 𝜌 . 𝑔 . ℎ, onde a variação de pressão (∆𝑃) entre dois pontos do líquido é nomeada como Pressão Hidrostática ou Relativa e todos os pontos numa mesma profundidade possuem a mesma pressão. A aplicação da Lei de Stevin em um submarino explica sobre seu formato ser aproximadamente cilíndrico, pois uma estrutura tubular rígida tem melhor distribuição de pressão em sua área, de modo que o submarino não sofra deformação. Considerando a base do recipiente como o nível zero (figura 8), o submarino, que se encontrava em repouso apoiado nessa base, elevou-se até uma altura de 8,80 cm. Aplicando a Lei de Stevin no protótipo e adotando a massa específica da água como 1000 Kg/m³ e a gravidade como 10 m/s², foi determinada a variação de pressão exercida sobre o protótipo que se estabelece da seguinte forma: ∆𝑃 = 1000 𝐾𝑔 𝑚3⁄ . 10 𝑚 𝑠2⁄ . 0,088 𝑚 = 880 𝑃𝑎. Figura 8 – Aplicação da Lei de Stevin no protótipo. Fonte: Grupo da APS. Sendo ∆𝑃 = 𝑃𝐵−𝑃𝐴, e que 𝑃𝐴 = 𝑃𝐴𝑡𝑚, a pressão no ponto B (fundo do reservatório, representaria então a pressão absoluta: 𝑃𝐵 = 𝑃𝐴𝑡𝑚 + (𝜌. 𝑔. ℎ). Considerando 𝑃𝐴𝑡𝑚 = 1. 105 𝑁/𝑚2, logo, a pressão no ponto B é definida por: 𝑃𝐵 = 1 . 10 5 + (1000 . 10 . 0,088) = 100880 𝑃𝑎. 17 Considerações Finais A partir dessa sucinta e completa análise envolvendo pesquisas, teoria e desenvolvimento de experimento prático, é possível observar os efeitos das forças que atuam em um objeto imerso na água e concluir que a grande descoberta de Arquimedes há 2200 anos foi fundamental para existência do submarino. A ideia do experimento é essencial para melhor compreensão do princípio e permite uma maior aproximação com o que acontece de fato com um submarino real. Além disso, o conceito de empuxo advindo do princípio de Arquimedes, uma vez que funciona sobre qualquer corpo inserido em fluido, também serviu para entendimento de como os peixes regulam sua posição submersa através da bexiga natatória, cuja função é a mesma dos tanques de lastros. O objetivo principal da atividade aqui relatada obteve o máximo de proximidade de como seria um projeto de submarino junto aos cálculos envolvidos em pesquisas, construção e na operação de sistemas flutuantes, voltados principalmente para o desenvolvimento de ideias de engenharia naval. Obviamente, devido às limitações dos recursos para a montagem do protótipo, o valor do deslocamento de fluido pelo equipamento foi muito pequeno, ainda que tenha sido possível realizar os devidos cálculos com ele. E foi a partir dessa ideia de baixo volume de fluido deslocado que o protótipo se assemelha à realidade: um submarino, por maior que seja sua estrutura (um dos maiores objetos inventados pelo homem), descola um volume de água extremamente pequeno comparado a quantidade imensurável de água do oceano. Em 2017 ficará pronto o primeiro Submarino Nuclear Brasileiro, com capacidade de transportar uma tripulação de 70 a 80 pessoas podendo desenvolver uma velocidade de até 44 km/h, como também o cabo submarino Seabras-1, que ligará São Paulo e Fortaleza a Nova York com extensão de 10,7 mil quilômetros, o qual quando pronto terá como meta aumentar a velocidade de dados e propiciar o acesso à internet aos domicílios brasileiros como também suprir a demanda ao aumento do número de usuários de smartphones e tablets no país. 18 Referências Bibliográficas YOUNG, D; MUNSON, B; OKIISHI, T. Uma introdução concisa à Mecânica de Fluidos. 4 ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2005. BRUNETTI,F. Mecânica dos Fluidos. 2 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. GILES, R; EVETT, J; LIU, C. Mecânica de Fluidos e Hidráulica. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 1996. FOX, R. W; MACDONALD, A. T. Introdução à Mecânica dos Fluidos. 4ª ed. São Paulo: LTC, 2005. FERREIRA, Nathan. "Pressão e Pressão Atmosférica"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/fisica/pressao-pressao-atmosferica>. Acesso em 09 de abril de 2016. Colégio Objetivo, Submarino. Disponível em <http://www.curso- objetivo.br/vestibular/roteiro_estudos/submarino>. Acesso em 22 de abril de 2016. 7dgrupoc, O Submarino. Disponível em <http://7dgrupoc.blogspot.com.br>. Acesso em 23 de abril de 2016. Uol, Submarino – como funciona, forma e design do submarino, curiosidades. Disponível em <http://not1.xpg.uol.com.br/submarino-como-funciona-forma-e-design- do-submarino-curiosidades>. Acesso em 25 de abril de 2016. ROSSI, Carlos. “Como funciona o submarino o princípio de Arquimedes; Mega Arquivo. Disponível em: < https://megaarquivo.com/2011/03/21/2668-como-funciona-o- submarino-o-principio-de-arquimedes/> Acesso em 18 de abril de 2016,
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