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BOMBA ``PARAFUSO DE ARQUIMEDES´´ Acadêmico(s):Rodrigo Camargo Alex Braga Elson da Silva Rafael Lemos Alexandre Brito Tutor: Heber Jorge Vieira de Souza UNIASSELVI - Curso Engenharia Elétrica EEA0159/3 – ENG09 – 25/06/2021 1. INTRODUÇÃO Esse trabalho tem por objetivo apresentar os resultados obtidos através da construção de um protótipo do parafuso de Arquimedes, onde, utilizamos o equipamento para bombeamento de água para um ponto mais elevado, demonstração dos princípios de funcionamento, aplicações e os ganhos obtidos em sua época. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O parafuso de Arquimedes, como o próprio nome indica, foi inventado em 236 a. C. pelo matemático grego Arquimedes, que nasceu em Siracusa na Sicília em 287 a. C. O Parafuso de Arquimedes, ou bomba de parafuso, é uma tecnologia muito antiga para transporte de líquidos ou grãos de um ponto mais baixo a outro mais elevado. O aparato básico consiste em um grande parafuso inserido em um tubo justo. Existem outras formas simples de montar seu próprio parafuso de Arquimedes, como uma mangueira ao redor de um eixo, formando um tubo espiral. 2.1 História Apesar de ser atribuída a Arquimedes, os primeiros registros de máquinas com este tipo de sistema de transporte são do Egito Antigo e datam de três séculos antes de Cristo. Foi Diodoro da Sicília, historiador grego que viveu entre 90 a.C. e 30 a.C., que atribuiu a invenção desta máquina a Arquimedes, pois foi este que introduziu esta tecnologia na Grécia após uma visita ao Egito. Há pesquisadores que sugerem que bombas de parafuso similares seriam utilizadas para irrigar os Jardins Suspensos da Babilônia, representados nesta obra criada por Martin Heemskerck no século XVI, uma das sete maravilhas do mundo antigo que teria existido no século VI a.C. Esta afirmação se apoia em uma interpretação de uma inscrição cuneiforme assíria, corroborada pelo historiador grego Estrabão, que descreveu os Jardins sendo irrigados por grandes parafusos. Ao longo da história, a bomba de parafuso evoluiu muito, com a alteração da força motora manual, para animal ou mecânica utilizando de cataventos ou rodas d’água, até motores modernos. Seus usos também foram variados, como irrigação de partes mais altas, https://www.infopedia.pt/$arquimedes?intlink=true https://www.infopedia.pt/$arquimedes?intlink=true 2 drenagem de minas, drenagem de pôlders na Holânda, entre outros. Hoje, esta mesma técnica ainda é utilizada para tratamento de esgotos e transporte de grãos, assim como o processo reverso é utilizado em pequenos geradores de energia hidroelétrica. 2.2 Princípio de Funcionamento Esta máquina originalmente era constituída por um parafuso colocado dentro de um tubo cilíndrico oco. Pode ser vista como um plano inclinado envolvido por um cilindro. A extremidade mais baixa é colocada na água e o parafuso é rodado antigamente por força animal, manualmente ou um moinho de vento. Ao girar o eixo do parafuso, o fuso empurra o material tubo acima, levando o material até a extremidade de saída. O fluxo de material depende da frequência de giro do fuso e da montagem específica, como distância de passo do fuso, inclinação do tubo e espaço interno. medida que a extremidade inferior do tubo roda, este arrasta um determinado volume de água, O espaço entre o parafuso e o cilindro não tem que ser estanque, uma vez que a quantidade de água arrastada pelo tubo a cada volta é relativa à velocidade angular do parafuso. Além disso, a água em excesso na secção mais elevada do parafuso é vertida para a anterior e assim sucessivamente, atingindo-se um tipo de equilíbrio durante a utilização desta máquina, o que evita a perda de eficiência dela. O parafuso não tem que obrigatoriamente girar dentro do cilindro, mas pode girar em conjunto com este desde que solidariamente. O espaço entre o parafuso e o cilindro pode ser vedado ou o mecanismo pode ser constituído por uma peça inteira de bronze, como supostamente era o caso na Babilónia. Arquimedes observou que a força de empuxo sempre tem um módulo igual ao peso de um idêntico volume do fluido deslocado. Vamos entender da seguinte maneira: quando um objeto é submerso, ele desloca uma determinada quantidade de fluido e passa ocupar seu lugar. O peso da quantidade de fluido deslocada (mf= pfV) é exatamente igual ao módulo da força empuxo. Portanto: Fe= pf. V.g. em que o volume v é o volume do objeto submerso, enquanto a densidade Pf é a densidade do fluido. Isso é válido para qualquer fluido independentemente do formato do objeto. Essa é a demonstração do conhecido princípio de Arquimedes. Devemos lembrar de que um fluido é composto por um imenso número de partículas continuamente em movimento e colidindo com outras partículas ao seu redor. Essas colisões dão origem à pressão (Halliday, 2003). Quando um objeto está imerso em um fluido, ele é constantemente bombardeado por partículas que, em conjunto, exercerão uma pressão sobre ele por todos os lados. Quanto maior a profundidade em que nos encontrarmos no fluido, maior será a pressão exercida pelas partículas. Quando um objeto está a uma profundidade maior do que seu topo, sua extremidade mais baixa sofrerá maior pressão do que sua extremidade mais alta (PAUL TRIPPLER, 2009). Como pressão multiplicada pela área resulta em uma força, o objeto submerso sofre uma força resultante verticalmente para cima, a qual chamamos de empuxo. Tanto a força peso quanto a força de empuxo atuam ao mesmo tempo sobre o objeto e o resultado depende de elas vencer essa disputa. Disso tiramos duas inferências: se a força peso é maior do que o empuxo, a força resultante fará o objeto acelerar para cima e se a força peso é menor do que o empuxo, a força resultante fará o objeto acelerar para baixo e afundar. Todo esse princípio começou quando Arquimedes ao entrar na banheira, percebeu que a água se deslocava a ponto de transbordar os limites da banheira; a partir dessa 3 observação, ele abstraiu que o volume de água deslocado deveria necessariamente ser igual ao peso de seu corpo. Essa conclusão parte do princípio de que dois corpos não ocupam o mesmo espaço, com o empuxo sendo a resistência do corpo apresentada ao afundar. Todas as experiências posteriores serviram para comprovar que tudo está relacionado com a densidade dos materiais, dessa forma o princípio de Arquimedes foi definido dessa forma; ``Todo corpo mergulhado num fluido (líquido ou gás) sofre, por parte do fluido, uma força vertical para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo. ´´ Figura 1 - Esquema do ``Parafuso de Arquimedes´´ 2.3 Aplicações do ``Parafuso de Arquimedes´´ Na antiguidade foram utilizados em sistemas de irrigação, pelos romanos, para retirar água de minas e mais tarde seriam utilizados pelos Neerlandeses acoplados a moinhos de vento para drenar os pôlders. Podem também ser utilizados para bombeamento de lamas, betão e esgotos, uma vez que os sólidos não causam grandes problemas de funcionamento. A partir da década de 1970, os Países Baixos aperfeiçoaram o parafuso de Arquimedes e este tipo de máquina hidráulica é muito utilizado atualmente em todo o mundo, sobretudo para grandes caudais e pequenas alturas (altura máxima de 5,0 m). Existem algumas bombas de parafuso de 6 m de altura funcionando na Avenida Atlântica, em Copacabana no Rio de Janeiro, para bombear os esgotos da zona sul dentro do interceptor até o emissário submarino de Ipanema. Na Embasa, empresa Baiana de Águas e Saneamento da Bahia, existem cinco bombas parafuso bombeando esgoto a uma altura de 10 m. 2.4 Desenvolvimento do Protótipo 4 2.4.1 Materiais necessários para a construção Para desenvolvimento foram necessários os materiais descritos abaixo;• 1 tubo de PVC de 50 mm de diâmetro e 40 centímetros de comprimento; • 1 tubo de vinil transparente de 1/4 polegada de diâmetro e 180 centímetros de comprimento; • Dois recipientes para água; • Dois suportes para elevação de um dos recipientes; • Motor com hélice de ventilador • Abraçadeira de Nylon e tesoura; 2.4.2 Montagem do Parafuso • Prendemos uma extremidade do tubo de vinil a extremidade do tubo de PVC com abraçadeira de Nylon. • Enrolamos firmemente o tubo ao redor do cano em uma espiral, foi utilizado 140,6 cm do cano de 50mm de diâmetro. • Prendemos o tubo à outra extremidade do cano com abraçadeiras de Nylon; • Cortamos com a tesoura o excesso do tubo de vinil; • Acoplamos a Hélice do ventilador na parte superior. 2.4.3 Funcionamento do Protótipo • Enchimento de um de seus recipientes com água; • Elevação do segundo recipiente (vazio) para que ele fique mais alto do que o primeiro; • Inserido uma extremidade do parafuso no recipiente de água inferior e alinhado a outra extremidade sobre o recipiente superior (vazio) • Girado o parafuso de forma que a extremidade inferior do tubo, consiga coletar a água a cada rotação. Para realização dos testes giramos o protótipo do ``Parafuso de Arquimedes´´, por um minuto, afim, de levantar os valores descritos na (Tabela01) e verificar a eficiência do equipamento desenvolvido pela equipe. Mesmo acoplando o Motor e a hélice de um ventilador, foi possível fazer a rotação em Manual ou elétrico. 5 2.4.4 Protótipo ‘’ Parafuso de Arquimedes’’ Montagem Finalizada 2.4.5 Medidas Utilizadas no Protótipo. Para que seja possível ilustrar nosso protótipo, utilizamos o triangulo retângulo abaixo, com as medidas utilizadas, podemos observar no memorial de cálculo abaixo, que o ângulo é de 11,07° para um desnível de 27cm. Aº=sen-¹(b/c) Aº=sen-¹ (27/140,6) Aº= 11,07° 2.5 Resultados Obtidos Na tabela abaixo, podemos observar a eficiência da bomba de água desenvolvida com o princípio do ``Parafuso de Arquimedes´´, para esse teste foi considerado a rotação manual, ao contrário do que pensávamos fizemos teste com uma rotação maior utilizando um motor acoplado ao parafuso, onde o bombeamento do fluído foi menor. Bombeamento de Água Peso Vazão Fluido Desnível 4,8 Kg 900 ml 27 cm Tabela 1 – Dados (b) 27cm (b) 140,6 cm (b) 138cm (Ângulo) 11,07° 6 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Conforme podemos observar no trabalho desenvolvido pelo grupo, o ´´Parafuso de Arquimedes´´ foi um trabalho desenvolvido por Arquimedes um Matemático e Físico da Antiguidade Clássica e suas criações e pesquisas foram sem dúvida essenciais para a a evolução da ciência, independente de historiadores afirmarem já existir algo semelhante na antiguidade a criação do ``Parafuso de Arquimedes´´ foram conferidas a ele. Em todas as áreas do conhecimento humano, o agregar de técnicas e suas evoluções é de fundamental importância para o avanço da ciência. Segundo Ramalho (1989) as ciências e as engenharias são processos evolutivos no qual conhecimentos passados são a matéria prima para as tecnologias atuais. Uma das principais discussão do grupo na elaboração do protótipo e deste trabalho é que acreditávamos que com uma maior rotação no conjunto do `` Parafuso de Arquimedes´´ teríamos uma maior eficiência no bombeamento do liquido, dessa forma foi desenvolvido e acoplado um motor elétrico, observamos que com maior rotação, tivemos um resultado inferior ao se utilizar menor rotação através do acionamento manual, certamente uma grande oportunidade para continuidade da pesquisa no futuro, para se conhecer a relação entre a rotação utilizada versus os diâmetros dos coletores de liquido. 4. REFERÊNCIAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023. Informação e documentação Referências – Elaboração. Rio de Janeiro, 2002. HALLIDAY, D. RESNICK, R. KRANE, K. física 1. 5 ed. Rio de Janeiro: LTC,2003, v 1. Parafuso de Arquimedes, Portal São Francisco, Capela do Alto SP. Disponível em: https://www.portalsaofrancisco.com.br/curiosidades/parafuso-de-arquimedes/. Acesso:13 de junho de 2021 Santana, Esther. Matemático e físico da Antiguidade Clássica. Educa+ Brasil, 17 de julho de 2020. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/fisica/arquimedes/. Acesso:15 de junho de 2021 Santos, Amanda. Descubra como fazer um Parafuso de Arquimedes. So Cientifica, 16 de agosto de 2020. Disponível em: https://socientifica.com.br/descubra-como-fazer-um- parafuso-de-arquimedes/. Acesso em 13 de junho de 2021. TIPLER, P. A. física para cientistas e engenheiros. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.v.1. https://www.portalsaofrancisco.com.br/curiosidades/parafuso-de-arquimedes/ https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/fisica/arquimedes/ https://socientifica.com.br/descubra-como-fazer-um-parafuso-de-arquimedes/ https://socientifica.com.br/descubra-como-fazer-um-parafuso-de-arquimedes/
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