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FATORES GERAIS DE VARIAÇÃO I – idade: verificam-se modificações anatômicas com o progredir da idade, portanto nos diversos períodos ou fases da vida intra e extra-uterina. As fases de vida pré-natal ou intra- uterina são: ovo ou germe, primeiras duas semana; embrião, até o fim do segundo mês; feto, do terceiro ao nono mês. Na vida pós – natal ou extra- uterina os períodos principais são os seguintes: recém-nascido e período neo – natal, primeira quinzena após o nascimento; infância, até o primeiro ano, meninice, que inclui a segunda infância, entre 2 a 5 anos, e a pequena puberdade dos 6 aos 10; pré – puberdade, dos 10 á puberdade; puberdade (inicio de maturidade sexual), dos 12 aos 14, muito variável nos seus limites e nos dois sexos; pós puberdade, da puberdade até cerca de 21 anos nas mulheres e 25 anos nos homens, passando por adolescente e jovem, sucessivamente; virilidade, em que o individuo é adulto, atinge a maturidade que perdura até a menopausa (castração fisiológica natural),aproximadamente aos 50 anos na mulher e aos 60 no homem; velhice, até ao redor dos 80 anos, seguindo de senilidade. II – sexo: masculino e feminino apresentando caracteres próprios correspondentes ao dimorfismo sexual. III – grupo étnico: compreende aos grandes grupos raciais – branco, negro e amarelo - e os seus graus de mestiçagem, responsáveis por diferenças morfológicas externas e internas. IV - biótipo: refere-se ao tipo constitucional que existe em cada grupo racial. Há dois tipos extremos (éctipos) e um médio, além dos tipos intermediários. Nos dois éctipos é que melhor se notam as diferenças, que nos caracteres morfológicos externos, quer nos internos,e que acarretam uma construção corpórea qualitativa e quantitativamente diversa. Os éctipos são denominados: longilíneo (indivíduos esguios, magros, altos, com pescoço curto, tórax tendendo para cilíndrico e membros curtos relativamente ao tronco). O normolíneo ou mediolíneo tem caracteres intermediários aos dois éctipos. Além desses fatores gerais de variação existem as variações individuais que vem dificultar a aplicação prática dos conhecimentos anatômicos oriundos de uma descrição padrão. Devem ser ainda notadas, particularmente, as modificações nos dados colhidos pelo estudo da anatomia humana chamada normal. Normal em medicina significa, de modo geral, sadio, hígido. No entanto, devemos considerar em anatomia os conceitos estatístico e idealístico. Com este, entende-se por normal, o melhor para o desempenho da função, enquanto que,pelo conceito estatístico, define-se normal como o mais frequente,ou seja o que ocorre na maioria dos casos e que serve de base para a descrição anatômica genérica. Isto significa que, embora haja uma construção semelhante para todos os homens, existem diferenças de um individuo para outro sem que seja prejudicado o bom funcionamento do organismo. Essas pequenas diferenças morfológicas,que aparecem em qualquer dos sistemas, denominam-se variações;por ex.: pequenas diferenças de inserção muscular,músculo possuindo feixes supranumerários. Quando o desvio da normalidade é maior, podendo perturbar uma determinada função, denomina-se anomalia(dedo supranumerário). Por fim, se a anomalia for tão acentuada de modo a deformar profundamente a construção do organismo é denominada monstruosidade; esta pertence propriamente ao domínio da teratologia, isto é, o9 estudo das aberrações,como por exemplo, a agenesia do encéfalo. Em vista da relatividade dos conhecimentos que se podem obter pela dissecação do cadáver, que é um meio e não a finalidade da anatomia, os métodos de observação tem sido aperfeiçoados e deles a anatomia se tem valido para conseguir dados no próprio individuo vivo; assim, entre outros, utiliza o raio-x, a cinerradiografia, as drogas rádio- ativas, aparelhos elétricos registradores e para exame de órgãos cavitários, a endoscopia. Com a finalidade didática costuma-se dividir a anatomia humana normal em: Anatomia sistêmica (sistemática ou descritiva) Anatomia topográfica (regional) A anatomia sistêmica estuda macro e microscopicamente as partes constituintes do organismo reunidas segundo suas habilidades morfo- funcionais. Estuda, por conseguinte, as células, unidades biológicas fundamentais; sua reunião com tecidos; os órgãos, instrumentos de função, constituído por tecidos; e os sistemas, diferentes conjuntos de órgãos que formam o organismo ou corpo humano. a) Sistema Tegumentar: representada pelo tegumento comum – pele e seus anexos (pelos, unhas e glândulas) e tela subcutânea. Recobre e protege os demais sistemas, limita o corpo no meio ambiente e possui múltiplas funções. b) Sistema esquelético: conjunto de partes duras (órgãos passivos do movimento) que formam o arcabouço de sustentação e de coformação geral do corpo. Compreende o estudo dos ossos e cartilagens, a osteologia, e das conexões entre os ossos, a artrologia. c) Sistema muscular: representado pelos órgãos ativos do movimento e seus anexos. Compreende o estudo dos músculos esqueléticos e cutâneos, tendões, aponeuroses e fascias, isto é, a miologia. d) Sistema nervoso e órgãos dos sentidos: recebem e associam os impulsos nervosos desencadeados por estímulos externos e internos; o sistema nervoso controla, coordena e regula ainda, as reações motoras. Compreende uma parte central (neuro-eixo) e outra periférica (nervos e gânglios), e formações anexas dos órgãos do sentido. e) Sistema vascular: conjunto de órgãos encarregados da circulação sanguínea e linfática. Seus estudo abrange o coração, as artérias, as veias,os capilares sanguíneos, os vasos e formações linfáticas, e o baço. f) Sistema respiratório: conjuntos de órgãos encarregados de conduzir ar e de efetuar as trocas gasosas entre este e o sangue. g) Sistema digestivo: representado pelo tubo alimentar é órgãos anexos encarregados da mastigação, ingestão, digestão e absorção dos alimentos, e eliminação de parte dos resíduos. h) Sistema Urogenital: constituídos pelos órgãos formadores e eliminadores da urina e pelos órgãos genitais masculinos e femininos responsáveis pela reprodução e perpetuação da espécie. Os sistemas respiratórios, digestivos e urogenitais em virtude de suas afinidades morfo-funcionais constituem partes da denominada esplancnologia, isto é, órgãos de secreção interna, cujos produtos de secreção, os hormônios, lançados na corrente circulatória agem á distancia, interferindo diretamente no sistema nervoso. Novo conceito “Neuro- Endócrino”. A anatomia topográfica estuda os diferentes elementos anatômicos dos diversos sistemas orgânicos nas varias regiões em que se divide convencionalmente o corpo humano. Visa, essencialmente, orientação para aplicações médico-cirurgicas. Pode-se considerar ainda: anatomia artística, que se dedica ao estudo das proporções dos segmentos naturais do corpo humano, á configuração exterior, relacionando-a principalmente com ossos e músculos, estática e dinamicamente dos tipos raciais e morfológicos constitucionais. Anatomia comparativa, que se refere ao estudo comparado dos órgãos de indivíduos de espécies diferentes. Anatomia de imagem refere-se ao emprego de metodologias modernas de tomografia computadorizada, ressonância magnética e cortes de individuos em resinas. Nomenclatura anatômica Nomenclatura anatômica é o conjunto de termos empregados para indicar e descrever as partes do organismo; é a base da linguagem anatômica. Compreende: termos gerais, comuns e vários constituintes do corpo; e termos especiais, que denominam os diferentes constituintes docorpo. Até o fim do século passado não havia acordo geral sobre ao termos a serem usados em anatomia. O primeiro esforço conjunto para criar uma terminologia anatômica padrão foi o de Basiléia “Basle Nomina Anatômica” de 1895, comumente abreviada B.N.A. com o crescente desenvolvimento dos conhecimentos anatômicos, varias propostas foram apresentadas para modificações e atualizações da nomenclatura. Em paris, 1955, por ocasião do VI congresso internacional de anatomia, foi aprovada uma nomenclatura para uso internacional. Ela foi corrigida e ampliada nos congressos internacionais seguintes, a saber: VII New York 1960; VIII Niesbaden 1965; IX Leningrado 1970 e X, Tokyo 1975. Como resultado desses trabalhos, as nomenclaturas internacionais, oficiais e recomendadas, - anatômica (N.A.), histológica (N.H.) e embriológica (N.E.) – foram publicadas, sob a responsabilidade da comissão internacional de nomenclatura anatômica (I.A.N.C.), em volume único, nomina anatômica, 4ª edição, 1977, excerpta médica. Uma nova edição, revista e ainda mais ampliada, cujas emendas foram discutidas e aprovadas no decorrer do XI congrasso internacional de anatomia, México, 1980, foi publicada pala I.A.N.C. em 1982. No XII congresso internacional de anatomia, Londres, 1985, riode janeiro, 1989, a comissão continuou os trabalhos de revisão. Lisboa, 1994. A nomenclatura anatômica oficial é latim, mas o uso corrente é traduzida para o vernáculo. A sociedade brasileira de anatomia (S.B.A.) publicou em 1961 uma tradução da nomina, para o português, nos arquivos de cirurgia clinica e experimental, vol. 24, n° 3 e 4. Sua publicação atualizada, 1982, tradução da ultima nomina, é de responsabilidade da sociedade de Luso-brasileira de anatomia, fundada em pelotas, rio grande do sul, em 1971, por ocasião do VIII congresso brasileiro de anatomia. Os termos têm, em geral, origem grega, latina ou hibrida e tiveram como fundamento: a forma do órgão ou parte dele (sela túrcica do osso esfenoide, músculo deltoide, ligamento redondo); a sua situação (artéria vertebral, nervo mediano); as suas conexões (ligamento acromioclavicular, músculo intercostal); a sua função (músculo extensor dos dedos, glândula lacrimal). Outros termos, de origens as mais diversas, muitas vezes impróprios, foram consagrados pelo uso e são conservados. Os nomes de autores que acompanham muitas designações devem ser excluídos porque além de nada significarem morfológica ou funcionalmente, não representam, na maioria das vezes, a verdadeira homenagem histórica. Termos gerais são habitualmente abreviados: a. – artéria (AA. – artérias); v. – veia (VV. – veias); n. – nervos (nn. – nervos); m. – músculo (mm. – músculos); lig. – ligamento; gl. – glândula; g. – gânglio. Conformação e Divisão do Corpo Humano O corpo humano é constituído fundamentalmente de cabeça, pescoço, tronco e membros. A cabeça compreende crânio e face e une-se através do pescoço ao tronco. Neste, considera-se o tórax, o abdome e a pelve, com as respectivas cavidades torácica e abdominal separadas entre si por um septo muscular, o diafragma. A cavidade abdominal prolonga-se inferiormente na cavidade pélvia. Os membros, em numero de quatro, dois superiores e dois inferiores possuem uma parte redicular, cintura do membro, pela qual se unem ao tronco, e uma parte livre. As principais partes do corpo humano são, portanto, as seguintes (Fig.1.1): Na transição do braço, ao antebraço há o cotovelo; do antebraço a mão, o pulso; da coxa a perna, o joelho; e da perna ao pé o tornozelo. Posteriormente ao pescoço, o tronco e quadril encontram-se, respectivamente, a nuca, o dorso, o lombo e a região sacro – coccigea. Ladeando esta ultima, de cada lado, localizam-se as nádegas (regiões glúteas). Planos e eixos do corpo humano – a descrição anatômica do corpo humano é feita no individuo adulto em posição ereta (em pé ou posição ortostática), com os membros superiores estendidos, aplicados ao tronco, os inferiores justapostos, e com a face, as palmas das mãos e as pontas dos pés dirigidas para frente. Nessa posição anatômica de descrição, o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes á sua superfície; estes com suas intersecções determinam a formação de um sólido geométrico, paralelepipédico. Tem-se, assim, para cada uma das faces desse sólido, em que se supõe contido o corpo humano os seguintes planos: a) Dois planos verticais, tangentes ao lado – planos laterais direito e esquerdo. Um outro que divide o corpo humano em metades direita e esquerda e que ocupa o plano mediano, (Fig. 1.2), pois passa pela sagitta, que significa “seta”, figura representada pelos espaços suturais medianos de direção Antero-posterior observados no crânio de feto. Os planos paralelos a ele são também denominados sagitais, e os que lhe são próximos, “paramedianos”. b) Dois planos verticais, um tangente ao ventre – plano ventral ou anterior – e outro ao dorso – plano dorsal ou posterior; estes e outros a eles. Paralelos são designados frontais por serem paralelos a “fronte” (Fig. 1.3). no tronco, os planos são referidos como dorsal e ventral; nos membros, posterior e anterior. c) Dois planos horizontais, um tangente a cabeça – plano superior ou cranial – e outro a planta dos pés – plano inferior. O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano que passa pelo vértice do cóccix – plano caudal. Estes planos e os a eles paralelos são planos transversais (fig. 1 . 4). Podemos considerar linhas imaginárias, ou eixos através do corpo humano: 1. Um eixo sagital, ventro – dorsal ou Antero – posterior: do centro do plano ventral ao centro do dorsal. É heteropolar, visto que suas extremidades alcançam porções morfológicamente não correspondentes do corpo humano. 2. Um eixo longitudinal ou vertical, súpero – inferior : que une os centros dos planos superior e inferior; é também heteropolar. 3. Um eixo transversal, horizontal, latero - lateral ou destro – sinistro (ou vice – versa): do centro do plano lateral direito ao esquerdo. É homopolar porque as suas extremidades alcançam porções morfologicamente correspondentes do corpo humano. O deslocamento do eixo ventro-dorsal ao longo do súpero- inferior (ou vice-versa) dá origem ao plano sagital mediano; se é o látero-lateral que se desloca ao longo do súpero-inferior (ou vice- versa) origina-se o plano frontal médio; o eixo látero-lateral deslocando-se ao longo do ventro-dorsal (ou vice-versa) resulta em o plano transversal. A situação e posição dos órgãos são indicadas, também, em função desses planos: um órgão próximo ao plano mediano é medial ou se acha medialmente em relação a outro que lhe fica lateralmente, ou seja, mais perto do plano lateral, direito ou esquerdo. A direção das partes do corpo humano é indicada pelos eixos súpero-inferior (longitudinal); ventro-dorsal (sagital, Antero-posterior); e látero-lateral ou latero-medial (transversal, destro-sinistro). Sendo a direção oblíqua, combinam-se esses três eixos, partindo da mesma extremidade ou mesmo ponto de reparo. Assim, indica-se, por exemplo, o maior eixo de um órgão: “oblíquo no sentido súpero- inferior, dorso-ventral e látero-medial”, ou seja, de cima para baixo, de trás para frente e do lado para o plano mediano. Os órgãos situados no plano mediano do corpo são medianos (vértebras). Quando são ladeados por dois outros são considerados intermédios (a membrana interóssea do antebraço é intermédia aos ossos uma e rádio). Os adjetivos, interno e externo, superior (cranial) e inferior(caudal), superficial e profunda também são usados em anatomia para indicar a situação de um órgão ou de uma de suas partes. Para os membros usam-se os termos proximal e distal, conforme a parte considerada se encontre mais “próxima” ou mais distante da porção radicular do membro. O mesmo se aplica aos segmentos das artérias em relação ao órgão central, o coração, e aos segmentos do intestino, considerando-se a direção do transito intestinal. O plano geral de construção do corpo humano obedece também as seguintes características fundamentais de construção de um vertebrado: antimeria, metameria, paquimeria e estratificação. Antimeria – o corpo humano apresenta-se formado por metades direita e esquerda, em referencia ao plano sagital mediano (fig. 1.2). as metades, denominadas antimeros, são em parte simétricas e equivalentes morfológica e funcionalmente, donde dizer- se haver uma simetria bilateral no corpo humano. Na realidade, porém, não há uma simetria perfeita por que os órgãos dos dois antimeros não apresentam imagem especular e mesma localização. A assimetria surge secundariamente, visto que no inicio do desenvo9lvimento a simetria bilateral é mais evidente. Com o envolver do individuo é que, em grande parte, a simetria se perde. As hemifaces de um mesmo individuam não são idênticas; há uma diferença de altura nos ombros; o0 comprimento dos membros não é exatamente igual á direita e a esquerda. Os órgãos profundos apresentam assimetrias mais evidentes: o coração apresenta0se deslocado para a esquerda. O fígado está quase todo a direita e o baço pertence ao antimero esquerdo; o rim direito está em nível superior ao esquerdo. Tosos esses são exemplos de assimetrias morfológicas. O predomínio no uso do membro superior direito, que constitui o detrismo, na maioria dos indivíduos, é um exemplo de assimetria morfo-funcional. Metameria - o tronco acha-se dividido em segmentos semelhantes, que se dispõem em série longitudinal, denominados metâmeros, limitados por planos transversais (fig.1.4). Também a metameria é mais evidente nas primeiras fases do desenvolvimento do que no adulto. Como exemplo de órgãos metaméricos, temos as vértebras. Paquimeria – o segmento axial do corpo humano, ou tronco, é construído, esquematicamente, por dois tubos, um ventral, maior, visceral e outro dorsal, neural. Todas as partes que limitam ou são contidas nesses tubos pertencem aos correspondentes segmentos ventral – paquimero ventral – ou dorsal- paquimero dorsal. (fig. 1.3); Os dois tubos e os respectivos órgãos neles contidos são envolvidos por envólucro único, contínuo, o tegumento comum. Estratificação – o corpo humano é construídas em camadas concêntricas ou sobrepostas; os constituintes da pele, dos vasos, das vísceras, dispõem-se em camadas sucessivas. Um órgão próximo da pele, encontrando-se fora da lâmina conjuntiva de contenção ou envoltura dos músculos, é superficial (veias superficiais); estando situado para dentro dessa lâmina, diz-se que é profundo (osso). TEGUMENTO COMUM O tegumento comum, complexa túnica que reveste toda a superfície do corpo, compreende a pele e seus anexos (fig. 2.1.) e a tela subcutânea (fig. 2.2). possui múltiplas funções, das quais lembraremos as principais: protege o corpo e regula sua temperatura; constitui barreira contra i9nfecções; sintetiza a vitamina D pelo exposição aos raios ultra-violeta; elimina e absorve substancias; e possui terminações nervosas especializadas para o tato, temperatura e pressão. Permite, portanto, a adaptação do homem ambiente. A pele propriamente dita ou cútis envolve o corpo e, ao nível dos orifícios naturais, continua-se, gradativamente, em mucosas correspondentes. Sua espessura, relevos e depressões próprias (cristas, pregas, sulcos, orifícios), elasticidade e mobilidade, diferem nas várias regiões do corpo e nas diversas idades. A espessura da pele varia de 0,5 a 4 mm.; esta maior espessura é geralmente encontrada nas regiões do corpo sujeitas a pressões e atritos constantes,como a palma das mãos e a planta dos pés. A face anterior do tronco tem pelo menos espessa que o dorso; nos membros, as superfícies de extensão possuem pele mais espessa que a do adulto. As cristas, sulcos e pregas cutâneas caracterizam e delimitam regiões corpóreas, como por exemplo, na face palmar das mãos e na planta dos pés, as impressões digitais que, através da datiloscopia, são utilizadas como meio de identificação individual. Até hoje não foram encontrados dois indivíduos, mesmo gêmeos univitelinos, com mesmas impressões digitais. Existem, também. Os sulcos e pregas de movimento, evidentes ao nível das articulações, como por exemplo do joelho, do cotovelo, dos dedos, e os sulcos resultantes de maior aderência da pele e planos profundos. A elasticidade própria da pele, além de permitir os movimentos do corpo, garante sua continuidade e integridade total; a pele se distende ou retrai de acordo com as solicitações de momento e ou temporárias – período de gestação por exemplo. A elasticidade da pele não é a mesma em todas as direções e varia, nos diferentes segmentos corpóreos. A pele da coxa, por exemplo, permite o aumento do perímetro desse segmento, quando os músculos se contraem, e cede também no sentido longitudinal, por ocasião da flexão do joelho. A elasticidade cutânea é normalmente grande na criança e diminui, progressivamente, com a idade. Formam-se assim as rugas dos velhos e de pessoas de certa idade que eram gordas e emagrecem muito. A pele que se distendeu não tem mais elasticidade suficiente para se retrair e voltar as condições primitivas de perfeito equilíbrio elástico. A distenção exagerada da pele determinada adelgamento e alterações de sua estrutura; pode ser observada. Por exemplo, no abdome de mulheres multíparas, onde são evidentes as estrias ou vibices gravídicas. A mobilidade da pele está na dependência de sua maior ou menos aderência aos planos profundos, da sua espessura e da infiltração de gordura da tela subcutanea. Comparem-se a título de exemplos diferentes regiões do corpo: palma da mão, região glútea, pescoço, face medial do braço. As características regionais de elasticidade e de mobilidade da pele, são entre outros, fatores de grande importância na cirurgia plástica,na orientação exata das incisões cirúrgicas a na reconstituição de ferimentos cutâneos. A cor da pele varia nos individuos e de uma região para outra num mesmo individuo. Sua coloração resulta da combinação de vários fatores dentro os quais destacam-se os pigmentos – melânico, melanoide e caroteno - e a amios ou menor quantidade de sangue circulante da rede dérmica. Por isso, as zonas de pele fina, mais transparentes, são mais rosadas do que a pele mais espessa e, em geral, a pele da criança é mais rósea que a do adulto. A cor da pele caracteriza, com outros fatores étnicos, os grandes grupos raciais – branco, negro e amarelo – segundo a diferente quantidade de melanina existante. O rubor ou palidez da pele, resultantes de maior ou menor quantidade de sangue na rede vascular dérmica, são sinais indicativos de vasodilataçãoou vasiconstrição local ou generalizada. A interpretação cuidadosa das alterações de coloração da pele, assim como as modificações de elasticidade, mobilidade, umidade e temperatura da pele, são de fundamental importância no exame clínico dos pacientes. Na arquitetura da pele distinguem-se uma parte epitelial, superficial, a epiderme, constituída porá camadas celulares distintas – estratos: córneo, lúcido, granuloso, espinhoso ebasal ou germinativo -, e o derme ou cório, profundo constituído essencialmente de tecido conjuntivo fibroso, rico em fibras elásticas (fig. 2.1). no derme consideram-se as camadas papilar e reticular,pó onde se distribuem nervos e respectivas terminações nervosas de dor, tato, temperatura e pressão leve, e vasos sanguíneos e linfáticos integrantes da rede dérmica, anteriormente referida. A derme repousa e está em direta continuação com a tela subcutânea (hipoderme), rica em gordura e tecido conjuntivo colágeno (fig. 2.1) A tela subcutânea tem espessura variável e esta depende do grau de infiltração gordurosa, que é mínima em algumas regiões do corpo e abundante em outras. A espessura da tela subcutânea é proporcional ao estado de nutrição dos indivíduos e, geralmente, aumenta com a idade, em ambos os sexos. Quanto à arquitetura, distinguem-se na tela subcutânea três camadas: areolar, lamelar, e entre ambas, a fáscia superficial (fig. 2.2.). a camada areolar é a mais superficial; é constituída de traves conjuntivas, resistentes, dispostas perpendicularmente a face profunda do derma, que delimitam pequenas lojas onde se deposita a gordura. Esta gordura é a que se conserva por mais tempo no emagrecimento. A fáscia superficial ou fascia subcutânea, é uma lamina fibrosa, de desenvolvimento variável nas diferentes regiões do corpo. Pode ser substituída por musculatura cutânea. A camada lamelar, a mais profunda do derma. A gordura desta camada é muito lábil, visto que é prontarnente utilizada nas solicitações do organismo. A camada lamelar constitui o plano de escorregamento da pele; quanto menor for à infiltração gordurosa dessa camada, tanto maior será a mobilidade da pele local. Quando a camada lamelar não existe, a pele é presa aos planos profundos por traves da camada areolar e sua mobilidade é, consequentemente, mínima( palma das mãos, planta dos pés). A disposição padrão da tela subcutânea é encontrada no tronco e nas raízes dos membros; variações dessa arquitetura existem em outros regiões do corpo (palma das mãos, planta dos pés). Os anexos da pele, formações principalmente epidérmicas que invadem o derma e, ás vezes, o hipoderma são representados por: pelos, unhas e glândulas sebáceas e sudoríparas; estas ultimas podem ser sudoríparas propriamente ditas e sudoríparas modificadas Os pelos são pequenas hastes flexíveis de células corneificadas. Tem função protetora e distribuem-se com características próprias, individuais, sexuais e raciais na maior parte da superfície corpórea. Assim temos: cabelos, supercílios, vibrissas, bigode, barba, hircos e púbios, dorso da falange distal. Cada pelo, com seus anexos – glândula sebácea e músculo eretor – apresenta uma raiz encravada no folículo piloso terminando em um bulbo, e uma haste livre. É constituído por duas ou três camadas concêntricas que, contendo pigmento, lhe dão a cor. O cabelo negro ou escura apresenta: medular cortical (pigmentada) e cutícula; o branco, as mesmas camadas mas a cortical é despegmentada; e o loiro não tem medular. Sua secção transversal indica seu tipo; assim o liso – lisótrico – tem contorno circular; o ondulado e crespo – quematótrico – é oval; e o ulótrico é elíptico ou eniforme. As unhas são lâminas rígidas de células corneificadas que protege, e recobrem os 4/5 da face da falange distal dos dedos. Mantêm-se aderentes e são nutridas pelo leito ungueal, cuja porção proximal, matriz ungueal, garante a formação e crescimento da unha. A lamina ungueal é quadrangular, tem ângulos arredondados e apresenta (fig. 2.3): uma raiz, porção proximal junto á qual a uma zona esbranquiçada em semilua, a lúnula; um corpo, porção principal; duas faces, uma côncava aderente ao leito ungueal, e outra livre, convexa; e quatro margens, das quais a proximal e as laterais são emolduradas por pele (valo ungueal) sendo a distal livre. As glândulas são os anexos da pele de função secretora. Distinguem-se: glândulas sebáceas, geralmente anexos a pelos, e glândulas sudoríparas; estas propriamente ditas, são muito numerosas e responsáveis pela sudorese; modificadas, existem em algumas regiões: glândulas ciliares, ceruminosas, axilares, mamarias, etc. As glândulas mamarias localizam-se na espécie hu8mana, na face anterior do tórax, altura da 5ª costela. Embora existam nos dois sexos, só se desenvolvem no feminino. Neste, o desenvolvimento glandular na espessura do tegumento, acrescido de gordura subcutânea, determina a formação de um relevo, a mama, muito variável de individuo para indivíduo, nas varias idades e períodos funcionais – puberdade, gestação, amamentação. A mama é um relevo hemisférico, semi-oval ou cônico, ligeiramente pendente pela ação da gravidade; é limitada inferiormente pelo sulco inframamario e medialmente pelo sulco intermamario, o seio, errada e impropriamente empregado como sinônimo de mama. A pele da mama é muito fina e apresenta na porção mais saliente, que corresponde mais ou menos ao seu centro, a aréola, área circular, em geral bem delimitada, pigmentada, com cerca de 3 cm de diâmetro da superfície rugosa devido as saliências concêntricas determinadas por glândulas areolares. Do ce3ntro da aréola eleva-se a papila mamaria ou mamilo, papila cutânea cilíndrica ou cônica que facilita a sucção durante o aleitamento, visto que nela terminam, nos poros lactíferos, os canais excretores das glândulas mamarias (fig. 2.4). Estas, de tipo alveolar, responsáveis pela produção do leite, são constituídas, em cada mama, por 15 ou 20 corpos glandulares dispostos de modo radiado em meio de estroma conjuntivo gorduroso. De cada glândula provém um ducto lactífero que apresenta uma pequena dilatação, a ampola lactífera. Com raras anastomoses, os ductos lactíferos terminam nos poros lactíferos do mamilo. Uma musculatura lisa forma, na aréola e mamilo, o músculo aréolo – mamilar, cuja contração torna rijo o mamilo, fenômeno denominado telotismo. SISTEMA ESQUELÉTICO O sistema esquelético compreende os ossos e cartilagens e suas uniões, as articulações; seu estudo inclui os capítulos da osteologia e da artrologia. O conjunto de osso, cartilagens e articulações é denominado esqueleto, arcabouço rijo, que serve para sustentação, proteção de órgãos situados em cavidades per ele limitadas e inserção de músculos. Alguns ossos possuem no seu interior, na medula óssea, centros hemocitopoéticos, isto é, formadores de sangue. Ossos – generalidades Os ossos são peças rijas de forma variada, em numero de 206 no individuo adulto. Nas primeiras idades muitos deles são constituídos por diversas peças isoladas que se soldam progressivamente. Pela forma e outros caracteres consideram-se quatro tipos principais: 1. Ossos Longos – nos quais o comprimento predomina sobre a largura e a espessura (ossos do braço, antebraço, coxa e perna). Apresentam um corpo com canal central – cavidade medula – contendo medula óssea, e duas extremidades, as epífises. O corpo e as partes adjacentes das extremidades são denominadas conjuntivamente diáfise. Os ossos com caracteres semelhantes, mas que não apresentam cavidade medular são ditos alongados (costelas) 2. Ossos curtos – em que as três dimensões se equivalem aproximadamente (ossos do carpo e do tarso) 3. Ossos planos – nos quais o comprimento e a largura predominam muito sobre a espessura. (ossos da calota craniana) 4. Ossos pneumáticos – assim designados por apresentarem cavidades contendo ar. (frontal, maxilas, esfenoide e temporais)5. Ossos irregulares – (vértebras) Encontram-se ainda, incluídos em tendões e ligamentos, principalmente na mão e no pé, peças ósseas designadas ossos sesamóides. A rótula (ou patela) é considerada um osso sesamóide; está situada na espessura do tendão do músculo quadríceps femoral, ao nível do joelho. O osso pisiforme, do carpo, também é considerado um osso sesamóide. No crânio podem aparecer também pequenas peças ósseas acessórias, das quais as mais conhecidas são os ossos suturais e fontanelares, que se encontram ao longo de articulações de ossos da calota craniana. Na superfície dos ossos podem ser observadas saliências (processos, tubérculos, eminências, cristais, espinhas) e depressões (fossas, fossas, incisuras, sulcos, impressões músculo – tendinosas, etc.); na sua espessura encontram-se canais para passagem de vasos e nervos. Revestindo externamente os ossos, exceção feita das cartilagens das superfícies articulares, há uma lamina de tecido conjuntivo bastante vascularizado, o periósteo, de fundamental importância na formação do tecido ósseo. A arquitetura dos ossos é diferente nos vários tipos. Nos ossos longos, as extremidades possuem principalmente substancia óssea esponjosa revestida por delgada capa de substancia esponjosa epifisária (fig. 3.1) Nos ossos curtos encontra-se uma camada superficial de substancia compacta envolvendo a substancia esponjosa que recebe a denominação de díploe. Em virtude das solicitações, principalmente ordem mecânica, os sistemas haversianos da substancia compacta e as trabéculas da substancia esponjosa dispõem-se segundo as ações de trição e pressão a que os ossos são sujeitos. A medula óssea contida na cavidade medular do corpo dos ossos longos e nas cavidades da substancia esponjosa pode ser vermelha ou amarela. A medula vermelha é a mais abundante por ocasião do nascimento; vai gradativamente, com o decorrer da vida, transformando-se em medula amarela, rica em células adiposas. Os ossos podem originar-se de um esboço cartilaginoso – ossos condrais – representado pela grande maioria, ou por um esboço conjuntivo – ossos conjuntivos – representado por ossos da calota craniana. Poucos ossos tem origem mista cartilaginosa e conjuntiva (esfenoide e temporal por ex.) A ossificação inicia-se a partir de centros ou pontos de ossificação (principais e complementares) que são responsáveis pela ossificação de determinado território, e termina com a fusão dos vários territórios entre si. Em um osso longo típico, de origem cartilaginosa, a substituição da cartilagem pelo tecido ósseo inicia-se em geral por três “centros principais”: um diafisário e um em cada epífise; eles vão crescendo por deposição de tecido ósseo até que permaneçam separados apenas por fina camada de cartilagem – cartilagem epifisial ou de crescimento – situada entre a diáfise e as epífises (fig.3.2) a cartilagem epifisial, também denominada “fisária” representa o elemento responsável pelo crescimento em comprimento do osso longo; o crescimento em espessura de um osso longo depende, principalmente, do periósteo. Nos ossos de origem conjuntiva a ossificação irradia-se de um ou mais centros para a periferia. Todos os ossos, tanto os de origem conjuntiva a ossificação irradia-se de um ou mais centros pra a periferia. Todos os ossos, tanto ao de origem cartilaginosa como conjuntiva, são muito plásticos, visto que se moldam aos órgãos vizinhos e sofrem durante toda a vida reabsorção e reelaboração. A título de exemplo, observe-se a superfície interna da calota craniana com seus numerosos e muitas vezes profundos, sulcos vasculares. Articulações – generalidades Os ossos estabelecem conexões entre si por intermédio das articulações; estas, de acordo com a conformação e o aspecto estrutural, são grupadas em três tipos principais: articulações fibrosas, articulações cartilaginosas e articulações sinoviais. Nas articulações fibrosas e cartilaginosas há relativamente pouca mobilidade e a conexão é feita por tecido interposto, conjuntivo ou cartilagem, que se fixa em ambos os ossos (fig. 3.3A). Considera-se os seguintes tipos de articulações fibrosas: -Suturas: quando há pequeno afastamento entre os ossos, e consequentemente pequena quantidade de tecido conjuntivo interposto (ossos do crânio em geral). De acordo com a modalidade de união dos ossos podem ser: serrilhadas (sutura serratil, sutura escamosa) e harmônicas (sutura plana). - Sindesmoses: quando o afastamento entre os ossos é grande e há, consequentemente grande quantidade de tecido conjuntivo interposto (membranas interósseas do antebraço e da perna). - Gonfoses: modo pelo qual se processa a união das raízes dos dentes com as paredes dos alvéolos dentais. Consideram-se os seguintes tipos de articulações cartilaginosas: -Sincondroses: com interposição de cartilagem hialina (sincondrose esfeno-occipital). -Sínfises: com interposição de fibrocartilagem (sínfise pública, sínfise intercorpovertebral). Havendo ossificação do tecido interposto entre dois ossos eles se soldam entre si; esta ocorrência, frequente em pessoas de idade avançada é denominada sinostose. As articulações sinoviais possuem, em geral, grande mobilidade e apresentam elementos constituintes que caracterizam; dentre estes destacam- se a cápsula, a cavidade e as superfícies articulares (fig. 3.3B). a cápsula articular insere-se a distância variável das superfícies de contato e delimita com estas a cavidade articular. É constituída pela membrana fibrosa, externa e resistente, reforçada pelos denominados ligamentos extra-capsulares e pela membrana sinovial, interna, de tecido conjuntivo diferenciado. Esta ultima reveste a cavidade articular com exceção das superfícies articulares e pode ainda apresentar pregas ou vilosidades sinoviais. A cavidade articular contém um líquido viscoso, a sinóvia, elaborado pela membrana sinovial, que lubrifica e nutre a cartilagem articular. As superfícies articulares dos ossos são revestidas por cartilagem hialina, cartilagem articular. Em algumas articulações sinoviais existem formações especiais, lábios ou orlas, meniscos i discos, que ampliam ou harmonizam as superfícies articulares, e ligamentos intra-capsulares, como por exemplo os ligamentos cruzados da articulação do joelho. As articulações sinoviais de acordo com a forma das superfícies articulares podem ser subdivididas nos seguintes tipos (fig. 3.4): -Articulação plana: na qual as superfícies articulares planas (articulação dos cuneiformes). Apresenta o movimento de deslizamento ou escorregamento paralelo ás superfícies articulares. -Articulação trocóide: com superfícies ósseas semi-cilindricas completas por ligamentos (articulações rádio-ulnares proximal e distal). O movimento permitido é de rotação ao redor de um eixo longitudinal que segue a direção do eixo longitudinal do osso que se desloca. -Gínglimo: com superfícies cilíndricas apresentando depressão em carretel em um osso e saliência correspondente no outro (articulação úmero- ulnar). Neste tipo de articulação o eixo é transversal e os movimentos são de flexão, diminuição do ângulo entre os dois ossos, e extensão, movimento oposto. Estes dois tipos de articulações, a trocóide e o gínglimo, por terem um único eixo de movimento são ditas mono-axiais. -(Articulação condilar e elipsoide: de superficies elipsoidais articulação têmporo-mandibular e rádio-cárpica, respectivamente) -Articulação selar: com superfície côncava em uma direção e convexa em outra, com encaixe recíproco (articulação trapézio – 1° metacárpico) Estas articulações,condilar, elipsoide e selas além dos movimentos de flexão e extensão, também permitem a abdução e a adução, isto é, o afastamento e a aproximação em relação ao plano sagital mediano. Apresentam, por conseguinte, dois eixos de movimentos, um transversal e outro longitudinal e são ditas bi-axiais. Permitem, ainda, pela combinação dos movimentos de flexão, extensão, abdução e adução, a circundação, ao descreverem cones cujos ápices correspondam á própria articulação. -Articulação esferoide ou cotílica: com superfícies esféricas ou esferoides oca e cheia, encaixadas (articulações do quadril e escapulo-umeral). É o tipo que permite a execução isolada ou combinada de todos os movimentos anteriormente descritos. Possui três eixos equivalentes as três direções geométricas no espaço; é, portanto, tri-axial. ESQUELTO CEFÁLICO O esqueleto cefálico como um todo é geneticamente denominado “crânio”: compreende os ossos e respectivas articulações que envolvem o encéfalo – crânio neural ou crânio propriamente dito – e os que constituem o esqueleto da face – crânio facial – relacionados essencialmente com partes do sistema respiratório, digestório e sensorial. Neste livro será utilizado a nomenclatura anatômica internacional, indicando os ossos do crânio e da face (fig. 3.5 a 3.9) Ossos do Crânio: Frontal, corresponde essencialmente a fronte e possuí duas cavidades aéreas, os seios frontais, separados por um septo, e que se comunicam com a cavidade nasal. Parietais, direito e esquerdo, formam lateral e superiormente a calota abóboda craniana. Occipital, situado inferior e posteriormente, possui um grande forame para a passagem do neuro-eixo, e articula-se com a primeira vértebra cervical ou atlas. Temporais, direito e esquerdo, formados por três partes (petrosa, timpânica e escamosa), constituem as paredes laterais, do crânio. Na porção petrosa do temporal, na denominada cavidade do tímpano, situam-se os ossículos do ouvido – martelo, bigorna e estribo. Esfenóide, possuí um corpo, quatro asas e dois processos pterigoides; no corpo, onde existem duas cavidades, os seios esfenoidais direito e esquerdo separados por um septo, encontra-se a sela túrnica, na qual se aloja a hipófise; as asas pelos seus tamanhos, são designadas maiores e menores e os processos pterigoides, destacando-se entres as asas maiores e corpo, dirigem-se para baixo. Etmóide constitui o teto e parte das paredes laterais da cavidade nasal; é atravessado pelos filetes do nervo olfactório e apresenta as conchas nasais superiores e médias, além de pequenas cavidades grupadas, as células etmoidais anteriores e posteriores. Conchas nasais inferiores direita e esquerda, situadas nas paredes laterais da cavidade nasal, inferiormente as conchas etmoidais. Nasais direito e esquerdo, que formam o esqueleto ósseo de parte do dorso do nariz. Lacrimais direito e esquerdo, delimitam a fosse lacrimal. Vômer, que ocorre para formar o septo que separa a cavidade nasal em duas metades assimétricas, direita e esquerda. Ossos da face: Maxilas direita e esquerda, limitam inferiormente as correspondentes cavidades orbitais e separam, com os processos palatinos, a cavidades bucal da cavidade nasal; cada maxila possui uma cavidade própria, seio maxilar