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Questões sobre Kant

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QUESTÕES PROVA FILOSOFIA – KANT
1) Explique o que é liberdade para Kant.
	Kant desconsidera o senso comum de liberdade em que os indivíduos possuem a prerrogativa de fazerem tudo o que a lei não proíbe, pois afirma que não há liberdade quando uma ação é conduzida por apetites e desejos. Isso porque o agir de modo irracional implica em um retorno ao estado natural animalesco desprovido de racionalidade e, portanto, de liberdade. Agir racionalmente implica em pensar no próximo, de forma que se a ação for concretizada mediante interesse pessoal, esta já não será mais considerada racional.
	Assim, uma ação só pode ser considerada racional quando for proveniente da autonomia do indivíduo que opta por determinar o seu próprio agir. Ou seja, Kant compreende que, caso o motivo da ação seja determinado pela religião ou pelos sentimentos do sujeito, por exemplo, não se estará mais diante de uma situação de autonomia, mas de heteronomia. Em outras palavras, agir livremente é agir de forma autônoma.
2) Diferencie imperativo hipotético de imperativo categórico.
	Imperativo categórico
	Imperativo hipotético
	Dever
	Vontade
	Incondicional
	Condicional/consequencialista
	Prevalece em qualquer circunstância
	Ex: desejo x, então faço y
	Sem referência a nenhum propósito
	Aristóteles, Mill, Bentham, Hobbes e Hume
Fonte: caderno.
	Imperativo categórico
	Imperativo hipotético
	Ordena que uma ação seja realizada pelo seu valor intrínseco
	O cumprimento do dever é uma ordem condicionada pelo que de satisfatório ou proveitoso pode resultar do seu cumprimento
	Ordena que se cumpra o dever sempre por dever, ou seja, ordena que a vontade cumpra o dever exclusivamente motivada pelo que é correto fazer
	As ações que nele se baseiam são ações conformes ao dever, feitas a pensar nas consequências ou resultados de fazer o que é devido
	Ordena que se aja por dever
	As ações que cumprem o dever baseadas em interesses seguem máximas que não podem ser universalizadas
	Ordena que sejam imparciais e desinteressados, agindo segundo máximas que todos podem adotar
	As ações que cumprem o dever baseadas em interesses seguem máximas que não podem ser universalizadas
	Ordena que respeitemos o valor absoluto de cada ser racional nunca o reduzindo à condição de meio que nos é útil
	As ações conformes ao dever não respeitam absolutamente o que somos enquanto seres humanos
Fonte: http://jornaldefilosofia-diriodeaula.blogspot.com.br/2013/03/imperativo-categorico-e-imperativo.html
3) Explique no que consiste agir moralmente para Kant.
	Na esteira kantiana, agir moralmente significa agir de acordo com uma ação moral cujo objetivo seja pautado no motivo e não na consequência da mesma. A correta intenção é compreendida como um dever do indivíduo e que, por obedecer a moralidade, pode ser considerada como uma máxima a ser universalizada. 
4) Opine sobre utilitarismo e os direitos individuais. Justifique.
O utilitarismo não consegue respeitar os direitos individuais, porque o valor da soma das satisfações da coletividade é muito superior aos interesses do indivíduo por si só. Assim, para o utilitarista os indivíduos têm importância, mas apenas enquanto as preferencias de cada um forem consideradas em conjunto com as de todos os demais. E isso significa que a lógica utilitarista, se aplicada de forma consistente, poderia sancionar a violação do que consideramos normas fundamentais da decência e do respeito no trato humano, como na Roma Antiga ao jogar os cristãos aos leões para proporcionar prazer ao povo e também no caso dos terroristas serem torturados para adquirir informações que podem salvar milhares de pessoas.
5) Diferencie ética, direito e moral.
	De maneira superficial, pode-se afirmar que a ética corresponde ao conjunto de hábitos “universais” enquanto que a moral é compreendida como particular ao indivíduo. Assim, entende-se que o estudo da ética se destina a investigar os problemas da moral no campo da reflexão e o da moral, por sua vez, aos seus impasses no mundo prático.
	A moral, portanto, corresponde ao agir humano individual que pode ser influenciado tanto pela ética quanto pelo direito. Assim, a ética se pauta num dever determinado por um fator interno decorrente de uma liberdade de ação e da própria racionalidade do sujeito. Já o direito é exercido como resposta ao medo da punição da lei, ou seja, dentre todas as possibilidades conferidas pelo arbítrio ao indivíduo, este opta por agir de acordo com um fator externo.
	
	
	
MORAL
(agir humano)
	
	
	Liberdade de ação
	ÉTICA
	
	DIREITO
	Arbítrio: liberdade de ação tendo em vista as outras liberdades
	
	Móbil da ação: dever
	
	Móbil da ação: lei (medo da punição)
	
	
	Ação determinada por fator interno
	
	Ação determinado por fator externo
	
6) Comente sobre a dignidade e a pena de morte em Kant.
A dignidade da pessoa humana é considerada por Kant o valor mais inerente ao ser humano justamente por esse fato. A possibilidade de agir de acordo com a razão e de maneira autônoma é a justificativa utilizada para definir o ser humano como ser pensante e merecedor desse status. Assim, de maneira quase que absoluta, diz-se que as pessoas não podem ser utilizadas como meio, mas como fim em si mesmas. No entanto, Kant admite uma exceção à dignidade ao assumir uma postura de extremo rigor quanto à pena de morte, visto que o criminoso perde sua dignidade como cidadão a partir de sua ação contrária à lei, principalmente se cometer o crime de homicídio. Pode-se afirmar, então, que o aquele que tira a vida de outrem perde seu valor como ser humano e por isso Kant defende a aplicação da pena de morte nesses casos. No entanto, caso este não seja condenado à morte, o filósofo admite que o prisioneiro seja utilizado como meio através de trabalhos forçados, por exemplo. Assim, o criminoso perde sua liberdade exterior, honestidade, integridade e dignidade.
7) Diferencie direito das gentes e direito cosmopolita.
	Direito das gentes: trata da relação de um Estado com outro Estado e também da relação entre indivíduos de um Estado com os do outro. Kant estabelece a necessidade que as pessoas e os Estados têm de sair do estado de natureza, de modo que tanto um como o outro devem se submeter a leis coercitivas. A ideia central é a de que o Estado não conseguirá dar caráter verdadeiramente peremptório ao direito enquanto não for instituído um estado de paz e segurança jurídica entre os diferentes Estados. Ninguém pode dizer-se plenamente seguro em relação a seus direitos enquanto houver ameaça da guerra e da invasão por um inimigo externo. Isso, contudo, não leva Kant a sugerir a criação de um Estado mundial, em analogia com o Estado nacional.
	Direito cosmopolita: “direito dos cidadãos do mundo, que considera cada indivíduo não membro de seu Estado, mas membro, ao lado de cada Estado, de uma sociedade cosmopolita”. Assim, não se trata de um direito que diz respeito às relações dos Estados entre si (isso é objeto do Direito das Gentes), mas concerne às relações entre estados e indivíduos de outros países. Tal Direito reduz-se basicamente a um direito universal de visita que impõe a cada Estado o dever de admitir em seu território estrangeiros que possuam intenções pacíficas. Isso não significa que esses indivíduos possuam o direito de se estabelecer no território do Estado em questão ou de empreender relações comerciais com os habitantes locais. Em outras palavras, o direito cosmopolita parte do princípio de que todos têm o mesmo direito sobre o solo, o qual, originariamente, decorre do direito de liberdade.
8) Caracterize a ideia geral dos artigos preliminares da Paz Perpétua.
	Os artigos preliminares evidenciam condições negativas ao Estado para que sejam adotadas com o intuito de evitar conflitos futuros, mas não promovem a paz diretamente. Kant faz uma crítica ao direito à guerra, admitindo nesse estado de natureza entre os Estados e baseado na distinção entre guerra justa e guerra injusta.Primeiro: não deve considerar-se como válido nenhum tratado de paz que se tenha feito com a reserva secreta de elementos para uma guerra futura.
Segundo: nenhum Estado independente (grande ou pequeno) poderá ser adquirido por outro mediante herança, troca, compra ou doação.
Terceiro: os exércitos permanentes devem, com o tempo, desaparecer totalmente.
Quarto: não se devem emitir dívidas públicas em relação aos assuntos de política exterior.
Quinto: nenhum Estado deve se intrometer pela força na constituição e no governo de outro Estado.
Sexto: nenhum Estado em guerra com outro deve permitir hostilidades que tornem impossível a confiança mútua na paz futura.
9) Caracterize, de forma geral, os artigos definitivos da Paz Perpétua.
	Os artigos definitivos reúnem as condições necessárias para o estabelecimento de uma paz duradoura.	
Primeiro: a constituição civil em cada Estado deve ser republicana.
Segundo: o direito das gentes deve se basear numa federação de Estados livres.
Terceiro: o direito cosmopolita deve se limitar às condições da hospitalidade universal.
Artigo secreto: “as máximas dos filósofos sobre as condições de possibilidade da paz pública devem ser tomadas em consideração pelos Estados preparados para a guerra”. Kant defende que os Estado se interessem pelas máximas dos filósofos, valorizando a razão, no intuito de estabelecer a paz perpétua.
10) Comente sobre a influência da obra Paz Perpétua na Carta da ONU.
Relação Kant e Carta da ONU:
Ambos buscam a paz duradoura e mundial (a Carta apresenta propostas para que as nações saiam do estado de natureza).
Carta traduz a ideia de federação pacífica, que, para Kant, corresponde a uma associação que visa preservar e assegurar a liberdade de cada Estado em si mesmo, juntamente com a de outros Estados confederados.
Carta menciona expressamente a preservação da liberdade e da autonomia dos Estados; Kant entendia que a igualdade entre Estados é essencial para uma federação justa.
Carta propõe o desarmamento, pois Kant acredita que o exército e o aumento de poder bélico incitam os países a guerrear. A ONU traz a uma exceção ao uso de exércitos, no caso extremo de interesse mundial, sempre visando a paz.
Carta prevê necessidade de empregar mecanismo internacional para promover o progresso econômico e social de todos os povos, já que Kant afirma que motivos egoístas movidos pelo comércio e pela acumulação de riqueza acabam abalando a paz.
Carta condena o colonialismo. Kant defende o direito cosmopolita em que há hospitalidade ao estrangeiro, mas não há abusos.
Carta estabelece o princípio do não-intervencionismo por meio do reconhecimento da autodeterminação dos povos e da igualdade das nações. Kant admite exceção quando um Estado for dilacerado por uma guerra civil e restar apenas anarquia (ausência de Estado).
Carta – Conselho de Segurança da ONU: direito a uma aliança de vários Estados para a sua defesa comum contra quaisquer agressões externas ou internas, mas sem objetivar o ataque a outros Estados e a anexação de território.
Carta prevê que os tratados devem ser registrados e publicados pelo Secretariado – primeiro artigo preliminar da Paz Perpétua.
REFERÊNCIAS
GELAIN, Itamar Luís (Org.). Uma introdução à filosofia do direito. Ijuí: Unijuí, 2015. 367 p.
SALDANHA, Eduardo; ANDRADE, Melanie Merlin de. Immanuel Kant: idealismo e a carta da ONU. Curitiba: Juruá, 2008. 164 p.
SANDEL, Michael J.. Justiça: o que é fazer a coisa certa. 9. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012. 349 p.

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