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Já temos uma visão sobre a história da previdência no Brasil e sua estrutura. No Brasil, uma alternativa ao sistema oficial de previdência do governo é a Previdência Complementar. O mercado de trabalho do atuário, no Brasil, se concentra no sistema complementar de previdência. Estudaremos como funciona esse sistema e algumas formas de cálculo do sistema de previdência. 2 O que é Previdência Complementar ? A previdência complementar é um benefício opcional, que proporciona ao trabalhador um seguro previdenciário adicional, conforme sua necessidade e vontade. É uma aposentadoria contratada para garantir uma renda extra ao trabalhador ou a seu beneficiário. Os valores dos benefícios são aplicados pela entidade gestora, com base em cálculos atuariais. Além da aposentadoria, o participante normalmente tem à sua disposição proteção contra riscos de morte, acidentes, doenças, invalidez etc. No Brasil existem dois tipos de previdência complementar: a previdência aberta e a previdência fechada. 3 Ambas funcionam de maneira simples: durante o período em que o cidadão estiver trabalhando, paga todo mês uma quantia de acordo com a sua disponibilidade. O saldo acumulado poderá ser resgatado integralmente ou recebido mensalmente, como uma pensão ou aposentadoria tradicional. As instituições que trabalham com planos de previdência aberta são fiscalizadas pela Susep (Superintendência de Seguros Privados), do Ministério da Fazenda. Fonte: (os dois últimos slides foram retirados de: http://www.mpas.gov.br/sppc.php?id_spc=915) 4 Leis importantes que tratam da Previdência Complementar: 1977 A Lei n° 6.435, de 15 de julho de 1977, dispõe sobre previdência, privada aberta e fechada (complementar). 2001 Lei Complementar nº 108 Dispõe sobre a relação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e outras entidades públicas e suas respectivas entidades fechadas de previdência complementar, e dá outras providências. 5 2001 Lei Complementar 109 Dispõe sobre o Regime de Previdência Complementar e dá outras providências. 6 A previdência complementar no Brasil é baseada no regime de Capitalização e pode ser dividido em Previdência Complementar Aberta (administrado por uma Entidade de Previdência Complementar Aberta) ou Previdência Complementar Fechada (administrada por uma Entidade de Previdência Complementar Fechada). 7 Previdência Aberta EAPC – Entidade Aberta de Previdência Complementar As Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC) são instituições com fins lucrativos que administram planos individuais e coletivos de previdência. Podem ser contratadas por qualquer cidadão, mesmo que ele não tenha vínculo empregatício ou associativo. Geralmente, esses planos são mantidos por bancos, seguradoras e outras instituições financeiras em duas modalidades principais: o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), que oferecem benefícios como aposentadoria, renda e pecúlio por invalidez ou morte. As instituições que trabalham com planos de previdência aberta são fiscalizadas pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados). Fonte: http://www.brasil.gov.br/para/servicos/aposentadoria/previdencia-complementar/print 8 PGBL x VGBL A diferença básica entre o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) é a tributação. 9 PGBL x VGBL O VGBL tem a incidência de Imposto de Renda, retido na fonte, em 15% sobre os rendimentos obtidos e é proporcional ao valor que é retirado. Além disso, não traz o benefício de restituição no IR, por isso é mais indicado para quem não faz a declaração completa do tributo. Já o PGBL permite a dedução no IR limitado a 12% do total dos rendimentos tributáveis do contribuinte. E na hora de resgatar o dinheiro investido, a incidência de 15% do Imposto de Renda é sobre o saldo total, em outras palavras, o que foi investido mais os rendimentos. 10 Vantagens desses dois tipos: • Dedução no IR (de 12% da renda anual) no caso dos planos PGBL; • No caso dos planos VGBL, a tributação do IR se dá apenas no rendimento deste plano e não no montante aplicado, como ocorre no PGBL; • Torna-se uma poupança para a aposentadoria do investidor; • É possível resgatar o investimento antes do prazo final; • Opção de, ao término do período de pagamento, resgatar todo o investimento feito ou então mensalmente; • Em caso de falência da empresa, os investimentos feitos nela podem passar para outra instituição, o que diminui os riscos desta atividade; 11 • É possível migrar o plano de previdência para outra empresa, desde que seja a mesma categoria e • Beneficiário do plano não precisa ser necessariamente o investidor, mas alguém indicado por ele. Desvantagens: • Na hora do resgate de planos PGBL, o imposto pago é sobre o total investido; • É cobrada taxa de administração, além de carregamento (aporte de recurso) ou saída (resgate) dependendo da instituição em que o seguro foi contratado. Fonte: http://www.brasil.gov.br/sobre/economia/previdencia/previdencia-privada 12 A tributação pode seguir dois regimes, que o investidor opta no momento da adesão ao plano: o regime progressivo e o regime regressivo. No regime de tributação progressivo, a tributação segue a tabela progressiva mensal do imposto de renda pessoa física, com as faixas atualizadas anualmente, conforme segue: Fonte: http://idg.receita.fazenda.gov.br/ acesso-rapido/tributos/ irpf-imposto-de-renda-pessoa-fisica 13 Já no regime de tributação regressivo, existe vantagem tributária caso o investidor permaneça no plano durante um horizonte de tempo maior, uma vez que as alíquotas vão diminuindo de acordo com o tempo de aplicação 14 Fonte: Imagem tirada do site: https://www2.brasilprev.com.br/ht/previdenciasemmisterio/pordentro/acumulacao/Paginas/regime.aspx Dados sobre a tributação disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaFisica/IRPF/2014/perguntao/perguntas/pergunta-171.html Lei 11.053 de 29 de dezembro de 2004. Previdência Fechada As Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), mais conhecidas como fundos de pensão, são instituições sem fins lucrativos que mantêm planos de previdência coletivos. São permitidas exclusivamente aos empregados de uma empresa e aos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, entes denominados patrocinadores; e aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, denominados instituidores. 16 A fiscalização das EFPC é feita pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar – Previc e regulada pela Secretaria de Políticas de Previdência Complementar (SPPC), do Ministério da Previdência Social. Fonte: http://www.mpas.gov.br/sppc.php?id_spc=915 17 Na Lei Complementar 109 foram criados os seguintes Institutos: 1) Benefício Proporcional Diferido 2) Portabilidade 3) Autopatrocínio 4) Resgate 18 Plano de Benefício É um conjunto de regras, obrigações e direitos que dispõe sobre a forma de financiamento e pagamento de diferentes benefícios previdenciários. É elaborado pelas entidades de previdência, com o objetivo de atender às necessidades de cada grupo de trabalhador. Fonte: http://www.previdencia.gov.br/perguntas-frequentes/regime-complementar-rfpc/ ➢ Condições de admissão e saída dos participantes e beneficiários de cada plano de benefícios; ➢ período de carência, para concessão dos benefícios; ➢ requisitos para elegibilidade aos benefícios; Benefícios oferecidos aos participantes; conceitos, normas decálculo, índice e período do reajuste dos benefícios; data do cálculo e forma de pagamento dos benefícios; forma de cálculo para devolução das contribuições vertidas pelos participantes aos planos de benefícios, em caso de desligamento destes em razão da cessação do seu vínculo empregatício com a patrocinadora, desde que não seja elegível a qualquer benefício pelo plano; data certa dos repasses das contribuições das patrocinadoras e dos participantes para a respectiva entidade; indicação da taxa de juros utilizada na avaliação atuarial; Fonte: Instrução Normativa SPC nº 27. Site: http://www.previc.gov.br/a-previdencia-complementar-fechada/legislacao- especifica-1/instrucoes/2000/instrucao-normativa-spc-ndeg-27-de-21-de-maio-de-2001.pdf Os benefícios mais comuns oferecidos por um plano de previdência complementar são: 1.Aposentadoria programada 2.Aposentadoria por invalidez 3.Pensão por morte Planos de Benefício Os planos de Benefícios são classificados em três modalidades 1)Planos de Benefício Definido (BD) 2)Planos de Contribuição Definida (CD) 3)Planos de Contribuição Variável (CV) Art. 2º Entende-se por plano de benefício de caráter previdenciário na modalidade de benefício definido aquele cujos benefícios programados têm seu valor ou nível previamente estabelecidos, sendo o custeio determinado atuarialmente, de forma a assegurar sua concessão e manutenção. Art. 3° Entende-se por plano de benefícios de caráter previdenciário na modalidade de contribuição definida aquele cujos benefícios programados têm seu valor permanentemente ajustado ao saldo de conta mantido em favor do participante, inclusive na fase de percepção de benefícios, considerando o resultado líquido de sua aplicação, os valores aportados e os benefícios pagos. Art. 4º Entende-se por plano de benefícios de caráter previdenciário na modalidade de contribuição variável aquele cujos benefícios programados apresentem a conjugação das características das modalidades de contribuição definida e benefício definido. Um Fundo de Pensão pode investir, a princípio, em quatro grandes tipos de investimento: Renda Fixa; Renda Variável; Imóveis; Empréstimos e financiamentos imobiliários aos participantes. Para precificarmos bem o quanto custa um fundo de pensão, precisamos medir bem os riscos a que o fundo está sujeito. Nas contas atuariais, utilizamos algumas premissas ou hipóteses sobre o futuro. Você tem alguma ideia dos riscos associados a um plano de previdência? Econômicas Taxa de inflação de longo prazo; Ganho real dos investimentos; Indexador dos benefícios; Teto de benefício do sistema público; Vejamos o Relatório Focus do Banco Central: Biométricas Mortalidade de válidos; Entrada em invalidez; Mortalidade de inválidos; Rotatividade. Perspectiva: • Tradicional (freios biológicos e experiência de outros países); • Visionária (alterar os freios biológicos aumentando muito a expectativa de vida); • Empiricista (depende da observação e do combate a cada doença que pode causar a morte). Fonte: Os novos idosos brasileiros: Muito além dos 60? Capítulo 02. Composição familiar; Idade presumida de aposentadoria; Idade de entrada no emprego; Idade de adesão ao sistema público de aposentadoria. Idade de aposentadoria? Nesse curso apresentaremos uma simplificação do “modelo” que criaremos para a realidade. Para isso pensemos: em um seguro de vida, uma pessoa morre com certeza. Ou seja, não existe risco relacionado a esse evento. Sabemos também, pensando em um plano de previdência, que a pessoa irá falecer com certeza. Nesse caso, a incerteza está relacionada ao momento de morte. Ou seja, sabemos que iremos morrer, mas não sabemos quando iremos morrer. E para o fundo de pensão, qual a implicação a respeito do momento de morte do segurado? A implicação para uma seguradora (seguro de vida) e fundo de pensão é financeira. Deveremos, então, apresentar a teoria de Matemática Financeira que dará suporte aos cálculos atuariais. Foi utilizado como importante material as notas de aula do prof. Reinaldo Antônio Gomes Marques. 39 Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39
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