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60015ResumoAula3 P2DPenal

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Direito	
  Penal	
  –	
  Parte	
  Geral	
  
O	
  presente	
  material	
  constitui	
  resumo	
  elaborado	
  por	
  equipe	
  de	
  monitores	
  a	
  partir	
  da	
  aula	
  
ministrada	
   pelo	
   professor	
   em	
   sala.	
   Recomenda-­‐se	
   a	
   complementação	
   do	
   estudo	
   em	
   livros	
  
doutrinários	
  e	
  na	
  jurisprudência	
  dos	
  Tribunais.	
  
	
  
1	
  
www.cursoenfase.com.br 
	
  
Sumário	
  
2.	
   Os	
  Sistemas	
  de	
  Teoria	
  do	
  Delito............................................................................. 2	
  
2.1.	
   Conceitos	
  Gerais	
  (elementos	
  descritivos	
  x	
  valorativos)................................... 2	
  
2.2.	
   Sistema	
  Clássico	
  -­‐	
  Liszt	
  e	
  Beling	
  (cont.)............................................................ 2	
  
2.2.1.	
   Críticas	
  ao	
  Sistema	
  Clássico .......................................................................... 2	
  
2.3.	
   Sistema	
  Neoclássico......................................................................................... 4	
  
2.3.1.	
   Críticas	
  ao	
  Sistema	
  Neoclássico .................................................................... 6	
  
2.4.	
   Sistema	
  Finalista	
  -­‐	
  Welzel ................................................................................ 8	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Direito	
  Penal	
  –	
  Parte	
  Geral	
  
O	
  presente	
  material	
  constitui	
  resumo	
  elaborado	
  por	
  equipe	
  de	
  monitores	
  a	
  partir	
  da	
  aula	
  
ministrada	
   pelo	
   professor	
   em	
   sala.	
   Recomenda-­‐se	
   a	
   complementação	
   do	
   estudo	
   em	
   livros	
  
doutrinários	
  e	
  na	
  jurisprudência	
  dos	
  Tribunais.	
  
	
  
2	
  
www.cursoenfase.com.br 
Professora:	
  Ana	
  Paula	
  Viera	
  
	
  
	
  
2. Os	
  Sistemas	
  de	
  Teoria	
  do	
  Delito	
  
2.1. Conceitos	
  Gerais	
  (elementos	
  descritivos	
  x	
  valorativos)	
  
2.2. Sistema	
  Clássico	
  -­‐	
  Liszt	
  e	
  Beling	
  (cont.)	
  
A	
   imputabilidade,	
   como	
   não	
   é	
   um	
   vínculo	
   subjetivo	
   (intenção),	
   não	
   foi	
   possível	
  
enquadrá-­‐la	
  dentro	
  da	
  culpabilidade	
  –	
  como	
  seu	
  elemento.	
  Assim,	
  a	
  imputabilidade	
  era	
  vista	
  
como	
  um	
  pressuposto	
  da	
  culpabilidade.	
  
Para	
  que	
  o	
  sujeito	
  pudesse	
  agir	
  com	
  dolo	
  ou	
  culpa	
  deveria,	
  antes,	
  ser	
  imputável	
  –	
  o	
  
que	
  não	
  faz	
  sentido,	
  eis	
  que,	
  por	
  exemplo,	
  o	
  louco	
  age	
  com	
  dolo.	
  
Outro	
   conceito	
   fundamental	
  da	
  época	
  era	
  o	
  conceito	
  causal	
  de	
  ação	
   (realista).	
   Tal	
  
conceito,	
  resumidamente,	
  afirmava	
  que	
  a	
  ação	
  era	
  um	
  mero	
  processo	
  mecânico	
  de	
  causar	
  
um	
  resultado.	
  Um	
  conceito	
  inteiramente	
  objetivo.	
  
Aquilo	
   que	
   o	
   sujeito	
   pretendia	
   com	
   a	
   ação	
   não	
   entrava	
   como	
   elemento	
   para	
  
conceituá-­‐la	
  –	
  as	
  intenções	
  relacionavam-­‐se,	
  como	
  visto,	
  com	
  a	
  culpabilidade.	
  
	
  
2.2.1. Críticas	
  ao	
  Sistema	
  Clássico	
  
A	
   culpa	
   não	
   é	
   elemento	
   subjetivo	
   –	
   nela	
   não	
   interessa	
   a	
   intenção	
   do	
   agente.	
   Ao	
  
contrário,	
  é	
  elemento	
  objetivo;	
  o	
  tipo	
  culposo	
  tem	
  somente	
  elementos	
  objetivos.	
  
Exemplo1:	
  A	
  está	
  saindo	
  do	
  trabalho	
  e,	
  por	
  distração,	
  atropela	
  e	
  mata	
  B.	
  A	
  intenção	
  
de	
  A	
  não	
  interessa,	
  mas	
  tão	
  somente	
  a	
  forma	
  de	
  realização	
  da	
  conduta	
  –	
  no	
  caso,	
  A	
  agiu	
  de	
  
forma	
  descuidada.	
  
Ao	
   longo	
   do	
   desenvolvimento	
   do	
   sistema	
   clássico	
   não	
   havia	
   preocupação	
   com	
   o	
  
conteúdo	
   dos	
   elementos	
   (diferentemente	
   do	
   já	
   visto	
   no	
   primeiro	
   bloco	
   da	
   presente	
   aula	
  
“conteúdo	
  da	
  ilicitude”,	
  por	
  exemplo).	
  
Como	
   já	
  dito,	
  o	
   tipo	
  penal	
  era	
  composto	
  por	
  elementos	
  meramente	
  descritivos	
  e	
  a	
  
antijuridicidade	
  era	
  uma	
  mera	
  contradição	
  entre	
  a	
  conduta	
  e	
  a	
  norma.	
  	
  
Ademais,	
   diz-­‐se	
   que	
   na	
   culpabilidade	
   adotava-­‐se	
   a	
   concepção	
   psicológica	
   –	
  
culpabilidade	
  como	
  um	
  vínculo	
  subjetivo	
  entre	
  o	
  agente	
  e	
  o	
  resultado	
  (colo	
  e	
  culpa).	
  
Razões	
  da	
  decadência	
  do	
  sistema	
  clássico:	
  (i)	
  não	
  havia	
  como	
  explicar	
  os	
  elementos	
  
subjetivos	
  do	
  injusto	
  e	
  a	
  culpa	
  inconsciente;	
  (ii)	
  a	
  necessidade	
  de	
  mudança	
  do	
  método	
  	
  
Direito	
  Penal	
  –	
  Parte	
  Geral	
  
O	
  presente	
  material	
  constitui	
  resumo	
  elaborado	
  por	
  equipe	
  de	
  monitores	
  a	
  partir	
  da	
  aula	
  
ministrada	
   pelo	
   professor	
   em	
   sala.	
   Recomenda-­‐se	
   a	
   complementação	
   do	
   estudo	
   em	
   livros	
  
doutrinários	
  e	
  na	
  jurisprudência	
  dos	
  Tribunais.	
  
	
  
3	
  
www.cursoenfase.com.br 
O	
   que	
   tornou	
   o	
   Sistema	
   Clássico	
   ultrapassado	
   foi	
   a	
   percepção	
   de	
   que	
   o	
   método	
  
classificatório	
  e	
  a	
  aversão	
  às	
  valorações	
  não	
  funcionava	
  bem	
  na	
  prática	
  e	
  não	
  fazia	
  sentido.	
  
A	
   ideia	
   de	
   utilizar	
   um	
   método	
   classificatório	
   próprio	
   das	
   ciências	
   naturais	
   para	
  
estudar	
   o	
   Direito	
   –	
   uma	
   ciência	
   essencialmente	
   valorativa	
   –	
   não	
   poderia	
   produzir	
   bons	
  
resultados.	
  
A	
   necessidade	
   da	
   utilização	
   de	
   métodos	
   valorativos	
   para	
   a	
   resolução	
   de	
   casos	
  
concretos	
  com	
  justiça	
  se	
  impôs.	
  
A	
  doutrina	
  percebeu	
  que	
  a	
  mera	
  divisão	
  entre	
  elementos	
  objetivos	
  e	
  subjetivos	
  (no	
  
primeiro	
  o	
  injusto	
  e	
  no	
  segundo	
  a	
  culpabilidade),	
  não	
  atendia	
  as	
  necessidades	
  práticas,	
  pois	
  
alguns	
  tipos	
  exigiam	
  uma	
  intenção	
  especial	
  do	
  agente.	
  
Tais	
   intenções	
   especiais	
   não	
   se	
   confundem	
   com	
   o	
   dolo,	
   eis	
   que	
   o	
   dolo	
   é	
   a	
   mera	
  
vontade	
  de	
  realizar	
  o	
  tipo	
  objetivo.	
  Na	
  verdade,	
  as	
   intenções	
  especiais	
  são	
   intenções	
  além	
  
do	
  dolo	
  e	
  que	
   residiam	
  no	
  próprio	
   tipo	
  penal,	
   isto	
   é,	
   era	
  o	
   tipo	
  quem	
  as	
  previa.	
   Por	
   isso,	
  
impossível	
  extrair	
  as	
  intenções	
  especiais	
  do	
  injusto.	
  
Esta	
  foi	
  a	
  primeira	
  fratura	
  no	
  sistema	
  de	
  divisão	
  entre	
  objetivo	
  e	
  subjetivo	
  (injusto	
  e	
  
culpabilidade).	
  
Exemplo2:	
   nos	
   crimes	
  de	
   injúria,	
   calúnia	
   e	
   difamação,	
   além	
  da	
   vontadede	
   falar	
   ou	
  
escrever	
   a	
   ofensa,	
   há	
   a	
   necessidade	
   de	
   intenção	
   especial:	
   a	
   de	
   menosprezar/humilhar	
   a	
  
vítima.	
   Tanto	
   é	
   que,	
  mesmo	
   se	
   a	
   conduta	
   for	
   realizada	
   com	
  dolo,	
   o	
   tipo	
   leva	
   em	
   conta	
   o	
  
animus	
  jocandi.	
  
Exemplo3:	
   culpa	
   inconsciente	
   não	
   possui	
   qualquer	
   elemento	
   subjetivo.	
   Como	
  
poderia,	
  então,	
  na	
  divisão	
  dos	
  elementos	
  pelo	
  sistema	
  	
  clássico,	
  residir	
  na	
  culpabilidade	
  (isto	
  
é,	
  no	
  lado	
  subjetivo)?	
  
Percebeu-­‐se,	
   assim,	
   que	
   esse	
   sistema	
  neutro	
   avesso	
   às	
   valorações	
   não	
   conseguia	
  
resolver	
  problemas	
  práticos	
  importantes.	
  
Um	
  autor	
  chamado	
  Frank,	
  na	
  Alemanha	
  de	
  1907,	
  percebeu	
  que,	
  em	
  algns	
  casos,	
  para	
  
fazer	
  justiça	
  seria	
  necessário	
  analisar	
  se	
  o	
  agente	
  cometeu	
  o	
  crime	
  diante	
  de	
  circunstâncias	
  
absolutamente	
  excepcionais,	
  que	
  transformavam	
  sua	
  conduta	
  em	
  algo	
  razoável.	
  
Se	
  fosse	
  o	
  caso,	
  as	
  circunstâncias	
  faziam	
  com	
  que	
  fosse	
  inexigível	
  um	
  comportamento	
  
diverso	
  da	
  parte	
  do	
  agente.	
  
No	
   Sistema	
   Clássico	
   não	
   havia	
   espaço	
   para	
   analisar	
   circunstâncias	
   anormais	
  
(diferentes	
  de	
  legítima	
  defesa,	
  ou	
  estado	
  de	
  necessidade,	
  por	
  exemplo).	
  
Necessário	
   pontuar	
   que	
   tal	
   situação	
   ocorreu	
  muito	
   na	
   Alemanha	
   com	
  o	
   estado	
   de	
  
necessidade	
   exculpante,	
   pois	
   até	
   então	
   somente	
   se	
   admitia	
   o	
   estado	
   de	
   necessidade	
  
justificante	
  (aquele	
  no	
  qual	
  se	
  ataca	
  um	
  interesse	
  de	
  menor	
  valor	
  para	
  proteger	
  um	
  de	
  maior	
  
Direito	
  Penal	
  –	
  Parte	
  Geral	
  
O	
  presente	
  material	
  constitui	
  resumo	
  elaborado	
  por	
  equipe	
  de	
  monitores	
  a	
  partir	
  da	
  aula	
  
ministrada	
   pelo	
   professor	
   em	
   sala.	
   Recomenda-­‐se	
   a	
   complementação	
   do	
   estudo	
   em	
   livros	
  
doutrinários	
  e	
  na	
  jurisprudência	
  dos	
  Tribunais.	
  
	
  
4	
  
www.cursoenfase.com.br 
valor:	
  patrimônio	
  x	
  vida).	
  Porém,	
  uma	
  situação	
  que	
  envolvesse	
  vida	
  x	
  vida	
  não	
  encontrava	
  
previsão	
  na	
  legislação.	
  
Outra	
  situação	
  de	
  anormalidade	
  das	
  circunstâncias	
  não	
  prevista	
  no	
  Sistema	
  Clássico	
  é	
  
o	
  excesso	
  exculpante	
   (o	
  agente	
  se	
  excede	
  na	
   legítima	
  defesa,	
  mas	
  o	
  faz	
  por	
  estar	
  vivendo	
  
uma	
  situação	
  de	
  medo/pânico	
  tão	
  terrível	
  que	
  dele	
  não	
  se	
  pode	
  exigir	
  precisão	
  no	
  cálculo	
  da	
  
medida	
  tomada	
  em	
  sua	
  defesa).	
  
Frank,	
  então,	
  introduz	
  um	
  elemento	
  valorativo	
  (juízo	
  de	
  valor	
  puro)	
  na	
  culpabilidade:	
  
a	
  exigibilidade	
  de	
  conduta	
  diversa.	
  
	
  
2.3. Sistema	
  Neoclássico	
  
Neste	
  momento	
  e	
  a	
  partir	
  das	
  supracitadas	
  críticas,	
  começa-­‐se	
  a	
   falar	
  em	
  um	
  novo	
  
Sistema:	
  o	
  Neoclássico.	
  
Esquema:	
  Sistema	
  Neoclássico	
  (e	
  concepção	
  psicológico	
  normativa	
  da	
  culpabilidade).	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Relembrando,	
   no	
   Sistema	
   Clássico,	
   dentro	
   da	
   culpabilidade	
   já	
   se	
   encontrava	
   a	
  
imputabilidade,	
   bem	
   como	
   o	
   dolo	
   (adiante	
   será	
   melhor	
   detalhado	
   o	
   acréscimo	
   da	
  
consciência	
  de	
  ilicitude)	
  e	
  também	
  a	
  culpa.	
  
Frank	
  adicionou	
  um	
  quarto	
  elemento,	
  fazendo	
  com	
  que	
  a	
  culpabilidade	
  deixasse	
  de	
  
ser	
  mero	
  vínculo	
  subjetivo	
  entre	
  agente	
  e	
  resultado,	
  permitindo	
  que	
  fosse	
  possível	
  estudar	
  
em	
  cada	
  caso	
  concreto	
  a	
  anormalidade	
  das	
  condições	
  em	
  que	
  a	
  conduta	
  tenha	
  sido	
  realizada	
  
(na	
  prática	
  autorizando,	
  em	
  alguns	
  casos,	
  a	
  absolvição	
  do	
  agente).	
  
Essa	
   ideia	
  de	
   introduzir	
  um	
  novo	
  elemento	
  valorativo	
   só	
   foi	
  possível	
  porque	
  houve	
  
uma	
  mudança	
  na	
  mentalidade	
  da	
  época,	
  isto	
  é,	
  na	
  forma	
  de	
  pensar	
  o	
  Direito.	
  
Para	
   ilustrar	
  a	
  questão,	
  a	
  Professora	
   imagina	
  a	
   imagem	
  de	
  um	
  pêndulo	
  que	
   faz	
  um	
  
movimento	
  de	
  aproximação	
  e	
  afastamento	
  dos	
  valores.	
  É	
  dizer:	
  ora	
  o	
  pensamento	
  humano	
  
no	
  Direito	
  Penal	
  se	
  afasta,	
  desconfiando	
  dos	
  valores,	
  ora	
  se	
  aproxima.	
  
Injusto	
  
1)	
  Imputabilidade	
  
	
  
2)	
  Dolo	
  +	
  consciência	
  da	
  
ilicitude	
  
	
  
3)	
  Culpa	
  
	
  
4)	
  Exigibilidade	
  de	
  
conduta	
  diversa	
  
	
  
Culpabilidade	
  
	
  
Ação	
  
+	
  
Relação	
  de	
  Causalidade	
  
+	
  
Resultado	
  
Direito	
  Penal	
  –	
  Parte	
  Geral	
  
O	
  presente	
  material	
  constitui	
  resumo	
  elaborado	
  por	
  equipe	
  de	
  monitores	
  a	
  partir	
  da	
  aula	
  
ministrada	
   pelo	
   professor	
   em	
   sala.	
   Recomenda-­‐se	
   a	
   complementação	
   do	
   estudo	
   em	
   livros	
  
doutrinários	
  e	
  na	
  jurisprudência	
  dos	
  Tribunais.	
  
	
  
5	
  
www.cursoenfase.com.br 
O	
   momento	
   do	
   Sistema	
   Neoclássico	
   reflete	
   exatamente	
   esta	
   aproximação	
   dos	
  
valores	
  pelos	
  juristas,	
  insatisfeitos	
  com	
  a	
  falta	
  de	
  solução	
  do	
  Sistema	
  Clássico	
  para	
  algumas	
  
situações	
  concretas.	
  
Portanto,	
  a	
  mudança	
  mais	
  importante	
  entre	
  o	
  Clássico	
  e	
  o	
  Neoclássico	
  é	
  a	
  mudança	
  
de	
  método,	
  pois	
  o	
  segundo	
  dá	
  importância	
  às	
  valorações,	
  impregnando	
  o	
  sistema	
  jurídico	
  de	
  
juízos	
  valorativos	
  e	
  criando	
  novos	
  elementos	
  de	
  natureza	
  valorativa.	
  
Daí	
  a	
  inserção	
  da	
  Exigibilidade	
  de	
  conduta	
  diversa	
  –	
  exclusivamente	
  valorativa.	
  
A	
   culpabilidade	
   passou	
   a	
   ter	
   elementos	
   psicológicos	
   (dolo),	
   mas	
   também	
  
normativos.	
  A	
  imputabilidade	
  deixou	
  de	
  ser	
  um	
  pressuposto	
  e	
  passou	
  a	
  ser	
  um	
  elemento	
  –	
  
eis	
  que	
  não	
  há	
  mais	
  a	
  dificuldade	
  imposta	
  pelo	
  Sistema	
  Clássico,	
  em	
  que	
  a	
  culpabilidade	
  era	
  
formada	
  somente	
  de	
  elementos	
  subjetivos.	
  
Como	
  dito,	
  a	
  imputabilidade	
  passou	
  a	
  ser	
  um	
  elemento	
  normativo	
  da	
  culpabilidade,	
  
como	
   a	
   culpa	
   e	
   a	
   exigibilidade.	
   Com	
   isso,	
   a	
   nova	
   concepção	
   da	
   culpabilidade	
   passou	
   a	
  
denominar-­‐se	
  concepção	
  psicológico-­‐normativa	
  (psicológicos	
  =	
  da	
  intenção;e	
  normativos	
  =	
  
que	
  fazem	
  um	
  juízo	
  de	
  valor).	
  
O	
  dolo,	
  nesta	
  época,	
  estava	
  acoplado	
  à	
  consciência	
  da	
  ilicitude	
  (cabendo	
  mencionar	
  
que	
  hoje	
  já	
  não	
  mais	
  se	
  entende	
  assim).	
  O	
  dolo	
  era	
  denominado	
  dolos	
  malus:	
  somente	
  agia	
  
com	
  dolo	
   quem	
   tivesse	
   consciência	
   da	
   proibição	
   (na	
   concepção	
   atual,	
   dolo	
   é	
   uma	
   coisa	
   e	
  
consciência	
  da	
  proibição	
  é	
  outra	
  –	
  o	
  tema	
  será	
  aprofundado	
  em	
  momento	
  oportuno).	
  
Por	
  outro	
  lado,	
  o	
  conceito	
  de	
  ação	
  ainda	
  obedecia	
  à	
  concepção	
  do	
  Sistema	
  Clássico,	
  
permanecendo	
  o	
  entendimento	
  da	
  ação	
  como	
  causal.	
  	
  
Pelo	
  exposto,	
  conclui-­‐se	
  que	
  a	
  grande	
  virada	
  do	
  Sistema	
  Clássico	
  para	
  o	
  Neoclássico	
  
foi	
   de	
   método	
   de	
   estudo	
   do	
   Direito	
   Penal,	
   com	
   a	
   reaproximação	
   e	
   redescoberta	
   dos	
  
valores/juízos	
  de	
  valor	
  dentro	
  da	
  Teoria	
  do	
  Delito.	
  
Assim,	
  todos	
  os	
  elementos	
  da	
  Teoria	
  foram	
  impregnados	
  por	
  juízos	
  de	
  valor	
  e,	
  em	
  
seguida,	
   foram	
   criados	
   novos	
   elementos	
   valorativos	
   tais	
   como	
   a	
   exigibilidade	
   de	
   conduta	
  
diversa.	
  
Observação1:	
   como	
   nem	
   todos	
   os	
   autores	
   tratam	
   do	
   tema	
   com	
   tamanho	
   cuidado,	
  
interessa	
   indicar	
   a	
   leitura	
   das	
   obras	
   de	
   Paulo	
   César	
   Busato	
   e	
   Fernando	
  Galvão	
   quanto	
   ao	
  
tema.	
  Ainda,	
  há	
  um	
  artigo	
  do	
  Luis	
  Greco	
  no	
  n°.	
  32	
  da	
  Revista	
  Brasileira	
  de	
  Ciências	
  Criminais.	
  
No	
  período	
  Neoclássico	
  houve	
  uma	
  busca	
  pela	
  fundamentação	
  material	
  dos	
  diversos	
  
institutos	
  e	
  categorias.	
  Tal	
  busca	
  se	
  traduz	
  na	
  investigação	
  do	
  conteúdo	
  dos	
  elementos.	
  
Observação2:	
   buscar	
   fundamentação	
   material	
   significa	
   perguntar,	
   por	
   exemplo,	
   o	
  
que	
  se	
  estuda	
  na	
  tipicidade?	
  Ou,	
  o	
  que	
  se	
  estuda	
  na	
   ilicitude?	
  Da	
  mesma	
  forma,	
  o	
  que	
  se	
  
estuda	
  na	
  culpabilidade?	
  
Direito	
  Penal	
  –	
  Parte	
  Geral	
  
O	
  presente	
  material	
  constitui	
  resumo	
  elaborado	
  por	
  equipe	
  de	
  monitores	
  a	
  partir	
  da	
  aula	
  
ministrada	
   pelo	
   professor	
   em	
   sala.	
   Recomenda-­‐se	
   a	
   complementação	
   do	
   estudo	
   em	
   livros	
  
doutrinários	
  e	
  na	
  jurisprudência	
  dos	
  Tribunais.	
  
	
  
6	
  
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É	
  neste	
  momento	
  que	
  a	
   culpabilidade,	
  por	
  exemplo,	
  passa	
  a	
   ser	
  entendida	
   como	
  
juízo	
  de	
  reprovação	
  –	
  concepção	
  adotada	
  até	
  hoje.	
  
Então,	
  a	
  busca	
  pelo	
  conteúdo	
  de	
  cada	
  elemento,	
  em	
  oposição	
  ao	
  Sistema	
  Clássico	
  
que	
  os	
  considerava	
  meramente	
  formais,	
  é	
  um	
  mérito	
  do	
  Sistema	
  Neoclássico.	
  
	
  Importante	
  comentar	
  que	
  a	
  base	
  filosófica	
  do	
  Sistema	
  Neoclássico	
  é	
  o	
  neokantismo	
  
de	
  Baden	
  –	
  posição	
  filosófica	
  predominante	
  para	
  o	
  pensamento	
  da	
  época.	
  
Em	
  consequência	
  do	
  pensamento	
  neoclássico	
  houve,	
  e	
  a	
  afirmação	
  do	
  injusto,	
  o	
  ato	
  
passa	
  a	
  ser	
  valorado	
  sob	
  o	
  aspecto	
  de	
  sua	
  lesividade	
  social.	
  Neste	
  momento,	
  para	
  um	
  fato	
  
ser	
  considerado	
  típico	
  e	
  ilícito	
  a	
  conduta	
  deveria	
  ser	
  socialmente	
  lesiva.	
  
Ao	
   afirmar	
   que	
   a	
   conduta	
   deve	
   ser	
   socialmente	
   lesiva,	
   abre-­‐se	
   a	
   possibilidade	
   de	
  
desenvolvimento	
   de	
   diversos	
   Princípios	
   que	
   demosntrarão	
   quando	
   há	
   ou	
   quando	
   não	
   há	
  
lesividade.	
  
Exemplo1:	
  Princípio	
  da	
  Insignificância.	
  
Exemplo2:	
  Princípio	
  da	
  Adequação	
  Social	
  da	
  Conduta.	
  
Nos	
  dois	
  exemplos	
  acima,	
  os	
  Princípios	
  foram	
  desenvolvidos	
  a	
  partir	
  do	
  momento	
  em	
  
que	
  os	
  juristas	
  entenderam	
  que	
  não	
  basta	
  tão	
  somente	
  a	
  conduta	
  ser	
  típica	
  e	
  não	
  estarem	
  
presentes	
  a	
  legítima	
  defesa	
  e	
  estado	
  de	
  necessidade.	
  Necessário	
  também	
  que	
  a	
  conduta	
  seja	
  
lesiva	
  socialmente.	
  
Exemplo3:	
  Furar	
  a	
  orelha.	
  A	
  solução	
  está	
  na	
  afirmação	
  de	
  que	
  o	
  injusto	
  deve	
  ser	
  algo	
  
socialmente	
  lesivo.	
  Furar	
  a	
  orelha	
  não	
  é	
  conduta	
  socialmente	
  lesiva.	
  
A	
   afirmação	
   permite,	
   inclusive,	
   o	
   desenvolvimento	
   de	
   outros	
   princípios	
   que	
   não	
  
estejam	
  na	
  lei	
  e	
  que	
  serão	
  de	
  grande	
  auxílio	
  para	
  identificar	
  uma	
  conduta	
  típica	
  e	
  ilícita.	
  
Enquanto	
  o	
  injusto	
  para	
  os	
  neoclássicos	
  é	
  lesividade	
  social,	
  a	
  culpabilidade	
  é	
  juízo	
  de	
  
reprovação.	
  
Enfim,	
   o	
  mérito	
   do	
   Sistema	
   Neoclássico	
   foi	
   a	
   reaproximação	
   dos	
   valores,	
   afinal,	
   o	
  
Direito	
  Penal	
  não	
  faz	
  parte	
  das	
  ciências	
  naturais,	
  mas	
  sim	
  das	
  ciências	
  humanas.	
  Como	
  tal,	
  
precisa	
  dos	
  juízos	
  de	
  valor	
  para	
  chegar	
  a	
  resultados	
  justos.	
  
	
  
2.3.1. Críticas	
  ao	
  Sistema	
  Neoclássico	
  
Durante	
   este	
   período	
   histórico,	
   acreditava-­‐se	
   no	
   que	
   ficou	
   conhecido	
   como	
  
relativismo	
  valorativo.	
  Isto	
  é,	
  a	
  ideia	
  de	
  que	
  não	
  há	
  valores	
  “mais	
  corretos”	
  que	
  outros.	
  
Tal	
   situação	
   gerava	
   muita	
   insegurança,	
   pois	
   para	
   se	
   fazer	
   valorações	
   chegando	
   a	
  
resultados	
  seguros	
  é	
  imprescindível	
  que	
  o	
  sistema	
  conte	
  com	
  diretrizes	
  valorativas.	
  
Direito	
  Penal	
  –	
  Parte	
  Geral	
  
O	
  presente	
  material	
  constitui	
  resumo	
  elaborado	
  por	
  equipe	
  de	
  monitores	
  a	
  partir	
  da	
  aula	
  
ministrada	
   pelo	
   professor	
   em	
   sala.	
   Recomenda-­‐se	
   a	
   complementação	
   do	
   estudo	
   em	
   livros	
  
doutrinários	
  e	
  na	
  jurisprudência	
  dos	
  Tribunais.	
  
	
  
7	
  
www.cursoenfase.com.br 
A	
   falta	
   destas	
   diretrizes	
   é,	
   assim,	
   fonte	
   de	
   grande	
   insegurança	
   jurídica	
   e,	
   por	
   isso,	
  
fonte	
  também	
  de	
  críticas	
  ao	
  Sistema	
  Neoclássico.	
  
Exemplo1:	
  no	
  Rio	
  de	
   Janeiro,	
  por	
  muitos	
   anos,	
   foi	
   recorrente	
  o	
  uso	
  de	
  passaportes	
  
falsos	
  por	
  mineiros.	
  Havia	
  uma	
  quadrilha	
  de	
  falsificadores	
  que	
  tinha	
  ramificações	
  dentro	
  da	
  
polícia	
   federal	
   do	
   Rio.	
   Entretanto,	
   as	
   investigações	
   pareciam	
   apenasalcançar	
   os	
  mineiros	
  
que	
   eram	
   deportados	
   –	
   as	
   demais	
   figuras	
   responsáveis	
   pela	
   falsificação	
   nunca	
   eram	
  
investigadas.	
  
Percebendo	
   a	
   situação,	
   os	
   Juízes	
   começaram	
   a	
   absolver	
   os	
   mineiros	
   com	
   base	
   na	
  
inexigibilidade	
   de	
   conduta	
   diversa	
   como	
   causa	
   de	
   exclusão	
   de	
   culpabilidade	
   (até	
   porque,	
  
trata-­‐se	
  de	
  juízo	
  valorativo	
  bastante	
  aberto).	
  
Para	
  os	
  magistrados,	
  as	
   condições	
  de	
  crise	
  econômica	
  e	
  dificuldades	
   financeiras	
  no	
  
Brasil	
   justificariam	
  a	
  tentativa	
  de	
  sair	
  do	
  país	
  em	
  busca	
  de	
  melhores	
  condições	
  de	
  vida	
  (do	
  
chamado	
  “sonho	
  americano”,	
  por	
  exemplo).	
  
Contudo,	
  para	
  utilizar	
  juízo	
  valorativo	
  tão	
  aberto	
  faz-­‐se	
  necessário	
  alguma	
  diretriz,	
  de	
  
modo	
   que	
   não	
   ocorra	
   tratamento	
   diferenciado	
   para	
   diferentes	
   agentes	
   que	
   praticam	
   a	
  
mesma	
  conduta	
  sob	
  as	
  mesmas	
  condições.	
  
Observação2:	
   mais	
   adiante	
   neste	
   curso,	
   será	
   possível	
   observar	
   que	
   Roxin	
   deu	
  
diretrizes	
   valorativas	
   fundamentais	
   para	
   o	
   estudo	
   de	
   casos	
   de	
   inexigibilidade	
   na	
  
culpabilidade.	
  Antecipando	
  resumidamente	
  o	
  tema,	
  a	
  ideia	
  de	
  Roxin	
  é	
  de	
  que	
  somente	
  fará	
  
sentido	
  reconhecer	
   inexigibilidade	
  quando	
  não	
  houver	
  a	
  necessidade	
  preventiva	
  da	
  pena	
  
(prevenção	
   geral).	
   É	
   dizer:	
   a	
   inexigibilidade	
   só	
   terá	
   sentido	
   se	
   não	
   gerar,	
   no	
   seio	
   da	
  
sociedade,	
  um	
  estímulo	
  ao	
  cometimento	
  de	
  novos	
  crimes.	
  
Diante	
  do	
  quadro	
  descrito	
  no	
  Exemplo1,	
   o	
   STJ	
   reformou	
  as	
  decisões	
  de	
   absolvição,	
  
afirmando	
  que	
  não	
  se	
  aplica	
  a	
  tais	
  casos	
  a	
  inexigibilidade	
  de	
  conduta	
  diversa.	
  	
  
A	
  lição	
  que	
  este	
  caso	
  concreto	
  traz	
  é	
  a	
  seguinte:	
  se	
  nos	
  anos	
  90	
  (período	
  em	
  que	
  tais	
  
crimes	
   eram	
   recorrentes)	
   houvesse	
   uma	
   clara	
   diretriz	
   valorativa	
   para	
   a	
   aplicação	
   da	
  
inexigibilidade	
   em	
   tal	
   situação,	
   o	
   direito	
   teria	
   sido	
   aplicado	
   de	
   forma	
   mais	
   uniforme	
   e	
  
segura.	
  
Muito	
  embora	
  o	
  exemplo	
  seja	
  relativamente	
  recente	
  (isto	
  é,	
  não	
  tenha	
  ocorrido	
  na	
  
época	
   em	
   que	
   vigorou	
   o	
   pensamento	
   neoclássico),	
   foi	
   suficiente	
   para	
   permitir	
   que	
   se	
  
visualizasse	
  a	
  diferença	
  prática	
  de	
  um	
  sistema	
  valorativo	
  com	
  e	
  sem	
  diretrizes	
  valorativas.	
  
	
  
Direito	
  Penal	
  –	
  Parte	
  Geral	
  
O	
  presente	
  material	
  constitui	
  resumo	
  elaborado	
  por	
  equipe	
  de	
  monitores	
  a	
  partir	
  da	
  aula	
  
ministrada	
   pelo	
   professor	
   em	
   sala.	
   Recomenda-­‐se	
   a	
   complementação	
   do	
   estudo	
   em	
   livros	
  
doutrinários	
  e	
  na	
  jurisprudência	
  dos	
  Tribunais.	
  
	
  
8	
  
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2.4. Sistema	
  Finalista	
  -­‐	
  Welzel	
  
Com	
  as	
  críticas	
  à	
  insegurança	
  do	
  Sistema	
  Neoclássico,	
  o	
  pêndulo	
  novamente	
  se	
  afasta	
  
das	
  noções	
  valorativas.	
  Assim	
  como	
  o	
  Sistema	
  Clássico,	
  o	
  Sistema	
  Finalista	
  é	
  caracterizado	
  
por	
  uma	
  desconfiança	
  das	
  valorações.	
  
Cabe	
  frisar	
  que,	
  não	
  obstante	
  mantenha	
  a	
  característica	
  de	
  se	
  afastar	
  das	
  valorações,	
  
o	
  Sistema	
  Finalista	
  é	
  muito	
  diferente	
  do	
  Sistema	
  Clássico.	
  
Assim,	
  os	
   finalistas	
  pretendem	
   impor	
  alguns	
   limites	
  às	
  valorações	
  dos	
   intérpretes	
  e	
  
dos	
   operadores	
   do	
  direito	
   em	
   função	
  dos	
   excessos	
   cometidos	
   no	
   Sistema	
  Neoclássico	
   e	
   a	
  
falta	
  de	
  diretrizes	
  seguras	
  que,	
  como	
  exposto	
  anteriormente,	
  geraram	
  insegurança	
  jurídica.	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Primeiramente,	
   importante	
   observar	
   ao	
   estudar	
   os	
   manuais	
   de	
   Direito	
   Penal	
  
brasileiros	
  pode-­‐se	
  ficar	
  com	
  a	
  impressão	
  de	
  que	
  a	
  mudança	
  do	
  Sistema	
  Neoclássico	
  para	
  o	
  
finalista	
  ocorreu	
  exclusivamente	
  porque	
  houve	
  uma	
  mudança	
  no	
  conceito	
  de	
  ação,	
  
Tal	
   entendimento	
   é	
   parcialmente	
   verdadeiro,	
   eis	
   que	
   genuinamente	
   o	
   Sistema	
  
Finalista	
   criou	
   um	
   novo	
   conceito	
   da	
   ação	
   (conceito	
   final	
   de	
   ação	
   –	
   daí	
   o	
   nome	
   Sistema	
  
Finalista).	
  
Antes	
   do	
   Sistema	
   Finalista,	
   tanto	
   Clássico	
   quanto	
   Neoclássico	
   trabalhavam	
   com	
   o	
  
conceito	
  causal	
  de	
  ação	
  –	
  processo	
  mecânico	
  de	
  causar	
  um	
  resultado	
  (elemento	
  puramente	
  
objetivo,	
  sem	
  características	
  objetivas).	
  
	
  Nascido	
  entre	
  os	
  anos	
  de	
  1930	
  e	
  1940,	
  o	
  Finalismo	
  trouxe	
  um	
  novo	
  conceito	
  de	
  ação.	
  
Porém,	
  antes	
  de	
  se	
  falar	
  nisso,	
  necessário	
  pontuar	
  que	
  o	
  Finalismo	
  trouxe	
  um	
  novo	
  método.	
  
É	
  concebido,	
  portanto,	
  a	
  partir	
  de	
  uma	
  nova	
  visão	
  sobre	
  o	
  método	
  de	
  se	
  estudar	
  o	
  Direito	
  
Penal.	
  
Para	
   o	
   método	
   finalista,	
   existem	
   certas	
   estruturas	
   da	
   natureza	
   que	
   devem	
   ser	
  
respeitadas	
   pelo	
   legislador	
   e	
   trazidas	
   para	
   dentro	
   do	
   Direito	
   Penal	
   para	
   solucionar	
  
problemas	
   jurídicos.	
   O	
   legislador,	
   portanto,	
   não	
   é	
   livre	
   para	
   criar	
   tudo	
   que	
   quiser,	
   pois	
  
algumas	
  coisas	
  já	
  estão	
  na	
  natureza	
  e	
  devem	
  ser	
  respeitadas.	
  
Injusto	
  
Ação	
  
+	
  
Relação	
  de	
  Causalidade	
  
+	
  
Resultado	
  
	
  
Dolo	
  e	
  culpa	
  
Culpabilidade	
  
1)	
  Imputabilidade	
  
	
  
2)	
  Potecial	
  consciência	
  da	
  
ilicitude	
  
	
  
3)	
  Exigibilidade	
  de	
  
conduta	
  diversa	
  
	
  
Direito	
  Penal	
  –	
  Parte	
  Geral	
  
O	
  presente	
  material	
  constitui	
  resumo	
  elaborado	
  por	
  equipe	
  de	
  monitores	
  a	
  partir	
  da	
  aula	
  
ministrada	
   pelo	
   professor	
   em	
   sala.	
   Recomenda-­‐se	
   a	
   complementação	
   do	
   estudo	
   em	
   livros	
  
doutrinários	
  e	
  na	
  jurisprudência	
  dos	
  Tribunais.	
  
	
  
9	
  
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A	
  tais	
  estruturas	
  os	
   finalistas	
  denominam	
  de	
   lógico-­‐reais.	
  As	
  estruturas	
   lógico	
  reais	
  
devem	
  ser	
  respeitadas	
  pelos	
  juristas	
  e	
  legisladores	
  na	
  construção	
  da	
  Teoria	
  do	
  Delito.Está	
  aí	
  a	
  limitação	
  desejada	
  os	
  juízos	
  valorativos:	
  pode-­‐se,	
  por	
  exemplo,	
  legislar,	
  mas	
  
nunca	
  contra	
  uma	
  estrutura	
   lógico	
   real.	
  Se	
  existe	
  determinada	
  estrutura	
  da	
  natureza,	
  ela	
  
deve	
  ser	
  respeitada	
  e	
  os	
  valores	
  adotados	
  no	
  Sistema	
  não	
  podem	
  a	
  ela	
  contrariar.	
  
O	
  Sistema	
  Finalista	
  pretendeu	
  trazer	
  estas	
  estruturas	
  para	
  dentro	
  do	
  Direito	
  Penal,	
  
e	
  trazer	
  a	
  solução	
  para	
  problemas	
  do	
  jurídico-­‐penais.	
  
Há	
  duas	
  estruturas	
  mais	
   importantes	
  a	
   citar:	
   i)	
  o	
  agir	
  humano	
  de	
  natureza	
   finalista	
  
(conceito	
  finalista	
  de	
  ação);	
  e	
  ii)	
  o	
  livre	
  arbítrio	
  das	
  pessoas.

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