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CONSTITUIÇÃO FEDERAL (Excertos) PREÂMBULO Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Publicada no Diário Oficial da União nº 191-A, de 5 de outubro de 1988. ........................................................................................................................................ TÍTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ........................................................................................................................................ Capítulo II Dos Direitos Sociais Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assis- tência aos desamparados, na forma desta Constituição. Artigo com a redação dada pela EC no 64, de 4-2-2010. ........................................................................................................................................ TÍTULO III DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ........................................................................................................................................ Capítulo II Da União ........................................................................................................................................ Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- nicípios: ........................................................................................................................................ II — cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas por- tadoras de deficiência; ........................................................................................................................................ Legislação 709 Bizu_legislacao traco menorrr.indd 709 10/09/10 17:06 710 Capítulo IV Dos Municípios ........................................................................................................................................ Art. 30. Compete aos Municípios: ........................................................................................................................................ VII — prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; ........................................................................................................................................ TÍTULO VIII DA ORDEM SOCIAL ........................................................................................................................................ Capítulo II Da Seguridade Social ........................................................................................................................................ Seção II Da Saúde Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierar- quizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I — descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II — atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III — participação da comunidade. § 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do artigo 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. Parágrafo único transformado em § 1º pela EC nº 29, de 13-9-2000. § 2º União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de per- centuais calculados sobre: I — no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no § 3º; II — no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o artigo 155 e dos recursos de que tratam os artigos 157 e 159, inciso I, alínea a e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; Bizu_legislacao traco menorrr.indd 710 10/09/10 17:06 711 Legislação III — no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos im- postos a que se refere o artigo 156 e dos recursos de que tratam os artigos 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. § 3º Lei Complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabe- lecerá: I — os percentuais de que trata o § 2º; II — os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus res- pectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; III — as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; IV — as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União. §§ 2º e 3º acrescidos pela EC nº 29, de 13-9-2000. § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comu- nitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. § 4o acrescido pela EC no 51, de 14-2-2006. § 5o Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente co- munitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. § 5o com a redação dada pela EC no 63, de 4-2-2010. § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Consti- tuição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício. § 6o acrescido pela EC no 51, de 14-2-2006. Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou con- vênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às ins- tituições privadas com fins lucrativos. § 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. § 4º A lei disporásobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de ór- gãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. Bizu_legislacao traco menorrr.indd 711 10/09/10 17:06 712 Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: I — controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; II — executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; III — ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; IV — participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; V — incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; VI — fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricio- nal, bem como bebidas e águas para consumo humano; VII — participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; VIII — colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. Seção III Da Previdência Social Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: Caput com a redação dada pela EC nº 20, de 15-12-1998. ........................................................................................................................................ II — proteção à maternidade, especialmente à gestante; Inciso II com a redação dada pela EC nº 20, de 15-12-1998. ........................................................................................................................................ Brasília, 5 de outubro de 1988. Ulysses Guimarães Presidente CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO (Excertos) DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º-5-1943 Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Publicado no DOU de 9-8-1943. O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da Constituição, decreta: Art. 1º Fica aprovada a Consolidação das Leis do Trabalho, que a este Decreto-Lei acompanha, com as alterações por ela introduzidas na legislação vigente. Bizu_legislacao traco menorrr.indd 712 10/09/10 17:06 713 Legislação Parágrafo único. Continuam em vigor as disposições legais transitórias ou de emer- gência, bem como as que não tenham aplicação em todo o território nacional. Art. 2º O presente Decreto-Lei entrará em vigor em 10 de novembro de 1943. Rio de Janeiro, 1º de maio de 1943; 122º da Independência e 55º da República. Getúlio Vargas CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO ........................................................................................................................................ TÍTULO II DAS NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO ........................................................................................................................................ Capítulo II Da Duração do Trabalho ........................................................................................................................................ Seção III Dos Períodos de Descanso Art. 66. Entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de onze horas consecutivas para descanso. ........................................................................................................................................ Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de seis horas, é obrigató- ria a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de uma hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de duas horas. ........................................................................................................................................ Seção IV Do Trabalho Noturno Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de vinte por cento, pelo menos, sobre a hora diurna. § 1º A hora do trabalho noturno será computada como de cinqüenta e dois minutos e trinta segundos. § 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte. § 3º O acréscimo a que se refere o presente artigo, em se tratando de empresas que não mantêm, pela natureza de suas atividades, trabalho noturno habitual, será feito tendo em vista os quantitativos pagos por trabalhos diurnos de natureza semelhante. Em relação às empresas cujo trabalho noturno decorra da natureza de suas ativida- des, o aumento será calculado sobre o salário mínimo, não sendo devido quando exceder desse limite, já acrescido da percentagem. Bizu_legislacao traco menorrr.indd 713 10/09/10 17:06 714 § 4º Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos diurnos e notur- nos, aplica-se às horas de trabalho noturno o disposto neste artigo e seus parágrafos. § 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste Capítulo. Art. 73 com a redação dada pelo Dec.-lei nº 9.666, de 28-8-1946. ........................................................................................................................................ Capítulo IV Das Férias Anuais Seção I Do Direito a Férias e da sua Duração Art. 129. Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração. Artigo com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. Art. 130. Após cada período de doze meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: I — trinta dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de cinco vezes; II — vinte e quatro dias corridos, quando houver tido de seis a quatorze faltas; III — dezoito dias corridos, quando houver tido de quinze a vinte e três faltas; IV — doze dias corridos, quando houver tido de vinte e quatro a trinta e duas faltas. § 1º É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao serviço. § 2º O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço. Art. 130 com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. Art. 130-A. Na modalidade do regime de tempo parcial, após cada período de doze meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na se- guinte proporção: I — dezoito dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte e duas horas, até vinte e cinco horas; II — dezesseis dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte horas, até vinte e duas horas; III — quatorze dias, para a duração do trabalho semanal superior a quinze horas, até vinte horas; IV — doze dias, para a duração do trabalho semanal superior a dez horas, até quinze horas; V — dez dias, para a duração do trabalho semanal superior a cinco horas, até dez horas; VI — oito dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a cinco horas. Parágrafo único. O empregado contratado sob o regime de tempo parcial que tiver mais de sete faltas injustificadas ao longo do período aquisitivo terá o seu período de férias reduzido à metade. Art. 130-A acrescido pela MP nº 2.164-41, de 24-8-2001, que até o encerramento desta edição não havia sido convertida em lei. Bizu_legislacao traco menorrr.indd 714 10/09/10 17:06715 Legislação Art. 131. Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo anterior, a ausência do empregado: Caput com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. I — nos casos referidos no artigo 473; Inciso I com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. II — durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto, observados os requisitos para percepção do salário-maternidade custeado pela Previdência Social; Inciso II com a redação dada pela Lei nº 8.921, de 25-7-1994. III — por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto Nacional do Seguro Social — INSS, excetuada a hipótese do inciso IV do artigo 133; Inciso III com a redação dada pela Lei nº 8.726, de 5-11-1993. IV — justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o desconto do correspondente salário; V — durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido; e VI — nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipótese do inciso III do artigo 133. Incisos IV a VI com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. Art. 132. O tempo de trabalho anterior à apresentação do empregado para serviço militar obrigatório será computado no período aquisitivo, desde que ele compareça ao estabelecimento dentro de noventa dias da data em que se verificar a respectiva baixa. Artigo com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. Art. 133. Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: Caput com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. I — deixar o emprego e não for readmitido dentro dos sessenta dias subseqüentes à sua saída; II — permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de trinta dias; III — deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de trinta dias em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e IV — tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio- doença por mais de seis meses, embora descontínuos. Incisos I a IV com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. § 1º A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na Carteira de Traba- lho e Previdência Social. § 2º Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço. §§ 1º e 2º com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. § 3º Para os fins previstos no inciso III deste artigo a empresa comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de quinze dias, as datas de Bizu_legislacao traco menorrr.indd 715 10/09/10 17:06 716 início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços da empresa, e, em igual prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria profissio- nal, bem como afixará avisos nos respectivos locais de trabalho. § 3º acrescido pela Lei nº 9.016, de 30-3-1995. § 4º VETADO. Lei nº 9.016, de 30-3-1995. Seção II Da Concessão e da Época das Férias Art. 134. As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos doze meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. § 1º Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em dois períodos, um dos quais não poderá ser inferior a dez dias corridos. § 2º Aos menores de dezoito anos e aos maiores de cinqüenta anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez. Art. 134 com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. Art. 135. A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo, trinta dias. Dessa participação o interessado dará recibo. Caput com a redação dada pela Lei nº 7.414, de 9-12-1985. § 1º O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que apresente ao em- pregador sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, para que nela seja anotada a respectiva concessão. § 2º A concessão das férias será, igualmente, anotada no livro ou nas fichas de registro dos empregados. §§ 1º e 2º com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. Art. 136. A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empregador. § 1º Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço. § 2º O empregado estudante, menor de dezoito anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. Art. 136 com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. Art. 137. Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o artigo 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. § 1º Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas. § 2º A sentença cominará pena diária de cinco por cento do salário mínimo, devida ao empregado até que seja cumprida. § 3º Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao órgão local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter administrativo. Bizu_legislacao traco menorrr.indd 716 10/09/10 17:06 717 Legislação Art. 137 com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. Art. 138. Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro empre- gador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regular- mente mantido com aquele. Artigo com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. ........................................................................................................................................ Seção IV Da Remuneração e do Abono de Férias Art. 142. O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão. § 1º Quando o salário for pago por hora, com jornadas variáveis, apurar-se-á a média do período aquisitivo, aplicando-se o valor do salário na data da concessão das férias. § 2º Quando o salário for pago por tarefa, tomar-se-á por base a média da produção no período aquisitivo do direito a férias, aplicando-se o valor da remuneração da tarefa na data da concessão das férias. § 3º Quando o salário for pago por percentagem, comissão ou viagem, apurar-se-á a mé- dia percebida pelo empregado nos doze meses que precederem a concessão das férias. § 4º A parte do salário paga em utilidades será computada de acordo com a anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social. § 5º Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou perigoso serão computados no salário que servirá de base ao cálculo da remuneração das férias. § 6º Se, no momento das férias, o empregado não estiver percebendo o mesmo adi- cional do período aquisitivo, ou quando o valor deste não tiver sido uniforme, será computada a média duodecimal recebida naquele período, após a atualização das importâncias pagas, mediante incidência dos percentuais dos reajustamentos salariais supervenientes. Art. 142 com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. Art. 143. É facultado ao empregado converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. Caput com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. § 1º O abono de férias deverá ser requerido até quinze dias antes do término do pe- ríodo aquisitivo. § 2º Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este artigodeverá ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da respectiva categoria profissional, independendo de requerimento individual a concessão do abono. §§ 1º e 2º com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. § 3º O disposto neste artigo não se aplica aos empregados sob o regime de tempo parcial. Bizu_legislacao traco menorrr.indd 717 10/09/10 17:06 718 § 3º acrescido pela MP nº 2.164-41, de 24-8-2001, que até o encerramento desta edição não havia sido convertida em lei. Art. 144. O abono de férias de que trata o artigo anterior, bem como o concedido em virtude de cláusula do contrato de trabalho, do regulamento da empresa, de conven- ção ou acordo coletivo, desde que não excedente de vinte dias de salário, não integra- rão a remuneração do empregado para os efeitos da legislação do trabalho. Artigo com a redação dada pela Lei nº 9.528, de 10-12-1997. Art. 145. O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono referido no artigo 143 serão efetuados até dois dias antes do início do respectivo período. Parágrafo único. O empregado dará quitação do pagamento, com indicação do início e do termo das férias. Art. 145 com a redação dada pelo Dec.-lei nº 1.535, de 13-4-1977. ........................................................................................................................................ Capítulo V Da Segurança e da Medicina do Trabalho Capítulo V com a redação dada pela Lei nº 6.514, de 22-12-1977. Seção I Disposições Gerais Art. 154. A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capítulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daque- las oriundas de convenções coletivas de trabalho. Artigo com a redação dada pela Lei nº 6.514, de 22-12-1977. Art. 155. Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho: I — estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos precei- tos deste Capítulo, especialmente os referidos no artigo 200; II — coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho; III — conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das deci- sões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho em matéria de segurança e medicina do trabalho. Art. 155 com a redação dada pela Lei nº 6.514, de 22-12-1977. Art. 156. Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição: I — promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho; Bizu_legislacao traco menorrr.indd 718 10/09/10 17:06 719 Legislação II — adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste Ca- pítulo, determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam necessárias; III — impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste Capítulo, nos termos do artigo 201. Art. 156 com a redação dada pela Lei nº 6.514, de 22-12-1977. Art. 157. Cabe às empresas: I — cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II — instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a. tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III — adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional compe- tente; IV — facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. Art. 157 com a redação dada pela Lei nº 6.514, de 22-12-1977. Art. 158. Cabe aos empregados: I — observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior; II — colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. Parágrafo único. Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior; b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa. Art. 158 com a redação dada pela Lei nº 6.514, de 22-12-1977. Art. 159. Mediante convênio autorizado pelo Ministério do Trabalho, poderão ser delega- das a outros órgãos federais, estaduais ou municipais atribuições de fiscalização ou orien- tação às empresas quanto ao cumprimento das disposições constantes deste Capítulo. Artigo com a redação dada pela Lei nº 6.514, de 22-12-1977. ........................................................................................................................................ Seção IV Do Equipamento de Proteção Individual Art. 166. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipa- mento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Art. 167. O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho. Arts. 166 e 167 com a redação dada pela Lei nº 6.514, de 22-12-1977. Bizu_legislacao traco menorrr.indd 719 10/09/10 17:06 720 Seção V Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho Art. 168. Será obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições estabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho: I — na admissão; II — na demissão; III — periodicamente. § 1º O Ministério do Trabalho baixará instruções relativas aos casos em que serão exigíveis exames: a) por ocasião da demissão; b) complementares. § 2º Outros exames complementares poderão ser exigidos, a critério médico, para apuração da capacidade ou aptidão física e mental do empregado para a função que deva exercer. § 3º O Ministério do Trabalho estabelecerá, de acordo com o risco da atividade e o tempo de exposição, a periodicidade dos exames médicos. § 4º O empregador manterá, no estabelecimento, o material necessário à prestação de primeiros socorros médicos, de acordo com o risco da atividade. § 5º O resultado dos exames médicos, inclusive o exame complementar, será comuni- cado ao trabalhador, observados os preceitos da ética médica. Art. 168 com a redação dada pela Lei nº 7.855, de 24-10-1989. Art. 169. Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho. Artigo com a redação dada pela Lei nº 6.514, de 22-12-1977. ........................................................................................................................................ LEI Nº 2.604, DE 17 DE SETEMBRO DE 1955 Regula o exercício da enfermagem profissional Publicada no DOU de 21-9-1955. Mantivemos a grafia original desta Lei, conforme publicação oficial. O Presidente da República; Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1º É livre o exercício de enfermagem em todo o território nacional, observadas as disposições da presente lei. Art. 2º Poderão exercer a enfermagem no país: 1) Na qualidade de enfermeiro: Bizu_legislacao traco menorrr.indd 720 10/09/10 17:06 721 Legislação a) os possuidores de diploma expedido no Brasil, por escolasoficiais ou reconhecidas pelo Govêrno Federal, nos têrmos da Lei nº 775, de 6 agôsto de 1949; b) os diplomados por escolas estrangeiras reconhecidas pelas leis de seu país e que revalidaram seus diplomas de acôrdo com a legislação em vigor; c) os portadores de diploma de enfermeiros, expedidos pelas escolas e cursos de enfermagem das fôrças armadas nacionais e fôrças militarizadas, que estejam ha- bilitados mediante aprovação, naquelas disciplinas, do currículo estalecido na Lei nº 775, de 6 de agôsto de 1949, que requererem o registro de diploma na Diretoria do Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura. 2) Na qualidade de obstetriz: a) os possuidores de diploma expedido no Brasil, por escolas de obstetrizes, oficiais ou reconhecidas pelo Govêrno Federal, nos têrmos da Lei nº 775, de 6 de agôsto de 1949; b) os diplomados por escolas de obstetrizes estrangeiras, reconhecidas pelas leis do país de origem e que revalidaram seus diplomas de acôrdo com a legislação em vigor. 3) Na qualidade de auxiliar de enfermagem, os portadores de certificados de auxiliar de enfermagem, conferidos por escola oficial ou reconhecida, nos têrmos da Lei nº 775, de 6 de agôsto de 1949 e os diplomados pelas fôrças armadas nacionais e fôrças militarizada que não se acham incluídos na letra c do item I do art. 2º da presente lei. 4) Na qualidade de parteira, os portadores de certificado de parteira, conferido por escola oficial ou reconhecida pelo Govêrno Federal, nos têrmos da Lei nº 775, de 6 de agôsto de 1949. 5) Na qualidade de enfermeiros práticos ou práticos de enfermagem: a) os enfermeiros práticos amparados pelo Decreto nº 23.774, de 11 de janeiro de 1934; b) as religiosas de comunidade amparadas pelo Decreto nº 22.257, de 26 de dezem- bro de 1932; c) os portadores de certidão de inscrição, conferida após o exame de que trata o De- creto nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946. 6) Na qualidade de parteiras práticas, os portadores de certidão de inscrição conferida após o exame de que trata o Decreto nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946. Art. 3º São atribuições dos enfermeiros além do exercício de enfermagem. a) direção dos serviços de enfermagem nos estabelecimentos hospitalares e de saúde pública, de acôrdo com o art. 21 da Lei nº 775, de 6 de agôsto de 1949; b) participação do ensino em escolas de enfermagem e de auxiliar de enfermagem; c) direção de escolas de enfermagem e de auxiliar de enfermagem; d) participação nas bancas examinadoras de práticos de enfermagem. Art. 4º São atribuições das obstetrizes, além do exercício da enfermagem obstétrica; a) direção dos serviços de enfermagem obstétrica nos estabelecimentos hospitalares e de Saúde Pública especializados para a assistência obstétrica; b) participação no ensino em escolas de enfermagem obstétrica ou em escolas de parteiras; c) direção de escolas de parteiras; Bizu_legislacao traco menorrr.indd 721 10/09/10 17:06 722 d) participação nas bancas examinadoras de parteiras práticas. Art. 5º São atribuições dos auxiliares de enfermagem, enfermeiros práticos de enfer- magem, tôdas as atividades da profissão, excluídas as constantes nos itens do art. 3º, sempre sob orientação médica ou de enfermeiro. Art. 6º São atribuições das parteiras as demais atividades da enfermagem obstétrica não constantes dos itens do art. 4º. Art. 7º Só poderão exercer a enfermagem, em qualquer parte do território nacional, os profissionais cujos títulos tenham sido registrados ou inscritos no Departamento Na- cional de Saúde ou na repartição sanitária correspondente nos Estados e Territórios. Art. 8º O Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio só expedirá carteira profissional aos portadores de diplomas, registros ou títulos de profissionais de enfermagem me- diante a apresentação do registro dos mesmos no Departamento Nacional de Saúde ou na repartição sanitária correspondente nos Estados e Territórios. Art. 9º Ao Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina, órgão integrante do Departa- mento Nacional de Saúde, cabe fiscalizar, em todo o território nacional, diretamente ou por intermédio das repartições sanitárias correspondentes nos Estados e Territórios, tudo que se relacione com o exercício da enfermagem. Art. 10. VETADO. Art. 11. Dentro do prazo de 120 (cento e vinte) dias da publicação da presente lei, os hospitais, clínicas, sanatórios, casas de saúde, departamentos de saúde e institui- ções congêneres deverão remeter ao Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina a relação pormenorizada dos profissionais de enfermagem, da qual conste idade, na- cionalidade, preparo técnico, títulos de habilitação profissional, tempo de serviço de enfermagem e função que exercem. Art. 12. Todos os profissionais de enfermagem são obrigados a notificar, anualmente, à autoridade respectiva sua residência e sede de serviço onde exercem atividade. Art. 13. O prazo da vigência do Decreto nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, é fixado em 1 (um) ano, a partir da publicação da presente lei. Art. 14. Ficam expressamente revogadas os Decretos nos 23.774, de 22 de janeiro de 1934, 22.257, de 26 de dezembro de 1932, e 20.109, de 15 de junho de 1931. Art. 15. Dentro em 120 (cento e vinte) dias da publicação da presente lei, o Poder Executivo baixará o respectivo regulamento. Art. 16. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Rio de Janeiro, 17 de setembro de 1955; 134º da Independência e 67º da República. João Café Filho Bizu_legislacao traco menorrr.indd 722 10/09/10 17:06 723 Legislação LEI Nº 5.905, DE 12 DE JULHO DE 1973 Dispõe sobre a criação dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem e dá outras providências. Publicada no DOU de 13-7-1973. O Presidente da República, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º São criados o Conselho Federal de Enfermagem — COFEN e os Conselhos Regionais de Enfermagem — COREN, constituindo em seu conjunto uma autarquia, vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social. Art. 2º O Conselho Federal e os Conselhos Regionais são órgãos disciplinadores do exercício da profissão de enfermeiro e das demais profissões compreendidas nos ser- viços de enfermagem. Art. 3º O Conselho Federal, ao qual ficam subordinados os Conselhos Regionais, terá jurisdição em todo o território nacional e sede na Capital da República. Art. 4º Haverá um Conselho Regional em cada Estado e Território, com sede na res- pectiva capital, e no Distrito Federal. Parágrafo único. O Conselho Federal poderá, quando o número de profissionais ha- bilitados na unidade da federação for inferior a cinqüenta, determinar a formação de regiões, compreendendo mais de uma unidade. Art. 5º O Conselho Federal terá nove membros efetivos e igual número de suplentes, de nacionalidade brasileira, e portadores de diploma de curso de enfermagem de nível superior. Art. 6º Os membros do Conselho Federal e respectivos suplentes serão eleitos por maioria de votos, em escrutínio secreto, na Assembléia dos Delegados Regionais. Art. 7º O Conselho Federal elegerá dentre seus membros, em sua primeira reunião, o Presidente, o Vice-Presidente, o Primeiro e o Segundo Secretários e o Primeiro e Segundo Tesoureiros. Art. 8º Compete ao Conselho Federal: I — aprovar seu regimento interno e os dos Conselhos Regionais; II — instalar os Conselhos Regionais; III — elaborar o Código de Deontologia de Enfermagem e alterá-lo, quando necessário, ouvidos os Conselhos Regionais; IV — baixar provimentos e expedir instruções, para uniformidade de procedimento e bom funcionamento dos Conselhos Regionais; V — dirimir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais; VI —apreciar, em grau de recursos, as decisões dos Conselhos Regionais; VII — instituir o modelo das carteiras profissionais de identidade e as insígnias da pro- fissão; VIII — homologar, suprir ou anular atos dos Conselhos Regionais; IX — aprovar anualmente as contas e a proposta orçamentária da autarquia, remeten- do-as aos órgãos competentes; Bizu_legislacao traco menorrr.indd 723 10/09/10 17:06 724 X — promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento profissional; XI — publicar relatórios anuais de seus trabalhos; XII — convocar e realizar as eleiçoes para sua diretoria; XIII — exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas por lei. Art. 9º O mandato dos membros do Conselho Federal será honorífico e terá a duração de três anos, admitida uma reeleição. Art. 10. A receita do Conselho Federal de Enfermagem será constituída de: I — um quarto da taxa de expedição das carteiras profissionais; lI — um quarto das multas aplicadas pelos Conselhos Regionais; III — um quarto das anuidades recebidas pelos Conselhos Regionais; IV — doações e legados; V — subvenções oficiais; VI — rendas eventuais. Parágrafo único. Na organização dos quadros distintos para inscrição de profissionais o Conselho Federal de Enfermagem adotará como critério, no que couber, o disposto na Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955. Art. 11. Os Conselhos Regionais serão instalados em suas respectivas sedes, com cinco a vinte e um membros e outros tantos suplentes, todos de nacionalidade brasi- leira, na proporção de três quintos de enfermeiros e dois quintos de profissionais das demais categorias de pessoal de enfermagem reguladas em lei. Parágrafo único. O número de membros dos Conselhos Regionais será sempre ímpar, e a sua fixação será feita pelo Conselho Federal em proporção ao número de profis- sionais inscritos. Art. 12. Os membros dos Conselhos Regionais e respectivos suplentes serão eleitos por voto pessoal secreto e obrigatório em época determinada pelo Conselho Federal em Assembléia Geral especialmente convocada para esse fim. § 1º Para a eleição referida neste artigo serão organizadas chapas separadas, uma para enfermeiros e outra para os demais profissionais de enfermagem, podendo votar em cada chapa, respectivamente, os profissionais referidos no artigo 11. § 2º Ao eleitor que, sem causa justa, deixar de votar nas eleições referidas neste artigo, será aplicada pelo Conselho Regional multa em importância correspondente ao valor da anuidade. Art. 13. Cada Conselho Regional elegerá seu Presidente, Secretário e Tesoureiro, admitida a criação de cargos de Vice-Presidente, Segundo Secretário e Segundo Te- soureiro para os Conselhos com mais de doze membros. Art. 14. O mandato dos membros dos Conselhos Regionais será honorífico e terá a duração de três anos admitida uma reeleição. Art. 15. Compete aos Conselhos Regionais: I — deliberar sobre inscrição no Conselho e seu cancelamento; Il — disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observadas as diretrizes gerais do Conselho Federal; Bizu_legislacao traco menorrr.indd 724 10/09/10 17:06 725 Legislação III — fazer executar as instruções e provimentos do Conselho Federal; IV — manter o registro dos profissionais com exercício na respectiva jurisdição; V — conhecer e decidir os assuntos atinentes à ética profissional impondo as penali- dades cabíveis; VI — elaborar a sua proposta orçamentária anual e o projeto de seu regimento interno e submetê-los à aprovação do Conselho Federal; VII — expedir a carteira profissional indispensável ao exercício da profissão, a qual terá fé pública em todo o território nacional e servira de documento de identidade; VIII — zelar pelo bom conceito da profissão e dos que a exerçam; lX — publicar relatórios anuais de seus trabalhos e a relação dos profissionais regis- trados; X — propor ao Conselho Federal medidas visando à melhoria do exercício profissio- nal; XI — fixar o valor da anuidade; XII — apresentar sua prestação de contas ao Conselho Federal, até o dia 28 de feve- reiro de cada ano; XIII — eleger sua diretoria e seus delegados eleitores ao Conselho Federal; XIV — exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas por esta Lei ou pelo Conselho Federal. Art. 16. A renda dos Conselhos Regionais será constituída de: I — três quartos da taxa de expedição das carteiras profissionais; II — três quartos das multas aplicadas; III — três quartos das anuidades; IV — doações e legados; V — subvenções oficiais, de empresas ou entidades particulares; VI — rendas eventuais. Art. 17. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais deverão reunir-se, pelo menos, uma vez mensalmente. Parágrafo único. O Conselheiro que faltar, durante o ano, sem licença prévia do res- pectivo Conselho, a cinco reuniões perderá o mandato. Art. 18. Aos infratores do Código de Deontologia de Enfermagem poderão ser aplica- das as seguintes penas: I — advertência verbal; II — multa; III — censura; IV — suspensão do exercício profissional; V — cassação do direito ao exercício profissional. § 1º As penas referidas nos incisos I, II, III e IV deste artigo são da alçada dos Con- selhos Regionais e a referida no inciso V, do Conselho Federal, ouvido o Conselho Regional interessado. § 2º O valor das multas, bem como as infrações que implicam nas diferentes pe- nalidades, serão disciplinados no Regimento do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais. Bizu_legislacao traco menorrr.indd 725 10/09/10 17:06 726 Art. 19. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais terão tabela própria de pesso- al, cujo regime será o da Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 20. A responsabilidade pela gestão administrativa e financeira dos Conselhos caberá aos respectivos diretores. Art. 21. A composição do primeiro Conselho Federal de Enfermagem, com mandato de um ano, será feita por ato do Ministro do Trabalho e Previdência Social, mediante indicação, em lista tríplice, da Associação Brasileira de Enfermagem. Parágrafo único. Ao Conselho Federal assim constituído caberá, além das atribuições previstas nesta Lei: a) promover as primeiras eleições para composição dos Conselhos Regionais e insta- lá-los; b) promover as primeiras eleições para composição do Conselho Federal, até noventa dias antes do término do seu mandato. Art. 22. Durante o período de organização do Conselho Federal de Enfermagem, o Ministério do Trabalho e Previdência Social lhe facilitará a utilização de seu próprio pessoal, material e local de trabalho. Art. 23. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposi- ções em contrário. Brasília, 12 de julho de 1973; 152º da Independência e 85º da República. Emilio G. Médici LEI Nº 7.498, DE 25 DE JUNHO DE 1986 Dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem, e dá outras providências. Publicada no DOU de 26-6-1986. O Presidente da República Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1º É livre o exercício da enfermagem em todo o território nacional, observadas as disposições desta lei. Art. 2º A enfermagem e suas atividades auxiliares somente podem ser exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição na área onde ocorre o exercício. Parágrafo único. A enfermagem é exercida privativamente pelo Enfermeiro, pelo Téc- nico de Enfermagem, pelo Auxiliar de Enfermagem e pela Parteira, respeitados os respectivos graus de habilitação. Art. 3º O planejamento e a programação das instituições e serviços de saúde incluem planejamento e programação de enfermagem. Bizu_legislacao traco menorrr.indd 726 10/09/10 17:06 727 Legislação Art. 4º A programação de enfermagem inclui a prescrição da assistência de enfermagem.Art. 5º VETADO. Art. 6º São enfermeiros: I — o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei; II — o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, confe- rido nos termos da lei; III — o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certifi- cado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz; IV — aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiverem título de Enfer- meiro conforme o disposto na alínea d do art. 3º do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961. Art. 7º São Técnicos de Enfermagem: I — o titular do diploma ou do certificado de Técnico de Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e registrado pelo órgão competente; II — o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Técnico de Enfermagem. Art. 8º São Auxiliares de Enfermagem: I — o titular de certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por instituição de ensi- no, nos termos da lei e registrado no órgão competente; II — o titular de diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de junho de 1956; III — o titular do diploma ou certificado a que se refere o inciso III do art. 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961; IV — o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da Federa- ção, nos termos do Decreto-lei nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959; V — o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967; VI — o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso estrangeiro, se- gundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de Enfermagem. Art. 9º São Parteiras: I — a titular do certificado previsto no art. 1º do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959; Bizu_legislacao traco menorrr.indd 727 10/09/10 17:06 728 II — a titular do diploma ou certificado de Parteira, ou equivalente, conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil, até 2 (dois) anos após a publicação desta lei, como certificado de Parteira. Art. 10. VETADO. Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe: I — privativamente: a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública e privada, e chefia de serviço e de unidade de enfermagem; b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de enfermagem; d) a g) VETADAS. h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem; i) consulta de enfermagem; j) prescrição da assistência de enfermagem; l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conheci- mentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas; II — como integrante da equipe de saúde: a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde; b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde; c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde; d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação; e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar e de doenças transmissí- veis em geral; f) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à clientela durante a assistência de enfermagem; g) assistência de enfermagem à gestante, parturiente e puérpera; h) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto; i) execução do parto sem distocia; j) educação visando à melhoria de saúde da população. Parágrafo único. As profissionais referidas no inciso II do art. 6º desta lei incumbe, ainda: a) assistência à parturiente e ao parto normal; b) identificação das distocias obstétricas e tomada de providências até a chegada do médico; c) realização de episiotomia e episiorrafia e aplicação de anestesia local, quando ne- cessária. Art. 12. O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo orien- tação e acompanhamento do trabalho de enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da assistência de enfermagem, cabendo-lhe especialmente: Bizu_legislacao traco menorrr.indd 728 10/09/10 17:06 729 Legislação a) participar da programação da assistência de enfermagem; b) executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as privativas do Enfermeiro, observado o disposto no parágrafo único do art. 11 desta lei; c) participar da orientação e supervisão do trabalho de enfermagem em grau auxiliar; d) participar da equipe de saúde. Art. 13. O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de enfermagem sob supervisão, bem como a participação em nível de execução simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe especialmente: a) observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas; b) executar ações de tratamento simples; c) prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente; d) participar da equipe de saúde. Art. 14. VETADO. Art. 15. As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta lei, quando exercidas em insti- tuições de saúde, públicas e privadas, e em programas de saúde, somente podem ser desempenhadas sob orientação e supervisão de Enfermeiro. Arts. 16 a 19. VETADOS. Art. 20. Os órgãos de pessoal da administração pública direta e indireta, federal, es- tadual, municipal, do Distrito Federal e dos Territórios observarão, no provimento de cargos e funções e na contratação de pessoal de enfermagem, de todos os graus, os preceitos desta lei. Parágrafo único. Os órgãos a que se refere este artigo promoverão as medidas ne- cessárias à harmonização das situações já existentes com as disposições desta lei, respeitados os direitos adquiridos quanto a vencimentos e salários. Arts. 21 e 22. VETADOS. Art. 23. O pessoal que se encontra executando tarefas de enfermagem, em virtude de carência de recursos humanos de nível médio nessa área, sem possuir formação espe- cífica regulada em lei, será autorizado, pelo Conselho Federal de Enfermagem, a exercer atividades elementares de enfermagem, observado o disposto no art. 15 desta lei. Parágrafo único. É assegurado aos atendentes de enfermagem, admitidos antes da vigência desta lei, o exercício das atividades elementares da enfermagem, observado o disposto em seu artigo 15. Parágrafo único com a redação dada pela Lei nº 8.967, de 28-12-1994. Art. 24. VETADO. Art. 25. O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da data de sua publicação. Art. 26. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 27. Revogam-se (VETADO) as demais disposições em contrário. Brasília, 25 dejunho de 1986; 165º da Independência e 98º da República. José Sarney Bizu_legislacao traco menorrr.indd 729 10/09/10 17:06 730 DECRETO Nº 94.406, DE 8 DE JUNHO DE 1987 Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da enfermagem, e dá outras providências. Publicado no DOU de 9-6-1987. O Presidente da República, usando das atribuições que lhe confere o artigo 81, item III, da Constituição, e tendo em vista o disposto no artigo 25 da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, decreta: Art. 1º O exercício da atividade de enfermagem, observadas as disposições da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e respeitados os graus de habilitação, é privativo de Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiro e só será permitido ao profissional inscrito no Conselho Regional de Enfermagem da respectiva Região. Art. 2º As instituições e serviços de saúde incluirão a atividade de enfermagem no seu planejamento e programação. Art. 3º A prescrição da assistência de enfermagem é parte integrante do programa de enfermagem. Art. 4º São Enfermeiros: I — o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei; II — o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, confe- rido nos termos da lei; III — o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certifica- do de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola es- trangeira segundo as respectivas leis, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz; IV — aqueles que, não abrangidos pelos itens anteriores, obtiveram título de Enfermei- ro conforme o disposto na letra d do art. 3º do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961. Art. 5º São Técnicos de Enfermagem: I — o titular do diploma ou do certificado de Técnico de Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e registrado no órgão competente; II — o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Técnico de Enfermagem. Art. 6º São auxiliares de Enfermagem: I — o titular de certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por instituição de ensi- no, nos termos da lei, e registrado no órgão competente; II — o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de junho de 1956; Bizu_legislacao traco menorrr.indd 730 10/09/10 17:06 731 Legislação III — o titular do diploma ou certificado a que se refere o item III do art. 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961; IV — o titular do certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da Fede- ração, nos termos do Decreto nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959; V — o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967; VI — o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso estrangeiro, se- gundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de Enfermagem. Art. 7º São Parteiros: I — o titular do certificado previsto no art. 1º do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959; II — o titular do diploma ou certificado de Parteiro, ou equivalente, conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as respectivas leis, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil até 26 de junho de 1988, como certificado de Parteiro. Art. 8º Ao Enfermeiro incumbe: I — privativamente: a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de enfermagem; b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de enfermagem; d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem; e) consulta de enfermagem; f) prescrição da assistência de enfermagem; g) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; h) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conheci- mentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas; II — como integrante de equipe de saúde: a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde; b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde; c) prescrição de medicamentos previamente estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde; d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação; e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar, inclusive como membro das respectivas comissões; f) participação na elaboração de medidas de prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados aos pacientes durante a assistência de enfermagem; Bizu_legislacao traco menorrr.indd 731 10/09/10 17:06 732 g) participação na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral e nos programas de vigilância epidemiológica; h) prestação de assistência de enfermagem à gestante, parturiente, puérpera e ao recém-nascido; i) participação nos programas e nas atividades de assistência integral à saúde indivi- dual e de grupos específicos, particularmente daqueles prioritários e de alto risco; j) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto; l) execução e assistência obstétrica em situação de emergência e execução do parto sem distocia; m) participação em programas e atividades de educação sanitária, visando à melhoria de saúde do indivíduo, da família e da população em geral; n) participação nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde, particularmente nos programas de educação continuada; o) participação nos programas de higiene e segurança do trabalho e de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e do trabalho; p) participação na elaboração e na operacionalização do sistema de referência e con- tra-referência do paciente nos diferentes níveis de atenção à saúde; q) participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à assistência de saúde; r) participação em bancas examinadoras, em matérias específicas de enfermagem, nos concursos para provimento de cargo ou contratação de Enfermeiro ou pessoal técnico e Auxiliar de Enfermagem. Art. 9º Às profissionais titulares de diploma ou certificados de Obstetriz ou de Enfer- meira Obstétrica, além das atividades de que trata o artigo precedente, incumbe: I — prestação de assistência à parturiente e ao parto normal; II — identificação das distocias obstétricas e tomada de providência até a chegada do médico; III — realização de episiotomia e episiorrafia, com aplicação de anestesia local, quando necessária. Art. 10. O Técnico de Enfermagem exerce as atividades auxiliares, de nível médio técnico, atribuídas à equipe de enfermagem, cabendo-lhe: I — assistir ao Enfermeiro: a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das atividades de assis- tência de enfermagem; b) na prestação de cuidados diretos de enfermagem a pacientesem estado grave; c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral em programas de vigilância epidemiológica; d) na prevenção e no controle sistemático da infecção hospitalar; e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos que possam ser causados a pacientes durante a assistência de saúde; f) na execução dos programas referidos nas letras i e o do item II do art. 8º; II — executar atividades de assistência de enfermagem, excetuadas as privativas do enfermeiro e as referidas no art. 9º deste Decreto; III — integrar a equipe de saúde. Bizu_legislacao traco menorrr.indd 732 10/09/10 17:06 733 Legislação Art. 11. O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades auxiliares, de nível médio, atribuídas à equipe de enfermagem, cabendo-lhe: I — preparar o paciente para consultas, exames e tratamentos; II — observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível de sua qualificação; III — executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além de outras atividades de enfermagem, tais como: a) ministrar medicamentos por via oral e parenteral; b) realizar controle hídrico; c) fazer curativos; d) aplicar oxigenoterapia, nebulização, enteroclisma, enema e calor ou frio; e) executar tarefas referentes à conservação e aplicação de vacinas; f) efetuar o controle de pacientes e de comunicantes em doenças transmissíveis; g) realizar testes e proceder à sua leitura, para subsídio de diagnóstico; h) colher material para exames laboratoriais; i) prestar cuidados de enfermagem pré e pós-operatórios; j) circular em sala de cirurgia e, se necessário, instrumentar; l) executar atividades de desinfecção e esterilização; IV — prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente e zelar por sua segurança, inclusive: a) alimentá-lo ou auxiliá-lo a alimentar-se; b) zelar pela limpeza e ordem do material, de equipamentos e de dependências de unidades de saúde; V — integrar a equipe de saúde; VI — participar de atividades de educação em saúde, inclusive: a) orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao cumprimento das prescrições de enfermagem e médicas; b) auxiliar o Enfermeiro e o Técnico de Enfermagem na execução dos programas de educação para a saúde; VII — executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de pacientes; VIII — participar dos procedimentos pós-morte. Art. 12. Ao Parteiro incumbe: I — prestar cuidados à gestante e à parturiente; II — assistir ao parto normal, inclusive em domicílio; e III — cuidar da puérpera e do recém-nascido. Parágrafo único. As atividades de que trata este artigo são exercidas sob supervisão de Enfermeiro Obstetra, quando realizadas em instituições de saúde, e, sempre que possível, sob controle e supervisão de unidade de saúde, quando realizadas em domi- cílio ou onde se fizerem necessárias. Art. 13. As atividades relacionadas nos arts. 10 e 11 somente poderão ser exercidas sob supervisão, orientação e direção de Enfermeiro. Art. 14. Incumbe a todo o pessoal de enfermagem: Bizu_legislacao traco menorrr.indd 733 10/09/10 17:06 734 I — cumprir e fazer cumprir o Código de Deontologia da Enfermagem; II — quando for o caso, anotar no prontuário do paciente as atividades da assistência de enfermagem, para fins estatísticos. Art. 15. Na administração pública direta e indireta, federal, estadual, municipal, do Dis- trito Federal e dos Territórios será exigida como condição essencial para provimento de cargos e funções e contratação de pessoal de enfermagem, de todos os graus, a prova de inscrição no Conselho Regional de Enfermagem da respectiva região. Parágrafo único. Os órgãos e entidades compreendidos neste artigo promoverão, em articulação com o Conselho Federal de Enfermagem, as medidas necessárias à adap- tação das situações já existentes com as disposições deste Decreto, respeitados os direitos adquiridos quanto a vencimentos e salários. Art. 16. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Art. 17. Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 8 de junho de 1987; 166º da Independência e 99º da República. José Sarney LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Publicada no DOU de 20-9-1990. O Presidente da República, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, exe- cutados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. TÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e iguali- tário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Bizu_legislacao traco menorrr.indd 734 10/09/10 17:06 735 Legislação Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. TÍTULO II DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). § 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, esta- duais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, me- dicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde. § 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em ca- ráter complementar. Capítulo I Dos Objetivos e Atribuições Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: I — a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde; II — a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei; III — a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recu- peração da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das ativida- des preventivas. Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): I — a execução de ações: a) de vigilância sanitária; b) de vigilância epidemiológica; c) de saúde do trabalhador; e d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; II — a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico; III — a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; IV — a vigilância nutricional e a orientação alimentar; V — a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; VI — a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e ou- tros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção; Bizu_legislacao traco menorrr.indd735 10/09/10 17:06 736 VII — o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde; VIII — a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano; IX — a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; X — o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnoló- gico; XI — a formulação e execução da política de sangue e seus derivados. § 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, di- minuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I — o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e II — o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. § 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcio- nam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. § 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de ati- vidades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à re- cuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo: I — assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; II — participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde exis- tentes no processo de trabalho; III — participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armaze- namento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máqui- nas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador; IV — avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; V — informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas so- bre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional; VI — participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; VII — revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de traba- lho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e Bizu_legislacao traco menorrr.indd 736 10/09/10 17:06 737 Legislação VIII — a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores. Capítulo II Dos Princípios e Diretrizes Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: I — universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; II — integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; III — preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; IV — igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; V — direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; VI — divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; VII — utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática; VIII — participação da comunidade; IX — descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo: a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; X — integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; XI — conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população; XII — capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e XIII — organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos. Capítulo III Da Organização, da Direção e da Gestão Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente. Bizu_legislacao traco menorrr.indd 737 10/09/10 17:06 738 Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos: I — no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; II — no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e III — no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equiva- lente. Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam. § 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da direção única, e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua observância. § 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde. Art. 11. VETADO. Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas da sociedade civil. Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendi- das no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades: I — alimentação e nutrição; II — saneamento e meio ambiente; III — vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; IV — recursos humanos; V — ciência e tecnologia; e VI — saúde do trabalhador. Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e superior. Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera correspondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre essas
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