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Discutindo a personalidade da Pessoa Jurídica no Direito Brasileiro

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DISCUTINDO A PERSONALIDADE DA PESSOA JÚRIDICA NO DIREITO BRASILEIRO.
Rodrigo Fernandes da Silva
Professora Silvia Regina Emiliano
RESUMO	
A personalidade da pessoa jurídica é um tema bastante discutida no direito, desde que as empresas surgiram, suas primeiras relações com a sociedade. Esse trabalho tem como objetivo discutir a personalidade da Pessoa Jurídica, levando em consideração o CC brasileiro, e suas interpretações, nessa discussão será discutido as teorias sobre essa personalidade. A busca por uma definição sobre a personalidade, ajudará a entender a extensão das atitudes da pessoa física sobre a jurídica, e como uma pode interferir na outra, e quais são os direitos e deveres dessa pessoa que pode ser interpretada com “fictícia” por alguns autores, por outros são tão capazes quanto pessoas físicas. 
Palavras-Chaves: Pessoa Jurídica, direito civil; personalidade jurídica, teoria.
1- INTRODUÇÃO
	Em uma situação de crise econômica em que vive o pais, um dos termômetros para se avaliar o quanto ela afeta os brasileiros é o nível de desemprego, e a inadimplência de uma maneira geral, esses dois fatores estão ligados com uma das instituições mais recorrente quando o assunto é cenário econômico, as pessoas jurídicas.
	Em meio à crise, muitas empresas entram em falência, levando grande prejuízo para seus credores, Estado, e muitas vezes deixando funcionários com salário atrasados, o que acaba causando vários processos legais. 
	Esse pandemônio econômico, acaba por trazer uma discussão antiga sobre os limites da personalidade dessa pessoa jurídica. Até que ponto as pessoas físicas “por trás” dessas empresas estão relacionadas com os atos daquelas. As dívidas contraídas por essas firmas, após a interrupção de suas atividades ficam sobre a responsabilidade de quem.
	Esses questionamentos são discutidos em algumas teorias filosóficas sobre a personalidade da pessoa jurídica, sendo elas: teoria da ficção, teoria individualista, teoria orgânica ou teoria da realidade objetiva, e teoria da realidade técnica. 
Essas teorias, bem como todo esse estudo, têm como objetivo tenda entender esse ente do Direito brasileiro e mundial, e dessa forma conseguir mensurar e determinar sua personalidade e qual a extensão dela. 
Autores como NADER, DINIZ e KELSEN, trazem esse tema recorrente e seus possíveis desdobramentos, que hora podem trazer responsabilidades para as pessoas físicas, hora desvincula completamente a personalidade física da jurídica. 
2 – DESENVOLVIMENTO
	Na identificação da Pessoa Jurídica nos deparamos com as teorias a seguir descritas, essas teorias são as mais aceitas no meio acadêmico, e por especialistas do direito civil na esfera global. Essas teorias são enumeradas por NADER[1: NADER, Paulo. Curso de DIREITO CIVIL: Parte Geral, Vol. 1, Rio de Janeiro: Forense, 2016.]
2.1 – TEORIA DA FICÇÃO 
	 A primeira teoria que merece ser analisada, ante a sua importância, é a Teoria da Ficção, que nega real existência à pessoa jurídica, entendendo-a como mera entidade fictícia, cuja personalidade decorre de lei e da vontade de seus integrantes.
Para essa teoria, tão somente o homem, pessoa natural, possui real personalidade e pode ser sujeito de direitos, sendo a pessoa jurídica mera criação do próprio ser humano que, por ficção, lhe confere aparente vontade e capacidade para ser sujeito de direitos. Assim, a pessoa jurídica seria apenas um ente artificial, criado pelo ser humano, sem real existência e, portanto, sem real vontade ou personalidade autônomas. Para parcela mais extremada da doutrina ficcionista, ademais, a pessoa jurídica nada mais seria que uma forma de apresentação de relações jurídicas, e cuja personalidade não é propriamente sua, mas sim de seus integrantes (a exemplo dos sócios ou associados) ou, no caso das fundações, dos destinatários da atividade que constitui sua finalidade (a exemplo de enfermos, deficientes ou crianças).
É de se perceber que há certa precariedade na Teoria da Ficção, já que deixa de explicar uma série de situações, tais como a do litígio entre a pessoa jurídica e algum (ou alguns) de seus integrantes. 
 Ora, se a pessoa jurídica é tão somente um ente fictício sem real personalidade jurídica, decorrendo esta da vontade de seu membro ou instituidor, como entender a possibilidade de ter interesses conflitantes com os destes? É questão que fica sem resposta para a teoria ficcionista.
Aliás, é absurdo o entendimento, com relação às fundações, de que sujeitos de direitos são os destinatários beneficiados pela sua atividade, já que "a entidade age, adquire direitos e contrai obrigações, sem a menor participação de uns ou de outros, que são transitórios pela própria contingência de sua passagem, enquanto a atuação do ente moral é permanente e duradoura". Vai ainda além o saudoso civilista, afirmando que "se levarmos às últimas consequências a teoria, e imaginarmos uma fundação cujo objetivo seja a proteção e defesa de animais irracionais, ou teríamos de admitir que a sua existência é destituída de personalidade, ou que esta residiria naqueles, e em qualquer caso a doutrina conduziria ao absurdo".
Ademais, segundo NADER, a Teoria da Ficção esbarra também no fato de os entes políticos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) serem pessoas jurídicas com personalidade jurídica. Conforme manifestação do referido autor, "Se o próprio Estado é uma pessoa jurídica, é de se perguntar quem o investe de tal capacidade. Respondem os adeptos dessa corrente que, como o Estado é necessidade primária e fundamental, tem existência natural. Contudo, isso não afasta a contradição da teoria".
Essas simples questões são aptas a demonstrar que a pessoa jurídica possui autonomia em relação a seu membro, criador ou beneficiário, o que lança por terra os postulados da Teoria da Ficção. 
2.2 – TEORIA INDIVIDUALISTA
Com as ‘teorias individualistas’ da pessoa jurídica, LEONARDO procurou ordenar as doutrinas que reservavam exclusivamente ao ser humano a verdadeira personalidade e capacidade jurídicas. Justamente por centralizar a real subjetividade do fenômeno jurídico na pessoa humana, estas teorias são chamadas “individualistas”. [2: LEONARDO, Rodrigo Xavier. Pessoa jurídica: por que reler a obra de J. Lamartine Corrêa de Oliveira hoje?. Curitiba: Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Paraná, 2005.]
Para KELSEN “(...) quando a ordem jurídica estadual impõe deveres ou estabelece direitos que são considerados como deveres e direitos de uma corporação (...) apenas se pode tratar de deveres cujo cumprimento ou violação é operada através da conduta de indivíduos”.[3: KELSEN, H. Teoria pura do direito. 4. ed. Trad. João Baptista Machado. Coimbra: Armênio Amado, 1976.]
A pessoa jurídica, nesse sentido, segundo o pensamento de KELSON e LEONARDO, é somente a forma que o direito civil encontrou para realizar negócios jurídicos, e nada além disso, uma vez que toda vontade da pessoa jurídica é operada pela pessoa física, conforme sua vontade. Cabe assim os direitos e deveres dessa pessoa jurídica a pessoa física que tem sua posse. 
2.3 – TEORIA ORGANICA
A pessoa jurídica, segundo NADER, originada da vontade pública ou privada, é entidade realmente viva, e cuja existência, vontade e personalidade são distintas das de seus membros ou criadores. É a pessoa jurídica, portanto, real sujeito de direitos e obrigações.
A ideia básica dessa teoria é que as pessoas jurídicas, longe de serem mera ficção, são uma realidade sociológica, seres com vida própria, que nascem por imposição das forças sociais".	
Trata-se de teoria que confere a devida autonomia à vontade e à atuação da pessoa jurídica, em relação às de seus integrantes ou instituidores, já que entende a pessoa jurídica como ente vivo novo e diferente de seus indivíduos componentes ou criadores.
	Assim, segundo a qual "na pessoa jurídica devem distinguir-se a ideia que se manifesta e os órgãos que a exprimem, em perfeita similitude com a pessoa natural, que também manifesta sua vontade atravésde seus órgãos".
2.4 – TEORIA DA REALIDADE OBJETIVA
Segundo DINIZ , essa teoria apoia- se na analogia à pessoa natural, assim sendo, a pessoa jurídica longe de ser mera ficção, é um ente dotado de existência real sociológica tanto quanto às pessoas físicas. Sustenta que a vontade é capaz de dar a vida a um organismo que passa a ter existência própria, distintas da de seus membros, tendo por finalidade a realização de seus objetivos sociais.[4: DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: Teoria geral do direito civil, 24 ed. São Paulo: Saraiva, 2007, 8v., v1, p 229. ]
	Já segundo NADER:
“(...). As pessoas naturais, por sua própria estrutura físico-psíquica, são portadoras de vontade. As pessoas jurídicas têm, também o seu componente subjetivo próprio e distinto dos membros que as compõem. (...) as consequências práticas tiradas são uma projeção teórica natural, todavia como o Estado detém o controle da ordem jurídica possui o poder de corrigir distorções e recolocar no prumo a iniciativa privada. (...)
2.5 – TEORIA DA REALIDADE TECNICA
	Para os seguidores desta corrente, segundo DOWER, a pessoa jurídica é real, porém dentro de uma realidade que não se equipara à da pessoa natural. Traduz a estrutura pela qual o Direito encontra para reconhecer a existência de sociedades de pessoas que se unem em prol de um mesmo fim.[5: DOWER, Nelson Godoy Bassil. Curso moderno de direito civil: Parte geral, São Paulo: Nelpa, 1976, v1, p 51]
	Observando a interpretação de NADER, a teoria da realidade técnica:
“(...)situa a pessoa jurídica como produto da técnica jurídica, a presente teoria rejeita a tese ficcional, e considera os entes coletivos uma realidade, que não seria objetiva, pois a personificação dos grupos se opera na realidade técnica. ”
	Conclui-se que essa teoria é uma evolução da teoria da ficção, e da teoria individualista, ou seja, a pessoa jurídica é um mecanismo criado e institucionalizado pelo Estado, que possui suas vontades, deveres e direitos individuais, mas que continua ligado a seus proprietários e criadores, cabendo ao Estado a função de regularizar a extensão dessa vontade.
3 – CONCLUSÃO
	Após observados essas teorias que possuem as várias interpretações de pensadores filosóficos do direito moderno, e nos voltar ao objetivo inicial dessa pesquisa que é conseguir delimitar as vontades, existência, personalidade, direito e deveres das pessoas jurídicas, chegamos à conclusão de com o passar do tempo as várias interpretações levou-nos a aceitar tanto a ideia de que a personalidade jurídica realmente existe, porém, ainda existe o vínculo com a vontade inicial das pessoas físicas. 
	Ou seja, essa criação sociológica, uma vez que não é possível ver, ou trata com a pessoa jurídica sem ver e tratar com a pessoa física por trás dela, possui sim uma personalidade jurídica, que é diferente das pessoas físicas a ela ligada. E seus deveres e direitos, assim como obrigações, devem ser respondidas pela pessoa jurídica. 
	Todavia, na realização de suas ações, deve ser observado o real objetivo, e se intricadamente as vontades da pessoa física não estão causando interferência. Esse mecanismo deve ser criado pelo Estado, para que o resto da sociedade não sofra com as consequências dessas ações deturpadas. 
	Logo, existe sim a personalidade jurídica da pessoa jurídica, mas ela não está cem por cento desvinculada da pessoa física. É um ser que deve ter total atenção do Estado, para que a justiça seja feita em todos casos em que essas estão envolvidas, seja hora desconsiderando as pessoas físicas por traz, e eximindo ela da responsabilidade, quando não há o conflito de interesse entre a vontade de um e de outro, hora quando entendido que foi abandonado a vontade da pessoa jurídica para ser feita a vontade da pessoa física, responsabilizando sim os sócios, administradores das empresas.
		
4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Brasil, Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil, Presidência da República - Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos, Brasília, DF, 10 jan. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10406.htm. Acesso em: 12 out. 2016.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: Teoria geral do direito civil, 24 ed. São Paulo: Saraiva, 2007, 8v., v1, p 229. 
DOWER, Nelson Godoy Bassil. Curso moderno de direito civil: Parte geral, São Paulo: Nelpa, 1976, v1, p 51. 
LEONARDO, Rodrigo Xavier. Pessoa jurídica: por que reler a obra de J. Lamartine Corrêa de Oliveira hoje?. Curitiba: Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Paraná, 2005.
KELSEN, H. Teoria pura do direito. 4. ed. Trad. João Baptista Machado. Coimbra: Armênio Amado, 1976.
NADER, Paulo. Curso de DIREITO CIVIL: Parte Geral, Vol. 1, Rio de Janeiro: Forense, 2016.

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