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Apostila: Laboratório de Resistência dos Materiais Extensometria Elétrica (Strain-Gage) e Fotoelasticidade 1º Semestre 2006 Orientado por: Sérgio Delijaicov Editado por: João Paulo Buoro Perandini Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais SUMÁRIO PARTE I: EXTENSOMETRIA 1 1. Introdução 1 2. A Extensometria Mecânica 1 3. A Extensometria Elétrica 2 4. A Extensometria Óptica 2 PARTE II: EXTENSOMETRIA ELÉTRICA 3 1. Generalidades 3 2. Princípio de Medidas 4 3. Tecnologia dos Extensômetros 19 4. Características Construtivas 22 5. Efeito Térmico Secundário 31 6. A Escolha de um Extensômetro 32 7. Técnica de Instalação dos Gages 33 8. Instrumentação 33 PARTE III: FOTOELASTICIDADE 43 1. Definições 43 2. Princípio 43 3. Polarímetro 46 4. Figuras Diversas 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 58 Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 1 [ ] [ ] [ ])(1 )(1 )(1 yxzz zxyy zyxx E E E σσνσε σσνσε σσνσε +⋅−⋅= +⋅−⋅= +⋅−⋅= [ ] [ ] [ ])()1( )()1( )()1( yxzz zxyy zyxx k k k εενενσ εενενσ εενενσ +⋅+−⋅= +⋅+−⋅= +⋅+−⋅= )21()1( νν −⋅+= Ek PARTE I: EXTENSOMETRIA 1. Introdução A “Análise Experimental de Tensões” tem como objetivo final a avaliação dos estados de tensões que agem nos diversos pontos de uma estrutura. Para tal, ela utiliza os métodos ou técnicas chamadas “extensométricas”, diretas ou indiretas, que medem as deformações envolvidas em torno de um ponto da estrutura em estudo. A conseqüente aplicação das relações tensão x deformação permitem avaliar o respectivo estado de tensão. No regime elástico, estas relações lineares são dadas pela lei Hooke generalizada: OU onde: E é modulo de Young do material ν é o coeficiente de Poisson No regime plástico, as relações tensão x deformação deixam de ser lineares e dadas por outras leis como as de Lery-Mises ou de Prandtl-Reuss, que podem ser encontradas nos livros avançados da Resistência dos Materiais ou da Mecânica dos Sólidos Deformáveis. As técnicas extensométricas podem ser classificadas em três grandes categorias: 2. A Extensometria Mecânica[1] A extensometria mecânica tem como princípio básico de trabalho a medida da distância entre dois pontos, antes e depois da solicitação da estrutura. A distância inicial entre os pontos ´l´ é o comprimento ativo do extensômetro. Como os deslocamentos envolvidos são muito pequenos, faz-se necessário ampliar a medida para uma leitura mais segura, que se consegue através de dispositivos óticos ou pneumáticos. Um grande inconveniente do uso dos extensômetros mecânicos é o fato das deformações serem, geralmente, heterogêneas numa estrutura, fazendo com que o comprimento ativo seja o menor possível, fator limitante da construção dos referidos extensômetros. Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 2 3. A Extensometria Elétrica 3.1. por Analogia: monta-se um círculo elétrico no qual uma grandeza obedeça as mesmas leis que uma certa função de tensões, verificada na estrutura em estudo. Este método, cômodo em certos casos particulares, necessita de montagens complexas em muitos outros, o que o torna inadequado em face dos outros métodos descritos a seguir. 3.2. por STRAIN-GAGES: a deformação em torno de um ponto e numa certa direção de uma estrutura carregada é determinada pela medida da variação de resistência elétrica de um fio colado na mesma direção da deformação que se quer medir. O método é cômodo, preciso e permite a determinação do estado de tensões num ponto isolado, ao mesmo tempo que não avalia o campo completo de tensões no corpo. 4. A Extensometria Óptica[1] 4.1. MOIRÉ: a superposição de dois reticulados de malhas muito finas, um ligado à peça deformada e portanto distorcido e o outro de comparação, permite observar um fenômeno de franjas, chamado de MOIRÉ, cuja configuração está ligada à deformação da peça. 4.2. Holografia por interferometria: esta técnica mede a fase de uma vibração luminosa em função de uma vibração luminosa de referência. Esta fase é função do caminho óptico percorrido e varia de acordo com a mesma. 4.3. Fotoelasticimetria: mede por polarimetria a distorção de forma que uma vibração luminosa é submetida quando atravessa um meio que, inicialmente homogêneo e isotrópico, se torna birrefringente assim que é deformado. Obs.: as técnicas de extensometria óptica são bem adaptadas à análise do campo de tensões e se aplicam, em geral, a modelos estruturais. No entanto, em algumas variações, como na técnica da fotoelasticimetria por reflexão, o estudo pode ser feito na estrutura real, tornando-a de grande importância. Em função da sua importância, desenvolveremos a seguir, particularmente, a técnica da Extensometria Elétrica por STRAIN-GAGES, atendendo às aplicações de medida de estados de tensões em pontos isolados e a técnica da Fotoelasticimetria, atendendo às aplicações de estudo do campo de tensões estabelecido em estruturas carregadas. Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 3 PARTE II: EXTENSOMETRIA ELÉTRICA 1. Generalidades[1] A extensometria elétrica por STRAIN-GAGES utiliza como elemento sensível um fio resistivo que transforma uma variação de comprimento em variação de resistência elétrica. Nos primeiros gages utilizados no início deste século o elemento resistente era constituído por um depósito de carbono coloidal sobre um suporte isolante. Notou-se rapidamente que os fatores secundários, temperatura e umidade exerciam uma influência considerável sobre as indicações do gage. Estes problemas levaram à concepção de gages constituídos por fio, onde, em sua forma mais simples, é composto por um fio muito fino (10 a 30 µm de diâmetro) em liga Ni-Cr ou Cu-Ni. O fio, depois de dobrado, é colocado sobre um suporte isolante, em geral uma folha fina de papel (fig. 01). Fig. 01 – O extensômetro de resistência elétrica.[3] No final da 2ª Guerra Mundial, registraram-se progressos consideráveis nas técnicas da extensometria elétrica: os gages a fio foram substituidos por gages de tramos peliculares, tipo “lâmina” ou “folha”, sobre suportes em resina epoxi (20 a 80 µm de espessura) e, posteriormente, tratados por fotogravura (fig. 02). Fig. 02 – Detalhes do extensômetro de resistência elétrica.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 4 S dS l dld R dR −+= ρ ρ � � � � � � +⋅=⋅= l dl S dS c v dv c d ρ ρ Citamos abaixo algumas vantagens do caso dos extensômetros de lâmina: - a precisão da grelha obtida por fotogravura é da ordem de microns; - o suporte epóxi, mais sólido que o papel, pode ser muito fino, transmitindo assim mais fielmente as deformações ao elemento sensível; - sendo de constituição plana possibilitam melhor dissipação térmica; - o procedimento de fabricação permite reduzir a dispersão de características geométricas num mesmo lote; - o efeito transversal é muito menor que os gages a fio; - a técnica da fotogravura permite a obtenção de geometrias variadas com grandes reduções de dimensões. Desta forma, os gages de lâmina ou de folha são, no dias de hoje, os mais utilizados. 2. Princício de Medidas 2.1. O Strain-Gage:[1] Consideremos um gage tipo lâmina, colado sobre um certo ponto da superfície de uma peça. Um sistema de eixos xyz é ligado a peça, onde o eixo x é paralelo aos fios do gage (fig. 03). Fig. 03 – Detalhe de um fio de um gage tipo lâmina.[3] A resistência elétrica do fio é R =ρ. l / S , onde ρ é a resistividade do metal do gage, l e S são, respectivamente, o comprimento e a área da secção transversal dos tramos do gage. Tomando-se a variação daresistência elétrica do fio (derivada logarítmica), temos: (1) A Lei de Bridgman estabelece que a variação da resistividade é proporcional à variação de volume do gage: (2) onde c é uma constante que depende do material. Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 5 S dS c l dl c R dR ⋅−+⋅+= )1()1( l dl onde S dS S dS então S dS como x y yxy zy yxz = ⋅� � � � � � − −⋅� � � � � � − − = +⋅ − −= += +⋅ − −= ε ε ν ν ε ν ν εε ν ν ε εε εε ν ν ε x11 21 )( 1 , )( 1 ( ) yx ccR dR ε ν ν ε ν ν ν ν ⋅� � � � −⋅� � � � � � − − +⋅� � � � − +� � � � � � − − ⋅= 1 1 21 11 21 yx KKR dR εε ⋅+⋅= 21 0 0 =⋅� � � � � � =⋅� � � � � � = yx xy para R dR para R dR L εε εε Substituindo (2) em (1) resulta: (3) Em se tratando de um caso típico de estado plano de tensões (σz=0), podemos escrever: (4) (5) Substituindo (4) e (5) em (3), resulta: (6) que é uma expressão do tipo: (7) onde K1 e K2 dependem de uma série de fatores, em particular da natureza do material do gage e da temperatura de serviço. Deve-se observar que a lei de Brigdman, como foi enunciada anteriormente, não leva em consideração a anisotropia do metal dos gages, conseqüência de sua fabricação (trefilação ou fotogravura). É provavél que a descrição exata dos fenômenos exige substituir simples constantes c ou ν por outras grandezas mais complexas (tensoriais). A constante K1 é o fator do gage e a constante K2 caracteriza sua sensibilidade à deformação transversal. Em geral K2 é desprezado perante K1. O efeito da deformação transversal sobre a longitudinal é dada pelo fabricante do gage através do seguinte coeficiente: (8) Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 6 xKR dR ε⋅= Como o fabricante do gage procura no seu projeto o menor efeito possível da deformação transversal sobre a longitudinal (o quociente da expressão anterior não passa de alguns por cento), em primeira aproximação podemos escrever a seguinte expressão: (9) onde K1 = K e K2 = 0 na expressão (7). Deve-se observar a natureza estatística do fator do gage K devido a sua dependência com inúmeros fatores, tais como material, temperatura técnicas de fabricação. Observação: Em tudo que foi escrito, supõe-se que a deformação εx medida pelo gage, seja igual ao do material sobre a qual ele é colado. Apesar de que seja difícil compreender que a transmissão integral da deformação se dê através do material de suporte do gage (resina epóxi), devemos notar que a transmissão é de deformações não de tensões. Isto se deve ao comportamento elástico do material de suporte (caso seja viscoelástica a transmissao de deformações, ainda esta se dá integralmente, ou com alguns desvios que não chegam a comprometer a medida) (fig. 04). Fig. 04 – Transmissão da deformação da estrutura para o gage.[3] 2.2 Método de Medida:[1] Como sabemos, a medida da deformação εx, paralelamente aos fios do gage, se reduz à avaliação da variação relativa de sua resistência elétrica: xKR dR ε⋅= Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 7 Com base nesta informação, podemos dispor de dois princípios de medidas que passamos a abordar: o método potenciométrico e o método em ponte. 2.2.1. Método Potenciométrico: Se o gage é inserido numa montagem potenciométrica do tipo da figura 05, a tensão U nos terminais do elemento sensível é: Fig. 05 – Montagem potenciométrica.[3] como : e sabendo que o sinal é máximo para R=R’, então e, portanto: A medida da diferença de potencial dU nos permite, então, calcular a deformação. Esta montagem, apesar de ser simples e muito usada nas medidas dinâmicas, apresenta um grande inconveniente: a estabilização da tensão E de alimentação deve ser extremamente cuidadosa. Por exemplo, uma tensão de 10 MPa (aproximadamente 1kgf/mm2) no aço (E = 200GPa), se traduz pela seguinte deformação: Para um fator de gage de K = 2, a variação de tensão correspondente será: mas se E = 4V, então dU = 100µV Estabilizar uma tensão desta ordem é impraticável. b.) Montagem em Ponte de Wheatstone: A figura 06 indica uma ponte de Wheatstone, onde i, j e k são as correntes nas suas 3 malhas (os respectivos sentidos estão indicados na própria figura) e G é um galvanômetro. 2' ' 2' ' )()( RR RR R dRE RR dRREdU + ⋅ ⋅⋅= + ⋅ ⋅= R dREdU ⋅⋅= 4 1 xKEdU ε⋅⋅⋅= 4 1 6 9 6 1050 10200 1010 −×= × × =ε 61025 4 −×=⋅= x K E dU ε U Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 8 Fig. 06 – Ponte de Wheatstone.[3] O galvanômetro G, tendo uma impedância muito alta comparada à resistência equivalente da ponte, permite escrever k<<<i e k<<<j. Então: 4321 RR Eje RR Ei + = + = mas como U = VA-VB = R1i – R4j , temos: A ponte está equilibrada quando U = 0 ou R1.R3 = R2.R4. Se as resistências Ri da fonte variam de dRi para i = 1, 2, 3 e 4, então: � � � � + ⋅−⋅ + + ⋅−⋅ ⋅= 2 43 4334 2 21 2112 )()( RR dRRdRR RR dRRdRREdU ou � � � � �� � � �� � � −⋅ + ⋅ +�� � � �� � � −⋅ + ⋅ ⋅= 4 4 3 3 2 43 43 2 2 1 1 2 21 21 )()( R dR R dR RR RR R dR R dR RR RREdU (10) como: R1.R3 = R2.R4 ou 43 21 3 2 4 1 RR RR R R R R + + == ou ainda: 43 3 21 2 43 4 21 1 RR R RR R e RR R RR R + = ++ = + )()( )( 4321 4231 RRRR RRRRU +⋅+ ⋅−⋅ = Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 9 obtém-se pelo produto destas expressões: 2 43 43 2 21 21 )()( RR RR RR RR + ⋅ = + ⋅ (11) substituindo-se (11) em (10) resulta: � � � � −−−⋅ + ⋅ ⋅= 4 4 3 3 2 2 1 1 2 21 21 )( R dR R dR R dR R dR RR RREdU (12) se R1= R2= R3= R4, então: � � � � −−−⋅= 4 4 3 3 2 2 1 1 4 R dR R dR R dR R dREdU (13) Se somente uma das resistências varia, a tensão de desequilíbrio é então proporcional à variação relativa desta resistência. Cada um dos braços da ponte é afetado de um sinal (positivo ou negativo) que permite efetuar medidas aditivas (em 2 braços opostos) ou dedutivas (em 2 braços adjacentes), como indica a figura 06. 2.3. Análise de Medidas:[1] 2.3.1. Solicitação Simples: Este é o caso de aplicação de gage simples (figura 07) onde, medida a deformação εx na direção x, basta aplicar a lei de Hooke na sua forma mais simples ( xx E εσ ⋅= ) para o cálculo da tensão xσ . Fig. 07-01 – Detalhe do gage sob deformação.[3,6] Comprimento Ativo Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 10 Exemplos de strain gages para solicitação simples: Fig. 07-02 – Exemplos de gage HBM série Y.[5] Apostilade Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 11 Fig. 07-03 – Exemplos de gage HBM série G.[5] 2.3.2. Solicitação Dupla: Este é o caso de aplicação de rosetas como se ilustra na figura 08. A análise do estado de deformação num ponto de uma estrutura solicitada de forma dupla requer a avaliação de deformações lineares e de deformações angulares (distorções), respectivamente xyyx e γεε , . Como os extensômetros captam somente deformações lineares e na direção do seu comprimento ativo, necessitamos de um conjunto destes para caracterizar o estado de deformação em torno de um ponto. Tais conjuntos são chamados de rosetas, que utilizam, de um modo geral, 3 extensômetros dispostos a 45º (roseta retangular) ou a 120º (roseta delta). Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 12 Exemplos de strain gages para solicitação dupla: Fig. 08 – Exemplos de rosetas.[3,5] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 13 2.3.2.1. Caso geral: Fig. 09 – Roseta genérica.[3] � � � ⋅+⋅+⋅= ⋅+⋅+⋅= ⋅+⋅+⋅= c xy cycxc b xy bybxb a xy ayaxa θ γ θεθεε θ γ θεθεε θ γ θεθεε 2sen 2 sencos 2sen 2 sencos 2sen 2 sencos 22 22 22 (14) Conhecidos os ângulos aθ , bθ e cθ (função da montagem da roseta) e medidas as deformações aε , bε e cε , através da equação (14) calculamos: xε , yε e xyγ . Com estes valores determinamos as deformações principais e respectivas direções: ( ) � � � − = � � � � � � − = � � � � � � − = � � � � � � � � +� � � � � � � � − ± + = yx xy xy x xy x xyyxyx tg ouarctg arctg εε γ θ γ εεθ γ εεθ γεεεε ε 2 2 2 222 2 2 1 1 22 2,1 (15) Com os valores de 1ε e 2ε , calculamos as tensões 1σ e 2σ , através da lei de Hooke generalizada: Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 14 ( ) ( ) � � � ⋅+⋅ − = ⋅+⋅ − = 1222 2121 1 1 ενε ν σ ενε ν σ E E (16) 2.3.2.2. Roseta retangular: Fig. 10 – Roseta retangular ou 45º.[3] 2.3.2.2.1. Solução analítica: Substituindo 0=aθ , º45=bθ e º90=cθ na expressão (14), resulta: ax εε = ; by εε = ; cabxy εεεγ −−⋅= 2 que substituídos na expressão (15), resulta: ( ) ( )222,1 22 cabca ca εεεεε εε ε −−⋅+−±+= (17) ca cabtg εε εεεθ − −−⋅ = 22 (18) tal que � � � <<−<−−⋅ <<>−−⋅ º0º9002 º90º002 1 1 θεεε θεεε entãose entãose cab cab � � � � � � � −−⋅ −⋅ = � � � � −−⋅ −⋅ = cab a cab a arctge arctgou εεε εεθ εεε εεθ 2 )(2 2 )(2 2 2 1 1 (18-a) não necessitando interpretar os sinais. Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 15 Substituindo a expressão (17) na (16), resulta: � � � � −−⋅+−⋅�� � � �� � � + ±� � � � � � + ⋅= 22 2,1 )2()(1 1 22 cabca caE εεεεε γ εε σ (19) 2.3.2.2.2. Solução Gráfica (Círculo de Mohr): As expressões (17) e (18) pode ser escritas da seguinte forma: ( ) ( ) � � � − − = −+−=−−⋅+−⋅= + = ±= A A tg AAB eA ondeBA a b bacabca yx ε εθ εεεεεεε εε ε 2 )2()( 2 1 2 2222 2,1 (20) Fig. 11 – Círculo de Mohr das deformações A: posiciona o centro do círculo C. B: é o raio do círculo. Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 16 Procedimento para se traçar o círculo de Mohr: - traçar 3 retas paralelas verticais, distantes aε , bε e cε de uma origem ‘O’ arbitraria num eixo horizontal x; - marcar um ponto sobre a vertical de aε , a um distância arbitrária, acima do eixo x; - marcar a mesma distância sobre a vertical de cε abaixo do eixo x obtendo um ponto; - unir, através de uma reta, os dois pontos, que cortará o eixo x no ponto C, centro do círculo de Mohr. A distância A está estabelecida; - obter da própria figura os valores de Aa −ε e Ab −ε e desenhar o triângulo retângulo da figura abaixo para obter o raio do círculo de Mohr B (de acordo com as expressões (20)); - dados, então, a origem do sistema, A e B construir o círculo de Mohr; - como podemos ter 2 soluções para os valores de aε , bε e cε , positivos ou negativos, devemos pesquisar o sinal de � � �� � � 2 γ através do sinal de ( )Ab −ε : Se ( ) 0>− Abε , o ponto ‘a’ está abaixo do eixo dos ε e o pólo fica determinado. Caso contrário o ponto ‘a’ está acima do eixo dos ε. Fig. 12 – Círculo de Mohr das deformações. B Ab −ε Aa −ε Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 17 2.3.2.3. Roseta Delta: Fig. 13 – Roseta delta ou 120º.[3] 2.3.2.3.1. Solução Analítica: Substituindo os valores de º0=aθ , º120=bθ e º240=cθ nas expressões (14) resulta, após a solução do sistema de equações as seguintes expressões: ( )[ ] ( )bcxy acby ax εεγ εεεε εε −⋅= −+⋅⋅= = 3 2 2 3 1 que substituídas nas expressões (15) resulta: ( ) ( ) ( )2222,1 3 2 3 accbba cba εεεεεε εεε ε −+−+−⋅± ++ = (21) (22) tal que: - se 0>− bc εε então 0º< 1θ <90º - se 0<− bc εε então –90º< 1θ <0º ou ( ) ( )cba bctg εεε εεθ +−⋅ −⋅ = 2 32 Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 18 ( ) ( ) � � � � � − −⋅ = � � � � � − −⋅ = bc a bc a arctg arctg εε εεθ εε εεθ 2 2 1 1 3 3 não necessitando interpretar os sinais. Substituindo a expressão (21) nas expressões (16) resulta: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 222 2,1 13 2 13 accbba cbaE εεεεεε νν εεε σ −+−+−⋅ +⋅ ±� � � � −⋅ ++ ⋅= (23) 2.3.2.3.2. Solução gráfica (Círculo de Mohr): As expressões (21) e (22) pode ser escritas a seguinte forma: ( ) ( ) ( ) ( ) � � � �� � � �� � � − − ⋅= −+−+−⋅= ++⋅= ±= A tg B A BA a bc accbba cba ε εεθ εεεεεε εεε ε 3 22 3 2 3 1 222 2,1 (24) A: posiciona o centro do círculo; B: é o raio do círculo. Procedimento para se traçar o Círculo de Mohr: - traçar 3 retas paralelas e verticais distantes de aε , bε e cε de uma origem ‘O’ abritrária, num eixo horizontal x; - dispor a roseta de um modo que a direção do extensômetro b seja vertical; - marcar um ponto arbitrário sobre a vertical por bε . Esteponto será o Pólo do círculo de Mohr; - pelo Pólo traçar retas paralelas às direções dos extensômetros ‘a’ e ‘c’ que interceptam as verticais por aε e cε nos pontos A e C; - os três pontos A, Pólo e C determinam o círculo de Mohr. NOTA: este procedimento é absolutamente geral e portanto aplicável a qualquer tipo de roseta, desde que um dos gages esteja na vertical. ac b Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 19 3. Tecnologia dos Extensômetros 3.1. Materiais Empregados:[2] Como verificamos anteriormente, o princípio de medidas com extensômetros elétricos, se reduz à utilização da expressão: xKR dR ε⋅= onde K é o fator do gage que depende de inúmeros fatores, entre outros o material. Poder-se-ia imaginar que vários materiais se prestariam à fabricação dos extensômetros, mas uma série de considerações de compromisso devem ser atendidas restringindo, assim, a escolha: - o sinal deve ser, se possível, uma função linear da deformação; - não deve ocorrer o fenômeno da histerese; - a curva deve ser a mesma, tanto para cargas crescentes como para decrescentes; - o material deve ter ainda: • alta resistividade (ρ); • alto limite de escoamento; • baixa sensibilidade às variações com a temperatura; • boa resistência à corrosão; • boa soldabilidade. A tabela I e a figura 14 e a tabela 01 ilustram alguma destas considerações: Tabela I – Exemplos de materiais de extensômetros:[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 20 Fig. 14 – Curvas de resposta à deformação de alguns materiais metálicos.[3] Poder-se-ia escolher, para aplicação em extensômetria, três tipos de materiais (fig.15) conforme a resposta às deformações: Fig. 15 – Tipos recomendados para sinais de extensômetros.[] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 21 onde: - os tipos ‘a’ e ‘c’ são recomendados para pequenas deformações; - o tipo ‘b’ é recomendado tanto para pequenas como para grandes deformações. O Constantan (ADVANCE) tem uma curva do tipo ‘b’ e é uma das ligas mais usadas na construção dos extensômetros. Apresenta-se a seguir algumas características das ligas de maior uso: a.) ligas Cu-Ni (55-45) – Constantan, Advance - ensaios estáticos e dinânicos; - temperatura até 200ºC; - quando recozida é utilizada para grandes deformações ( %20≅ε ). b.) ligas Ni-Cr (80-20) – Nichrome V, Tophet A, Alby 200 - uso para ensaios a altas temperaturas; - ensaios estáticos até 600ºC; - ensaios dinâmicos até 980ºC; c.) ligas Ni-Fe-Mo – Isoelastic, Elinvar, Dynaloy - 36% Ni, 8% Cr, 0,5% Mo e 55,5% Fe; - usado para ensaios dinâmicos; - é influenciada pela temperatura; - possui grande fator de sensibilidade (3,5); - usado para ε de até 0,75%. d.) ligas Ni-Cr-adições – Karma, Evanohm, Stabiloy - 75% Ni, 20% Cr, Al, Fe, ...; - é estável quanto a temperaturas; - para ensaios dinâmicos até 800ºC; - usado para ε de até 1%. Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 22 4. Características Construtivas[1,2] 4.1. Extensômetro elétrico de fio (wire): Os gages de fio contém de 50 a 150mm de fio de diâmetro da ordem de 25µm, enrolados em espiras chatas contidas em um plano ou em bobina em dois planos (fig. 16a/b). A sua resistência interna é tomada como padrão nas medidas de 120Ω ou 350Ω. Fig. 16 – Exemplos de extensômetros elétricos de fio.[1,7] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 23 4.2. Extensômetro elétrico de folha (foil): Os extensômetros de folha são semelhantes ao de fio, residindo a diferença básica no processo de fabricação onde se utiliza uma lâmina muito fina (3 a 10µm) obtida por corrosão em ácido num processo de máscara fotosensitiva como nos circuitos impressos (fig. 17). Fig. 17-a - Exemplos de extensômetros elétricos de folha.[3,5,7] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 24 Fig.17-b – Exemplos de outros tipos extensômetros elétricos de folha.[7] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 25 Como comentou-se no capítulo I, os extensômetros de folha são os mais utilizados em relação aos de fio devido a inúmeros fatores que reproduzimos a seguir: - apresentam menor sensibilidade transversal; - apresentam grande área de dissipação de calor; - apresentam maior precisão nas dimensões, no fator do extensômetro (resistência nominal); - apresentam uma grande área de colagem. Como desvantagem principal temos o seu preço que é superior ao de fio. 4.3. Extensômetro de semicondutor:[1,4] Consiste num filamento de cristal de silício de pequenas dimensões montado em suportes epóxicos ou fenólicos (fig.18). Possuem como características importantes: - grande capacidade de variação da resistência em função da deformação; - elevados fatores de gage (aproximadamente ± 150). A variação da resistência é dada por fenômeno piezo-resistivo, enquanto que nos extensômetros metálicos, é dada pela variação de suas dimensões. Um dos inconvenientes dos extensômetros semicondutores é que o fator do gage varia com a deformação numa forma não linear, dificultando a interpretação das leituras, exigindo a utilização de dispositivos ou circuitos linearizadores desses efeitos. Fig. 18 – Tipos de extensômetro de semicondutor.[7] Apesar de que os extensômetros semicondutores sejam importantes devido a algumas de suas características, inegavelmente os extensômetros metálicos são os mais utilizados. Como os tamanhos e as aplicações são as mais variadas, recomenda-se que se consulte manuais de fabricantes para uma boa escolha (Micro-Measurements, Kyowa, BLH, etc...). As figuras que se seguem mostram diferentes aplicações dentro da linha da MM (Micro- Measurements). Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 26 Fig. 19 - Gages Simples.[3] Fig. 20 - Roseta de 2 gages.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 27 Fig.21 - Roseta de 3 gages.[3] Fig. 22 - Rosetas de 4 gages.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 28 Fig. 23 - Rosetas Superpostas (2 e 3 gages) .[3] Fig. 24 - Gages longos.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 29 Fig. 25 - Gages sem suporte.[3] Fig. 26 - Gages para tensão residual.[3] Fig. 27 - Gages para gradiente de tensões.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 30 Fig. 28 - Gages para concentração de tensões.[3] 4.4. Material de suporte: Como sabemos os extensômetros elétricos são constituídos de um material condutor fixado a um material de suporte isolante que se escolhe em função da temperatura de serviço: - para T < 80ºC: papel impregnado com nitrocelulose; uso típico à temperatura ambiente; papel fino ou grosso; baixa resistência à umidade; - para T < 120ºC: suporte em epóxi; melhor resistência à umidade; - para T < 175ºC estático e T < 205ºC curta duração: suporte em poliester ou poliimida; - para T < 180ºC estático e T < 250ºC curta duração: suporte em baquelite; - para T < 205ºC: suporte em epóxi com reforço em fibra de vidro; - para temperaturas mais elevadas utilizam-se gages sem suportes aplicados com material cerâmico, como o óxido de alumínio; T < 370ºC estático e T < 760ºC curta duração. Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 31 5. Efeito térmico secundário Quando se aquece uma peça, sobre a qual um gage é colado (fig. 29), este registrará uma variação de sua resistênciaR, devido ao aumento de sua temperatura e da diferença de alongamento da peça e do seu alongamento próprio. Fig. 29 – Efeito Térmico sobre o gage.[] Este efeito é expresso por: ( ) TTK R R SGpeça T ∆⋅+∆⋅⋅−=� � � � � � ∆ ∆ γαα (25) onde: peçaα : coeficiente de dilatação linear do material da peça. SGα : coeficiente de dilatação linear do material do SG. K : fator do gage γ : coeficiente térmico de variação da resistividade do material do gage. Compreende-se que este efeito deve ser eleminado para que se possa medir somente o efeito do carregamento sobre a estrutura. Para que ( ) TR R ∆ ∆ seja nulo, deve ocorrer a seguinte relação de dependência a partir da expressão (25): ( ) KSGpeça ⋅−−= ααγ (26) A tabela II abaixo dá os valores de ρ, K, α, γ em função dos diferentes materiais usados para os gages. Tabela II: Propriedades físicas dos materiais para extensômetros. Material ρ20ºC (µΩcm) γ.10-6 a 20ºC K α.10-6 a 20ºC ADVANCE 49 10 2,1 16 NICHROME 103 100 2,1 13 ISOELASTIC 80 500 3,6 7,2 KARMA 134 20 2,0 13,5 PLATINA 25 1300 5,1 8,7 Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 32 Um elemento que verifica a expressão (26) é chamado de autocompensado relativamente a variação térmica. Na realidade isto pode ocorrer em determinadas faixas de temperaturas para diferentes materiais como se indica na figura 30 abaixo. Fig. 30 – Strain Gages autocompensados.[3] 6. A escolha de um extensômetro[5,6,7] A multiplicidade de tipos, formas e materiais empregados para os extensômetros fazem com que ocorram critérios de escolha, para determinadas aplicações, baseadas em alguns fatores: 6.1. Alongamento: O alongamento máximo suportado pelos extensômetros clássicos (material Constantan e suporte epóxi) varia de 0,5% a 4% dependendo do tipo de colagem. Cada fabricante indica as diferentes técnicas de colagem para os gages de sua fabricação e fornece igualmente os produtos necessários para esta operação. Alguns gages, conhecidos como “gages de grande alongamento” (liga de Constantan especialmente tratada) em geral não sao autocompensados, e permitem medidas de deformações de até 15%. Outros gages, utilizados para medidas dinâmicas, fabricados em material Isoelastic (Enlivar), oferecem uma grande resistência à fadiga com alguma possibilidade de autocompensação. Os fatores K destes gages são em geral mais elevados que o dos gages comuns (3,2 no lugar de 2,1). 6.2. Forma Geométrica: É o caso dos gages simples, das rosetas e dos gages especiais, abordados no capítulo 3 e ilustrados através das figuras 19 a 28. 6.3. Tamanho do Gage: A escolha da dimensão de um gage depende do gradiente de tensões no ponto onde ele está colado, ou das freqüências de trabalho nas medidas dinâmicas. O comprimento ativo dos gages comuns varia de 2 a 13 mm, sendo que fora os casos especiais (células de carga, gages colados em materiais heterogêneos, etc...) podem chegar até 40mm. Em outros casos utilizam-se gages extremamente pequenos (0,2mm). Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 33 6.4. Temperatura de Funcionamento: 0 à 80ºC : material Constantan e suporte em epóxi 80 à 200ºC : material Constantan e suporte em epóxi reforçado com vidro 200 à 300ºC : material Ni-Cr e suporte em epóxi reforçado com vidro T > 300ºC : material Ni-Cr e suporte cerâmico 0 à 80ºC : material Constantan e suporte epóxi T < -80ºC : material Ni-Cr e suporte epóxi 6.5. Compensação de Temperaturas: O gage escolhido deve ser autocompensado para o material da estrutura e para o domínio de temperaturas de trabalho. Se a escolha não é possível, procura-se uma ligação mais adequada (ver capítulo 8) ou uma correção das medidas obtidas (ver catálogos de fabricantes). 7. Técnica de Instalação dos Gages[1,2] Para se obter resultados de deformação com os extensômetros elétricos, é indispensável que se proceda uma boa colagem com técnicas e materiais desenvolvidos na área e difundidos pelos diversos fabricantes. A escolha do adesivo é de grande importância e deve ser norteada pelo bom desempenho à temperatura, à fluência e que seja fácil de aplicação. Podemos citar 3 tipos de adesivos: 7.1. Adesivos a base de cianocrilato: cura à temperatura ambiente; fáceis de usar; tempos de colagem de alguns minutos; não necessitam de pressão de colagem. 7.2. Adesivos a base de nitro-celulose: uso à temperaturas próximas da ambiente; secagem relativamente rápida; necessitam de alta pressão entre o gage e a peça devido a evaporação do solvente. 7.3. Adesivos a base de poliester, acrílico e epóxi: usados normalmente com um catalizador; aplicados com alta pressão entre o gage e a peça; tempos de cura variam com o tipo de produto, podendo ser lentos (12horas) ou praticamente instantâneos (acrílicos). A preparação da superfície para a posterior colagem do extensômetro deve seguir as rotinas de uma perfeita limpeza com detergentes e solventes como o tricloroetileno, a benzina, a acetona, o álcool, o acetato de amila e outros. Evidentemente que a remoção dos óxidos e da tinta da superfície deve ser assegurada através de lixas. Finalmente deve ser feita a impermeabilização do gage para que se garanta a vida da instalação. Para tal utilizam-se ceras, graxas ou borrachas de silicone. 8. Instrumentação[1] Como vimos no item 2.2., dois métodos de medidas extensométricas são usados: -por montagem potenciométrica; -por montagem em ponte de Wheatstone. Apresentaremos a seguir as ligações em ponte de Wheatstone por tratarmos, por enquanto, de medidas estáticas. 8.1. Ligações: As ligações em ponte de Wheatstone são feitas substituindo seus braços pelos gages, chamados ativos, através dos quais queremos efetuar as medidas. Conforme o número de braços ocupados, teremos ligações ou montagem de ¼ de ponte, ½ ponte ou ponte completa. Estando os 4 braços da ponte ocupados, a expressão que traduz a variação da tensão com a variação da resistência dos gages é a expressão (13), reproduzida abaixo pelo (26). A Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 34 expressão (27) é a mesma, mas escrita em termos de deformações, e a figura 31 é o esquema da ponte de Wheatstone. � � � � −+−⋅= 4 4 3 3 2 2 1 1 4 R dR R dR R dR R dREdU (26) [ ]43214 εεεε −+−⋅ ⋅ = KEdU (27) Fig. 31 – Ponte de Wheatstone.[3] 8.1.1. Montagem ¼ de ponte (1gage): Esta é a montagem mais simples, podendo ser efetuada em 2 ou 3 fios. 8.1.1.1. Montagem em 2 fios: Nesta montagem, esquematizada na figura 32, pode-se reconhecer a diagonal de alimentação CD, a diagonal de medidas AB e o gage ativo colocado no braço AC. O inconveniente desta montagem é que o braço AC considera, além do gage R, os fios de ligação EB1 e FB2. Mesmo que o gage seja autocompensado, efeitos térmicos parasitas agem sobre os fios, além do que se os fios forem longos a resistência do braço AC pode se afastar muito da resistência R do gage, mascarando em ambos os casos os resultados medidos. Para este caso as expressões (26) e (27) reduzem-se em: 1 1 4 R dREdU ⋅= e (28) ε⋅ ⋅ = 4 KEdU Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 35 Fig. 32 – Ligação ¼ de ponte– 2 fios.[3] Para que se possa observar a sensibilidade desta montagem quanto a temperaturas, tomemos o seguinte exemplo: -RG = 120Ω -K = 2,1 -30m de fio de cobre 26AWG ( Ω=⋅ 121 R em cada braço) - 004,0=γ (coeficiente térmico de variação da resistividade do fio) -para uma variação de temperatura CT º1=∆ , teríamos: C R R K TRR /º2,31)2120( 008,0 1,2 11 008,01004,02 µεε γ = + ⋅= ∆ ⋅= Ω=⋅⋅=∆⋅⋅=∆ 8.1.1.2. Montagem em 3 fios: Os inconvenientes destacados na montagem em 2 fios podem ser eliminados por esta montagem, esquematizada na figura 33, que conserva um fio EB1 no braço ativo da ponte e coloca o segundo fio FB2 ligado no braço adjacente da mesma, anulando-se, desta forma, a influência das resistências dos fios. As expressões (28) e (29) permanecem válidas. Fig. 33 – Ligação ¼ de ponte – 3 fios.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 36 Nota: não obstante, os efeitos térmicos secundários devido aos fios, com ligação em 3 fios, serem eliminados, um erro deve ser considerado na leitura devido à introdução, em série, com a resistência do gage, da resistência dos fios. Para medidas precisas deve-se considerar a seguinte correção: �� � � �� � � + ∆ ⋅= ∆ ⋅= rR R K R R K G medido G real 1 1 ε ε r é a resistência dos fios. ( ) ( ) medido G G real G G medido real R rR R rR εε ε ε ⋅ + = + = (30) para o exemplo anterior onde Ω= 120GR e Ω= 2r teríamos: medidoreal εε ⋅� � � � � � + = 120 2120 que corresponde a um erro de 1,66%, perfeitamente desprezado nas medições usuais. 8.1.2. Montagem em ½ ponte: Esta montagem, esquematizada pela figura 34, utiliza gages ativos instalados em braços adjacentes ou opostos da ponte, conforme se queria a diferença, ou a adição dos sinais, respectivamente. Das expressões (26) e (27) podemos ter: montagem em braços adjacentes ( ) ou KEdU R dR R dREdU r � � � −⋅ ⋅ = �� � � �� � � −⋅= 21 21 1 4 4 εε (31) montagem em braços opostos ( ) ou KEdU R dR R dREdU � � � +⋅ ⋅ = �� � � �� � � +⋅= 31 3 3 1 1 4 4 εε (32) Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 37 Fig. 34 – Ligação ½ de ponte com dummy.[3] Uma aplicação importante desta montagem é a compensação de temperaturas com um gage compensador (DUMMY GAGE), quando não dispomos de gages autocompensadores de temperaturas. A montagem é feita em braços adjacentes com o gage ativo colocado na estrutura que se quer medir as deformações, e o DUMMY colado num pedaço do mesmo material da estrutura em estudo, isento de cargas, mas sofrendo as mesmas variações de temperatura daquela. A compensação é feita da seguinte forma: R dRE R dRT R dRTdREdU ⋅=�� � � − + ⋅= 44 Exemplos de aplicação: 1) Flexão Normal: ε⋅ ⋅ ⋅= 4 2 KEdU (sinal dobrado) ( )νε +⋅⋅⋅= 1 4 KEdU (sinal multiplicado por ν+1 ) Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 38 2) Tração: ε⋅ ⋅ ⋅= 4 2 KEdU ( )νε +⋅⋅⋅= 1 4 KEdU 3) Flexão Oblíqua: - gages montados em braços adjacentes para obtermos os efeitos da flexão; - gages montados em braços opostos para obtermos os efeitos da tração. 8.1.3. Montagem em ponte completa (4gages): Esta é a montagem mais utilizada na realização de captores que se constitui por 4 gages ativos substituindo os 4 braços da ponte (fig. 35). As diagonais de alimentação e de medidas são respectivamente FR e HI. As expressões (26) e (27) são diretamente aplicadas nesta montagem. Fig. 35 – Ligação em ponte completa.[3] Como exemplos de aplicação podemos ter montagens que quadriplicam ou que multiplicam por ( )ν+⋅ 12 o sinal: Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 39 Flexão Normal ε⋅ ⋅ ⋅= 4 4 KEdU ( ) εν ⋅⋅⋅+⋅= 4 12 KEdU Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 40 Fig. 36 – Esquema de todas as ligações.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 41 Fig. 37 – Influência do comprimento dos cabos de ligação na medida.[3] Tabela III: Aplicações para as células de carga.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 42 Tabela IV: Aplicações para as células de carga.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 43 PARTE III: FOTOELASTICIDADE[3] 1. Definições - fotoelasticidade: é a ciência que estuda os efeitos físicos, sobre a luz, devidos à ação de tensões ou deformações em corpos elásticos transparentes. - fotoelasticimetria: é a técnica experimental que serve para medir as tensões por fotoelasticidade. No estudo da fotoelasticidade e fotoelasticimetria estão envolvidos diversos conceitos de Física, tomados como pré-requisitos. Estes conceitos são: luz natural, luz monocromática, luz polarizada, filtro polarizante e birrefringência. 2. Princípio - birrefringência acidental: certos corpos transparentes e opticamente isotrópicos (vidro, araldite, resinas, epóxi,...) quando solicitados externamente tornam-se birrefringentes. Os eixos de birrefringência são os eixos principais de tensões ou deformações. Fig. 01 – Birrefrigência acidental.[3] Eixos (1) e (2) são os eixos de birrefringência. ( )211 1 σνσε ⋅−⋅= E ; ( )122 1 σνσε ⋅−⋅= E (1) onde: E é o módulo de elasticidade do material; ν é o coeficiente de Poisson do material. Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 44 ↓ ↓ ↓ Fig. 02 – Birrefrigência acidental.[3] 2.1. Retardos Ópticos: Seja uma vibração luminosa polarizada, atravessando uma lâmina birrefringente de espessura ‘e’. Esta vibração é decomposta em duas outras, segundo os eixo de birrefingência do material. Como as respectivas velocidades de propagação são diferentes, ao emergirem da lâmina, as vibrações apresentarão um retardo óptico S. Lei de NEUMANN: ( )21 εε −⋅⋅= eKS (2) Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 45 Lei de MAXWELL: ( )21 σσ −⋅⋅= eCS (3) onde K e C são constantes características do material. A diferença das (1) nos dá: ( ) eK E ⋅ ⋅ + =− δ ν σσ 121 e substituindo as relações (2) e (3) resulta: ν δ ν δ + ⋅ =→ ⋅ ⋅ + = ⋅ 11 ECK eK E eC 2.2. Método de Medidas: Os procedimentos fotoelasticimétricos consistem em colocar em evidência, por métodos interferênciais, não o retardo óptico mas a diferença de fase ϕ entre as vibrações emergentes: ( ) ( )2121 222 εελpiσσλpiλ δ piϕ −⋅⋅⋅⋅=−⋅⋅⋅⋅=⋅⋅= KeCe onde λ é o comprimento de onda. 2.2.1. Modelos: constrói-se, em um material transparente, e dotado de fenômeno da birrefringência acidental, um modelo da estrutura à estudar, que é observado em luz polarizada, seja por transmissão, ou seja, por reflexão (esquema segundo a figura 04). 2.2.2. Revestimentos Fotoelásticos: recobre-se asuperfície da peça a estudar com uma camada de material birrefringente, assegurando-se da perfeita colagem, de modo a poder se afirmar que as deformações do revestimento são idênticas às deformações da estrutura. Observa-se, agora, o material por reflexão. Neste caso t2=θ . • Transmissão: Fig. 03 – Fotoelasticidade por trasmissão.[3] F: fonte P: polarizador A: arralisador O: observador M: modelo R: revestimento fotoelástico Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 46 • Reflexão: Fig. 04 – Fotoelasticidade por reflexão.[3] 3. Polarímetro Fig. 05 – Esquema de um polarímetro.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 47 - seja )sen(00 taV ⋅⋅= ω a vibração polarizada, incidente no modelo; - seja V1 e V2 as vibrações emergentes do modelo apresentando uma defasagem ϕ ; ( ) ( )2121 222 εελpiσσλpiλ δ piϕ −⋅⋅⋅⋅=−⋅⋅⋅⋅=⋅⋅= KeCe - seja V3 e V4 as componentes de V1 e V2 na saída do analisador. Calculemos a intensidade luminosa transmitida pelo dispositivo: � � � � � � −⋅⋅⋅= � � � � � � +⋅⋅⋅= 2 sensen 2 sencos 02 01 ϕ ωα ϕ ωα taV taV As defasagens 21 ϕϕ += e 22 ϕϕ −= foram tomadas por conveniência, pois o resultado da interferência das vibrações, à saída do analisador somente depende da defasagem relativa ( )2121 2 εελpiϕϕϕ −⋅ ⋅ ⋅⋅=−= Ke � � � � � � −⋅⋅⋅⋅=⋅= � � � � � � +⋅⋅⋅⋅=⋅= 2 sencossencos 2 sencossensen 024 013 ϕ ωααα ϕ ωααα taVV taVV a vibração resultante será: t aV tt aV VVV ⋅⋅� � � � ⋅⋅= � � � � � � � � � � −⋅−� � � � � � +⋅⋅⋅= −= ω ϕ α ϕ ω ϕ ωα cos 2 sen2sen 2 2 sen 2 sen2sen 2 0 0 43 a intensidade luminosa à saída do analisador será: 2 sen2sen 2 22 2 0 ϕα ⋅⋅= aI Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 48 Podemos ter dois casos de extinção da luz: a.) 2002sen piααα ==→= ou : No ponto considerado, as direções do polarizador e do analisador coincidem com as direções principais. O lugar dos pontos, cujas direções principais são paralelas e perpendiculares a uma direção fixa, é uma linha ou frange negra, chamada ISÓCLINE. b.) ,...2,1,0202sen =⋅⋅=→= nn piϕ ϕ : piλ δ piϕ ⋅⋅=⋅⋅= n22 λδ ⋅= n O retardo óptico entre as duas vibrações é múltiplo inteiro do comprimento de onda utilizado e ...3,2,1,0=n é chamado de ordem de interferência. Devido à relação (3) temos: ( )21 σσ −⋅⋅= CeS mas ( )21 σσλδ −⋅⋅=⋅= Cen ( ) Ce fcomfn ⋅ =⋅=− λ σσ 21 Obteremos uma linha ou frange negra ou colorida (luz monocromática ou natural) que é o lugar dos pontos cuja diferença de tensões principais é igual a um múltiplo inteiro de ‘f’. Tal linha é chamada ISOCROMÀTICA. Fig. 06 – Ordem das franjes.[3] Fig. 07 – Retardos óticos.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 49 3.1. Luz Monocromática: 3.1.1. Isóclines: são sempre franges negras, pois elas dependem unicamente do ângulo α ; 3.1.2. Isocromáticas: são sempre franges negras, pois correspondem à extinção de um mesmo e único comprimento de onda λ . 3.2. Luz Natural: 3.2.1. Isóclines: idem item 1.1; 3.2.2. Isocromáticas: as franges tem um aspecto colorido a menos da frange de ordem zero que é negra. Em todos os pontos, onde o retardo óptico tem o mesmo valor ( cte=− 21 σσ ), iguais cores serão transmitidas em idênticas proporções. Isto justifica o nome isocromática, linha de mesma cor. Obs.: quando se observar uma passagem rápida do vermelho para o azul, fenômeno este que se dá pela extinção de uma das componentes da luz natural, o amarelo ( µλ 5650,00 = ), a ordem da frange é um. A experiência comprova que para 022 λλ ⋅=→=n e a passagem rápida, agora, é do vermelho para o verde. Este fenômeno vai se repetindo para ...,4,3=n , mas a passagem vai se tornando menos nítida, devido a interferência de diversas cores que vão se compondo e aproximando-se de um branco, chamado de ordem superior. Fig. 08 – Zonas de extinção da luz em função da birrefringência.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 50 3.3. Eliminação das Isóclines: Quando uma placa fotoelástica, solicitada externamente, é observada em um polarímetro, dois grupos de franges estão presentes: as isóclines e as isocromáticas. As primeiras nos permitem determinar as direções principais em todos os pontos da placa, pois como só dependem do ângulo entre o eixo de polarização e uma das tensões principais, elas se deslocam para uma rotação solidária do polarizador e do analisador. As isocromáticas, permanecendo inalteradas, por essa rotação, nos indicam a diferença das tensões principais em todos os pontos da placa. Uma vez determinada as direções principais, é necessário eliminar as isóclines para que não prejudiquem a observação das isocromáticas. Isto é possível para uma rotação rápida do conjunto solidário polarizador-analisador, se bem que não seja a técnica utilizada em fotoelasticidade. Emprego de lâmina quarto de onda: é uma lâmina em material birrefringente e de espessura tal que provoca um retardo óptico de 4 λ entre as vibrações emergentes. Quando colocada entre o polarizador e o modelo, com seus eixos a 45º em relação ao eixo do polarizador, tem a propriedade de fazer girar o plano de polarização. Como 2 422 piϕλ λ piϕλ δ piϕ =→⋅⋅=→⋅⋅= Nestas condições, se: a.) polarizador e analisador cruzados: 22 2 2 0 ϕsenaI ⋅= piϕ ⋅⋅=∴ n2 (n = 0, 1, 2, 3, ...) λδpiλ δ piϕ ⋅=→⋅⋅=⋅⋅= nn22 b.) polarizador e analisador paralelos: 2 cos 2 2 2 0 ϕ ⋅= a I ( ) piϕ ⋅+⋅=∴ 12 n (n = 0, 1, 2, 3, ...) ( ) λδpiλ δ piϕ ⋅� � � � � � +⋅ =→⋅+⋅=⋅⋅= 2 12122 nn Obs.: como a presença da lâmina quarto de onda modificou a birrefringência total, compensa-se este efeito colocando entre o modelo e o analisador uma outra lâmina quarto de onda, orientada, perpendicularmente à primeira. Resulta desta montagem os cálculos acima. 3.4. Compensadores: Vimos que é possível se conhecer as isocromáticas de valores correspondentes a ...,3,2,1,0=n assim como a ..., 2 5 , 2 3 , 2 1 =n . Uma questão se coloca: como medir a diferença das tensões principais ( )21 σσ − em um ponto situado entre as duas isocromáticas? Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 51 3.4.1. Compensador COKER: Fig. 09 – Compensador Coker.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 52 4.2.) Compensador BABINET: Fig. 10 – Compensador Babinet.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 53 4.3.) Compensador BRAVAIS: Fig. 11 – Compensador Bravais.[3] 3.5. Interpolação angular: Partindo-se de uma posição fixa do conjunto polarizador e analisador cruzados, girarmos somente o analizador, notaremos que as isocromáticas se deslocam de tal modo que, para uma rotação de 180º do analisador, teremos o aspecto inicial das franges, de volta à nossa observação. Se o polarizador é colocado paralelamente a uma direção principal, no ponto observado (isto se faz com o auxílio das isóclines) e assinalada esta posição como a inicial ( 0=β ) e se em seguida girarmos o analisador até que a frange de ordem inferior atinja o ponto observado, o valor do incremento ( )21 σσ −∆ será proporcional à esta rotação do analisador. Exemplo: o ponto observado está entre as franges 25 mmkgf e 210 mmkgf. Se º45=β então ( ) 221 25,6180 4515 mmkgf=� � � � � � +⋅=−σσ Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 54 4. Figuras Diversas Fig. 12 – Banco Fotoelástico por transmissão.[3] Fig. 13 – Polarímetro por reflexão.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 55 Fig. 14 – Exemplo de uma análise fotoelástica.[3] Fig. 15 – Exemplo de uma análise fotoelástica.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 56 Fig. 16 – Exemplo de uma análise fotoelástica.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 57 Fig. 17 – Exemplo de uma análise fotoelástica.[3] Fig. 18 – Exemplo de uma análise fotoelástica.[3] Apostila de Experiências – Laboratório de Resistência dos Materiais 58 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. DALLY, JAMES W.; RILEY, WILLIAM F. Experimental Stress Analysis. McGraw-Hill Editora, 3ª edição, 1999, p.134-136, 136-140, 164-165, 165- 168, 214-233, 311-315, 169-173, 146- 173, 146-154, 173-179. 2. WINDOW, A. L. Strain Gauge Technology. 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