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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória, e com a Educação a Distância presente em todo estado do Espírito Santo, e com polos distribuídos por todo o país. Desde 1999 atua no mercado capixaba, destacando-se pela oferta de cursos de graduação, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 instituições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de quali- dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida nacionalmente como referência em qualidade educacional. R E I TO R GRUPO MULTIVIX R E I 2 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte) João Vitor Rodrigues de Souza Resistência dos Materiais / SOUZA, J. V. R. - Multivix, 2021 Catalogação: Biblioteca Central Multivix 2021 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 4 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE QUADROS UNIDADE 1 Relação das principais grandezas e unidades fundamentais 20 5 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE FIGURAS UNIDADE 1 Célula unitária de um cristal de sal (NaCl) com os átomos devidamente ordenados 11 Representação da condutividade elétrica em um material 12 Placa de rede de computador, exemplo de material semicondutor 14 Avião em plano de voo 15 Representação da tensão normal em uma barra prismática 16 Estrada destruída pelo efeito da tensão cisalhante 17 Cronômetro: instrumento utilizado para medir o tempo 19 Sistema métrico de base 10 23 Conjunto de livros empilhados 24 Estado de Plano de Tensão 26 Componentes tridimensionais de tensão 27 Círculo de Mohr para um estado de tensão tridimensional 29 UNIDADE 2 Forças de Tensão e Compressão 35 Brincadeira de cabo de guerra: exemplo de aplicação de esforço mecânico 36 Deformação de elemento estrutural 38 Vidro: exemplo de material frágil 39 Lacres de alumínio 41 Vidro quebrado 42 Curva de Tensão-Deformação 45 6 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Configurações dos testes mecânicos: (a) Teste de Tensão e (b) Teste de compressão 48 Representação esquemática do dispositivo usado para conduzir o ensaio de tensão-deformação por tração 49 Ensaio de Compressão: (a) força de compressão aplicada ao provete; (b) setup experimental para o ensaio 51 Representação esquemática do dispositivo usado para conduzir o ensaio de tensão-deformação por tração 53 Representação esquemática da Lei de Hoocke 55 Coeficiente de Poisson de um material, definido pela relação entre a deformação transversal (direção x) e a deformação axial (direção y) 56 UNIDADE 3 Princípio de Saint-Venant 62 A deformação de uma haste reta fina em um circuito fechado 64 Viga suportada simples com carga uniforme 65 Componente analisado: (a) seção longitudinal e (b) seção transversal 66 Viga genérica sob carga axial 68 Viga genérica sob carga axial 69 Convenção de sinais em deslocamento 70 Barra solicitada por uma carga distribuída e por uma força concentrada 73 Exemplo prático de carga aplicada separadamente 74 Exemplo onde o princípio da Superposição é aplicado erroneamente 75 Exemplificação de elemento estaticamente carregado 76 Exemplificação com valores numéricos 77 Trilhos de trem – exemplos de dilatação térmica 80 7 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 UNIDADE 4 Corte da carne paralelo a suas fibras: exemplo de aplicação de força de cisalhamento 86 Grandes navegações e evolução tecnológica 87 Desenho de um carro 90 Representação gráfica da torção 91 Representação gráfica do módulo de cisalhamento G 94 Parafuso e rebite 95 Fixadores mecânicos 97 Sistema biaxial 99 Sistema triaxial 100 UNIDADE 5 Flexão de elemento 107 Barra de sustentação de roupa 108 Teoria de Bernoulli-Euler 109 Momento de flexão de uma viga 110 Flexões simples: resultantes apenas da carga da própria viga 112 Flexão normal: resultante carga da própria viga junto a uma força externa 112 Carga Positiva 115 Força de cisalhamento interna positiva 115 Momento interno positivo 116 Representação esquemática da tensão de flexão 117 Tensão de flexão em viga assimétrica 118 Representação gráfica de uma seção transversal qualquer 119 Eixo de simetria 120 Sessão arbitrária de um elemento 121 (a) Viga de seção transversal simétrica simples em flexão pura; (b) distribuição de tensões ao longo da seção transversal da viga. 122 8 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 UNIDADE 6 Turbina: exemplo de aplicação pratica do conceito de torção 129 Torção em uma seção quadrada de um objeto 130 Instante 1: Quando nenhum torque é aplicado, o ponteiro das horas se posiciona nas 12 horas 131 Instante 2: À medida que um torque é aplicado à haste, ela se torce e o ponteiro das horas gira no sentido horário para uma nova posição (digamos, 2 horas) 131 Instante 3: O ângulo entre 2 horas e 12 horas é referido como o ângulo de torção e é comumente denotado pelo símbolo grego φ. Este ângulo nos permite determinar a deformação de cisalhamento em qualquer ponto ao longo da seção transversal 132 Representação gráfica do diagrama de tensão x deformação de cisalhamento 135 Haste estaticamente indeterminada 136 Tensões de tração e compreensão 139 Representação da tensão de cisalhamento 139 Representação da tensão de flexão 140 Representação da tensão de torção 140 Representação da tensão de esmagamento 141 Representação da tensão térmica 142 Diferentes tipos de vigas 144 Elemento estrutural com falha 146 9 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 10 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 12 1 INTRODUÇÃO À RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 14 INTRODUÇÃO 14 1.1 FUNDAMENTOS E CONCEITOS 14 1.2 PLANOS DE TENSÃO 29 2 TENSÃO E COMPRESSÃO 38 INTRODUÇÃO 38 2.1 CONCEITOS GERAIS 38 2.2 PROPRIEDADES MECÂNICA DOS MATERIAIS 51 3 DEFORMAÇÃO E CARREGAMENTO AXIAL 64 INTRODUÇÃO 64 3.1 DEFORMAÇÃO 64 3.2 CARREGAMENTOS E CONCENTRAÇÕES 75 4 TENSÃO DE CISALHAMENTO 88 INTRODUÇÃO 88 4.1 CONCEITUAÇÃO E FUNDAMENTOS 89 4.2 EMENDAS E ESTRUTURAS 99 5 FLEXÃO 110 INTRODUÇÃO 110 5.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 110 5.2 DEFORMAÇÃO 120 6 TORÇÃO E CONCEITOS DE SEGURANÇA 132 INTRODUÇÃO 132 6.1 TORÇÃO 132 6.2 TRANSFORMAÇÃO DE DEFORMAÇÃO 141 1UNIDADE2UNIDADE 3UNIDADE 4UNIDADE 5UNIDADE 6UNIDADE 11 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS ICONOGRAFIA 12 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Os materiais provavelmente estão presentes em nossa cultura mais do que a maioria de nós imagina. Seja no transporte, habitação, vestuário, comunica- ção, recreação e produção de alimentos - praticamente todos os segmentos de nossa vida cotidiana são influenciados em um grau ou outro por materiais. Historicamente, o desenvolvimento e o avanço das sociedades têm sido inti- mamente ligados à capacidade dos membros de produzir e manipular mate- riais para preencher suas necessidades. Um avanço na compreensão de um tipo de material costuma ser o precursor da progressão gradual de uma tecnologia. Por exemplo: a utilização de auto- móveis não teria sido possível sem a disponibilidade de aço barato ou algum outro substituto compatível. Ao mesmo tempo em que, na atual era, quase que completamente digital, os dispositivos eletrônicos sofisticados não exis- tiriam sem o desenvolvimento e conhecimento de componentes chamados de materiais semicondutores. A disciplina “Resistência dos Materiais” tem o objetivo de demonstrar as ori- gens e a evolução do conhecimento desta ciência, com intuito de se esta- belecer correlações e prever, a partir da microestrutura e de seu processa- mento, as propriedades dos materiais, de acordo com os diferentes campos de aplicação. UNIDADE 1 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 13 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS > Compreender a importância dos conceitos e aplicações associadas à resistência dos materiais; > Identificar os planos de tensão, suas características gerais e o círculo de Mohr. 14 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 1 INTRODUÇÃO À RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS INTRODUÇÃO As propriedades dos materiais são geralmente estabelecidas a partir de pa- râmetros relacionados à tensão, que permite que os profissionais comparem diferentes materiais e prevejam o comportamento de uma peça ou estrutura feita de um material específico durante as operações de processamento e/ ou serviço. Por isso, é muito importante que você comece a compreender os conceitos fundamentais, solidificando esse conhecimento, para que possa- mos ir construindo os demais conceitos que cercam a ciência dos materiais. Nesta unidade, você será apresentado aos conceitos de estresse e tensão com exemplos que ilustram as características e a importância dessas forças em nossa vida cotidiana. Eles exploram os fatores que afetam a tensão, pois os é de suma importância conhecer sobre isso e as maneiras que se pode descre- ver a resistência dos materiais. 1.1 FUNDAMENTOS E CONCEITOS De modo geral, a “estrutura” de um material está relacionada com a forma que se dá o arranjo de seus componentes internos. A nível atômico, esse arranjo é chamado de material cristalino. Um cristal é um sólido composto de átomos, íons ou moléculas organizadas em um padrão repetitivo em três dimensões. 15 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CÉLULA UNITÁRIA DE UM CRISTAL DE SAL (NACL) COM OS ÁTOMOS DEVIDAMENTE ORDENADOS Fonte: GKFX, Wikimedia Commons (2019). #PraCegoVer Ilustração de cubo em formato 3D representando uma célula unitária de um cristal de sal (NaCL). Nas hastes e arestas do cubo há esferas fixadas e ordenadas, representando os átomos que compõe o cristal. Cada estrutura cristalina dentro de um sistema cristalino específico é defi- nida por uma célula unitária, sendo esta a menor subseção repetível do cris- tal. Em três dimensões, existem sete sistemas cristalinos: triclínico, monoclí- nico, ortorrômbico, hexagonal, romboédrico, tetragonal e cúbico. Essa coleção de sistemas é chamada de redes Bravais (Hibbeler, 2004). O conceito de estrutura cristalina fornece a base elementar para o entendimento de todas as demais propriedades dos sólidos. Saiba mais sobre esse assunto clicando no link. https://www.if.ufrj.br/~capaz/fmc/cap3-estrutura.pdf 16 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS A noção de “propriedade”, que será amplamente discutida ao longo das uni- dades, merece uma observação inicial também. Consiste de componentes fí- sicos, químicos ou mecânicos de um produto específico que determinam sua funcionalidade e capacidade de fabricação, bem como as limitações - com base na composição ou propriedade do produto - no desempenho do pro- duto. Virtualmente, essas propriedades abrangem textura, densidade, mas- sa, pontos de fusão e ebulição e condutividade elétrica e térmica, dentre ou- tros. Todas essas propriedades físicas são mensuráveis ou observáveis e não constantes, pois variam em função da temperatura (Onoye e Kane, 2021). REPRESENTAÇÃO DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA EM UM MATERIAL A B I electrão ião positivo Fonte: Jaime E. Villate, Wikimedia Commons (2013). #PraCegoVer Ilustração esquemática que representa a propriedade de condutividade elétrica em um material cilíndrico. No interior do cilindro, há esferas, que representam íons positivos e elétrons livres. O foco de disciplina concentra-se dos materiais sólidos, bem como suas pro- priedades mecânicas. Todavia, é de suma importância compreender previa- mente de que forma esse conjunto de materiais podem ser agrupados. Os materiais sólidos têm sido convenientemente agrupados em três classifi- cações básicas: metais, cerâmicos e polímeros. Esse esquema baseia-se prin- cipalmente na composição química e na estrutura atômica, e a maioria dos materiais se encaixa em um ou outro grupamento distinto, embora existam alguns materiais intermediários. 17 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Metais: Possuem um número grande de elétrons não ligados a qualquer átomo em particular. São condutores bons de eletricidade e calor, e não são transparentes. Além disso, são muito resistentes, e ainda assim deformáveis. #PraCegoVer Fotografia de um material metálico chamado viga U sendo cortado por uma serra circular. Cerâmicos: são compostos por elementos metílicos e não metálicos formados comumente por minerais argilosos, cimento e vidro. São resistentes a altas temperaturas à abrasão. Com relação ao comportamento mecânico, são mais duros, e mais quebradiços. #PraCegoVer Fotografia de uma pessoa esculpindo um vasilhame cerâmico. Polímeros: compreendem os materiais comuns de plástico e borracha, quimicamente compostos de C, H entre outros elementos não metálicos. Possuem estruturas moleculares muito grandes, apresentando baixas densidades e podendo ser extremamente flexíveis. #PraCegoVer Fotografia de uma sacola plástica. Adicionalmente, existem três outros grupos de materiais importantes na engenharia — compósitos, semicondutores e biomateriais. Um compósito é composto de dois (ou mais) materiais individuais, que vêm das categorias discutidas acima: metais, cerâmicas e polímeros. Seu objetivo é atingir uma 18 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS combinação de propriedades que não são exibidas por nenhum material úni- co, e também para incorporar as melhores características de cada um dos materiais componentes.Os semicondutores têm propriedades elétricas intermediárias entre os con- dutores elétricos (ex: metais e ligas metálicas) e isoladores (viz. cerâmicas e polímeros) os semicondutores se tornou possível graças ao advento de circui- tos integrados que foram totalmente revolucionou as indústrias de eletrôni- cos e informática (para não mencionar nossas vidas) nas últimas três décadas. PLACA DE REDE DE COMPUTADOR, EXEMPLO DE MATERIAL SEMICONDUTOR Fonte: CEphoto, Uwe Aranas, Wikimedia Commons (2015). #PraCegoVer Fotografia de uma placa de rede de um computador Já um biomaterial é qualquer matéria, superfície, ou construo que interage com sistemas biológicos. Os biomateriais podem ser encontrados / derivados na natureza e também podem ser sintetizados para diferentes fins em bioen- genharia e especialmente Engenharia de Tecidos em Medicina Regenerativa. 19 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Assim, nesta unidade, após uma breve introdução da temática geral do curso, falaremos especificamente um pouco mais sobre conceitos fundamentais, avançando sobre assuntos como tensão e o círculo de Mohr. 1.1.1 DEFINIÇÃO DE TENSÃO Você deve ter notado que certos objetos podem se esticar facilmente, mas esticar objetos como uma barra de ferro parece impossível, certo? Desde uma asa de avião até um simples chiclete, todo objeto está sujeito à aplicação de forças. A partir de agora vamos ajudá-lo a entender os conceitos que envol- vem essa área da ciência. AVIÃO EM PLANO DE VOO Fonte: Unsplash (2020). #PraCegoVer Fotografia da asa de um avião no momento de seu voo. Para saber mais sobre materiais avançados, leia este periódico do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE, 2010), que fala sobre o desenvolvimento de materiais avançados no período entre 2010-2022. Acesse pelo link. https://www.cgee.org.br/documents/10182/734063/Livro_Materiais_Avancados_2010_6367.pdf 20 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Diferentes tipos de materiais, quando estão sendo utilizados para qualquer finalidade, são submetidos a forças ou cargas. Tal condição é aplicável a qual- quer tipo de material: desde a liga de alumínio a partir da qual uma asa de avião é construída e o aço em um eixo do automóvel, até a clássica brincadei- ra infantil de cabo de aço. Podemos assim entender, portanto, que a tensão, representado pela letra grega σ (sigma), é uma medida de quanta força um objeto experimenta por unidade de área, ao passo que a força representa a capacidade de um mate- rial de resistir ao a tensão aplicada. REPRESENTAÇÃO DA TENSÃO NORMAL EM UMA BARRA PRISMÁTICA Fonte: Sanpaz, Wikimedia Commons (2009). #PraCegoVer A ilustração explica a tensão normal atuando sobre uma barra prismática. A Tensão é um parâmetro importante na concepção de materiais. Consiste em uma medida dada por uma força externa agindo sobre a área da seção transversal de um objeto, estabelecida assim pela relação (Hibbeler, 2004): TENSÃO = FORÇA ÷ ÁREA 21 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Este número, descreve a deformação relativa ou mudança na forma e tama- nho de materiais elástico, plástico e materiais fluidos sob forças aplicadas. A deformação, expressa pela deformação, surge em todo o material à medida que as partículas (moléculas, átomos, íons) de que o material é composto são ligeiramente deslocadas de sua posição normal. Cada componente em um sistema de movimento linear experimenta algu- ma forma de carga devido a forças aplicadas ou movimento. As reações do componente a essas cargas são descritas por suas propriedades mecânicas (ROCHA, 1975). ESTRADA DESTRUÍDA PELO EFEITO DA TENSÃO CISALHANTE Fonte: Woudloper, Wikimedia Commons (2007). #PraCegoVer: Foto de uma estrada danificada, representado a ação da tensão de cisalhamento. As grandezas físicas são comumente expressas por meio de símbolos. Quando se trata de grandezas relacionadas à pressão, tensão e deformação, tais símbolos se resumem quase sempre a letras do alfabeto grego. Acesse o link e saiba mais sobre este assunto (G. DG-007C, 1996). https://www.geotecnia.unb.br/images/docs/normasimbologia.pdf 22 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Para componentes sujeitos a tensão ou compressão - como esferas de trans- porte de carga e rolos, eixos montados verticalmente ou hardware de fixa- ção e junção - as propriedades mecânicas de tensão e deformação desempe- nham um papel importante em determinar se o componente pode suportar as condições de carregamento do aplicativo. Quando a tensão aplicada sobre um material excede sua capacidade resis- tência, ela rompe. Assim, é essencial estabelecer processos, metodologias e técnicas para se determinar onde a tensão será maior em um objeto e, a par- tir disso, estabelecer a concepção, projeto e ou mesmo reforço deste material. 1.1.2 UNIDADES DE MEDIDAS A definição de uma quantidade física pode ser expressa diretamente, atra- vés de medições, ou de forma indireta, através de relações entre outras me- dições. Por exemplo: definimos a distância e tempo especificando métodos para medi-los, enquanto definimos a velocidade média afirmando que é cal- culada como a distância percorrida dividida pelo tempo de viagem. Ao mes- mo passo, definimos que tensão pode ser calculada através da relação entre força e a área do material estudado. A água também é um material que sofre tensão. Porém, está tensão recebe o nome de tensão superficial. A tensão superficial surge devido a interações coesivas entre as moléculas no líquido. Na maior parte do líquido, as moléculas têm moléculas vizinhas em cada lado. As moléculas estão puxando umas às outras igualmente em todas as direções, causando uma força líquida de zero. Acesse o link e saiba mais sobre este assunto neste vídeo exemplificado do Prof. Gomes (2021). https://www.youtube.com/watch?v=75qpqCBreWc 23 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CRONÔMETRO: INSTRUMENTO UTILIZADO PARA MEDIR O TEMPO Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer Foto de uma mão segurando um cronômetro. Existem dois sistemas principais de unidades usados no mundo: o sistema de unidades internacional SI (também conhecidas como sistema métrico) e unidades inglesas (também conhecidas como sistema tradicional ou im- perial). As unidades inglesas foram historicamente usadas em nações que já foram governadas pelo Império Britânico e ainda são amplamente utilizadas nos Estados Unidos. 24 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS A sigla “SI” é derivada do francês Système International (EDMUNDO, 2021). A seguir, entenda melhor esse sistema. Para compreender as unidades que compõe as principais medidas físicas as- sociadas à tensão e esforços mecânicos, é necessário compreender o porquê das unidades que precedem a os equacionamentos. A Tabela a seguir fornece as principais grandezas, juntamente com as respectivas unidades SI, funda- mentais para essa compreensão. RELAÇÃO DAS PRINCIPAIS GRANDEZAS E UNIDADES FUNDAMENTAIS Comprimento (C) Massa (M) Tempo (T) metro (m) quiligrama (kg) segundos (s) Fonte: Elaborada pelo autor (2021). #PraCegoVer Tabela que relaciona comprimento (metro), a massa (quilograma) e tempo (segundos) O Sistema Internacional de Unidades (SI) é composto de 7 unidades básicas que definem as 22 unidades derivadas com nomes e símbolos especiais. Saiba mais sobre esse assunto, lendo a 1ª Edição Brasileira da 8ª Edição do BIPM (INMETRO, 2012). Acesse pelo link. Praticamente todos os outros países do mundo,incluindo o Brasil, usam unidades SI como padrão, sendo este o sistema padrão acordado por cientistas e matemáticos. http://fisica.ufpr.br/evaldo/grandezas-unidades-SI.pdf 25 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 É um fato intrigante que algumas grandezas físicas sejam mais fundamen- tais do que outras e que as grandezas físicas mais fundamentais só possam ser definidas em termos do procedimento usado para medi-las. As unidades em que são medidas são chamadas de unidades fundamentais. Assim, para entendimento das unidades associadas ao nosso estudo, as quantidades físi- cas fundamentais são consideradas comprimento, massa e tempo. Todas as outras quantidades físicas, como força e tensão, podem ser expressas como combinações algébricas de comprimento, massa, tempo: essas unidades são chamadas de unidades derivadas (ROCHA, 1975). Unidade de Tempo – O segundo Seu entendimento tem uma longa história. Por muitos anos, foi definido como 1 / 86.400 de um dia solar médio. Mais recentemente, um novo padrão foi adotado para ganhar maior precisão e defini-lo em termos de um fenômeno físico facilmente observável. Os átomos de césio podem vibrar de maneira constante e quantificáveis. Em 1967, o segundo foi redefinido como o tempo necessário para 9.192.631.770 dessas vibrações (LEITE, 2015). Unidade de comprimento – O metro Definido pela primeira vez em 1791 como 1/10.000.000 da distância do equador ao Polo Norte. Em 1960, tornou-se possível definir essa grandeza com ainda mais precisão em termos do comprimento de onda da luz. Em 1983, o metro recebeu sua definição atual, como a distância que a luz viaja no vácuo. Essa mudança define a velocidade da luz como exatamente 299.792.458 metros por segundo (LEITE, 2015). Unidade de massa – O quilograma Definida como a massa de um cilindro de platina-irídio mantido com o antigo padrão de metro no Bureau Internacional de Pesos e Medidas, perto de Paris. A determinação de todas as outras massas pode ser, em última análise, traçada a uma comparação com a massa padrão (LEITE, 2015). 26 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Por assim dizendo, podemos estabelecer que a Tensão surge como uma uni- dade derivada, que pode ser expressa em função da relação das grandezas acima mencionadas. Considere as grandezas expressas já mencionadas, te- mos que: TENSÃO = FORÇA (i) ÷ ÁREA (ii) (i). Força = massa x aceleração Força = M x (M/T2) substituindo pelas unidades SI: Força = kg x (m/s²) Força = kg.m/s² Na física, Newton (símbolo: N) é uma unidade de medida de força, Corresponde à força exercida sobre um corpo de massa igual a 1 kg que lhe induz uma aceleração de 1 m/s² na mesma direção e sentido da for- ça. Assim, temos que: Força = kg.m/s² = N (ii). Área = C x C substituindo pelas unidades SI: Área = m x m = m² Assim, retornando na formula inicial, e substituindo (i) e (ii), temos que: TENSÃO = FORÇA (i) ÷ ÁREA (ii) Tensão = N / m² O pascal (símbolo: Pa) é a unidade padrão de pressão e tensão no SI. Equivale à força de 1 N aplicada uniformemente sobre uma superfície de 1 m². Assim sendo, temos que: Tensão = N / m² = 1 Pa As unidades SI fazem parte do sistema métrico. O sistema métrico é conve- niente para cálculos científicos e de engenharia porque as unidades são cate- gorizadas por fatores de 10. 27 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SISTEMA MÉTRICO DE BASE 10 nano micro mili 100 Kilo Mega Giga 103 103 103 103 103 103 10-310-310-310-310-310-3 Fonte: Elaborada pelo autor (2021). #PraCegoVer A imagem mostra o sistema de conversão baseado no sistema métrico categorizado pelos fatores 10. Os sistemas métricos têm a vantagem de que as conversões de unidades en- volvem apenas potências de 10. 1.1.3 TENSÃO NORMAL E TENSÃO DE CISALHAMENTO Existem dois tipos de tensão que uma estrutura pode sofrer: 1. Tensão nor- mal e 2. Tensão de cisalhamento. Imagine que você tem uma pilha de livros, que são mantidos verticalmente (como em uma biblioteca), e é dito que você tem que pegar 7 livros de uma vez sem perturbar seu alinhamento ou posi- cionamento em relação uns aos outros. Como você consegue isso? Com base na sua intuição e experiência prática, você pode dizer que primeiro comprimirá os livros firmemente da esquerda e da direita com a ajuda das palmas das mãos de forma que fiquem salientes como uma unidade e depois os pegará, certo? Vamos analisar esse fenôme- Esta condição de expressar a área em metros quadrados de uma mesa é mais apropriada, enquanto que a minúscula medida de nanômetros quadrados é mais conveniente para determinar, por exemplo, a área de um alfinete. Com o sistema métrico, não há necessidade de inventar novas unidades para aplicações específicas. 28 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS no. Você ‘comprimiu’ a pilha, esse é o seu estresse normalmente, você está aplicando uma força perpendicular à face dos livros, e que acaba sendo dis- tribuída para os outros livros de forma que eles grudem uns nos outros. Mas agora você pode perguntar, por que eles não caem quando estou aplicando força na direção perpendicular? CONJUNTO DE LIVROS EMPILHADOS Fonte: Unsplash (2020). #PraCegoVer: Fotografia de várias pilhas de livros. Bem, é para isso que serve a força de cisalhamento, as faces individuais dos livros agem umas contra as outras com a ajuda da fricção e evitam que cada livro caia devido à gravidade, porque se um cair, todos cairão, e perceba que isso é perpendicular à sua força normal, mas é induzida por essa aplicação precisa. Agora você pode imaginar suas mãos aplicando força na direção x e a gravidade na direção y, então, naturalmente, o cisalhamento está agindo na direção y também, já que está resistindo a essa gravidade. Agora, a tensão normal está na direção do eixo x, o cisalhamento está agindo na direção y nas faces cuja área está na direção x, então chamamos isso de direção ‘xy’ e esta é a nomenclatura padrão em qualquer livro. 29 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1.2 PLANOS DE TENSÃO No tópico anterior, demos uma pincelada nos principais conceitos envol- vendo a resistência dos materiais. Neste tópico, daremos alguns passos para compreender a física envolvida nos processos, bem como o círculo de Mohr. 1.2.1 ESTADOS DE PLANOS DE TENSÕES Muitas vezes, a tensão em uma determinada direção é muito pequena em comparação com as outras duas. Quando for esse o caso, é conveniente des- prezar a pequena tensão e, em vez de avaliar a tensão que atua em um ele- mento cúbico dentro do material, podemos examinar a tensão que atua em um plano. No campo físico dos materiais, pode ser afirmar que um determinado objeto está sob Estado Plano de Tensão quando o vetor de tensão normal a um dos planos principais é igual à zero (Hibbeler, 2004). Assim, de modo geral, podemos compreender que a tensão normal é perpendicular ao plano da seção, ao passo que a tensão de cisalhamento é paralela ao plano da seção (EDMUNDO, 2021). De um modo geral, uma solução de problemas tridimensionais de elasticidade teoria é difícil de obter. Portanto, é importante analisar o caso de uma forma onde as quantidades envolvidas (tensões, tensões, etc.) dependem de apenas suas coordenadas espaciais – ao que chamamos de estado de planos de tensões. 30 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 1.2.2 TENSÕES PRINCIPAIS A análise da deformação de um material no campo ou no microscópio nos permite fazer algumas suposiçõessobre que tipo de tensões causaram essas deformações (análise de tensão). ESTADO DE PLANO DE TENSÃO Fonte: Bittencourt (2006, p. 3). #PraCegoVer A imagem mostra as componentes de tensão atuando num mesmo plano. As componentes são representadas por setas, e indicadas pelas letras τ e σ. Ao analisar a tensão, é conveniente descrevê-la dentro de um sistema de co- ordenadas. Uma tensão bidimensional tem componentes que são paralelos aos eixos x e y, ou seja, σx e σy. A tensão de cisalhamento correspondente terá um componente τxy (ligado a σx e paralelo ao eixo y) e um componen- te τyx (ligado a σy paralelo ao eixo x). Esses são os 4 componentes da tensão plana – um caso particular em que nenhuma tensão está agindo ao longo da direção z, perpendicularmente ao plano xy. 31 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Em torno de 360 ° existem 2 direções, perpendiculares entre si, nas quais tere- mos um valor máximo e um valor mínimo para a tensão de cisalhamento; as tensões perpendiculares a essas superfícies são chamadas de tensões princi- pais σ1 e σ2. Nessas duas direções, os valores correspondentes às tensões de cisalhamento serão iguais à zero. Na tensão tridimensional, a tensão homogênea pode sempre ser analisada em termos de 3 tensões principais perpendiculares entre si σ1 ≥ σ2 ≥ σ3, deno- minadas tensões principais, intermediárias e menores, respectivamente. COMPONENTES TRIDIMENSIONAIS DE TENSÃO Fonte: Joseasorrentino, Wikimedia Commons (2013). #PraCegoVer A imagem mostra um cubo em três dimensões. No interior de cada uma das três faces que são mostradas na imagem, são identificadas as componentes tridimensionais de tensão. 32 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Esses dois estados de tensão, a tensão 3D e a tensão plana, são frequente- mente discutidas em uma forma de matriz ou tensor. De acordo com Hi- bbeler (2004), à medida que reduzimos a dimensionalidade do tensor de 3D para 2D, nos livramos de todos os termos que contêm um componente na direção z. O cálculo da tensão em uma superfície cuja componente normal está em um ângulo θ da tensão principal σ1 pode ser realizado em um diagrama onde σ é o eixo x e τ o eixo y. Todos os pares σ - τ resultantes nos diferentes planos ao variar o ângulo θ de 0 a 360 ° estão situados no chamado círculo de Mohr. 1.2.3 CÍRCULO DE MOHR O círculo de Mohr é uma representação gráfica de um estado geral de ten- são em um ponto. É um método gráfico utilizado para avaliação das tensões principais, tensão máxima de cisalhamento; tensões normais e tangenciais em qualquer plano. A tensão triaxial – tridimensional - se refere a uma condição em que apenas as tensões normais atuam em um elemento e todas as tensões de cisalhamento (τxy, τxz e τyz) são zero. É comumente representada através de um sistema matricial. Clique no link e saiba mais. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3892018/mod_resource/content/3/eEstdDupl-m_iPad200_2017apr21.pdf 33 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CÍRCULO DE MOHR PARA UM ESTADO DE TENSÃO TRIDIMENSIONAL Fonte: Minorax, Wikimedia Commons (2019). #PraCegoVer: A figura mostra a representação gráfica do Círculo de Mohr. Na imagem, o eixo x consta os valores de σ1, enquanto que o eixo y, os valores de τn. O Círculo de Mohr é então plotado no gráfico, através de relações matemáticas, estabelecendo uma circunferência. O círculo intercepta o eixo x nos valores σ1 e σ3; seu raio é (σ1 - σ3) / 2; seu centro está em (σ1 + σ3) / 2 e corresponde a σ2. Os valores máximo e mínimo da tensão de cisalhamento estão sempre em dois planos no mesmo ângulo (θ ± 45 °) da tensão principal. Já os valores mais altos de tensão de cisalha- mento são devidos a diferenças de tensão, não a valores absolutos da tensão principal. Em três dimensões, isso ocorre em duas superfícies conjugadas que se cruzam ao longo do eixo de tensão intermediária σ2 em ângulos de ± 45 ° de σ1 e σ3. 34 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Cinco considerações importantes também devem ser levadas em conta para realização da análise gráfica do Círculo de Mohr (DOWLING, 2021). Ponto 1 As tensões normais são plotadas ao longo da abscissa. As tensões de tração são consideradas positivas e as tensões de compressão são consideradas negativas; Ponto 2 A tensão de cisalhamento é plotada como ordenada. A tensão de cisalhamento que causa a rotação no sentido horário do elemento é considerada positiva, enquanto outra que causa a rotação no sentido anti-horário é considerada negativa; Ponto 3 As coordenadas de vários pontos no círculo de Mohr representam o estado de tensão em diferentes planos; Ponto 4 O raio do círculo para qualquer ponto em sua circunferência representa o eixo direcionado normal ao plano cujos componentes de tensão são dados pelas coordenadas desse ponto; Ponto 5 O ângulo entre os raios e os pontos no círculo de Mohr é duas vezes o ângulo entre as normais e os planos reais representados por esses pontos. O sentido de rotação deste ângulo é o mesmo do sentido de rotação do ângulo real entre as normais ao plano. 35 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Uma das principais vantagens da utilização do círculo de Mohr oferece é que ele cria uma representação visual do que está acontecendo e o posiciona- mento relativo dos estados de tensão em um elemento em relação a um con- junto de eixos coordenados. Na prática, ele também fornece prontamente valores de tensões em planos alinhados ao longo de qualquer direção naquele ponto, bem como fornece tensões principais. Com o advento dos computadores e cálculos analíticos rá- pidos e precisos, o uso do círculo de Mohr é evitado na maioria das aplicações. CONCLUSÃO Esta unidade apresentou uma reflexão sobre o campo da ciência dos mate- riais. Vimos de que forma ocorre o agrupamento principal dos sólidos, e como sua composição acaba afetando diretamente suas estruturas e comporta- mentos mecânicos. Podemos observar também a importância da adoção de um sistema de unidades para quantificar os valores inerentes a qualquer área do conhecimento. Incluindo no campo da ciência das matérias, é primordial a existência de grandezas e unidades padronizadas, que juntamente com os intervalos métricos, balizam e padronizam valores para diferentes materiais. Também podemos iniciar discussões no campo físico relacionado à discipli- na. Abordamos os conceitos básicos relacionados à tensão. Verificamos, com exemplo prático, as diferenças entre a tensão normal e de cisalhamento, e Há diversas ferramentas online que interpretam, calculam e representam graficamente o Círculo de Mohr. Uma delas é essa criada pela Universidade Federal de Itajubá. Acesse pelo link. https://peteme.unifei.edu.br/circulo-de-mohr/ 36 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS como essas forças atuam diariamente em diferentes atividades de nosso co- tidiano. Avançamos um pouco no campo da matemática, para compreender os mecanismos que envolvem a quantificação das forças que atuam num objeto. Podemos observar as diferentes formas gráficas de representação; identificar as componentes atuantes em cada plano e, ainda, estabelecer cor- relações matriciais entre elas. Por fim, estudamos também o famoso círculo de Mohr, bem como sua im- portância para o entendimento de tensões, além da sua elevada capacidade de fornecer valores de tensões em planos alinhados ao longo de qualquer direção naquele ponto. UNIDADE 2 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos quepossa: 37 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS > Compreender as correlações existentes entre o comportamento do material frente à tensão aplicada; > Identificar as propriedades mecânicas e suas aplicabilidades. 38 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 TENSÃO E COMPRESSÃO INTRODUÇÃO Esta unidade traz uma abordagem introdutória sobre os conceitos que envol- vem os processos de tensão e deformação de material. As propriedades mecânicas de um material afetam como ele se comporta quando é carregado. O módulo de elasticidade do material afeta o quanto ele desvia sob uma carga, e a resistência do material determina as tensões que ele pode suportar antes de falhar. A ductilidade de um material também de- sempenha um papel significativo na determinação de quando um material se quebrará ao ser carregado além de seu limite elástico. Como todo sistema mecânico está sujeito a cargas durante a operação, é importante entender como os materiais que compõem esses sistemas mecânicos se comportam. Desse modo, esta unidade tem a intenção de estabelecer conceitos impor- tantes relacionados ao comportamento mecanismo de materiais, quando submetidos a esforços de tensão e deformação. Também será abordado a re- presentação gráfica de resistência do material, discorrendo sobre a curva de tensão e deformação para entendê-la melhor. Seu conteúdo está organizado em dois tópicos: “Conceitos Gerais” e “Propriedades mecânicas de materiais”. 2.1 CONCEITOS GERAIS Você deve ter notado que certos objetos podem se esticar facilmente, mas esticar objetos como uma barra de ferro parece impossível, certo? O compor- tamento de determinado objeto frente a um esforço recebido e/ou aplicado está relacionado diretamente com sua capacidade de sofrer mecanismos de tensão e de deformação. Neste tópico, vamos compreender melhor o porquê alguns objetos são mais maleáveis do que outros. Principalmente, discutire- mos as curvas tensão-deformação porque são úteis para entender a resistên- cia à tração de um determinado material. 39 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.1.1 TENSÃO NORMAL Na mecânica de resistência dos materiais, há dois conceitos importantes e diferentes que facilitam o entendimento em relação ao comportamento dos materiais: tensão e deformação. A tensão é definida como uma força aplicada por unidade de área. Assim, é dada pela relação: pela fórmula (ONOYE e KANE, 2021). σ = F ÷ A Onde F corresponde à força aplicada sobre o objeto; A corresponde à área do objeto e σ é a tensão aplicada (expressa por N/m²). FORÇAS DE TENSÃO E COMPRESSÃO TRAÇÃO COMPRESSÃO Fonte: Elaborada pelo autor (2021). #PraCegoVer Na imagem, há dois retângulos representando dois objetos. No primeiro deles, da esquerda para a direita, há duas setas apontadas para sentidos opostos, indicando a força de tração. No segundo retângulo, à direita, há outras duas setas apontadas para o mesmo sentido, indicando força de compressão. A tensão aplicada a um material pode ser de dois tipos. Eles são a (i) Tensão de tração: É a força aplicada por unidade de área que resulta no aumento do comprimento (ou área) de um corpo. Objetos sob tensão de tração tornam-se mais finos e longos; (ii) Tensão Compressiva: É a força aplicada por unidade de área que resulta na diminuição do comprimento (ou área) de um corpo. O objeto sob pressão compressiva torna-se mais espesso e mais curto. 40 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS As aplicações deste tipo de força são das mais variadas e estão presentes em nossas rotinas. Na área da engenharia civil, por exemplo, é possível observar que as treliças, que constituem determinada estrutura, estão sujeitas a esfor- ços normais (tração e compressão) que incidem sobre ele. Ao mesmo passo que um elevador, por outro lado, sustentado por um cabo de aço e que, para se movimento, exige uma força de tração. Ou ainda, em uma simples brinca- deira de criança, o cabo de guerra, onde o grupo que empenha o maior esfor- ço mecânico acaba vencendo. BRINCADEIRA DE CABO DE GUERRA: EXEMPLO DE APLICAÇÃO DE ESFORÇO MECÂNICO. Fonte: Freepik (2021). #PraCegoVer Foto de mãos puxando a corda em suas extremidades no jogo de cabo de guerra. Em todas as situações, dadas as devidas proporções, há uma necessidade de empregar esforço mecânico. Assim, é de suma importância o conhecer as propriedades do material, para que se possa compreender melhor seu com- portamento frente a algum tipo de esforço. 41 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Já a deformação é expressa pela relação entre a mudança experimentada pelo corpo na direção da força aplicada, dividida pelas dimensões iniciais do corpo. A relação de deformação em termos de comprimento de um sólido é, portanto, dado pela relação (ONOYE e KANE, 2021). ϵ = Δ ÷ L0 Onde Δ = variação do comprimento (Δ = LF – L0); L0 = comprimento original; e ϵ = deformação devido ao estresse aplicado. A deformação é uma quantidade adimensional, pois apenas define a mudan- ça relativa na forma. Dependendo da aplicação do estresse, a tensão experi- mentada em um corpo pode ser de dois tipos. Eles são: • tensão de tração: É a mudança no comprimento (ou área) de um corpo devido à aplicação de tensão de tração; ou • deformação compressiva: É a mudança no comprimento (ou área) de um corpo devido à aplicação de deformação compressiva. Diariamente, muitas pessoas utilizam elevadores em suas residências, local de trabalho, comércios etc. O que talvez passe despercebido para muitos é toda engenharia e física envolvida por traz da concepção de um elevador (DIN12, 2014). Neste vídeo, os autores demonstram como se pode determinar as forças principais que atuam num elevador. Acesse pelo link. https://youtu.be/NcbzFzDcwcA 42 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS DEFORMAÇÃO DE ELEMENTO ESTRUTURAL Fonte: Santana (2019). #PraCegoVer Fotografia de um elemento estrutural deformado. Quando estudamos sólidos e suas propriedades mecânicas, as informações sobre suas propriedades elásticas são mais importantes. Isso pode ser obtido estudando as relações tensão-deformação, sob diferentes cargas, nesses ma- teriais. Veremos mais sobre esses assuntos nos próximos tópicos. 2.1.2 MATERIAL DÚCTIL E FRÁGIL Todo material de engenharia, quando em serviço, é submetido a carregamen- tos externos de diversas naturezas (carregamento contínuo, repetitivo ou flu- tuante). Em algumas aplicações – por exemplo: laminação ou dobra de metal – pretende-se que o componente se alongue o máximo possível antes da fra- tura; enquanto em outras aplicações – como a travagem com pedras – a ideia principal é que o material se quebre com menor deformação sob carga exter- na. Com base nesta capacidade de alongamento sob carga externa, os mate- riais sólidos podem ser classificados em duas categorias - dúcteis e frágeis. 43 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 VIDRO: EXEMPLO DE MATERIAL FRÁGIL Fonte: Wikimedia Commons (2019). #PraCegoVer Fotografia de vasos de vidro coloridos (azuis). Quando a carga de tração externa é aplicada em um material, inicialmente ele sofre deformação elástica e, em seguida, começa a deformação plás- tica. Uma deformação elástica é recuperável, enquanto uma deformação plástica é permanente. A capacidade de um material de exibir deformação plástica antes da fratura é a indicação de ductilidade. Os materiais que apre- sentam deformaçãoplástica substancial sob carga externa são chamados de materiais dúcteis; enquanto os materiais frágeis exibem deformação plástica desprezível. 44 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS A ductilidade é uma propriedade física de um material pela qual ele pode ser esticado em fios sem quebrar. Em outras palavras, a capacidade de dobrar quando o estresse externo é aplicado. Os materiais dúcteis são aqueles que podem ser facilmente transformados em fios. Muitos dos metais são os melhores exemplos de materiais dúcteis como cobre, ouro e prata. A ductilidade de um material depende da tempe- ratura. Normalmente, quando os metais são aquecidos, sua fragilidade é re- duzida. Ao aumentar a temperatura, os deslocamentos se movem devido ao qual ocorre a deformação plástica e, portanto, a ductilidade é melhorada. Por outro lado, alguns não-metais tornam-se dúcteis com o aquecimento. São exemplos de material dúctil: aço suave, alumínio, cobre, borracha, a maio- ria dos plásticos etc. A temperatura é um parâmetro importante nessa propriedade, pois interfere diretamente no caráter de ruptura do material. O comportamento ao impacto dos materiais plásticos depende fortemente da temperatura. Em altas temperaturas, os materiais são mais dúcteis e apresentam alta resistência ao impacto; em baixas temperaturas, alguns plásticos que seriam dúcteis à temperatura ambiente tornam-se quebradiços. Saiba mais pesquisando por TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO. 45 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LACRES DE ALUMÍNIO Fonte: Unsplash (2019). #PraCegoVer Fotografia de um conjunto de lacres de alumínio de latas. Os materiais que são facilmente quebrados ou quebrados são conhecidos como materiais frágeis. Esses materiais não resistem ao carregamento ex- terno contínuo. Eles quebram instantaneamente quando a tensão é aplicada, sem qualquer deformação plástica após a produção de um som. Exemplos de materiais quebradiços incluem vidro e cerâmica. 46 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS VIDRO QUEBRADO Fonte: Unsplash (2019). #PraCegoVer: Fotografia de uma mulher com a mão em um vidro estilhaçado. De modo geral, as principais características comuns de materiais dúcteis e frágeis: (i) ambos estão ligados à deformação plástica sob tensão de tração e (ii) ambas as propriedades dependem da temperatura, ou seja, se um mate- rial é dúctil à temperatura ambiente, ele pode ser convertido em um material quebradiço quando restrito a 0 grau Celsius. Da mesma forma, em alta tem- peratura, um material quebradiço se torna dúctil. Por outro lado, os materiais também apresentam características divergentes, que vão desde a forma como ocorre o alongamento, até a capacidade de ab- sorver a energia imprimida sobre eles. 47 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 De acordo com Donwling (2021), existem alguns conceitos fundamentais para compressão desse tópico. São eles: Definição Dúctil: um material que pode ser facilmente dobrado ou que pode ser trefilado em fios; Frágil: um material que se encaixa instantaneamente por aplicação de carga externa. Deformação Dúctil: Tal material sofrerá deformação plástica antes da fratura; Frágil: este material apresenta zero deformação plástica após tensão e quebra instantaneamente. Alongamento Dúctil: sob tensão de tração, o alongamento percentual antes da fratura é maior nesses materiais; Frágil: Eles mostram um alongamento percentual muito menor antes da fratura. Absorção de energia antes da fratura Dúctil: sob carga de tração, eles podem absorver mais energia antes da fratura; Frágil: uma quantidade muito pequena de energia é absorvida por esses materiais antes da fratura. Processo de conformação Dúctil Operações de conformação de metal como laminação ou dobra podem ser feitas em tais materiais; Frágil: não resistem a nenhuma operação de conformação. 48 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Assim, podemos compreender que os materiais dúcteis são aqueles que po- dem ser transformados e resistirem a tensões aplicadas sob eles. Por outro lado, os materiais frágeis, apesar de mais duros, não resistem ao estresse, por- tanto, quebram-se instantaneamente. Além disso, a vida útil dos materiais dúcteis após a aplicação de carga é maior em comparação com os materiais quebradiços, algo que pode ser facilmente explicado melhor na relação ten- são-deformação. 2.1.3 DIAGRAMA DE TENSÃO-DEFORMAÇÃO A relação entre tensão e deformação em um material é determinada subme- tendo uma amostra de material a um teste de tensão ou compressão. Neste teste, uma força axial continuamente crescente é aplicada a um corpo de pro- va e a deflexão é medida da carga que é aumentada. Esses valores podem ser plotados como uma curva de deflexão de carga. A deflexão no corpo de prova depende tanto do módulo de elasticidade do material quanto da geometria do corpo de prova – que nada mais é do que a relação entre área e comprimento. Como estamos interessados no compor- tamento do material sem levar em conta a geometria, é útil generalizar os da- dos para remover o efeito da geometria. Isso é feito convertendo os valores de carga em valores de tensão e convertendo os valores de deflexão em valores de deformação, resultando na seguinte relação (PINHEIRO, 2021). Os valores de tensão e deformação determinados a partir do teste de tração podem ser plotados como uma curva de tensão-deformação conforme mos- trada a seguir: 49 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CURVA DE TENSÃO-DEFORMAÇÃO Te n sã o (α ) Deformação (ϵ) P E Y U F Fonte: Elaborada pelo autor (2021). #PraCegoVer Gráfico que contem informações de deformação no eixo x. Já no eixo y, constam informações de tensão. O gráfico é formado a partir dessas informações, gerando uma curva com 5 pontos, indicados, sequencialmente a partir da interseção xy, em P, E, Y, U e F. A curva apresenta um comportamento linear até atingir o ponto Y; em seguinte, apresenta um comportamento similar a uma função 2º grau (α<0). Há vários pontos de interesse no diagrama acima: Ponto P É o limite de proporcionalidade, que representa o valor máximo de tensão no qual a curva tensão-deformação é linear. Ponto E Este é o limite elástico, que representa o valor máximo de tensão no qual não há conjunto permanente. Mesmo que a curva não seja linear entre o limite de proporcionalidade e o limite elástico, o material ainda é elástico nesta região e se a carga for removida neste ponto ou abaixo dele, o corpo de prova retornará ao seu comprimento original. 50 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Ponto Y Este é o ponto de escoamento, que representa o valor da tensão acima do qual a deformação começará a aumentar rapidamente. A tensão no ponto de escoamento é chamada de resistência ao escoamento. Ponto U Este ponto corresponde à força final, que é o valor máximo de tensão no diagrama tensão-deformação. A resistência final também é conhecida como resistência à tração. Depois de atingir a tensão final, as amostras de materiais dúcteis exibirão estrangulamento, no qual a área da seção transversal em uma região localizada da amostra reduz significativamente. Ponto F Este é o ponto de fratura ou ponto de quebra, que é o ponto em que o material falha e se separa em duas partes. As curvas tensão-deformação são normalmente necessárias ao analisar um componente de engenharia. No entanto, os dados de estresse-deformaçãonem sempre estão disponíveis. Nesse caso, é bastante simples aproximar a cur- va tensão-deformação de um material usando a equação de Ramberg-Osgood. As curvas tensão-deformação para materiais são comumente necessárias; no entanto, sem dados de teste representativos, é necessário chegar a uma aproximação da curva. A equação de Ramberg- Osgood pode ser usada para aproximar a curva tensão-deformação para um material, conhecendo apenas a resistência ao escoamento, resistência final, módulo de elasticidade e alongamento percentual do material. De modo geral, isso facilita as determinações, uma vez que tais propriedades dos materiais são comuns e prontamente disponíveis). 51 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Dependendo do material que está sendo testado, uma curva de tensão de- formação pode indicar propriedades-chave do material, incluindo sua região elástica, região de plástico, ponto de escoamento e resistência à tração final. 2.2 PROPRIEDADES MECÂNICA DOS MATERIAIS É inevitável começar as discussões a respeito do assunto deste tópico sem antes esclarecer um ponto muito importante: a gama de propriedades me- cânicas de materiais existentes! Existe uma infinidade de propriedades envolvidas na caracterização de deter- minado material. Apesar de todos terem a suta importância, dentro de deter- minada área de aplicação, este tópico irá abordar àquelas consideradas mais essências ao entendimento da ciência aplicada a resistência dos materiais. Tais informações são pertinentes, pois irão auxiliar aos profissionais a saber o básico para diferenciar os tipos de metais uns dos outros para tomar uma decisão informada ao projetar algo. 2..2.1 ENSAIO DE TRAÇÃO E COMPRESSÃO A avaliação do comportamento mecânico de uma amostra sob condições de tensão e compressão pode ser realizada para fornecer dados básicos de pro- priedade do material que são críticos para o projeto do componente e ava- liação do desempenho do serviço. Os requisitos para valores de resistência à tração e compressão e os métodos para testar essas propriedades são especi- ficados em vários padrões para uma ampla variedade de materiais. Os testes podem ser realizados em amostras de materiais usinados ou em modelos em tamanho real ou em escala de componentes reais. Esses testes são normal- mente realizados usando um instrumento de teste mecânico universal. 52 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS CONFIGURAÇÕES DOS TESTES MECÂNICOS: (A) TESTE DE TENSÃO E (B) TESTE DE COMPRESSÃO. Fonte: Salman et al., (2016). #PraCegoVer Duas fotografias indicadas pelas letras A e B. A letra A mostra uma fotografia do teste de tensão. A letra B mostra a fotografia de um teste de compressão. Um teste de tensão-deformação por tração é um método para determinar o comportamento de materiais sob carga de tração axial. Os testes são condu- zidos fixando a amostra no aparelho de teste e, em seguida, aplicando uma força à amostra, separando as cabeças cruzadas da máquina de teste. Um dispositivo é utilizado para realizar o teste de tensão-deformação. No in- terior do dispositivo, há um objeto, chamado corpo de prova. Ao iniciar a ope- ração, o corpo de prova é alongado através do dispositivo móvel. Uma célula de carga e um medidor de extensão (chamado de extensômetro) medem, respectivamente, a magnitude da carga aplicada e o alongamento. 53 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO DISPOSITIVO USADO PARA CONDUZIR O ENSAIO DE TENSÃO-DEFORMAÇÃO POR TRAÇÃO Fonte: Callister (2000). #PraCegoVer Ilustração esquemática do funcionamento do dispositivo de ensaios de tensão- deformação por tração. A ideia básica de um teste de tração é colocar uma amostra de um material entre dois acessórios chamados “garras” que prendem o material. O material tem dimensões conhecidas, como comprimento e área da seção transver- sal. Em seguida, começamos a aplicar peso ao material agarrado em uma ex- tremidade enquanto a outra extremidade é fixa. Continuamos aumentando o peso (geralmente chamado de carga ou força) enquanto, ao mesmo tempo, medimos a mudança no comprimento da amostra. O resultado desse teste é um gráfico de carga (quantidade de peso) versus deslocamento (quantidade de alongamento). Uma vez que a quantidade de peso necessária para esticar o material depende do tamanho do material (e, claro, das propriedades do material), a comparação entre os materiais pode ser muito desafiadora. A capacidade de fazer uma comparação adequada pode ser muito importante para alguém que projeta aplicações estruturais nas quais o material deve suportar certas forças. 54 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS A velocidade da cruzeta pode ser variada para controlar a taxa de deformação na amostra de teste. Os dados do teste são usados para determinar a resistên- cia à tração, resistência ao escoamento e módulo de elasticidade. A medição das dimensões do corpo de prova após o teste também fornece redução dos valores de área e alongamento para caracterizar a ductilidade do material. Resistência à Compressão É a tensão compressiva máxima que um material é capaz de suportar sem fratura. Os materiais frágeis se quebram durante o teste e têm um valor definido de resistência à compressão. A resistência à compressão de materiais dúcteis é determinada por seu grau de distorção durante o teste (CALLISTER, 2000). Limite elástico Refere-se à tensão máxima que um material pode suportar sem deformação permanente após a remoção da tensão (CALLISTER, 2000). Alongamento É a extensão permanente de um corpo de prova que foi fraturado em um teste de tração (CALLISTER, 2000). Limite Proporcional É a maior quantidade de tensão que um material é capaz de atingir sem se desviar da relação linear da curva tensão-deformação, ou seja, sem desenvolver deformação plástica (CALLISTER, 2000). Ponto de escoamento É a tensão em um material (geralmente menor do que a tensão máxima atingível) em que ocorre um aumento na deformação sem um aumento na tensão. Apenas alguns metais têm um ponto de escoamento (CALLISTER, 2000). 55 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Tensão de escoamento Tensão na qual um material exibe um desvio especificado de uma relação linear tensão-deformação. Um deslocamento de 0,2% é frequentemente usado para metais (CALLISTER, 2000). Os testes de tração podem, além disso, também serem aplicados em mui- tos materiais, incluindo metais, plásticos, fibras, adesivos e borrachas. O teste pode ser realizado em temperaturas subambientes e elevadas. Cabe ressaltar ainda que, no Brasil, a NBR ISO 6892-1:2013, Versão Corrigida 2:2018 (ABNT, 2018) regulamenta a metodologia do ensaio de tração. Já um teste de compressão é um método para determinar o comportamen- to dos materiais sob uma carga compressiva. Os testes de compressão são conduzidos carregando a amostra de teste entre duas placas e, em seguida, aplicando uma força à amostra movendo as cruzetas juntas. ENSAIO DE COMPRESSÃO: (A) FORÇA DE COMPRESSÃO APLICADA AO PROVETE; (B) SETUP EXPERIMENTAL PARA O ENSAIO Fonte: Moldovan (2010). #PraCegoVer Ilustração esquemática colorida do ensaio de compressão. 56 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Durante o teste, o corpo de prova é comprimido e a deformação em relação à carga aplicada é registrada. O teste de compressão é usado para determinar o limite elástico, limite proporcional, ponto de escoamento, resistência ao es- coamento e (para alguns materiais) resistênciaà compressão. 2.2.2 MÓDULO DE ELASTICIDADE Antes de entendermos o que é o Módulo de Elasticidade, primeiro precisa- mos saber sobre as constantes elásticas. Por que precisamos de constantes elásticas, quais são os tipos e onde são usadas? As constantes elásticas são aquelas constantes que determinam a deforma- ção produzida por um determinado sistema de tensões atuando no material. • São usadas para determinar teoricamente a deformação de engenharia. • São usados para obter uma relação entre a tensão da engenharia e a deformação da engenharia. • Para um material homogêneo e isotrópico, o número de constantes elásticas é 4. A unidade de tensão normal é Pascal e a deformação longitudinal não tem uni- dade. Isso porque a deformação longitudinal é a proporção da mudança no com- primento em relação ao comprimento original. Portanto, a unidade de módulo de elasticidade é a mesma de Tensão e é Pascal (Pa). Usamos mais comumente Megapascals (MPa) e Gigapascals (GPa) para medir o módulo de elasticidade. Homogêneo: de mesma ou semelhante natureza, estrutura ou função, de composição uniforme cujos componentes não são identificados ou facilmente distinguidos: substância homogênea (PINHEIRO, 2016). Isotrópico: que possui propriedades físicas que são independentes da direção; corpo cujas propriedades físicas são constantes, independentemente da direção cristalográfica considerada (CALLISTER, 2000). 57 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Para mensurar um módulo de elasticidade, deve-se fazer o teste de tensão, como vimos. Os resultados são dispostos em forma de gráfico de tensão versus deformação. Pela curva, vemos que do ponto 0 ao B, a região é uma região elástica. Depois disso, começa a deformação plástica. O ponto A na curva mostra o limite de proporcionalidade. Para esta curva, podemos escrever o valor do Módulo de Elasticidade (E) é igual à inclinação da curva tensão-deformação até A. REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO DISPOSITIVO USADO PARA CONDUZIR O ENSAIO DE TENSÃO-DEFORMAÇÃO POR TRAÇÃO Fonte: Buffoni (2015, p. 4). #PraCegoVer Gráfico representando o diagrama de tensão-deformação convencional; São representadas 05 pontos no gráfico. A partir do ponto 0, temos o ponto A, indicando o limite de proporção; em seguida, o ponto B. indicando o limite de elasticidade. Esses dois pontos formam a área chamada de região elástica; posteriormente, existe o ponto C, indicado pela de ruptura real; logo após, o ponto D, indicando o limite de resistência; e por fim, o ponto E, indicando a ruptura real. Esses três últimos pontos formam a área chamada de região plástica. 58 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Se o valor de E aumenta, a deformação longitudinal diminui, o que significa que uma mudança no comprimento diminui. De modo geral, existem outros três tipos de coeficientes relacionados à elasti- cidade, além do ou módulo de elasticidade (ou Módulo de Young), sendo eles: • módulo de cisalhamento ou módulo de rigidez (G); • módulo de massa (K); • razão de Poisson (µ) – será abordado no tópico abaixo. 2.2.3 LEI DE HOOKE E COEFICIENTE DE POISSON Como tantos outros dispositivos inventados ao longo dos séculos, uma com- pressão básica da mecânica é necessária antes que ele possa ser ampla- mente utilizado. Em termos de molas, isso significa entender as leis da elas- ticidade, torção e força que entram em jogo - que juntas são conhecidas como Lei de Hooke. A Lei de Hooke é um princípio da física que afirma que a força necessária para estender ou comprimir uma mola em alguma distância é proporcional a essa distância. A lei leva o nome do físico britânico do século 17, Robert Hooke, que procurou demonstrar a relação entre as forças aplicadas a uma mola e sua elasticidade. São diversas as aplicações e importâncias que envolvem o conhecimento do modo de elasticidade de um material, aplicável à diversas áreas do conhecimento. Permite, por exemplo, a caracterização de materiais biológicos como cartilagem e osso também. Nas exatas, especificamente no ramo da engenharia, permite calcular quanto um material se esticará e também quanta energia potencial será armazenada, fatores esses preponderantes no dimensionamento, por exemplo, de uma estrutura metálica. 59 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA LEI DE HOOCKE x Mola m Fonte: Cotta (2017, p. 1). #PraCegoVer Ilustração esquemática contendo duas molas, lado a lado presas. A segunda mola apresenta um peso, indicado pela letra M, que à puxa para a baixo, criando uma diferença de comprimento em relação a primeira mola. Essa diferença é indicada por Δx. Ele declarou a lei pela primeira vez em 1660 como um anagrama latino, e en- tão publicou a solução em 1678 como ut tensio, sic vis - que pode ser entendi- do como “a extensão é proporcional à força” (ONOYE e KANE, 2021). Matematicamente, a Lei de Hooke pode ser expresso através da relação da força aplicada à mola (na forma de deformação ou tensão), chamado de “F”; o deslocamento da mola, representado pela letra “x”; e pela constante da mola “k”. Assim tem-se que (ONOYE e KANE, 2021). F = k x O valor de k depende não apenas do tipo de material elástico em considera- ção, mas também de suas dimensões e forma. Quando se aplica elevada força em determinado objeto, a deformação do material acaba, frequentemente, sendo maior que o observado pela Lei de Hooke, embora postulado do cientista afirme que o material permanece elástico e retorna a sua condição original após remoção desta força. A lei de Hooke descreve as propriedades elásticas dos materiais apenas na faixa em que a força e o deslocamento são proporcionais. 60 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS O Coeficiente de Poisson – também chamado de razão de Poisson – colocado de forma muito simples, é a medida de quanto a largura ou o diâmetro de um material mudará sempre que ele for puxado longitudinalmente. Em ter- mos mais técnicos, é a medida da variação da deformação lateral (transversal) sobre a variação da deformação linear (axial). O exemplo mais simples disso é visto ao puxar um elástico. À medida que o elástico é esticado em uma di- reção, sua largura fica visivelmente mais fina. Isso é evidência de um grande coeficiente de Poisson. COEFICIENTE DE POISSON DE UM MATERIAL, DEFINIDO PELA RELAÇÃO ENTRE A DEFORMAÇÃO TRANSVERSAL (DIREÇÃO X) E A DEFORMAÇÃO AXIAL (DIREÇÃO Y) x y Fonte: Wikimedia Commons (2017). #PraCegoVer Na imagem, há uma representação esquemática contendo dos eixos X e Y, representando, respectivamente, a deformação transversal e a deformação axial. Às vezes, a lei de Hooke é formulada como F = - k x. Nesta expressão, F não significa mais a força aplicada, mas sim a força restauradora igual e opostamente dirigida que faz com que os materiais elásticos retornem às suas dimensões originais (ARANHA, 2016). 61 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Como o coeficiente de Poisson é uma medida de uma deformação dividida por outra, é um número sem unidade. Materiais muito flexíveis, de baixo mó- dulo, como borracha, normalmente têm taxas de Poisson tão altas quanto 0,5, enquanto materiais muito rígidos e de alto módulo, como concreto, nor- malmente têm taxas de Poisson muito próximas de 0. Alguns materiais, no entanto, até têm taxas de Poisson tão baixo quanto -1, o que significa que à medida que são puxados no sentido do comprimento, a largura ou o diâme- tro do material aumentam. O exemplo mais identificável disso é uma esfera de Hoberman, que pode ser encontrada em qualquerloja de brinquedos. CONCLUSÃO Esta unidade apresentou uma reflexão sobre as propriedades mecânicas dos materiais. Observamos que as propriedades mecânicas de um material refle- tem a relação entre sua resposta ou deformação a uma carga ou força aplica- da. Vimos também que são importantes e influem diretamente na resistência, dureza, ductilidade e rigidez de matérias. Essas propriedades são verificadas por meio da realização de experimentos de laboratório cuidadosamente pro- jetados que reproduzem, tanto quanto possível, as condições de serviço. Notamos também a importância do diagrama de tensão e deformação na ca- racterização do material. Basicamente, o teste de tração testa a “resistência” de um material. Podemos ver que qualquer coisa pode ser testada quanto à resistência à tração, mas diferentes materiais reagirão de maneira diferente às mesmas forças, com base em suas propriedades materiais. Por fim, destacamos também os conceitos que tangem a lei de Hooke, com- preendo como aplicar essa proporcionalidade a diferentes materiais. Apren- deremos exatamente o que os termos estresse e tensão descrevem, bem como a relação entre eles. Os coeficientes de elasticidade apresentam correlações matemáticas entre si, e podem ser expressas das seguintes maneiras: (i) E = 2G (1+ µ); (ii) E = 3 K (1-2µ); (iii) - E = 9 K G / G + 3 K. O valor de qualquer constante é sempre maior ou igual à zero. O sinal negativo mostra apenas a direção. 62 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Para conhecer mais sobre a Lei de Hooke e a força elástica, assista ao vídeo publicado pelo canal Agência de Ciência Web. Acesse pelo link. Para aprofundar o conhecimento sobre a deformação de corpos, leia este artigo cientifico que faz uma abordagem experimental do conceito de deformação, aplicado na Engenharia. A autoria é de Tiago Ramos. Acesse pelo link. No artigo “Influência das dimensões dos corpos de prova e da velocidade de ensaio na resistência à flexão estática de três espécies de madeiras tropicais”, conheça a aplicação de ensaios laboratoriais na determinação de comportamentos mecânicos de materiais. Acesse pelo link. Para aprofundar as discussões sobre modulo de elasticidade, leia este artigo publicado pela Revista Matéria. Disponível neste link Neste Podcast, são discutidos conceitos aplicados de retração, resistência à compressão e módulo de elasticidade. Ouça agora clicando neste link. https://youtu.be/COj0MyepmoI https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-11172011000100016 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1980-50982015000200415 https://revistas.ufrj.br/index.php/rm/article/view/37083 https://anchor.fm/ricardo-pavo-madureira UNIDADE 3 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 63 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS > Resolver problemas associados à deformação do material abordados na unidade; > Compreender o comportamento do material frente à influência do carregamento axial. 64 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 3 DEFORMAÇÃO E CARREGAMENTO AXIAL INTRODUÇÃO Esta unidade traz uma abordagem introdutória sobre os conceitos que envol- vem os processos de tensão e deformação de material. As propriedades mecânicas de um material afetam como ele se comporta quando é carregado. O módulo de elasticidade do material afeta o quanto ele desvia sob uma carga, e a resistência do material determina as tensões que ele pode suportar antes de falhar. A ductilidade de um material também de- sempenha um papel significativo na determinação de quando um material se quebrará ao ser carregado além de seu limite elástico. Como todo sistema mecânico está sujeito a cargas durante a operação, é importante entender como os materiais que compõem esses sistemas mecânicos se comportam. Desse modo, nesta unidade, as discussões abordarão as análises de tensões e deformações de membros carregados axialmente. Os resultados são gene- ralizados na Lei de Hooke. O princípio de Saint-Venant explica os limites da aplicação desta teoria, como veremos ao longo dos tópicos. 3.1 DEFORMAÇÃO A análise de deformação é muito útil também na determinação do estresse, principalmente para problemas estaticamente indeterminados. Estatistica- mente assume-se que a estrutura é uma composição de corpos rígidos. Mas agora gostaríamos de analisar a estrutura como um corpo deformável Um modelo de corpo rígido é um exemplo idealizado de um objeto que não se deforma sob a ação de forças externas. É muito útil ao analisar sistemas mecânicos - e muitos objetos físicos são de fato rígidos em grande medi- da. Até que ponto um objeto pode ser percebido como rígido depende das propriedades físicas do material do qual é feito. Por exemplo, uma bola de pingue-pongue feita de plástico é quebradiça e uma bola de tênis feita de borracha é elástica quando acionada por forças de esmagamento. No entanto, em outras circunstâncias, tanto uma bola de 65 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 pingue-pongue quanto uma bola de tênis podem quicar bem como corpos rígidos. Da mesma forma, alguém que projeta membros protéticos pode ser capaz de aproximar a mecânica dos membros humanos modelando-os como corpos rígidos; entretanto, a combinação real de ossos e tecidos é um meio elástico. Neste tópico, passamos da consideração das forças que afetam o movimento de um objeto para aquelas que afetam a forma de um objeto. Uma mudan- ça na forma devido à aplicação de uma força é conhecida como deforma- ção. Mesmo forças muito pequenas são conhecidas por causar alguma de- formação. A deformação é experimentada por objetos ou mídia física sob a ação de forças externas - por exemplo, isso pode ser esmagar, apertar, rasgar, torcer, cortar ou separar os objetos. 3.1.1 PRINCÍPIO DE SAINT-VENANT Tensão normal e de cisalhamento, como as definimos, são medidas da ten- são média em uma seção transversal. Simplificando, a magnitude da tensão em qualquer lugar ao longo da seção transversal é a mesma. Isso significa que a carga é distribuída por toda a seção transversal (POPOV, 1990). Uma bola de tênis permanece ligeiramente deformada depois de ser comprimida, especialmente se for comprimida por um longo período de tempo e se for comprimida por uma grande quantidade. É difícil medir a olho nu, mas se você se apoiar em uma bola e olhar de perto, a bola terá um formato ligeiramente ovalado. O mesmo efeito ocorre quando uma bola é golpeada com uma raquete, mas em menor extensão, uma vez que a bola permanece comprimida por um período muito curto enquanto está nas cordas. Como é imperceptível a olho nu, somente com auxílio de uma supercâmara se faz possível visualizar o processo. Clique aqui e veja! https://youtu.be/VHV1YbeznCo 66 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Alternativamente, se a força externa é focada sobre uma pequena região, é referida como uma carga pontual. Uma carga pontual, ao contrário de uma carga distribuída, faz com que a tensão perto do ponto de carga seja muito maior do que a tensão média. Isso leva a deformações muito complicadas de estados de tensão muito complicados (MELCONIAN, 2021). Descrever essa deformação está além do escopo deste curso. Mas, se você olhar as ilustrações de uma carga distribuída vs. uma carga pontual abaixo, o que você notará é que as deformações (e, portanto, as distribuições de tensão) começam a parecer semelhantes quando você se afasta da carga pontual. PRINCÍPIO DE SAINT-VENANT Fonte: Bittencourt (2020, p. 3). #PraCegoVer Objeto, em um formato
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