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Aula 2 Teoria Geral dos Recursos Prof. Ta4ana Mareto Silva Princípio do duplo grau de jurisdição EMBARGOS DECLARATÓRIOS NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREQUESTIONAMENTO DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. IMPROPRIEDADE. AUSÊNCIA DE CÓPIA DO INTEIRO TEOR DO ACÓRDÃO RECORRIDO. NÃO CONHECIMENTO DO AGRAVO QUE SE IMPÕE. PRECEDENTES DO STJ E DO STF. INEXISTÊNCIA DE OFENSA A PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS (DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO E AMPLA DEFESA). EMBARGOS DECLARATÓRIOS REJEITADOS. 1. O acolhimento de Embargos de Declaração depende da presença de pelo menos um destes requisitos: (a) obcuridade, (b) contradição ou (c) omissão, sem o que a decisão embargada é de ser man4da por todos os seus fundamentos. 2. Mesmo os declaratórios opostos com a finalidade de preques4onamento de matéria cons4tucional subordinam-‐se a esses requisitos essenciais. 3. O acórdão impugnado foi claro quanto aos mo4vos que levaram ao não conhecimento do Agravo de Instrumento -‐ falta de cópia do inteiro teor do acórdão recorrido -‐ salientando que, por se tratar de peça obrigatória, elencada no § 1o. do art. 544 do CPC, a sua ausência, na íntegra, revela má-‐formação do instrumento de agravo, impondo o seu não conhecimento. 4. Foram citados inúmeros acórdãos desta Corte e também do colendo STF perfilhando idên4co entendimento, o que é suficiente para afastar qualquer maltrato aos princípios cons4tucionais citados pela Embargante (duplo grau de jurisdição e ampla defesa). 5. Embargos declaratórios rejeitados. (STJ -‐ EDcl no AgRg no Ag: 1352826 SP 2010/0173376-‐9, Relator: Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Data de Julgamento: 11/06/2013, T1 -‐ PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 21/06/2013) Princípio da taxa4vidade PROCESSUAL CIVIL. PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE. ERRO GROSSEIRO. INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. PEÇA APRESENTADA FORA DO PRAZO LEGAL. 1. O sistema recursal brasileiro é regido pelo princípio da taxa4vidade, ou seja, apenas os recursos previstos no Código de Processo Civil serão admi4dos. 2. Cons4tui erro grosseiro a interposição do recurso de apelação previsto no art. 513 do Código de Processo Civil com vistas a reformar a decisão monocrá4ca que deu provimento a recurso especial da autarquia. 3. Além do erro inescusável, a pe4ção foi apresentada fora do prazo previsto no art. 557, § 1º, do Código de Processo Civil, a afastar a aplicação do princípio da fungibilidade. 4. Pe4ção não conhecida. (STJ -‐ PET no REsp: 1311185 RN 2012/0043080-‐7, Relator: Ministro CASTRO MEIRA, Data de Julgamento: 23/04/2013, T2 -‐ SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 02/05/2013) Princípio da fungibilidade PROCESSUAL CIVIL. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 282/STF. INCIDENTE PROCESSUAL. CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DESCABIMENTO. 1. Por inexis4r omissão, obscuridade ou contradição na decisão embargada e pelo princípio da fungibilidade recursal, recebem-‐se os presentes Embargos de Declaração como Agravo Regimental. 2. Não se conhece de Recurso Especial quanto a matéria não especificamente enfrentada pelo Tribunal de origem, dada a ausência de preques4onamento. Incidência, por analogia, da Súmula 282/STF. 3. O Superior Tribunal de Jus4ça entende que inexiste previsão legal de condenação em honorários quando se tratar de incidente processual. Excepcionalmente, é possível quando o acolhimento do incidente resulta na ex4nção do feito em relação ao requerente, o que não é o caso dos autos. 4. Agravo Regimental não provido. (STJ -‐ EDcl no REsp: 1403874 RS 2013/0301459-‐3, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 05/05/2015, T2 -‐ SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 21/05/2015) Princípio da singularidade ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO.ACIDENTE. PENSIONAMENTO. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. EMBARGOSDE DECLARAÇÃO. OPOSIÇÃO SIMULTÂNEA AO AGRAVO REGIMENTAL.IMPOSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA SINGULARIDADE RECURSAL. 1. O recurso especial não foi conhecido, tendo em vista que o Tribunal de origem julgou a questão com base na prova dos autos, descabendo a esta Corte o seu reexame, ante o óbice da Súmula 7/STJ. 2. Os embargos declaração opostos pelo ora agravante, concomitantemente à oposição do presente agravo, estão prejudicados, ante o princípio da singularidade recursal, que consagra a premissa de que para cada decisão a ser atacada há um recurso próprio e adequado no ordenamento jurídico e que, em caso de recursos interpostos simultaneamente contra uma mesma decisão, há preclusão consuma4va do segundo, devendo reportar-‐se o julgador tão somente ao primeiro. Agravo regimental improvido. (STJ -‐ AgRg no REsp: 1239567 PR 2011/0042820-‐6, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 20/03/2012, T2 -‐ SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 28/03/2012) Princípio da diale4cidade PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. OFENSA A DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DOSTF. AUSÊNCIA DE RELAÇÃO ENTRE OS ARGUMENTOS RECURSAIS E OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO RECORRIDA. SÚMULA N. 284/ STF. DECISÃO MANTIDA. 1. Não cabe ao STJ conhecer de violação de norma cons4tucional, sob pena de invadir a competência do STF. 2. Não se conhece do recurso especial que deixa de se referir aos fundamentos do julgado que impugna, desatendendo ao princípio da diale4cidade recursal (Súmula n. 284/STF). 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ -‐ AgRg no AREsp: 467842 PA 2014/0017614-‐4, Relator: Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de Julgamento: 25/11/2014, T4 -‐ QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 02/12/2014) Princípio da voluntariedade AGRAVO DE PETIÇÃO. PRINCÍPIO DA VOLUNTARIEDADE. Com base no princípio da voluntariedade, não pode o juízo ad quem apreciar matéria que não trazida à sua cognição pela agravante, devendo ser man4do o não conhecimento dos embargos à execução. Consectário lógico, não pode ser analisada a questão rela4va à impenhorabilidade do bem, já que não apreciada pelo juízo a quo, sob pena de supressão de instância. Agravo de pe4ção parcialmente conhecido e não provido. (TRT-‐1 -‐ AP: 00244005619945010060 RJ , Relator: Sayonara Grillo Cou4nho Leonardo da Silva, Data de Julgamento: 29/09/2014, Sé4ma Turma, Data de Publicação: 10/10/2014) Princípio da não “reforma4o in pejus” TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ICMS. AQUISIÇÃO DE BENS DESTINADOS AO ATIVO FIXO. DIREITO AO CREDITAMENTO. NÃO-‐CUMULATIVIDADE. PRESCRIÇÃO QÜINQÜENAL. DECRETO n.º 20.910/32. CRÉDITOS ESCRITURAIS. CORREÇÃO MONETÁRIA. NÃO-‐ INCIDÊNCIA. AUSÊNCIA DO DIREITO MATERIAL ALEGADO. ACÓRDÃO RECORRIDO MANTIDO EM RAZÃO DO PRINCÍPIO DA NÃO REFORMATIO IN PEJUS. [...] 2. Entrementes, no caso sub judice, considerando-‐se que o recurso foi de inicia4va exclusiva da empresa, em homenagem ao princípio da vedação da reforma4o in pejus, mantém-‐se o acórdão recorrido -‐ que entendeu pela impossibilidade de restrição infracons4tucional ao princípio da não-‐cumula4vidade, concedendo à recorrente o direito ao creditamento do ICMS rela4vo à entrada de bens des4nados ao a4vo fixo, sem as limitações impostas pela LC 102/00 -‐ por ser-‐ lhe mais favorável. (STJ -‐ REsp: 807875 PR 2005/0214509-‐4, Relator: Ministro LUIZ FUX, Data de Julgamento: 12/02/2008, T1 -‐ PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 02/04/2008) Princípio da consumação APELAÇÃO CÍVEL. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. ACÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. TRANSFERÊNCIA JUNTO AO DETRAN DE BEM ALIENADO FIDUCIARIAMENTE. ADITAMENTO DA APELAÇÃO. PRINCÍPIO DA CONSUMAÇÃO. Configurada a preclusão consuma4va do direito de recorrer com a interposição do recurso, sendo defeso, sem alteração ou integração da decisão recorrida, apresentação de novas razões recursais. Aditamento à apelação não conhecido. DA OBRIGAÇÃO DE FAZER E MULTA JUDICIAL. Inegável o dever das rés de cumprirem a obrigação de transferir o veículo para o nome do autor. O cumprimento da obrigação, por ora, independe de ato do demandante. Astreinte que não se perfec4bilizou, vai novamente fixada, a fim de compelir os demandados ao cumprimento da ordem lançada. DO DANO MATERIAL. Man4da a sentença no tópico. Não se desincumbiu o autor do ônus de comprovar o dano, base o art. 333, inciso I, do Código de Processo Civil. DO DANO MORAL. MAJORAÇÃO. Quantum indenizatório que deve ser proporcional à ofensa, sem gerar enriquecimento sem causa, atendendo à função tríplice do ressarcimento por dano moral. Majoração deferida que deve levar em consideração o caso concreto. Sucumbência redimensionada. DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO APELO, VENCIDA EM PARTE A RELATORA. (Apelação Cível Nº 70064534324, Décima Terceira Câmara Cível, Tribunal de Jus4ça do RS, Relator: Elisabete Correa Hoeveler, Julgado em 11/06/2015). (TJ-‐RS -‐ AC: 70064534324 RS , Relator: Elisabete Correa Hoeveler, Data de Julgamento: 11/06/2015, Décima Terceira Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Jus4ça do dia 15/06/2015) PRESSUPOSTOS RECURSAIS Pressupostos subje4vos • Legi4midade • Interesse recursal Pressupostos obje4vos • Cabimento e adequação • Tempes4vidade • Preparo • Inexistência de fato impedi4vo • Regularidade formal Legi4midade recursal Refere-‐se a quem está legalmente autorizado a recorrer. Equivalente às condições da ação. NCPC 996 Legi4midade recursal NCPC 996 Sucumbente Terceiro prejudicado Ministério Público Legi4midade recursal Cabe ao terceiro interessado demonstrar o prejuízo que a decisão recorrida poderá lhe causar. Havendo sucumbência recíproca, todos possuem legi4midade para recorrer, limitada ao prejuízo causado pela decisão. Interesse recursal Equivalente ao interesse de agir Necessidade U4lidade Interesse recursal Necessidade Sucumbência U4lidade Alteração da decisão Cabimento e adequação Taxa4vidade • Deve ser respeitado o rol legal de recursos. Fungibilidade • Aceitação de um recurso pelo outro. Singularidade • Cabe apenas um recurso para cada decisão.Cabimento e adequação Exceções Recurso especial Recurso extraordinário Embargos de declaração Tempes4vidade Os prazos são contados da data da in4mação da decisão NCPC 1003 Os prazos são contados em dias úteis. NCPC 219 Todo recurso deve ser interposto dentro do prazo previsto em lei. NCPC 1003, §5º Tempes4vidade Em remessa pelo correio, conta-‐se a data da postagem. A in4mação pode ocorrer em audiência, caso seja nela proferida a decisão. Os feriados locais não são computados no prazo recursal. Preparo Preparo = pagamento das custas recursais. • Os amparados pela AJG não precisam fazer o preparo. Em sendo exigível, o recurso deve ser interposto com a comprovação do preparo. • A ausência de comprovação na interposição gera deserção do recurso. Preparo Is en çã o MP União Distrito Federal Estados Municípios Preparo A insuficiência do preparo também gera deserção. • O Recorrente será in4mado para complementação em 5 dias. Incluem-‐se no preparo as custas de remessa e retorno dos recursos. • Não se aplica aos autos eletrônicos. Erro no preenchimento da guia de recolhimento não gera deserção. Inexistência de fato impedi4vo Fatos impedi4vos Desistência Renúncia Aceitação Regularidade formal Diale4cidade Recursos sempre escritos Impugnação específica ADMISSIBILIDADE Juízo de admissibilidade • Os recursos estão sujeitos à verificação prévia de seus pressupostos. • Recursos que “não passam” na admissibilidade não são conhecidos pelo órgão julgador. • A admissibilidade no novo CPC passa a ser SIMPLES como regra geral. Juízo de admissibilidade • No CPC, há recursos com juízo de dupla admissibilidade. • Problemá4ca: excesso de agravos contra a decisão que nega o seguimento ao recurso. • No NCPC, a dupla admissibilidade foi abolida. • Todos os recursos serão admi4dos exclusivamente pelo juízo ad quem.
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