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CCJ0058-WL-A-RA-08-O sistema constitucional de emergência dos direitos fundamentais

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Turma A – Manhã - 2012.1�� HYPERLINK "http://portal.estacio.br/" \o "Estácio" �� INCLUDEPICTURE "http://portal.estacio.br/img/logo.png" \* MERGEFORMATINET ������Direitos Humanos
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CCJ0058��Aula:
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	APRESENTAÇÂO DA DISCIPLINA:
DIREITOS HUMANOS
É do conhecimento de todos que a redemocratização no Brasil deslocou os direitos fundamentais para a centralidade do ordenamento jurídico em detrimento das chamadas razões de Estado. Nesse sentido, a Constituição passa a ser percebida como norma jurídica e, na sua esteira, desponta a tão propalada força normativa da Constituição.
Destarte, estudar a eficácia dos direitos fundamentais nos dias atuais será a linha dominante do nosso aprendizado. Em conseqüência, faz parte da disciplina o entendimento da efetividade dos direitos fundamentais em suas diferentes dimensões, vale dizer, a primeira relativa aos direitos civis e políticos, a segunda relativa aos direitos sociais e econômicos e finalmente a terceira atinente aos direitos coletivos e difusos. A abordagem da disciplina inclui ainda as restrições impostas aos direitos fundamentais em decorrência da implementação dos sistemas constitucionais de emergência (estado de sítio e estado de defesa).
	BIBLIOGRAFIA
Bibliografia básica
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003.
BARROSO, Luís Roberto. A reconstrução democrática do direito público no Brasil. Rio de Janeiro: Renovar, 2007.
SILVA NETO, Manoel Jorge e. Curso de direito constitucional. Rio de Janeiro: Lumen&Juris, 2008.
Bibliografia Complementar
ALEXY, Robert. Teoria da argumentação jurídica. Trad. de Zilda Hutchinson Schild Silva. São Paulo: Landy Livraria Editora e Distribuidora, 2001.
BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição. São Paulo: Saraiva, 2003.
ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios: da definição à aplicação dos princípios jurídicos. Rio de janeiro: Malheiros, 2004.
ZIMMERMANN, Augusto. Curso de direito constitucional. Rio de Janeiro: Lumen&Juris, 2006.
	AVALIAÇÃO:
A Avaliação é contínua, com ênfase nos aspectos colaborativos, incluindo tarefas grupais, e contempla o diagnóstico, o processo e os resultados alcançados por intermédio de avaliações diagnóstica, formativas e somativas, considerando os aspectos de autoavaliação.
A avaliação somativa da aprendizagem é realizada presencialmente pelo aluno no Polo de EAD da Estácio e segue a normativa da universidade, se constituindo em AV1, AV2 e AV3, sendo realizada de acordo com o calendário acadêmico divulgado para o aluno.
Durante o Curso, os alunos realizaram atividades propostas compostas de questões objetivas e discursivas referentes ao domínio cognitivo nos níveis de conhecimento, compreensão, aplicação, síntese e avaliação do conteúdo do Curso. Os exercícios discursivos são corrigidos e comentados pelo professor. Os exercícios objetivos possuem resposta automática, o que permite que o aluno saiba imediatamente a sua performance.
	OBJETIVO DA AULA
Aula 8: O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais:
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
Identificar as limitações aos direitos fundamentais decorrentes do Estado de excepcionalidade legal;
Reconhecer as normas da Constituição Brasileira de 1988 que regulam o Estado de Sítio e o Estado de Defesa.
==XXX==
Livros Recomendados:
VER: Bibliografia.
Resumo Aula (Waldeck Lemos)
Fonte: Web-Aula Estácio.
	
	8ª AULA – O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais:
	
	TELA_01: 8ª AULA – O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais:
	TELA-02: Objetivo desta Aula:
Vídeo-01: Fonte:
Ao final desta aula, você será capaz de:
Identificar as limitações aos direitos fundamentais decorrentes do Estado de excepcionalidade legal;
Reconhecer as normas da Constituição Brasileira de 1988 que regulam o Estado de Sítio e o Estado de Defesa.
Clique aqui para ver o estudo dirigido desta aula.
ESTUDO DIRIGIDO DA AULA
Leia o texto condutor da aula.
Leia os textos solicitados dentro da aula.
Participe do fórum de discussão desta disciplina.
Leia a síntese da aula.
Realize os exercícios de autocorreção.
No Brasil, para a salvaguarda do Estado Democrático de Direito, no qual a fonte de todo o poder emana do povo, foram instituídas pelo poder constituinte duas medidas: o “Estado de Defesa” e o “Estado de Sítio”. No vídeo acima você vê cenas relacionadas à decretação de Estado de Sítio na Bolívia, em setembro de 2008.
Nesta aula iremos conhecer aspectos doutrinários relacionados à Constituição Federal e o Estado Democrático de Direito Excepcional no que se refere a tais medidas.
Vamos lá?
	TELA_03: 8ª AULA – O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais:
O Estado de Defesa
O Estado de Defesa, espécie do gênero Estado de Salvaguarda, visa preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
Em 2002, o então prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Cesar Maia, defendeu a instauração de Estado de Defesa, ao considerar que alguns ataques a prédios públicos eram atos de terrorismo. A governadora do estado à época, Benedita da Silva, rechaçou um possível encaminhamento ao Presidente da República.
Estado de Defesa é um instituto de direito de crise cujo uso é legitimado pela ocorrência de hipóteses previstas no texto constitucional. Suas normas formam uma ordem rígida, pois o texto constitucional relaciona em numerus clausus todas as medidas de coerção passíveis de ser aplicadas pelo Estado.
	TELA_04: 8ª AULA – O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais:
Caminho para a decretação do Estado de Defesa
O Presidente da República deve, antecipadamente, tomar conhecimento dos pareceres emitidos pelo Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional, conforme o dispositivo constitucional. Vamos conhecer este dispositivo e o passo-a-passo para decretação?
Clique para avançar =>
	TELA_05: 8ª AULA – O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais:
Pressupostos de fato
Grave e iminente instabilidade institucional => Justificativa 1 => A instabilidade institucional é causa sócio-política que atingindo um grau elevadíssimo de descontrole abre a oportunidade de sua contenção pelas medidas excepcionais.
Calamidades de grandes proporções na natureza => Justificativa 2 => No que se refere às calamidades de grandes proporções, temos a ocorrência de fatores naturais relacionados ao clima, terremotos, maremotos e outros. Nesses casos, o Estado de Defesa visa facilitar a implementação de políticas públicas no sentido de redução do sofrimento da população vitimada e não o controle da massa popular.
	TELA_06: 8ª AULA – O sistema constitucional de emergência e arestrição dos direitos fundamentais:
Limites da medida de defesa
Ao decidir pelo emprego de medidas de defesa, o Presidente da República deverá determinar o tempo de sua duração, que não será superior a trinta dias, especificar as áreas a serem abrangidas pelas medidas, e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes (CF Art. 136):
Clique para avançar =>
	TELA_07: 8ª AULA – O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais:
O Estado de Sítio
O Estado de Sítio é a segunda espécie do gênero Estado de Salvaguarda, e para sua decretação o Presidente da República deve, após ouvir a opinião do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional, solicitar autorização ao Congresso Nacional, conforme o comando constitucional (Art. 137, CRFB). O emprego da medida de Sítio é ato extremado e configura a existência de situações mais graves que aquelas que justificariam o estabelecimento do Estado de Defesa.
O governo da Argentina decretou estado de sítio por um período de 30 dias, no final de 2001, numa tentativa de conter a onda de violência que assolava o país.
 Há que se atentar que o Presidente, ao solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar ou prorrogar o Estado de Sítio, deve relatar os motivos determinantes do pedido cuja decisão do Congresso será por maioria absoluta. Estando o Congresso em recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal o convocará para dentro de cinco dias apreciar o ato de solicitação. Em hipótese alguma o Presidente da República poderá decretar o Estado de Sítio sem a prévia autorização do Congresso Nacional.
	TELA_08: 8ª AULA – O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais:
Funcionamento do Estado de Sítio
	TELA_09: 8ª AULA – O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais:
Subespécies de Estado de Sítio
Interessante se faz observar que o regime constitucional em vigor estabelece duas espécies de Estados de Sítio, cada qual diferenciada em função dos direitos que podem ser contidos. Em virtude disso, há na espécie Estado de Sítio duas subespécies: Estado de Sítio Pleno e Estado de Sítio Restrito ou “atenuado” (clique nas caixas abaixo).
Estado de Sítio Pleno
CF/88 - Art. 137. II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. No Estado de Sítio Pleno o Presidente da Republica não encontra, de forma expressa, limitação de atuação.
Estado de Sítio Restrito
CF/88 - Art. 137. I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa. No Estado de Sítio Restrito, o texto constitucional estabelece limites expressos à atuação estatal. “[...] a norma pode referir-se também a fatos ou situações que não constituem conduta humana, mas isso só na medida em que esses fatos ou situações são condições ou efeitos de condutas humanas” (KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. Trad. MACHADO, João B. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 13).
CF/88 - Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.§ 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
	TELA_10: 8ª AULA – O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais:
 Não é possível localizar a página da Web
	TELA_11: 8ª AULA – O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais:
Neste momento da aula, você deverá ler dois pequenos textos referentes ao conteúdo visto até o momento:
Limites das medidas de sítio
Diferenças entre o Estado de Sítio e o Estado de Defesa
Obs.: ambos os textos também estão na Biblioteca da Disciplina
Aula 8 – Limites das Medidas de Sítio
Como vimos, há duas espécies de Estado de Sítio, apresentaremos as limitações em função das mesmas.
Para o Estado de Sítio Pleno (1) não há limitações materiais expressas no texto constitucional, ou seja, o Presidente da República terá, prima facie, apenas limitações formais, tais como indicar no decreto que instituir o estado de sítio a sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas. (2).
Obviamente, a ausência de limitações materiais expressas ao Estado de Sítio Pleno não autoriza que sejam suspensos quaisquer direitos ou garantias individuais. Muito diferente disso, há limites que atuarão cerceando a conduta do Estado durante toda e qualquer medida de salvaguarda, inclusive durante a execução do Estado de Sítio pleno. Estes limites serão:
● Princípio democrático.
● Princípios da dignidade da pessoa humana e da não discriminação.
● Princípios da excepcionalidade, notificação, publicidade, necessidade, e proporcionalidade que informam o direito de crise.
O Estado de Sítio Pleno poderá ser instituído por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
Quanto ao Estado de Sítio restrito ou atenuado, além das limitações formais também aplicáveis no caso presente, o Presidente não poderá instituí-lo por mais de trinta dias, nem o prorrogar, de cada vez, por prazo superior.
Ademais, no Sítio restrito há limitações constitucionais expressas que autorizam que sejam tomadas contra as pessoas apenas as seguintes medidas: (3):
● Obrigação de permanência em localidade determinada.
● Detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns.
● Restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, na forma da lei.
● Restrições relativas ao sigilo das comunicações, na forma da lei.
● Restrições relativas à prestação de informações na forma da lei.
● Restrições relativas à liberdade de imprensa na forma da lei.
● Restrições relativas à radiodifusão e televisão na forma da lei.
● Suspensão da liberdade de reunião.
● Busca e apreensão em domicílio.
● Intervenção nas empresas de serviços públicos.
● Requisição de bens.
Vale lembrar que não se inclui nas restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, qualquer proibição quanto à difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
Com isso, entendemos que os pronunciamentos de parlamentares nas suas Casas Legislativas que forem liberados pelas suas Mesas, e apenas estes, não se submetem ao presente comando da Constituição. De outro lado, não pode o decreto presidencial estabelecer qualquer outra limitação à difusão destes pronunciamentos.
1 - Tomado em sentido contrário ao previsto no Art. 139 da Constituição Federal de 1988, ou seja, na vigência do estado de sítio não decretado com fundamento no Art. 137, I, poderão ser tomadas contra as pessoas outras medidas.
2 - Cf. Art. 138, da Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988.
3 - Cf. os incisos do Art. 139, da Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988.
Aula 8 – Diferenças entre o Estado de Sítio e o Estado de Defesa
O Estado de Defesa e o Estado de Sítio são espécies do gênero Estado Democrático de Direito Excepcional que têm como ponto em comum a mesma finalidade, qual seja, a de superar a crise que abala o Estado facilitando o “retorno ao status quo ante”. (1).
Inobstante isso, não compreendem termos sinônimos apesar de incorporarem algumas características coincidentes, (2) pois alojam causas e efeitos próprios e inconfundíveis.
As principaisdiferenças são tratadas a seguir:
Quanto à intensidade da crise, o Estado de Defesa é uma modalidade excepcional para situações mais brandas que as enfrentadas pelas medidas de Sítio. As medidas do Estado de Defesa só podem ter eficácia por trinta dias renováveis por mais trinta dias, enquanto que durante o Sítio as medidas podem ser renováveis a cada trinta dias ou enquanto durar a declaração do Estado de Guerra ou a agressão armada estrangeira.
Quanto à vigência, o Estado de Defesa é decretado pelo Presidente da República e entra em vigor imediatamente sob condição resolutiva de decisão do Congresso Nacional que poderá aprová-lo ou não. Por seu turno, o Estado de Sítio não entra em vigor sem autorização prévia do Congresso Nacional ao Presidente da República para decretá-lo. Desta feita, neste último caso, no qual as medidas apresentam intensa gravidade, o Presidente da República solicita autorização ao Congresso Nacional antes de sua decretação.
Neste estudo tivemos por desideratum a iluminação dos institutos do Estado de Defesa e do Estado de Sítio previsto na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 que uma vez decretados instituem o Estado Democrático de Direito excepcional. Vimos que ambos os institutos podem ser oficialmente proclamados pelo Estado Democrático de Direito desde que, além de preenchidos os pressupostos fático-constitucionais, igualmente sejam manejados para o alcance das finalidades estabelecidas na carta superior do estado brasileiro, ou seja, mirem na realização do bem comum, a garantia das instituições democráticas, e sirvam à Constituição, à democracia e à liberdade.
Sem visar à simples repetição das conclusões que foram alcançadas no curso do estudo, resumem-se abaixo os pontos mais importantes do mesmo, pois são imperativos indeclináveis do Estado de Direito:
O emprego de medidas de salvaguarda do Estado se justifica apenas em um regime democrático e de direito.
O Estado de Defesa e o Estado de Sítio são medidas excepcionais e excepcionalíssimas respectivamente, que devem ser manejadas apenas e quando da ocorrência de ameaça ou rompimento da normalidade pressuposta pela ordem constitucional do Estado de Direito Democrático.
O aconselhamento ou opinião dos Conselhos da República e de Defesa Nacional não vinculam a decisão Presidencial.
O Direito Constitucional positivo veda que os direitos fundamentais sejam abolidos, (3) no entanto, não veda que seu exercício seja contido. A contenção de seu exercício deve ser sempre temporária e justificada pela ocorrência de situação fática caracterizadora de crise constitucional valorada pelo Poder Executivo, fiscalizada politicamente pelo Congresso Nacional e juridicamente pelo Poder Judiciário.
As medidas tomadas durante o Estado Democrático Excepcional devem ser proporcionais às necessidades, e diretamente vinculantes da conduta dos agentes e executores.
Logo que se verificar o desaparecimento das circunstâncias que tornaram úteis e necessárias o emprego das medidas excepcionais, a normalidade constitucional deve ser imediatamente restabelecida.
1 - MORAIS, Alexandre. Direito constitucional. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2002, p. 647.
2 - CF/88 - Art. 60. § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de (...) de estado de defesa ou de estado de sítio.
3 - Art. 60, § 4°, inciso IV, Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988.
Na próxima aula vamos estudar a colisão de direitos fundamentais e em especial o princípio da concordância prática (ponderação harmonizante) e o princípio da proporcionalidade (ponderação excludente). Não deixe de realizar os exercícios de autocorreção e de tirar suas dúvidas no fórum. Até lá.
	
	REGISTRO DE FREQUÊNCIA
	
	Registro de freqüência
Olá, agora você irá responder às questões e exercícios referentes ao registro de frequência desta aula. Como você já sabe a sua presença é computada a partir da finalização das atividades e exercícios que compõem este registro, e o procedimento é o mesmo a cada aula.
Lembre-se de que tais atividades e exercícios não valem ponto na avaliação da disciplina, mas são importantes para marcar sua presença na sala de aula virtual.
IMPORTANTE: Para concluir esse registro, clique em Registrar frequência no final das questões. Somente aparecerá esta opção caso você tenha respondido a todas as questões.
1. Exame 130 – Tipo 1 - OAB-SP - A decretação de estado de sítio permite a:
a) dissolução do Congresso Nacional;
b) suspensão de direitos fundamentais;
c) destituição do Presidente da República;
d) emenda da Constituição Federal.
Responder| Resposta correta
2. Exame 18 - OAB-RJ - Nomeie, com alusão à defesa do Estado e das instituições democráticas, a opção válida:
a) Constituem pressupostos para a decretação do Estado de Sítio a comoção grave de repercussão nacional, a ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o Estado de Defesa e a declaração do Estado de Guerra ou resposta a agressão armada estrangeira;
b) O Estado de Defesa, da mesma forma que o Estado de Sítio, só poderá ser decretado pelo Presidente da República, após autorização do Congresso Nacional;
c) O tempo de duração do Estado de Defesa e do Estado de Sítio não poderá ser superior a 30 (trinta) dias improrrogáveis;
d) Os atos praticados pelo executor da medida, durante o Estado de Defesa, não estão sujeitos, de vez que resultantes instauração de um sistema de legalidade extraordinária, o controle judicial.
Responder| Resposta correta
3. Exame 20 - OAB-RJ - Indique, dentre as hipóteses abaixo, pertinentes ao Estado Federal, à Federação brasileira, à intervenção federal e ao estado de defesa e de sítio, a proposta INCORRETA, segundo a doutrina:
a) O Estado Federal, como modalidade de Estado composto, nascido com a Constituição norte-americana de 1787, não autoriza às entidades federativas, por característica intrínseca, o direito de secessão;
b) O sistema federativo brasileiro consagra a inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município no qual exerçam a vereança;
c) Expondo-se como antítese da autonomia, constitui-se a intervenção, como instituto típico da estrutura do Estado Federal, no afastamento temporário da atuação autônoma da entidade federativa sobre a qual a mesma se projeta;
d) A decretação do estado de sítio pelo Presidente da República, com o objetivo de prover a defesa do Estado e das instituições democráticas, carece de audiência dos Conselhos da República e de Defesa Nacional, sendo dispensável, todavia, a autorização prévia do Congresso Nacional.
Responder| Resposta correta
4. Exame 114 – Tipo 1 - OAB-SP – Tendo em vista situação de extrema violência urbana no Município, o Prefeito decretou estado de sítio, proibindo que bares funcionassem após as 22 horas. Esse decreto:
a) é inconstitucional porque o Município não tem competência para zelar pela segurança pública;
b) é constitucional porque violência urbana é assunto de interesse local;
c) é constitucional porque, nos termos do art. 23, I, da Constituição Federal, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios têm competência comum para zelar pelas instituições democráticas;
d) é inconstitucional porque só a União tem competência para decretar estado de sítio.
Responder| Resposta correta
	
	SLIDES
	
	Aula 8 - O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais:
Professor Doutor Guilherme Sandoval Góes
AULA 8 – O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais
Objetivos da Aula
Conhecer as limitações aos direitos fundamentais decorrentes do Estado de excepcionalidade.
Estudar as normas da Constituição Brasileira de 1988 que regulam o Estado de Sítio e o Estado de Defesa.
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O ESTADO DEMOCRÁTICO EXCEPCIONAL DE DIREITO
No Brasil, para a salvaguarda do Estado Democráticode Direito, no qual a fonte de todo o poder emana do povo, foram instituídas pelo poder constituinte duas medidas chamadas de “Estado de Defesa” e de “Estado de Sítio”.
Limitações circunstanciais ao poder constituinte derivado reformador:
A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, do estado de defesa ou de estado de sítio (art. 60, § 1º, da CRFB/88).
ESTADO DE DEFESA
O Estado de Defesa visa preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
É um instituto de direito de crise cuja restrição de direitos fundamentais é legitimada pelo próprio texto constitucional, porém formando uma ordem rígida que relaciona em numerus clausus todas as medidas de coerção passíveis de serem aplicadas pelo Estado.
O PAPEL DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
Para a decretação do Estado de Defesa o Presidente da República deve, antecipadamente, tomar conhecimento dos pareceres emitidos pelo Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional, conforme o artigo 136 da Constituição de 1988 a seguir transcrito:
O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
CONSELHO DA REPÚBLICA
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI - o Ministro da Justiça;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos:
I - o Vice-Presidente da República;
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
III - o Presidente do Senado Federal;
IV - o Ministro da Justiça;
V - o Ministro de Estado da Defesa; 
VI - o Ministro das Relações Exteriores;
VII - o Ministro do Planejamento;
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
PAPEL DO CONGRESSO NACIONAL NO ESTADO DE DEFESA
As opiniões dos Conselhos não vinculam a decisão do Chefe do Executivo que, tendo decidido pela decretação do Estado de Defesa, deverá submeter, dentro de vinte e quatro horas, o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
Na hipótese do Congresso estar em recesso, deverá ser convocado extraordinariamente, no prazo de cinco dias, para apreciar o decreto devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa (Comissão representativa). O Congresso Nacional deve apreciar o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento. Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.
PRESSUPOSTOS DE FATO DO ESTADO DE DEFESA
Real e efetiva ameaça à ordem pública ou à paz social comprometidas por grave e iminente instabilidade institucional.
 Real e efetiva ameaça à ordem pública ou à paz social atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
A instabilidade institucional é causa sócio-política e as calamidades de grandes proporções pressupõem a ocorrência de fatores naturais relacionados ao clima, terremotos, maremotos e outros.
LIMITES DO ESTADO DE DEFESA
Art. 136 § 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
ESTADO DE SÍTIO
O Estado de Sítio é a segunda espécie do gênero Estado de Salvaguarda, e, para sua decretação, o Presidente da República deve, após ouvir a opinião do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional, solicitar autorização ao Congresso Nacional.
O emprego da medida de Sítio é ato extremado e configura a existência de situações mais graves do que do Estado de Defesa.
Cf. Art. 137, da Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988.
O Presidente da República ao solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar ou prorrogar o Estado de Sítio, deve relatar os motivos determinantes do pedido.
Porém a decisão para decretar ou não, Estado de Sítio é do Congresso Nacional. Tal decisão será tomada por maioria absoluta.
Em hipótese alguma o Presidente da República poderá decretar o Estado de Sítio sem a prévia autorização do Congresso Nacional.
As medidas do executor são formalizadas através de decreto presidencial, que uma vez publicado legitimará a prática dos atos constritores do exercício de direitos individuais.
O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. 
As duas espécies de Estados de Sítio, cada qual diferenciada em função dos direitos que podem ser contidos
 Estado de Sítio Pleno: Art. 137, II – Em caso de declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
 Estado de Sítio Restrito ou Atenuado: Art. 137, I – Em caso de comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa.
ESTADO DE SÍTIO PLENO
No Estado de Sítio Pleno, o Presidente da Republica não encontra, de forma expressa, limitação de atuação.
O Estado de Sítio Pleno só pode ser estabelecido nas seguintes hipóteses: declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
ESTADO DE SÍTIO ATENUADO OU MITIGADO
Para que ocorra o Estado de Sítio Restrito ou Atenuado se faz necessária a ocorrência dos seguintes acontecimentos:
 Comoção grave de repercussão nacional.
 Ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa.
No Estado de Sítio Restrito, o texto constitucional estabelece limites expressos à atuação estatal.
LIMITES DO ESTADO DE SÍTIO PLENO
Não há limitações materiais expressas no texto constitucional, ou seja, o Presidente da República terá, prima facie, apenas limitações formais, tais como indicar no decreto que instituir o estado de sítio a sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas.
Obviamente, a ausência de limitações materiais expressas ao Estado de Sítio Pleno não autoriza que sejam suspensos quaisquer direitos ou garantias individuais.
LIMITES DO ESTADO DE SÍTIO ATENUADO
Há limitações constitucionais expressas que autorizam que sejam tomadas contra as pessoas apenas as seguintes medidas:
- Obrigação de permanência em localidade determinada.
- Detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns.
- Restrições relativas à inviolabilidadeda correspondência, na forma da lei.
- Restrições relativas ao sigilo das comunicações, na forma da lei.
- Restrições relativas à prestação de informações na forma da lei.
- Restrições relativas à liberdade de imprensa na forma da lei.
- Restrições relativas a radiodifusão e televisão na forma da lei.
- Suspensão da liberdade de reunião.
- Busca e apreensão em domicílio.
- Intervenção nas empresas de serviços públicos.
- Requisição de bens.
DIFERENÇAS ENTRE O ESTADO DE SÍTIO PLENO E MITIGADO
 INTENSIDADE DA CRISE;
 PRAZO DE DURAÇÃO;
 AUTORIZAÇÃO OU NÃO DO CONGRESSO NACIONAL.
==XXX==
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0058/Aula-008/WLAJ/DP
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