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Direito Processual Civil III 6º Período CRÉDITO: 1 Conteúdo 24. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA ............................................................................................................................................................................................... 2 24.1. NATUREZA JURÍDICA DA LIQUIDAÇÃO .................................................................................................................................................................. 2 24.2. CONCEITO DE LIQUIDEZ E OBRIGAÇÕESLIQUIDÁVEIS ..................................................................................................................................... 2 24.3. TÍTULOS QUE PODEM SER OBJETO DE LIQUIDAÇÃO ....................................................................................................................................... 2 24.4. VEDAÇÃO À SENTENÇA ILÍQUIDA ........................................................................................................................................................................... 2 24.5. LIQUIDAÇÃO NA PENDÊNCIA DE RECURSORECEBIDO NO EFEITO SUSPENSIVO .................................................................................... 2 24.6. DECISÃO QUE JULGA A LIQUIDAÇÃO: DECISÃOINTERLOCUTÓRIA OU SENTENÇA? ............................................................................. 2 24.7. NATUREZA DA DECISÃO PELA QUAL A LIQUIDAÇÃO ÉJULGADA ................................................................................................................. 3 24.8. LIQUIDAÇÃO COMO FORMA DE FRUSTRAÇÃO DAEXECUÇÃO ..................................................................................................................... 3 24.9. NATUREZA JURÍDICA DA LIQUIDAÇÃO .................................................................................................................................................................. 3 24.10. LEGITIMIDADE ATIVA ................................................................................................................................................................................................ 3 24.11. COMPETÊNCIA ............................................................................................................................................................................................................ 3 24.12. REGRA DA FIDELIDADE AO TÍTULO EXECUTIVO(ART. 509, § 4º, DO NOVO CPC) ................................................................................ 4 24.13. ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO ....................................................................................................................................................................................... 4 24.13.1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................................................................... 4 24.13.2. LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO ............................................................................................................................................................ 4 24.13.3. LIQUIDAÇÃO PELO PROCEDIMENTO COMUM ....................................................................................................................................... 5 40. FORMAS EXECUTIVAS .......................................................................................................................................................................................................... 5 40.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................................................................. 5 40.2. PROCESSO AUTÔNOMO DE EXECUÇÃO E FASEPROCEDIMENTAL EXECUTIVA ................................................................................. 5 40.3. EXECUÇÃO POR SUB-ROGAÇÃO (DIRETA) E PORCOERÇÃO (INDIRETA) .............................................................................................. 6 41. PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO ................................................................................................................................................................................................. 6 41.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................................................................. 6 41.2. NULLA EXECUTIO SINE TITULO ................................................................................................................................................................................ 6 41.3. PATRIMONIALIDADE.................................................................................................................................................................................................... 7 41.4. DESFECHO ÚNICO ......................................................................................................................................................................................................... 7 41.5. DISPONIBILIDADE DA EXECUÇÃO ........................................................................................................................................................................... 7 41.6. UTILIDADE ....................................................................................................................................................................................................................... 8 41.7. MENOR ONEROSIDADE .............................................................................................................................................................................................. 8 41.8. LEALDADE E BOA-FÉ PROCESSUAL ......................................................................................................................................................................... 8 41.9. CONTRADITÓRIO .......................................................................................................................................................................................................... 9 41.10. ATIPICIDADE DOS MEIOS EXECUTIVOS .............................................................................................................................................................. 9 42. SUJEITOS PROCESSUAIS NA EXECUÇÃO ......................................................................................................................................................................... 9 42.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................................................................. 9 42.2. DIFERENTES ESPÉCIES DE LEGITIMIDADE NA EXECUÇÃO .............................................................................................................................. 9 42.2.1. POLO ATIVO ........................................................................................................................................................................................................... 9 42.2.2. POLO PASSIVO ...................................................................................................................................................................................................... 9 42.3. LEGITIMAÇÃO ATIVA ................................................................................................................................................................................................ 10 42.3.1. CREDOR A QUEM A LEI CONFERE TÍTULO EXECUTIVO ........................................................................................................................10 42.3.2. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO ................................................................................................................................................ 10 42.3.3. LEGITIMIDADE DO ESPÓLIO, HERDEIROS E SUCESSORES .................................................................................................................. 10 Direito Processual Civil III 6º Período CRÉDITO: 2 42.3.4. LEGITIMIDADE DO CESSIONÁRIO E DO SUB-ROGADO ........................................................................................................................ 10 42.4. LEGITIMIDADE PASSIVA........................................................................................................................................................................................... 11 42.4.1. SUJEITO QUE FIGURA NO TÍTULO COMO DEVEDOR ............................................................................................................................ 11 42.4.2. LEGITIMIDADE PASSIVA DO ESPÓLIO, HERDEIROS E SUCESSORES ................................................................................................. 11 42.4.3. NOVO DEVEDOR ............................................................................................................................................................................................... 11 42.4.5. RESPONSÁVEL TITULAR DO BEM VINCULADO POR GARANTIA REAL AO PAGAMENTO DO DÉBITO .................................. 12 42.4.7. LEGITIMIDADE DO RESPONSÁVEL SECUNDÁRIO................................................................................................................................... 12 42.5. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NA EXECUÇÃO ................................................................................................................................................. 12 42.5.1. INTERVENÇÕES TÍPICAS ................................................................................................................................................................................. 12 42.5.2. INTERVENÇÕES ATÍPICAS ............................................................................................................................................................................... 13 24.1. NATUREZA JURÍDICA DA LIQUIDAÇÃO Natureza Cognitiva: é dividida em duas fases: Na primeira há a fixação do andebeatur; Na segunda do quantum debeatur. Além da natureza não executiva da liquidação de sentença, por vezes a atividade cognitiva nela desenvolvida gera justamente a frustração da execução. 24.2. CONCEITO DE LIQUIDEZ E OBRIGAÇÕESLIQUIDÁVEIS Liquidar uma sentença significa determinar o objeto da condenação, permitindo-se assim que a demanda executiva tenha início com o executado sabendo exatamente o que o exequente pretende obter para a satisfação de seu direito. A liquidação poderá ter como objeto qualquer espécie de obrigação: de fazer, não fazer, entrega de coisa e pagar quantia certa. 24.3. TÍTULOS QUE PODEM SER OBJETO DE LIQUIDAÇÃO A liquidação está limitada às sentenças, ou, mais genericamente, aos TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS. Inclusive a homologação de sentença estrangeira, que nem sentença é, e a sentença arbitral, produzida fora do Poder Judiciário. Por outro lado, o título executivo extrajudicial tem necessariamente que conter uma obrigação líquida, porque caso contrário a ele faltará um elemento indispensável para ser título. 24.4. VEDAÇÃO À SENTENÇA ILÍQUIDA A sentença ilíquida é a exceção no direito brasileiro, pois a desnecessidade da fase de liquidação da sentença diminui o tempo necessário à satisfação do direito, prestigiando os princípios da celeridade, economia processual e da duração razoável do processo. Art. 491, I, NCPC prever a possibilidade de prolação de sentença ilíquida se não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido. 24.5. LIQUIDAÇÃO NA PENDÊNCIA DE RECURSORECEBIDO NO EFEITO SUSPENSIVO O art. 512 do Novo CPC permite a liquidação da sentença ainda que no processo exista pendente de julgamento um recurso que tenha sido recebido no efeito suspensivo. Segundo o art. 512 do Novo CPC, a liquidação será autuada em autos em apenso, decorrência lógica da existência de um recurso pendente de julgamento, oque fará com que os autos principais estejam no respectivo tribunal aguardando julgamento. O demandante assume todos os riscos de ingressar com a liquidação enquanto a decisão ainda não for definitiva: teoria do risco-proveito na liquidação realizada enquanto pendente de julgamento o recurso sem efeito suspensivo. 24.6. DECISÃO QUE JULGA A LIQUIDAÇÃO: DECISÃOINTERLOCUTÓRIA OU SENTENÇA? A sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. A decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não for sentença Direito Processual Civil III 6º Período CRÉDITO: 3 A decisão que julga a liquidação de sentença pondo fim ao processo é indubitavelmente UMA SENTENÇA e a decisão que declara o valor devido também. Há a liquidação de valor zero, na qual, embora o pedido do autor seja acolhido, não haverá cumprimento de sentença subsequente à prolação da sentença. 24.7. NATUREZA DA DECISÃO PELA QUAL A LIQUIDAÇÃO É JULGADA Parcela doutrinária entende que a natureza da decisão da liquidação de sentença é meramente declaratória, porque por meio dela somente se declara o valor da obrigação. Fundamenta-se na ideia de que a sentença condenatória já é um título executivo, sendo que existe uma incerteza jurídica a respeito do quantum debeatur. Outra parcela doutrinária entende pela natureza constitutiva da decisão que quantifica a obrigação, afirmando que, além de simplesmente declarar o valor, a decisão gera uma nova situação jurídica, tornando o incerto em certo. A decisão de liquidação tem como função integrar o título até então ilíquido, compondo o segundo elemento necessário a permitir a execução. O título originariamente fixou o andebeatur, enquanto a liquidação fixará o quantum debeatur, exigência para que o título possa ser efetivamente executado. 24.8. LIQUIDAÇÃO COMO FORMA DE FRUSTRAÇÃO DAEXECUÇÃO O fim normal da liquidação é a declaração do valor devido, e o efeito normal da liquidação é a execução. A liquidação pode, excepcionalmente, frustrar a execução: a) efeito atípico: decisão terminativa, prescrição, liquidação extinta por ausência de provas; d) efeito típico: liquidação de valor zero. (há declaração do valor devido, mas, como esse valor é zero, o efeito será atípico, pois não haverá o que executar.) A liquidação de sentença tem natureza declaratória e por essa razão não está sujeita a prazos prescricionais, entretanto, o juiz poderá adiantar para a liquidação o reconhecimento da prescrição da pretensão executiva, extinguindo a liquidação com julgamento de mérito da execução. Quando há uma condenação ao pagamento de alimentos, é possível que em determinado momento, provando-se a falta de capacidade de pagar e/ou a falta de necessidade em receber, o obrigado pare de realizar o pagamento. Isso, entretanto, não significa que ele estará exonerado da obrigação, pois a sua obrigação era de pagar zero. 24.9. NATUREZA JURÍDICA DA LIQUIDAÇÃO O legislador extinguiu de forma definitiva o processo autônomo de liquidação de sentença, que passa a ser sempre uma mera fase procedimental. Meio de uma ação, incidental ao processo em que foi proferida a sentença ilíquida. Deve-se atentar para o previsto no art. 515, § 1º, do Novo CPC, que prevê que, sendo o título executivo uma sentença penal condenatória, sentença arbitral, homologação de sentença estrangeira ou a decisão interlocutória estrangeira,após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça, o demandado será citado para a execução ou para a liquidação. 24.10. LEGITIMIDADE ATIVA A liquidação tem como objetivo fixar o quantumdebeatur, sendo uma complementação da atividade cognitiva já iniciada com a condenação do réu. O interesse em obter o valor exato da condenação não é exclusivo do autor, que naturalmente terá tal interesse para que possa dar início ao cumprimento de sentença. Também o réu condenado tem interesse na liquidação, considerando-se que, ciente do valor exato de sua dívida, poderá quitá-la ou oferecer uma transação com base mais concreta. SENDO DE INTERESSE TANTO DO VENCEDOR COMO DO VENCIDO a fixação do valor da condenação, não resta nenhuma dúvida de que, ao menos como regra, tanto o credor como o devedor – assim reconhecidos no título executivo – têm legitimidade ativa para dar início à FASE PROCEDIMENTAL de liquidação de sentença (art. 509, caput, NCPC). Sendo o credor o autor da liquidação, será cabível o cumprimento de sentença. Sendo o devedor o autor da liquidação, será cabível a consignação em pagamento. 24.11. COMPETÊNCIA LIQUIDAÇÃO INCIDENTAL EM EXECUÇÃO – fase de satisfação de sentença ou processo autônomo – o próprio juízo no qual já tramita a demanda executiva. LIQUIDAÇÃO QUE DÁ INÍCIO A PROCESSO SINCRÉTICO que buscará ao final a satisfação do direito do demandante, este deverá fazer um exercício de abstração, determinando qual seria o órgão competente para a execução daquele título caso não fosse necessária a liquidação. LIQUIDAÇÃO ENTRE A FASE DECONHECIMENTO E A FASE DE EXECUÇÃO, haverá competência absoluta – de caráter funcional – do juízo que proferiu a sentença ilíquida. Direito Processual Civil III 6º Período CRÉDITO: 4 O juízo que exerceu a função judicante de solução da lide automaticamente se tornará competente para a segunda fase, em nítida ocorrência de competência funcional. A liquidação coletiva, a regra se aplica conforme o exposto, já quando coletiva individual, poderá o liquidante realizá-la no foro de seu domicílio. 24.12. REGRA DA FIDELIDADE AO TÍTULO EXECUTIVO(ART. 509, § 4º, DO NOVO CPC) A liquidação de sentença tem como único e exclusivo objetivo a fixação do quantum debeatur, sendo vedada a discussão de qualquer matéria alheia a esse objetivo. Qualquer matéria que seja alheia ao valor da prestação reconhecida em sentença condenatória ilíquida é estranha ao objeto da liquidação. Art. 509, § 4º, d NCPC ser vedado na liquidação discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou. A Regra da “fidelidade ao título executivo”, não é absoluta, havendo a excepcional possibilidade de inclusão na liquidação de matéria não posta na fase de conhecimento da qual resultou a condenação genérica. A Súmula 254 do STF indica a possibilidade de inclusão de juros moratórios na liquidação, ainda que a sentença seja omissa a esse respeito. Também a correção monetária e as custas processuais poderão ser incluídas nas mesmas circunstâncias. 24.13. ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO 24.13.1. INTRODUÇÃO Art. 509 do Novo CPC preveem a liquidação: (I) por arbitramento (II) pelo procedimento comum. Liquidação por arbitramento quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação, Liquidação pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo (antiga liquidação por artigos). O § 2.º do art. 509 do Novo CPC é extremamente feliz ao prever que quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença. Para facilitar a elaboração de tal cálculo o § 3º do mesmo dispositivo prevê que o Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira. 24.13.2.1. Cabimento Art. 509, I, NCPC deve ser realizada em três hipóteses: Determinação na sentença; Acordo entre as partes; Ou quando o exigir a natureza do objeto da liquidação. Sempre que o cálculo do valor de um bem, serviço ou prejuízo depender de conhecimentos técnicos específicos, será o caso de liquidar a sentença por arbitramento. (elaboração de uma PERÍCIA para se obter o quantum debeatur) A liquidação por arbitramento será realizada quando não forem necessárias a alegação e a prova de fato novo, bastando a realização de uma prova pericial a respeito dos fatos já estabelecidos na sentença ilíquida. 24.13.2.2. Procedimento Art. 510 do NCPC sendo a liquidação uma fase incidental, o início se dará por meio de mero requerimento; sendo a liquidação der início ao processo sincrético, deverá haver uma petição inicial, nos termos do art. 319 do NCPC. O dispositivo legal ora comentado é omisso quanto à possibilidade de apresentação de defesa pelo demandado, prevendo apenas a intimação das partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos. Entendo que essa intimação só deve ocorrer depois de admitida a liquidação de sentença no caso concreto, de forma que antes dela, em respeito ao princípio do contraditório, o demandado deve ser intimado (quando a liquidação for fase Direito Processual Civil III 6º Período CRÉDITO: 5 intermediária) ou citado(quando a liquidação for fase inicial), sempre na pessoa de seu advogado, para que ofereça sua defesa no prazo geral de cinco dias (art. 218, § 3º, do Novo CPC). Decorrido o prazo de cinco dias, caso o demandado tenha apresentado defesa, o juiz deverá, sempre que possível, resolvê- la de plano. Sendo acolhida alguma defesa peremptória (ex. inadequação da forma de liquidação), a liquidação será extinta, e, Sendo acolhida alguma defesa dilatória (ex. incompetência do juízo), as medidas cabíveis serão tomadas. Sendo rejeitada a defesa, ou não tendo sido apresentada, o juiz, nos termos do art. 510 do Novo CPC, intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, tendo tal medida o objetivo de municiar o juiz de elementos de convicção suficientes para a prolação de decisão, fixando o valor devido sem a necessidade da realização da perícia. Caso o juiz não consiga decidir de plano, o art. 510 do Novo CPC prevê a nomeação do perito, observando-se a partir daí, no que couber, o procedimento da prova pericial. Pagamento dos honorários do perito = incumbe ao executado a antecipação desses valores. É a mais complexa e demorada entre todas as suas espécies. Antiga “liquidação por artigos”. Art. 509, II, do Novo CPC: A liquidação pelo procedimento comum é cabível quando for necessária para a definição do quantum debeatur a alegação e prova de “fato novo”. O FATO NOVO pode ter ocorrido antes, durante ou depois da demanda judicial donde se produziu o título executivo ilíquido, não sendo o momento um critério correto para conceituar o fenômeno processual. Por fato novo deve-se entender aquele que não foi objeto de análise e decisão no processo no qual foi formado o título executivo que se busca liquidar. Para a alegação e prova de um fato novo, a liquidação em muito se assemelha a um processo – ou fase procedimental – de conhecimento, tanto assim é que o art. 511do Novo CPC prevê que após a intimação do requerido e do transcurso de seu prazo de 15 dias para a contestação. A intimação/citação do demandado, sempre na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados. A ausência de defesa do demandado, configura sua revelia e, ainda mais importante, a geração de presunção de que os fatos que o demandante pretendia provar são verdadeiros. 40.1. INTRODUÇÃO O sistema processual pátrio entende a execução como um conjunto de meios materiais previstos em lei, à disposição do juízo, visando à satisfação do direito.CRITÉRIOS DISTINTOS: a autonomia (processo autônomo de execução e fase procedimental executiva) e os meios executórios(execução por coerção psicológica e execução por sub-rogação). 40.2. PROCESSO AUTÔNOMO DE EXECUÇÃO E FASEPROCEDIMENTAL EXECUTIVA Toda a análise entre execução autônoma e fase executiva só tem sentido no tratamento da execução dos títulos executivos judiciais À execução de TÍTULOS EXTRAJUDICIAIS será sempre necessária a instauração de um processo autônomo de execução. EXECUÇÃO DO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL “AÇÃO SINCRÉTICA”, consubstanciada em um processo com duas fases procedimentais sucessivas: a primeira de conhecimento e a segunda de execução. A regra de nosso sistema passou a ser a execução imediata, por mera fase procedimental, enquanto somente em situações excepcionais o título executivo será executado por meio de um processo autônomo. Direito Processual Civil III 6º Período CRÉDITO: 6 Todas execuções fundadas em TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL passam a se desenvolver por meio do CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. O art. 515,§ 1º, do Novo CPC prevê uma especialidade procedimental na execução de quatro espécies de títulos executivos judiciais: I. Sentença penal condenatória transitada em julgado, II. Homologação de sentença estrangeira, III. Decisão interlocutória estrangeira IV. Sentença arbitral. O cumprimento de sentença busca a distinção, inclusive terminológica, com o processo de execução, objetivando evitar indevidas confusões entre os dois fenômenos processuais. 40.3. EXECUÇÃO POR SUB-ROGAÇÃO (DIRETA) E PORCOERÇÃO (INDIRETA) Execução por sub-rogação o Estado vence a resistência do executado substituindo sua vontade, com a consequente satisfação do direito do exequente (execução forçada). Mesmo que o executado não concorde com tal satisfação, o juiz terá à sua disposição determinados atos materiais que, ao substituir a vontade do executado, geram a satisfação do direito. Ex. penhora/expropriação; depósito/entrega da coisa; atos materiais que são praticados independentemente da concordância ou resistência do executado. Na execução indireta, o Estado-juiz não substitui a vontade do executado; pelo contrário, atua de forma a convencê-lo a cumprir sua obrigação, com o que será satisfeito o direito do exequente. O juiz atuará de forma a pressionar psicologicamente o executado para que ele modifique sua vontade originária de ver frustrada a satisfação do direito do exequente. Sempre que a pressão psicológica funciona, é o próprio executado o responsável pela satisfação do direito; a satisfação será voluntária, decorrente da vontade da parte, mas obviamente não será espontânea, considerando-se que só ocorreu porque foi exercida pelo Estado-juiz uma pressão psicológica sobre o devedor. Existem duas formas de execução indireta. I. Ameaça de piorar a situação da parte, como ocorre com as astreintes, multa aplicável diante do descumprimento da obrigação, ou ainda com a prisão civil na hipótese do devedor inescusável de alimentos. Protesto = prazo 15(quinze dias) II. Oferta de uma melhora na situação da parte caso ela cumpra sua obrigação, como ocorre no art. 827, § 1º, do Novo CPC, que prevê um desconto de 50% no valor dos honorários advocatícios no caso de pagamento do valor exequendo no prazo de três dias da citação. No procedimento de cumprimento de sentença de obrigação de pagar quantia existe a previsão de uma multa no valor de 10% do valor da condenação na hipótese de o devedor não realizar o pagamento no prazo de 15 dias. (natureza jurídica híbrida = execução indireta + sanção processual.) 41.1. INTRODUÇÃO Existem princípios que só vigoram na execução. 41.2. NULLA EXECUTIO SINE TITULO Não há execução sem título que a embase (nulla executio sine titulo). Exige-se a existência de título que demonstra ao menos uma probabilidade de que o crédito representado no título efetivamente exista para justificar as desvantagens que serão suportadas pelo executado. E o princípio da tipicidade dos títulos executivos (nulla titulussine lege). Significa dizer que o elenco de títulos executivos previstos em lei constitui numerus clausus, sendo, portanto, restritivo, o que impossibilita o operador do direito criar títulos executivos que não estejam previstos em lei. Sem título executivo não há execução e com título executivo pode não haver execução, preferindo o pretenso credor o processo de conhecimento? Art. 785 NCPC permite à parte optar pelo processo de conhecimento mesmo quando já exista um título executivo extrajudicial em seu favor. Direito Processual Civil III 6º Período CRÉDITO: 7 41.3. PATRIMONIALIDADE A execução é sempre real, e nunca pessoal, em razão de serem os bens do executado os responsáveis materiais pela satisfação do direito do exequente. 41.4. DESFECHO ÚNICO A execução chega ao seu final normal quando é bem-sucedida, ou seja, quando o direito do exequente é satisfeito. No fim normal da execução, o processo é extinto pela sentença prevista no art. 924 do Novo CPC, que é meramente declaratória quanto ao final do procedimento executivo. O final anômalo do processo de execução é a sua extinção sem a resolução de mérito, o que ocorrerá por um dos motivos previstos pelo art. 485 do Novo CPC ou com o acolhimento integral dos embargos à execução, cujo fundamento seja a inexistência do direito material exequendo. O processo de execução se desenvolve com um único objetivo: satisfazer o direito do exequente. Sendo esse o único objetivo da execução, a doutrina aponta para o princípio do desfecho único, considerando-se que a única forma de prestação que pode ser obtida em tal processo é a satisfação do direito do exequente, nunca do executado. O executado, na melhor das hipóteses, verá impedida a satisfação do direito com a extinção do processo sem a resolução do mérito, mas jamais terá a possibilidade de obter uma decisão de mérito favorável a ele. Defesa do executado conhecida como EXCEÇÃO DE PRÉ EXECUTIVIDADE, o seu eventual acolhimento leva à extinção do processo executivo. O Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento deque o reconhecimento da prescrição no próprio processo executivo gera decisão que resolve o mérito do processo. A impugnação ao cumprimento de sentença é defesa executiva incidental que pode conter matéria de mérito (extinção do cumprimento de sentença com tutela jurisdicional em favor do executado) É até possível se questionar se o desfecho único continua efetivamente sendo um princípio executivo. De qualquer forma, deve-se entender que continua a ser possível falar em desfecho único sempre que o executado não puder apresentar defesa de mérito incidentalmente. 41.5. DISPONIBILIDADE DA EXECUÇÃO É permitido ao exequente, a qualquer momento, ainda que pendentes de julgamento os embargos à execução, desistir do processo, sendo dispensada a concordância do executado para que tal desistência gere efeitos jurídicos (art. 775, caput, do Novo CPC). Significa dizer que o exequente simplesmente desiste de cobrar executivamente seu direito naquele momento, naquele processo específico, podendo, entretanto, ingressar posteriormente com ação idêntica, desde que comprove o pagamento das custas processuais da primeira ação (art. 486, § 2º, do Novo CPC). Todos os legitimados a propor a execução podem desistir, salvo o Ministério Público, que tem atuação processual orientada pelo princípio da indisponibilidade, considerando-se que defende interesse alheio na execução. A admissibilidade da desistência da execução está condicionada à não realização no processo de atos que não possam ser anulados sem prejuízo do devedor ou de terceiros. (Ex. bem arrematado em leilão judicial não se admitirá a desistência da execução; a obrigação de fazer já tiver sido satisfeitapor terceiro (art. 817 do Novo CPC). A pendência de embargos à execução não impede a desistência da execução, mas a depender da matéria alegada em sede de embargos variarão os efeitos gerados por essa desistência. Caso os embargos versem sobre matéria meramente processual (Ex. ilegitimidade de parte, falta de liquidez do título etc.), perderão o objeto e serão extintos sem a resolução do mérito e haverá perda superveniente do interesse de agir, tornando os embargos inúteis, devendo, por isso, ser extintos sem a necessidade de concordância do embargante. Caso os embargos versem sobre matéria de mérito, referente ao direito material alegado pelo exequente (Ex. novação, compensação etc.), a extinção dos embargos está condicionada à concordância do embargante, pois possui o interesse na continuação dos embargos, com a obtenção de sentença de mérito a seu favor, que demonstraria a inexistência do direito material do embargado. Art. 775, parágrafo único, do NCPC, três observações são necessárias: (a) não se exige a concordância do embargado, considerando-se que ao desistir do processo de execução, presumidamente o exequente também estará abrindo mão do julgamento dos embargos; Direito Processual Civil III 6º Período CRÉDITO: 8 (b) não havendo a concordância do embargante, os embargos perdem tal natureza, passando a ser tratado como ação autônoma declaratória. A apelação, portanto, será recebida no duplo efeito (não se aplicará a exceção do art. 1.012, § 1º, III, do Novo CPC); (c) embargos com fundamento em excesso de execução serão extintos quando o exequente desistir da execução. 41.6. UTILIDADE O processo de execução deve servir para entregar ao vitorioso aquilo que tem direito a receber. Este princípio que impede a aplicação das astreintes quando o juiz se convence que a obrigação se tornou materialmente impossível de ser cumprida. Somente prejudicaria o executado, sem nenhum proveito ao exequente na busca da satisfação de seu direito, a aplicação de uma medida de natureza coercitiva em situações nas quais a pressão psicológica é inútil, não dependendo da vontade do executado o cumprimento da obrigação. 41.7. MENOR ONEROSIDADE Gravames desnecessários à satisfação do direito devem ser evitados sempre que for possível satisfazer o direito por meio da adoção de outros mecanismos. Dessa constatação decorre a regra de que, quando houver vários meios de satisfazer o direito do credor, o juiz mandará que a execução se faça pelo modo menos gravoso ao executado (art.805 do Novo CPC). O que se pretende evitar é o exagero desnecessário de tais gravames. Esse é um dos motivos para não permitir que um bem do devedor seja alienado em leilão judicial por preço vil (art. 891 do Novo CPC). O estrito respeito ao princípio da menor onerosidade não pode sacrificar a efetividade da tutela executiva. Art. 805,§ único do NCPC prevê que cabe ao executado que alegar ser a medida pretendida pelo exequente a mais gravosa indicar meios mais eficazes e menos onerosos, “sob pena” de manutenção dos atos executivos já determinados. Ex. a substituição de penhora de dinheiro pela fiança bancária e de seguro-garantia. Nesse caso o próprio legislador, por meio do art. 835, § 2º, do NCPC, equiparou o dinheiro à fiança bancária e ao seguro garantia judicial. O fez porque o prejuízo à eficácia da execução, desde que afiança e o seguro sejam concedidos por instituição idônea, é mínimo, enquanto a menor onerosidade em favor do executado é óbvia. Cabe ao juiz aplicar as regras da razoabilidade e proporcionalidade na análise da substituição do meio executivo, sendo possível que mesmo menos eficaz seja admitido um meio menos oneroso. 41.8. LEALDADE E BOA-FÉ PROCESSUAL É exigido das partes o respeito ao dever de lealdade e boa-fé processual, sendo aplicáveis as sanções previstas nos arts. 77, 80 e 81 do Novo CPC. O art. 774 do NCPC, com a previsão dos chamados atos atentatórios à dignidade da justiça, essa espécie de ato ou de omissão só pode ser praticado pelo executado, cabendo ao exequente a aplicação das sanções com fundamento nos arts. 77, 80 e 81 do Novo CPC. Existem cinco espécies de ato atentatório à dignidade da justiça arroladas pelos incisos do art. 774 do NCPC, havendo certa divergência doutrinária a respeito de se tratar de rol exaustivo ou meramente exemplificativo. I - frauda a execução; II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos; III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais; V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus. Mesmo quando o executado entenda que só tem bens impenhoráveis, existirá o dever de informar ao juízo, ainda que com a ressalva de impossibilidade legal de penhora; afinal, não cabe ao executado, mas ao juízo, determinar se o bem é ou não impenhorável. A partir do momento em que a penhora já se mostra possível em razão da indicação do bem, feita pelo próprio exequente, falece o sentido em exigir do executado a indicação de bens. O executado que não dispõe de qualquer bem que possa responder pela execução deverá informar tal situação no prazo de cinco dias. Direito Processual Civil III 6º Período CRÉDITO: 9 A única resposta que não se admite, gerando a imediata aplicação da multa, é o silêncio do executado diante de sua intimação, já que a sanção alude ao desrespeito do executado com a ordem judicial, e não à inexistência de bens que possam se sujeitar à execução. O executado deverá indicar tão somente bens suficientes para satisfazer o direito do exequente. A informação do executado se limitará pelo valor da execução. Art. 774 do Novo CPC: multa não superior a 20% do valor atualizado do débito em execução. 41.9. CONTRADITÓRIO No processo de execução não se discute o seu mérito, já que o juiz parte de uma presunção de existência do direito do exequente (derivada do título executivo judicial) e busca apenas a satisfação de tal direito. Não se nega que exista mérito no processo de execução, condicionando-se o seu julgamento ao ingresso dos embargos à execução, ação de conhecimento autônoma e incidental ao processo de execução. A decisão sobre a natureza do bem penhorado quanto à ordem de penhora dos bens, sobre a modificação ou reforço de penhora, sobre a alienação antecipada de bens, sobre o preço vil na arrematação, sobre a avaliação do bem etc. em todos esses casos, naturalmente, haverá nulidade se não observado o contraditório. 41.10. ATIPICIDADE DOS MEIOS EXECUTIVOS Art. 536, § 1º, do NCPC Meios executivos: penhora, expropriação, busca e apreensão, astreintes, arresto executivo, remoção de pessoas ou coisas, fechamento de estabelecimentos comerciais etc. (rol meramente exemplificativo) Tais medidas atípicas devem ser aplicadas somente quando as medidas típicas tiverem se mostrado incapazes de satisfazer o direito do exequente. 42. SUJEITOS PROCESSUAIS NA EXECUÇÃO 42.1. INTRODUÇÃO Três principais sujeitos processuais: I. Juiz (sujeito imparcial) II. Demandante (Sujeitos parciais) III. Demandado (Sujeitos parciais) Os sujeitos que figuram na demanda executiva são partes – demandante e demandado, chamados de credor e devedor ou, mais tecnicamente, de exequente e executado –, deve-se analisar se tais sujeitos têm legitimidade para figurar em tal demanda. Arts. 778 e 779 do Novo CPC = os sujeitos têm legitimidade para figurar nos polos ativo e passivo da demanda executiva, regras que valem tanto para o processo executivo autônomo como para o cumprimento de sentença. 42.2. DIFERENTES ESPÉCIES DE LEGITIMIDADE NA EXECUÇÃO 42.2.1. POLO ATIVO Legitimação ordináriaprimária ou originária: litigando em nome próprio por direito próprio(credor no próprio título executivo). (art. 778 NCPC). Legitimação ordinária superveniente e ou secundária: apesar de fazê-lo em nome próprio e em defesa de interesse próprio, só ganha a legitimação para propor a demanda executiva ou nela prosseguir por um ato ou fato superveniente ao surgimento do título executivo (art. 778, § 1º, do Novo CPC). (deve juntando à execução a prova de que um ato/fato lhe dá legitimidade). Legitimação extraordinária: nome próprio na defesa de interesse alheio (art. 778, § 1º, I, do NCPC) que atribui legitimidade ao Ministério Público(embora seja possível que outros sujeitos também atuem - raridade isso ocorrer). 42.2.2. POLO PASSIVO Art. 779 do Novo CPC Legitimação ordinária primária ou originária (inciso I) Ordinária superveniente ou secundária (incisos II e III), Direito Processual Civil III 6º Período CRÉDITO: 10 Legitimação extraordinária( incisos IV, V e VI). 42.3. LEGITIMAÇÃO ATIVA 42.3.1. CREDOR A QUEM A LEI CONFERE TÍTULO EXECUTIVO Art.778, caput, do NCPC o sujeito que figure no título executivo como credor. Considerando-se que o exequente nem sempre é credor e que o executado nem sempre é devedor. 42.3.2. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO O art. 778, § 1º, I, do NCPC permite ao Ministério Público promover a demanda executiva nos casos previstos em lei. legitimação ordinária do MP figurando no título como credor: defende em nome próprio um interesse próprio com o objetivo de condenar o réu ao cumprimento de uma obrigação. Já tendo feito parte da demanda desde a sua primeira fase cognitiva em legitimação ordinária, constará da sentença como credor, tendo legitimidade ordinária originária para executá-la. legitimação extraordinária MP defendendo em nome próprio interesse de terceiros, o que fará com que figure no título executivo – sentença condenatória –, ainda que não se possa afirmar categoricamente, a título de credor. Não era o titular do direito material discutido durante a fase de conhecimento e certamente continua a não sê-lo após a formação do título, não obstante figure no título judicial como legitimado extraordinário ativo que promoveu a demanda, e não como credor. Por outro lado, poderá fazer parte de título executivo extrajudicial e ter legitimação extraordinária para executá-lo, como ocorre no termo de ajustamento de conduta. O Ministério Público pode ingressar com ação civil pública fundada em direito individual homogêneo – desde que com relevância social –, mas somente poderá executar a sentença se no prazo de um anodo trânsito em julgado não se habilitarem interessados a executar a sentença individualmente em número compatível com a gravidade do dano (art. 100 do CDC). 42.3.3. LEGITIMIDADE DO ESPÓLIO, HERDEIROS E SUCESSORES O art. 779, II, do Novo CPC trata da legitimação ordinária superveniente em virtude da sucessão causa mortis, atribuindo legitimidade ao espólio, herdeiros e sucessores para dar início à demanda executiva ou assumir o polo ativo no lugar do de cujus, quando esta já tiver sido iniciada, em fenômeno de sucessão processual. Os requisitos legais para a admissão dessa legitimidade: (i) antes de iniciada a execução = demonstração por provas suficientes da legitimidade; e (ii) já iniciada a execução =1 deverá ser instaurado um processo de habilitação incidente (arts. 687 a 692 do NCPC) O espólio é a massa patrimonial deixada pelo autor da herança (uma universalidade de bens). A legitimidade do espólio dure tão somente até o momento de partilha dos bens, resultado final do inventário. Após o encerramento da partilha, com a distribuição dos bens da herança, será legitimado somente aquele que receber em seu quinhão o crédito representado pela execução, considerando-se, inclusive, a extinção do espólio. Mesmo que o inventariante faça valer sua legitimidade no caso concreto, os herdeiros e sucessores poderão participar do processo como assistentes litisconsorciais. Na sucessão universal o herdeiro – legítimo ou testamentário – recebe toda a herança ou parte ideal dela, na sucessão singular o legatário é contemplado apenas com determinado bem da herança, devendo primeiro obter dos herdeiros a transferência do bem para ser considerado legitimado à execução. 42.3.4. LEGITIMIDADE DO CESSIONÁRIO E DO SUB-ROGADO Direitos objetos de cessão, nos quais devido o crédito pelo credor originário, o sujeito que o recebe passa a ter legitimidade superveniente para executar o título. Para provar sua legitimação o demandante deva juntar à petição inicial (processo executivo) ou ao requerimento inicial (cumprimento de sentença) o instrumento de cessão de crédito. Direito Processual Civil III 6º Período CRÉDITO: 11 Também haverá legitimidade superveniente na hipótese de subrogação, seja ela legal (art. 346 do CC) ou convencional (art. 347 do CC). 42.4. LEGITIMIDADE PASSIVA 42.4.1. SUJEITO QUE FIGURA NO TÍTULO COMO DEVEDOR O art. 779, I, do NCPC O sujeito que figura no título como devedor. Basta que o título o aponte como tal para que tenha legitimidade ordinária primária para participar no polo passivo da demanda judicial. Devedor = é todo sujeito obrigado a solver a obrigação, ainda que possa afirmar não ser o devedor por não ter participado como parte principal na relação de direito material da qual surgiu a dívida. Também são considerados devedores para fins de legitimidade passiva na execução o avalista, o fiador convencional, o endossante, sendo que entre eles há típica hipótese de litisconsórcio passivo facultativo, que somente será criado a depender da vontade do exequente. 42.4.2. LEGITIMIDADE PASSIVA DO ESPÓLIO, HERDEIROS E SUCESSORES A legitimação ordinária superveniente por causa mortis (art. 779, II, do NCPC) paralelo quanto à legitimação ativa (art. 778, § 1º, II, do NCPC. Uma vez realizada a partilha dos bens do de cujus, a legitimação passiva restará tão somente àquele sujeito que ficou em seu quinhão com o débito. Os herdeiros e sucessores só respondem pelas dívidas do de cujus nos limites da herança, de forma que os bens de seu patrimônio que não vieram da herança jamais poderão ser atingidos por dívidas contraídas originariamente pelo de cujus. Benefício de inventário - art. 1.792 do CC - Exclui a responsabilidade civil do espólio, herdeiro ou sucessor, além da herança. 42.4.3. NOVO DEVEDOR A legitimidade ordinária superveniente por ato inter vivos (art. 779, III, NCPC) assunção de dívida ou cessão de débito, exige a concordância expressa do credor (art. 299 do CC). Sendo indispensável ao exequente demonstrar com sua petição/requerimento inicial que houve um negócio jurídico de cessão de débito que contou com sua expressa concordância. 42.4.4. FIADOR O inciso IV do art. 779 NCPC prevê a legitimidade ativa executiva do fiador do débito constante em título executivo extrajudicial. O fiador será parte apenas do contrato de garantia que, insista-se, não é título executivo e contém obrigação acessória que não será objeto da execução. Havendo um título executivo judicial – mais precisamente uma sentença condenatória – é imprescindível que o fiador tenha sido réu na fase de conhecimento, constando, portanto, do título executivo, sem o que não haverá legitimidade passiva. O fiador judicial é um 3º no processo judicial que presta uma garantia em favor de uma das partes, sendo ela real ou fidejussória. Tanto o fiador convencional quanto o judicial poderão, na execução, valer se do benefício de ordem (beneficium excussionis), indicando à penhora bens do devedor antes que seus próprios bens sejam objeto de constrição judicial (art. 794, caput, NCPC). Ocorrendo o pagamento, o fiador – convencional ou judicial – poderá executar o afiançadono mesmo processo em que ocorreu o pagamento. Direito Processual Civil III 6º Período CRÉDITO: 12 42.4.5. RESPONSÁVEL TITULAR DO BEM VINCULADO POR GARANTIA REAL AO PAGAMENTO DO DÉBITO DIREITOS REAIS DE GARANTIA: hipoteca, penhor, anticrese e alienação fiduciária em garantia. (arts. 1.419 a 1.430 do CC e DL 911/1969 e pela Lei 9.514/1997.) O terceiro que prestou a garantia real não é devedor e nem figurará como tal no título executivo extrajudicial (contrato principal). O garante deve ter legitimidade passiva para a execução, porque em caso contrário a garantia de nada valeria, não podendo ser atingida numa execução promovida apenas contra o devedor. 42.4.6. RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO A responsabilidade secundária do responsável tributário (art. 779, VI, NCPC e art. 4.º, V, da Lei 6.830/1980 (Lei de Execuções Fiscais) e Código Tributário Nacional (arts. 121 a 138). A responsabilidade pelo crédito tributário pode ser: Do contribuinte, que é o sujeito que tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador (art. 121, parágrafo único, I, do CTN), Do mero responsável, que é sujeito que não é o contribuinte, mas que tem obrigação (responsável patrimonial) de satisfazer a dívida em decorrência de disposição expressa de lei (art. 121, parágrafo único, II, do CTN). Duas espécies de responsabilidade tributária: POR TRANSFERÊNCIA: o contribuinte deixa de cumprir sua obrigação por alguma razão, mas não é originariamente ignorado, transferindo-se a responsabilidade somente posteriormente por ato superveniente. POR SUBSTITUIÇÃO: o contribuinte é desde logo afastado, não chegando nem mesmo a ser considerado sujeito passivo, sendo que a própria lei, independentemente de um fato posterior, atribui a responsabilidade a quem não é contribuinte. Somente quando as obrigações tributárias forem resultantes de “atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos”, nos exatos termos do art. 135 do CTN, haverá responsabilidade tributária. Na hipótese de dissolução irregular de sociedade, constituída estará a infração à lei, respondendo os sócios-gerentes com seus patrimônios próprios pelas dívidas da sociedade. 42.4.7. LEGITIMIDADE DO RESPONSÁVEL SECUNDÁRIO Responsável patrimonial ( art. 790 NCPC) mesmo não sendo devedor, responde com seus bens pela satisfação da obrigação em juízo. Trata-se de legitimação extraordinária, porque o responsável secundário estará em juízo em nome próprio e na defesa de interesse de outrem, o devedor. Há uma condição para que a legitimidade extraordinária nesse caso exista: o patrimônio do responsável secundário efetivamente responder no caso concreto pela execução. Para que seja demonstrada a legitimação do responsável secundário já com a distribuição da petição inicial (processo autônomo executivo) ou com o protocolo do requerimento (cumprimento de sentença), é imprescindível que o exequente indique nessas peças processuais bens do patrimônio do responsável secundário (arts. 524, VII, e 798, II, c, ambos do Novo CPC), o que justificará sua presença no polo passivo da demanda. Por outro lado, essa legitimidade poderá se mostrar no caso concreto supervenientemente, com a efetiva constrição de bem que não pertence ao executado. No momento processual da penhora o responsável secundário é um terceiro, mas sofrendo a constrição judicial deverá ser citado na demanda executiva, passando a integrar o polo passivo como parte. 42.5. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NA EXECUÇÃO 42.5.1. INTERVENÇÕES TÍPICAS Na execução não se declaram responsabilidades, apenas satisfazem-se direitos. A principal alegação decorre do disposto no art. 119, caput, NCPC, que ao qualificar o interesse legitimador da assistência faz expressa menção à hipótese de a sentença ser favorável a uma das partes, o que evidentemente não se coaduna com a Direito Processual Civil III 6º Período CRÉDITO: 13 execução, considerando-se que a sentença prevista pelo art. 925 do Novo CPC apenas declara a extinção do procedimento executivo, diante a satisfação do exequente, não sendo apta a interferir em relação jurídica de direito material mantida entre as partes e terceiros. A assistência é permitida em toda espécie de processo, e não somente em toda espécie de procedimento, conforme a literalidade do dispositivo legal. Dessa forma, a assistência é admitida na execução, independentemente do ingresso de embargos à execução. O termo “sentença”, capaz de influir em uma relação jurídica não controvertida mantida entre o terceiro e uma das partes, deve ser entendido na realidade como “resultado” do processo. Deve-se pensar não em termos da sentença na execução, porque esta realmente não tem condições mínimas para afetar relações jurídicas mantidas entre as partes e terceiros, considerando-se sua natureza meramente declaratória do encerramento das atividades executórias. O que interessa são os efeitos que podem afetar juridicamente o terceiro em decorrência do resultado da execução, que é a satisfação ou não do exequente. Ex. assistência na execução = é do fiador expressamente autorizado a intervir na execução promovida ao afiançado em caso de demora imputável ao exequente (art. 834 do CC). O fiador, portanto, ingressa na demanda executiva para assistir o credor, porque o resultado positivo da execução lhe interessa, em nítida hipótese de assistência. Nos termos do art. 134 do Novo CPC, o incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. Na execução será cabível essa forma de intervenção de terceiro. As hipóteses de intervenção de terceiro como amicus curiae estão previstas no art. 138, caput, NCPC. 42.5.2. INTERVENÇÕES ATÍPICAS é inegável que não o fez de forma exauriente, existindo no sistema outras formas permitidas de intervenção de terceiro, chamadas de intervenções atípicas. Tal fenômeno ocorre no processo executivo e na fase de cumprimento de sentença. Sempre que um terceiro ingressa na demanda executiva durante a fase de expropriação do bem com a intenção de adquiri- lo, estar-se-á diante de uma espécie atípica de intervenção de terceiros. (Ex. adjudicação, alienação por iniciativa particular (art. 880 do Novo CPC); na alienação ocorrida em leilão judicial por meio de arrematação) Haverá intervenção anômala sempre que outros credores ingressarem na demanda executiva para discutir o direito de preferência. Cada qual participará do incidente processual que se formará (concurso de credores) defendendo interesse próprio à satisfação de seu crédito em primeiro lugar, sendo impossível imaginar que essa situação seja amoldável às espécies de intervenção de terceiros previstas pelo CPC.
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