Buscar

TUTELA_EXECUTIVA_AULAS_1_e_2_15_08_2022

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TUTELA EXECUTIVA E PROCEDIMENTOS ESPECIAS NO PROCESSO CIVIL – ARA1264
PROF. ALEX CADIER - AULAS 1 e 2 – 08 e 15/08/2022
TEMA DA AULA 1: APRESENTAÇÃO DO CURSO E PLANEJAMENTO DO SEMESTRE
· BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA:
· BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil - Vol. Único. São Paulo: Saraiva.
· CÂMARA, Alexandre Freitas. O Novo Processo Civil Brasileiro. São Paulo: Gen.
· DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil (Volume 5). Salvador: JusPODIVM.
· HARTMANN, Rodolfo Kronenberg. Curso Completo de Processo Civil- Vol. Único. Niterói: Impetus.
· NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Vol. Único. Salvador: JusPODIVM.
	(*) material complementar será disponibilizado ao longo do curso.
· PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Serão realizadas quatro avaliações ao longo do semestre, Avaliação 1 (AV1), Avaliação 2 (AV2), Avalição Digital (AVD) e Avaliação 3 (AV3).
· AV1 - Contemplará os temas abordados na disciplina até a sua realização e será assim composta:
· Prova individual com valor total de 7 (sete) pontos;
· Realização de quiz avaliativo vinculado ao conteúdo digital, com valor total de 3 (três) pontos.
A soma de todos os instrumentos que possam vir a compor o grau final da AV1 não poderá ultrapassar o grau máximo de 10 (dez) pontos.
· AV2 - Contemplará todos os temas abordados pela disciplina e será composta por uma prova teórica no formato PNI - Prova Nacional Integrada, valendo até 10 (dez) pontos.
· AVD - Avaliação digital do(s) tema(s) / tópico(s) vinculado(s) ao crédito digital no valor total de 10 (dez) pontos.
· AV3 - Contemplará todos os temas abordados pela disciplina e será composta por uma prova no formato PNI - Prova Nacional Integrada, com total de 10 (dez) pontos, substituirá a AV1 ou AV2 e não poderá ser utilizada como prova substituta para a AVD.
Para aprovação na disciplina, o aluno deverá, ainda:
· Atingir resultado igual ou superior a 6,0 (seis), calculado a partir da média aritmética entre os graus das avaliações presenciais e digitais, sendo consideradas a nota da AVD ou AVDs e apenas as duas maiores notas obtidas dentre as três etapas de avaliação (AV1, AV2 e AV3). A média aritmética obtida será o grau final do aluno na disciplina;
· Obter grau igual ou superior a 4,0 em, pelo menos, duas das três avaliações presenciais;
· Frequentar, no mínimo, 75% das aulas ministradas.
· CONTEÚDO
1. A SISTEMÁTICA E A TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO CIVIL NO CPC/15
1.1 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA EXECUÇÃO
1.2 TÍTULOS EXECUTIVOS
1.3 RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
2. LIQUIDAÇÃO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
2.1 LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
2.2 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
2.3 OBRIGAÇÃO DE FAZER, NÃO FAZER E ENTREGA DE COISA
3. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL E AS DEFESAS DO EXECUTADO
3.1 CONCEITOS, CARACTERÍSITCAS E REGRAS
3.2 DISTINÇÃO DOS PROCESSOS
3.3 DEFESA DO EXECUTADO: OS EMBARGOS
4. MANDADO DE SEGURANÇA (CRÉDITO DIGITAL)
4.1 ELEMENTOS CONCEITUAIS
4.2 PRESSUPOSTOS E PROCEDIMENTOS
4.3 SENTENÇA E REGIME DA COISA
5. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA E VOLUNTÁRIA
5.1 PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CONTENCIOSOS E NÃO CONTENCIOSOS NO CPC
5.2 AÇÃO DE ALIMENTOS E AÇÕES LOCATÍCIAS
5.3 JUIZADOS ESPECIAIS
6. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
6.1 AÇÃO CIVIL PÚBLICA
6.2 MANDADO DE SEGURANÇA
6.2 MANDADO DE INJUNÇÃO E A CONCRETIZAÇÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS
6.3 A AÇÃO POPULAR E A DEFESA DA COLETIVIDADE
TEMA DA AULA 2: PROCESSO DE EXECUÇÃO. DISPOSIÇÕES GERAIS PARA O CUMPRIMENTO DA SENTENÇA OU PARA A EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL / PARTES. RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL. FRAUDE A CREDORES E FRAUDE A EXECUÇÃO
INTRODUÇÃO
	Nesta disciplina dividiremos nossa atenção a dois aspectos importantes do Processo Civil. Num primeiro momento, vamos aborda a execução civil em suas diversas dimensões. Falar em execução significa trabalhar no campo prático, objetivando concretizar e realizar direitos já reconhecidos em uma sentença ou em título extrajudicial. E, tanto um tema quanto o outro, geram reflexos nos mais diferentes processos existentes, inclusive naqueles em que se presta jurisdição de natureza penal e trabalhista, que também possuem peculiaridades próprias no sistema recursal e executivo e que usam o Código de Processo Civil como fonte normativa subsidiária.
	Num segundo momento, já na etapa final do semestre, a disciplina tratará de alguns procedimentos especiais previstos no CPC e em leis esparsas, que são de suma importância para qualquer operador do Direito hodiernamente.
CARACTERÍSTICAS DA EXECUÇÃO E SUA DISTINÇÃO COM O PROCESSO OU FASE DE CONHECIMENTO
	A existência e o desenvolvimento de um processo judicial pressupõe a suposta lesão ou pelo menos ameaça concreta de lesão a algum direito, o que leva o titular deste direito a procurar o Judiciário para proteger o u reaver esse direito. Em outras palavras, podemos dizer que o Judiciário atua como um agente solucionador de crises, que por algum motivo não foi possível resolver apenas entre os envolvidos no conflito de interesses.
	As crises que podem chegar ao conhecimento do Judiciário para serem solucionadas basicamente podem envolver uma incerteza jurídica ou a necessidade de intervenção estatal para a modificação de uma situação jurídica. Nestes casos, leva-se essa crise ao conhecimento do Estado-juiz e este irá atuar para afastar essa incerteza ou modificar a situação que pela mera vontade das partes não seria possível modificar. É o caso, por exemplo, de uma ação de cobrança, onde o credor se afirma titular do direto que não estaria sendo cumprido pelo devedor, que por sua vez questiona a existência desse direito. Ou uma ação de divórcio, em que se precisa da intervenção do Estado para a dissolução do casamento.
	Daí falarmos que as crises de incerteza jurídica ou de modificação de uma situação jurídica devem ser resolvidas através de um processo de conhecimento, o Estado-juiz conhecerá o conflito para poder analisa-lo e, se possível, ajudar a resolvê-lo da maneira mais justa possível.
	No entanto, é possível que a crise a ser enfrentada assuma outra natureza, que chamamos de crise de inadimplemento. Em situações assim, não se discute se o direito afirmado pelo credor existe ou não, na verdade já se sabe que o direito existe, mas que não esta sendo cumprido espontaneamente pelo devedor. Neste caso, o credor busca o Judiciário não para ver reconhecido formalmente o seu direito, mas sim para concretizar um direito já reconhecido.
	A execução, portanto, busca tornar efetivo um direito que não se discute mais. Neste sentido, o Estado terá mecanismos para compelir o cumprimento da obrigação, mesmo que seja necessário usar a força para fazer valer o direito do credor. Ao longo deste semestre, veremos de que forma o Estado poderá atuar para solucionar essas crises de inadimplemento.
CONCEITO DE EXECUÇÃO, EM CARÁTER AUTÔNOMO OU COMO ETAPA DE CUMPRIMENTO
	O sistema processual pátrio entende a execução como um conjunto de meios materiais previstos em lei, à disposição do juízo, visando à satisfação do direito. Esses atos materiais executivos podem ser praticados de diferentes maneiras, sendo por isso possível, a depender do critério adotado, distinguir as diferentes modalidades de execução. Assim, por exemplo, as diferentes espécies de execução que adotam como critério a natureza da obrigação exequenda: fazer/não fazer; entregar e pagar, sendo essa matéria enfrentada em capítulos próprios.
	De início, parece relevante o enfrentamento da execução tomando-se por base dois critérios distintos: a autonomia (processo autônomo de execução e fase procedimental executiva) e os meios executórios (execução por coerção psicológica e execução por sub-rogação).
	O que vai determinar a necessidade ou não de criação de um processo autônomo de execução é o título executivo que se pretende executar, ou seja, a princípio podemos dizer que se houve a necessidade da participação do Judiciário na formação do título, a execução se dará em uma nova fase do processo, enquanto se o título já é apresentado ao Judiciário prontoe completo para a satisfação do crédito, este será executado através de um processo que se inicia exclusivamente para isso.
	Além disso, para que seja possível a efetiva satisfação do direito do credor, independentemente se através de um novo processo ou de uma nova fase procedimental, haverá basicamente dois caminhos: ou o Estado-juiz irá substituir a vontade do devedor, fazendo valer o direito do credor, nem que seja utilizando o seu poder de império (execução direta ou por sub-rogação), ou o Estado-juiz buscará convencer o devedor de que é melhor cumprir a obrigação do que ver a sua situação se agravar (execução indireta ou por coerção psicológica).
PRINCÍPIOS QUE NORTEIAM A EXECUÇÃO
· Princípio da cartularidade: A pretensão executória deve estar consubstanciada em um título executivo. O título é o “bilhete de ingresso” ostentado pelo credor para se acudir do procedimento executivo, se o título executivo for extrajudicial, ou do cumprimento de sentença, se o título executivo for judicial. A ausência de título gera nulidade (nulla executio sine titulo).
O título executivo é formalmente um documento e, materialmente, consubstancia um crédito oriundo de uma relação jurídica. Todo título executivo, seja ele judicial ou extrajudicial, para ser executado precisa conter uma obrigação certa, líquida e exigível.
Há que se destacar ainda o princípio da legalidade ou taxatividade em relação aos títulos executivos, ou seja, não é qualquer documento que assume a natureza de título executivo. Para que um documento seja considerado título executivo, é preciso que a lei confira expressamente este status a determinado documento. Veremos adiante os títulos previstos no CPC.
· Princípio da efetividade da execução: o processo, dentro do que for concretamente possível, deve dar a quem tenha um direito tudo e exatamente aquilo que ele tenha o direito de conseguir. O fim e o resultado da execução devem, como regra, coincidir no sentido de dar ao credor exatamente aquilo a que ele faz jus segundo o título executivo. Por outras palavras, o processo de execução deve ser um processo efetivo, que produza os resultados esperados pelo credor. Nesse sentido, a finalidade da execução é, dentro do possível, restituir as coisas ao seu estado anterior por meio da chamada execução específica.
· Princípio do menor sacrifício possível para o executado: Também chamado de princípio da execução menos gravosa para o executado. Está expressamente previsto no art. 805 do CPC, o qual determina a necessidade de moderação nos meios processuais a serem utilizados e, consequentemente, a vedação dos meios excessivamente gravosos, ou seja, quando a execução puder ser realizada de diversas maneiras, o juiz determinará que ela se processe pela forma menos onerosa possível para o devedor.
Esse princípio não pode ser tomado de forma absoluta; caso contrário, começaria a validar qualquer ato do juiz. A execução não deve servir como instrumento de vingança para o exequente, pois ele não pode abusar da sua condição privilegiada naquele processo.
· Princípio do contraditório: No cumprimento de sentença, há um contraditório peculiar, diante da impossibilidade de se rediscutirem questões já examinadas e decididas na sentença transitada em julgado. Na fase de cumprimento, existe uma blindagem da coisa julgada, não se podendo alegar questões que foram discutidas em momento anterior no processo de conhecimento, observada, contudo, a hipótese de inexigibilidade prevista no art. 525, § 12, do CPC, que será vista mais adiante.
Já no processo de execução, temos outro panorama. Quando o título executivo extrajudicial está sendo executado, o executado pode discutir nesse processo as circunstâncias da formação daquele título executivo. Podem se alegar, por exemplo, os chamados vícios de consentimento (erro, dolo e coação) e diversas outras questões processuais, na medida em que não houve uma ação cognitiva anteriormente.
· Princípio do desfecho único: A execução existe para satisfação dos direitos do credor, sendo este o seu único desfecho possível. Desse modo, esse princípio significa que a execução se destina à outorga de tutela executiva, o que não impede, porém, que durante o processo autônomo de execução (execução autônoma), ou durante a fase executiva de um processo sincrético (execução imediata), realize-se atividade cognitiva que venha a impedir a concessão de tutela executiva, ou que o exequente desista da ação (art. 775, CPC) ou renuncie a seu direito (art. 924, IV, CPC). Nem por isso estará descaracterizado o princípio do desfecho único. Afinal, não se haverá concedido tutela executiva, mas sim tutela declaratória ao devedor, lembrando-se uma vez mais que, pelo princípio ora comentado, a execução somente pode deferir tutela executiva ao credor.
PARTES
	A relação jurídica processual executiva é também formada, ao menos, pelos três principais sujeitos processuais: juiz, demandante e demandado. Haverá na execução, portanto, um sujeito imparcial, que é o juiz que conduzirá o processo ou a fase executiva, e os sujeitos parciais, que são as partes da demanda, chamados aqui de credor ou exequente e devedor ou executado.
	O art. 778 do CPC trata da legitimidade ativa, ou seja, quem poderá ocupar a posição de exequente na relação jurídica processual. No polo ativo temos uma legitimação ordinária primária ou originária, sempre que o sujeito legitimado a propor o processo executivo ou a dar início à fase de cumprimento de sentença estiver indicado como credor no próprio título executivo, de acordo com o caput do art. 778 do CPC. Também existe a legitimação ordinária superveniente ou secundária, na qual o sujeito que demanda, apesar de fazê-lo em nome próprio e em defesa de interesse próprio, só ganha a legitimação para propor a demanda executiva ou nela prosseguir por um ato ou fato superveniente ao surgimento do título executivo, conforme o § 1º do art. 778 do CPC, cabendo frisar que a possibilidade de sucessão processual prevista aqui independe de consentimento do executado (art. 778, §2º, CPC).
	No tocante ao polo passivo da demanda, o art. 779 do CPC indica hipóteses de legitimação ordinária primária ou originária (inciso I), ordinária superveniente ou secundária (incisos II e III), e legitimação extraordinária (incisos IV, V e VI). É interessante notar que nem sempre a legitimidade constará expressamente do título executivo, mas a legitimação sempre decorrerá do título, ainda que seja necessária uma expressa previsão legal (legitimação extraordinária) ou o acontecimento de um ato ou fato posterior à formação do título (legitimação ordinária superveniente).
Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo;
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
VI - o responsável tributário, assim definido em lei.
	O art. 780 do CPC prevê ainda que o exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento.
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
	A responsabilidade patrimonial é o estado de sujeição do patrimônio do devedor, ou de terceiros responsáveis, às providências executivas necessárias à satisfação da prestação devida. No caso de o patrimônio sacrificado para o pagamento do débito ser o do próprio devedor, temos o que se chama responsabilidade patrimonial primária. Por outro lado, quando um terceiro responder com o seu patrimônio por dívida que não assumiu, tem-se a chamada responsabilidade patrimonial secundária.
	De acordo com o art. 790 do CPC, existem sujeitos que, mesmo não sendo devedores, podem responder com seus bens pela satisfação da obrigação em juízo. É preciso atentar que, no tocante a pelo menosduas hipóteses de responsabilidade secundária, a questão da legitimidade passiva é totalmente superada pelo próprio art. 779 do CPC, que em seus dois últimos incisos prevê expressamente a legitimidade passiva do responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito e do responsável tributário, sendo ambos sujeitos que não são devedores, mas que respondem com seus bens – na primeira hipótese com bem determinado – pela satisfação da obrigação. A questão, entretanto, remanesce relativamente aos demais responsáveis secundários, em especial aqueles indicados pelo art. 790 do CPC.
	Parte da doutrina entende que não se deve considerar o responsável patrimonial como parte na demanda executiva, ainda que sejam seus bens que respondam pela satisfação da obrigação, em interpretação que limita a legitimação passiva da execução aos sujeitos previstos no art. 779 do CPC. Por esse entendimento, não se devem confundir a legitimidade passiva e a responsabilidade secundária, sendo que o sujeito passivo é o executado, enquanto o responsável não é executado, tão somente ficando seus bens sujeitos à execução. Para outra corrente doutrinária, o legislador indevidamente separou o tema da legitimidade passiva da responsabilidade patrimonial, não se podendo admitir que o sujeito que potencialmente perderá seu bem em virtude da expropriação judicial não seja considerado parte na demanda executiva.
	Sendo o sujeito responsável por dívida que não é sua – responsabilidade patrimonial secundária –, é natural que seja considerado parte na demanda executiva, visto que será o maior interessado em apresentar defesa para evitar a expropriação de seu bem. O devedor, que também deverá estar na demanda como litisconsórcio passivo, poderá não ter tanto interesse assim na apresentação da defesa, imaginando que, em razão da propriedade o bem penhorado, naquele momento o maior prejudicado será o responsável secundário e não ele.
FRAUDE À EXECUÇÃO E FRAUDE CONTRA CREDORES
	O art. 789 do CPC prevê que o devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. O patrimônio do devedor é a garantia de satisfação do direito do credor, o que, porém, não impede que os bens sejam do patrimônio de terceiro, desde que haja previsão, e sua ulterior alienação. Assim, qualquer alienação ou oneração de bens representa um potencial risco à execução, que pode vir a ser frustrada por tais atos.
	Neste sentido, ocorre a fraude contra credores (instituto de direito material com previsão no art. 158, CC) quando o devedor, dolosamente, aliena a integralidade de seu patrimônio ou parcela suficiente dele capaz de frustrar o pagamento de suas dívidas. Para a sua caracterização devem estar presentes os pressupostos objetivos e subjetivos, respectivamente: a existência de dano aos credores, isto é, a alienação ou oneração do bem ocasiona a insolvência do devedor (eventus damni) e o propósito de fraudar os créditos por meio do negócio jurídico com a ciência do terceiro beneficiário (consilium fraudis).
	Nesse instituto, violam-se interesses privados dos seus credores, o que dá a essa figura tratamento menos severo do que o dispensado à fraude à execução. Portanto, a sua ocorrência constitui hipótese de anulabilidade do negócio jurídico. O reconhecimento da fraude contra credores ocorre por meio da ação pauliana, na qual o autor (credor quirografário) tem o ônus de demonstrar a existência de tais requisitos, não se presumindo sua existência. Já o polo passivo é formado pelo devedor e pelo terceiro adquirente, devendo o juiz averiguar se este estava ou não de boa-fé. Em transmissões gratuitas, presume-se a má-fé, a qual, porém, deve ser provada nas onerosas, consoante art. 159, CC. Reconhecida a fraude contra credores, não haverá a nulidade do ato entre o devedor e o terceiro, mas apenas sua ineficácia perante o credor.
	Já a fraude à execução é vício mais grave, que afeta diretamente a autoridade do Estado concretizada no exercício jurisdicional. Seu reconhecimento depende da existência de uma ação contemporaneamente ao ato de diminuição patrimonial. Portanto, a fraude à execução não se limita a gerar efeito no campo processual, sendo também tipificada como delito (art. 179, CP).
	Pode ser reconhecida nos próprios autos, através de mera petição, sendo desnecessária a ação pauliana, exigida no caso da fraude contra credores. A lei dispensa a prova da intenção de fraudar (consilium fraudis). Bastará a ocorrência do fato – estabelecido em lei – para estar configurada a fraude à execução.
	O art. 792 do CPC dispõe sobre a fraude à execução, informando que esta ocorre na alienação ou oneração de bens:
	I. Quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
	II. Quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828;
	III. Quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
	IV. Quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
	V. Nos demais casos expressos em lei.
	Em qualquer desses casos há presunção de prejuízo ao credor e de má-fé do devedor, dispensando-se a prova desses requisitos.
	A alienação ou oneração do bem penhorado, embora não referida expressamente na legislação processual, é considerada pela maior parte da doutrina uma “espécie” de fraude à execução, ainda mais grave do que aquelas previstas no art. 792 do CPC, porque o bem alienado já estava constrito, vinculado à execução. Embora o CPC não cuide expressamente do tema, qualquer ato de disposição desse bem será totalmente ineficaz para execução, sob pena de aniquilação da efetividade da prestação jurisdicional.
COMPETÊNCIA NO PROCESSO DE EXECUÇÃO
	O legislador, quando tratou da competência na execução, determinou suas regras em virtude do tipo de título executivo que a suscitará. De fato, se se tratar de título executivo judicial, a regra de competência deverá ser buscada no art. 516 do CPC. Por outro lado, tratando se de execução de título executivo extrajudicial, a regra de competência a ser adotada está prevista nos arts. 781 e 782 do CPC.
	A competência para a execução de título extrajudicial, portanto, observa o enunciado dos arts. 781 e 782, do CPC, com cada um dos títulos previstos no seu art. 784. Seguirá, portanto, as regras gerais de competência previstas no Livro I, d, da Parte Geral do CPC.
	Como regra geral, o foro competente para a execução de título extrajudicial será definido mediante a observância das normas dos arts. 46 a 53 do CPC, observando-se o detalhamento das regras de competência do processo de execução de título extrajudicial existente no art. 781, CPC.
	Assim é que, a princípio, a execução pode ser proposta no foro de domicílio do executado, no foro de eleição previsto no título, bem como no foro da situação dos bens executados (art. 781, I, CPC). Existe, assim, uma regra dinâmica em relação à competência, cabendo a escolha ao exequente, a partir da avaliação das chances de satisfação de seu crédito. No caso de ser identificado mais de um domicílio do executado, a demanda poderá ser proposta no foro de qualquer deles (art. 781, II, CPC). Por outro lado, se o seu domicílio for incerto ou desconhecido, o exequente poderá optar entre o foro do lugar onde for encontrado ou mesmo em seu próprio domicílio (art. 781, III, CPC).
	A situação é diferente quando houver mais de um devedor, com diferentes domicílios, hipótese em que caberá ao exequente propor a execução no foro de qualquer deles, à sua escolha (art. 781, IV, CPC).
	Por fim, o inc. V do art. 781 do CPC traz, ainda, a possibilidade de proposição da demanda executória no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, independentementede o executado ainda residir na localidade. Tudo isso sem prejuízo da legislação especial fixar critérios de competência para determinados títulos.
REQUISITOS DA EXECUÇÃO
	A deflagração do procedimento executivo depende da observância de dois requisitos específicos, a saber: (i) a apresentação de um título executivo que comprove existência de um direito a uma prestação líquida, certa e exigível; (ii) a afirmação de que o executado está inadimplente na obrigação vinculada a esse direito de prestação, o que automaticamente demanda também a apresentação de uma planilha que irá atualizar o valor devido contido no título.
	Não sendo demonstrado o inadimplemento, o credor não terá interesse necessidade em requerer a execução. O credor deve mostrar que naquele caso concreto, sem qualquer dúvida, está caracterizado o inadimplemento do devedor. 	Trata-se de uma situação de descumprimento da obrigação ou mesmo de cumprimento imperfeito, ou seja, há inadimplemento sempre que o devedor deixa de cumprir um dever jurídico, seja ele convencionado, legal ou estabelecido numa decisão judicial.
	É inadimplente também o devedor que não satisfaz a obrigação na forma e prazos legais. Por isso mesmo, o próprio Código de Processo Civil explicita a impossibilidade de se prosseguir na execução se houver cumprimento da obrigação superveniente, uma vez que, nesse caso, desaparece a necessidade do processo (art. 788, CPC).
	O segundo requisito necessário para a execução é o título executivo, uma vez que nulla executio sine titulo, ou seja, é nula a execução se não há título executivo. Para que a execução seja iniciada, o credor precisa ter o título executivo porque os atos do processo de execução devem ser praticados nos limites das necessidades reveladas pelo próprio título executivo.
	Além de o título estabelecer o quantum devido, também deve ser claro quanto ao vencimento e à existência da obrigação. Isso porque não se pode agredir de pronto o patrimônio do devedor se a obrigação é discutível. É certo que não possuindo título executivo, o credor poderá se valer da ação de conhecimento. O art. 785 do CPC, entretanto, permite ao credor optar pelo processo de conhecimento ainda que possua título executivo extrajudicial, a fim de obter título executivo judicial.
	O título executivo deve consubstanciar de maneira clara a existência de uma obrigação. E essa obrigação deve ser certa, exigível e líquida. Ao contrário do que ocorre no cumprimento da sentença, no processo de execução, não existe a possibilidade de liquidação do título.

Continue navegando