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DIREITO ELEITORAL MATERIAL DIDÁTICO PDF

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ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES 
TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 
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PROFESSOR LUIZ HENRIQUE 
DIREITO ELEITORAL 
 
CAPÍTULO 1 ALISTAMENTO ELEITORAL 
 
Conceito: É o procedimento através do qual uma pessoa requer pela primeira vez sua inscrição 
eleitoral, devendo qualificar-se perante a Justiça Eleitoral, não tendo sido encontrada nenhuma inscrição 
em seu nome, ou ainda, se a única inscrição anterior estiver cancelada por determinação de autoridade 
judiciária competente. 
Neste último caso, não há possibilidade de restabelecimento da inscrição que foi cancelada 
por determinação de autoridade judiciária, sendo necessário, portanto, a solicitação de uma nova 
inscrição. 
Deve ser consignado ALISTAMENTO quando o alistando requerer inscrição e quando em seu 
nome não for identificada inscrição em nenhuma zona eleitoral do país ou exterior, ou a única inscrição 
localizada estiver cancelada por determinação de autoridade judiciária. 
O alistamento eleitoral formaliza a aquisição de direitos políticos pelo cidadão e, dentre outros, 
podemos citar o direito de VOTAR (capacidade eleitoral ativa) e de SER VOTADO (capacidade 
eleitoral passiva). 
O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor. 
O alistamento eleitoral requerido pelo alistando será formalizado pela Justiça Eleitoral, através 
do formulário conhecido como RAE (Requerimento de Alistamento Eleitoral), que será digitado no 
sistema e servirá como documento de entrada de dados e será processado eletronicamente. 
O RAE (Requerimento de Alistamento Eleitoral) deverá ser preenchido ou digitado e impresso na 
presença do requerente. 
Poderá o Juiz, se tiver dúvida quanto à identidade do requerente ou sobre qualquer outro 
requisito para o alistamento, converter o julgamento em diligência para que o alistando esclareça ou 
complete a prova ou, se for necessário, compareça pessoalmente à sua presença. 
O alistando deverá requerer sua inscrição eleitoral no Cartório Eleitoral ou Posto de alistamento 
que corresponder ao seu domicílio eleitoral, não podendo fazê-lo em Zona Eleitoral diversa do seu 
domicílio. 
Se o alistando tiver mais de uma residência comprovada, poderá alistar-se no Cartório Eleitoral 
de qualquer uma delas e a que for escolhida, tornar-se-á o seu domicílio eleitoral. 
 No cartório eleitoral ou no posto de alistamento, o servidor da Justiça Eleitoral preencherá o RAE 
ou digitará as informações no sistema de acordo com os dados constantes do documento apresentado 
pelo eleitor, complementados com suas informações pessoais, de conformidade com as exigências do 
processamento de dados, destas instruções e das orientações específicas. 
 
 
 
No momento da formalização do pedido, o requerente manifestará sua preferência sobre local de 
votação, entre os estabelecidos para a zona eleitoral. 
 Atribuído número de inscrição, o servidor, após assinar o formulário, destacará o protocolo de 
solicitação, numerado de idêntica forma, e o entregará ao requerente, caso a emissão do título não 
seja imediata. 
 Pela legislação eleitoral brasileira e, segundo o art. 14, § 1º da Constituição Federal, o 
alistamento eleitoral e o voto são: 
 
I. Obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
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II. Facultativos para: 
 
a) Os analfabetos; 
b) Os maiores de 70 anos; 
c) Os maiores de 16 e menores de 18 anos. 
 
 A proibição quanto ao alistamento eleitoral e o voto estende-se aos estrangeiros e, durante o 
período do serviço militar obrigatório, aos conscritos, e também aos que estejam privados 
temporariamente ou definitivamente dos direitos políticos. 
CONSCRITOS são os eleitores ou não que estejam prestando o serviço militar obrigatório. 
O conscrito que já for eleitor terá sua inscrição eleitoral suspensa enquanto durar a prestação 
do serviço militar obrigatório, ficando durante esse período, impedido de votar. 
Em ano eleitoral, o menor que completar 16 (dezesseis) anos até o dia da eleição, poderá 
requerer sua inscrição eleitoral até o encerramento do prazo fixado pela Justiça Eleitoral para 
requerimento de alistamento ou transferência, que é o 151º (centésimo qüinquagésimo primeiro) dia 
anterior à eleição. 
Assim, é facultado o alistamento, no ano em que se realizarem eleições, do menor que 
completar 16 anos até a data do pleito, inclusive. 
 Os pedidos de alistamento eleitoral e transferência serão suspensos pela Justiça Eleitoral 150 
(cento e cinqüenta) dias antes da eleição, quando estará fechado o cadastro de eleitores. Só será 
possível requerer segunda via, por não provocar alteração no cadastro de eleitores. 
Sendo o alistamento eleitoral e o voto obrigatório para os maiores de 18 (dezoito) anos, o 
brasileiro que completar 19 (dezenove) anos até o dia anterior à realização da eleição deverá requerer 
seu alistamento eleitoral até a data de fechamento do cadastro eleitoral (151 dias antes da eleição), sob 
pena de incorrer na aplicação de multa. Se completar 19 (dezenove) anos a partir da eleição – ou seja, 
no primeiro domingo do mês de outubro do ano eleitoral – terá até a data do fechamento do cadastro 
relativa ao período eleitoral seguinte para fazê-lo (151 dias antes da eleição seguinte), sem sujeitar-se 
ao pagamento da multa. 
O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o naturalizado que não se alistar até um 
ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira incorrerá em multa imposta pelo juiz eleitoral e 
cobrada no ato da inscrição. 
 
 
 
Os cegos alfabetizados pelo sistema Braille que reunirem as condições de alistamento podem 
preencher a fórmula impressa em Braille, assinando também em Braille o título eleitoral e a folha de 
votação. Todo esse procedimento deverá ser efetuado na presença de funcionários de estabelecimento 
especializado de amparo aos cegos, conhecedor do sistema Braille, que subscreverá declaração 
atestando a validade do documento, juntamente com o servidor da Justiça Eleitoral. 
O Juiz Eleitoral providenciará para que se proceda ao alistamento nas próprias sedes dos 
estabelecimentos de proteção aos cegos, marcando, previamente, dia e hora para tal fim, podendo se 
inscrever na zona eleitoral correspondente todos os cegos do município. 
Se no alistamento realizado pela forma prevista acima, o número de eleitores não alcançar o 
mínimo exigido, este se completará com a inclusão de outros ainda que não sejam cegos. 
O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço para se alistar ou requerer 
transferência eleitoral sem prejuízo do salário e por tempo não excedente a 02 (dois) dias, porém, deve 
comunicar o fato ao empregador com 48 (quarenta e oito) horas de antecedência. 
O alistamento eleitoral do analfabeto é facultativo. Se o analfabeto deixar de sê-lo, deverá 
requerer sua inscrição eleitoral, não ficando sujeito a multa. 
O alistamento eleitoral e a retirada do título de eleitor somente poderão ser realizados pelo 
próprio eleitor, sendo vedada a interferência de qualquer pessoa, ou mesmo procurador. 
Disponibilizada no Cartório Eleitoral a relação dos eleitores alistados, transferidos ou revisados, 
cancelados ou suspensos e de pedidos de segunda via, abrir-se-á prazo para impugnação do 
deferimento do alistamento, da transferência, da expedição de segunda via, de cancelamento ou da 
suspensão. 
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Do despacho que indeferir o requerimento de inscrição, caberá recurso interposto pelo alistando 
no prazo de 05 (cinco) dias e, do que o deferir, poderá recorrer qualquer delegado de partido político no 
prazo de 10 (dez) dias, contados da colocação da respectiva listagem à disposição dos partidos, o que 
deverá ocorrer nos dias 1º e 15 de cada mês, ou no primeiro dia útil seguinte,ainda que tenham sido 
exibidas ao alistando antes dessas datas e mesmo que os partidos não as consultem. 
O serviço eleitoral prefere a qualquer outro, é obrigatório e não interrompe o interstício de 
promoção dos funcionários para ele requisitados. 
 
TRANSFERÊNCIA 
 
É o ato através do qual o eleitor requer mudança de seu domicílio eleitoral. 
Assim, em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor requerer ao Juiz do novo domicílio sua 
transferência, juntando o título anterior. 
 No pedido de transferência não há alteração no número da inscrição do eleitor, permanecendo o 
número original, devendo ser consignado no campo próprio a sigla da UF anterior. 
 
 
 
Ao requerer a transferência, o eleitor entregará ao servidor do cartório o título eleitoral e a prova de 
quitação com a Justiça Eleitoral. 
 O eleitor não poderá requerer transferência se sua inscrição estiver envolvida em coincidência, 
suspensa, cancelada automaticamente pelo sistema quando envolver situação de perda e suspensão 
de direitos políticos, cancelada por perda dos direitos políticos e cancelada por decisão de 
autoridade judiciária. 
 COINCIDÊNCIA - o agrupamento pelo batimento de duas ou mais inscrições ou registros que 
apresentem dados iguais ou semelhantes, segundo critérios previamente definidos pelo Tribunal Superior 
Eleitoral. 
 INSCRIÇÃO SUSPENSA - a inscrição que está indisponível, temporariamente (até que cesse o 
impedimento), em virtude de restrição de direitos políticos, para o exercício do voto e não poderá ser 
objeto de transferência, revisão e segunda via 
Será admitida transferência com reutilização do número de inscrição cancelada por 
falecimento, duplicidade/pluralidade, deixou de votar em três eleições consecutivas e revisão de 
eleitorado, desde que comprovada a inexistência de outra inscrição liberada, não liberada, regular ou 
suspensa para o eleitor. 
Existindo mais de uma inscrição cancelada para o eleitor no cadastro, nas condições acima 
previstas, deverá ser promovida, preferencialmente, a transferência daquela: 
I - que tenha sido utilizada para o exercício do voto no último pleito; 
II - que seja mais antiga. 
 
A transferência poderá ser requerida: 
 
a) De uma Zona Eleitoral para outra dentro do próprio Estado, porém de Municípios 
distintos; 
b) De um Estado para outro (entre UF’s); 
c) De qualquer Estado para o exterior (Consulado ou Embaixada). 
 
Requisitos para a transferência: 
 
 Para que o eleitor possa requerer transferência de domicílio, alguns requisitos são necessários: 
 
 I - recebimento do pedido no cartório eleitoral do novo domicílio no prazo estabelecido pela 
legislação vigente; 
 II - transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência; 
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III - residência mínima de três meses no novo domicílio, declarada, sob as penas da lei, pelo 
próprio eleitor (Lei nº 6.996/82, art. 8º); 
IV - prova de quitação com a Justiça Eleitoral. 
 
O comprovante de residência a ser apresentado pelo eleitor (conta de luz, água, telefone, etc), 
datado até 03 (três) meses anteriores, poderá ser em 
 
 
 
nome de seus pais ou cônjuge. Se o requerente residir em casa alugada, o proprietário deverá 
fazer uma declaração. 
A quitação com a Justiça Eleitoral prova-se mediante a apresentação de um ou mais dos 
seguintes documentos: 
 
a) Comprovantes de votação; 
b) Justificativas eleitorais devidamente autenticadas pelos mesários; 
c) Certidão de quitação eleitoral fornecida pelo Cartório Eleitoral onde o eleitor for inscrito; 
(Resolução 20497 – Eleitor poderá requerer Certidão em Zona diversa da sua). 
d) Comprovante de pagamento de multa em razão do não exercício do voto. 
 
Não se exige nas transferências de Título Eleitoral de servidor público civil, militar, 
autárquico ou de membro de sua família, por motivo de remoção ou transferência, o transcurso de 
pelo menos 01 (um) ano do alistamento ou da última transferência, e a residência mínima de 03 
(três) meses no novo domicílio. 
Quanto aos eleitores inscritos no exterior, não se exige no ato da transferência para o Brasil, o 
transcurso de 01 (um) ano do alistamento ou da última transferência. 
 Do despacho que indeferir o requerimento de transferência, caberá recurso interposto pelo 
eleitor no prazo de cinco dias e, do que o deferir, poderá recorrer qualquer delegado de partido político 
no prazo de dez dias, contados da colocação da respectiva listagem à disposição dos partidos, o que 
deverá ocorrer nos dias 1º e 15 de cada mês, ou no primeiro dia útil seguinte, ainda que tenham sido 
exibidas ao requerente antes dessas datas e mesmo que os partidos não as consultem (Lei nº 6.996/82, 
art. 8º). 
 
REVISÃO 
 
 A legislação anterior permitia a revisão apenas para a retificação de algum dado cadastral. 
 A partir da Resolução nº 21.538/03 do Tribunal Superior Eleitoral, o eleitor, além de poder 
retificar seus dados cadastrais, também poderá requerer alteração de seu local de votação no mesmo 
município, ainda que ocorra mudança de zona Eleitoral ou ainda solicitar que sua inscrição cancelada 
tenha sua situação regularizada. 
 
SEGUNDA VIA 
 
É a operação requerida pelo eleitor por motivo de perda ou extravio, inutilização ou dilaceração 
do título eleitoral. 
No pedido de segunda via, nenhum dado do eleitor poderá ser modificado, inclusive o local 
de votação que deverá permanecer o mesmo. 
O eleitor poderá requerer segunda via do título eleitoral em qualquer época do ano em que não 
há eleições. 
 
 
 
 
Caso o pedido de segunda via seja feito em ano eleitoral, o eleitor poderá requerer até 10 (dez) 
dias antes da eleição. 
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Na solicitação de TRANSFERÊNCIA, REVISÃO e SEGUNDA VIA, o número da inscrição do 
eleitor permanecerá o mesmo. 
 
Os requerimentos de ALISTAMENTO, TRANSFERÊNCIA e REVISÃO, só poderão ser 
solicitados ao Cartório eleitoral, pessoalmente pelo alistando ou eleitor, até o 151º (centésimo, 
qüinquagésimo primeiro) dia anterior à eleição, que é o último dia em que o cadastro da Justiça 
Eleitoral estará aberto. 
 
REQUISITOS PARA O ALISTAMENTO ELEITORAL 
 
Para que o alistando tenha seu requerimento de alistamento eleitoral deferido pelo Juiz Eleitoral, 
é necessário o preenchimento dos seguintes requisitos: 
 
I. ser brasileiro nato ou naturalizado; 
II. possuir domicílio eleitoral na Zona Eleitoral onde está sendo feito o pedido; 
III. possuir idade mínima de 16 (dezesseis) anos; 
IV. Não ter requerido inscrição eleitoral em outro Cartório Eleitoral; 
V. Prova de quitação com o serviço militar obrigatório para os homens maiores de 18 
(dezoito) anos. 
 
O pedido de alistamento eleitoral deverá ser instruído com um dos seguintes documentos: 
 
 Carteira de identidade ou carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal, controladores 
do exercício profissional (OAB, CRM, CREA, etc); 
 Certidão de Nascimento ou Casamento, extraída do Registro Civil; 
 Certificado de Quitação do Serviço Militar, para maiores de 18 anos; 
 Instrumento público do qual se infira, por direito, ter o requerente a idade mínima de 16 anos 
e do qual constem, também, os demais elementos necessários à sua qualificação; 
 Documento do qual se infira a nacionalidade brasileira do requerente. 
 
As certidões de nascimento ou casamento, quando destinadas ao alistamento eleitoral, serão 
fornecidas gratuitamente, segundo a ordem dos pedidos apresentados em cartório pelos alistandos ou 
Delegados de partido. 
O alistando, ou o eleitor, que comprovar devidamente o seu estado de pobreza, ficará isento 
do pagamento de multa. 
 
 
 
 
PROCEDIMENTOS PARA O ALISTAMENTO ELEITORAL 
 
Para requerer o alistamentoeleitoral, o alistando deverá comparecer ao Cartório Eleitoral 
responsável pela sua Zona Eleitoral, ou ainda, se houver, a um Posto de alistamento, desde que seja no 
local do seu domicílio eleitoral, munido dos documentos já mencionados. 
No Cartório Eleitoral ou Posto de alistamento, o servidor da Justiça Eleitoral será o 
responsável pela digitação (preenchimento) do Requerimento do Alistamento Eleitoral (RAE) no 
sistema, considerando os dados constantes dos documentos apresentados pelo alistando no momento da 
formalização do pedido, completando com as informações pessoais fornecidas pelo mesmo, de acordo 
com as exigências do sistema. 
O servidor da Justiça Eleitoral deverá digitar e imprimir o RAE (Requerimento de Alistamento 
Eleitoral) do eleitor no sistema de processamento de dados, sempre, na presença do próprio 
requerente. 
Ao formalizar o pedido de alistamento ou transferência, o requerente deverá manifestar sua 
preferência sobre local de votação, dentre os locais existentes na Zona Eleitoral, que deverá 
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disponibilizar relação contendo todos os locais de votação da Zona eleitoral, com os respectivos 
endereços. 
O alistando ou eleitor deverá assinar o requerimento ou apor sua impressão digital do polegar 
direito na presença do servidor da Justiça Eleitoral, que deverá atestar, de imediato, o cumprimento 
da exigência. 
Após colher a assinatura ou impressão digital do polegar direito do alistando ou eleitor, o servidor 
da Justiça Eleitoral digitará no sistema os campos que lhe são reservados no formulário, para, em 
seguida, submeter o pedido para despacho do Juiz Eleitoral. 
Com o despacho de deferimento do Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE), o pedido será 
formalizado no sistema de processamento eletrônico de dados e o título eleitoral entregue ao requerente. 
 Caso a emissão do título não seja imediata, tendo sido atribuído um número de inscrição, o 
servidor da Justiça Eleitoral após assinar o formulário de alistamento e o protocolo de solicitação, 
destacará e o entregará ao requerente para que possa receber o seu título eleitoral em data posterior. 
 No período em que o cadastro de eleitores estiver fechado (150 dias antes da eleição), não 
serão recebidos pelos Cartórios Eleitorais, requerimentos de alistamento ou transferência. 
 O processamento reabrir-se-á em cada zona logo que estejam concluídos os trabalhos de 
apuração em âmbito nacional. 
 
ALISTAMENTO PARA ELEITORES PORTADORES DE DEFICIÊNCIA 
 
 A regra geral é de que o alistamento e o voto são obrigatórios para todas as pessoas 
portadoras de deficiências. 
 Entretanto, a legislação eleitoral dispensa de sanção a pessoa portadora de deficiência que 
torne impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais (alistamento e 
voto). 
 Na avaliação da impossibilidade e da onerosidade para o exercício das obrigações eleitorais, 
serão consideradas, também, a situação sócio- 
 
 
 
econômica do requerente e as condições de acesso ao local de votação ou alistamento desde a 
residência do mesmo. 
 
O que a legislação eleitoral exige, é que o cidadão (ou seu procurador ou representante legal) 
requeira ao Juiz Eleitoral do seu domicílio, mediante documentação comprobatória de sua deficiência, 
certidão de quitação eleitoral, com prazo de validade indeterminando, portanto, isentando de se alista 
e votar. 
 O cartório eleitoral deverá comandar um código ASE no cadastro do eleitor, com vistas a 
registrar que a pessoa é portadora de deficiência. 
 A certidão requerida pelo cidadão, não impede que o mesmo requeira seu alistamento a 
qualquer tempo, não estando o mesmo sujeito à penalidade de multa. 
 
RESTABELECIMENTO DE INSCRIÇÃO CANCELADA POR EQUÍVOCO 
 
Será admitido o restabelecimento de inscrição cancelada em virtude de comando equivocado 
dos códigos ASE. 
 
ATUALIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DO ELEITOR – ASE 
 
 Para registro de informações no histórico de inscrição no cadastro, utilizar-se-á entrada de dados 
no sistema da Justiça Eleitoral, códigos para Atualização da Situação do Eleitor - ASE, cuja tabela de 
códigos será estabelecida pela Corregedoria-Geral. 
A atualização de registros será promovida diretamente no sistema de alistamento eleitoral. 
 
TÍTULO ELEITORAL 
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O número de inscrição será composto de até 12 (DOZE) algarismos, por Unidade da Federação 
(Estado), assim discriminados: 
 a) os oito primeiros algarismos serão seqüenciados, desprezando-se, na emissão, os 
zeros à esquerda; 
b) os dois algarismos seguintes serão representativos da unidade da Federação de 
origem da inscrição; 
c) os dois últimos algarismos constituirão dígitos verificadores, determinados com base 
no módulo 11, sendo o primeiro calculado sobre o número seqüencial e o último sobre o código 
da unidade da Federação seguido do primeiro dígito verificador. 
 
O Título Eleitoral será confeccionado em papel marca d’água, tendo as dimensões de 9,5 x 6,0 
cm e peso de 120 g/m², impresso nas cores preto e verde, em frente e verso, tendo como fundo as 
Armas da República e será contornado por serrilha. 
Nos Títulos Eleitorais, que serão emitidos obrigatoriamente por computador, deverão constar o 
nome do eleitor, a data de nascimento, a Unidade da Federação, o Município, a Zona e a Seção Eleitoral 
onde o eleitor 
 
 
 
vota, o número da inscrição eleitoral, a data de emissão, a assinatura do Juiz Eleitoral, a 
assinatura do eleitor ou a impressão digital do polegar direito e, quando for o caso, a expressão “segunda 
via”. 
 
O Título Eleitoral será entregue pessoalmente ao eleitor no Cartório Eleitoral do seu domicílio 
eleitoral, pelo servidor da Justiça Eleitoral, após a assinatura pelo Juiz Eleitoral. 
Antes de efetuar a entrega do título, comprovada a identidade do eleitor e a exatidão dos dados 
inseridos no documento, o servidor destacará o título eleitoral e colherá a assinatura ou a impressão 
digital do polegar do eleitor, se não souber assinar, no espaço próprio constante do canhoto. 
Nos pedidos de alistamento, transferência, revisão e segunda via, a data da emissão do Título 
será a de preenchimento do requerimento. 
 O título de eleitor prova a quitação do eleitor para com a Justiça Eleitoral até a data de sua 
emissão. 
 Os Tribunais Regionais poderão autorizar, na emissão on-line de títulos eleitorais e em 
situações excepcionais, a exemplo de revisão de eleitorado, recadastramento ou rezoneamento, o uso, 
mediante rígido controle, de impressão da assinatura (chancela) do presidente do Tribunal Regional 
Eleitoral respectivo, em exercício na data da autorização, em substituição à assinatura do juiz eleitoral 
da zona, nos títulos eleitorais. 
 Juntamente com o título eleitoral, será emitido Protocolo de Entrega do Título Eleitoral - PETE 
(canhoto), que conterá o número de inscrição, o nome do eleitor e de sua mãe e a data de nascimento, 
com espaços, no verso, destinados à assinatura do eleitor ou aposição da impressão digital de seu 
polegar, se não souber assinar, à assinatura do servidor do cartório responsável pela entrega e o número 
de sua inscrição eleitoral, bem como à data de recebimento. 
 Assinado pelo Juiz Eleitoral, o Título será entregue, no Cartório ou no Posto de Alistamento, 
pessoalmente ao eleitor, vedada a interferência de pessoas estranhas à Justiça Eleitoral. 
O juiz eleitoral poderá determinar a incineração do título eleitoral, bem como do respectivo 
protocolo de entrega, não procurado pelo eleitor até a data da eleição posterior à emissão do documento. 
 
FISCALIZAÇÃO DO ALISTAMENTO ELEITORAL 
 
Aos partidos políticos, é assegurado o direito de fiscalizar o alistamento eleitoral. A fiscalização é 
realizada através de delegadosque serão indicados pelos partidos para atuar nos Tribunais Regionais 
Eleitorais e nas Zonas Eleitorais. 
 
Assim sendo, os partidos políticos, por seus delegados, poderão: 
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I. Acompanhar os pedidos de alistamento, transferência, revisão, segunda via e quaisquer 
outros, até mesmo a emissão e entrega de títulos eleitorais; 
 
 
 
 
II. Requerer a exclusão de qualquer eleitor inscrito ilegalmente e assumir a defesa do 
eleitor cuja exclusão esteja sendo promovida; 
III. Examinar, sem perturbação dos serviços e na presença dos servidores designados, os 
documentos relativos aos pedidos de 
 
 
IV. alistamento, transferência, segunda via, revisão do eleitorado, deles podendo requerer 
cópias, sem ônus para a Justiça Eleitoral. 
 
Qualquer irregularidade determinante de cancelamento de inscrição deverá ser comunicada por 
escrito ao juiz eleitoral 
Todos esses atos serão praticados sempre com a presença de servidor da Justiça Eleitoral. 
Os Partidos Políticos poderão manter até 02 (dois) delegados junto ao Tribunal Regional 
Eleitoral e até 03 (três) delegados em cada Zona Eleitoral, que trabalharão em revezamento, sendo 
vedada a atuação simultânea de mais de 01 (um) delegado de cada Partido, para evitar que os 
trabalhos do Cartório Eleitoral sejam perturbados. 
Os delegados indicados pelos partidos políticos serão credenciados na Zona Eleitoral pelo Juiz 
Eleitoral. 
Caso se identificada qualquer irregularidade que possa determinar o cancelamento da inscrição, 
deverá ser comunicada por escrito ao Juiz Eleitoral. 
Os delegados credenciados no Tribunal Regional Eleitoral, poderão, na circunscrição, 
representar o Partido perante qualquer Zona Eleitoral. 
Ao Ministério Público cabe também acompanhar e fiscalizar os pedidos de alistamento de 
eleitores e os pedidos de transferência de títulos, bem como os cancelamentos de inscrição. 
 
CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO ELEITORAL 
 
Existem alguns casos que podem ensejar o cancelamento da inscrição eleitoral, porém, mesmo 
estando cancelada, há hipóteses que podem determinar o seu restabelecimento. 
Assim, no que diz respeito às hipóteses de cancelamento eleitoral, podemos encontrar as 
seguintes situações: 
I. Deixar de votar por 03 (três) eleições consecutivas, não justificar ou não pagar a multa 
por não ter votado; 
II. Duplicidade/pluralidade de inscrição; 
III. Falecimento do eleitor; 
IV. Suspensão ou perda dos direitos políticos; 
V. Não comparecimento em revisão eleitoral. 
VI. Cancelamento da inscrição por decisão de autoridade judiciária eleitoral competente 
 
 
 
 
 
 
A ocorrência de qualquer das causas enumeradas acarretará a exclusão do eleitor, que poderá 
ser promovida ex officio, a requerimento de Delegado de partido ou de qualquer eleitor. 
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 Os oficiais de Registro Civil, sob as penas do artigo 293, enviarão até o dia 15 (quinze) de 
cada mês, ao Juiz Eleitoral da zona em que oficiarem, comunicação dos óbitos de cidadãos alistáveis, 
ocorridos no mês anterior, para cancelamento das inscrições. 
 No caso de exclusão, a defesa pode ser feita pelo interessado, por outro eleitor ou por Delegado 
de partido. 
 
Após o transcurso de 06 (seis) anos, contados do processamento do código FASE próprio, as inscrições 
canceladas serão excluídas do cadastro. 
 
ACESSO ÀS INFORMAÇÕES CONSTANTES DO CADASTRO 
 
As informações constantes do cadastro eleitoral serão acessíveis às instituições públicas e 
privadas e às pessoas físicas. 
Em resguardo da privacidade do cidadão, não se fornecerão informações de caráter 
personalizado constantes do cadastro eleitoral. 
Consideram-se, para os efeitos deste artigo, como informações personalizadas, relações de 
eleitores acompanhadas de dados pessoais (filiação, data de nascimento, profissão, estado civil, 
escolaridade, telefone e endereço). 
Excluem-se da proibição 1º os pedidos relativos a procedimento previsto na legislação eleitoral e 
os formulados: 
a) pelo eleitor sobre seus dados pessoais; 
b) por autoridade judicial e pelo Ministério Público, vinculada a utilização das informações obtidas, 
exclusivamente, às respectivas atividades funcionais; 
c) por entidades autorizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, desde que exista reciprocidade de 
interesses. 
 
Os Tribunais e juízes eleitorais poderão, no âmbito de suas jurisdições, autorizar o fornecimento a 
interessados, desde que sem ônus para a Justiça Eleitoral e disponíveis em meio magnético, dos dados 
de natureza estatística levantados com base no cadastro eleitoral, relativos ao eleitorado ou ao resultado 
de pleito eleitoral, salvo quando lhes for atribuído caráter reservado. 
Os juízes e os tribunais eleitorais não fornecerão dados do cadastro de eleitores não pertencentes 
a sua jurisdição. 
O uso dos dados de natureza estatística do eleitorado ou de pleito eleitoral obriga a quem os tenha 
adquirido a citar a fonte e a assumir responsabilidade pela manipulação inadequada ou extrapolada das 
informações obtidas. 
 
FOLHA DE VOTAÇÃO E DO COMPROVANTE DE COMPARECIMENTO À ELEIÇÃO 
 
A folha de votação, da qual constarão apenas os eleitores regulares ou liberados, e o comprovante 
de comparecimento serão emitidos por computador. 
 
 
 
A folha de votação, obrigatoriamente, deverá: 
a) identificar as eleições, a data de sua realização e o turno; 
b) conter dados individualizadores de cada eleitor, como garantia de sua identificação no ato de 
votar; 
c) ser emitida em ordem alfabética de nome de eleitor, encadernada e embalada por seção 
eleitoral. 
 
O comprovante de comparecimento (canhoto) conterá o nome completo do eleitor, o número de 
sua inscrição eleitoral e referência à data da eleição. 
 
CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS 
 
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Os formulários utilizados pelos cartórios e tribunais eleitorais, em pleitos anteriores à data desta 
resolução e nos que lhe seguirem, deverão ser conservados em cartório, observado o seguinte: 
I - os Protocolos de Entrega do Título Eleitoral - PETE assinados pelo eleitor e os formulários 
(Formulário de Alistamento Eleitoral - FAE ou Requerimento de Alistamento Eleitoral - RAE) relativos a 
alistamento, transferência, revisão ou segunda via, por, no mínimo, 05 (cinco) anos; 
II - as folhas de votação, por 08 (oito) anos, descartando-se a mais antiga somente após retornar 
das seções eleitorais a mais recente; 
III - os Formulários de Atualização da Situação do Eleitor - FASE e os comprovantes de 
comparecimento à eleição (canhotos) que permanecerem junto à folha de votação poderão ser 
descartados depois de processados e armazenados em meio magnético; 
IV - os cadernos de revisão utilizados durante os serviços pertinentes, por quatro anos, contados 
do encerramento do período revisional; 
V - os boletins de urna, por 04 (quatro) anos, contados da data de realização do pleito 
correspondente; 
VI - as relações de eleitores agrupados, até o encerramento do prazo para atualização das 
decisões nas duplicidades e pluralidades; 
VII - os títulos eleitorais não procurados pelo eleitor, os respectivos protocolos de entrega e as 
justificativas eleitorais, até o pleito subseqüente ou, relativamente a estas, durante o período 
estabelecido nas instruções específicas para o respectivo pleito; 
VIII - as relações de filiados encaminhadas pelos partidos políticos, por 02 (dois) anos. 
CAPÍTULO 2 ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL 
 
INSTITUIÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL NO BRASIL 
 
A Justiça Eleitoral foi instituída no Brasil através de Decreto em 1932, quando também foi 
editado o Código Eleitoral. 
Somente em 1934 a Justiça Eleitoralfoi incluída na Constituição como órgão do Poder Judiciário, 
sendo-lhe atribuída a competência privativa para o processo das eleições federais, estaduais e 
municipais. 
 
 
 
A Constituição de 1937, com a instauração da ditadura conhecida como “Estado Novo”, extinguiu 
a Justiça Eleitoral. 
Com a redemocratização ocorrida em 1946, a Justiça Eleitoral foi novamente recriada na 
Constituição, sendo mantida até a atual entre os órgãos do Poder Judiciário. 
Assim, a Justiça Eleitoral é o órgão responsável pela organização, fiscalização e execução do 
processo eleitoral. 
 
Dentre as inúmeras atribuições da Justiça Eleitoral, podemos citar: o alistamento eleitoral, 
registro de candidatos, fiscalização da propaganda eleitoral, fixação da data das eleições, julgamento de 
crimes eleitorais, etc. 
Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de 
direito e das juntas eleitorais. 
 Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de 
suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis. 
 Os Juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, servirão obrigatoriamente por 2 
(dois) anos, e nunca por mais de 2 (dois) biênios consecutivos. 
 Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem o desconto de qualquer afastamento, nem 
mesmo o decorrente de licença, férias, ou licença especial. 
 Os Juízes afastados por motivo de licença, férias e licença especial, de suas funções na Justiça 
comum, ficarão automaticamente afastados da Justiça Eleitoral pelo tempo correspondente, exceto 
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quando, com períodos de férias coletivas, coincidir a realização de eleição, apuração ou encerramento de 
alistamento. 
 No caso de recondução para o segundo biênio, observar-se-ão as mesmas formalidades 
indispensáveis à primeira investidura. 
 Os substitutos dos membros efetivos dos Tribunais Eleitorais serão escolhidos, na mesma 
ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. 
 Um Juiz Eleitoral poderá, eventualmente, acumular outra zona eleitoral, quando a mesma estiver 
vaga, enquanto o Tribunal Regional Eleitoral nomeia outro Juiz 
 
COMPOSIÇÃO 
 
Nos termos do artigo 118 da Constituição Federal, a Justiça Eleitoral é composta dos seguintes 
órgãos: 
 
I. Tribunal Superior Eleitoral (TSE); 
II. Tribunais Regionais Eleitorais (TRE’s); 
III. Juízes Eleitorais; 
IV. Juntas Eleitorais. 
 
No Brasil não existe uma magistratura eleitoral exclusiva, própria, de carreira. Integram seus 
órgãos juízes de outros Tribunais, juristas da classe de 
 
 
 
advogados e pessoas sem formação jurídica, como no caso das Juntas Eleitorais. 
Cada órgão na sua respectiva área de atuação exercerá a tarefa de organizar, fiscalizar e 
executar o processo eleitoral. 
 
 
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL 
 
É o órgão máximo da Justiça Eleitoral, o qual traça as normas gerais a serem obedecidas na 
execução do processo eletivo. 
O Tribunal Superior Eleitoral tem sede na Capital da República e jurisdição em todo o território 
nacional. 
Segundo o art. 119 da Constituição Federal, o Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no 
mínimo, de 07(sete) membros, que são escolhidos: 
 
1. Mediante eleição, pelo voto secreto: 
 
a) três Juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; 
b) dois Juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça; 
 
2. Por nomeação do Presidente da República, dois Juízes dentre seis advogados de notável 
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal. 
 
Para preenchimento das vagas de juristas, não poderão figurar nas listas: 
 
I. Nomes de magistrados aposentados nem componentes do Ministério Público ainda 
em atividade; 
 
II. A nomeação de juristas também não poderá recair em cidadão: que ocupe cargo 
público de que seja demissível ad nutum; que seja diretor, proprietário ou sócio de 
empresa beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato 
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com a administração pública; ou que exerça mandato de caráter político, federal, 
estadual ou municipal. 
 
Também não poderão fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidadãos que tenham entre si, 
parentesco, ainda que por afinidade, até o QUARTO grau (Art. 16, § 1º CE), excluindo-se, neste caso, o 
que tiver sido escolhido por último. 
O Tribunal Superior Eleitoral escolherá o seu Presidente e o seu Vice-Presidente dentre os 03 
(três) Ministros do Supremo Tribunal Federal e o Corregedor Eleitoral dentre os 02 (dois) Ministros do 
Superior Tribunal de Justiça. 
No Tribunal Superior Eleitoral os seus membros são chamados de Ministros. 
Salvo motivo justificado, os Ministros do Tribunal Superior Eleitoral servirão por 02 (dois) anos, 
no mínimo, e nunca por mais de 02 (dois) biênios consecutivos, sendo os substitutos (suplentes) 
escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. 
 
 
 
A Constituição Federal em seu art. 119 ao estabelecer o número mínimo de 07 (sete) membros 
para compor o Tribunal Superior Eleitoral, abriu a possibilidade de aumento no número de Juízes. 
O Tribunal Superior Eleitoral delibera por maioria de votos, geralmente em sessão pública, 
com a presença da maioria de seus membros. Contudo, 
algumas matérias somente poderão ser apreciadas mediante a presença de todos os seus membros, tais 
como: 
 Interpretação do Código Eleitoral em face da Constituição; 
 Cassação de registro de partidos políticos; 
 Quaisquer recursos que importem anulação geral de eleições ou perda de diplomas. 
 
As decisões do Tribunal Superior, assim na interpretação do Código Eleitoral em face da 
Constituição e cassação de registro de partidos políticos, como sobre quaisquer recursos que 
importem anulação geral de eleições ou perda de diplomas, só poderão ser tomadas com a presença 
de todos os seus membros. Se ocorrer impedimento de algum Juiz, será convocado o substituto ou o 
respectivo suplente. 
Perante o Tribunal Superior Eleitoral qualquer interessado poderá argüir a suspeição ou 
impedimento dos seus membros, do Procurador-Geral ou de funcionários de sua Secretaria, nos casos 
previstos na lei processual civil ou penal e por motivo de parcialidade partidária, mediante o processo 
previsto em regimento. 
São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem a 
Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança. 
 
COMPETÊNCIAS DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (Art. 22 do Código Eleitoral) 
 
I. processar e julgar originariamente: 
 
a) O registro e a cassação de registro de Partidos Políticos, dos seus Diretórios Nacionais e de 
candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República; 
b) Os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e Juízes Eleitorais de Estados 
diferentes; 
c) A suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador-Geral e aos funcionários da 
secretaria; 
d) Os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus próprios 
Juízes e pelos Juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais; 
e) O habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relativos a atos do 
Presidente da República, dos Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o 
habeas corpus quando houver perigo de se consumar a violência antes que o Juiz 
competente possa prover sobre a impetração; 
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A locução "ou mandado de segurança" foi declarada inconstitucional pelo STF no 
Mandado de Segurança nº 20.409/DF,de 31.8.83, no que se refere aos atos de natureza eleitoral do Presidente da República, em 
face da competência originária do Supremo Tribunal Federal. A referida locução teve ainda 
sua execução suspensa pela Resolução nº 132/84 do Senado Federal. 
 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, 
cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; 
o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-
Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; 
 
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à sua 
contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos; 
* Ver art. 35 da Lei nº 9.096/95 (LPP). 
 
Art. 35. O Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais Eleitorais, à vista de 
denúncia fundamentada de filiado ou Delegado de partido, de representação do 
Procurador-Geral ou Regional ou de iniciativa do Corregedor, determinarão o exame 
da escrituração do partido e a apuração de qualquer ato que viole as prescrições 
legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, aquele ou seus filiados estejam 
sujeitos, podendo, inclusive, determinar a quebra de sigilo bancário das contas dos 
partidos para o esclarecimento ou apuração de fatos vinculados à denúncia. 
 
 
g) As impugnações à apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos e expedição de 
diplomas na eleição de Presidente e Vice-Presidente da República; 
h) Os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos Tribunais Regionais dentro de 
trinta dias da conclusão do Relator, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou 
parte legitimamente interessada; 
i) As reclamações contra os seus próprios Juízes que, no prazo de trinta dias a contar da 
conclusão, não houverem julgado os feitos a eles distribuídos; 
j) A ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro do prazo de 
cento e vinte dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato eletivo 
até o seu trânsito em julgado. 
 
 
 
 
 
 
* O STF, através da ADI nº 1.459-5, de 17.3.1999, considerou inconstitucionais as 
expressões "possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em 
julgado", contidas nessa alínea, pois implicariam suspensão, ao menos temporária, da 
eficácia da coisa julgada sobre inelegibilidade, em afronta ao inciso XXXVI do art. 5º da 
Constituição Federal/88. 
 
 
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COMPETÊNCIA PRIVATIVA DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (Art. 23 do Código Eleitoral) 
 
a) Organizar a sua Secretaria e a Corregedoria-Geral, propondo ao congresso Nacional a 
criação ou extinção dos cargos administrativos e a fixação dos respectivos vencimentos, 
provendo-os na forma da lei; 
b) Conceder aos seus membros licença e férias, assim como afastamento do exercício dos 
cargos efetivos; 
c) Aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos Juízes dos Tribunais Regionais 
Eleitorais; 
d) Aprovar a divisão dos Estados em Zonas Eleitorais ou a criação de novas Zonas; 
e) Fixar as datas para as eleições de presidente e vice-presidente da República, Senadores e 
Deputados Federais, quando não o tiverem sido por lei; 
* Ver art. 77, caput da CF/88. 
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, 
simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último 
domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do 
mandato presidencial vigente. 
 
f) Responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade 
com jurisdição federal ou órgão nacional de Partido Político; 
g) Expedir as instruções que julgar convenientes à execução do Código Eleitoral; 
h) Fixar a diária do Corregedor-Geral, dos Corregedores Regionais e auxiliares em diligência 
fora da sede; 
i) Organizar e divulgar a súmula de sua jurisprudência; 
j) Elaborar o seu regimento interno; 
k) Propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos Juízes de qualquer Tribunal Eleitoral, 
indicando a forma desse aumento; 
* Ver art. 96, II, “a”, da CF/88. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 96. Compete privativamente: 
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça 
propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169: 
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores; 
 
l) Enviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada pelos Tribunais de Justiça; 
m) Autorizar a contagem de votos pelas Mesas Receptoras nos Estados em que essa 
providência for solicitada pelo Tribunal Regional respectivo. 
 
 
Art. 82. 
§ 3º O Tribunal Regional Eleitoral poderá autorizar a contagem de votos pelas mesas 
receptoras nos locais de difícil acesso, designando os mesários como escrutinadores 
da junta eleitoral, 
 
 
PROCURADOR-GERAL DA JUSTIÇA ELEITORAL 
ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES 
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Compete ao Ministério Público Federal exercer, no que couber, junto à Justiça Eleitoral, as 
funções do Ministério Público, atuando em todas as fases e instâncias do processo eleitoral. 
Exercerá as funções de Procurador-Geral, junto ao Tribunal Superior Eleitoral, o Procurador-
Geral da República, funcionando, em suas faltas e impedimentos, seu substituto legal. 
O Procurador Regional Eleitoral poderá ser reconduzido uma vez. 
Dispõe a Lei Complementar nº 75/93: 
 
Art. 73. O Procurador-Geral Eleitoral é o Procurador-Geral da República. 
Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral designará, dentre os Subprocuradores-
Gerais da República, o Vice-Procurador-Geral Eleitoral, que o substituirá em seus impedimentos e 
exercerá o cargo em caso de vacância, até o provimento definitivo. 
 
O Procurador-Geral poderá designar outros membros do Ministério Público da União, com 
exercício no Distrito Federal, e sem prejuízo das respectivas funções, para auxiliá-lo junto ao Tribunal 
Superior Eleitoral, onde não poderão ter assento. 
Compete ao Procurador-Geral, como Chefe do Ministério Público Eleitoral: 
 
I - assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte nas discussões; 
II - exercer a ação pública e promovê-la até final, em todos os feitos de competência originária do 
Tribunal; 
III - oficiar em todos os recursos encaminhados ao Tribunal; 
IV - manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os assuntos 
 
 
 
submetidos à deliberação do Tribunal, quando solicitada sua audiência por qualquer dos Juízes, 
ou por iniciativa sua, se entender necessário; 
V - defender a jurisdição do Tribunal; 
VI - representar ao Tribunal sobre a fiel observância das leis eleitorais, especialmente quanto à 
sua aplicação uniforme em todo o País; 
VII - requisitar diligências, certidões e esclarecimentos necessários ao desempenho de suas 
atribuições; 
VIII - expedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto aos Tribunais Regionais; 
IX - acompanhar, quando solicitado, o Corregedor-Geral, pessoalmente ou por intermédio de 
Procurador que designe, nas diligências a serem realizadas. 
 
Incumbe ao Procurador-Geral Eleitoral: 
 I - designar o Procurador Regional Eleitoral em cada Estado e no Distrito Federal; 
 II - acompanhar os procedimentos do Corregedor-Geral Eleitoral; 
 III - dirimir conflitos de atribuições; 
 IV - requisitar servidores da União e de suas autarquias, quando o exigir a necessidade do 
serviço, sem prejuízo dos direitos e vantagens inerentes ao exercíciode seus cargos ou empregos. 
 
 O Procurador Regional Eleitoral, juntamente com o seu substituto, será designado pelo 
Procurador-Geral Eleitoral, dentre os Procuradores Regionais da República no Estado e no Distrito 
Federal, ou, onde não houver, dentre os Procuradores da República vitalícios, para um mandato de 
dois anos. 
 Compete ao Procurador Regional Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas 
de competência do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, além de dirigir, no Estado, as atividades do 
setor. 
 As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante os Juízes e Juntas Eleitorais serão 
exercidas pelo Promotor Eleitoral. 
 O Promotor Eleitoral será o membro do Ministério Público local que oficie junto ao Juízo 
incumbido do serviço eleitoral de cada Zona. 
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TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS 
 
Segundo estabelece o art. 120 da Constituição Federal, haverá 01 (um) Tribunal Regional 
Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. 
 Os Tribunais Regionais Eleitorais se encarregam da organização, fiscalização e execução do 
processo eleitoral nas áreas sob sua jurisdição. 
Os Tribunais Regionais Eleitorais têm jurisdição nos respectivos Estados e no Distrito Federal. 
 
Os Tribunais Regionais Eleitorais compõem-se: 
 
1. mediante eleição, pelo voto secreto: 
 
a) de dois Juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; 
 
 
 
b) de dois Juízes, dentre os Juízes de Direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça. 
 
2. de um Juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito 
Federal, ou, não havendo, de Juiz Federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal 
Regional Federal respectivo. 
 
3. por nomeação, pelo Presidente da República, de dois Juízes dentre seis advogados de 
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. 
 
Portanto, a composição dos Tribunais Regionais Eleitorais é híbrida, comportando Juízes de 
outros Tribunais e também juristas da classe de advogados. 
Quando da nomeação dos Juízes Eleitorais titulares, também serão escolhidos na mesma 
ocasião e em número igual, os seus substitutos, seguindo os mesmos critérios. 
O Tribunal de Justiça que é o responsável pela elaboração da lista tríplice, deverá encaminhá-
la ao Tribunal Superior Eleitoral. 
Quando o Tribunal Superior Eleitoral receber a lista tríplice, deverá divulgá-la através de edital, 
no prazo de 05 (cinco) dias, para que os partidos políticos possam impugná-la com fundamento de 
incompatibilidade. 
Se a impugnação for julgada procedente quanto a qualquer dos indicados, a lista será devolvida 
ao Tribunal de origem para complementação. 
Não havendo impugnação, ou desprezada esta, o Tribunal Superior encaminhará a lista ao 
Poder Executivo para nomeação. 
Quando forem escolhidos os 02 (dois) Desembargadores para os Tribunais Regionais 
Eleitorais, também serão indicados os 02 (dois) suplentes de Desembargadores. 
Para preenchimento das vagas de juristas, não poderão figurar nas listas: 
 Nomes de magistrados aposentados nem componentes do Ministério Público 
ainda em atividade; 
 A nomeação dos juristas não poderá recair em cidadão: que ocupe cargo público 
de que seja demissível ad nutum; que seja diretor, proprietário ou sócio de 
empresa beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em virtude de 
contrato com a administração pública; ou que exerça mandato de caráter político, 
federal, estadual ou municipal. 
 
Também não poderão fazer parte do Tribunal Regional Eleitoral cidadãos que tenham, entre 
si, parentesco, ainda que por afinidade, até o SEGUNDO GRAU (Art. 25, § 6º do CE), seja o vínculo 
legítimo ou ilegítimo, excluindo-se, neste caso, o que tiver sido escolhido por último. 
O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os 
desembargadores. 
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A escolha do Corregedor Regional Eleitoral ocorrerá na forma como dispuser o Regimento 
Interno de cada Tribuna Regional Eleitoral. 
Salvo motivo justificado, os Juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais servirão por 02 (dois) 
anos, no mínimo, e nunca por mais de 02 (dois) biênios consecutivos, sendo os substitutos (suplentes) 
escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. 
Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem o desconto de qualquer afastamento, nem 
mesmo o decorrente de licença, férias, ou licença especial, salvo no caso do § 3º da Lei nº 4.737/65 
(Código Eleitoral). 
§ 3º Da homologação da respectiva convenção partidária, até a apuração final da eleição, 
não poderão servir como Juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como Juiz Eleitoral, o cônjuge, 
parente consangüíneo legítimo ou ilegítimo, ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo 
eletivo registrado na circunscrição. 
 
No caso de recondução para o segundo biênio, observar-se-ão as mesmas formalidades 
indispensáveis à primeira investidura. 
Os substitutos dos membros efetivos dos Tribunais Eleitorais serão escolhidos, na mesma 
ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. 
A Constituição Federal em seu art. 120 estabelece o número de membros que irão compor os 
Tribunais Regionais Eleitorais, sem admitir a possibilidade de aumento, porém, o art. 96, inciso II, alínea 
“a” do mesmo diploma legal, prevê a possibilidade do Tribunal Superior Eleitoral propor ao Legislativo 
a alteração do número de membros dos tribunais inferiores. 
No Tribunal Regional Eleitoral, temos também o Procurador Regional Eleitoral, que será exercido 
pelo Procurador Regional da República. 
Os Tribunais Regionais Eleitorais deliberam por maioria de votos, geralmente em sessão 
pública, com a presença da maioria de seus membros. 
No caso de impedimento e não existindo quorum será o membro do Tribunal substituído por 
outro da mesma categoria, designado na forma prevista na Constituição. 
Das decisões dos TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS somente caberá recurso quando: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 I - forem proferidas CONTRA DISPOSIÇÃO EXPRESSA DA CONSTITUIÇÃO ou DE LEI; 
 II - ocorrer DIVERGÊNCIA NA INTERPRETAÇÃO DE LEI entre dois ou mais tribunais eleitorais; 
 III - versarem sobre INELEGIBILIDADE OU EXPEDIÇÃO DE DIPLOMAS nas eleições federais 
ou estaduais; 
 IV - ANULAREM DIPLOMAS ou decretarem a PERDA DE MANDATOS ELETIVOS FEDERAIS 
OU ESTADUAIS; 
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 V - DENEGAREM "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou mandado de 
injunção. 
 
 
COMPETÊNCIAS DOS TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS (Art. 29 do Código Eleitoral) 
 
I. processar e julgar originariamente: 
 
a) o registro e o cancelamento do registro dos Diretórios Estaduais e Municipais de Partidos 
Políticos, bem como de candidatos a Governador, Vice-Governador e membro do 
Congresso Nacional e das assembléias Legislativas; 
b) suspeição ou impedimentos aos seus membros, ao Procurador Regional e aos funcionários 
de sua secretaria, assim como aos Juízes e Escrivães Eleitorais; 
c) os conflitos de jurisdição entre Juízes Eleitorais do respectivo Estado; 
d) os crimes eleitorais cometidos pelos Juízes Eleitorais; 
* Ver art. 96, III, da CF/88. 
 
 
Art. 96. Compete privativamente: 
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, 
bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, 
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. 
 
e) o habeas corpus ou mandado de segurança em matéria eleitoralcontra ato de autoridades 
que respondam perante os Tribunais de Justiça por crime de responsabilidade e, em grau 
de recurso, os denegados ou concedidos pelos Juízes Eleitorais; ou, ainda, o habeas corpus 
quando houver perigo de se consumar a violência antes que o Juiz competente possa 
prover sobre a impetração; 
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à sua 
contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos; 
g) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos pelos Juízes Eleitorais em trinta dias 
da sua conclusão para julgamento, 
 
 
 
formulados por partido, candidato, Ministério Público ou parte legitimamente interessada, 
sem prejuízo das sanções decorrentes do excesso de prazo. 
 
II. julgar os recursos interpostos: 
 
a) dos atos e das decisões proferidas pelos Juízes e Juntas Eleitorais; 
b) das decisões dos Juízes Eleitorais que concederem ou denegarem habeas corpus ou 
mandado de segurança. 
 
III. Compete privativamente aos Tribunais Regionais Eleitorais: 
a) Elaborar o seu regimento interno; 
b) Organizar sua secretaria e a Corregedoria Regional, provendo-lhes os cargos na forma da 
lei, e propor ao congresso Nacional, por intermédio do Tribunal Superior, ma criação ou 
supressão de cargos e a fixação dos respectivos vencimentos; 
c) Conceder aos seus membros e aos Juízes Eleitorais licença e férias, assim como 
afastamento do exercício dos cargos efetivos, submetendo, quanto àqueles, a decisão à 
aprovação do Tribunal Superior Eleitoral; 
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d) Constituir as Juntas Eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição; 
e) Indicar ao Tribunal Superior Eleitoral as Zonas Eleitorais ou Seções em que a contagem dos 
votos deva ser feita pela Mesa Receptora; 
f) Apurar, com os resultados parciais enviados pelas Juntas Eleitorais, os resultados finais das 
eleições de Governador e Vice-Governador, de membros do Congresso Nacional e expedir 
os respectivos diplomas, remetendo dentro do prazo de 10 (dez) dias após a diplomação, ao 
Tribunal Superior, cópia das atas de seus trabalhos; 
 
 
 
g) Responder sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por 
autoridade pública ou partido político; 
h) Dividir a respectiva circunscrição em Zonas Eleitorais, submetendo esta divisão, assim como 
a criação de novas Zonas, à aprovação do Tribunal Superior; 
i) Requisitar a força necessária ao cumprimento de suas decisões e solicitar ao Tribunal 
Superior Eleitoral a requisição de força federal; 
j) Aplicar as penas disciplinares de advertência e de suspensão, até 30 (trinta) dias, aos 
Juízes Eleitorais; 
k) Fixar a data das eleições de Governador e Vice-Governador, Deputados Estaduais, 
Prefeitos, Vice-Prefeitos, Vereadores e Juízes de Paz, quando não determinada por 
disposições constitucional ou legal; 
l) Cumprir e fazer cumprir as decisões e instruções do Tribunal Superior Eleitoral; 
 
 
 
 
JUÍZES ELEITORAIS 
 
Os Juízes eleitorais são titulares de Zonas Eleitorais, funcionando como órgão judiciário singular 
em primeira instância. 
A jurisdição de cada uma das Zonas Eleitorais cabe a um Juiz de Direito em efetivo exercício e, 
na falta deste, ao seu substituto legal que goze das prerrogativas da magistratura. 
A jurisdição em cada uma das Zonas Eleitorais em que houver mais de uma vara será exercida, 
pelo período de 02 (dois) anos, por um Juiz de Direito da respectiva Comarca, em efetivo exercício. 
O Juiz de Direito substituto pode exercer as funções de Juiz Eleitoral, mesmo antes de adquirir a 
vitaliciedade. 
Quando na Comarca houver um só Juiz de Direito, este exercerá as funções de Juiz Eleitoral 
cumulativamente com as suas funções na Justiça Comum. 
Na Comarca onde houver mais de uma Vara, o Tribunal Regional Eleitoral designará qual o 
Juiz que exercerá as funções de Juiz eleitoral. 
Na designação, será observada a antigüidade, apurada entre os Juízes que não hajam exercido 
a titularidade de Zona Eleitoral, salvo impossibilidade. 
O Tribunal poderá, excepcionalmente, pelo voto de 05 (cinco) dos seus membros, afastar o 
critério de indicação por antigüidade por conveniência objetiva do serviço eleitoral e no interesse da 
administração judiciária. Nesse Caso, o critério para a escolha será o merecimento de magistrado, aferido 
pela operosidade e eficiência no exercício das jurisdições eleitoral e comum, segundo dados colhidos 
pelos Tribunais Regionais Eleitorais e pelos Tribunais de Justiça dos respectivos Estados. 
Atualmente, a Justiça Eleitoral utiliza o sistema de rodízio entre os Juízes, seguindo orientações 
constantes da Resolução do Tribunal Superior Eleitoral sobre a matéria. 
Nas faltas, férias ou impedimentos do titular, a jurisdição eleitoral será exercida pelo substituto. 
 
Vago o cargo de Juiz Eleitoral, em decorrência de promoção, abre-se inscrição para a escolha 
de magistrado, que iniciará novo biênio. 
Os Juízes Eleitorais somente têm jurisdição nas Zonas Eleitorais a qual presidem. 
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A Justiça Eleitoral não possui quadro próprio de juízes, por esse motivo, os magistrados da 
Justiça Comum exercem, cumulativamente, as funções de Juiz Eleitoral. 
Os Juízes despacharão todos os dias na sede da sua Zona Eleitoral. 
Não poderá servir como Juiz Eleitoral o cônjuge, parente consangüíneo ou afim, até o segundo 
grau, de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição, durante o período entre o registro de 
candidaturas até apuração final da eleição. 
 
 
 
 
 
 
 
COMPETÊNCIAS DOS JUÍZES ELEITORAIS (Art. 35 do Código Eleitoral) 
 
São competências dos Juízes Eleitorais, dentre outras: 
 
a) Cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do Tribunal Superior e do Regional; 
b) Processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada a 
competência originária do Tribunal Superior e dos Tribunais Regionais; 
c) Decidir habeas corpus e mandado de segurança em matéria eleitoral, desde que essa 
competência não esteja atribuída privativamente à instância superior; 
d) Fazer as diligências que julgar necessárias à ordem e presteza do serviço eleitoral; 
e) Tomar conhecimento das reclamações que lhe forem feitas verbalmente ou por escrito, 
reduzindo-as a termo, e determinando as providências que cada caso exigir; 
f) Dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão de eleitores; 
g) Expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor; 
h) Dividir a Zona em Seções Eleitorais; 
i) Mandar organizar, em ordem alfabética, relação dos eleitores de cada Seção, para remessa 
à Mesa Receptora, juntamente com a pasta das folhas individuais de votação; 
j) Ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos cargos eletivos Municipais e 
comunicá-los ao Tribunal Regional; 
k) Designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições, os locais das seções; 
l) Nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência pública anunciada com pelo 
menos 05 (cinco) dias de antecedência, os membros das Mesas Receptoras; 
m) Instruir os membros das Mesas Receptoras sobre as suas funções; 
n) Providenciar para a solução das ocorrências que se verificarem nas Mesas Receptoras 
 
o) Tomar todas as providências ao seu alcance para evitar os atos viciosos das eleições; 
p) Comunicar, até as 12 horas do dia seguinte à realização da eleição, ao Tribunal Regional e 
aos Delegados de partidos credenciados, o número de eleitores que votarem em cada uma 
das Seções da zona sob sua jurisdição, bem como o total de votantes da Zona; 
q) Fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos não alistados, por dispensados 
do alistamento, um certificadoque os isente das sanções legais. 
 
JUNTAS ELEITORAIS 
 
As Juntas Eleitorais são órgãos deliberativos da Justiça Eleitoral. 
 
 
 
Em cada zona eleitoral haverá pelo menos uma Junta Eleitoral composta de um Juiz de 
Direito, que será o seu Presidente e de 02 (dois) ou 04 (quatro) membros titulares , de notória 
idoneidade, convocados e nomeados pelo Tribunal Regional Eleitoral, por edital, que não precisam ter 
formação jurídica. 
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Compete ao Tribunal Regional Eleitoral aprovar os nomes dos membros das Juntas Eleitorais, 
cabendo ao seu Presidente nomeá-los até 60 (sessenta) dias antes da eleição. 
Até 10 (dez) dias antes da nomeação, os nomes das pessoas indicadas para compor as juntas 
eleitorais serão publicados no Órgão Oficial, podendo qualquer partido político ou coligação, no prazo de 
3 (três) dias, em petição fundamentada, impugnar as indicações. 
Os suplentes serão indicados e nomeados seguindo os mesmos critérios e na mesma 
oportunidade dos titulares. 
O Tribunal Regional Eleitoral é o órgão da Justiça Eleitoral competente para conhecer e 
julgar as impugnações feitas aos nomes dos membros das Juntas Eleitorais. 
Não podem ser nomeados para membros das Juntas, escrutinadores ou auxiliares: 
 os candidatos, seus cônjuges e parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau; 
 os membros de Diretórios de Partidos Políticos devidamente registrados e cujos nomes 
tenham sido oficialmente publicados; 
 as autoridades e agentes policiais, assim como os funcionários que exerçam cargos de 
confiança no Executivo; 
 pessoas que pertençam ao serviço eleitoral 
 os fiscais e delegados de partidos políticos ou coligações; 
 os menores de 18 (dezoito) anos. 
 
Também é vedada a participação de parentes em QUALQUER GRAU ou de servidores da 
mesma repartição pública ou empresa privada NA MESMA MESA, Turma ou Junta Eleitoral. 
Igualmente não podem ser nomeados para compor as Juntas Eleitorais, os membros do 
Ministério Público. 
 
 
 
Se necessário, poderão ser organizadas tantas Juntas Eleitorais quanto permitir o número de 
Juízes de Direito que gozem das garantias constitucionais, mesmo que não sejam Juízes Eleitorais. 
Nas zonas eleitorais em que for organizada mais de uma junta, ou quando estiver vago o cargo 
de juiz eleitoral ou estiver este impedido, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, com a aprovação 
deste, designará juízes de direito da mesma ou de outras comarcas para presidirem as juntas. 
O Presidente da Junta Eleitoral poderá nomear, dentre cidadãos de notória idoneidade, 
escrutinadores e auxiliares em número suficiente para atender ao bom andamento dos trabalhos. 
 
 
 
 
A nomeação de escrutinadores e auxiliares será obrigatória sempre que houver mais de 10 
(dez) urnas a apurar. 
Ao presidente da junta eleitoral será facultado desdobrá-la em turmas. 
Na hipótese do desdobramento da Junta em Turmas, o respectivo Presidente nomeará 01 (um) 
escrutinador para servir como secretário em cada Turma. 
Além dos secretários das turmas, será designado pelo presidente da junta eleitoral um 
escrutinador para SECRETÁRIO-GERAL, competindo-lhe: 
a) lavrar as atas; 
b) tomar por termo ou protocolar os recursos, neles funcionando como escrivão; 
 
O Presidente da Junta Eleitoral deverá comunicar ao Presidente do Tribunal Regional Eleitoral, 
até 30 (trinta) dias antes da eleição, as nomeações que houver feito, e divulgar a composição do 
órgão por edital publicado ou afixado no Cartório Eleitoral, podendo qualquer partido político oferecer 
impugnação motivada no prazo de 03 (três) dias ao Juiz Eleitoral, devendo a decisão ser proferida em 
48 (quarenta e oito) horas. 
Nos Municípios onde houver mais de uma Junta Eleitoral, a expedição dos diplomas será 
feita pela que for presidida pelo Juiz Eleitoral mais antigo, à qual as demais enviarão os documentos da 
eleição. 
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COMPETÊNCIAS DAS JUNTAS ELEITORAIS (Art. 40 do Código Eleitoral) 
 
Compete à junta eleitoral (Código Eleitoral, art. 40, I a IV): 
 
I - apurar a votação realizada nas seções eleitorais sob sua jurisdição, no prazo determinado; 
II - resolver as dúvidas não decididas e os recursos interpostos sobre a votação; 
III - resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos da apuração; 
IV - expedir os boletins de urna na impossibilidade de sua emissão normal nas seções eleitorais, 
com emprego dos sistemas de votação, de recuperação de dados ou de apuração; 
V - totalizar os votos, verificar o total de votos apurados, inclusive os em branco e os nulos; 
VI - quando couber, determinar os quocientes eleitoral e partidário, bem como a distribuição das 
sobras, desempate de candidatos e de médias, e proclamar o resultado das eleições, no âmbito da sua 
circunscrição; 
VII - expedir diploma aos eleitos, quando couber. 
 
 
CAPÍTULO 3 GARANTIAS ELEITORAIS 
 
ASPECTOS GERAIS 
 
 
 
 
As garantias eleitorais são instrumentos que asseguram ao cidadão o direito de exercício do 
voto. 
O Código Eleitoral trata das garantias eleitorais nos artigos 234 a 239 e a Resolução 20.997/02 
do Tribunal Superior Eleitoral, regulamenta o assunto nos artigos 75 a 77. 
As garantias eleitorais têm a finalidade de assegurar aos eleitores o direito de comparecer à sua 
seção eleitoral no dia da eleição, para escolher de forma livre e espontânea os seus representantes 
através do voto, direito este que se encontra inserido no rol dos direitos políticos regulamentado pela 
Constituição Federal, onde se destaca o direito de sufrágio como sendo o seu núcleo. 
Sendo o sufrágio universal uma das espécies de direitos políticos, ninguém poderá impedir ou 
embaraçar o seu exercício, sob pena de infringir o art. 297 do Código Eleitoral, que pune como crime 
eleitoral, quem impeça ou embarace o exercício do sufrágio. 
Durante o período eleitoral, o eleitor tem a garantia de que não será preso ou detido, exceto em 
algumas situações. 
Assim sendo, o eleitor não poderá ser preso ou detido por nenhuma autoridade nos 05 (cinco) 
dias anteriores à eleição e até 48 (quarenta e oito) horas após o seu encerramento. 
O Código Eleitoral em seu artigo 236, caput, estabelece em que situações o eleitor poderá ser 
preso ou detido durante o período eleitoral: 
 
I. flagrante delito; 
II. sentença criminal condenatória por crime inafiançável; 
III. desrespeito a salvo-conduto 
 
Os membros das Mesas Receptoras de Votos e os fiscais de Partidos Políticos, enquanto 
estiverem exercendo suas funções na seção eleitoral, não poderão ser presos ou detidos, exceto no 
caso de flagrante delito. 
Os candidatos também gozarão das mesmas garantias legais, não podendo ser detidos ou 
presos durante os 15 (quinze) dias que antecedem a eleição. 
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Durante o período proibitivo, caso ocorra alguma prisão ou detenção, o preso deverá ser 
conduzido à presença do Juiz competente, que irá analisar se a prisão ou detenção foi efetuada de 
forma ilegal, devendo relaxá-la se ficar 
constatado que houve irregularidade, promovendo a responsabilidade do coator, ou seja, daquele que 
realizou a prisão ou detenção ilegal. 
O Juiz Eleitoral ou o Presidente da Mesa Receptora poderá expedir salvo-conduto com a 
cominação de prisão por desobediência até 05 (cinco) dias, em favor do eleitor que sofrer violência, 
moral ou física, na sua liberdade de votar, ou pelo fato de haver votado. 
SALVO-CONDUTO se origina do latim SALVUS (salvo) CONDUCTUS (conduzido), ou seja, 
significa pessoa conduzida a salvo. Impede que o eleitor seja preso ou sofra ameaça de ser preso. 
O salvo-condutorecebido pelo eleitor terá validade entre 72 (setenta e duas) horas antes até 
48 (quarenta e oito) horas após o pleito. 
 
 
 
LIBERDADE DE ESCOLHA 
 
Num Estado democrático como o nosso, onde todo o poder emana do povo, o sufrágio universal 
inserido nos direitos políticos do cidadão, evidencia-se como o poder de escolha, sendo exercido pelo 
voto direto e secreto, com valor igual para todos. 
O sufrágio é o direito atribuído ao cidadão como o direito de escolher o seu candidato e o seu 
exercício se realiza por meio do voto direto e secreto. 
Assim, quando o art. 1º, parágrafo único da Constituição Federal estabelece que “todo poder 
emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”, quis dizer que o povo é 
detentor do poder de escolher livremente os seus representantes por meio do voto, participando 
ativamente da vida política do país. 
A livre manifestação de vontade do povo está consubstanciada no art. 14 da Constituição 
Federal, quando afirma que a manifestação livre da vontade do povo será exercida pelo “sufrágio 
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos”. 
 
SIGILO DO VOTO 
 
A Resolução 20.997/02 do Tribunal Superior Eleitoral trata em seu artigo 63, do sigilo do voto, 
especificando as situações em que podem ocorrer e as providências que devem ser tomadas para que o 
sigilo seja resguardado. Assim, temos as seguintes hipóteses de sigilo do voto: 
 A integridade e o sigilo do voto são assegurados mediante o disposto no art. 103, incisos I a IV 
do Código Eleitoral, devendo ser adotadas, também, as seguintes providências: 
I – uso de urna eletrônica e, se for o caso, de cédulas específicas para esse fim; 
II – uso de sistemas de informática exclusivos da Justiça Eleitoral, programados para o registro 
digital de cada voto; 
III – conferência dos dados da urna e da assinatura digital dos programas. 
 
Art. 103. O sigilo do voto é assegurado mediante as seguintes providências: 
I - uso de cédulas oficiais em todas as eleições, de acordo com modelo aprovado pelo 
Tribunal Superior; 
II - isolamento do eleitor em cabine indevassável para o só efeito de assinalar na cédula o 
candidato de sua escolha e, em seguida, fechá-la; 
III - verificação da autenticidade da cédula oficial à vista das rubricas; 
IV - emprego de urna que assegure a inviolabilidade do sufrágio e seja suficientemente 
ampla para que não se acumulem as cédulas na ordem em que forem introduzidas. 
 
Em primeiro lugar temos o uso da urna eletrônica, que é um equipamento eletrônico utilizado 
pela Justiça Eleitoral na votação, funcionando na rede elétrica, não estando conectada a nenhum 
computador. 
 
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A urna eletrônica, após ser preparada para votação, estará apta para receber os votos dos 
eleitores, cuja identificação do eleitor se dará apenas pela digitação do número da inscrição no 
microterminal, ficando o voto do eleitor apenas do seu conhecimento. 
No caso da votação ocorrer por meio de cédulas, o eleitor após registrar o seu voto na cédula 
na cabina indevassável, depositará seu voto na urna de lona, sem que ninguém tome conhecimento do 
mesmo. 
Os sistemas de informática utilizados pela Justiça Eleitoral durante o processo eleitoral 
desenvolvidos pelo Tribunal Superior Eleitoral ou empresa contratada para tal finalidade, são de 
exclusividade da Justiça Eleitoral, devendo ser instalados apenas nos equipamentos. 
 É nula a votação quando preterida formalidade essencial da integridade e do sigilo do sufrágio 
(Código Eleitoral, art. 220, IV). 
 
LIMITES À PRESENÇA DA FORÇA PÚBLICA 
 
É proibida, durante o ato eleitoral, a presença de força pública no edifício em que funciona mesa 
receptora de votos ou nas imediações dele. 
A força armada deverá permanecer a 100 (cem) metros da seção eleitoral e não poderá aproximar-se do 
lugar de votação, ou nele penetrar, sem ordem do presidente da mesa. 
 
CAPÍTULO 4 PRESTAÇÃO DE CONTAS DAS CAMPANHAS ELEITORAIS 
 
COMITÊ FINANCEIRO 
 
O partido político deve constituir comitês financeiros para cada uma das eleições em que 
apresente candidato próprio, podendo ser constituído comitê único para tratar de todas as candidaturas 
de uma mesma circunscrição. 
As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos partidos, ou de 
seus candidatos, e financiadas na forma estabelecida na Lei nº 9.504/97. 
Até 10 (dez) dias úteis após a escolha de seus candidatos em convenção, o partido constituirá 
comitês financeiros, com a finalidade de arrecadar recursos e aplicá-los nas campanhas eleitorais. 
Os comitês financeiros serão registrados, até 5 (cinco) dias após sua constituição, nos órgãos da 
Justiça Eleitoral aos quais compete fazer o registro dos candidatos. 
Na eleição presidencial é obrigatória a criação de comitê nacional e facultativa a de comitês nos 
Estados e no Distrito Federal. 
Os comitês devem ser constituídos por tantos membros quantos forem indicados pelo partido 
político, sendo obrigatória a designação de, no mínimo, um presidente e um tesoureiro. 
A falta de registro do comitê financeiro implicará a rejeição das contas dos candidatos a ele 
vinculados. 
 
 
 
 
O partido político coligado, na eleição majoritária, estará dispensado de constituir comitê 
financeiro, desde que não apresente candidato próprio. 
O comitê financeiro deverá encaminhar ao juízo eleitoral, no prazo de até 5 (cinco) dias após a 
sua constituição, os formulários devidamente assinados pelos membros indicados e acompanhados da 
respectiva mídia. 
Após autuação e análise dos documentos, o juiz eleitoral determinará, se for o caso, o 
cumprimento de diligências, assinalando prazo não superior a 72 (setenta e duas) horas, sob pena de 
indeferimento de pedido do registro do comitê financeiro. 
 
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O comitê financeiro tem por finalidade: 
 
 arrecadar e aplicar recursos de campanha; 
 disponibilizar aos candidatos os recibos eleitorais; 
 orientar os candidatos sobre os procedimentos de arrecadação e de aplicação de recursos e 
sobre as respectivas prestações de contas; 
 encaminhar à Justiça Eleitoral, obrigatoriamente, a sua prestação de contas e as prestações 
de contas dos candidatos às eleições majoritárias; 
 encaminhar à Justiça Eleitoral as prestações de contas recebidas dos candidatos às 
eleições proporcionais que optaram por entregá-las por intermédio do comitê financeiro. 
 
 
 
 
Não será admitido pedido de registro de comitê financeiro de coligação partidária. 
 
A partir do registro dos comitês financeiros, pessoa físicas poderão fazer doações em dinheiro 
ou estimáveis em dinheiro para campanhas eleitorais. 
Sob pena de rejeição das contas, a arrecadação de recursos e a realização de gastos por 
candidatos e comitês financeiros só poderão ocorrer após observância dos seguintes requisitos: 
I – solicitação do registro do candidato ou do comitê financeiro, conforme o caso; 
II – inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); 
III – abertura de conta bancária específica para a movimentação financeira de campanha; 
IV – emissão de recibos eleitorais. 
 
São considerados recursos, ainda que fornecidos pelo próprio candidato: 
 
I – cheque, transferência bancária, boleto de cobrança com registro, cartão de crédito ou cartão 
de 
débito; 
II – título de crédito; 
 
 
 
III – bens e serviços estimáveis em dinheiro; 
IV – depósitos em espécie devidamente identificados. 
 
São considerados bens estimáveis em dinheiro fornecidos pelo próprio candidato apenas 
aqueles integrantes do seu patrimônio em período anterior ao pedido de registro da candidatura. 
Os bens e/ou serviços

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