Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 1 PROFESSOR LUIZ HENRIQUE DIREITO ELEITORAL CAPÍTULO 1 ALISTAMENTO ELEITORAL Conceito: É o procedimento através do qual uma pessoa requer pela primeira vez sua inscrição eleitoral, devendo qualificar-se perante a Justiça Eleitoral, não tendo sido encontrada nenhuma inscrição em seu nome, ou ainda, se a única inscrição anterior estiver cancelada por determinação de autoridade judiciária competente. Neste último caso, não há possibilidade de restabelecimento da inscrição que foi cancelada por determinação de autoridade judiciária, sendo necessário, portanto, a solicitação de uma nova inscrição. Deve ser consignado ALISTAMENTO quando o alistando requerer inscrição e quando em seu nome não for identificada inscrição em nenhuma zona eleitoral do país ou exterior, ou a única inscrição localizada estiver cancelada por determinação de autoridade judiciária. O alistamento eleitoral formaliza a aquisição de direitos políticos pelo cidadão e, dentre outros, podemos citar o direito de VOTAR (capacidade eleitoral ativa) e de SER VOTADO (capacidade eleitoral passiva). O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor. O alistamento eleitoral requerido pelo alistando será formalizado pela Justiça Eleitoral, através do formulário conhecido como RAE (Requerimento de Alistamento Eleitoral), que será digitado no sistema e servirá como documento de entrada de dados e será processado eletronicamente. O RAE (Requerimento de Alistamento Eleitoral) deverá ser preenchido ou digitado e impresso na presença do requerente. Poderá o Juiz, se tiver dúvida quanto à identidade do requerente ou sobre qualquer outro requisito para o alistamento, converter o julgamento em diligência para que o alistando esclareça ou complete a prova ou, se for necessário, compareça pessoalmente à sua presença. O alistando deverá requerer sua inscrição eleitoral no Cartório Eleitoral ou Posto de alistamento que corresponder ao seu domicílio eleitoral, não podendo fazê-lo em Zona Eleitoral diversa do seu domicílio. Se o alistando tiver mais de uma residência comprovada, poderá alistar-se no Cartório Eleitoral de qualquer uma delas e a que for escolhida, tornar-se-á o seu domicílio eleitoral. No cartório eleitoral ou no posto de alistamento, o servidor da Justiça Eleitoral preencherá o RAE ou digitará as informações no sistema de acordo com os dados constantes do documento apresentado pelo eleitor, complementados com suas informações pessoais, de conformidade com as exigências do processamento de dados, destas instruções e das orientações específicas. No momento da formalização do pedido, o requerente manifestará sua preferência sobre local de votação, entre os estabelecidos para a zona eleitoral. Atribuído número de inscrição, o servidor, após assinar o formulário, destacará o protocolo de solicitação, numerado de idêntica forma, e o entregará ao requerente, caso a emissão do título não seja imediata. Pela legislação eleitoral brasileira e, segundo o art. 14, § 1º da Constituição Federal, o alistamento eleitoral e o voto são: I. Obrigatórios para os maiores de dezoito anos; ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 2 II. Facultativos para: a) Os analfabetos; b) Os maiores de 70 anos; c) Os maiores de 16 e menores de 18 anos. A proibição quanto ao alistamento eleitoral e o voto estende-se aos estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, aos conscritos, e também aos que estejam privados temporariamente ou definitivamente dos direitos políticos. CONSCRITOS são os eleitores ou não que estejam prestando o serviço militar obrigatório. O conscrito que já for eleitor terá sua inscrição eleitoral suspensa enquanto durar a prestação do serviço militar obrigatório, ficando durante esse período, impedido de votar. Em ano eleitoral, o menor que completar 16 (dezesseis) anos até o dia da eleição, poderá requerer sua inscrição eleitoral até o encerramento do prazo fixado pela Justiça Eleitoral para requerimento de alistamento ou transferência, que é o 151º (centésimo qüinquagésimo primeiro) dia anterior à eleição. Assim, é facultado o alistamento, no ano em que se realizarem eleições, do menor que completar 16 anos até a data do pleito, inclusive. Os pedidos de alistamento eleitoral e transferência serão suspensos pela Justiça Eleitoral 150 (cento e cinqüenta) dias antes da eleição, quando estará fechado o cadastro de eleitores. Só será possível requerer segunda via, por não provocar alteração no cadastro de eleitores. Sendo o alistamento eleitoral e o voto obrigatório para os maiores de 18 (dezoito) anos, o brasileiro que completar 19 (dezenove) anos até o dia anterior à realização da eleição deverá requerer seu alistamento eleitoral até a data de fechamento do cadastro eleitoral (151 dias antes da eleição), sob pena de incorrer na aplicação de multa. Se completar 19 (dezenove) anos a partir da eleição – ou seja, no primeiro domingo do mês de outubro do ano eleitoral – terá até a data do fechamento do cadastro relativa ao período eleitoral seguinte para fazê-lo (151 dias antes da eleição seguinte), sem sujeitar-se ao pagamento da multa. O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o naturalizado que não se alistar até um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira incorrerá em multa imposta pelo juiz eleitoral e cobrada no ato da inscrição. Os cegos alfabetizados pelo sistema Braille que reunirem as condições de alistamento podem preencher a fórmula impressa em Braille, assinando também em Braille o título eleitoral e a folha de votação. Todo esse procedimento deverá ser efetuado na presença de funcionários de estabelecimento especializado de amparo aos cegos, conhecedor do sistema Braille, que subscreverá declaração atestando a validade do documento, juntamente com o servidor da Justiça Eleitoral. O Juiz Eleitoral providenciará para que se proceda ao alistamento nas próprias sedes dos estabelecimentos de proteção aos cegos, marcando, previamente, dia e hora para tal fim, podendo se inscrever na zona eleitoral correspondente todos os cegos do município. Se no alistamento realizado pela forma prevista acima, o número de eleitores não alcançar o mínimo exigido, este se completará com a inclusão de outros ainda que não sejam cegos. O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço para se alistar ou requerer transferência eleitoral sem prejuízo do salário e por tempo não excedente a 02 (dois) dias, porém, deve comunicar o fato ao empregador com 48 (quarenta e oito) horas de antecedência. O alistamento eleitoral do analfabeto é facultativo. Se o analfabeto deixar de sê-lo, deverá requerer sua inscrição eleitoral, não ficando sujeito a multa. O alistamento eleitoral e a retirada do título de eleitor somente poderão ser realizados pelo próprio eleitor, sendo vedada a interferência de qualquer pessoa, ou mesmo procurador. Disponibilizada no Cartório Eleitoral a relação dos eleitores alistados, transferidos ou revisados, cancelados ou suspensos e de pedidos de segunda via, abrir-se-á prazo para impugnação do deferimento do alistamento, da transferência, da expedição de segunda via, de cancelamento ou da suspensão. ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 3 Do despacho que indeferir o requerimento de inscrição, caberá recurso interposto pelo alistando no prazo de 05 (cinco) dias e, do que o deferir, poderá recorrer qualquer delegado de partido político no prazo de 10 (dez) dias, contados da colocação da respectiva listagem à disposição dos partidos, o que deverá ocorrer nos dias 1º e 15 de cada mês, ou no primeiro dia útil seguinte,ainda que tenham sido exibidas ao alistando antes dessas datas e mesmo que os partidos não as consultem. O serviço eleitoral prefere a qualquer outro, é obrigatório e não interrompe o interstício de promoção dos funcionários para ele requisitados. TRANSFERÊNCIA É o ato através do qual o eleitor requer mudança de seu domicílio eleitoral. Assim, em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor requerer ao Juiz do novo domicílio sua transferência, juntando o título anterior. No pedido de transferência não há alteração no número da inscrição do eleitor, permanecendo o número original, devendo ser consignado no campo próprio a sigla da UF anterior. Ao requerer a transferência, o eleitor entregará ao servidor do cartório o título eleitoral e a prova de quitação com a Justiça Eleitoral. O eleitor não poderá requerer transferência se sua inscrição estiver envolvida em coincidência, suspensa, cancelada automaticamente pelo sistema quando envolver situação de perda e suspensão de direitos políticos, cancelada por perda dos direitos políticos e cancelada por decisão de autoridade judiciária. COINCIDÊNCIA - o agrupamento pelo batimento de duas ou mais inscrições ou registros que apresentem dados iguais ou semelhantes, segundo critérios previamente definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral. INSCRIÇÃO SUSPENSA - a inscrição que está indisponível, temporariamente (até que cesse o impedimento), em virtude de restrição de direitos políticos, para o exercício do voto e não poderá ser objeto de transferência, revisão e segunda via Será admitida transferência com reutilização do número de inscrição cancelada por falecimento, duplicidade/pluralidade, deixou de votar em três eleições consecutivas e revisão de eleitorado, desde que comprovada a inexistência de outra inscrição liberada, não liberada, regular ou suspensa para o eleitor. Existindo mais de uma inscrição cancelada para o eleitor no cadastro, nas condições acima previstas, deverá ser promovida, preferencialmente, a transferência daquela: I - que tenha sido utilizada para o exercício do voto no último pleito; II - que seja mais antiga. A transferência poderá ser requerida: a) De uma Zona Eleitoral para outra dentro do próprio Estado, porém de Municípios distintos; b) De um Estado para outro (entre UF’s); c) De qualquer Estado para o exterior (Consulado ou Embaixada). Requisitos para a transferência: Para que o eleitor possa requerer transferência de domicílio, alguns requisitos são necessários: I - recebimento do pedido no cartório eleitoral do novo domicílio no prazo estabelecido pela legislação vigente; II - transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência; ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 4 III - residência mínima de três meses no novo domicílio, declarada, sob as penas da lei, pelo próprio eleitor (Lei nº 6.996/82, art. 8º); IV - prova de quitação com a Justiça Eleitoral. O comprovante de residência a ser apresentado pelo eleitor (conta de luz, água, telefone, etc), datado até 03 (três) meses anteriores, poderá ser em nome de seus pais ou cônjuge. Se o requerente residir em casa alugada, o proprietário deverá fazer uma declaração. A quitação com a Justiça Eleitoral prova-se mediante a apresentação de um ou mais dos seguintes documentos: a) Comprovantes de votação; b) Justificativas eleitorais devidamente autenticadas pelos mesários; c) Certidão de quitação eleitoral fornecida pelo Cartório Eleitoral onde o eleitor for inscrito; (Resolução 20497 – Eleitor poderá requerer Certidão em Zona diversa da sua). d) Comprovante de pagamento de multa em razão do não exercício do voto. Não se exige nas transferências de Título Eleitoral de servidor público civil, militar, autárquico ou de membro de sua família, por motivo de remoção ou transferência, o transcurso de pelo menos 01 (um) ano do alistamento ou da última transferência, e a residência mínima de 03 (três) meses no novo domicílio. Quanto aos eleitores inscritos no exterior, não se exige no ato da transferência para o Brasil, o transcurso de 01 (um) ano do alistamento ou da última transferência. Do despacho que indeferir o requerimento de transferência, caberá recurso interposto pelo eleitor no prazo de cinco dias e, do que o deferir, poderá recorrer qualquer delegado de partido político no prazo de dez dias, contados da colocação da respectiva listagem à disposição dos partidos, o que deverá ocorrer nos dias 1º e 15 de cada mês, ou no primeiro dia útil seguinte, ainda que tenham sido exibidas ao requerente antes dessas datas e mesmo que os partidos não as consultem (Lei nº 6.996/82, art. 8º). REVISÃO A legislação anterior permitia a revisão apenas para a retificação de algum dado cadastral. A partir da Resolução nº 21.538/03 do Tribunal Superior Eleitoral, o eleitor, além de poder retificar seus dados cadastrais, também poderá requerer alteração de seu local de votação no mesmo município, ainda que ocorra mudança de zona Eleitoral ou ainda solicitar que sua inscrição cancelada tenha sua situação regularizada. SEGUNDA VIA É a operação requerida pelo eleitor por motivo de perda ou extravio, inutilização ou dilaceração do título eleitoral. No pedido de segunda via, nenhum dado do eleitor poderá ser modificado, inclusive o local de votação que deverá permanecer o mesmo. O eleitor poderá requerer segunda via do título eleitoral em qualquer época do ano em que não há eleições. Caso o pedido de segunda via seja feito em ano eleitoral, o eleitor poderá requerer até 10 (dez) dias antes da eleição. ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 5 Na solicitação de TRANSFERÊNCIA, REVISÃO e SEGUNDA VIA, o número da inscrição do eleitor permanecerá o mesmo. Os requerimentos de ALISTAMENTO, TRANSFERÊNCIA e REVISÃO, só poderão ser solicitados ao Cartório eleitoral, pessoalmente pelo alistando ou eleitor, até o 151º (centésimo, qüinquagésimo primeiro) dia anterior à eleição, que é o último dia em que o cadastro da Justiça Eleitoral estará aberto. REQUISITOS PARA O ALISTAMENTO ELEITORAL Para que o alistando tenha seu requerimento de alistamento eleitoral deferido pelo Juiz Eleitoral, é necessário o preenchimento dos seguintes requisitos: I. ser brasileiro nato ou naturalizado; II. possuir domicílio eleitoral na Zona Eleitoral onde está sendo feito o pedido; III. possuir idade mínima de 16 (dezesseis) anos; IV. Não ter requerido inscrição eleitoral em outro Cartório Eleitoral; V. Prova de quitação com o serviço militar obrigatório para os homens maiores de 18 (dezoito) anos. O pedido de alistamento eleitoral deverá ser instruído com um dos seguintes documentos: Carteira de identidade ou carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal, controladores do exercício profissional (OAB, CRM, CREA, etc); Certidão de Nascimento ou Casamento, extraída do Registro Civil; Certificado de Quitação do Serviço Militar, para maiores de 18 anos; Instrumento público do qual se infira, por direito, ter o requerente a idade mínima de 16 anos e do qual constem, também, os demais elementos necessários à sua qualificação; Documento do qual se infira a nacionalidade brasileira do requerente. As certidões de nascimento ou casamento, quando destinadas ao alistamento eleitoral, serão fornecidas gratuitamente, segundo a ordem dos pedidos apresentados em cartório pelos alistandos ou Delegados de partido. O alistando, ou o eleitor, que comprovar devidamente o seu estado de pobreza, ficará isento do pagamento de multa. PROCEDIMENTOS PARA O ALISTAMENTO ELEITORAL Para requerer o alistamentoeleitoral, o alistando deverá comparecer ao Cartório Eleitoral responsável pela sua Zona Eleitoral, ou ainda, se houver, a um Posto de alistamento, desde que seja no local do seu domicílio eleitoral, munido dos documentos já mencionados. No Cartório Eleitoral ou Posto de alistamento, o servidor da Justiça Eleitoral será o responsável pela digitação (preenchimento) do Requerimento do Alistamento Eleitoral (RAE) no sistema, considerando os dados constantes dos documentos apresentados pelo alistando no momento da formalização do pedido, completando com as informações pessoais fornecidas pelo mesmo, de acordo com as exigências do sistema. O servidor da Justiça Eleitoral deverá digitar e imprimir o RAE (Requerimento de Alistamento Eleitoral) do eleitor no sistema de processamento de dados, sempre, na presença do próprio requerente. Ao formalizar o pedido de alistamento ou transferência, o requerente deverá manifestar sua preferência sobre local de votação, dentre os locais existentes na Zona Eleitoral, que deverá ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 6 disponibilizar relação contendo todos os locais de votação da Zona eleitoral, com os respectivos endereços. O alistando ou eleitor deverá assinar o requerimento ou apor sua impressão digital do polegar direito na presença do servidor da Justiça Eleitoral, que deverá atestar, de imediato, o cumprimento da exigência. Após colher a assinatura ou impressão digital do polegar direito do alistando ou eleitor, o servidor da Justiça Eleitoral digitará no sistema os campos que lhe são reservados no formulário, para, em seguida, submeter o pedido para despacho do Juiz Eleitoral. Com o despacho de deferimento do Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE), o pedido será formalizado no sistema de processamento eletrônico de dados e o título eleitoral entregue ao requerente. Caso a emissão do título não seja imediata, tendo sido atribuído um número de inscrição, o servidor da Justiça Eleitoral após assinar o formulário de alistamento e o protocolo de solicitação, destacará e o entregará ao requerente para que possa receber o seu título eleitoral em data posterior. No período em que o cadastro de eleitores estiver fechado (150 dias antes da eleição), não serão recebidos pelos Cartórios Eleitorais, requerimentos de alistamento ou transferência. O processamento reabrir-se-á em cada zona logo que estejam concluídos os trabalhos de apuração em âmbito nacional. ALISTAMENTO PARA ELEITORES PORTADORES DE DEFICIÊNCIA A regra geral é de que o alistamento e o voto são obrigatórios para todas as pessoas portadoras de deficiências. Entretanto, a legislação eleitoral dispensa de sanção a pessoa portadora de deficiência que torne impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais (alistamento e voto). Na avaliação da impossibilidade e da onerosidade para o exercício das obrigações eleitorais, serão consideradas, também, a situação sócio- econômica do requerente e as condições de acesso ao local de votação ou alistamento desde a residência do mesmo. O que a legislação eleitoral exige, é que o cidadão (ou seu procurador ou representante legal) requeira ao Juiz Eleitoral do seu domicílio, mediante documentação comprobatória de sua deficiência, certidão de quitação eleitoral, com prazo de validade indeterminando, portanto, isentando de se alista e votar. O cartório eleitoral deverá comandar um código ASE no cadastro do eleitor, com vistas a registrar que a pessoa é portadora de deficiência. A certidão requerida pelo cidadão, não impede que o mesmo requeira seu alistamento a qualquer tempo, não estando o mesmo sujeito à penalidade de multa. RESTABELECIMENTO DE INSCRIÇÃO CANCELADA POR EQUÍVOCO Será admitido o restabelecimento de inscrição cancelada em virtude de comando equivocado dos códigos ASE. ATUALIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DO ELEITOR – ASE Para registro de informações no histórico de inscrição no cadastro, utilizar-se-á entrada de dados no sistema da Justiça Eleitoral, códigos para Atualização da Situação do Eleitor - ASE, cuja tabela de códigos será estabelecida pela Corregedoria-Geral. A atualização de registros será promovida diretamente no sistema de alistamento eleitoral. TÍTULO ELEITORAL ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 7 O número de inscrição será composto de até 12 (DOZE) algarismos, por Unidade da Federação (Estado), assim discriminados: a) os oito primeiros algarismos serão seqüenciados, desprezando-se, na emissão, os zeros à esquerda; b) os dois algarismos seguintes serão representativos da unidade da Federação de origem da inscrição; c) os dois últimos algarismos constituirão dígitos verificadores, determinados com base no módulo 11, sendo o primeiro calculado sobre o número seqüencial e o último sobre o código da unidade da Federação seguido do primeiro dígito verificador. O Título Eleitoral será confeccionado em papel marca d’água, tendo as dimensões de 9,5 x 6,0 cm e peso de 120 g/m², impresso nas cores preto e verde, em frente e verso, tendo como fundo as Armas da República e será contornado por serrilha. Nos Títulos Eleitorais, que serão emitidos obrigatoriamente por computador, deverão constar o nome do eleitor, a data de nascimento, a Unidade da Federação, o Município, a Zona e a Seção Eleitoral onde o eleitor vota, o número da inscrição eleitoral, a data de emissão, a assinatura do Juiz Eleitoral, a assinatura do eleitor ou a impressão digital do polegar direito e, quando for o caso, a expressão “segunda via”. O Título Eleitoral será entregue pessoalmente ao eleitor no Cartório Eleitoral do seu domicílio eleitoral, pelo servidor da Justiça Eleitoral, após a assinatura pelo Juiz Eleitoral. Antes de efetuar a entrega do título, comprovada a identidade do eleitor e a exatidão dos dados inseridos no documento, o servidor destacará o título eleitoral e colherá a assinatura ou a impressão digital do polegar do eleitor, se não souber assinar, no espaço próprio constante do canhoto. Nos pedidos de alistamento, transferência, revisão e segunda via, a data da emissão do Título será a de preenchimento do requerimento. O título de eleitor prova a quitação do eleitor para com a Justiça Eleitoral até a data de sua emissão. Os Tribunais Regionais poderão autorizar, na emissão on-line de títulos eleitorais e em situações excepcionais, a exemplo de revisão de eleitorado, recadastramento ou rezoneamento, o uso, mediante rígido controle, de impressão da assinatura (chancela) do presidente do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, em exercício na data da autorização, em substituição à assinatura do juiz eleitoral da zona, nos títulos eleitorais. Juntamente com o título eleitoral, será emitido Protocolo de Entrega do Título Eleitoral - PETE (canhoto), que conterá o número de inscrição, o nome do eleitor e de sua mãe e a data de nascimento, com espaços, no verso, destinados à assinatura do eleitor ou aposição da impressão digital de seu polegar, se não souber assinar, à assinatura do servidor do cartório responsável pela entrega e o número de sua inscrição eleitoral, bem como à data de recebimento. Assinado pelo Juiz Eleitoral, o Título será entregue, no Cartório ou no Posto de Alistamento, pessoalmente ao eleitor, vedada a interferência de pessoas estranhas à Justiça Eleitoral. O juiz eleitoral poderá determinar a incineração do título eleitoral, bem como do respectivo protocolo de entrega, não procurado pelo eleitor até a data da eleição posterior à emissão do documento. FISCALIZAÇÃO DO ALISTAMENTO ELEITORAL Aos partidos políticos, é assegurado o direito de fiscalizar o alistamento eleitoral. A fiscalização é realizada através de delegadosque serão indicados pelos partidos para atuar nos Tribunais Regionais Eleitorais e nas Zonas Eleitorais. Assim sendo, os partidos políticos, por seus delegados, poderão: ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 8 I. Acompanhar os pedidos de alistamento, transferência, revisão, segunda via e quaisquer outros, até mesmo a emissão e entrega de títulos eleitorais; II. Requerer a exclusão de qualquer eleitor inscrito ilegalmente e assumir a defesa do eleitor cuja exclusão esteja sendo promovida; III. Examinar, sem perturbação dos serviços e na presença dos servidores designados, os documentos relativos aos pedidos de IV. alistamento, transferência, segunda via, revisão do eleitorado, deles podendo requerer cópias, sem ônus para a Justiça Eleitoral. Qualquer irregularidade determinante de cancelamento de inscrição deverá ser comunicada por escrito ao juiz eleitoral Todos esses atos serão praticados sempre com a presença de servidor da Justiça Eleitoral. Os Partidos Políticos poderão manter até 02 (dois) delegados junto ao Tribunal Regional Eleitoral e até 03 (três) delegados em cada Zona Eleitoral, que trabalharão em revezamento, sendo vedada a atuação simultânea de mais de 01 (um) delegado de cada Partido, para evitar que os trabalhos do Cartório Eleitoral sejam perturbados. Os delegados indicados pelos partidos políticos serão credenciados na Zona Eleitoral pelo Juiz Eleitoral. Caso se identificada qualquer irregularidade que possa determinar o cancelamento da inscrição, deverá ser comunicada por escrito ao Juiz Eleitoral. Os delegados credenciados no Tribunal Regional Eleitoral, poderão, na circunscrição, representar o Partido perante qualquer Zona Eleitoral. Ao Ministério Público cabe também acompanhar e fiscalizar os pedidos de alistamento de eleitores e os pedidos de transferência de títulos, bem como os cancelamentos de inscrição. CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO ELEITORAL Existem alguns casos que podem ensejar o cancelamento da inscrição eleitoral, porém, mesmo estando cancelada, há hipóteses que podem determinar o seu restabelecimento. Assim, no que diz respeito às hipóteses de cancelamento eleitoral, podemos encontrar as seguintes situações: I. Deixar de votar por 03 (três) eleições consecutivas, não justificar ou não pagar a multa por não ter votado; II. Duplicidade/pluralidade de inscrição; III. Falecimento do eleitor; IV. Suspensão ou perda dos direitos políticos; V. Não comparecimento em revisão eleitoral. VI. Cancelamento da inscrição por decisão de autoridade judiciária eleitoral competente A ocorrência de qualquer das causas enumeradas acarretará a exclusão do eleitor, que poderá ser promovida ex officio, a requerimento de Delegado de partido ou de qualquer eleitor. ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 9 Os oficiais de Registro Civil, sob as penas do artigo 293, enviarão até o dia 15 (quinze) de cada mês, ao Juiz Eleitoral da zona em que oficiarem, comunicação dos óbitos de cidadãos alistáveis, ocorridos no mês anterior, para cancelamento das inscrições. No caso de exclusão, a defesa pode ser feita pelo interessado, por outro eleitor ou por Delegado de partido. Após o transcurso de 06 (seis) anos, contados do processamento do código FASE próprio, as inscrições canceladas serão excluídas do cadastro. ACESSO ÀS INFORMAÇÕES CONSTANTES DO CADASTRO As informações constantes do cadastro eleitoral serão acessíveis às instituições públicas e privadas e às pessoas físicas. Em resguardo da privacidade do cidadão, não se fornecerão informações de caráter personalizado constantes do cadastro eleitoral. Consideram-se, para os efeitos deste artigo, como informações personalizadas, relações de eleitores acompanhadas de dados pessoais (filiação, data de nascimento, profissão, estado civil, escolaridade, telefone e endereço). Excluem-se da proibição 1º os pedidos relativos a procedimento previsto na legislação eleitoral e os formulados: a) pelo eleitor sobre seus dados pessoais; b) por autoridade judicial e pelo Ministério Público, vinculada a utilização das informações obtidas, exclusivamente, às respectivas atividades funcionais; c) por entidades autorizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, desde que exista reciprocidade de interesses. Os Tribunais e juízes eleitorais poderão, no âmbito de suas jurisdições, autorizar o fornecimento a interessados, desde que sem ônus para a Justiça Eleitoral e disponíveis em meio magnético, dos dados de natureza estatística levantados com base no cadastro eleitoral, relativos ao eleitorado ou ao resultado de pleito eleitoral, salvo quando lhes for atribuído caráter reservado. Os juízes e os tribunais eleitorais não fornecerão dados do cadastro de eleitores não pertencentes a sua jurisdição. O uso dos dados de natureza estatística do eleitorado ou de pleito eleitoral obriga a quem os tenha adquirido a citar a fonte e a assumir responsabilidade pela manipulação inadequada ou extrapolada das informações obtidas. FOLHA DE VOTAÇÃO E DO COMPROVANTE DE COMPARECIMENTO À ELEIÇÃO A folha de votação, da qual constarão apenas os eleitores regulares ou liberados, e o comprovante de comparecimento serão emitidos por computador. A folha de votação, obrigatoriamente, deverá: a) identificar as eleições, a data de sua realização e o turno; b) conter dados individualizadores de cada eleitor, como garantia de sua identificação no ato de votar; c) ser emitida em ordem alfabética de nome de eleitor, encadernada e embalada por seção eleitoral. O comprovante de comparecimento (canhoto) conterá o nome completo do eleitor, o número de sua inscrição eleitoral e referência à data da eleição. CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 10 Os formulários utilizados pelos cartórios e tribunais eleitorais, em pleitos anteriores à data desta resolução e nos que lhe seguirem, deverão ser conservados em cartório, observado o seguinte: I - os Protocolos de Entrega do Título Eleitoral - PETE assinados pelo eleitor e os formulários (Formulário de Alistamento Eleitoral - FAE ou Requerimento de Alistamento Eleitoral - RAE) relativos a alistamento, transferência, revisão ou segunda via, por, no mínimo, 05 (cinco) anos; II - as folhas de votação, por 08 (oito) anos, descartando-se a mais antiga somente após retornar das seções eleitorais a mais recente; III - os Formulários de Atualização da Situação do Eleitor - FASE e os comprovantes de comparecimento à eleição (canhotos) que permanecerem junto à folha de votação poderão ser descartados depois de processados e armazenados em meio magnético; IV - os cadernos de revisão utilizados durante os serviços pertinentes, por quatro anos, contados do encerramento do período revisional; V - os boletins de urna, por 04 (quatro) anos, contados da data de realização do pleito correspondente; VI - as relações de eleitores agrupados, até o encerramento do prazo para atualização das decisões nas duplicidades e pluralidades; VII - os títulos eleitorais não procurados pelo eleitor, os respectivos protocolos de entrega e as justificativas eleitorais, até o pleito subseqüente ou, relativamente a estas, durante o período estabelecido nas instruções específicas para o respectivo pleito; VIII - as relações de filiados encaminhadas pelos partidos políticos, por 02 (dois) anos. CAPÍTULO 2 ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL INSTITUIÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL NO BRASIL A Justiça Eleitoral foi instituída no Brasil através de Decreto em 1932, quando também foi editado o Código Eleitoral. Somente em 1934 a Justiça Eleitoralfoi incluída na Constituição como órgão do Poder Judiciário, sendo-lhe atribuída a competência privativa para o processo das eleições federais, estaduais e municipais. A Constituição de 1937, com a instauração da ditadura conhecida como “Estado Novo”, extinguiu a Justiça Eleitoral. Com a redemocratização ocorrida em 1946, a Justiça Eleitoral foi novamente recriada na Constituição, sendo mantida até a atual entre os órgãos do Poder Judiciário. Assim, a Justiça Eleitoral é o órgão responsável pela organização, fiscalização e execução do processo eleitoral. Dentre as inúmeras atribuições da Justiça Eleitoral, podemos citar: o alistamento eleitoral, registro de candidatos, fiscalização da propaganda eleitoral, fixação da data das eleições, julgamento de crimes eleitorais, etc. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais. Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis. Os Juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, servirão obrigatoriamente por 2 (dois) anos, e nunca por mais de 2 (dois) biênios consecutivos. Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem o desconto de qualquer afastamento, nem mesmo o decorrente de licença, férias, ou licença especial. Os Juízes afastados por motivo de licença, férias e licença especial, de suas funções na Justiça comum, ficarão automaticamente afastados da Justiça Eleitoral pelo tempo correspondente, exceto ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 11 quando, com períodos de férias coletivas, coincidir a realização de eleição, apuração ou encerramento de alistamento. No caso de recondução para o segundo biênio, observar-se-ão as mesmas formalidades indispensáveis à primeira investidura. Os substitutos dos membros efetivos dos Tribunais Eleitorais serão escolhidos, na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. Um Juiz Eleitoral poderá, eventualmente, acumular outra zona eleitoral, quando a mesma estiver vaga, enquanto o Tribunal Regional Eleitoral nomeia outro Juiz COMPOSIÇÃO Nos termos do artigo 118 da Constituição Federal, a Justiça Eleitoral é composta dos seguintes órgãos: I. Tribunal Superior Eleitoral (TSE); II. Tribunais Regionais Eleitorais (TRE’s); III. Juízes Eleitorais; IV. Juntas Eleitorais. No Brasil não existe uma magistratura eleitoral exclusiva, própria, de carreira. Integram seus órgãos juízes de outros Tribunais, juristas da classe de advogados e pessoas sem formação jurídica, como no caso das Juntas Eleitorais. Cada órgão na sua respectiva área de atuação exercerá a tarefa de organizar, fiscalizar e executar o processo eleitoral. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL É o órgão máximo da Justiça Eleitoral, o qual traça as normas gerais a serem obedecidas na execução do processo eletivo. O Tribunal Superior Eleitoral tem sede na Capital da República e jurisdição em todo o território nacional. Segundo o art. 119 da Constituição Federal, o Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de 07(sete) membros, que são escolhidos: 1. Mediante eleição, pelo voto secreto: a) três Juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; b) dois Juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça; 2. Por nomeação do Presidente da República, dois Juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal. Para preenchimento das vagas de juristas, não poderão figurar nas listas: I. Nomes de magistrados aposentados nem componentes do Ministério Público ainda em atividade; II. A nomeação de juristas também não poderá recair em cidadão: que ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum; que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 12 com a administração pública; ou que exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal. Também não poderão fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidadãos que tenham entre si, parentesco, ainda que por afinidade, até o QUARTO grau (Art. 16, § 1º CE), excluindo-se, neste caso, o que tiver sido escolhido por último. O Tribunal Superior Eleitoral escolherá o seu Presidente e o seu Vice-Presidente dentre os 03 (três) Ministros do Supremo Tribunal Federal e o Corregedor Eleitoral dentre os 02 (dois) Ministros do Superior Tribunal de Justiça. No Tribunal Superior Eleitoral os seus membros são chamados de Ministros. Salvo motivo justificado, os Ministros do Tribunal Superior Eleitoral servirão por 02 (dois) anos, no mínimo, e nunca por mais de 02 (dois) biênios consecutivos, sendo os substitutos (suplentes) escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. A Constituição Federal em seu art. 119 ao estabelecer o número mínimo de 07 (sete) membros para compor o Tribunal Superior Eleitoral, abriu a possibilidade de aumento no número de Juízes. O Tribunal Superior Eleitoral delibera por maioria de votos, geralmente em sessão pública, com a presença da maioria de seus membros. Contudo, algumas matérias somente poderão ser apreciadas mediante a presença de todos os seus membros, tais como: Interpretação do Código Eleitoral em face da Constituição; Cassação de registro de partidos políticos; Quaisquer recursos que importem anulação geral de eleições ou perda de diplomas. As decisões do Tribunal Superior, assim na interpretação do Código Eleitoral em face da Constituição e cassação de registro de partidos políticos, como sobre quaisquer recursos que importem anulação geral de eleições ou perda de diplomas, só poderão ser tomadas com a presença de todos os seus membros. Se ocorrer impedimento de algum Juiz, será convocado o substituto ou o respectivo suplente. Perante o Tribunal Superior Eleitoral qualquer interessado poderá argüir a suspeição ou impedimento dos seus membros, do Procurador-Geral ou de funcionários de sua Secretaria, nos casos previstos na lei processual civil ou penal e por motivo de parcialidade partidária, mediante o processo previsto em regimento. São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem a Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança. COMPETÊNCIAS DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (Art. 22 do Código Eleitoral) I. processar e julgar originariamente: a) O registro e a cassação de registro de Partidos Políticos, dos seus Diretórios Nacionais e de candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República; b) Os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e Juízes Eleitorais de Estados diferentes; c) A suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador-Geral e aos funcionários da secretaria; d) Os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus próprios Juízes e pelos Juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais; e) O habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relativos a atos do Presidente da República, dos Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o habeas corpus quando houver perigo de se consumar a violência antes que o Juiz competente possa prover sobre a impetração; ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 13 A locução "ou mandado de segurança" foi declarada inconstitucional pelo STF no Mandado de Segurança nº 20.409/DF,de 31.8.83, no que se refere aos atos de natureza eleitoral do Presidente da República, em face da competência originária do Supremo Tribunal Federal. A referida locução teve ainda sua execução suspensa pela Resolução nº 132/84 do Senado Federal. Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador- Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à sua contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos; * Ver art. 35 da Lei nº 9.096/95 (LPP). Art. 35. O Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais Eleitorais, à vista de denúncia fundamentada de filiado ou Delegado de partido, de representação do Procurador-Geral ou Regional ou de iniciativa do Corregedor, determinarão o exame da escrituração do partido e a apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, aquele ou seus filiados estejam sujeitos, podendo, inclusive, determinar a quebra de sigilo bancário das contas dos partidos para o esclarecimento ou apuração de fatos vinculados à denúncia. g) As impugnações à apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos e expedição de diplomas na eleição de Presidente e Vice-Presidente da República; h) Os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos Tribunais Regionais dentro de trinta dias da conclusão do Relator, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou parte legitimamente interessada; i) As reclamações contra os seus próprios Juízes que, no prazo de trinta dias a contar da conclusão, não houverem julgado os feitos a eles distribuídos; j) A ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro do prazo de cento e vinte dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado. * O STF, através da ADI nº 1.459-5, de 17.3.1999, considerou inconstitucionais as expressões "possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado", contidas nessa alínea, pois implicariam suspensão, ao menos temporária, da eficácia da coisa julgada sobre inelegibilidade, em afronta ao inciso XXXVI do art. 5º da Constituição Federal/88. ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 14 COMPETÊNCIA PRIVATIVA DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (Art. 23 do Código Eleitoral) a) Organizar a sua Secretaria e a Corregedoria-Geral, propondo ao congresso Nacional a criação ou extinção dos cargos administrativos e a fixação dos respectivos vencimentos, provendo-os na forma da lei; b) Conceder aos seus membros licença e férias, assim como afastamento do exercício dos cargos efetivos; c) Aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos Juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais; d) Aprovar a divisão dos Estados em Zonas Eleitorais ou a criação de novas Zonas; e) Fixar as datas para as eleições de presidente e vice-presidente da República, Senadores e Deputados Federais, quando não o tiverem sido por lei; * Ver art. 77, caput da CF/88. Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. f) Responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de Partido Político; g) Expedir as instruções que julgar convenientes à execução do Código Eleitoral; h) Fixar a diária do Corregedor-Geral, dos Corregedores Regionais e auxiliares em diligência fora da sede; i) Organizar e divulgar a súmula de sua jurisprudência; j) Elaborar o seu regimento interno; k) Propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos Juízes de qualquer Tribunal Eleitoral, indicando a forma desse aumento; * Ver art. 96, II, “a”, da CF/88. Art. 96. Compete privativamente: II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169: a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores; l) Enviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada pelos Tribunais de Justiça; m) Autorizar a contagem de votos pelas Mesas Receptoras nos Estados em que essa providência for solicitada pelo Tribunal Regional respectivo. Art. 82. § 3º O Tribunal Regional Eleitoral poderá autorizar a contagem de votos pelas mesas receptoras nos locais de difícil acesso, designando os mesários como escrutinadores da junta eleitoral, PROCURADOR-GERAL DA JUSTIÇA ELEITORAL ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 15 Compete ao Ministério Público Federal exercer, no que couber, junto à Justiça Eleitoral, as funções do Ministério Público, atuando em todas as fases e instâncias do processo eleitoral. Exercerá as funções de Procurador-Geral, junto ao Tribunal Superior Eleitoral, o Procurador- Geral da República, funcionando, em suas faltas e impedimentos, seu substituto legal. O Procurador Regional Eleitoral poderá ser reconduzido uma vez. Dispõe a Lei Complementar nº 75/93: Art. 73. O Procurador-Geral Eleitoral é o Procurador-Geral da República. Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral designará, dentre os Subprocuradores- Gerais da República, o Vice-Procurador-Geral Eleitoral, que o substituirá em seus impedimentos e exercerá o cargo em caso de vacância, até o provimento definitivo. O Procurador-Geral poderá designar outros membros do Ministério Público da União, com exercício no Distrito Federal, e sem prejuízo das respectivas funções, para auxiliá-lo junto ao Tribunal Superior Eleitoral, onde não poderão ter assento. Compete ao Procurador-Geral, como Chefe do Ministério Público Eleitoral: I - assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte nas discussões; II - exercer a ação pública e promovê-la até final, em todos os feitos de competência originária do Tribunal; III - oficiar em todos os recursos encaminhados ao Tribunal; IV - manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os assuntos submetidos à deliberação do Tribunal, quando solicitada sua audiência por qualquer dos Juízes, ou por iniciativa sua, se entender necessário; V - defender a jurisdição do Tribunal; VI - representar ao Tribunal sobre a fiel observância das leis eleitorais, especialmente quanto à sua aplicação uniforme em todo o País; VII - requisitar diligências, certidões e esclarecimentos necessários ao desempenho de suas atribuições; VIII - expedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto aos Tribunais Regionais; IX - acompanhar, quando solicitado, o Corregedor-Geral, pessoalmente ou por intermédio de Procurador que designe, nas diligências a serem realizadas. Incumbe ao Procurador-Geral Eleitoral: I - designar o Procurador Regional Eleitoral em cada Estado e no Distrito Federal; II - acompanhar os procedimentos do Corregedor-Geral Eleitoral; III - dirimir conflitos de atribuições; IV - requisitar servidores da União e de suas autarquias, quando o exigir a necessidade do serviço, sem prejuízo dos direitos e vantagens inerentes ao exercíciode seus cargos ou empregos. O Procurador Regional Eleitoral, juntamente com o seu substituto, será designado pelo Procurador-Geral Eleitoral, dentre os Procuradores Regionais da República no Estado e no Distrito Federal, ou, onde não houver, dentre os Procuradores da República vitalícios, para um mandato de dois anos. Compete ao Procurador Regional Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas de competência do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, além de dirigir, no Estado, as atividades do setor. As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante os Juízes e Juntas Eleitorais serão exercidas pelo Promotor Eleitoral. O Promotor Eleitoral será o membro do Ministério Público local que oficie junto ao Juízo incumbido do serviço eleitoral de cada Zona. ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 16 TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS Segundo estabelece o art. 120 da Constituição Federal, haverá 01 (um) Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. Os Tribunais Regionais Eleitorais se encarregam da organização, fiscalização e execução do processo eleitoral nas áreas sob sua jurisdição. Os Tribunais Regionais Eleitorais têm jurisdição nos respectivos Estados e no Distrito Federal. Os Tribunais Regionais Eleitorais compõem-se: 1. mediante eleição, pelo voto secreto: a) de dois Juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; b) de dois Juízes, dentre os Juízes de Direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça. 2. de um Juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de Juiz Federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo. 3. por nomeação, pelo Presidente da República, de dois Juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. Portanto, a composição dos Tribunais Regionais Eleitorais é híbrida, comportando Juízes de outros Tribunais e também juristas da classe de advogados. Quando da nomeação dos Juízes Eleitorais titulares, também serão escolhidos na mesma ocasião e em número igual, os seus substitutos, seguindo os mesmos critérios. O Tribunal de Justiça que é o responsável pela elaboração da lista tríplice, deverá encaminhá- la ao Tribunal Superior Eleitoral. Quando o Tribunal Superior Eleitoral receber a lista tríplice, deverá divulgá-la através de edital, no prazo de 05 (cinco) dias, para que os partidos políticos possam impugná-la com fundamento de incompatibilidade. Se a impugnação for julgada procedente quanto a qualquer dos indicados, a lista será devolvida ao Tribunal de origem para complementação. Não havendo impugnação, ou desprezada esta, o Tribunal Superior encaminhará a lista ao Poder Executivo para nomeação. Quando forem escolhidos os 02 (dois) Desembargadores para os Tribunais Regionais Eleitorais, também serão indicados os 02 (dois) suplentes de Desembargadores. Para preenchimento das vagas de juristas, não poderão figurar nas listas: Nomes de magistrados aposentados nem componentes do Ministério Público ainda em atividade; A nomeação dos juristas não poderá recair em cidadão: que ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum; que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública; ou que exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal. Também não poderão fazer parte do Tribunal Regional Eleitoral cidadãos que tenham, entre si, parentesco, ainda que por afinidade, até o SEGUNDO GRAU (Art. 25, § 6º do CE), seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se, neste caso, o que tiver sido escolhido por último. O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os desembargadores. ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 17 A escolha do Corregedor Regional Eleitoral ocorrerá na forma como dispuser o Regimento Interno de cada Tribuna Regional Eleitoral. Salvo motivo justificado, os Juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais servirão por 02 (dois) anos, no mínimo, e nunca por mais de 02 (dois) biênios consecutivos, sendo os substitutos (suplentes) escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem o desconto de qualquer afastamento, nem mesmo o decorrente de licença, férias, ou licença especial, salvo no caso do § 3º da Lei nº 4.737/65 (Código Eleitoral). § 3º Da homologação da respectiva convenção partidária, até a apuração final da eleição, não poderão servir como Juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como Juiz Eleitoral, o cônjuge, parente consangüíneo legítimo ou ilegítimo, ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição. No caso de recondução para o segundo biênio, observar-se-ão as mesmas formalidades indispensáveis à primeira investidura. Os substitutos dos membros efetivos dos Tribunais Eleitorais serão escolhidos, na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. A Constituição Federal em seu art. 120 estabelece o número de membros que irão compor os Tribunais Regionais Eleitorais, sem admitir a possibilidade de aumento, porém, o art. 96, inciso II, alínea “a” do mesmo diploma legal, prevê a possibilidade do Tribunal Superior Eleitoral propor ao Legislativo a alteração do número de membros dos tribunais inferiores. No Tribunal Regional Eleitoral, temos também o Procurador Regional Eleitoral, que será exercido pelo Procurador Regional da República. Os Tribunais Regionais Eleitorais deliberam por maioria de votos, geralmente em sessão pública, com a presença da maioria de seus membros. No caso de impedimento e não existindo quorum será o membro do Tribunal substituído por outro da mesma categoria, designado na forma prevista na Constituição. Das decisões dos TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS somente caberá recurso quando: I - forem proferidas CONTRA DISPOSIÇÃO EXPRESSA DA CONSTITUIÇÃO ou DE LEI; II - ocorrer DIVERGÊNCIA NA INTERPRETAÇÃO DE LEI entre dois ou mais tribunais eleitorais; III - versarem sobre INELEGIBILIDADE OU EXPEDIÇÃO DE DIPLOMAS nas eleições federais ou estaduais; IV - ANULAREM DIPLOMAS ou decretarem a PERDA DE MANDATOS ELETIVOS FEDERAIS OU ESTADUAIS; ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 18 V - DENEGAREM "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou mandado de injunção. COMPETÊNCIAS DOS TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS (Art. 29 do Código Eleitoral) I. processar e julgar originariamente: a) o registro e o cancelamento do registro dos Diretórios Estaduais e Municipais de Partidos Políticos, bem como de candidatos a Governador, Vice-Governador e membro do Congresso Nacional e das assembléias Legislativas; b) suspeição ou impedimentos aos seus membros, ao Procurador Regional e aos funcionários de sua secretaria, assim como aos Juízes e Escrivães Eleitorais; c) os conflitos de jurisdição entre Juízes Eleitorais do respectivo Estado; d) os crimes eleitorais cometidos pelos Juízes Eleitorais; * Ver art. 96, III, da CF/88. Art. 96. Compete privativamente: III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. e) o habeas corpus ou mandado de segurança em matéria eleitoralcontra ato de autoridades que respondam perante os Tribunais de Justiça por crime de responsabilidade e, em grau de recurso, os denegados ou concedidos pelos Juízes Eleitorais; ou, ainda, o habeas corpus quando houver perigo de se consumar a violência antes que o Juiz competente possa prover sobre a impetração; f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à sua contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos; g) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos pelos Juízes Eleitorais em trinta dias da sua conclusão para julgamento, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou parte legitimamente interessada, sem prejuízo das sanções decorrentes do excesso de prazo. II. julgar os recursos interpostos: a) dos atos e das decisões proferidas pelos Juízes e Juntas Eleitorais; b) das decisões dos Juízes Eleitorais que concederem ou denegarem habeas corpus ou mandado de segurança. III. Compete privativamente aos Tribunais Regionais Eleitorais: a) Elaborar o seu regimento interno; b) Organizar sua secretaria e a Corregedoria Regional, provendo-lhes os cargos na forma da lei, e propor ao congresso Nacional, por intermédio do Tribunal Superior, ma criação ou supressão de cargos e a fixação dos respectivos vencimentos; c) Conceder aos seus membros e aos Juízes Eleitorais licença e férias, assim como afastamento do exercício dos cargos efetivos, submetendo, quanto àqueles, a decisão à aprovação do Tribunal Superior Eleitoral; ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 19 d) Constituir as Juntas Eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição; e) Indicar ao Tribunal Superior Eleitoral as Zonas Eleitorais ou Seções em que a contagem dos votos deva ser feita pela Mesa Receptora; f) Apurar, com os resultados parciais enviados pelas Juntas Eleitorais, os resultados finais das eleições de Governador e Vice-Governador, de membros do Congresso Nacional e expedir os respectivos diplomas, remetendo dentro do prazo de 10 (dez) dias após a diplomação, ao Tribunal Superior, cópia das atas de seus trabalhos; g) Responder sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político; h) Dividir a respectiva circunscrição em Zonas Eleitorais, submetendo esta divisão, assim como a criação de novas Zonas, à aprovação do Tribunal Superior; i) Requisitar a força necessária ao cumprimento de suas decisões e solicitar ao Tribunal Superior Eleitoral a requisição de força federal; j) Aplicar as penas disciplinares de advertência e de suspensão, até 30 (trinta) dias, aos Juízes Eleitorais; k) Fixar a data das eleições de Governador e Vice-Governador, Deputados Estaduais, Prefeitos, Vice-Prefeitos, Vereadores e Juízes de Paz, quando não determinada por disposições constitucional ou legal; l) Cumprir e fazer cumprir as decisões e instruções do Tribunal Superior Eleitoral; JUÍZES ELEITORAIS Os Juízes eleitorais são titulares de Zonas Eleitorais, funcionando como órgão judiciário singular em primeira instância. A jurisdição de cada uma das Zonas Eleitorais cabe a um Juiz de Direito em efetivo exercício e, na falta deste, ao seu substituto legal que goze das prerrogativas da magistratura. A jurisdição em cada uma das Zonas Eleitorais em que houver mais de uma vara será exercida, pelo período de 02 (dois) anos, por um Juiz de Direito da respectiva Comarca, em efetivo exercício. O Juiz de Direito substituto pode exercer as funções de Juiz Eleitoral, mesmo antes de adquirir a vitaliciedade. Quando na Comarca houver um só Juiz de Direito, este exercerá as funções de Juiz Eleitoral cumulativamente com as suas funções na Justiça Comum. Na Comarca onde houver mais de uma Vara, o Tribunal Regional Eleitoral designará qual o Juiz que exercerá as funções de Juiz eleitoral. Na designação, será observada a antigüidade, apurada entre os Juízes que não hajam exercido a titularidade de Zona Eleitoral, salvo impossibilidade. O Tribunal poderá, excepcionalmente, pelo voto de 05 (cinco) dos seus membros, afastar o critério de indicação por antigüidade por conveniência objetiva do serviço eleitoral e no interesse da administração judiciária. Nesse Caso, o critério para a escolha será o merecimento de magistrado, aferido pela operosidade e eficiência no exercício das jurisdições eleitoral e comum, segundo dados colhidos pelos Tribunais Regionais Eleitorais e pelos Tribunais de Justiça dos respectivos Estados. Atualmente, a Justiça Eleitoral utiliza o sistema de rodízio entre os Juízes, seguindo orientações constantes da Resolução do Tribunal Superior Eleitoral sobre a matéria. Nas faltas, férias ou impedimentos do titular, a jurisdição eleitoral será exercida pelo substituto. Vago o cargo de Juiz Eleitoral, em decorrência de promoção, abre-se inscrição para a escolha de magistrado, que iniciará novo biênio. Os Juízes Eleitorais somente têm jurisdição nas Zonas Eleitorais a qual presidem. ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 20 A Justiça Eleitoral não possui quadro próprio de juízes, por esse motivo, os magistrados da Justiça Comum exercem, cumulativamente, as funções de Juiz Eleitoral. Os Juízes despacharão todos os dias na sede da sua Zona Eleitoral. Não poderá servir como Juiz Eleitoral o cônjuge, parente consangüíneo ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição, durante o período entre o registro de candidaturas até apuração final da eleição. COMPETÊNCIAS DOS JUÍZES ELEITORAIS (Art. 35 do Código Eleitoral) São competências dos Juízes Eleitorais, dentre outras: a) Cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do Tribunal Superior e do Regional; b) Processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada a competência originária do Tribunal Superior e dos Tribunais Regionais; c) Decidir habeas corpus e mandado de segurança em matéria eleitoral, desde que essa competência não esteja atribuída privativamente à instância superior; d) Fazer as diligências que julgar necessárias à ordem e presteza do serviço eleitoral; e) Tomar conhecimento das reclamações que lhe forem feitas verbalmente ou por escrito, reduzindo-as a termo, e determinando as providências que cada caso exigir; f) Dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão de eleitores; g) Expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor; h) Dividir a Zona em Seções Eleitorais; i) Mandar organizar, em ordem alfabética, relação dos eleitores de cada Seção, para remessa à Mesa Receptora, juntamente com a pasta das folhas individuais de votação; j) Ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos cargos eletivos Municipais e comunicá-los ao Tribunal Regional; k) Designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições, os locais das seções; l) Nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência pública anunciada com pelo menos 05 (cinco) dias de antecedência, os membros das Mesas Receptoras; m) Instruir os membros das Mesas Receptoras sobre as suas funções; n) Providenciar para a solução das ocorrências que se verificarem nas Mesas Receptoras o) Tomar todas as providências ao seu alcance para evitar os atos viciosos das eleições; p) Comunicar, até as 12 horas do dia seguinte à realização da eleição, ao Tribunal Regional e aos Delegados de partidos credenciados, o número de eleitores que votarem em cada uma das Seções da zona sob sua jurisdição, bem como o total de votantes da Zona; q) Fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos não alistados, por dispensados do alistamento, um certificadoque os isente das sanções legais. JUNTAS ELEITORAIS As Juntas Eleitorais são órgãos deliberativos da Justiça Eleitoral. Em cada zona eleitoral haverá pelo menos uma Junta Eleitoral composta de um Juiz de Direito, que será o seu Presidente e de 02 (dois) ou 04 (quatro) membros titulares , de notória idoneidade, convocados e nomeados pelo Tribunal Regional Eleitoral, por edital, que não precisam ter formação jurídica. ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 21 Compete ao Tribunal Regional Eleitoral aprovar os nomes dos membros das Juntas Eleitorais, cabendo ao seu Presidente nomeá-los até 60 (sessenta) dias antes da eleição. Até 10 (dez) dias antes da nomeação, os nomes das pessoas indicadas para compor as juntas eleitorais serão publicados no Órgão Oficial, podendo qualquer partido político ou coligação, no prazo de 3 (três) dias, em petição fundamentada, impugnar as indicações. Os suplentes serão indicados e nomeados seguindo os mesmos critérios e na mesma oportunidade dos titulares. O Tribunal Regional Eleitoral é o órgão da Justiça Eleitoral competente para conhecer e julgar as impugnações feitas aos nomes dos membros das Juntas Eleitorais. Não podem ser nomeados para membros das Juntas, escrutinadores ou auxiliares: os candidatos, seus cônjuges e parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau; os membros de Diretórios de Partidos Políticos devidamente registrados e cujos nomes tenham sido oficialmente publicados; as autoridades e agentes policiais, assim como os funcionários que exerçam cargos de confiança no Executivo; pessoas que pertençam ao serviço eleitoral os fiscais e delegados de partidos políticos ou coligações; os menores de 18 (dezoito) anos. Também é vedada a participação de parentes em QUALQUER GRAU ou de servidores da mesma repartição pública ou empresa privada NA MESMA MESA, Turma ou Junta Eleitoral. Igualmente não podem ser nomeados para compor as Juntas Eleitorais, os membros do Ministério Público. Se necessário, poderão ser organizadas tantas Juntas Eleitorais quanto permitir o número de Juízes de Direito que gozem das garantias constitucionais, mesmo que não sejam Juízes Eleitorais. Nas zonas eleitorais em que for organizada mais de uma junta, ou quando estiver vago o cargo de juiz eleitoral ou estiver este impedido, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, com a aprovação deste, designará juízes de direito da mesma ou de outras comarcas para presidirem as juntas. O Presidente da Junta Eleitoral poderá nomear, dentre cidadãos de notória idoneidade, escrutinadores e auxiliares em número suficiente para atender ao bom andamento dos trabalhos. A nomeação de escrutinadores e auxiliares será obrigatória sempre que houver mais de 10 (dez) urnas a apurar. Ao presidente da junta eleitoral será facultado desdobrá-la em turmas. Na hipótese do desdobramento da Junta em Turmas, o respectivo Presidente nomeará 01 (um) escrutinador para servir como secretário em cada Turma. Além dos secretários das turmas, será designado pelo presidente da junta eleitoral um escrutinador para SECRETÁRIO-GERAL, competindo-lhe: a) lavrar as atas; b) tomar por termo ou protocolar os recursos, neles funcionando como escrivão; O Presidente da Junta Eleitoral deverá comunicar ao Presidente do Tribunal Regional Eleitoral, até 30 (trinta) dias antes da eleição, as nomeações que houver feito, e divulgar a composição do órgão por edital publicado ou afixado no Cartório Eleitoral, podendo qualquer partido político oferecer impugnação motivada no prazo de 03 (três) dias ao Juiz Eleitoral, devendo a decisão ser proferida em 48 (quarenta e oito) horas. Nos Municípios onde houver mais de uma Junta Eleitoral, a expedição dos diplomas será feita pela que for presidida pelo Juiz Eleitoral mais antigo, à qual as demais enviarão os documentos da eleição. ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 22 COMPETÊNCIAS DAS JUNTAS ELEITORAIS (Art. 40 do Código Eleitoral) Compete à junta eleitoral (Código Eleitoral, art. 40, I a IV): I - apurar a votação realizada nas seções eleitorais sob sua jurisdição, no prazo determinado; II - resolver as dúvidas não decididas e os recursos interpostos sobre a votação; III - resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos da apuração; IV - expedir os boletins de urna na impossibilidade de sua emissão normal nas seções eleitorais, com emprego dos sistemas de votação, de recuperação de dados ou de apuração; V - totalizar os votos, verificar o total de votos apurados, inclusive os em branco e os nulos; VI - quando couber, determinar os quocientes eleitoral e partidário, bem como a distribuição das sobras, desempate de candidatos e de médias, e proclamar o resultado das eleições, no âmbito da sua circunscrição; VII - expedir diploma aos eleitos, quando couber. CAPÍTULO 3 GARANTIAS ELEITORAIS ASPECTOS GERAIS As garantias eleitorais são instrumentos que asseguram ao cidadão o direito de exercício do voto. O Código Eleitoral trata das garantias eleitorais nos artigos 234 a 239 e a Resolução 20.997/02 do Tribunal Superior Eleitoral, regulamenta o assunto nos artigos 75 a 77. As garantias eleitorais têm a finalidade de assegurar aos eleitores o direito de comparecer à sua seção eleitoral no dia da eleição, para escolher de forma livre e espontânea os seus representantes através do voto, direito este que se encontra inserido no rol dos direitos políticos regulamentado pela Constituição Federal, onde se destaca o direito de sufrágio como sendo o seu núcleo. Sendo o sufrágio universal uma das espécies de direitos políticos, ninguém poderá impedir ou embaraçar o seu exercício, sob pena de infringir o art. 297 do Código Eleitoral, que pune como crime eleitoral, quem impeça ou embarace o exercício do sufrágio. Durante o período eleitoral, o eleitor tem a garantia de que não será preso ou detido, exceto em algumas situações. Assim sendo, o eleitor não poderá ser preso ou detido por nenhuma autoridade nos 05 (cinco) dias anteriores à eleição e até 48 (quarenta e oito) horas após o seu encerramento. O Código Eleitoral em seu artigo 236, caput, estabelece em que situações o eleitor poderá ser preso ou detido durante o período eleitoral: I. flagrante delito; II. sentença criminal condenatória por crime inafiançável; III. desrespeito a salvo-conduto Os membros das Mesas Receptoras de Votos e os fiscais de Partidos Políticos, enquanto estiverem exercendo suas funções na seção eleitoral, não poderão ser presos ou detidos, exceto no caso de flagrante delito. Os candidatos também gozarão das mesmas garantias legais, não podendo ser detidos ou presos durante os 15 (quinze) dias que antecedem a eleição. ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 23 Durante o período proibitivo, caso ocorra alguma prisão ou detenção, o preso deverá ser conduzido à presença do Juiz competente, que irá analisar se a prisão ou detenção foi efetuada de forma ilegal, devendo relaxá-la se ficar constatado que houve irregularidade, promovendo a responsabilidade do coator, ou seja, daquele que realizou a prisão ou detenção ilegal. O Juiz Eleitoral ou o Presidente da Mesa Receptora poderá expedir salvo-conduto com a cominação de prisão por desobediência até 05 (cinco) dias, em favor do eleitor que sofrer violência, moral ou física, na sua liberdade de votar, ou pelo fato de haver votado. SALVO-CONDUTO se origina do latim SALVUS (salvo) CONDUCTUS (conduzido), ou seja, significa pessoa conduzida a salvo. Impede que o eleitor seja preso ou sofra ameaça de ser preso. O salvo-condutorecebido pelo eleitor terá validade entre 72 (setenta e duas) horas antes até 48 (quarenta e oito) horas após o pleito. LIBERDADE DE ESCOLHA Num Estado democrático como o nosso, onde todo o poder emana do povo, o sufrágio universal inserido nos direitos políticos do cidadão, evidencia-se como o poder de escolha, sendo exercido pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos. O sufrágio é o direito atribuído ao cidadão como o direito de escolher o seu candidato e o seu exercício se realiza por meio do voto direto e secreto. Assim, quando o art. 1º, parágrafo único da Constituição Federal estabelece que “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”, quis dizer que o povo é detentor do poder de escolher livremente os seus representantes por meio do voto, participando ativamente da vida política do país. A livre manifestação de vontade do povo está consubstanciada no art. 14 da Constituição Federal, quando afirma que a manifestação livre da vontade do povo será exercida pelo “sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos”. SIGILO DO VOTO A Resolução 20.997/02 do Tribunal Superior Eleitoral trata em seu artigo 63, do sigilo do voto, especificando as situações em que podem ocorrer e as providências que devem ser tomadas para que o sigilo seja resguardado. Assim, temos as seguintes hipóteses de sigilo do voto: A integridade e o sigilo do voto são assegurados mediante o disposto no art. 103, incisos I a IV do Código Eleitoral, devendo ser adotadas, também, as seguintes providências: I – uso de urna eletrônica e, se for o caso, de cédulas específicas para esse fim; II – uso de sistemas de informática exclusivos da Justiça Eleitoral, programados para o registro digital de cada voto; III – conferência dos dados da urna e da assinatura digital dos programas. Art. 103. O sigilo do voto é assegurado mediante as seguintes providências: I - uso de cédulas oficiais em todas as eleições, de acordo com modelo aprovado pelo Tribunal Superior; II - isolamento do eleitor em cabine indevassável para o só efeito de assinalar na cédula o candidato de sua escolha e, em seguida, fechá-la; III - verificação da autenticidade da cédula oficial à vista das rubricas; IV - emprego de urna que assegure a inviolabilidade do sufrágio e seja suficientemente ampla para que não se acumulem as cédulas na ordem em que forem introduzidas. Em primeiro lugar temos o uso da urna eletrônica, que é um equipamento eletrônico utilizado pela Justiça Eleitoral na votação, funcionando na rede elétrica, não estando conectada a nenhum computador. ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 24 A urna eletrônica, após ser preparada para votação, estará apta para receber os votos dos eleitores, cuja identificação do eleitor se dará apenas pela digitação do número da inscrição no microterminal, ficando o voto do eleitor apenas do seu conhecimento. No caso da votação ocorrer por meio de cédulas, o eleitor após registrar o seu voto na cédula na cabina indevassável, depositará seu voto na urna de lona, sem que ninguém tome conhecimento do mesmo. Os sistemas de informática utilizados pela Justiça Eleitoral durante o processo eleitoral desenvolvidos pelo Tribunal Superior Eleitoral ou empresa contratada para tal finalidade, são de exclusividade da Justiça Eleitoral, devendo ser instalados apenas nos equipamentos. É nula a votação quando preterida formalidade essencial da integridade e do sigilo do sufrágio (Código Eleitoral, art. 220, IV). LIMITES À PRESENÇA DA FORÇA PÚBLICA É proibida, durante o ato eleitoral, a presença de força pública no edifício em que funciona mesa receptora de votos ou nas imediações dele. A força armada deverá permanecer a 100 (cem) metros da seção eleitoral e não poderá aproximar-se do lugar de votação, ou nele penetrar, sem ordem do presidente da mesa. CAPÍTULO 4 PRESTAÇÃO DE CONTAS DAS CAMPANHAS ELEITORAIS COMITÊ FINANCEIRO O partido político deve constituir comitês financeiros para cada uma das eleições em que apresente candidato próprio, podendo ser constituído comitê único para tratar de todas as candidaturas de uma mesma circunscrição. As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos partidos, ou de seus candidatos, e financiadas na forma estabelecida na Lei nº 9.504/97. Até 10 (dez) dias úteis após a escolha de seus candidatos em convenção, o partido constituirá comitês financeiros, com a finalidade de arrecadar recursos e aplicá-los nas campanhas eleitorais. Os comitês financeiros serão registrados, até 5 (cinco) dias após sua constituição, nos órgãos da Justiça Eleitoral aos quais compete fazer o registro dos candidatos. Na eleição presidencial é obrigatória a criação de comitê nacional e facultativa a de comitês nos Estados e no Distrito Federal. Os comitês devem ser constituídos por tantos membros quantos forem indicados pelo partido político, sendo obrigatória a designação de, no mínimo, um presidente e um tesoureiro. A falta de registro do comitê financeiro implicará a rejeição das contas dos candidatos a ele vinculados. O partido político coligado, na eleição majoritária, estará dispensado de constituir comitê financeiro, desde que não apresente candidato próprio. O comitê financeiro deverá encaminhar ao juízo eleitoral, no prazo de até 5 (cinco) dias após a sua constituição, os formulários devidamente assinados pelos membros indicados e acompanhados da respectiva mídia. Após autuação e análise dos documentos, o juiz eleitoral determinará, se for o caso, o cumprimento de diligências, assinalando prazo não superior a 72 (setenta e duas) horas, sob pena de indeferimento de pedido do registro do comitê financeiro. ADVOGADO DR. UBIRAJARA GOMES TEL.: 81-98155-4018 - E-MAIL:UAGP2011@GMAIL.COM 25 O comitê financeiro tem por finalidade: arrecadar e aplicar recursos de campanha; disponibilizar aos candidatos os recibos eleitorais; orientar os candidatos sobre os procedimentos de arrecadação e de aplicação de recursos e sobre as respectivas prestações de contas; encaminhar à Justiça Eleitoral, obrigatoriamente, a sua prestação de contas e as prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias; encaminhar à Justiça Eleitoral as prestações de contas recebidas dos candidatos às eleições proporcionais que optaram por entregá-las por intermédio do comitê financeiro. Não será admitido pedido de registro de comitê financeiro de coligação partidária. A partir do registro dos comitês financeiros, pessoa físicas poderão fazer doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro para campanhas eleitorais. Sob pena de rejeição das contas, a arrecadação de recursos e a realização de gastos por candidatos e comitês financeiros só poderão ocorrer após observância dos seguintes requisitos: I – solicitação do registro do candidato ou do comitê financeiro, conforme o caso; II – inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); III – abertura de conta bancária específica para a movimentação financeira de campanha; IV – emissão de recibos eleitorais. São considerados recursos, ainda que fornecidos pelo próprio candidato: I – cheque, transferência bancária, boleto de cobrança com registro, cartão de crédito ou cartão de débito; II – título de crédito; III – bens e serviços estimáveis em dinheiro; IV – depósitos em espécie devidamente identificados. São considerados bens estimáveis em dinheiro fornecidos pelo próprio candidato apenas aqueles integrantes do seu patrimônio em período anterior ao pedido de registro da candidatura. Os bens e/ou serviços
Compartilhar