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A Crise da Justiça Fichamento

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A Crise da Justiça
Piero Calamandrei
O livro trata–se de ver como a crise geral da civilização, que hoje aflige as sociedades e os estados, repercute e se manifesta no momento da aplicação prática do Direito. Retrata o debate em torno da desconfiança que se inicia por atos do ministro até o mais humilde meirinho. 
A crise da justiça foi o tema dado por Piero Calamandrei para a sua aula, no ciclo de conferências na Universidade de Parma, que tinha como titulo principal a Crise do Direito.
O autor inicia descrevendo algumas audiências em Londres, retratando o diálogo entre juiz e advogado, que discutiam o caso em voz baixa, procuravam procedentes, debatiam sobre o caso, cada um com seu argumento, até que por fim o juiz se convence e profere a sua sentença, tudo ocorreu com simplicidade, em uma linguagem direta, em um ambiente de cortesia e ampla confiança.
Perante situação, ele descreve suas impressões e não consegue escapar do sentimento natural, assim ele faz uma comparação com o sistema italiano, que aparece com antítese da audiência inglesa: “Na Itália, segundo um inveterado costume da classe dirigente, presume–se sempre a má - fé, e no interlocutor se tem a obrigação de presumir o embusteiro em potencial.” Diante desse quadro calamandrei atribui à crise da justiça na Itália, e as mesmas razões podem atribuir os problemas da nossa justiça. 
Esse excesso de formalidades, a redução do debate ao menor nível possível e a resistência a oralidade sincera se instalaram na cultura processual brasileira e não sabemos se uma nova lei seria capaz de mudar o espírito de juízes, advogados e partes e nos processos que virão. Se não houver uma mudança de espírito e de atitude, sem colocar a lealdade acima da picardia, continuaremos a viver desconfiado, com ou sem novas leis. 
A Evolução e progresso do Direito
Georges Ripert
O autor inicia agradecendo pelo convite de participar das conferências sobre a Crise do Direito: “Ao expressar meu profundo agradecimento pelo convite que me foi dirigido, vejo–me na obrigação de lhes dizer até que ponto eu me sinto feliz de ver a conjunção de nossos esforços a fim de defender uma concepção do direito que nos é comum.” 
Segundo ele, o direito é uma criação do poder, considerando–se somente o ato do criador, para ele um verdadeiro positivismo jurídico deve investiga sob a influência de que forças o poder cria a norma do direito, e por forças criadoras do direito se tem de entender não a força do poder, mas todas as causas morais, políticas, econômicas e ideológicas, concorrem para o advento da norma jurídica. Contudo ele declara que: “O direito é a ciência da ordem estabelecida.” 
A luta pela criação do direito
Nesse contexto o autor descreve a evolução do direito como: “conseqüência das mudanças acontecida nas condições de vida da humanidade.”
O autor relata as forças que atuam sobre a evolução do direito, que se dividem em duas grandes categorias: 
Forças conservadoras: Que atua a favor da manutenção da ordem jurídica existente, a primeira é a força moral e religiosa, e a segunda é a força econômica da defesa dos bens e dos direitos.
Forças reivindicadoras: Força dos trabalhadores e a força da ideológica.
Para o autor o conflito dessas forças apenas pode ser regulamentado pela arbitragem do poder, para que a lei seja aprovada por todos e aplicada sem dificuldades, será necessário que haja a expressão da vontade geral.
A idéia do progresso
Para que haja uma evolução do direito, o autor acredita que é necessário que o mesmo seja transformado. É uma idéia nova de progressão do direito, basta dizer que este constitui na criação de um direito social, considerando o direito como uma ciência natural, de acordo com a expressão de Edmond Picard, que: “o progresso do direito deve andar juntamente com o progresso científico, o que seria uma conseqüência necessária.”
Por fim o autor descreve que: “O direito progride na medida em que as leis impedem o dano ao próximo e garantem a cada um o que lhe é devido. E na comunhão de um ideal comum de justiça, que é tanto da França quanto o da Itália, os juristas tem a honra de defender a civilização e de conjurar os perigos que a ameaçam.”
A Ambiguidade do Direito Contemporâneo
Giuseppe Capograssi
Giuseppe Capograssi descreve que o conceito de crise tem mais valor emocional do que lógico, para ele uma situação anterior a época contemporânea caracterizava-se, encarado um ponto central e elementar, pelo respeito à ordem existente, “O ambiente geral era paz, havia acordo e respeito das certezas sociais e morais da vida.”
Ele acredita que a sociedade humana deixa de ser uma sociedade de pessoas e passa a ser um conjunto de processos produtivos e objetivos. 
“O mundo de ontem era mais um mundo de pensamento do que de vontade. Apesar das religiões ativistas, o mundo de ontem atinha–se mais á idéia da criação, do que a própria ação.”
O direito contemporâneo é o cenário de profundas transformações, que se revelam no ordenamento, nas teorias e construções doutrinárias, no papel da jurisprudência e na própria maneira como o direito se coloca na centralidade da vida.
Segundo o autor “A ambiguidade que nasce do esforço de adaptação realiza–se sobre tudo na atividade administrativa do estado e na totalidade das formas que adota a organização administradora.”
A Crise do Direito e a Crise Mundial
Adolfo Ravà
O autor inicia descrevendo sobre a crise do direito e a crise mundial, “Um dos erros mais graves no modo de entender a sucessão dos acontecimentos naturais e sociais é o de considerá–La como se constituísse um lento e gradual desenvolvimento.”
Segundo Adolfo Ravà, a história do direito, revela–nos períodos orgânicos e períodos críticos, mas nos ensina que as diversas crises do direito estiveram sempre ligadas ás grandes crises históricas que implicam todos os aspectos da vida coletiva, ele relata a existência da crise á meio século, a partir de um momento em que a agudização da questão social no interior dos diversos estados e o aumento da tensão internacional que deu origem as duas grandes guerras mundiais, para ele é em vão tentar explicar a crise do direito sem levar em consideração a crise geral, é em vão tentar buscar a solução por meios puramente jurídicos.
De acordo com o autor o direito público é o campo em que a crise se manifesta de forma mais grave, não se trata de fazer novas leis ou tratados, como não se trata de adotar providências econômicas, nem de criar novos organismos internacionais, é necessário um despertar fundamental da consciência que consiga fazer sentir e operar a solidariedade entre os homens.
Acredita – se que uma nova educação eficaz das novas gerações, somente por uma total regeneração moral e social, pode-se esperar por um curso favorável para a solução da crise, também jurídica que vivemos.

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