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Resumo Terapêutica veterinária

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TERAPÊUTICA: 
RECEITUÁRIO: 
 
Prescrição escrita do medicamento 
Conter dados da clínica/veterinário: nome, endereço, CRMV, CPF, telefone etc. 
Dados do animal: raça, espécie, peso, data, proprietário, etc. 
Uso: oral, parenteral, tópico etc. 
Medicamento/formulação (veterinário/humano) quantidade de caixas. 
Instruções de uso, vias de administração, intervalo entre elas, etc. 
Data, assinatura e carimbo 
 
 
 
 
Lembrar de colocar de x em x horas, durante x dias. 
Comprimido: administrar. 
Spray: borrifar. 
Pomada: aplicar fina camada sobre a pele limpa. 
Não deixar receita poluída. 
Casos de banho: aplicar sobre os pelos úmidos, massagear, deixar agir por x minutos e 
enxaguar com agua corrente. 
 
Notificação de receita: 
Documento que acompanha a receita, é personalizada e intransferível. 
Amarela: A1 e A2 (entorpecentes) e A3 (psicotrópicos). 
Azul: B1 e B2 (psicotrópicos). 
Branca: C2 (retinóicos para uso sistêmico) e C3 (imunossupressores). *só para médicos 
 
 
 
 
FLUIDO TERAPIA: 
 
Objetivos: expandir a volemia, corrigir desequilíbrios hídricos e eletrolíticos, 
suplementar calorias e nutrientes, auxiliar no tratamento de doenças primárias. 
Indicações de fluido: hemorragias, vômitos, diarreia, insuficiência renal, desequilíbrio 
eletrolítico, osmótico, hídrico, ácido base. 
A diferença de soro e fluido terapia é que soro reverte o efeito de algum veneno 
enquanto a fluido repõe líquidos perdidos. É um tratamento de suporte, o diagnóstico 
da doença base é fundamental para cura do paciente. A perda de água pode ocorrer de 
diversas formas, podem ser perdas imperceptíveis (durante a respiração, ou perdas pelo 
suor) e perdas perceptíveis que são facilmente detectadas e mensuradas (através do 
trato urinário e gastrointestinal). É importante que ocorra avaliação prévia do paciente 
para escolher o tipo de fluido que e via de fluido terapia. A necessidade de uma etapa 
de reidratação depende da doença primária do paciente. Importante uma boa avaliação 
clínica: história clínica, exame clinico (turgor cutâneo, TPC, pressão, FC, coloração de 
mucosa principalmente) e exame laboratorial (hematócrito, ppt, densidade urinaria e 
ureia e albumina). 
Tipos de desidratação 
 
Desidratação hipotônica: a perda de soluto é maior que a de água. Ocorre redução da 
osmolaridade do líquido extracelular (LEC), que ocorre após perda hipertônica de fluído 
pelo organismo. O melhor exemplo para este tipo de perda é o hipoadrenocorticismo 
(Síndrome de Addison), que cursa com deficiência de glicocorticoides e 
mineralocorticoides (aldosterona). A aldosterona é responsável pela excreção de 
potássio e reabsorção de sódio nos túbulos renais, então sua deficiência leva a perda de 
sódio e retenção de potássio, o LEC ficará com osmolaridade menor que a normal. A fim 
de restabelecer a tonicidade entre o LIC e LEC, o sódio pode se mover do LIC para o LEC, 
assim como a água pode ser mover do LEC para o LIC. O movimento da água 
normalmente é passivo, e dos eletrólitos é ativo. Porém como há grande perda de 
eletrólitos, o LEC fica hipotônico. Considera-se que a osmolaridade 290-300 mOSm/L. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desidratação isotônica: perdas urinárias e gastrointestinais resultam em perda de 
eletrólitos e água, incluindo sódio, potássio, cloreto e bicarbonato. O tipo de perda 
dependerá da doença primária que acomete o paciente. Os fluídos e eletrólitos perdidos 
originam-se inicialmente do compartimento extracelular. Porém não há mudança de 
osmolaridade nos compartimentos. Ambos os compartimentos, intra e extracelular, 
realizam trocas de água e eletrólitos a fim de manter a osmolaridade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desidratação hipertônica: é mais rara, a perda de solutos é menor que a perda de água. 
Esta condição ocorre em pacientes com perda de fluido hipotônica, como nos casos de 
diabetes insipidus (deficiência de ADH), nos quais a urina é quase água pura. Ocorre uma 
perda maior de água do que de eletrólitos na urina, deixando a osmolaridade do LEC 
maior que do LIC. A fim de equilibrar a osmolaridade ocorre movimento de água do LIC 
para o LEC, entretanto como há grande perda de água o LEC fica hipertônico. As células 
que mais rapidamente demonstram sinais de perda intracelular de água são os 
neurônios, levando os animais apresentarem dor de cabeça e demência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
% Desidratação Sinais clínicos 
< 5 Mto suave Não detectável Histórico: menor ingestão de água 
5 – 6 
Suave 
Discreta perda do turgor cutâneo ou elasticidade cutânea 
Histórico: episódios esporádicos de vômito e diarréia 
6 – 8 
Moderada 
Demora evidente o retorno da pele à posição normal, ligeiro prolongamento 
do tempo de preenchimento capilar, possível retração do globo ocular e 
possível ressecamento das membranas mucosas. Histórico: inapetência, 
vômito e diarréia moderados 
10 – 12 
Severa 
Permanência de pele em forma de “tenda” no local do teste, evidente 
prolongamento do tempo de preenchimento capilar, retração do globo 
ocular, ressecamento de membranas mucosas e possíveis sinais de choque 
(taquicardia, extremidades frias, pulso fraco e rápido) 
Histórico: anorexia, vômito e diarréia severos, insuficiência renal crônica 
12 – 15 
Choque 
Sinais evidentes de choque, morte eminente. Histórico: hemorragias, 
queimaduras 
Tipos de fluido: 
 
Cristalóide: soluto com e sem eletrólitos que penetram em todos os compartimentos 
corporais (LIC/LEC). Ex: solução fisiológica de cloreto de sódio a 0,09%, ringer simples, 
ringer lactato, solução glicosada. 
De manutenção, para repor perda obrigatória de eletrólitos e fluidos hipotônicos, a 
composição é diferente a do plasma. Ex: glicose 5% e cloreto de potássio, usar diluído 
no cristaloide de reposição, composição muito diferente pode afetar o sistema. 
Ringer com lactato de sódio: isotônica, com composição semelhante ao LEC, pH 6,5. Tem 
características alcalinizantes, o lactato sofre biotransformação hepática em 
bicarbonato. O lactato é usado como fonte de energia, entrando no ciclo de Krebs como 
oxaloacetato, gerando ATP e gás carbônico. O sódio é liberado, permitindo resintese, de 
um bicarbonato no rim. Sendo indicado para acidoses metabólica, por conter Ca é 
contraindicada para pacientes hipercalcêmicos, assim como não é indicada para 
pacientes hepatopatas. Não deve ser administrada junto com hemoderivados, no 
mesmo cateter intravenoso, para evitar precipitação do cálcio com o anticoagulante. 
Ringer simples: isotônico, semelhante ao ringer lactato, porém não contém lactato. 
Contém mais Cl e mais Ca que outras soluções, tornando-a levemente acidificantes (pH 
5,5). É uma solução de emprego ideal nas alcaloses metabólicas. 
Solução NaCl a 0,9: isotônica, não é uma solução balanceada, pois contém apenas Na, 
Cl e H2O. É acidificadora, sendo indicada para pacientes com alcalose, 
hipoadrenocorticismo (por aumentar reposição de sódio), insuficiência renal oligúrica 
ou anúrica (pois evita retenção de potássio) e hipercalcemia (pois não contém cálcio). 
Solução de glicose a 5% em NaCl a 0,9%: também é chamada de solução glicofisiológica. 
Possui composição semelhante à solução de NaCl a 0,9%. Apresenta, porém maior 
osmolaridade e pH 4,0. 
De reposição, para repor o fluido e eletrólitos perdidos, a composição é semelhante à 
do plasma, são soluções de reposição modificada. Pode se incluir dextrose, frutose, 
cloreto de cálcio, potássio, vitaminas B, e nutritivos. Ex: solução fisiológica 0,09%, ringer 
simples, ringer com lactato e glicofisiologica. 
 
Colóide: solução com substancias de maior peso molecular que se mantem 
exclusivamente no plasma. Ex: plasma e dextran. Indicado quando o ppt é inferior a 3,5 
g/dl, albumina menor que 1,5 g/dl e choque hipovolêmico. Aumentam a volemia, porem 
atuam momentaneamente após deve-seusar cristaloides, contraindicado em animais 
com falência renal. Soro 7% “salgadão”, é mais barato e age de forma semelhante ao 
dextran. 
 
Suplementação com vitamina K: 
Todo paciente que não apresente hipercalemia deve ser suplementado com vitamina K. 
Necessidade de K é de 15-30 mEq/l. (hemogasometria). 
1 ml KCl 10% = 1,3 mEq de K 
1 ml KCl 191% = 2,6 mEq de K 
 
 
 
 
Vias de administração: 
 
Oral: é indicada para hidratação de pacientes estáveis, supondo que não há perda de 
fluido. É um método barato, porém de absorção lenta. Pode ocorrer falsa via em altos 
volumes. 
Subcutânea: não indicada para desidratação moderada a grave, ou casos de 
comprometimento circulatório. É um método fácil e barato, porém há restrição de 
volume e pode ocorrer formação de abcessor. 
Intravenosa: é a mais comum, usando um cateter, é uma via mais cara, porém mais 
efetiva. Pode ocorrer formação de trombos, inflamação, etc. 
Intraperitonial: raramente utilizada, mas tem absorção rápida, é indicada para 
neonatos, riscos envolvem perfuração de órgãos. 
Intraóssea: é pouco usada, mas é bastante dolorosa, sendo raramente usada. 
 
Volume de administração: 
 
Cálculo de reidratação: % de desidratação * peso corporal (kg) *10 
% Grau Turgor TPC 
5-7 Leve 1-2 1-2 
8-10 Moderada 3-5 2-4 
>10 Grave >5 >4 
 
Cálculo de manutenção: necessidade basal (ml/dia) 
Cães: 50 ml/kg/dia 
Gatos: 70 ml/kg/dia 
Bovinos: 60 ml/kg/dia 
Equinos: 50 ml/kg/dia 
 
Cálculo de reposição: 
Perda hídrica (ml/dia): vômito: 40 ml/kg/dia 
 diarréia: 50 ml/kg/dia 
 vômito e diarréia: 60 ml/kg/dia 
 
Velocidade: Gotas/min= volume total de infusão x gotas/ml /tempo total de infusão 
Equipo macrogotas: 20 gotas/ml 
Equipo microgotas: 60 gotas/ml 
Ou regra de 3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EUTANÁSIA 
 
A eutanásia significa morte sem dor e sofrimento desnecessário, é entendida como a 
prática de abreviar a vida para evitar sofrimento desnecessário para o paciente. A 
distanásia é conceituada como uma morte difícil ou penosa, usada para indicar 
prolongamento do processo de morte por meio de tratamento, não há qualidade de 
vida. Na ortotanásia o indivíduo em estágio terminal é direcionado para uma morte sem 
sofrimento, não há prolongamento da vida nem abreviamento. Já a mistanásia e a 
morte miserável fora e antes da hora. 
A eutanásia deve ser feita por meio tecnicamente aceitável e cientificamente 
comprovado. 
 
Indicação: 
Quando há comprometimento do bem-estar, sem haver tratamentos 
(analgésicos/sedativos) para eliminar a dor. Quando há ameaça à saúde pública. Como 
objeto de ensino e pesquisa. Ou quando os custos do tratamento são incompatíveis com 
a atividade produtiva. 
 
Escolha do método: 
Compatível com os fins desejados e embasado cientificamente, deve ser seguro para 
quem executa, confiável (comprovando a morte), aprovado pelo CEUA (fins científicos). 
 
Bem-estar: 
Respeito aos animais, ausência ou redução máxima de desconforto, dor, medo e 
ansiedade. Inconsciência imediata seguida de morte, segurança e irreversibilidade. 
Ausência ou redução máxima de risco aos presentes. Treinamento e habilitação para 
quem executa, ausência ou redução máxima de impactos emocionais e psicológicos para 
quem executa. 
 
Médico veterinário: 
Cumprir com os princípios básicos desses métodos, atestar a morte do animal, 
disponibilizar prontuários com métodos e técnicas para a fiscalização. Esclarecer o 
proprietário, solicitar autorização por escrito, permitir que o proprietário assista ao ato. 
 
Morte do animal: 
Ausência de movimentos torácicos e respiratórios, ausência de batimentos cardíacos e 
pulso, perda de coloração de mucosas, perda de reflexo córneal, perda de brilho e 
umidade da córnea, e rigor mortis. 
 
Métodos: 
Físico: pistola de ar comprimido e dardo cativo, arma de fogo, deslocamento cervical, 
eletrocussão e sangria. 
Químicos: injetáveis: tiopental, quetamina+xilazina, propofal. 
 Inalatória: halotano, isoflurano, seroflurano e CO2. 
Complementar: cloreto de potássio e bloqueadores neuromusculares. 
 
 
TRANSFUSÃO DE SANGUE: 
 
Caninos possuem 8 tipagens sanguínea, dificulta a transfusão. 
Felinos 3 tipos sanguíneos, porém posem anticorpos naturais que podem causar 
reações, se torna mais difícil do que cães. 
 
Testes de compatibilidade: 
Detectar a presença de anticorpos capazes de aglutinar ou hemolisar hemácias. 
Prova de reação cruzada: 
Maior: hemácias do doador + soro do receptor. 
Menor: hemácias do receptor + soro do doador. 
Se não tiver centrifuga e for emergência pode-se misturar duas gotas de sangue do 
doador com sangue do receptor e ver se coagula, porém mesmo se não coagular pode 
ser que haja reação. Corticóides minimizam se houver reação, importante fazer inicio da 
transfusão lentamente para poder avaliar caso haja reação e administrar corticoide. 
 
Seleção dos doadores: 
Cães: entre 2-8 anos de idade, acima de 25kg, Ht acima de 40%, machos e femeas 
castrados e/ou nulíparas, com saúde perfeita e imunizados. Com sorologia negativa para 
Brucela canis, Erlichia, Dirofilaria, Borrelia burgdorferi, Babesia e Leishmaniose. 
Intervalo de doação 3-4 meses. Volume 13-17 ml/kg. 
 
Gatos: entre 2-5 aos, acima de 4kg, saúde perfeita, testado para Mycoplasma, 
Dirofilaria, FELV e FIV. Quantidade 5 ml/kg. 
 
Equinos: mínimo 450kg, Ht acima de 35%, machos e femeas nulíparas, com saúde 
perfeita, testados para AIE-, doadores de mesma linhagem que receptores. Intervalo de 
doação de 30 dias. Volume 1,5 a 2% do peso vivo. 
 
Colheita de sangue: 
Bolsas com anticoagulantes ou seringas heparinizadas (acetato fosfato dextrantes 
(CPDA1), ácido cítrico dextrose (ACD), citrato de sódio, heparina). Colheita na veia 
jugular ou cefálica. Homogeneização do sangue na bolsa, tempo máximo de colheita de 
15 minutos. 
 
Transfusão: 
Veia cefálica ou jugular, sangue aquecido a 37°C. 
 
Volume: V(ml): fator * peso do paciente * (ht% pretendido – ht% paciente)/h% doador 
Fator: Cão = 96 
 Gato= 70 
 Grande porte = 80 
 Potro recém-nascido = 150 
 
Velocidade: 4ml/kg nos primeiros 30 minutos. 
 22 ml/kg/hora (máximo 4h). 
Sangue pode ser centrifugado e dar origem a um concentrado de hemácias, plasma e 
concentrado de plaquetas. 
 
Sangue total ou papa de hemácias: 
Indicado para hemorragias, choques, anemia trombocitopenia, depressão da 
hematopoiese, e anemia hemolítica grave. 
Fornece eritrócitos, proteína plasmática, se usado entre 8-12h após colheita fornece 
fatores de coagulação e plaquetas. 
Ht maior ou igual a 15% no cão e maior ou igual 10 no gato. 
Validade de 35 dias, conservado em geladeira. 
 
Concentrado de plaquetas: 
Indicação em casos de trombocitopenia com ativo sangramento e disfunção plaquetária. 
Pode ser usado em até 55 dias (ideal em 24h). 
 
Plasma fresco congelado: 
Plasma congelado a -20°C dentro de 6h pós colheita. Fornece a todos fatores de 
coagulação por mais de um ano. Se for congelado após 6h de colheita perde fatores de 
coagulação (V e VIII), matem fatores dependentes da vitamina K, e se torna um plasma 
comum congelado. Usado para repor volume plasmático ou fatores de coagulação 
(coagulação intravascular disseminada e queimaduras) 
 
Reações transfusionais: 
Temperatura, pulso, mucosas, TPC, FC e FR. 
 
 
MANEJO DE FERIDAS: 
 
Cicatrização de ferida inicia pelas bordas através dos fibroblastos, e de dentro para fora. 
Fase inflamatória tem início logo após a lesão, dura cerca de 5 dias, tem ação de células 
de defesa e colágeno que auxiliam na limpeza da infecção. 
Fase proliferativa ou de reparo ocorre a angiogenese, epitelização e contração de ferida, 
dura entre 5 e 20 dias após a lesão, ocorre contração centrípeta (dentro para fora). Fase 
de remodelação inicia na fase proliferativa após 20 dias da lesão, continua por 
aproximadamente um ano.Os fatores que interferem na cicatrização podem ser intrínsecos (local e sistêmico), e 
extrínsecos (radiações ionizantes, antisséptico, estresse e corticosteroides). 
 
Intrínsecos locais: 
Sujeiras, resíduos, fios de sutura e implantes cirúrgicos. 
Contaminação (fungos e bactérias). 
Grau de comprometimento vascular. 
Acumulo de fluido (pouco oxigênio). 
Localização da ferida (suporte sanguíneo). 
Excesso de tecido de granulação. 
 
Intrínsecos sistêmicos: 
Desnutrição, hipoglicemia ou hiperglicemia, hepatopatia, velhice, diabetes, 
hiperadrenocorticismo, sérica de proteínas (<1,5 – 2 g/dl reduz fibroplasia). 
Tipos de feridas: 
 
Classificação das feridas: 
Abertas: laceração ou perda de pele. 
Fechadas: esmagamento ou contusão. 
 
Abertas segundo a etiologia: 
Por abrasão (superficial - epiderme) ralamento. 
Por avulsão (profunda). 
Por laceração (bordos regulares). 
Por punção (puntiforme). 
 
Abertas segundo o tempo de contaminação: 
Classe 1: ferida aberta e limpa de 0-6h de duração com mínima infecção. 
Classe 2: ferida com 6-12h significativa contaminação. 
Classe 3: ferida com 12h ou mais, intensa infecção. 
 
Aberta pelo grau de contaminação: 
Ferida limpa: incisão cirúrgica. 
Ferida limpa contaminada: enterotomia. 
Ferida contaminada: lacerações e mordeduras. 
Ferida infectada ou suja: abcessos. 
 
Manejo de feridas: 
 
Prevenção da contaminação: sedação, anestesia ou lidocaína tópica. Proteção antes da 
tricotomia (gaze com KY, antisséptico), tricotomia intensa, uso de antimicrobiano tópico 
ou gaze com antisséptico (iodo povidona 0,01% ou clorexidina 0,05%) e antimicrobianos 
sistêmicos. 
 
Lavagem: liberação de fragmentos de tecidos, corpos estranhos, e retirada de sujidades. 
 
Debridamento: não seletivo por métodos cirúrgicos ou mecânico (bandagens) ou 
seletivo por métodos enzimáticos (colagenase) ou biológico (larvas). 
 
Drenagem: drenagem passiva (penrose), drenagem ativa, drenagem adequada, ferida 
aberta com bandagem para favorecer a junções dos bordos. 
 
Seleção do método de fechamento com base no tempo na contaminação. 
 
Formas de cicatrização: 
Primeira intenção: cirúrgica 
Segunda intenção: grande área de tecido lesado, bordos distantes, resposta inflamatória 
maior, maior debris celulares. 
Terceira intenção: quando há fatores que retardam a cicatrização inicialmente 
submetida a cicatrização por primeira intenção. 
 
Tratamento de feridas: 
Antimicrobianos: 
Tópico: pomada de bacitracina/neomicia/polimicina, nitrofurazona, cefazolina, 
sulfadiazina de prata. 
Sistêmico: cefalosporina, combinação sulfa+trimetroprin e penicilina. 
Natural: açúcar (aumenta a osmolaridade, inibe bactérias gram + e -, diminui a umidade, 
efeito higroscópico reduz o edema estimula a formação de tecido de granulação e 
epitelização), aloe e vera (antibacteriano eficaz contra pseudômonas, inibe fungos, 
estimula o crescimento e replicação de fibroblastos, propriedade anti-inflamatória e 
analgésicas) e calêndula (anti-inflamatória, analgésica, antihumoral, bactericida, 
cicatrizantes e imunomodelador). 
 
ANTIFUNGICOS: 
Tipos de micoses: 
Micoses superficiais: 3-6 semanas, média 30 dias de tratamento. Ex: dermatofitoses, 
candidíase, malassezia. 
Micoses subcutâneas: 30-60 dias após cura clínica (média 2-3 semanas). Ex: micitoma, 
pitiose, esporotricose. 
Micoses sistêmicas: 6-8 semanas. Ex: blastomicose, criptococose, aspergilose, 
histoplasmose, coccidiose e demodicose. 
 
Vias de administração: 
Somente tópica: micoses superficiais localizadas. 
Somente por via oral: micose superficial extensa ou generalizada de grau leve, alguns 
tipos de micoses subcutâneas e profundas. 
Via tópica e oral: micoses superficiais extensas ou generalizadas de grau médio a grave. 
Via intravenosa e oral: micoses sistêmicas. 
 
Tópicos: 
Xampus e sabonetes: adjuvantes da terapêutica1-2 banhos/semana/4-6 semanas. 
Exemplo: peróxido de benzoíla 2,5 a 5% (não usar em gatos), clorexidina 0,5 a 4%, 
enxofre 0,5 a 2%, cetoconazol 2%, sulfato de selênio 1 a 2,5%. 
*na receita escrever aplicar nos pelos úmidos, massagear e deixar agir por 10 min, após 
enxaguar. 
Loção, solução, creme e gel: lesões pequenas e/ou únicas 2 a 3x/dia/30dias. Ex: 
imidazóis (cetoconazol, clotrimazol, enilconazol, iconazol) e terbinofina. 
*na receita colocar aplicar fina camada sob a lesão x vezes ao dia, antes de aplicar lavar 
o local. 
Oral: comprimidos, capsulas e suspensão oral, compostos polienicos (anfotericina B e 
nistadina), grisofulvina, terbinafina, imidazóis (cetoconazol), triazóis (itraconazol e 
fluconazol). 
*na receita colocar administrar de tantas em tantas horas por tantos dias. 
 
Pulsoterapia: necessária quando há mais de uma recidiva depois do tratamento 
convencional, intervalo maior entre doses e período de tratamento mais prolongado. O 
antifúngico de escolha é o fluconazol, sempre realizar após tratamento convencional. 
 
 
ANALGÉSICOS E ANTITÉRMICOS: 
 
 
 
Analgésicos opioides ou hipnoanalgesicos: morfina e seus derivados, bupomorfina, 
butorfanol, meperidina, metadona, tramadol, interagem com receptores opioides. 
Agonistas a2 adrenérgicos: xilazina, romferidina, e detomidina, interagem com os 
receptores a2 adrenérgicos. 
Analgésico antipirético e anti-inflamatório: inibem COX e alguns podem inibir LOX 
(AINES), inibem fosfolipase A2 e COX (corticoides). Anti-inflamatórios esteroidais 
(corticosteroides ou corticoides) inibem a fosfolipase A2 e COX. Anti-inflamatórios não 
esteroidais (AINES ou DAINES) inibem a Cox e a LOX indistintamente (COX 1 e 2) 
preferencialmente COX2 ou seletivamente COX2. 
 
Corticoides: 
Ação: 
Curta ação (12h): utilizados para emergências aguda e terapia de reposição. Ex: 
hidrocortisona e cortisona. 
Intermediária (12-36h): usado em doenças autoimune e tratamentos longos, bom efeito 
para pele. Ex: predinisona e predinisolona. 
Longa (36-72h): processos agudos, tratamentos deve ter curto prazo. Ex: dexametasona 
e flumetadona 
 
Sempre dar dose mínima de corticoides, pois retém NA, cuidar com problema renal, 
pode causar hipoadrenocorticismo. 
 
Efeitos: 
No SNC causa euforia e depressão, no sistema cardiovascular sensibiliza ação da 
catecolamina, pode causar perda da massa muscular, hiperqueratose e pigmentação, 
retarda a cicatrização. Aumenta a reabsorção óssea, pode levar a eritrocitose, neutrofilia 
e eosinopenia. No trato gastrointestinal aumenta a excreção de HCl, pepsina e suco 
pancreático. Aumenta o FA hepático, reabsorção de sódio e bicarbonato, além da maior 
excreção de cloro e potássio nos túbulos renais. 
 
Efeito colateral: 
Hipoadrenocorticismo iatrogênico (doses excessivas), insuficiência de adrenal aguda 
(por terapia prolongada e parada subitamente), hiperglicemia e glicosuria, aumenta 
tempo de cicatrização, osteopenia e fraturas, hepatomegalia e degeneração vascular em 
cães, gastrite e ulceração gástrica, atrofia cutânea, poliúria e polidipsia. 
 
Contraindicado: 
Gravidez, processo ulcerativo e cicatrizante (ex: ulcera de córnea, só pode usar 
sistêmico), diabetes melito, pancreatite, insuficiência cardíaca e renal e doenças 
infecciosas. 
 
Anti-inflamatórios não esteroidais: 
Tipos: 
Inibidor não seletivo de COX: ASS, paracetamol (tóxico para gatos), diclofenaco, 
cetoprofeno, fenilbutazona, flunexin, meglumine, ibuprofeno, indometaxina, 
naproxeno, piroxicam, tebobalina, vidaprofeno, (ácido mefanico e naproxeno inibem 
LOX) 
1ª geração inibidora especifica de COX 2: inibidor preferencialmente de COX 2. EX: 
etodoaloc, caprofeno, meloxicam e nimesulina. 
2ª geração inibidora de COX 2: inibidor seletivo de COX 2 (COXIBES), indicados para 
tratamentos longos (cerca de 30 dias). Ex: celoxibes, etocoxibe, fuorocoxibe etc. 
 
Efeitos farmacológicos: 
Anti-inflamatórios e analgésicos (reduzem feito de COX 1 e COX 2), efeito antipirético 
(reduzefeito PGF2a), anticoagulante (reduz COX 1, reduz síntese de tromboxano), efeito 
pró trombótico (reduz efeito de COX 2 e PGF2a, favorece formação de trombos). 
 
Efeitos colaterais: 
Dependem da seletividade de COX 1 e COX 2, meia vida de eliminação (quanto mais 
longa, mais tóxica, e mais efeitos colaterais), tempo de tratamento. Principais efeitos 
colaterais incluem nefropatias, hepatopatias, coagulopatias, lesões na cartilagem 
articular, reações de hipersensibilidade, aumento dos efeitos pró trombóticos. 
 
Principais: 
ASS: usados para doses leves e moderadas, antipirético e anticoagulante. 
Carprofeno: inibe COX 2, com ação anti-inflamatória, pode ter feito hepatotóxico nos 
pós. 
Cetoprofeno: inibidor não seletivo de COX 2, usado para cães, por máximo de 7 dias. 
Diclofeno: pode causar gastroenterite hemorrágica, não usar para cães e gatos. 
Piroxicam: seletivo para COX 2, pequena margem de segurança, usado para neoplasias. 
Flunexim: mais potente analgésico e anti-inflamatório, máximo de 3 dias para cães e 
gatos, e 7 para bovinos. 
Dipirona: controle da dor, principalmente associado ao tramadol. 
Meloxicam: óde ter ação condroprotetora, máximo de 14 dias. 
Nimesulida: não usar para gatos. 
Benzidamina: semelhante a nimesulida. 
Tepoxalina: usado para dor, inflamação, principalmente em caso de osteoartrite. 
Paracetamol: jamais para gatos. 
Coxibes: potentes, usado para tratamento prolongado até 30 dias. 
 
Fármacos usados como adjuvantes no tratamento da dor e inflamação: 
 
Intensificam ou prolongam o efeito analgésico, usados em combinação com outras 
drogas. 
Antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, imipramina e clomipramina): bloqueiam a 
captação da serotonina e noradrenalina no SNC, facilitando o sistema analgésico 
endógeno. 
Anticonvulsionantes (gabapentina): atua nos canais de Ca dos neurônios da medula 
espinhal, parecem atuar também no sistema opioides. 
Antagonistas NMDA (amantadina e quetamina) 
Benzodiazepínicos (diazempam e midazolam). 
Fenotiazínicos (acepromazina). 
Relaxantes musculares (ciclobenzaprina, tizanidina, carisoprodol, tiocolquisídeo) 
reduzem a sensibilidade a dor devido o relaxamento muscular. 
Nutraceuticos (glucosamina, condroitina e ômegas) alivio da de em problemas 
articulares degenerativos. 
 
Ácidos graxos: 
Ômega 3: ALA, EPA e DHA, efeitos cardioprotetores, anti-inflamatório bom 
funcionamento neuronal etc. 
Ômega 6: DGLA, reduz a inflamação. 
 
Efeitos em doses normais: 
Distúrbio gastrointestinal (diarreia e vomito), hálito de peixe, minimização com 
desodorização do produto. 
 
Efeitos em doses elevadas: 
Ganho de peso (ômega 3), distúrbio de coagulação e hemorragia (agregação plaquetária 
por alterações nos fosfolipídios das membranas plaquetária), imunossupressão (ômega 
3), imunossupressão (ômega 6), e pancreatite (casos raros). 
 
Indicação: 
Indicado para ortopedia como anti-inflamatório e contra dor, para dermato como anti-
inflamatório, para prurido, e alergia. Atua reduzindo a formação de trombo, previne 
arritmia, e colesterol. Usado no controle inflamação, aumenta produção de lagrima e 
melhora retinopatia. Reduz o colesterol, e triglicerídeos, e efeito anti-inflamatório. 
Reduz doenças inflamatórias renais, melhora a função motora e metal. 
 
Doses: 
Cães pequenos portes e gatos: 1 capsula de 500 mg/ 10 kg ou 1 capsula de 500 mg 
animal/ 1 ou 2x ao dia por via oral. 
Cães de médio ou grande porte: 1 capsula de 1000 mg/20 kg ou 1 capsula de 1000 mg 
animal/ 1 ou 2x ao dia por via oral. 
 
 
ANTIPARASITÁRIOS: 
 
Avermectinas: lactonas macrocíclicas 
Ivermectina: endectocidas, é relativamente segura, porém não deve ser usada em raças 
Collie e cães com menos de 3 meses. Atua realizando paralisia do parasita. 
Selamectina: endectocidas, ampla margem de segurança. 
Moxidectina: endectocidas, usada com sucesso contra demodicose. 
 
Outras drogas: 
Amitraz: provoca efeito sedativo, uso não aprovado. 
Milbemicina oxima: usado contra demodicose, não recomendada para Collies. 
Fipronil: atua como acaricida e inseticida, boa margem de segurança, banho e imersão 
não interferem na ação. Muito usado contra pulgas e sarna sarcóptica.

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