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Infecção Hospitalar

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Infecção Relacionada à Assistência à 
Saúde (IrAS) em Unidades de Internação 
(antiga Infecção Hospitalar) 
Aula baseada no material da Comissão de 
Epidemiologia Hospitalar 
UNIFESP - Hospital São Paulo 
Histórico das IrAS 
Ignaz Semmelweis (1818 – 1865) 
 Médico húngaro passou a trabalhar no Hospital Geral de Viena 
 1840: 
 1ª Clínica: ensino somente para estudantes de Medicina. 
 2ª Clínica: supervisionada pelas parteiras para formação de 
obstetrizes. 
Histórico das IrAS 
 1841 e 18746: a taxa de mortalidade materna: 
 1ª Clínica: 9,92% (1.869 mortos em 20.042 partos); 
 2ª Clínica: 3,38% (691 em 17.791 partos). 
 1847: propôs a lavagem das mãos com água clorada. 
 a mortalidade materna foi reduzida a menos de 2% após esta 
medida. 
Histórico das IrAS 
Taxa de Mortalidade Materna da Primeira 
e Segunda Clínica 
Maternidade do Hospital Geral de Viena
0
5
10
15
20
1841 1842 1843 1844 1845 1846 1847 1848 1849 1850
Ano
M
or
ta
lid
ad
e 
M
at
er
na
 (%
)
Primeira clínica Segunda clínica
Histórico das IrAS 
Pioneiro da epidemiologia 
hospitalar identificando o 
papel das mãos da equipe na 
transmissão cruzada das 
infecções hospitalares. 
Histórico das IrAS 
Florence Nightingale (1820-1910) 
 Guerra da Criméia (1854-1856) 
 Doentes deitados no chão sob acúmulos de palha com uniforme 
sujo. 
 Mortos e detritos acumulados. 
 Sem sistema de água corrente e esgoto a céu aberto no porão. 
 Organiza a equipe de enfermagem 
Histórico das IrAS 
 Florence Nightingale organiza equipe de enfermagem: 
 Limpeza. 
 Instalou 2 cozinhas. 
 Construiu caldeira e lavanderia. 
 Rede de esgoto e água quente chegando às enfermarias. 
 Humanizou o hospital. 
 Redução de 20 vezes na mortalidade institucional. 
HISTÓRICO DAS INFECÇÕES 
HOSPITALARES 
 EUA/1962: Comissão de Controle de Infecção Hospitalar CCIH 
 BRASIL/1963 - CCIH - Rio Grande do Sul 
 SÃO PAULO/ 1970 - Hospital das Clínicas 
 1972 : Curso de Epidemiologia e Profilaxia de IH - RJ 
 1983: Ministério da Saúde/ Portaria 196 obrigatoriedade/CCIH 
 1985: *morte de Tancredo Neves 
 Treinamento do Ministério da Saúde 
 Manual de Lavagem das mãos 
 1987: Portaria 232: Programa Nacional de Controle de IH 
 1993: Manual de Processamento de Artigos e Superfícies em 
estabelecimentos de Saúde 
 1997 – a seguir 
 1998 – a seguir 
Lei nº 9431, de 06 de janeiro de 1997 
Dispõe sobre a obrigatoriedade da manutenção de programa de 
controle de infecções hospitalares pelos hospitais do País 
PORTARIA N° 2.616, DE 12 DE MAIO DE 
1998 - Programa de Controle de IH 
O Ministro de Estado da Saúde, Interino, no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, 
inciso II da Constituição, e 
Considerando as determinações da Lei n° 9.431, de 6 de janeiro de 1997, que dispõe 
sobre a obrigatoriedade da manutenção pelos hospitais do país, de programa de controle 
de infecções hospitalares; 
Considerando que as infecções hospitalares constituem risco significativo à saúde dos 
usuários dos hospitais, e sua prevenção e controle envolvem medidas de qualificação da 
assistência hospitalar, de vigilância sanitária e outras, tomadas no âmbito do Estado, do 
Município e de cada hospital, atinentes ao seu funcionamento; 
Considerando que o Capítulo I art. 5° e inciso III da Lei n° 8.080 de 19 de setembro de 
1990, estabelece como objetivo e atribuição do Sistema Único de Saúde (SUS), "a 
assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da 
Saúde com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas"; 
Considerando [...] 
Art. 1° Expedir, na forma dos anexos I, II, III, IV e V, diretrizes e normas para a 
prevenção e o controle das infecções hospitalares. 
PORTARIA N° 2.616, DE 12 DE MAIO DE 1998 - 
Programa de Controle de IH (cont..) 
Art. 2° As ações mínimas necessárias, a serem desenvolvidas, deliberada e 
sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das 
infecções dos hospitais, compõem o Programa de Controle de Infecções Hospitalares. 
Art. 3° A Secretaria de Políticas de Saúde, do Ministério da Saúde, prestará cooperação 
técnica às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, a fim de orientá-las sobre o exato 
cumprimento e interpretação das normas aprovadas por esta Portaria. 
Art. 4° As Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde poderão adequar as normas conforme 
prevê a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Art. 5° A inobservância ou o descumprimento das normas aprovadas por esta Portaria 
sujeitará o infrator ao processo e às penalidades previstas na Lei n° 6.437, de 20 agosto de 
1977, ou outra que a substitua, com encaminhamento dos casos ou ocorrências ao Ministério 
Público e órgãos de defesa do consumidor para aplicação da legislação pertinente (Lei n° 
8.078/90 ou outra que a substitua). 
Art. 6° Este regulamento deve ser adotado em todo território nacional, pelas pessoas 
jurídicas e físicas, de direito público e privado envolvidas nas atividades hospitalares de 
assistência à saúde. 
Art. 7° Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação. 
Art. 8° Fica revogada a Portaria n° 930, de 27 de agosto de 1992. 
 
Composição das CCIH: 
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH 
 
 Consultores: representantes de serviço médico, 
enfermagem, laboratório, farmácia, microbiologia e 
administração (avaliação de resultados) 
 
Obs: Hospitais com menos de 70 leitos devem ter 
representantes de serviço médico e de enfermagem, 
Composição das CCIH (cont...): 
 Executivos: Serviço de Controle de Infecção Hospitalar - 
SCIH encarregados da execução de ações programadas p/ 
o controle de IH. 
 no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior da área de saúde 
para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga 
horária diária, mínima, de 6 (seis) horas para o enfermeiro e 4 
(quatro) horas para os demais profissionais - Lei 2616/98 
 
 Nos hospitais com leitos destinados a pacientes críticos (pacientes 
de terapia intensiva, pacientes de berçário de alto risco; pacientes 
queimados; pacientes submetidos a transplantes de órgãos; 
pacientes hemato-oncológicos; pacientes com Síndrome da 
Imunodeficiência Adquirida. ) a CCIH deverá ser acrescida de 
outros profissionais de nível superior da área de saúde. Os 
membros executores terão acrescidas 2 (duas) horas semanais de 
trabalho para cada 10 (dez) leitos ou fração 
Infecção Relacionada à Assistência 
à Saúde -IrAS 
Infecção hospitalar é qualquer infecção adquirida 
durante a internação do paciente, pode se manifestar 
durante a internação ou mesmo após a alta, quando 
relacionada com sua hospitalização ou procedimentos 
hospitalares” 
IrAS 
 São diagnosticadas a partir de 48 horas após a 
internação, 30 dias após a realização de 
procedimentos cirurgicos e em caso de proteses 
até 1 ano 
 São consideradas as principais causas de 
mortalidade e morbidade, além de aumentarem o 
tempo de hospitalização, elevando o custo do 
tratamento. 
Controle de Infecção Hospitalar 
Vigilância Epidemiológica 
“Processo ativo, sistemático e contínuo de 
coleta, análise e interpretação de dados”. 
Esta informação é utilizada para planejar, 
implementar e avaliar 
 Métodos: 
 passivo (retrospetivo) 
 Ativo (prospectivo) 
 Critérios diagnósticos 
 Taxas e coeficientes 
Como é a atividade do Enfermeiro na Comissão de 
Controle de Infecção Hospitalar (CCIH)? 
(http://portal.anvisa.gov.br) O Enfermeiro é o profissional mais requisitado no CCIH pelas tarefas que lhe 
são específicas. As tarefas do Enfermeiro da CCIH, além da Vigilância 
Epidemiológica, são: 
 Elaboração de Normas e Rotinas e Supervisão do uso dos germicidas hospitalares; 
 Supervisão do Serviço de Higiene e Limpeza Hospitalares; 
 Elaboração de normas e rotinas para procedimentos hospitalares, como por exemplo, 
curativos; 
 Controle dos egressos hospitalares; 
 Treinamentos e capacitação. 
 
São muitas as atribuições que o enfermeiro desempenha e pode ser aprimorado. 
 
 
 Infecção 
 Colonização 
 Contaminação 
Conceitos gerais 
 Infecção: os microrganismos se multiplicam causando 
dano ao hospedeiro. 
 Colonização: os microrganismos se multiplicam sem 
causar dano ao hospedeiro. 
 Contaminação: presença de microrganismos em 
superfícies inanimadas ou superfície corpórea de 
maneira temporária. 
Conceitos gerais 
Fonte de microorganismos 
Profissionais 
Pacientes/flora endógena 
Visitantes 
Fontes/Reservatórios 
 Endógeno 
 
 Exógeno 
O ambiente inanimado como fonte de 
transmissão de infecção 
~ Contaminated surfaces increase cross-transmission ~ 
Abstract: The Risk of Hand and Glove Contamination after Contact with a VRE (+) Patient Environment. Hayden M, ICAAC, 
2001, Chicago, IL 
ERV ou VRE+ = Enterococos Resistente a Vancomicina = Os enterococos são bactérias que habitam o trato 
gastrointestinal e o trato genital feminino. A aquisição da infecção por ERV geralmente ocorre a partir da microbiota 
endógena após manipulação do trato gastrointestinal, por transmissão cruzada através das mãos dos profissionais 
de saúde e através de equipamentos/artigos médicos (termômetros, estetoscópios) e superfícies (mesa, maçaneta, 
telefone, bandeja de medicação) contaminadas que servem como fontes de transmissão. 
X representação de culturas positivas 
Fatores de Risco: 
 Idade 
 doença de base 
 Obesidade 
 Desnutrição 
 uso de esteróides 
 tempo de hospitalização, procedimentos 
invasivos 
 técnica de uso e processamento de materiais 
Prevenção e controle de 
infecção hospitalar 
Principais Sítios de Infecção Hospitalar 
 Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC) 
 Infecção da Corrente Sanguínea (ICS) 
 Infecção de Trato Respiratório (PNEU) 
 Infecção de Trato Urinário (ITU) 
Medidas de Prevenção 
de Infecção de Sítio Cirúrgico 
Infecção de Sítio Cirúrgico 
 A Infecção do Sítio Cirúrgico (ISC) é uma das principais infecções 
relacionadas à assistência à saúde no Brasil, ocupando a terceira 
posição entre todas as infecções em serviços de saúde e 
compreendendo 14% a 16% daquelas encontradas em pacientes 
hospitalizados. 
 Estudo nacional realizado pelo Ministério da Saúde no ano de 1999 
encontrou uma taxa de ISC de 11% do total de procedimentos 
cirúrgicos analisados. 
 Esta taxa atinge maior relevância em razão de fatores relacionados à 
população atendida e procedimentos realizados nos serviços de saúde. 
Definição - INFECÇÃO DE SÍTIO 
CIRÚRGICO - ISC 
 infecção que ocorre na incisão cirúrgica 
ou em tecidos manipulados durante o 
procedimento cirúrgico, podendo ser 
diagnosticada até 30 dias após realização 
do procedimento, ou , no caso de implante 
de próteses, até um ano. 
 
(HORAN, T.C. et al. Am. J. Infect. Control, 1992) 
 
Classificação: 
 Superficial 
 
 Profunda 
 
 Órgão ou cavidade 
Fatores de Risco da ISC 
grau de contaminação da cirurgia; 
duração da cirurgia; 
retração; 
aumento do número de suturas e eletrocoagulação; 
imunidade do hospedeiro; 
técnica asséptica (com o do tempo de cirurgia 
tricotomia; 
 com lâmina de barbear - 5,6% (cortes microscópios) 
 com lâmina imediatamente antes = 3,1% 
 com lâmina 24 h antes = 7,1% 
 com lâmina mais de 24h antes = 20% 
 com máquina “clipper” imediatamente antes = 1,8% 
 não remoção = 0,6 
Fatores de Risco da ISC (cont...) 
ASA (American Society for Anesthesiology) 
extremos de idade; 
doenças de base: 
Diabetes Mellitus e Insuficiência Renal ; 
Obesidade 
uso de esteróides; 
infecção em outros sítios; 
aumenta o risco 27 vezes; 
tempo de internação pré-operatória; 
< 1 dia - 6% 
> 21 dias - 14,7% 
 
Medidas Preventivas de ISC 
Pré - Operatório 
 Período de hospitalização; 
 Lavagem das mãos ; 
 Tratar infecções em outros sítios; 
 Estado clínico do paciente; 
 Banho; 
 noite anterior e manhã da cirurgia com água e sabão; 
 Tricotomia 
 indicação: apenas se imprescindível (2 horas antes 
cirurgia) 
 utilizar o aparelho “clipping” em pele íntegra durante 
indução anestésica. 
Medidas Preventivas de ISC 
Intra - Operatório 
Medidas Preventivas de ISC (cont...) 
Intra - Operatório 
 Antissepsia das mãos da equipe cirúrgica 
 Escovação com clorhexidine degermante ou PVP-I, durante 5 min na 
1a cirurgia e 3 min entre cada cirurgia 
 Paramentação da equipe cirúrgica; 
 Preparo da pele do paciente; 
 Campos cirúrgicos 
 Evitar excesso de conversa na sala cirúrgica; 
 antibioticoprofilaxia: 
 restrita a procedimentos onde o risco de infecção e a morbi- 
 mortalidade são elevados; 
 Ambiente: 
 nº de pessoas; 
 portas fechadas; 
 sistema de ventilação; 
 limpeza concorrente entre cirurgias e limpeza terminal em cirurgias 
infectadas. 
Medidas Preventivas de ISC (cont...) 
Pós-operatório 
Curativo 
 o primeiro curativo: 48 horas após ato cirúrgico; 
 técnica asséptica; 
 usar somente Soro Fisiológico; 
 curativos apresentando secreções devem ser 
cobertos e trocados com maior freqüência; 
 
Vigilância 
Indicação para coleta de material para cultura; 
suspeita de infecção 
 
Infecções da corrente 
sanguínea relacionada 
a cateter 
INFECÇÃO DA CORRENTE SANGÜÍNEA (ICS) 
Critérios Nacionais de Infecções Relacionadas à 
Assistência à Saúde 
 São multifatoriais e apresentam fisiopatologia, critérios 
diagnósticos, implicações terapêuticas, prognósticas e preventivas 
distintas. 
 Particularmente do ponto de vista de tratamento, são importantes a 
presença ou ausência de hemocultura positiva, sinais sistêmicos de 
infecção, presença ou ausência de foco primário de origem, 
presença ou ausência de acesso vascular, tipo do acesso, 
envolvimento e possibilidade de remoção do mesmo, sinais locais de 
infecção do cateter. 
 Do ponto de vista prático, é importante a definição de duas 
síndromes que apresentam aspectos diagnósticos e preventivos 
específicos, e que merecem grande atenção e monitorização 
sistemática. Estas duas situações são: 
INFECÇÃO DA CORRENTE SANGÜÍNEA (ICS) 
Critérios Nacionais de Infecções Relacionadas à 
Assistência à Saúde (cont..) 
a) As infecções primárias da corrente sanguínea (IPCS), que são aquelas 
infecções de consequências sistêmicas graves, bacteremia ou sepse, sem foco primário 
identificável. Há dificuldade de se determinar o envolvimento do cateter central na 
ocorrência da IPCS. Com finalidade prática, as IPCS serão associadas ao cateter, se este 
estiver presente ao diagnóstico como descrito adiante. 
 
b) Infecções relacionadas ao acesso vascular (IAV), que são infecções que 
ocorrem no sítio de inserção do cateter, sem repercussões sistêmicas. A maioria das 
infecções dessa natureza são infecções relacionadas ao acesso vascular central 
(IAVC), entretanto, em algumas instituições pode ser importante o acompanhamento de 
infecções relacionadas ao acesso vascular periférico, por esta razão também será descrita 
a definição de infecção relacionada aacesso vascular periférico (IAVP). 
Principais fontes das 
infecções da corrente sanguínea 
INFECÇÃO DA CORRENTE 
SANGUÍNEA (ICS) 
 Mortalidade atribuída por infecção da 
corrente sangüínea (ICS) é de 25 a 50% 
 
 Representa um alto custo para o hospital 
devido ao aumento do tempo de 
internação de aproximadamente 2 
semanas. 
Medidas Preventivas da ICS 
1. Lavagens das mãos antes de qualquer procedimento com 
o cateter, conexões, preparo e administração de infusões 
intravascular e realização do curativo; 
 
2. Evitar uso de acesso venoso central; quando necessário 
dar preferência a cateteres de poliuretano e 
politetrafluoretileno ao invés de cateteres de PVC e 
siliconizados; 
 
3. Troca de cateteres: 
1. Periférico - de 48 a 72/96 horas, ou antes disto se houver sinais e 
sintomas de inflamação ou infecção no local de inserção 
2. Swan-Ganz – trocar a cada 7 dias 
3. Central - trocar somente na presença de febre de origem 
indeterminada, mau funcionamento do cateter e infecção local; 
 
 
INFECÇÃO DA CORRENTE 
SANGUÍNEA (ICS) (cont...) 
4. Preparação da pele antes da inserção de pele: 
 Periférico - álcool a 70%; 
 Central - solução de clorehexidina à 2% ou PVP-I à 10%; 
 
5. Escolha do local de inserção do cateter venoso 
central – dar preferência para punção e subclávia, 
que está associada a menor risco de complicações; 
 
6. Paramentação para passagem de cateter: 
 Periférico - usar luvas de procedimentos 
 Central - usar avental e luvas estéreis, máscara e óculos de proteção; 
INFECÇÃO DA CORRENTE 
SANGÜÍNEA (ICS) (cont...) 
7. Curativo do cateter central: 
 Realizar a troca de 24 a 48 horas ou quando houver presença de 
sangue ou exsudato 
 Limpar a região com soro fisiológico a 0,9% 
 Fazer a anti-sepsia da pele e desinfecção do cateter com solução de 
clorehexidina a 2% ou PVP-I a 10% 
 Cobrir com gaze estéril seca e micropore ou com cobertura de 
poliuretano semipermeável (troca do curativo até 5 dias, s/ presença 
de sangue e exsudato) 
 8. Cuidado com as conexões: 
 Manter o sistema fechado tanto quanto possível 
 Fazer desinfecção da torneirinha, injetor lateral e borracha do equipo 
com álcool a 70% antes da infusão de medicamentos ou troca do 
frasco do soro; 
INFECÇÃO DA CORRENTE 
SANGUÍNEA (ICS) (cont...) 
9. Preparo das soluções endovenosas: 
 Verificar presença de turvação e elemento estranho na 
 solução, vazamento e data de validade antes de 
iniciar o preparo da medicação ou soro 
 Usar técnica asséptica durante o preparo; 
 
10. Infundir as soluções preparadas até, no máximo 
24 horas após o preparo. O lipídeo deve ser 
infundido até, no máximo, 12 horas após a 
instalação do frasco. 
INFECÇÃO DE TRATO 
RESPIRATÓRIO (PNEU) 
 
Pneumonia associada a assistência à 
Saúde (PAAS) 
(antiga Pneumonia nosocomial ou hospitalar) 
Pneumonia - Critérios Nacionais de 
Infecções relacionadas à Assistência à 
Saúde 
 Isoladamente, o diagnóstico de pneumonia estabelecido pelo 
médico não é um critério suficiente para estabelecer que o quadro 
pulmonar é de pneumonia relacionada a assistência à saúde. 
 Múltiplos episódios de pneumonia relacionada à assistência a saúde 
podem ocorrer em pacientes com internação prolongada. Procure 
buscar evidências da resolução do episódio inicial. O crescimento de 
mais um microrganismo ou mudança no patógeno em cultura, 
isoladamente, não é indicativo de novo episódio de pneumonia, é 
necessário o aparecimento de novos sinais e sintomas e alteração 
radiológica para essa definição. 
 
Gravidade 
 Pneumonia hospitalar é a mais 
freqüente das IH 
 pacientes internados em UTI 
 > índice de letalidade, tempo de 
permanência e custos adicionais 
durante a hospitalização. 
INFECÇÃO DE TRATO RESPIRATÓRIO (PNEU) 
Pneumonia - Medidas Preventivas 
1. Lavagem de mãos 
2. Extubação precoce 
3. Suporte nutricional adequado 
4. Fisioterapia respiratória. 
5. Posicionamento do paciente (Ângulo > ou = 30º) - submetido a 
ventilação 
6. Aspiração das secreções (Técnica asséptica correta) 
7. No ato da intubação utilizar EPI 
8. Evitar a contaminação da cânula antes da introdução na 
orofaringe. 
9. O fio guia deve ter sido desinfetado ou esterilizado e estar com 
embalagem adequada 
Infecção de Trato 
Urinário 
Trato Urinário Critérios Nacionais de Infecções 
Relacionadas à Assistência à Saúde (ITU_RAS) 
DEFINIÇÃO DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO RELACIONADA 
À ASSISTÊNCIA À SAUDE NO ADULTO 
 ITU relacionada a procedimento urológico, mais frequentemente 
cateterismo vesical; 
 ITU não relacionada a procedimento urológico; 
 ITU sintomática; 
 ITU assintomática, também chamada de bacteriúria assintomática 
 
ITU-RAS é definida como: 
 qualquer infecção ITU relacionada a procedimento urológico; 
 ITU não relacionada a procedimento urológico diagnosticada após a 
admissão em serviço de saúde e para a qual não são observadas 
quaisquer evidências clínicas e não está em seu período de incubação 
no momento da admissão. 
INFECÇÃO DE TRATO 
URINÁRIO (ITU) 
 Definição 
 processo inflamatório do sistema 
urinário e estruturas adjacentes 
sintomático 
 
Garibaldi, RA in Wenzel (1993) 
INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO 
(ITU) 
Causas 
Principalmente a cateterização 
 
Epidemiologia e fisiopatologia 
Risco de aquisição depende 
- Método e duração da cateterização 
- Qualidade de cuidado ao cateter 
- Suscetibilidade do paciente 
 
 
 
 
 
Gravidade 
 40% do total das Infecções Hospitalares 
 2-3% dos pacientes hospitalizados 
 80% das ITU são relacionadas a cateterização 
 permanência hospitalar (1 - 5 dias) 
 letalidade ( 0.25%) 
 Custo 
 acompanhamento pós cateterização (?) 
Fatores de Risco - ITU 
 sistema aberto 
 2 a 4 dias - 100% de bacteriúria 
 
 sistema fechado 
 cada 24 horas - taxa de bacteriúria de 5 a 10% 
 após 15 dias - taxa de bacteriúria de 75 a 100% 
 
 uretral intermitente 
 bacteriúria (maioria s/ complicação) 
 
 
Importância do controle da IH 
 Anualmente, a Secretaria de Estado da Saúde de São 
Paulo, por meio da Divisão de Infecção Hospitalar, realiza 
evento para a divulgação dos dados do Sistema de 
Vigilância das Infecções Hospitalares, 
 É importante destacar que o sistema garante a 
confidencialidade dos hospitais, uma vez que todos os 
dados são agregados sem a identificação das taxas 
individualmente. 
 A divulgação dos dados de IH é uma etapa fundamental 
da vigilância, pois permite o conhecimento do 
comportamento das infecções hospitalares, bem como o 
planejamento de ações de prevenção e controle em todo 
Estado. 
 Além disso, permite que os hospitais avaliem suas taxas 
de IH em relação às demais unidades hospitalares de São 
Paulo. 
PRECAUÇÕES 
 
Precauções Padrão 
Objetivo: 
 
 Prevenção da transmissão de um 
microorganismo de um paciente, 
portador são ou doente, para outro de 
forma direta ou indireta. 
PRECAUÇÃO PADRÃO (PP) 
Utilizar com todos pacientes independente de 
sua condição infecciosa – presença ou não 
de doenças transmissíveis 
 
Usar quando: 
Risco de contato com sangue, secreções e 
excreções, pele com solução de continuidade 
e mucosas 
Passos da PP 
 lavar mãos 
 antes e após contato com paciente 
 após retirar luvas 
 entre um e outro paciente, um e outro 
procedimento 
 diferentes procedimentos no mesmo paciente 
 após contato com sangue e secreções ou artigos 
contaminados por estes. 
Passos da PP(cont...)uso de barreiras 
Luvas (caso haja contato com sangue ou líquidos 
infectantes) 
Avental (sempre que houver possibilidade de respingos) 
Máscara, protetor olhos e protetor face (sempre que houver 
possibilidade de respingos) 
Prevenção de acidentes com perfuro-cortantes 
Descontaminação de superfícies (presença de sangue e 
líquidos infectantes) 
Limpeza, desinfecção ou esterilização – depende artigo 
Uso dos equipamentos de 
proteção individual – EPI 
Sequência para vestir: 
•A Avental 
•M Máscara comum ou máscara N95 
•Ó Óculos de proteção ou protetor de face 
•L Luvas 
 
•Sequência para tirar 
•L Luvas 
•P Protetor facial/ óculos de proteção 
•A Avental 
•M Máscara Comum ou tipo N95 
 
Precauções Baseadas nos 
Modos de Transmissão 
 Precaução por contato 
 
 Precauções Respiratórias 
 por gotículas 
 por aerossóis 
PRECAUÇÃO POR CONTATO 
Quarto privativo ou pacientes com mesma 
doença ou microorganismos 
Uso de luvas, para qualquer contato com 
paciente. 
Uso de avental, se houver possibilidade de 
contato das roupas do profissional com 
material infectante 
PRECAUÇÕES DE CONTATO 
Doença /Condição clínica Tempo 
Bactérias multirresistente DI* 
Impetigo 24 hs após início da 
terapêutica 
Pediculose 24 hs após início da 
terapêutica 
Escabiose 24 hs após início da 
terapêutica 
Ferida drenante DI* 
Diarréia em pacientes incontinente ou Criança que não controla esfíncter(E. coli 
,Shigella, Rotavírus ,etc) 
DI* 
Diarréia em pacientes usando antibiótico de largo espectro 
(Clostridium dificilli) 
DI* 
Rubéola Congênita 1 ano 
Herpes simples disseminada ou primária grave, ou neonato cuja mãe tenha lesão 
vaginal e o parto foi natural, ou cesáreo com ruptura prolongada de bolsa 
DI* 
Criança com infecção Respiratória aguda não bacteriana , 
Bronquiolite ,Croup ,Pneumonias (Vírus Parainfluenza, Enterovírus, Adenovírus) 
DI* 
Clostridium dificille DI* 
Difteria 2 culturas em 24 horas 
negativas 
Hepatite A em paciente com incontinência fecal DI* 
Conjuntivite viral hemorrágica DI* 
Febres Hemorrágicas (Lassa ,Masburg) DI* 
Síndrome da pele escaldada DI* 
Pseudomonas Cepácea na fibrose cística DI* 
*DI:Durante a internação 
PRECAUÇÕES POR CONTATO 
Precauções respiratórias 
Gotículas 
 Mais de 5 µ 
 Até 1 metro 
 Permanece no ar por 
segundos 
 A máscara cirúrgica é eficaz 
na redução da eliminação de 
partículas pelo paciente fonte 
 A máscara cirúrgica é eficaz 
para contactuantes 
 Exemplos: Doença 
meningocócica, Coqueluche, 
Rubéola 
Aerossóis 
Menos de 5 µ 
Metros pode atingir outros quartos 
Permanece no ar por horas 
 A máscara cirúrgica é eficaz 
na redução da eliminação de 
partículas pelo paciente fonte 
 A máscara cirúrgica NÁO é 
eficaz para contactuantes 
 Exemplos Tuberculose, 
Varicela, Sarampo 
Precauções de Transmissão 
aérea - aerossóis 
 
Doença / Condição Clínica Tempo 
Sarampo DI* 
Exantema (Sarampo) Máculo Papular 
+febre +coriza 
DI 
Exantema Vesicular (Varicela) Até fase de crosta 
Varicela ,Herpes zoster disseminado ou em 
imunocompetente 
Até fase de crosta 
TBC pulmonar ou laríngea, as formas 
drenantes e meníngea 
14 dias após início 
da terapêutica 
*DI:Durante a internação 
 
Doença / Condição Clínica Tempo 
H. influenza invasivo Meningite, Pneumonia, 
epiglotite, septicemia 
24 hs de terapia 
MeningococoMeningite ,Pneumonia, Septicemia 24 hs de terapia 
Difteria faríngea 2 culturas com intervalo 
de 24 hs negativas 
Mycoplasma DI* 
Coqueluche 5 dias 
Infecções Estreptocóccicas 24 h de antibiótico 
Caxumba 9 dias após início do 
edema 
Adenovírus DI* 
Influenza ,Parainfluenza DI* 
Parvovírus B-19 7 dias 
Faringite ,Pneumonia ,Escarlatina em crianças 
(Estreptococos) 
24 h após início da 
terapêutica 
Meningite e Epiglotite (Hemófilos) 24 hs após início da 
terapêutica 
Rash petéquio /Equimótico com febre 
(Meningococos/Hemófilos) 
24 hs após início da 
terapêutica 
*DI: Durante a internação 
Precauções Respiratórias - gotículas 
Teste seus conhecimentos 
a. Antes e após contato com o paciente 
b. Apenas após o contato com o paciente 
c. Apenas quando o paciente estiver 
isolado 
d. Desnecessária, se houver uso de luvas 
A lavagem de mãos deve ser feita 
a 
a. Quando as mãos estão limpas 
b. Antes de realizar procedimentos 
invasivos (sondagem vesical, punção 
venosa central ou periférica) 
c. Para limpeza das mãos da equipe antes 
do procedimento cirúrgico 
d. Após retirada das luvas 
Deve-se aplicar álcool gel nas mãos, exceto: 
d 
Quanto tempo deve durar a lavagem de mãos? 
a. 15 segundos 
b. 30 segundos 
c. 1 minuto 
d. 2 minutos 
 
b 
Quando devo fazer a 
tricotomia no paciente? 
a. 24 horas antes da cirurgia 
b. 12 horas antes da cirurgia 
c. 2 horas antes da cirurgia 
d. Se houver indicação 
•com lâmina de barbear - 5,6% (cortes microscópios) 
•com lâmina imediatamente antes = 3,1% 
•com lâmina 24 h antes = 7,1% 
•com lâmina mais de 24h antes = 20% 
•com máquina “clipper” imediatamente antes = 1,8% 
•depilação ou não remoção = 0,6% 
c 
d 
O residente de plantão interna um paciente com 
quadro clínico sugestivo de meningite. 
Que precaução você inicialmente recomendaria para 
esta doença ? 
a. Precaução padrão 
b. Precaução para Aerossóis 
c. Precaução para Gotículas 
d. Precaução de Contato 
 
a. Precaução padrão 
b. Precaução para Aerossóis 
c. Precaução para Gotículas 
d. Precaução de Contato 
 
O médico de plantão interna um paciente com 
infecção da corrente sanguínea por Pseudomonas 
aeruginosa multiresistente. Que precaução você 
recomendaria para cuidado deste paciente ? 
a. Precaução padrão 
b. Precaução para Aerossóis 
c. Precaução para Gotículas 
d. Precaução de Contato 
 
O residente de plantão interna um paciente com 
tuberculose renal.Que precaução você inicialmente 
recomendaria para esta doença? 
fim 
Referências

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