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Infecção Hospitalar

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Microbiologia Victoria de Paula Resumo de aula 
 
 
Infecção Hospitalar 
Infecções hospitalares = IRAS 
Iras = Infecções relacionadas a assistência à saúde 
 Atualmente, tem sido sugerida a mudança do 
termo infecção hospitalar (nosocomial) por 
Infecção relacionada à assistência à saúde 
(IrAS), que reflete melhor o risco de aquisição 
dessas infecções 
 2 milhões de pessoas infectadas/ano 
 100.000 mortos/ano 
o 7 a cada 100 pacientes em países 
desenvolvidos 
o 10 a cada 100 em países em 
desenvolvimento 
Definição 
IRAS: infecção adquirida após a admissão do paciente 
e que se manifeste durante a internação ou após a alta, 
quando puder ser relacionada com a internação ou 
procedimentos hospitalares, e que não estava presente, 
e nem em período de incubação por ocasião da 
admissão do paciente. 
 Infecções adquiridas no hospital que se 
detectam após a alta )30 dias) 
 Infecções ocupacionais nos profissionais de 
saúde 
 Infecções de recém-nascido, exceto se a 
transmissão for transplacentária 
 Infecção comunitária: constatada ou em 
incubação no ato de admissão do paciente, 
desde que não relacionada com internação 
anterior no mesmo hospital. 
São diagnosticadas, em geral, a partir de 72 horas após 
a internação, mas podem ser diagnosticadas antes 
quando associadas a procedimentos diagnósticos e/ou 
terapêuticos realizados na admissão. 
 Quando for isolado um microrganismo de uma 
IC (infecção comunitária), seguido do 
agravamento das condições clínicas do 
paciente; 
 Quando se desconhecer o período de incubação 
do microrganismo e não houver evidência 
clínica e/ou dado laboratorial de infecção no 
momento da internação – a partir de 72 após 
admissão 
 Quando associadas a procedimentos 
diagnósticos e/ou terapêuticas, realizados 
durante este período – antes de 72 horas de 
internação. 
 Infecções no recém-nascidos com exceção 
das transmitidas de forma transplacentária e 
aquelas associadas a bolsa rota superior a 24h. 
 Pacientes provenientes de outro hospital que se 
internam com infecção, são considerados 
portadores de infecção hospitalar do hospital 
de origem de onde a infecção veio. 
Fatores essenciais para desenvolvimento 
de IRAS 
Como se adquire 
1. Endógeno ou autoinfecção: agente causador do 
próprio paciente, desenvolve-se quando há 
diminuição da resistência do paciente no 
período de internação. 
2. Exógeno ou infecção-cruzada: paciente entra 
em contato com o agente infeccioso externo. 
infecção 
nosocomial
microrganismos 
no ambiente 
hospitalar
hospedeiro 
comprometido
cadeia de 
transmissão
Microbiologia Victoria de Paula Resumo de aula 
 
Mecanismos no ambiente hospitalar 
 Reservatório de grande variedade de 
patógenos 
 Maioria – patógenos oportunistas 
 1940-1950: Gram + (S.aureus) 
 1970: Gram – (E. coli e P. aeroginosa) 
 1980: S. aureus resistente a antibióticos e 
outras Gram + (Enterococcus sp) 
 1990 – Atual: microrganismos resistentes aos 
antimicrobianos – KPC, NDM 
o Bactérias Gram -: Enterobacter ssp., E. 
coli, Serratia aap., Klebsiella ssp., 
Proteus ssp., Citrobacter ssp., P. 
aeruginosa e Acinetobacter 
baumannii. 
o Bactérias Gram +: S.aureus, 
Staphylococcus coagulase-negativa e 
Enterococcus sp. 
o Fungos: Candida albicans, C. 
parapsilosis, C. tropicalis e C. glabrata. 
Cadeia de Transmissão 
Principais modos de transmissão de IRAS: 
1. Contato direto 
a. Paciente – paciente 
b. Paciente – profissional (mãos e luvas 
contaminadas) 
2. Contato indireto 
a. Via fômites: procedimentos 
diagnósticos ou tratamento 
(cateteres, seringas, agulhas, sondas, 
etc.) 
b. Roupas (jalecos, lençóis contaminados) 
3. Veículos: sistema de ventilação do hospital (ar). 
Hospedeiro suscetível 
 Maior risco de infecções: 
o Procedimentos invasivos e/ou 
cirúrgicos 
 Uso de cateter/sondas na 
bexiga e intravenoso. 
o Tempo de internação 
o Intubação intratraqueal 
o Idade do paciente: idosos e bebês 
o Imunossupressão 
o Queimaduras 
o Desnutrição 
 
Infecções urinárias 
 Causa mais comum de Infecção Hospitalar 
 80% relacionadas a cateter vesical 
o 15-25% pacientes internados são 
cateterizados 
 Tempo de hospitalização: 1-4 dias adicionais 
 Aumento de bacteriúria – aumento do tempo 
de uso do cateter. 
Fatores de risco: 
 Sexo (feminino – aumento de 2x) 
 Idosos 
 Doença de base: uropatias obstrutivas, 
politraumatizados, prostáticos, 
imunodeprimidos, etc. 
 Antibioticoterapia 
Presença do cateter: lesões traumáticas, diminuição da 
defesa local, aumento da multiplicação de bactérias. 
 Manipulação de vias urinárias 
 Uso prolongado 
Microbiologia Victoria de Paula Resumo de aula 
 
 Qualidade do cuidador do cateter 
 Abertura do sistema 
Prevenção das infecções urinárias 
 Evitar o uso de cateter/rápida remoção 
 Lavagem das mãos antes da sondagem 
 Utilizar técnica asséptica e equipamento estéril 
 Uso de coletor de urina fechado com sistema 
antirrefluxo 
 Manter drenagem contínua – checar 
obstruções do sistema 
 Esvaziar a bolsa coletora a cada 8 horas ou ao 
transportar o paciente. 
Infecções sítio cirúrgico 
 Incisão cirúrgica ou em tecidos manipulados 
durante o procedimento cirúrgico. 
 Pode ser diagnosticada até 30 dias após 
realização do procedimento, ou, no caso de 
implante de próteses, até um ano. 
Microrganismos endógenos: disseminação 
Microrganismos exógenos: mãos de profissionais da 
saúde, instrumentos e equipamentos, ambiente (ar). 
 Risco X tipo de procedimento 
 
Fatores de risco: Infecções sítio cirúrgico 
 Localização do sítio cirúrgico 
 Idade 
 Estado clínico do paciente 
 Neoplasias 
 Drogas imunossupressoras 
 Diabetes, obesidade, desnutrição 
 Internação pré-operatória prolongada 
 Tempo de procedimento 
 Tricotomia 
 Presença de drenos 
 Perfuração nas luvas 
 Técnica do cirurgião 
Prevenção: infecções sítio cirúrgico 
Cuidados pré-cirúrgicos: 
 Preparo da pele do paciente 
 Preparo da pele dos profissionais de saúde 
 Controle de diabetes 
 Diminuir tempo de internação pré-operatório 
 Remoção adequada dos pelos 
 Uso de antibióticos profiláticos 
 Materiais estéreis 
Cuidados cirúrgicos 
 Ambiente e equipamentos livres de 
contaminação 
 Técnicas cirúrgicas assépticas 
 Cuidado com roupas e vestimentas 
Cuidados pós-cirúrgicos 
 Curativos adequados 
Pneumonia Hospitalar 
Fatores de risco: 
 Ventilação mecânica (6-21 x) 
 Idade – idoso ou bebê, desnutrição, 
imunossupressão 
 Colonização orofaringe 
 Aspiração e refluxo (dificuldade de deglutição 
 Equipamentos respiratórios: uso prolongado 
(contaminação mão do profissional de saúde) 
Medidas preventivas: 
Microbiologia Victoria de Paula Resumo de aula 
 
 Elevação da cabeceira do leito (35° a 45°) 
o Diminuição risco de bronco-aspiração 
 Avaliação diária da sedação 
 Higiene oral com clorexidina 
o Queda na colonização do trato 
respiratório 
 Controle e higiene das mãos de profissionais de 
saúde 
Infecções na corrente sanguínea 
 90% relacionadas ao uso de cateter venoso: 
administração de nutrientes, medicamentos, 
derivados sanguíneos, etc. 
Prevenção 
 Evitar o uso de cateter intravenoso 
 Uso de técnica asséptica e materiais estéreis 
 Higiene das mãos, precauções de barreira 
máxima para inserção do cateter: 
o Uso do gorro, mascara, avental e luvas 
estéreis e campos estéreis grandes 
que cubram toda a área a ser 
puncionada 
 Realizar troca sempre que necessário (com 
secreções, sujidade, etc.) 
 Curativo de gaze e esparadrapo sempre secos 
– trocas a cada 24 a 48 horas. 
 Antissepsia com PVPI ou clorexidina antes da 
inserção e a cada troca 
Como controlar o desenvolvimento de IRAS? 
Contexto histórico: 
 Estudantes de medicina x parteiras 
 Os índices de infecção eram maiores entre 
médicos por eles não lavarem as mãos 
 Começa a regra em que todos,sem exceção, 
deveriam lavar as mãos antes de todos os 
procedimentos. 
Hoje: 
 CDC: Centers for Disease Control and Prevention 
 Estimativa de que 5-15% pacientes adquirem 
IRAS 
 Brasil: 15,5% (18,4% instituições públicas) 
 Últimos 20 anos – aumento de 36% de IRAS, 
mesmo com o uso de técnicas assépticas, 
esterilização 
Lei Federal n° 9431, de 6 de Janeiro de 1997: 
 Art. 1º Os hospitais do país são obrigados a 
manter o programa de controle de infecções 
hospitalares – PCIH. 
Comissão de Controle de Infecção Hospi talar (CCIH) 
Órgão de assessoria da direção da instituição composta 
por profissionais de nível superior, formalmente 
designados, constituída por: 
 Membros Consultores: representantes dos 
serviços médico, de enfermagem, farmácia 
hospitalar, laboratório de microbiologia e da 
administração do hospital. 
 Membros Executores: 2 técnicos de nível 
superior – 200 leitos, sendo um dos membros 
preferencialmente da enfermagem) 
Competências da CCIH 
 Elaborar regimento interno da CCIH 
 Manter e avaliar o PCIH 
 Implantar sistema de vigilância epidemiológica 
 Adequar, implementar e supervisionar normas 
e rotinas 
 Promover educação em serviço 
 Implantar política de uso racional de 
antimicrobianos 
Microbiologia Victoria de Paula Resumo de aula 
 
 Cooperar com a ação do órgão de gestão do 
SUS 
 Interagir com os demais setores e serviços do 
hospital 
 Aplicar medidas que visem controlar a 
Infecção Hospitalar. 
Programa de controle de infecção hospitalar 
(PCIH) 
É um conjunto de ações desenvolvidas, deliberadas e 
sistematizadas, com vistas à redução máxima possível 
da incidência e da gravidade das infecções 
hospitalares. 
Principais objetivos: 
 Proteção dos pacientes 
 Proteção dos profissionais de saúde 
 Redução de custos 
Assembleia Mundial de Saúde – 2015 
Plano de ação global em resistência microbiana 
Assegurar a continuidade da capacidade de tratar e 
prevenir doenças infecciosas utilizando medicamentos 
eficazes, seguros e com qualidade comprovada, de 
forma responsável 
 Melhorar a consciência e a compreensão da 
resistência antimicrobiana; 
 Fortalecer o conhecimento através da 
vigilância e investigação; 
 Reduzir a incidência de infecção através de 
saneamento eficaz, higiene e medidas de 
prevenção de infecção; 
 Otimizar a utilização de agentes 
antimicrobianos na saúde humana e animal; 
 Garantir o investimento sustentável em novos 
medicamentos, diagnósticos, vacinas e outras 
intervenções para as necessidades de todos os 
países. 
Prevenção de Infecções Hospitalares / IRAS 
1- Educação dos profissionais de saúde 
a. Higiene nas salas de recepção, espera, 
corredores, quartos, centros 
cirúrgicos. 
b. Uso de técnicas cirúrgicas adequadas 
e assépticas 
c. Lavagem das mãos 
2- Esterilização e desinfecção adequadas 
a. Banheiros, aparelhos de diagnóstico, 
respiradores, materiais cirúrgicos, etc. 
3- Cuidado especial no isolamento de pacientes 
infectados 
a. Áreas reservadas para queimados, 
hemodiálise, recuperação, cuidado 
intensivo, oncologia, etc. 
4- Cuidado especial com pacientes de alto risco 
e/ou imunossuprimidos. 
5- Identificação correta do agente causador e 
tratamento adequado. 
6- Uso racional de antibióticos, evitar 
procedimentos invasivos e minimizar uso de 
quimioterápicos. 
a. Detecção do uso abusivo de 
antibióticos 
7- Vigilância de infecções no hospital pela equipe 
de controle de infecção. 
a. Detecção de fontes de contaminação, 
bactérias resistentes a antibiótico, 
técnicas incorretas de esterilização, 
inspeção periódica de equipamentos, 
coleta de amostras, etc. 
Gerencia de vigi lância e monitoramento em 
serviços em saúde (ANVISA) 
Programa nacional de prevenção e controle de IRAS 
2016-2020 
Notificação eletrônica IRAS 
Microbiologia Victoria de Paula Resumo de aula 
 
 SINAIS: sistema nacional de informação para 
controle de infecções em serviços de saúde 
o Infecção de corrente sanguínea (IPCS) 
em pacientes em uso de cateter 
venoso central (CVC) 
o Infecções de sítio cirúrgico (ISC) 
relacionadas ao parto cirúrgico: 
cesariana. 
o Pneumonia associada à ventilação 
mecânica (PAV) 
o Infecção do trato urinário (ITU) 
associadas à sonda vesical de demora. 
Cinco Pilares do Controle de Infecção Hospitalar 
1. Isolamento e precauções de barreiras 
2. Descontaminação de equipamentos 
3. Uso racional de antimicrobianos 
4. Lavagem das mãos 
5. Descontaminação do ambiente 
 
 
 
 
obs: Deixem o jaleco pros professores e pro tio da pipoca e para de espalhar 
micróbio na rua! 
Custos tratamento X prevenção 
 Pacientes com diversas queixas e diversas 
infecções = caro = $$$$$$ 
 Lavar as mãos = R$ 0,50 
Vamos economizar graninha e ser consciente, coleguinha?