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NERVOS CRANIANOS Doze pares de nervos cranianos têm origem do encéfalo, sendo chamados de nervos cranianos. Os dois primeiros têm conexão com o cérebro e os demais com o tronco encefálico, sendo numerados de acordo com a sua origem. Iº PAR DE NERVO CRANIANO – NERVO OLFATÓRIO O nervo olfatório, origina-se de células olfatórias situadas na mucosa nasal, atravessam a lâmina crivosa do osso etmóide e atingem os bulbos olfatório, localizadas no telencéfalo. É um nervo completamente sensitivo conduzindo impulsos associados no sentido da olfação, sendo que suas fibras classificam-se como sensitivas. (COSENZA,1990). Exame: Observar uma possível obstrução das vias nasais, por exemplo: desvio de septo, fratura, presença de secreção; Com ambos os olhos fechados, o paciente deve identificar odores familiares (café, cravo da índia, limão, sabonete). Cada narina deve ser testado separadamente; O examinador deve evitar o uso de substâncias com odores fortes, como álcool, acetona, éter que poderão irritar a mucosa nasal. Manisfestações clínicas: Anosmia uni ou bilateral. Essa manisfestação pode ser temporária ou persistente dependendo exlusivamente da dimensão da área lesado e do tipo de lesão. Paladar diminuído. Pois em grande parte a gustação depende das substâncias voláteis contidas nos alimento. IIº PAR DE NERVO CRANIANO – NERVO ÓPTICO É constituido por um feixe de fibras nervosas que se originam na retina, na qual a imagem é focada. Essa fibras penetram na cavidade craniana através do canal óptico do osso esfenoíde. Os dois nervos ópticos forma o quiasma óptico, situado anteriormente a hipófise. No quiasma óptico as fibras nervosa da metade medial de cada retina, cruzam-se para o lado oposto, e as metades laterais de cada retina permanece do mesmo lado. As fibras formadas após o quiasma originam os tractos ópticos. A progressão dessa fibras terminam no córtex visual dos lobos occipitais. O nervo olfatório é exclusivamente sensitivo, responsável pela visão. Campo visual: o paciente deve cobrir um dos olhos, fixando seu olhar sob o nariz do examinador. O examinador move seu dedo na frente do paciente, do campo temporal para o campo nasal. O paciente deve informar quando visualiza o dedo do examinador. As células sensitivas, localizadas nas fibras dos nervos ópticos são responsáveis pela visão. Se houver lesão dos corpos neuronais destas células (situados no hemisfério cerebral), o paciente apresentará cegueira parcial bilateral chamada de cegueira cortical. O paciente que não apresenta visão em metade do campo visual de cada olho, apresenta uma hemianopsia. Quando ocorre lesão do nervo óptico, haverá perda dos campos nasal e temporal levando a amaurose (perda total da visão), do lado lesado. Lesão ao nível de quiasma óptico leva uma perda do campo temporal direito e esquerdo, característico em tumores hipofisiários. Fundoscopia: Baseia-se no exame de fundo de olho, com o uso de oftalmoscópio. O exame deve ser realizado em ambiente escuro, onde se observa: artérias, veias, sinais hemorrágicos e as papilas. Papiledema: embora sua patogênese permaneça obscura ele é frequente em pacientes com hipertensão intracranina, podendo ter ou não queixas visuais associadas. IIIº, IVº, VI º PARES DE NERVOS CRANIANOS – NERVO OCULOMOTOR, TROCLEAR E ABDUCENTE. O terceiro nervo craniano está localizado no mesencéfalo ao nível do colículo superior, e situa-se próximo da artéria comunicante posterior. Ele termina nas divisões superior e inferior, esta última contendo fibras pupilomotoras. É responsável pela constricção pupilar, elevação da pálpebra e a maioria dos movimentos extra-oculares. O quarto par de nervo craniano decussa antes de sair da face dorsal do mesencéfalo, eventualmente inervando o músculo oblíquo superior contralateral. Ele situa-se imediatamente abaixo do terceiro nervo, no seio cavernoso, e entra na órbita através da fissura orbital superior, junto com os outros nervos que suprem os músculos do olho. É responsável pelos movimentos para baixo e para dentro dos olhos. O sexto par de nervo craniano emerge do bordo inferior da ponte, e segue próximo á artéria caródita interna, na face medial do seio cavernosos. Ele supre o músculo reto lateral. Desvio lateral dos olhos. Exame: Os nervos motores oculares são examinados conjuntamente na avaliação da motricidade ocular: - Solicita-se para que o paciente olhe para a direita, para a esquerda, para cima e para baixo, observa-se se ocorre estrabismo, interroga-se sobre diplopia e pesquisa-se movimentos voluntários anormais. - Pede-se para que o paciente olhe alternadamente para os dedos indicadores do examinador colocados a cerca de 30 cm dos olhos do paciente e distanciados de 30 cm entre si, examina-se a ocorrência de dismetria e de oscilações ao final do movimento. - Desloca-se o indicador à frente dos olhos do paciente, o examinador observa os movimentos lentos de seguimentos laterais, verticais e de convergência. Exame pupilar: As pupilas devem ser observadas quanto à: - forma (circular) - diâmetro (normal de 2 a 6 mm) - simetria (isocóricas ou anisocóricas) - presença do reflexo fotomotor (fotorreagente) Vº PAR DE NERVO CRANIANO – NERVO TRIGÊMIO É um nervo misto situado no assoalhos da parte superior do quarto ventrículo. Função motora: inerva os músculos temporal e masseter (cerra a mandíbulas), também o movimento lateral da mandíbula. Função sensitiva: o nervo tem três divisões: oftálmica, maxilar e mandibular (sensibilidade dolorosa e térmica). Exame: - Testa-se a sensibilidade da face do mesmo modo que nos membros ou tronco, com mecha de algodão, agulha e tubos de ensaio com água quente e fria; - Os músculos da mastigação são avaliados solicitando-se para que o paciente abra e feche a boca com força. A palpação dos músculos masseter e temporal durante o fechamento da boca pode revelar assimetrias de massa muscular; - Pede-se ao paciente para abrir sua boca amplamente e o examinador usando suas mãos tentar fechá-la. Reflexo corneano: Encostar delicadamente um fiapo de gaze na superfície temporal de cada córnea, enquanto o paciente olha para cima. A resposta esperada é o piscar de olhos e o lacrimejamento. VIº PAR DE NERVO CRANIANO – NERVO FACIAL O nervo facial emerge no sulco bulbo-pontino, através de duas raízes motoras, que é o nervo facial propriamente dito, e uma raiz sensitiva, que é o nervo intermédio. As fibras motoras irão inervar a grande maioria dos músculos da face, principalmente a inervação da mímica. As fibras sensitivas inervam as glândulas salivares, submandibulares e sublinguares, e ainda conduzem sensibilidade dos dois terços anteriores da língua. Inervam o músculo abaixador da pálpebra. Exame: - O examinador avalia a simetria do movimentos faciais, enquanto o paciente sorri, assobia, franze as sobrancelhas e cerra as pálpebras. Observa-se o aparecimento de paralisias flácida, que levam ao desaparecimento de pregas nasolabiais; - Testa-se ainda a diferenciação do doce e salgado, examinado dessa forma a sensibilidade gustativa da língua. VIIIº PAR DE NERVO CRANIANO – NERVO VESTÍBULO- COCLEAR O nervo vestíbulo-coclear tem duas porções distintas, a porção vestibular e porção coclear. A primeira tem origem nos receptores do labirinto da orelha interna, que são sensíveis à posição da cabeça e seus movimentos. Estas informações são muito importantes para a manutenção do equilíbrio corporal. A porçãococlear tem origem na cóclea, onde se origia a sensibilidade auditiva. As duas porções caminham juntas e penetram no encéfalo ao nível da porção lateral do sulco bulbopontino. Exame: - No exame da acuidade auditiva cobrir uma das orelhas, e testar através do som de um relógio, um sussurro ou estalar dos dedos. O paciente deve estar apto a ouvir o som e fazer a sua diferenciação; - A avaliação de equilíbrio deve ser feita da seguinte maneira: instruir o paciente para que fique de pé com as pernas aproximadas, posicionar os braço e mãos paralelos ao corpo, pedir para o paciente fechar os olhos. O paciente deve se manter nessa posição por dez segundos, sem perder o equilíbrio. Logo em seguida o paciente deve ser orientado a assumir posição normal para andar, colocando o calcanhar de um pé com o dedo do outro pé, dar dez passos. IXº e Xº PAR DE NERVOS CRANIANOS – NERVO GLOSSOFARÍNGEO e NERVO VAGO Os nervos glossofaríngeos e vago situam-se muito próximos no interior do crânio e participam da inervação motora e sensitiva da faringe. Por esta razão são examinados simultaneamente. Lesões desses nervos, principalmente do vago, causam disfagia alta em que é comum o refluxo nasal de alimentos. Lesão do vago acompanha-se ainda de disfonia por paralisia de corda vocal e lesão do glossofaríngeo causa comprometimento da gustação do terço posterior da língua. Exame: - Solicita-se ao paciente para que abra a boca e diga “a”. Observa-se há simetria na elevação do palato, se a úvula continua na linha média e se a rafe mediana da faringe se eleva. - Reflexo palatino: Consiste na elevação do palato mole e retração simultânea da úvula quando se toca a úvula ou o palato com um espátula. - Reflexo faríngeo (vômito): a excitação da parede posterior da faringe com uma espátula provoca elevação e constricção da faringe, retração da língua e sensação de vômito. XIº PAR DE NERVO CRANIANO – NERVO ACESSÓRIO Este nervo possui fibras motoras que vão para o músculo esternocleidomastoíde e trapézio. As fibras emergem do funículo lateral da medula, constituindo a raiz espinhal do acessório. O décimo para tem uma raiz bulbar emergente no sulco lateral posterior, cujas fibras, também motoras, depois de se juntarem a raiz espinhal para o formar o nervo acessório, tornam a se separar, indo fundir-se com o nervo vago e inervam a musculatura da laringe. Exame: - Avaliar a capacidade do paciente de encolher os ombros e fazer rotação com a cabeça contra a resistência exercida. Um desvio do queixo para baixo contra a resistência indica o lado paralisia. - O exame deve ser feito em busca de atrofia muscular, queda de ombro, etc. XIIº PAR DE NERVO CRANIANO – NERVO HIPOGLOSSO O nervo hipoglosso emerge do encéfalo do sulco lateral anterior, se forma de filamentos radiculares visíveis entre a pirâmide e a oliva. Suas fibras inervam os músculos extrínsicos e intrísicos da língua. Exame: - A força da língua é testada pedindo para o paciente empurrar a ponta dessa contra a bochecha dos dois lados, contra a resistência do examinador. - Observar a presença de desvio, atrofia ou tremores na protusão da língua.
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