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Direito Penal IV - Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual (Crimes em espécie)

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DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
	Aqui estudaremos as mudanças feitas pela lei 12.015/09 que alterou o título 6 do Código Penal de “crimes contra os costumes” para “crimes contra a dignidade sexual”.
ANTES DA LEI:
O bem tutelado era a moralidade social da coletividade (era mais impessoal, olhava para o coletivo).
DEPOIS DA LEI:
O bem tutelado é a dignidade individual (mais pessoal, olha para a dignidade individual e não coletiva).
ATENÇÃO: Estamos diante de uma sucessão da lei penal no tempo.
Lex Mitio – A lei se torna mais benéfica ao acusado.
Lex Gravio – A lei se torna mais prejudicial ao acusado.
ESTUPRO
LEI 12.015/09
	O art. 213 refere-se à “alguém”, lê-se um indivíduo imputável ou semi imputável.
CONCEITO:
A lei 12.015/09 alterou vários pontos do título VI do Código Penal, como o bem jurídico tutelado, a ação penal cabível e os sujeitos.
	No crime de estupro adota-se o Princípio da Continuidade Normativo-Típica, onde o conteúdo do art. 214 do CP foi atribuído ao art. 213, CP. Não podemos falar em abolitio criminis, tendo em vista que os atos libidinosos já existiam no crime de atentado violento ao pudor.
SUJEITOS:
Mulher casada (art. 226, CP) – Caso de aumento de pena.
Prostituta (profissional do sexo)
Caso ela acorde um serviço e seja forçada a executar outro.
Se for forçada a fazer o programa
Transexual
Antes da lei: o trans só poderia ser vítima de estupro se o mesmo fosse operado e tivesse a alteração do registro civil (de homem para mulher).
Depois da lei: o trans não necessita de operação, pois poderá ser vitima de estupro mediante atos libidinosos e pode também ser operado, porém, sem registro (por conjunção carnal).
Menor de 18 anos e maio de 14
Antes da lei: analisava a pena, as circunstâncias judiciais e tinha que se ater ao mínimo e ao máximo que era 6 à 10 (art. 59, CP) – Era preciso usar o art. 213 c/c o 224, CP ou o 214 c/c com o 224, CP.
Depois da lei: LEX GRAVIOR – No caso do menor de 18 e maior de 14, o §1 do art. 213 já define como qualificadora, tornando a pena com números de 8 a 12 anos.
ATENÇÃO: Na última fase do sistema trifásico da pena, a pena poderá passar do que consta como pena máxima (o sistema trifásico é composto por: 1 – Pena Base; 2 – Agravante/Atenuante; 3 – Aumento/Diminuição).
ATENÇÃO: Com relação à DOSIMETRIA da pena no art. 213, CP – se for conjunção carnal, estará perto dos 10 anos, se for ato libidinoso, estará mais perto dos 6 anos.
	Se a vítima de estupro for menor de 14 anos, aplica-se o art. 217-A, (estupro de vulnerável), a pena será de 8 à 15 anos.
OBS: Se o indivíduo tiver exatamente 14 anos (data do aniversário) será considerado estupro simples devido a legislação não fazer menção à ele, logo, a pena será de 6 a 10 anos (art. 213, caput, CP), sem qualificadora.
ELEMENTO SUBJETIVO:
	Estupro só existe na modalidade dolosa (com intenção).
ATENÇÃO: Ato de libidinagem é um gênero e dentro dele tem duas espécies que são a conjunção carnal e o ato libidinoso.
ATENÇÃO: O beijo lascivo, para a corrente majoritária, é considerado estupro por ato libidinoso, já para Rogério Grecco é contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor. Atualmente é considerado estupro mas esse debate ainda não é pacificado.
MATERIALIDADE DO CRIME:
Art. 155, CPP – O juiz deve condenar ou absolver com base em todas as provas no curso do processo penal.
Art. 156, CPP – Todo crime que deixa vestígio o corpo de delito é obrigatório -> direto e indireto.
Art. 157, CPP – Na ausência do corpo de delito ele poderá ser substituído por prova testemunhal.
ANTEÇÃO: No código de processo penal não existe prova tarifada, o juiz deverá levar em consideração todas as provas previstas no CPP, tendo elas, o mesmo valor. No crime de estupro, o exame ginecológico deverá ser utilizado como todas as outras provas, justamente para evitar erros, como é o caso da SÍNDROME DA MULHER DE POTIFAR (passagem bíblica), onde uma mulher alega ter sido estuprada quando na realidade não foi. O direito penal utiliza essa passagem para o crime de estupro e estupro de vulnerável.
QUALIFICADORAS:
Art. 213, §1, CP – Lesão corporal grave (estende-se a gravíssima) e vítima maior de 14 e menor de 18.
Art. 213, §2, CP – Em caso de morte, a pena será de 12 a 30 anos (antes da lei era de 12 a 25 anos).
ATENÇÃO: Antes da lei as qualificadoras vinham dispostas no art. 223, após essa lei o art. 223 foi revogado.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA:
Conjunção Carnal:
Consumação – penetração do pênis na vagina ou vagina no pênis, completa ou incompleta.
Tentativa – há o emprego da violência ou grave ameaça, porém, não consegue finalizar o ato.
Atos Libidinosos (depende do ato):
Consumação – momento da efetivação do ato.
Tentativa – emprega a ameaça mas não consegue realizar o ato completo.
OBS: Todo crime de estupro por conjunção carnal terá ato libidinoso anterior.
CONCURSO DE CRIMES:
	Hoje independe dos atos praticados.
Atos libidinosos e conjunção carnal
Atos libidinosos
Conjunção carnal
Quantidade de atos libidinosos
É importante entender que aqui o agente somente responderá por 1 crime.
ESTUPRO DE VULNERÁVEL 217-A, CP
Estamos diante de um crime que só existe na modalidade dolosa
Esse crime obrigatoriamente deixa vestígio
Antes da lei 12.015/09 o estupro de vulnerável possuía um grau de reprovabilidade maior, porém, não existia um artigo específico para o crime.
SUJEITOS VULNERÁVEIS: 
Não maior de 14 anos.
Alienado
Pessoa sem capacidade de resistência
DEPOIS DA LEI 12.015/09
Art. 217 – A: Dos vulneráveis.
Menor de 14 anos (13 anos, 11 meses e 29 dias)
Deficiente mental/enfermidade (pessoa com perturbação psíquica que afete o entendimento da mesma)
Sem capacidade de resistência (acamados, paraplégicos, drogados e etc)
Pena inicial: 8 a 15 anos.
MODO DE EXECUÇÃO:
	Esse crime poderá ser cometido de diversas formas, com violência, pode ser com grave ameaça, mediante fraude, ou, até mesmo, com consentimento, já que nesses casos ele é considerado inválido (sem opinião).
	O modo de execução não importa atualmente e hoje toda forma de cometimento é considerada como violência real, independente da forma que se comete (pois essa não importa mais), quanto pior for, mais próximo da pena máxima, obrigatoriamente.
QUALIFICADORA:
	Art. 217 – A, §§ 3º e 4º CP – Aqui nesses parágrafos o crime cometido é preterdoloso (dolo na ação inicial e resultado – não pretendido – culposo).
VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE – Art. 215, CP
	Aqui, assim como no crime de estupro, a lei 12.015/09 transferiu o texto do art. 216, CP para o art. 215, CP.
 LEI 12.015/99
SUJEITOS:
	Qualquer indivíduo imputável ou semi imputável poderá praticar esse crime e qualquer pessoa é passível de ser vítima.
FRAUDE:
	Enganar, mentir, ludibriar.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA:
	Existe a tentativa, apesar de ser difícil de comprovar. O crime se consuma com a prática da conjunção carnal ou dos atos libidinosos, porém, a tentativa entra na possibilidade de o agente ter iniciado os atos executórios mas não consegue consumar por motivos/circunstâncias alheias à sua vontade.
VANTAGEM ECONÔMICA:
	Oferecendo dinheiro, o agente responderá pelo crime com a pena de 2 à 6 anos MAIS multa.
QUALIFICADORAS:
	A lei 12.015/09 retirou as qualificadoras existentes anteriormente nos artigos 215 e 216 do CP.
ASSÉDIO SEXUAL – Art. 216-A, CP
“Art. 216-A - Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.”
	Esse artigo foi acrescentado no Código Penal pela lei 10.224/01 e foi alterado pela lei 12.015/09.
Estamos diante de uma lei penal incriminadora, pois esse crime só foi incluído no CP em 2001, antes dissonão se falava em assédio sexual, falava-se no máximo em constrangimento ilegal, que é o art. 146, CP.
	O assédio sexual é muito parecido com o crime de estupro. A finalidade dos dois é a mesma: conjunção carnal ou atos libidinosos. A diferença é que no assédio sexual não há violência, não tem grave ameaça, nem fraude. No assédio sexual existe a AMEAÇA em âmbito PROFISSIONAL.
Exemplo: o superior hierárquico ameaça o emprego, a função, o cargo, a atividade do seu subalterno com a finalidade de obter a conjunção carnal ou atos libidinosos (a ameaça está ligada ao emprego).
ATENÇÃO: Aqui neste crime nós nos deparamos com a ameaça, em vez da grave ameaça e para trabalhar é necessário saber diferenciar: a GRAVE AMEAÇA é algo irresistível, enquanto a AMEAÇA é resistível. Para diferenciar é necessário analisar caso a caso.
CONCEITO:
	O superior hierárquico no assédio sexual ameaça o subalterno através do cargo, emprego ou função que exerce com a finalidade de obter conjunção carnal ou atos libidinosos com a vítima.
MODO DE EXECUÇÃO:
	Somente através de ameaça (por e-mail, recado, bilhete, fala e etc). A maioria dos assédios sexuais o agente assedia o subalterno oralmente, evitando que tenham testemunhas. A pior parte do assédio sexual é a forma de provar.
HIERARQUIA x ASCENDÊNCIA:
	A corrente majoritária entende que a hierarquia é uma relação profissional de trabalho em âmbito público, enquanto a ascendência é em âmbito privado.
	A corrente minoritária entende que hierarquia é em âmbito público e privado, enquanto a ascendência é uma relação de domínio (como é o caso do professor x aluno).
Exemplo: Se um professor oferece pontos a uma aluna em troca de conjunção carnal ou atos libidinosos, ele tem uma relação de DOMÍNIO com sua aluna. Para a corrente majoritária isso é “constrangimento ilegal”, enquanto para a corrente minoritária seria assédio sexual.
OBS: o assédio sexual tem que ser ESPECÍFICO para a conjunção carnal ou atos libidinosos.
VANTAGEM x FAVORECIMENTO:
	Na vantagem o superior oferece algo em troca da pratica de conjunção carnal ou atos libidinosos, já no favorecimento há o envolvimento de um terceiro que será beneficiado com a conjunção carnal ou ato libidinoso, em troca de um favorecimento.
ATENÇÃO: Se não houver a hierarquia e o crime partir de relação lateral ou de baixo para cima o crime será tipificado como constrangimento ilegal.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA:
Consumação: a corrente majoritária diz que o crime se consuma no momento do emprego da ameaça, o primeiro ato constrangedor (bilhete, e-mail, whatsapp).
Tentativa: se de forma escrita, o agente envia um e-mail a vítima, porém, terceiro abre esse e-mail, o crime não se consuma pois a vítima não foi constrangida (no caso concreto é muito difícil acontecer). Só cabe tentativa na modalidade escrita ou através de gesto.
ATENÇÃO: a diminuição de pena nos casos de TENTATIVA é de 1 a 2 terços da pena.
ATENÇÃO: O artigo fala de CONSTRANGIMENTO, se o agente chegar a concluir o ato, obtendo a conjunção carnal ou ato libidinoso, estaremos falando em exaurimento, ou seja, é uma nova agressão ao bem jurídico tutelado. Isso será levado em conta na dosimetria de pena. O agente responderá apenas por assédio sexual, mas na dosimetria da pena (de 1 a 2 anos) será feita a análise dos atos praticados para chegar ao cálculo da pena.
COMPETÊNCIA PARA JULGAR:
	Esse crime é julgado pelo JECRIM, pois é de menor potencial ofensivo, tendo pena de até dois anos (art. 61 da lei 9.099/95).
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA:
	Art. 216-A, §2 – A pena é aumentada em até um terço se a vítima for menor de 18 anos (Lê-se maior de 14 até 17 anos, 11 meses e 29 dias).
Se a vítima for menor de 14 anos, haverá desclassificação do tipo penal e o agente se enquadrará no crime do artigo 213/214, CP – Estupro de vulnerável.
ATENÇÃO: O aumento de pena trazido pelo artigo 226, CP não se aplica ao assédio sexual pois as palavras “preceptor” ou “empregador” já são condição exigida para que seja considerado crime, portanto, o aumento de pena não se aplica ao artigo pelo princípio “bis in idem” que diz que uma pessoa não pode ser julgada duas vezes pela mesma ação. O art. 226, CP irá, portanto, se aplicar a todos os outros crimes do capítulo.
CORRUPÇÃO DE MENORES – Art. 218, CP
TEXTO ANTES DA LEI 12.015/09:
“Corromper ou facilitar a corrupção de pessoa maior de 14 anos e menor de 18 anos para com ela praticando ato de libidinagem ou induzindo a praticá-lo ou presenciá-lo.”
ATENÇÃO: O texto antes da lei 12.015/09 possuía uma lacuna: se colocasse uma pessoa menor de 14 anos para PRESENCIAR um ato de libidinagem, a conduta era atípica, pois o texto do estupro só fazia menção a PRATICAR e não a PRESENCIAR.
MEDIAÇÃO PARA O LENOCÍNIO PARA O VULNERÁVEL (somente por idade, os outros não entram) – Art. 218, CP e MEDIAÇÃO PARA O LENOCÍNIO DE NÃO VULNERÁVEL – Art. 227, CP
ATENÇÃO: Depois da lei o crime de corrupção de menores deixa de existir no CP (apesar de o legislador não retirar do título) e passa a constar no E.C.A.
COMPARAÇÃO DOS ARTIGOS 218, caput e 227, CP:
Aqui, em ambos os artigos, não há atos de libidinagem, aqui falamos de lasciva e a contemplativa, ou seja, a pessoa intermédia, colocando outrem na vida sexual, para ações sexuais/sensuais (dançar, se vestir, qualquer coisa ligada a sexualidade) para agradar a outrem.
É importante saber também que nos dois artigos nós teremos três envolvidos, o sujeito ativo, sujeito passivo e o destinatário, e, nestes artigos, o destinatário (ou destinatários) são pessoas CERTAS, definidas.
A única diferença entre um crime e outro é a IDADE da vítima.
CONCEITO:
	Esses crimes (o 218 e o 227, CP) envolvem três pessoas obrigatoriamente, o lenão (ou chamado proxeneta), que é o intermediário, a vítima, e o destinatário (que é o beneficiado).
	Nesses dois crimes o destinatário é uma pessoa ou um grupo CERTO (o intermediário conhece o/os destinatários). Em relação as vítimas, o art. 218, caput, só trata do menor de 14 anos, já o artigo 227, trata da vítima de 14 anos para cima.
OBS: Aqui temos o mesmo erro do crime de estupro, a pessoa de 14 anos não é citada, logo, por isso, como o caput do art. 227, CP não fala da idade da vítima, a pessoa de 14 anos se enquadra no 227, CP (pena de 1 a 3 anos).
FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO – Art. 218-B e 228, CP.
	Aqui segue a mesma regra dos dois artigos anteriormente estudados, a diferença é a idade da vítima.
	Nessas duas modalidades teremos três figuras envolvidas (vítima, intermediário e destinatário), porém a diferença destes crimes para os outros, está na figura do destinatário, pois nesse caso, a figura do destinatário não é certa nem definida, o intermediário disponibiliza a vítima para uma pessoa ou um grupo de pessoas indefinidas.
ATENÇÃO: ESSES CRIMES SÃO DIFERENTES DE RUFIANISMO, O RUFIÃO É O QUE CHAMAMOS DE “CAFETÃO” E ESTA DISPOSTO NO ARTIGO 230, CP. – Nesse crime existem duas pessoas: o cafetão (agente) e a vítima (no qual ele lucra em cima).
Se o destinatário tiver relações sexuais com a vítima, por qual crime ele responde? Temos que analisar se é com violência, grave ameaça, se foi com consentimento e a idade da vítima.
Art. 218 – B: Favorecimento a prostituição é um terceiro chamado intermediário oferecer uma vítima (a vítima determinada, menor ou adolescente ou vulnerável por doença mental) a disposição de um destinatário indeterminado.
SUJEITOS:
Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa imputável ou semi imputável (intermediário – lenão/proxeneta).
Sujeito passivo pode ser criança, adolescente (menor de 18) ou vulnerável (doença mental ou deficiência).
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA:
	A consumação se da no momento em que a vítima está a disposição.
	A tentativa se encaixa, mas na pratica é muito difícil. Se a polícia impedir que a pessoa desça do carro, caberá a tentativa. Se ela chegara descer, está consumada.
ELEMENTO SUBJETIVO:
	Dolo de fazer o intercâmbio, de oferecer/intermediar a vítima a destinatários incertos (que não é possível identificar).
PONTOS IMPORTANTES DO CRIME DO ART. 218-B:
Se tiver vantagem econômica (ganhar para intermediar) tem a pena privativa de liberdade cumulada (somada com a pena de multa)
ATENÇÃO: Essa vantagem econômica não poderá ser PERMANENTE, pois se for, deixa de ser favorecimento a prostituição e passa a ser rufianismo.
Se a vítima praticar atos de libidinagem com o destinatário:
Se a vítima for menor de 14 anos ou vulnerável o DESTINATÁRIO responderá por estupro de vulnerável (art. 217-A).
Se a vítima for maior de 14 e menor de 18 anos e a relação for praticada por meio de violência ou grave ameaça o DESTINATÁRIO responderá por estupro simples ou qualificado – dependerá da idade, e o de 14 anos responderá pelo caput - (art. 213).
Se a vítima for maior de 14 e menor de 18 anos e a relação for com consentimento, o DESTINATÁRIO responderá favorecimento à prostituição.
O PROPRIETÁRIO da casa de prostituição também responderá pelo crime do 218-B com pena de 4 a 10 anos (218-B, parágrafo 2º e o estabelecimento será fechado).
Art. 228: Favorecimento de prostituição de vítima NÃO vulnerável ou de vítima de 18 anos ou mais.
SUJEITOS:
Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa imputável ou semi imputável (intermediário – lenão/proxeneta).
Sujeito passivo é a vítima de 18 anos ou mais (não vulnerável).
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA:
	A consumação se da no momento em que a vítima está a disposição.
	A tentativa se encaixa, mas na pratica é muito difícil. Se a polícia impedir que a pessoa desça do carro, caberá a tentativa. Se ela chegar a descer, está consumada.
ELEMENTO SUBJETIVO:
	Dolo de fazer o intercâmbio, de oferecer/intermediar a vítima a destinatários incertos (que não é possível identificar).
PONTOS IMPORTANTES DO CRIME DO ART. 228:
Se tiver vantagem econômica, o intermediário responderá também com pena de multa.
Se o intermediário utilizar violência, grave ameaça ou fraude a pena será de 4 a 10 anos. Se o destinatário usar de pratica de violência ou grave ameaça ele responderá por crime de estupro. Se houver fraude é violação sexual mediante fraude.
O destinatário é INDETERMINADO, não sendo possível identificar.
OBS: A diferença entre o 218-B e o 228, CP é a VÍTIMA (vulnerável ou menor de idade no 218-B e 18 ou mais no 228.
ATENÇÃO: Nos últimos 4 crimes estudados sempre terão 3 figuras (vítima, destinatário e intermediário), logo é preciso VERIFICAR A CONDUTA DE CADA UM – VERIFICAR A INTENÇÃO DE CADA UM para conseguir compreender o crime de cada um.
QUESTÃO:
Antônio tem relações sexuais com Pedro que tem 15 anos de idade, na casa de prostituição de Suzana que mantém a casa. Antônio é sabedor da idade de Pedro, que se mantém na casa de Suzana. Por qual crime responde Antônio? E Suzana?
Antônio responde por favorecimento a prostituição, pois mantém relações sexuais com a vítima maior de 14 e menor de 18, já que não houve fraude, nem violência e nem grave ameaça, houve consentimento.
Suzana responde por favorecimento a prostituição pois ela fez o intercâmbio entre o destinatário e a vítima, e responderá também por casa de prostituição (pois ela mantinha a casa) – concurso formal de crimes.
SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE MENOR – Art. 218-A, CP.
	Menor aqui é a criança ou adolescente (menor de 14 anos, por erro do legislador). É obrigar a criança a presenciar atos de libidinagem com o intuito de satisfazer a lascívia própria ou de outrem (fetiche por crianças).
ATENÇÃO: Na prova, se não estiver descrito que era para satisfazer a lascívia do casal e a questão for discursiva, deve-se discorrer sobre as possibilidades (se havia o dolo/intuito/se era com o fim de obrigar o menor de 14 com essa finalidade), se for múltipla escolha, e a questão não disser a finalidade, a conduta será atípica.
SUJEITOS:
	Sujeito ativo: casal que seja imputável ou semi imputável.
	Sujeito passivo: menor de 14 anos.
ELEMENTO SUBJETIVO:
	Dolo de fazer o menor assistir o ato sexual com o intuito de satisfazer a própria lascívia ou a de outrem.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA:
	Depende.
Se o verbo for PRATICAR o crime se consuma com qualquer ato sexual na presença do menor de 14.
 Aqui, caberá tentativa caso no momento em que o ato for começar, o agente for impedido por motivo alheio a sua vontade.
Se o verbo for INDUZIR o crime se consuma no momento da indução.
Aqui não caberá tentativa.
ATENÇÃO: Se o agente do crime for MENOR de idade (17 anos, 11 meses e 29 dias) esse indivíduo cometerá ATO INFRACIONAL ANÁLOGO ao crime que está sendo comentado.
TODOS OS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL, EM REGRA, A AÇÃO PENAL É PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO, COM EXCEÇÃO DOS CRIMES QUE A VÍTIMA FOR VULNERÁVEL OU MENOR, POIS NESTES CASOS SERÁ AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.

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