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EMBRIAGUEZ art. 28 § 1° Conceito: intoxicação aguda e transitória causada pelo álcool ou substância de efeitos análogos, cujas conseqüências variam desde uma ligeira excitação até o estado de paralisia e coma. Fases: excitação: estado eufórico (fase do macaco); depressão: confusão mental e irritabilidade (fase do leão); sono: dormência profunda e perda do controle sobre as funções fisiológicas (fase do porco). Espécies: não acidental: subdivide-se em voluntária e culposa; voluntária: o agente ingere a substância alcoólica ou de efeitos análogos, com a intenção de embriagar-se; culposa: o agente não quer embriagar-se, mas, agindo de forma culposa ingere doses excessivas e acaba se embriagando, em virtude de um descuido Obs. A embriaguez não acidental, voluntária ou culposa, pode ser completa ou incompleta, conforme retire total ou parcialmente a capacidade de entendimento e autodeterminação do agente. Conseqüências: a embriaguez, não acidental, voluntária ou culposa ou incompleta, não exclui a imputabilidade porque o agente, no momento em que se embriaga, era livre para decidir. Acidental: é a decorrente de caso fortuito ou força maior. Subdivide-se em completa ou incompleta, conforme retire total ou parcialmente a capacidade de entender e querer. Conseqüência: quando completa, exclui a imputabilidade; quando incompleta, não exclui, mas permite a diminuição da pena de um a dois terços. Patológica: equiparada à doença mental. Recebe o mesmo tratamento da acidental( juridicamente falando). Patológica (doentia) – pode ser: Completa (doentia – aplica-se o artigo 26, caput); Incompleta (artigo 26 § único) Patológica (doentia) – pode ser: Completa (doentia – aplica-se o artigo 26, caput); Incompleta (artigo 26 § único) Preordenada: o agente se embriaga com a finalidade de delinqüir (note que na voluntária ele se embriaga porque quer, mas nunca com a finalidade direta de cometer crimes). Conseqüências: além de não excluir a imputabilidade, constitui causa agravante genérica (art. 61, II, “l”, do CP). Quadro ilustrativo da embriaguez: (serve p/ a revisão) Não Acidental: voluntária; a1) Completa: não exclui a imputabilidade; a2) incompleta: não exclui a imputabilidade. culposa; b1) completa: não exclui a imputabilidade; b2) incompleta: não exclui a imputabilidade. Acidental: Incompleta : diminui a pena de 1/3 a 2/3; Completa: exclui a imputabilidade. Patológica: exclui a imputabilidade quando retirar totalmente a capacidade; Preordenada: além de não excluir a imputabilidade, agrava a pena. Os § 1º e 2º falam de várias espécies de embriaguês. Embriaguez quanto à origem Embriaguez quanto à gravidade Acidental – proveniente de: Caso fortuito - agente ignora o efeito inebriante / ignora o efeito; Força maior – o agente é forçado, obrigado a ingerir. Acidental – proveniente de: Completa – retira a capacidade de entendimento e autodeterminação; Incompleta – diminui a capacidade de autoentendimento e determinação. A EMBRIAGUEZ ACIDENTAL COMPLETA exclui a imputabilidade – artigo 28, § 1º - critério biopsicológico; A EMBRIAGUEZ ACIDENTAL INCOMPLETA diminui a pena – artigo 28 § 2º. Não acidental – pode ser: Voluntária (quer se embriagar) Culposa (negligente) Não acidental – pode ser: Completa – não exclui a imputabilidade Incompleta – não exclui a imputabilidade Patológica (doentia) – pode ser: Completa (doentia – aplica-se o artigo 26, caput); Incompleta (artigo 26 § único) Patológica (doentia) – pode ser: Completa (doentia – aplica-se o artigo 26, caput); Incompleta (artigo 26 § único) Preordenada – o agente se embriaga para praticar crime. Preordenada – Pode ser completa ou incompleta. Não exclui a imputabilidade e ainda agrava a pena (artigo 61, II, l). Art. 61. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: II – ter o agente cometido o crime: l) em estado de embriaguez preordenada. ACTIO LIBERA IN CAUSA Conceito: Denomina-se actio libera em causa (ação livre na sua causa), a ação de quem usa deliberdamente um meio (como embriaguez ou sono) para colocar-se em estado de incapacidade física ou mental, parcial ou plena, no momento da ocorrência do fato criminoso. E também a ação de quem, embora não tendo a intenção de praticar o delito, podia prever que a embriaguez ou o sono o levaria a cometê-lo. Ex. “ A mãe, que sabe ter um sono muito agitado, deita seu filho consigo, com a intenção de o sufocar e dessa maneira o mata, quando ela dormia”. INEXISTÊNCIA DA POSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO DO ILÍCITO ou POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE Introdução: A pena só se justifica em relação ao agente que, ao cometer o fato danoso, tinha pelo menos a possibilidade de entender o seu caráter ilícito. Como lembra Assis Toledo, “ a mesma razão que leva a considerar-se inculpável a ação cometida por um inimputável (impossibilidade de entender o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento – art. 26 do CP), deve pesar, também, para impedir que seja movida uma censura a quem, mesmo sendo normal e imputável, age igualmente sem a possibilidade de “entender o caráter criminoso do fato”, isto é, sem a consciência da ilicitude, embora por deficiências momentâneas e circunstancias, mais inevitáveis”. Portanto, para evitarmos abusos, o legislador erigiu como requisito da culpabilidade não o conhecimento do caráter injusto do fato, mas a possibilidade de que o agente tenha esse conhecimento no momento da ação ou omissão. Trata-se da potencial consciências da ilicitude ERRO DE PROIBIÇÃO Introdução: Distinção entre a ignorância e o erro puramente psicológica: Ignorância é o total desconhecimento sobre um determinado objeto, ao passo que erro é a apreciação errônea acerca desse objeto. No plano jurídico, porém, as duas expressões equiparam-se. Em regra, o erro ou ignorância da lei não exclui a culpabilidade. É a famosa máxima ignorantia legis neminem excusat. O desconhecimento da lei é inescusável (art. 21 do CP). Ninguém se escusa do cumprimento a lei alegando que não a conhece (art. 3° da LICC). Com a publicação, a lei ganha notoriedade, isto é, presume-se conhecida por todos. O Desconhecimento da lei: O simples desconhecimento da lei, no prisma penal, produz apenas dois efeitos: funciona como atenuante genérica da pena, quer seja escusável, quer seja inescusável (art. 65, II do CP); autoriza o perdão judicial às Contravenções Penais, desde que o erro tenha sido escusável (art. 8° da CP) Fora disso, a ignorância ou errada compreensão da lei não traz nenhum outro benefício ao acusado. Conceito de Erro de Proibição: verifica-se o erro de proibição quando o agente desconhece a ilicitude do fato. (Flávio Augusto Monteiro de Barros). Exemplos: Marido chega em casa, deseja manter relação carnal, ela fala não e ele fala que é seu dever e obrigação. Ele utiliza a força física para manter a conjunção carnal. o agente mantém conjunção carnal consentida com alienada mental, ignorando a ilicitude de sua conduta; o homem rústico abate um tatu-galinha desconhecendo a proibição de matar animal silvestre; o estrangeiro cheira lança perfume no Brasil, supondo lícita essa conduta, que é liberada em seu país; erro de proibição em norma penal em branco: há erro de proibição, quando o comerciante cobra taxa de serviço – gorjeta ou aluguel de mesa que supõe lícita, em virtude de prévia consulta a autorização de funcionário da SUNAB, se, afinal, a prática era vedada pela própria superintendência. Espécies de Erro de Proibição Inevitável ou escusável: o agente não tinha como conhecer a ilicitude do fato, em face das circunstâncias do caso concreto. Conseqüências: se não tinha como saber que o fato era ilícito, inexistia a potencial consciência da ilicitude, logo, esse erro exclui a culpabilidade. O agente fica isento de pena. Evitável ou inescusável: embora o agentedesconhecesse que o fato era ilícito, tinha condições de saber, dentro das circunstâncias, que contrariava o ordenamento jurídico. Conseqüências: se ele tinha possibilidade, isto é, potencial para conhecer a ilicitude do fato, possuía a potencial consciência da ilicitude. Logo, a culpabilidade não será excluída. O agente não ficará isento de pena, mas, em face da inconsciência atual da ilicitude, tera direito a uma redução de pena de 1/6 a 1/3. Diferença entre Erro de Tipo e Erro de Proibição: No Erro de tipo o agente se engana sobre o fato; pensa estar fazendo uma coisa, quando na verdade esta fazendo outra ( ex. da subtração do guarda chuva). No Erro de Proibição o agente não se engana sobre o fato que pratica, mas pensa erroneamente que o mesmo é lícito (por exemplo, subtrair algo de um devedor, a título de cobrança forçada, pensando que tal atitude é lícita). No Erro de Tipo, o atuante não sabe o que faz, ao passo que no Erro de Proibição ele sabe o que faz tipicamente, mas supõe de modo errôneo, que isto era permitido. No Erro de Tipo exclui o dolo e o crime, salvo de for crime punido a título de culpa. No Erro de Proibição não exclui nem o dolo nem o crime, mas pode exclui a culpabilidade e, em conseqüência a pena. DESCRIMINANTE PUTATIVA art. 20 § 1° Conceito: É a causa de exclusão da ilicitude imaginada pelo agente, em razão de uma equivocada apreciação dos limites autorizadores da justificadora. (Capez) O agente supõe que está agindo licitamente ao imaginar que se encontram presentes os requisitos de uma das causas justificativas previstas em lei. Ex. o caso do homem esbofeteado que se supõe em legítima defesa. Atenção: a conseqüência é a mesma do erro de proibição. O agente responde pelo resultado com pena reduzida, se o erro for evitável. O agente ficará isento de pena se o erro for inevitável. Não confundir as conseqüências do erro de tipo com as do erro de proibição. (Não falar) Há séria controvérsia a respeito da natureza do erro que recai sobre uma causa de justificação. Para a teoria limitada da culpabilidade, as descriminantes putativas constituem-se em erro de tipo permissivo e excluem o dolo. Segundo essa teoria, não age dolosamente que supõe, justificadamente, pelas circunstâncias do fato, que está praticando um fato típico em legítima defesa, em estado de necessidade, etc. Para a teoria extremada da culpabilidade (normativa pura), trata-se de erro de proibição, escluindo-se apenas a culpabilidade. Concordamos com esta última orientação. O agente, em decorrência da situação do fato, supõe que sua conduta é lícita, mas age com dolo. INEXIGIBILIDADE (Exigibilidade) DE CONDUTA DIVERSA ou EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA ( COAÇÃO FOI VISTO NA AULA DE CONDUTA) CAUSAS COAÇÃO MORAL: ( Interfere na Culpabilidade (Não interfere da conduta) Espécies de Coação Moral: irresistível: o coato não tem condições de resistir; resistível: o coato tem condições de resistir. Conseqüências da Coação: física: exclui a conduta. O fato passa a ser atípico; moral irresistível: há crime, pois fica um resquício de vontade, mas o agente não será culpável; moral resistível: há crime e o agente é culpável, mas tem direito a uma atenunate genérica (art. 65, III, “C”, primeira parte CP). A exigibilidade de conduta diversa, como causa de exclusão da culpabilidade, funda-se no princípio de que só podem ser punidas as condutas que poderiam ser evitadas. No caso, a inevitabilidade não tem força de exclui a vontade, que subsiste como força propulsora da conduta, mas certamente a vicia, de modo a tornar incabível qualquer censura ao agente. OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA: A obediência a ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico torna viciada a vontade do subordinado e afasta a exigência de conduta diversa. Ordem Manifestamente Ilegal A dirimente exige que a ordem não seja manifestamente ilegal, uma vez que se flagrante a ilicitude do comando da determinação superior, o sujeito não deve agir. Assim, deve desobedecê-la se tem conhecimento da ilicitude do fato. Não sendo a ordem manifestamente ilegal, se o agente não tem condições de se opor a ela em decorrência das conseqüências que podem advir no sistema de hierarquia e disciplina a que está submetido, inexistirá a culpabilidade pela coação moral irresistível, estando a ameaça implícita na ordem ilegal. Requisitos para exclusão da culpabilidade pela Ordem Hierárquica: seja emanada da autoridade competente; tenha o agente atribuições para a prática do ato; refere-se a lei apenas a subordinação hierárquica, sendo subordinado os funcionários de menor graduação em relação aos chefes. Estão excluídos do dispositivo, as relações familiares (pai- filho), religiosas (sacerdote- fiéis), de uma forma geral, que não implicam subordinação hierárquica. não seja a ordem manifestamente ilegal. Relação de Direito Público – hierarquia é relação de Direito Público. Para que a máquina administrativa possa funcionar com eficiência, é preciso que exista uma escala hierárquica entre aqueles que detêm o poder de mando e seus subordinados. Administra. Isso quer dizer que não há relação hierárquica entre particulares, como no caso de uma agência bancárias e seus subordinados. Conceito de ordem de superior hierárquico: é a manifestação de vontade do titular de uma função pública a um funcionário que lhe é subordinado. Espécies de ordem: legal; ilegal. Conseqüências: ordem ilegal: se o subordinado sabe que a ordem é ilegal, deve responder pelo crime praticado; se a ordem não é manifestamente ilegal, o subordinado não tinha como conhecer a ilegalidade. Exclui-se a exibilidade de conduta diversa e ele fica isento de pena; se a ordem é manifestamente ilegal, mas o subordinado supõe legal, incorre em Erro de Proibição evitável, tendo direito a uma diminuição de pena (art. 21). ordem legal: está no estrito cumprimento do dever legal. Não pratica crime. Atenuante Genérica: ficou estabelecido legalmente que o agente cometido o crime “em cumprimento de ordem de autoridade superior (art. 65 III, c, segunda parte). Não se exclui a culpabilidade quando o agente pratica o crime sabendo ou podendo saber que se trata de ordem ilegal, mas, como a desobediência à ordem de autoridade superior normalmente acarreta conseqüências em desfavor do subordinado, a reprovabilidade da conduta é diminuída e a pena deve ser atenuada. Em nosso ordenamento jurídico, a exigibilidade de conduta diversa pode ser excluída por duas causas: a coação moral irresistível e a obediência hierárquica.
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