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Resumo - História do Direito no Egito antigo

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Resumo sobre o Direito no Egito antigo
Os mais antigos documentos escritos de natureza jurídica aparecem por volta de 3100 a.C. no oriente próximo, tanto no Egito como na Mesopotâmia. O Egito não nos transmitiu, até hoje, códigos nem livros jurídicos e o conhecimento hoje adquirido é baseado quase exclusivamente em atos da prática daquela época, como contratos, testamentos, decisões judiciárias e atos administrativos, em contrapartida foi a primeira civilização na história da humanidade que desenvolveu um sistema jurídico que podemos chamar de individualista. Quebrando os ciclos de solidariedade dos direitos arcaicos e feudais, o direito egípcio do período da III à V dinastias e o da XVIII dinastia se mostraram tão evoluídos e individualistas como o direito romano clássico. A história do Egito faraônico compreende três grandes fases, sendo elas:
Antigo Império 
O poder era concentrado no faraó, havendo grande limitação aos proprietários de terra. A nobreza feudal desapareceu, propiciando que a pequena propriedade se disseminasse pelos territórios egípcios.
Principais pontos:
Administrativo: O rei governava com os seus funcionários. Os chefes dos departamentos de administração formavam um verdadeiro “Conselho de Ministros”, presidido pelo vizir, uma espécie de chanceler. Os funcionários eram agrupados em departamentos específicos, como finanças, registros, domínios, obras públicas, etc.
Tribunais: os tribunais também eram organizados pelo rei. O processo era escrito, pelo menos parcialmente e junto a cada tribunal estava instalada uma chancelaria, encarregada da conservação dos atos judiciários e dos registros de estado civil.
Contratos: a lei, portanto, é considerada pelos historiadores como a principal fonte do direito, superando os costumes. Era ela promulgada pelo rei, depois do parecer de um “Conselho de legislação”. O direito privado entre os egípcios ganhava autonomia e os contratos eram celebrados livremente entre os cidadãos, e obrigatoriamente deveriam ser escritos.
Família: todos os habitantes considerados iguais perante o direito, sem privilégios. Além de marido e mulher serem colocados em pé de igualdade, todos os filhos, tanto filha como filho, eram considerados iguais, sem direito de primogenitura nem privilégio de masculinidade.
Testamento: a liberdade de testar era total, salvo a reserva hereditária a favor dos filhos.
Penal: não aparece de modo algum severo, em comparação com os outros períodos da Antigüidade, apesar de também prever penas cruéis, como trabalhos forçados, chicotadas, abandono aos crocodilos etc. Não havia pena de morte.
	Médio Império ( XII dinastia como centro – 2000 a 1750 antes de Cristo)
Desde o fim da quinta dinastia, é possível notar uma rápida evolução para o regime senhorial, formando-se uma oligarquia social baseada numa nobreza sacerdotal. Tebas é a nova capital e a economia passa a ser fechada. Instala-se o feudalismo no Egito. Que perdurará por vários séculos, mas algumas cidades do Delta conservam o seu direito individualista.
Principais pontos:
Administrativo: Desenvolveu-se aqui a hereditariedade dos cargos e diversas formas de imunidade. E com essa alteração do direito público, houve paralelamente uma evolução do direito privado.
Família: O reforço do poder paternal e marital, introdução do direito da primogenitura e do privilégio de masculinidade.
Contrato: Os contratos tornam-se raros e muitos dos bens, inalienáveis.
	Novo Império e Oscilações Governamentais
Com a XVIII dinastia, a partir do séc. XVI, ressurge o sistema jurídico semelhante ao do Antigo Império, mas desaparece a partir do século XII a.C, sobretudo por influência crescente do clero e por conta de novas invasões um segundo período senhorial teocrático se instala e durará ate mais ou menos 700 a.C.
Dentro desse terceiro ciclo do direito egípcio, como denomina Jacques Pirenne, em 720, nota-se em algumas cidades do Delta o desaparecimento da escravidão por dívidas e das tenências. A igualdade dos filhos e filhas na sucessão é assegurada e a mulher adquire completa capacidade jurídica.
Com a XXVI dinastia, instala-se no Egito um novo tipo de direito privado individualista e de poder real centralizado e forte e no tempo dos Ptolomeus, entre os séculos IV e I antes de Cristo, o Egito é um dos países mais prósperos da bacia mediterrânica. Seu sistema jurídico se torna mais conhecido, devido à descoberta e análise de numerosos papiros, que possibilitaram o conhecimento da organização administrativa e judiciária e principalmente do direito privado da época.

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