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O PRONTUÁRIO- ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS Prof. Lino Eduardo Farah Prof. Ruth Cristini Torres de Meneses Prof. Jussiely Cunha Oliveira Idealizado por Flexner em 1910. Histórico de internações do paciente nos serviços de saúde. 2 Ministério da Saúde estabelece: • O Prontuário é um conjunto de documentos padronizados, ordenados e concisos, destinado ao registro dos cuidados médicos e dos demais profissionais, prestados ao paciente em um estabelecimento de saúde. Portaria do MS/SAS/92 3 A Portaria do MS/SAS/40 de 30/12/92 institui: • Registro obrigatório em prontuário único, das atividades desenvolvidas pelas diversas categorias profissionais – médico, enfermeiro, odontólogo, assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista, farmacêutico, pessoal auxiliar. 4 Funções: De comunicação: entre os profissionais, o sistema de saúde e o usuário; De educação: registro histórico, científico; Gerencial: registro administrativo, financeiro, documento de valor legal. 5 Os registros de enfermagem • Os registros efetuados pela equipe de enfermagem (enfermeiro, técnico e auxiliar) têm a finalidade essencial de fornecer informações sobre a assistência prestada, assegurar a comunicação entre os membros da equipe de saúde e garantir a continuidade das informações nas 24 horas, condição indispensável para a compreensão do paciente de modo global. 6 Normas para as anotações de enfermagem 1- Devem ser precedidas de data e hora, conter assinatura e número do Coren ao final de cada registro. Não deixar espaços entre a anotação e a assinatura; 2- Anotar informações completas, de forma objetiva, para evitar a possibilidade de dupla interpretação: não usar termos que dêem conotação de valor (bem, mal, muito, bastante, entre outros); 3- Utilizar frases curtas e exprimir cada observação em uma frase; 4- Anotar imediatamente após a prestação do cuidado, recebimento de informação ou observação de intercorrência; 7 5- Nunca rasurar a anotação por ter essa valor legal; no caso de engano, usar "digo", entre vírgulas; 6- Não utilizar termo "o paciente", no inicio de cada frase, já que a folha de anotação é individual; 7- Deixar claro na anotação se a observação foi feita pela pessoa que anota ou se é informação transmitida pelo paciente, familiar ou outro membro da equipe de saúde; 8- Evitar o uso de abreviaturas que impeçam a compreensão do que foi anotado; Observação: As abreviaturas podem ser eventualmente utilizadas, desde que seu uso seja consagrado na instituição. 8 O que anotar? Informações subjetivas e objetivas, problemas/preocupações do cliente, sinais/sintomas, eventos ou mudanças significativas do estado de saúde, cuidados prestados, ação e efeito das intervenções de Enfermagem baseadas no plano de cuidados e respostas apresentadas. Quando anotar? Sempre que ações de assistência forem executadas, mantendo o planejamento de enfermagem atualizado. Onde anotar? Em impressos próprios, segundo modelo adotado pelo serviço de enfermagem da instituição. 9 Como anotar? Quando o registro for manual, deve ser feito com letra legível, sem rasuras. Para que anotar? Para historiar e mapear o cuidado prestado; facilitar o rastreamento das ocorrências com o cliente a qualquer momento e reforçar a responsabilidade do profissional envolvido no processo de assistência de Enfermagem. Quem deve anotar? Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem. 10 A quem pertence o Prontuário? 1. Ao profissional de saúde; 2. Ao paciente; 3. À Instituição de Saúde. 11 Quem pode solicitar cópia do Prontuário: 1. Apenas o paciente ou seu representante legal através de Procuração; 2. Em caso de falecimento: o representante familiar nomeado pelo juiz; 3. O Conselho Regional de Medicina. 12 O Prontuário e os aspectos éticos e legais 13 O Código de Ética Médica estabelece: É vedado ao Médico: Art. 87 - Deixar de elaborar prontuário médico legível para cada paciente. Art. 88 - Negar ao paciente acesso ao seu prontuário médico, ficha clínica ou similar, bem como deixar de dar explicações necessárias à sua compreensão. Art. 86 - Deixar de fornecer laudo médico ao paciente, quando do encaminhamento ou transferência para fins de continuidade do tratamento, ou em caso de solicitação de alta. 14 “Documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre os membros da equipe multiprofissional e a continuidade prestada ao indivíduo”. Resolução CFM 1638/2002 15 No prontuário deve constar: ◦ A identificação do paciente; ◦ Anamnese; ◦ Exame Físico; ◦ Exames complementares e resultados; ◦ Hipóteses diagnósticas ou diagnóstico definitivo; ◦ Tratamento efetuado; ◦ Registro diário da evolução clínica; ◦ Procedimentos e condutas; 16 Obrigatoriedade: ◦ Legibilidade da letra do profissional; ◦ Identificação dos profissionais que realizaram o atendimento; ◦ Assinatura do médico e CRM e dos demais profissionais de acordo com o órgão de classe; ◦ Responsabilidade quanto ao preenchimento, guarda e manuseio - cabe ao profissional de saúde, à chefia da equipe, à direção da Unidade; ◦ Comissão de Revisão de Prontuários. Resolução CFM 1638/2002 17 A resolução COFEN nº 240/2000, que aprova o código de ética, prevê no Capítulo iv, art. 29: ...manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão da atividade. A lei nº 7.498 de 25.06.86 dispõe sobre o exercício da enfermagem; foi regulamentada pelo decreto nº 94.406 de 08.06.87 e prevê no seu art. 14 – item II: ...anotar no prontuário do paciente as atividades da assistência de enfermagem. 18 • A Resolução COFEN 358/2009, prevê no Art. 2º que a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) deve ocorrer em todas as instituições de saúde, pública e privada; e no Art. 3º prevê que deverá ser registrada formalmente no prontuário do paciente/ usuário/ cliente. 19 Resolução CFM n° 1605/00 Normatiza a revelação do sigilo médico e o acesso ao prontuário médico. ◦ Art. 1° - O médico não pode, sem o consentimento do paciente, revelar o conteúdo do prontuário ou ficha médica. ◦ Art. 2° - Nos casos do art. 269 do Código Penal, onde a comunicação do doença é compulsória, o dever do médico restringe-se exclusivamente a comunicar tal fato à autoridade competente, sendo proibida a remessa do prontuário médico do paciente. 20 • Art. 4°- Se na instrução de processo criminal for requisitada, por autoridade judiciária competente, a apresentação do conteúdo do prontuário ou da ficha médica, o médico disponibilizará os documentos ao perito nomeado pelo juiz, para que neles seja realizada perícia restrita aos fatos questionados. 21 Auditoria: Enquadra-se no princípio do dever legal já que tem o mesmo atribuições de perícia. O auditor tem direito, inclusive, de examinar o paciente, para confortar o descrito no prontuário com o real estado do paciente, tudo porém em perfeita sintonia com o que determina o vigente Código de Ética Médica. 22 O Registro Eletrônico e a digitalização 23 Resolução CFM n° 1821/07: Aprova as normas técnicas concernentes à digitalização e uso dos sistemas informatizados para a guarda e manuseio dos prontuários dos pacientes autorizando a eliminação do papel e a troca de informação identificada em saúde.24 Guarda de Prontuário: Resolução CFM 1821/07 1. Estabelece o prazo mínimo de 20 anos, a partir do último registro, para a preservação dos prontuários em suporte de papel; 2. Autoriza a digitalização dos prontuários, desde que o modo de armazenamento dos documentos obedeça a norma específica de digitalização; 3. Estabelece a guarda permanente para os prontuários de pacientes arquivados eletronicamente. 25 FIM 26 REFERÊNCIAS • COSTA, C. G. A. da Prontuário Eletrônico do Paciente: Legislação, Auditoria e Conectividade, - 8º Congresso Latino Americano de Serviços de Saúde, 2003. • MARTINS, A., SAUKAS E., ZANARDO, J. SCAI: Sistema de Controle de Acesso para os Requisitos da Saúde, Anais do IX Congresso Brasileiro de Informática em Saúde, novembro de 2004. • MASSAD, E., MARIN, H.F., AZEVEDO, R. S. O Prontuário do Paciente na Assistência, Informação e Conhecimento Médico. São Paulo. USP, 2003. • MATSUDA, L. M.; SILVA, D. M. P. P.; ÉVORA, Y. D. M.; COIMBRA, J. A. H. Anotações/registros de enfermagem: instrumento de comunicação para a qualidade do cuidado? Revista eletrônica de enfermagem, v. 08, n. 03, p. 415 - 421, 2006. Disponível em http://www.fen.ufg.br/revista/revista8_3/v8n3a12.htm • POTTER, P.A.; PERRY, A.G. Fundamentos de enfermagem: conceitos, processos e prática. 4 ed., v.1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1999. Cap.12, p.166-189. 27
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